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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE 
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS 
DA LÍNGUA PORTUGUESA 
Conteudista 
Denilson Pereira de Matos 
Rio de Janeiro / 2009 
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À 
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO 
Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB 
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou 
por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo 
Branco - UCB. 
Un3f Universidade Castelo Branco 
Fundamentos Teóricos da Língua Portuguesa / Universidade Castelo Bran-co. 
– Rio de Janeiro: UCB, 2009. - 40 p.: il. 
ISBN 
1. Ensino a Distância. 2. Título. 
Universidade Castelo Branco - UCB 
Avenida Santa Cruz, 1.631 
Rio de Janeiro - RJ 
21710-250 
Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696 
www.castelobranco.br 
CDD – 371.39
Apresentação 
Prezado(a) Aluno(a): 
É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-ação, 
na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, consequentemente, propiciando 
oportunidade para melhoria de seu desempenho profi ssional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-peram 
retribuir a sua escolha, reafi rmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma 
estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua. 
Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-cimento 
teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica. 
Seja bem-vindo(a)! 
Paulo Alcantara Gomes 
Reitor
Orientações para o Autoestudo 
O presente instrucional está dividido em quatro unidades programáticas, cada uma com objetivos defi nidos e 
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam 
atingidos com êxito. 
Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-plementares. 
As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1. 
Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das quatro unidades. 
Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o 
conteúdo de todas as Unidades Programáticas. 
A carga horária do material instrucional para o autoestudo que você está recebendo agora, juntamente com 
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 75 horas-aula, que 
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros 
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso. 
Bons Estudos!
Dicas para o Autoestudo 
1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja 
disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo. 
2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite 
interrupções. 
3 - Não deixe para estudar na última hora. 
4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor. 
5 - Não pule etapas. 
6 - Faça todas as tarefas propostas. 
7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento 
da disciplina. 
8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a autoavaliação. 
9 - Não hesite em começar de novo.
SUMÁRIO 
Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 09 
Contextualização da disciplina .................................................................................................................... 11 
UNIDADE I 
LINGUAGEM: CONCEITO DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 
1.1 - Conceito de Fala, Língua e Linguagem ............................................................................................. 13 
UNIDADE II 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
2.1 - Alguns Princípios Teóricos .................................................................................................................. 18 
2.2 - Elementos da Comunicação ................................................................................................................ 18 
UNIDADE III 
O TEXTO 
3.1 - Conceito de Texto ................................................................................................................................ 23 
3.2 - Tipos de Textos .................................................................................................................................... 24 
UNIDADE IV 
RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA .......................................................................................30 
Glossário ......................................................................................................................................................34 
Gabarito ........................................................................................................................................................ 35 
Referências bibliográfi cas ............................................................................................................................ 37
9 Quadro-síntese do conteúdo 
programático 
UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS 
I. LINGUAGEM: CONCEITO DE LINGUAGEM, 
LÍNGUA E FALA 
1.1. Conceito de Fala, Língua e Linguagem 
• Reconhecer a importância da linguagem; 
• Estabelecer as diferenças entre língua, linguagem 
e fala. 
II. FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
2.1. Alguns Princípios Teóricos 
2.2. Elementos da Comunicação 
• Reconhecer as funções da linguagem. 
III. O TEXTO 
3.1. Conceito de Texto 
3.2. Tipos de Textos 
• Conceituar texto e identifi car os tipos textuais; 
• Analisar a classifi cação tipológica dos textos. 
IV. RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA • Estabelecer as diferenças entre oralidade e escrita.
11 Contextualização da Disciplina 
A refl exão sobre as questões relacionadas à linguagem é antiga. Há muito que o homem pensa no que motiva 
os seres humanos à comunicação, aos tipos de uso de um mesmo código, às modalidades linguísticas e a tantos 
outros temas que percorrem as pesquisas científi cas. 
