O documento descreve um curso de formação sobre análise e gestão do risco de crédito na banca. Apresenta a agenda do curso, incluindo tópicos como concessão de crédito, modelos de avaliação do risco de crédito a particulares, e avaliação de projetos de investimento.
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3. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - CONCESSÃO DE CRÉDITO E PRÉMIO DE RISCO
Fatores determinantes do Prémio de Risco
Cálculo Prémio de Risco
4. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Credit Racioning
Banca Relacional - Modelos qualitativos
Banca Transaccional
5. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 10/05/2020 (2/2)
4 - CRÉDITO A PARTICULARES – CASO EMPRÉSTIMO À HABITAÇÃO
Variáveis consideradas: CASO A CASO B
• Idade 35 55
• Educação Licenciatura Licenciatura
• Relação com o Banco Não é Cliente É Cliente
• Estado Civil Divorciado Casado
• Outros Empréstimos Sim (3) Não
• Regime Laboral Efectivo Outro
• Número Dependentes 3 2
• Taxa de Esforço
(Loan-To-Income) 2 1,5
• Rendimento Anual (Income) 75.000 35.000
• Valor Empréstimo (Loan Amount) 500.000 225.000
• Despesas (Outgoings) 7.500 2.500
• Duração do Empréstimo (Loan Duration) 25 anos 15 anos
• Prestação do Empréstimo (Loan Provision) ? ?
• Garantia (Guarantee) Hipoteca Hipoteca
8. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Calcular Racios de
• Liquidez Geral
• Liquidez Imediata
• Endividamento
• Solvabilidade
• Cobertura Encargos Finaceiros
• AUF
9. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO
A avaliação de projetos surge como análise prévia do retorno do investimento face à
impossibilidade de conhecer, com certeza o tipo de remuneração que os recursos
aplicados em investimentos no presente, geram através dos fluxos de caixa futuros.
A rendibilidade de um projeto, ainda que simples, deve ser sempre avaliada tendo
em vista uma melhor utilização dos fundos de que a empresa dispõe: seja o custo do
capital para a empresa (como base mínima), sejam as oportunidades para
investimentos externos no mercado ou para investimentos de risco similar.
Para isso, há um conjunto de critérios que procuram estabelecer parâmetros de
viabilidade e que são frequentemente utilizados na avaliação de projetos de
investimento.
10. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO
Critérios baseiam-se no:
• VAL (Valor Atual Líquido),
• na TIR (Taxa Interna de Retorno) e
• no PRI (prazo de retorno do investimento inicial).
• o IRP (Índice de Rendibilidade de um Projeto).
11. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO
O VAL é o indicador que nos mostra o verdeiro valor ou riqueza em termos
monetários que o projeto irá gerar para os investidores, considerando o custo de
oportunidade do capital.
Já a TIR, é uma medida relativa – expressa em percentagem – que demonstra o
quanto rende um projeto de investimento, considerando a taxa máxima que ele pode
rentabilizar o capital inicial, sem colocar em causa a cobertura do investimento inicial.
Assim, a avaliação dos projetos de investimento deverá assentar na identificação das
entradas e saídas de capital exclusivas da decisão de investimento, sendo a
determinação desses valores considerado como o aspeto mais importante da
decisão.
12. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
O cash-flow é a diferença ou saldo global entre o somatório dos benefícios,
traduzidos em valores de entradas de caixa, e o somatório dos custos de
investimento e de exploração, traduzidos em valores de saídas de caixa.
Temos o cash-flow de investimento e cash-flow de exploração, sendo que a
comparação entre ambos dá origem ao cash-flow líquido.
13. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
Cash-flow Investimento Investimento Fundo Valor residual
de = em + de - de Investimento
Capital Fixo Maneio Investimento
Cash-flow de Investimento
Ocorrem quando há uma compra ou uma despesa em investimento em ativo fixo
tangível ou intangível e que requer a saída de capital. Estão aqui também incluídos,
o investimento em fundo de maneio e os valores residuais de ambas as rubricas. O
valor residual representa o valor dos ativos fixos e do fundo de maneio no final da
vida útil do projeto. A sua determinação visa evidenciar ao investidor o património
criado com a realização do projeto e que poderá contribuir para um maior nível de
riqueza dos investidores. Sendo assim, os projetos permitem contribuir para
remunerar os investidores de duas formas: fluxo de caixa criados nos vários
exercícios e património constituído.
14. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
O Investimento em capital fixo é representado pelo investimento inicial e inclui a
afetação de recursos existentes, no inicio do projeto ou em qualquer momento
posterior que são necessários para sua implementação.