Os estudos linguísticos datam de muitos séculos a.C.. Seus primeiros registros datam da Tese Religiosa, pas-sando 
pelos Gregos, Romanos e tantos outros e foi no século XX, com Ferdinand Saussure, que as pesquisas 
no âmbito da língua/linguagem ganharam maior representatividade, profundidade e método. 
Neste sentido, o instrucional Fundamentos Teóricos da Língua Portuguesa traz, de forma despretensiosa, 
alguns dos conceitos e bases que norteiam os estudos da língua (a perspectiva sob a ótica de textos em língua 
portuguesa dá ao material instrucional um escopo mais específi co, no que se refere a nossa língua vernácula). 
Sem pretender esgotar os tópicos que serão abordados neste institucional, propõe-se a discussão sobre a com-preensão 
de linguagem como algo construído social e coletivamente. Nesta acepção, cabe ao profi ssional em 
formação investir em um diálogo contínuo e sistemático com as contribuições advindas de estudos teóricos e 
empíricos desenvolvidos em diferentes campos disciplinares. 
Enfi m, no término da leitura e do desenvolvimento das atividades propostas, acredita-se na iniciação efetiva 
de cada leitor potencial aos estudos sobre a língua/linguagem e por extensão a língua portuguesa.
12
13 UNIDADE I 
LINGUAGEM: CONCEITO DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 
O estudo da linguagem não está restrito aos profi s-sionais 
de Linguística, mas também, a Fonoaudiólo-gos, 
Filósofos, Psicólogos, Antropólogos, Historicis-tas, 
Sociólogos e Biólogos por serem áreas que têm 
como cerne o ser humano. Os estudiosos dessas áreas 
são quase que unânimes em afi rmar que a história hu-mana 
só possui um signifi cado porque as experiên-cias 
do ser são estocadas por processo de acumulação 
e superação comunicáveis, manifestando-se, de modo 
permanente, na vida e sobrevivência do homem. 
“Se a palavra que distingue o homem de 
todos os seres vivos se encontra enfraquecida 
na possibilidade de expressão, é o próprio 
homem que se desumaniza” 
(Aranha e Martins 1993:23) 
Nesta acepção, é preciso destacar que estudiosos de 
outras áreas de conhecimento (por exemplo, ciências 
exatas, dentre outras) admitem que o domínio linguís-tico 
colabore no sentido de permitir que os profi ssio-nais 
e estudantes das suas respectivas áreas alcancem 
resultados mais promissores. Afi nal, as relações ge-ralmente 
ocorrem em função de uma interação ver-bal, 
de um processo comunicativo e por meio de um 
código: uma língua. 
1.1 –– Conceito de Fala, Língua e Linguagem 
Fala 
Antes de entrarmos no mérito da fala propriamente 
dita, convém mencionar que este tema normalmente 
é pouco estudado durante o ensino básico, médio e 
superior. Tal constatação indica um fato exótico se 
considerarmos a relação do homem com o universo 
da fala, que é muito maior do que o que ocorre via 
escrita. Assim, toda refl exão que se possa fazer sobre 
a língua falada sempre será bem-vinda. 
Assim, enquanto defi nição, a fala é o som da voz 
humana que se concretiza por meio de sinais gráfi cos. 
Consiste no ato discursivo em si. Há particularidades 
que são exclusivos da linguagem oral, são os elemen-tos 
extralinguísticos – expressões faciais e corporais 
– que representam os efeitos das palavras que são 
proferidas durante uma interlocução. Comumente en-contramos 
nos textos de estudos linguísticos a distin-ção 
entre a língua e a fala (langue e parole), conceitos 
estabelecidos, inicialmente, por Saussurre, atribuindo 
à primeira como social e, à segunda como individual. 
Essa corrente teórica é compartilhada por inúmeros 
estudiosos e afi rma a natureza social não só da língua, 
mas também da fala. Para comprovação, o estudioso 
propõe que se deixe de lado a ocorrência da palavra, 
como signo, e se observará que a própria realização 
deste signo na enunciação concreta é inteiramente 
determinada pelas relações sociais, pois a palavra é 
extraída pelo locutor por meio de um estoque social 
de signos disponíveis. 
Relevância do estudo da fala 
Tema relevante na atualidade, seja pela ótica da in-vestigação 
teórica ou pela aplicação prática, a estru-tura 
e as características da língua falada (LF) são ob-jetos 
de pesquisa, possibilitando inclusive, a refl exão 
sobre a presença de operadores argumentativos neste 
tipo de modalidade da língua. Vale ressaltar que para 
o desenvolvimento de tais pesquisas faz-se necessá-rio 
considerar os limites (diferenças e semelhanças) 
entre a fala e a escrita. Afi nal, não se trata de língua 
diferente ou diferentes sistemas, mas uma distinção 
relacionada ao processamento. Nesta acepção, é fun-damental 
que se tenha em mente que estas modali-dades 
se relacionam num contínuo e não têm regras 
exclusivas. 
A LF é toda produção linguística dialogada ou mo-nologada 
naturalmente, realizada livremente e em 
tempo real, em contexto e situações comunicativas 
autênticos, formais ou informais, prevista em condi-ções 
de proximidade física que lhe possibilite reali-zação. 
Neste sentido, entendê-la como código-fônico 
é apenas a sinalização de um de seus aspectos mais 
óbvios, pois para o melhor entendimento da dinâmica
14 
em que está inserida, é necessário considerar fatores 
de outra ordem, por exemplo, do discurso, da intera-ção 
e da expressividade. Na mesma medida, a con-cepção 
de variação também não pode ser desprezada, 
pois não é fenômeno exclusivo da escrita. 
Enquanto Unidade Comunicativa (UC), a LF se dá 
em tempo real e em espaço situacionalmente condi-cionado, 
é produção textual, interativa por excelência 
e por isso exige cooperação. 
No que se refere à argumentação, conceito hoje não 
apenas relacionado aos limites da retórica grega, mas 
entendido como a busca de persuasão de um auditório 
(Guimarães, 1987), entende-se que os processos inte-racionais 
pertinentes à LF são propícios à formação 
de estruturas e mecanismos argumentativos capazes 
de orientar um enunciado, apresentar um conteúdo e 
conduzir o interlocutor a uma conclusão. Tudo na di-reção 
de se construir um texto (no sentido amplo da 
palavra: capaz de comunicar e provocar no outro uma 
reação), organizado de tal forma que possa ser ana-lisado 
como qualquer texto na língua escrita, cons-tituído 
de organizadores cujo uso ocorre em benefi - 
cio daqueles que o produzem. Assim, os marcadores 
conversacionais (conf. Castilho – Núcleo Integrador), 
a repetição, a correção, a hesitação, a paráfrase, a 
elipse e o anacoluto (Marcuschi, 2000) são elementos 
e ações que compõem o que se convencionou chamar 
de conversação (prática social cotidiana do ser huma-no 
e espaço para a construção de identidades sociais). 
Fenômeno de arquitetura geral organizada, suscetível 
ao estudo e ao rigor científi co. 
Enfi m, a LF tem seu modo próprio de textualização. 
Ocorre em gêneros tipicamente desenvolvidos, não 
mantendo com a escrita uma relação dicotômica. O 
texto falado apresenta alto grau de gramaticalidade, 
seja ele qual for o nível de formação, procedência so-cial 
ou identidade cultural do falante. 
Língua 
No seu sentido da anatomia humana, a língua é o 
nome do órgão mais importante do aparelho fonador. 
No sentido comunicacional, comporta duas modali-dades: 
a escrita e falada. Num mesmo nível, as duas 
não têm as mesmas formas, nem os mesmos “recur-sos 
expressivos” (conforme 1.1). Para a compreensão 
dos problemas da expressão e da comunicação verbal, 
é fundamental considerar esta distinção. Na língua fa-lada, 
o signifi cante é formado por fonemas, na escrita, 
por signos gráfi cos ou grafemas, por exemplo: o al-fabeto. 