O Investimento em necessidades de fundo de maneio é decorrente do ciclo de
exploração normal do projeto. Esses fundos, traduzem-se nas necessidades
financeiras normais do ciclo de exploração, e que resultam da diferença temporal
entre a realização das despesas da produção e a realização das receitas das suas
vendas, e dos níveis dos stocks constituídos para o funcionamento da atividade. O
cálculo do investimento em fundo de maneio pode ser sintetizado através da
seguinte expressão:
I 𝐹𝑀 = Clientes + Stocks + Outras dívidas a receber do negócio – Fornecedores
Estado
15. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
Assim, o investimento em fundo de maneio, resulta dos saldos de stocks existentes,
bem como das dívidas que se encontram por receber e por pagar em cada período.
Valor residual do Investimento, no âmbito da avaliação de projetos, é considerado no
final do horizonte temporal definido. A empresa fica na posse do património criado.
Por isso, no final da vida útil do projeto de investimento, devem ser considerados os
ativos existentes líquidos das dívidas a pagar verificando-se o contributo financeiro
do património constituído. No caso dos ativos fixos tangíveis e intangíveis, na
ausência de melhor estimativa considera-se o valor líquido contabilístico, que consta
no balanço. No caso do investimento em fundo de maneio, o seu valor residual
corresponde ao valor do mesmo no último ano do horizonte temporal do projeto.
16. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
Cash-flow de exploração
Cash-flow Resultados Amortizações e provisões e
de = Líquidos de + Depreciações do + Imparidades do
Exploração Exploração Exercício Exercício
O Resultado Líquido é o lucro obtido pela empresa, apurado através da diferença
entre os gastos e os rendimentos contabilísticos, líquido de impostos.
As amortizações e depreciações são consideradas no cálculo do cash-flow de
exploração, isto porque, não correspondem, a fluxos de pagamento ou a uma efetiva
saída de dinheiro por parte da empresa, representando uma reserva de capitais
oculta que deve ser considerada.
As provisões e as imparidades, tal como as depreciações, não representam uma
efetiva saída de capitais, logo, também devem ser consideradas no cálculo do cash-
flow. Dado que estão deduzidas no cálculo dos resultados, o seu valor deve acrescer
ao valor destes.
17. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
Cash-flow líquido
Cash-flow líquido = Cash-flow de exploração - Cash-flow de Investimento
O cash-flow líquido resulta da comparação entre o cash-flow de exploração com o
cash-flow de investimento.
Indica os meios gerados pela atividade de exploração da empresa, deduzidos dos
investimentos em ativo fixo e fundo de maneio, realizados no âmbito do projeto.
Para atualizar os cash-flows e calcular o valor atual líquido (VAL) é necessário definir
a taxa de atualização (rendibilidade) apropriada. De seguida, são abordadas as
diferentes metodologias.
18. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
Rendibilidade a Exigir
A rendibilidade a exigir, normalmente designada por taxa de atualização é um fator
muito importante na verificação da capacidade de criação de valor do projeto. Para
além disso, a determinação das taxas de atualização deve ter em conta o risco
associado ao investimento. Por exemplo, as taxas de atualização devem ser
superiores à taxa de juro, no caso da empresa recorrer a empréstimos, e às taxas de
rendibilidade de alternativas de aplicação dos seus capitais.
A taxa de atualização deve ser idêntica à melhor remuneração que os investidores
esperam receber em outra qualquer aplicação alternativa de capital, dado o custo do
capital e o risco associado ao investimento, isto é, de incerteza face aos futuros
resultados.
19. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
Existem quatro métodos para definir a taxa de atualização:
Ajustamento das taxas de juro das obrigações do tesouro de médio e longo prazo
Taxa de Atualização ( 𝑟 ) = [(1 + 𝑇1) ∗ (1 + 𝑇2 ) ∗ ( 1 + 𝑇3 )] − 1
T1 – Taxa de Remuneração sem risco como é o exemplo das obrigações do tesouro,
que pretende compensar os investidores que são avessos aos riscos.
T2 – Prémio Anual de Risco definido com base no risco e a incerteza associados ao
investimento e representa a parte adicional relativamente um investimento seguro. O
prémio de risco de mercado é obtido pela diferença entre a taxa de rendimento
proporcionada pelo mercado e a que é proporcionada pelos investimentos sem risco.
T3 – Taxa Anual de Inflação (apenas é utilizada quando os cash-flows a atualizar estão a
preços correntes) que existe para repor/manter o poder de compra do investidor no final
do investimento, o que na prática significa que ele deverá poder adquirir os bens que
normalmente, e em média, consome atualmente.
20. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-Flow
dos produtos de investimentos
Prémio de risco sobre as taxas de financiamento negociadas, o mercado português detém
um prémio de risco de 4,86%. Este método é muito utilizado pelos empresários para
definir as rendibilidades a exigir ao negócio.
ROI médio do setor de atividade, esta rendibilidade, representa a remuneração que os
negócios de empresas semelhantes do mesmo setor, estão a gerar para os investidores e,
por isso, pode servir de referência para a taxa de atualização a considerar no projeto.
Pode ser obtida na central de balanços do Banco de Portugal.
WACC - weight average cost of capital, que em português é designado por custo médio
ponderado do capital.
O WACC é constituído pela soma dos custos dos capitais próprios e dos passivos,
devidamente ponderados pelo seu peso no financiamento do ativo liquido. Deste modo,
pretende-se que os gestores tenham em atenção as fontes de financiamento mais baratas,
tornando menor o custo do capital necessário para financiar a atividade. Assim, ao diminuírem
o valor do WACC contribuem igualmente para a criação de valor porque, reduzem o custo do
investimento e em simultâneo aumentam o valor dos excedentes financeiros criados
21. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (1/2)
5 - AVALIAÇAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO - Noção e Determinação dos Cash-
Flow dos produtos de investimentos
Os critérios que se fundamentam na técnica da atualização financeira, a qual tem como
parâmetro de base os cash-flows a libertar pelos investimentos, representam uma mais-
valia na avaliação da rendibilidade de projetos dado que consideram o valor temporal do
dinheiro e o custo de oportunidade do capital. Daí, que é importante oportuno abordar
tais critérios a saber: VAL (Valor Atual Líquido), TIR (Taxa Interna de Retorno) o IRP
(Índice de Rendibilidade de um Projeto) e o PRI (prazo de retorno do investimento
inicial).
22. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Crédito a particulares em Portugal
O risco de crédito foi o primeiro a ser alvo de supervisão, por parte dos
bancos centrais, através do acordo de Basileia, que estabeleceu requisitos
mínimos de capital em função da exposição a risco de crédito. A recente crise
financeira despoletou também uma maior atenção ao mercado financeiro,
fazendo emergir uma maior regulamentação nesta temática, levando as
instituições financeiras a procurem desenvolver os seus próprios modelos de
análise de risco de crédito.
23. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
O rácio da dívida sobre o rendimento das famílias atingiu o seu máximo em
2009, com cerca de 130,5% valor bem acima da média da zona euro, que nesse
ano registou 97,6%. A partir de 2009, Portugal tem vindo a apresentar sucessivamente
um rácio inferior, registando em 2013 apenas 116,8%, embora ainda acima do registado
na zona euro, como demonstra o Gráfico 3:
Gráfico 3 - Dívida total em relação ao rendimento das famílias
140
120
100
80
60
40
20
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
24. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
O pedido de auxílio externo obrigou Portugal a estabelecer medidas de
forma a reduzir a dívida pública, atuando ao nível da melhoria da eficiência da
administração pública, da regulação e supervisão do sector financeiro, do
mercado de trabalho e educação, do mercado de bens e serviços, do mercado de
habitação e do sistema judicial, conforme enunciado no Memorando de
Entendimento (2011) entre o Estado Português, o Banco Central Europeu, o
Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia.
Segundo projeções do BdP (2014b) terminado o Memorando a economia
portuguesa deverá recuperar de forma gradual a sua atividade, apontando
desde logo um crescimento de 1,2% do PIB, para 2014.
25. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Notação
Qualquer técnica que permita, através de um conjunto de variáveis e a relação entre as
mesmas no passado, prever o risco futuro de um devedor é, designado por notação.
Podem-se distinguir duas abordagens de notação: a subjetiva, ou a estatística.
Na notação subjetiva, a análise de risco de crédito parte do conhecimento e experiência
do analista e portanto as variáveis consideradas na análise são maioritariamente
qualitativas, o que poderá levar a problemas de consistência e coerência, ao não permitir
estabelecer um padrão de análise, sendo também mais dispendiosa.
Por sua vez, a notação estatística tem subjacente a análise estatística de
variáveis quantitativas, sendo possível desenvolver e aplicar um modelo
standard e coerente, que para além de tornar a decisão mais célere, permite que
seja também mais assertiva
26. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Notação de Risco
A história do crédito tem cerca de 5.000 anos, enquanto a notação de risco de crédito
tem pouco mais que 60 anos, resultado da vulgarização do uso de cartões de crédito
e do avanço tecnológico, já que a cada dia era mais inviável tomar decisões de
empréstimos que não fossem automáticas, dada a sua procura.