Mas não há necessariamente correspondência 
entre números de fonemas (sons) e grafemas (símbo-los 
ou letras). 
O conjunto de palavras de uma língua, peculiar a um 
grupo social quando constituída como unidade ide-al, 
reconhecida e praticada por todos que o integram, 
vira um produto social – patrimônio cultural - dando 
origem assim, a um idioma. Cada idioma é composto 
por, pelo menos, um conjugado de léxico (palavras) e 
o sentido que se pode extrair dessas palavras é objeto 
de estudo da semântica. 
A comunicação, então, pressupõe que os falantes 
de uma língua têm um repertório de palavras em co-mum 
e compreendem tais palavras do mesmo modo. 
Entretanto, só é possível chegar a um entendimento 
sobre as palavras, na medida em que há aceitação de 
vários indivíduos e um certo grau de uniformidade, 
fi xado pelo uso constante da língua, ou seja, semanti-camente, 
não existe um sentido comum genuíno, mas 
sim, uma espécie de acordo tácito, no uso e aplicação 
dessas palavras. 
Como patrimônio cultural, a língua tem poder tan-to 
de unifi car quanto de dividir pessoas (Bourdieu 
apud Medina 2007). Assim, não é surpreendente que 
a língua possa desempenhar um papel tão poderoso 
na formação de identidades coletivas. Para o estudio-so, 
manter a unidade linguística de uma comunidade 
envolve sempre algum grau de imposição para que a 
língua seja legitimada. 
O uso da língua, enquanto patrimônio cultural, é 
perpetuado por meio de uma complexa rede de práti-cas 
institucionais formais e informais, as quais pode-mos 
incluir a escola, família, religião, o mercado de 
trabalho etc. Tais instituições colaboram para repro-dução, 
fi xação, domínio e perpetuação da língua. 
Em síntese, língua não se confunde com a lingua-gem, 
ela faz parte da linguagem, sendo um produto 
social, conjunto de convenções necessárias adotadas 
pelo corpo social que permite a comunicação entre os 
indivíduos do mesmo grupo. 
Linguagem 
Que tal agora mergulharmos no universo da lingua-gem? 
A faculdade que tem o homem de exprimir seus es-tados 
mentais, por meio de um sistema de sons vocais 
chamado língua que o organiza numa representação 
compreensiva em face do mundo subjetivo interior 
denomina-se linguagem. 
De acordo com Câmara Jr. (2007: 23), pela ativi-dade 
da linguagem ou fala, faz-se comunicação en-tre 
os homens para a transmissão de conhecimentos 
(linguagem intelectiva); dá-se a exteriorização das
15 
paixões humanas sem intento direto de comunicação, 
numa atuação de infl uência psíquica de uns sobre os 
outros, utilizando a representação linguística para 
a expressão do que se chama, em sentido lato, os 
afetos em contraste com atividade de compreensão 
mental (linguagem afetiva). 
No âmbito dos estudos fi losófi cos, a linguagem 
torna-se um conceito importante, sobretudo na me-dida 
em que, a partir do pensamento, é considerada 
como elemento estruturador da relação do homem 
com o real. O uso da linguagem envolve esponta-neidade 
e criação. 
A linguagem é um dos principais instrumentos 
que contribuiu para a formação do mundo cultural. 
É um sistema de signos aceitos por um grupo social 
e, por isso, toda linguagem possui, necessariamen-te, 
um repertório, uma relação dos signos que vão 
compô-la, a partir de regras de combinação e de 
uso. Para que se efetue a comunicação é necessário 
haver um código, um signo comum. Se o signo está 
no lugar do objeto que ele representa, essa repre-sentação 
pode assumir aspectos variados, depende 
do tipo de relação que mantém. 
Se a relação é de semelhança, temos um signo 
tipo ícone, como por exemplo, um desenho que se 
assemelhe a uma fotografi a; uma palavra onomato-paica 
(cocorocó, miau...). 
Se a relação é de causa e efeito, ou seja, uma re-lação 
que afeta a existência do objeto ou é por ela 
afetada, temos o signo do tipo índice, como por 
exemplo, as nuvens são símbolos de chuva (são a 
causa da chuva); o chão molhado também pode ser 
símbolo de chuva (é o efeito da chuva); fumaça ou 
cheiro de queimado são símbolos de fogo; os sinais 
matemáticos são signos de operações; febre indica 
doença. Todos esses signos apontam para o objeto 
representado. 
Se a relação é regida simplesmente por conven-ção, 
quer seja verbal ou não verbal, temos o signo 
tipo representação: o uso da cor preta para denotar 
luto, nas comunidades ocidentais, por exemplo, na 
China e Japão é a branca; o uso da aliança na mão 
esquerda como símbolo de casamento, dentre ou-tros. 
Conforme Aranha & Martins, (1993:4), pode-se 
afi rmar que a diferença entre a linguagem humana 
e a linguagem animal está no fato de que este tem 
a linguagem biologicamente idêntica na espécie e 
é capaz de entender apenas ícones e índices, por 
estarem relacionados à forma fi xa e única com o 
acontecimento a que se refere. No adestramento 
de um cão, por exemplo, os resultados são sempre 
medíocres, posto que são mecânicos, por serem ob-tidos 
sempre mediante à aprendizagem automática 
e irrefl etida. Com efeito, os estudiosos de aquisição 
da linguagem afi rmam que experimentos em crian-ças 
e fi lhotes de chipanzés, por exemplo, eviden-ciam 
superioridade da criança em diversos aspec-tos 
de conduta e aprendizagem. A manifestação do 
sistema de comunicação por meio da aquisição e 
elaboração de pensamentos abstratos, passando a 
manipular o seu ambiente e si mesmo, por meio 
de símbolos, princípios altamente complexos e va-riados, 
confi rmam traços da linguagem humana. 
O animal não produz a sua existência, mas apenas 
conserva agindo instintivamente, mesmo aqueles 
de complexidade orgânica, como o joão-de-barro, 
marimbondos, abelhas ao construírem suas casas. 
Estes atos visam à defesa, procura de alimentos e 
de abrigos. Suas atividades não são dirigidas por 
fi nalidades conscientes, mas momentos instintivos 
de sobrevivência. 
Tipos e níveis da linguagem 
Há vários tipos de linguagem: musicais, matemá-tica, 
do computador, da moda, da arte, gestuais, 
sinais, espaciais. Todas se diferenciam pelo seu 
repertório, regras de uso e combinação (umas mais 
fl exíveis que outras). A fl exibilidade decorre do 
fato de que ela não se estabelece como as línguas 
faladas, por meio de um processo de cristalização 
social. 
A consolidação da linguagem é o ato linguístico 
que incide por meio da língua escrita ou da fala. 
A escrita, representação visível e durável da lin-guagem, 
depende do contexto para sua clareza e 
expressividade, apresenta-se em vários níveis de 
acordo com a fi nalidade social em que opera. A 
falada, relegada à conversação1 cotidiana, é valo-rizada 
pela entonação, mímica e facilitada em sua 
compreensão pela situação concreta de uso. 
Para que se efetue a comunicação é necessário, 
como já afi rmamos anteriormente, haver um códi-go 
comum. O português é a língua que utilizamos. 
Mas trata-se de uma língua portuguesa sujeita a 
infl uências linguísticas, ambientais, sociais etc. O 
português da Bahia não é o mesmo do Rio Grande 
do Sul; assim como o de um médico não costuma 
ser o mesmo do seu paciente. O ambiente social e 
cultural determina a língua. Essas questões levam 
à constatação de que existem níveis de linguagem. 
Admitem os linguistas que no interior da língua, 
principalmente a falada, existe uma língua comum, 
conjunto de palavras, expressões e construções 
1Embora já existam vários estudos sobre a língua falada, o ambiente escolar ainda carece do desenvolvimento sistemático 
do ensino/análise desta modalidade de língua, principalmente na educação básica.