A notação de risco de crédito é uma análise estatística à qualidade do crédito, que
correlaciona o incumprimento com as características do devedor. Depressa esta análise
foi usada para outro tipo de produtos, como os empréstimos pessoais e à habitação e a
pequenas empresas
27. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Notação de Risco
A Fair Isaac foi a originadora do conceito dirigido para particulares. Fundada
em 1956, em San Francisco CA, por Bill Fair e Earl Isaac (FICO, 2014b), define
notação de crédito como um número que sintetiza o risco de crédito baseado
numa imagem, num dado momento, do relatório de crédito de determinado
sujeito (FICO, 2005). Muitas foram as críticas, principalmente por parte das
seguradoras de crédito que viam o crédito como uma arte, não como uma
ciência, séticas relativamente à capacidade de um computador conseguir tomar
decisões de crédito.
28. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Notação de Risco
A notação de risco permite estabelecer numericamente quais os fatores de
incumprimento, avaliar a importância relativa dos fatores de incumprimento,
aperfeiçoar os modelos pricing do risco de incumprimento, melhorar a
capacidade de monitorizar os clientes de elevado risco e um cálculo mais
assertivo de reservas.
Na prática, notação de risco reflete a junção de dois conceitos, crédito e
notação, consistindo num processo que transforma as variáveis explicativas
consideradas numa notação de risco de crédito, que permitirá servir de apoio à
tomada de decisão, por exemplo na concessão de crédito.
29. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Notação de Risco
As instituições baseiam as suas análises em várias sub-notações consoante a fonte de
informação, a função ou o que se pretende medir, dando origem ao:
i) application score, usado para novos negócios que combina dados do cliente, de
relações passadas e de agências de referência; ii) behavioural score, usado na gestão
de conta (limites, autorizações, etc.); iii) collections score usado no processo de
cobrança, como forma de guiar o comportamento incorporando dados das agências de
referência; iv) customer score que combina o comportamento de várias contas, usado
na gestão de contas e vendas entre clientes; e por fim v) bureau score consiste na
notação fornecida por entidades externas tidas como referência, relativamente à
determinação da probabilidade de incumprimento.
30. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Modelo de Notação de Risco
Os modelos de notação de risco de crédito surgem da necessidade de quantificar o risco
de determinado título ou emitente e têm subjacentes indicadores essenciais para
determinar a probabilidade de incumprimento que se traduzirá numa notação.
Os modelos de notação de risco podem ser sinteticamente de 4 tipos consoante a
quantidade de dados e a estrutura dos modelos:
31. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Modelo de Notação de Risco
Os modelos pure judgment são normalmente designados de modelos
subjetivos que se baseiam na experiência dos analistas, não exigindo estrutura
ou quantidade de dados. É neste tipo de modelo que se inserem os 5C´s do crédito.
Os modelos expert são também modelos pouco exigentes em relação à quantidade de
dados, contudo a experiência dos analistas é suficiente para se definirem regras, que
auxiliam a tomada de decisão.
Os modelos híbridos são modelos que combinam a experiência dos analistas e análises
estatísticas, ou seja é uma combinação dos modelos expert e dos modelos estatísticos.
Por fim, os modelos estatísticos são os mais exigentes, em termos de estrutura e de
quantidade de dados, considerados mais confiáveis que os restantes modelos e como tal
serão o foco deste estudo.
32. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Modelo de Notação de Risco - Particulares
Criar um modelo de notação de risco para famílias portuguesas, foram delineados os
seguintes objetivos específicos:
1) Testar a influência das variáveis explicativas selecionadas − riqueza líquida,
dívida, rendimento, idade, escolaridade, duração do emprego atual,
deterioração das condições (de emprego, rendimento, riqueza líquida ou
despesas), número de crianças do agregado, recusa de crédito e propriedade de
habitação − na probabilidade de incumprimento das famílias;
2) Validação da qualidade do modelo para prever o incumprimento da família;
3) Definição de classes de notação capazes de alocar cada família consoante a
sua probabilidade de incumprimento;
4) Por fim, como a probabilidade de incumprimento é um dos componentes da
perda esperada foi ainda determinada a perda esperada, tendo em conta a
amostra considerada.
33. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Modelo de Notação de Risco - Particulares
Criar um modelo de notação de risco para famílias portuguesas, foram delineados os
seguintes objetivos específicos:
1) Testar a influência das variáveis explicativas selecionadas − riqueza líquida,
dívida, rendimento, idade, escolaridade, duração do emprego atual,
deterioração das condições (de emprego, rendimento, riqueza líquida ou
despesas), número de crianças do agregado, recusa de crédito e propriedade de
habitação − na probabilidade de incumprimento das famílias;
2) Validação da qualidade do modelo para prever o incumprimento da família;
3) Definição de classes de notação capazes de alocar cada família consoante a
sua probabilidade de incumprimento;
4) Por fim, como a probabilidade de incumprimento é um dos componentes da
perda esperada foi ainda determinada a perda esperada, tendo em conta a
amostra considerada.
34. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Modelo de Notação de Risco - Particulares
Variável Descrição Tipo de
variável
Mensuração
Variável
dependente
Incumprimento ou
atraso no pagamento
de
empréstimos
Qualitativa 0 – Cumpriu; 1 – Incumpriu
Variáveis
independentes
Riqueza
líquida Quantitativa
Valor que resulta da diferença do total de
ativos pelo total de
responsabilidades do agregado
Dívidas Quantitativa Valor de responsabilidades do
agregado
Rendimento Quantitativa Valor de rendimentos do agregado
Idade Quantitativa Em anos
Escolaridade Qualitativa 0 – Não superior; 1 – Superior
Duração do
emprego atual
Quantitativa Em anos
Deterioração
das condições
Qualitativa 0 – Não deteriorou; 1 – Deteriorou
Número de
crianças
Quantitativa Número de crianças do agregado
Recusa de
crédito
Qualitativa 0 – Não recusado; 1 – Recusado
Propriedade de
habitação
Qualitativa 0 – Não; 1 – Sim
35. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Credit Racioning - Decreto-Lei nº 349/98, de 11 de Novembro, BdP
tem vindo a regular a concessão de crédito à aquisição, construção, beneficiação,
recuperação ou ampliação de habitação própria, secundária ou de arrendamento, nos
regimes geral de crédito, crédito bonificado e crédito jovem bonificado.
Com efeito, a acentuada descida das taxas de juro torna imperativo reequacionar,
numa perspectiva de racionalização de afectação de recursos financeiros do Estado, o
sistema de concessão de bonificações, por forma que o mesmo se adeqúe às
necessidades reais de apoio à habitação, prevenindo excessos na sua utilização.
36. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Credit Racioning
https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/papers/paper_3_en.pdf
Nos anos que antecederam a recente crise, as empresas não financeiras portuguesas
acumularam altos níveis de dívida, com a relação entre a dívida do setor corporativo não
financeiro e o PIB registrando valores superiores a 130% em 2008. Essa evolução do
crédito foi induzida por condições favoráveis de financiamento e expectativas otimistas
de produtividade crescimento que não se concretizou, destacando a necessidade de um
processo de ajuste. A crise financeira global e os subsequente crise da dívida soberana
levou a um processo de ajuste caracterizado por uma contração significativa do atividade
e reversão das expectativas dos agentes económicos. Além disso, esse ajuste envolveu
um canal de empréstimos bancários com os bancos portugueses sendo severamente
afetados por restrições de financiamento internacional e capital requisitos. Nesse
contexto, o processo de ajuste envolveu uma contração simultânea na demanda e na
oferta de crédito. É importante observar que, de acordo com a Pesquisa de Empréstimos
Bancários (BLS), a evolução do crédito observada durante a crise econômica e
financeira foi resultado de uma maior restrição nos padrões e condições de crédito
aplicados empréstimos, bem como da diminuição da demanda de empréstimos pelas
empresas. Não obstante, é uma tarefa difícil avaliar rigorosamente a relativa contribuição
de cada dimensão.
37. Análise e Gestão do Risco de Crédito na Banca
AGENDA FORMAÇÃO – 12/05/2020 (2/2)
6 - MODELOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO A PARTICULARES
Credit Racioning
https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/papers/paper_3_en.pdf
A disponibilidade de conjuntos de dados microeconómicos com um nível máximo
de granularidade tem sido crucial para o desenvolvimento de novas abordagens
para a identificação do racionamento de crédito de empresas não financeiras. Os
resultados sugerem que a oferta de crédito depende positivamente da quantidade
de ativos disponíveis para serem fornecidos como garantia e negativamente no
endividamento das empresas. Por sua vez, a demanda por crédito depende
negativamente da taxa de juros e da quantidade de recursos internos das
empresas e positivamente em suas necessidades de capital de giro. Estimamos
que aproximadamente 15% dos As PME portuguesas com empréstimos bancários
foram parcialmente racionadas e 32% das empresas sem empréstimos bancários
foram totalmente racionadas.
38. Lisboa
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1700-116 Lisboa
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