16 
mais usuais ou formais que para tal distinção, por 
exemplo, apoiam-se num critério basicamente so-ciocultural. 
Nesse plano bem prático, que é o da 
comunicação, vale ressaltar que o nível da lingua-gem 
adapta-se às situações diversas. 
Aquisição da linguagem 
O suíço e fundador da escola linguística estrutura-lista 
Ferdinand Saussurre (1857-1913) concebeu a 
linguagem como um sistema abstrato e impessoal ou 
código la langue do qual emergem as múltiplas va-riedades 
de eventos de falas individuais. Desse ponto 
de vista um código é mais de que um léxico. Ele con-tém 
uma sintaxe complexa que dá forma de desem-penhos 
linguísticos particulares, unifi cando todas as 
instâncias de uso daquele código. Assim, a sintaxe ou 
gramática da língua foi concebida como uma máqui-na 
capaz de produzir resultados infi nitos, a partir de 
entradas fi nitas e, portanto, a chave para a solução do 
mistério da criatividade linguística. 
Uma abordagem mais sofi sticada da competência 
linguística, enquanto competência gramatical foi de-senvolvida 
pelo linguista americano Noam Chomsky 
(apud Medina), em sua teoria de gramática gerativa. 
Medina (2007:122) afi rma que de acordo com o lin-guista, 
a produção da fala envolve aplicação de regras 
gerativas de gramática que devem estar intrínsecas no 
ser humano desde a sua concepção e que, portanto, 
não são aprendidas. Desse ponto de vista, a compe-tência 
linguística consiste na posse de uma gramática 
universal e inata. E envolve a habilidade de realizar 
operações complexas em uma língua natural, de acor-do 
com regras universais de sintaxe, um aprendiz 
de línguas deve ser capaz de conectar sua gramática 
universal inata com a gramática da língua particular, 
a qual ele está exposto. Essa teoria da gramática ge-rativa 
foi desenvolvida tendo em vista um problema 
central no que concerne ao aprendizado de língua, o 
assim chamado de problema da pobreza de estímulos: 
como as crianças são capazes de identifi car a gramá-tica 
de uma língua tendo como base uma exposição 
mínima a ela? Como pode um conjunto pequeno e 
imperfeito de frases estimular a criança a falar de um 
modo governado por regras sistemático? Chomsky 
argumentou que não podemos resolver este problema 
a menos que postulemos um aparato gramatical inato 
que permita ao aprendiz fi ltrar, sistematizar e genera-lizar 
as poucas informações linguísticas que são pos-tas 
a sua disposição. 
Na concepção de Bourdieu (apud Medina), o do-mínio 
da linguagem consiste em uma habilidade al-tamente 
localizada e essencialmente contextual: um 
“sentido prático”, o qual não pode ser reduzido a um 
conjunto abstrato de regras gerativas ou receitas de al-goritmos 
como propõe Chomsky para a manipulação 
de signos. Isto é, o que é inculcado no treinamento 
linguístico. O aprendizado linguístico é completado 
com sucesso, quando o aprendiz adquiriu um modo 
particular de falar e escutar, um habitus linguístico 
que é mostrado nos desempenhos reais e localizados 
de sua fala corporifi cada. Nosso habitus linguístico 
é um conjunto de disposições que controlam nossa 
produção de fala e a nossa recepção dos discursos dos 
outros. O habitus do falante contém formas estáveis 
de sensitividade e de geratividade que foram labo-riosamente 
manufaturados por meio do desempenho 
repetido. 
Nietzsche (apud Medina) desenvolve uma abor-dagem 
da origem da linguagem, que concebe o de-senvolvimento 
da linguagem, a criação de palavras, 
então ligadas a experiências sensoriais: O que é uma 
palavra? “Ela é um cópia sonora de um estímulo 
nervoso”. O estudioso argumenta que a verdade não 
pode ter sido “o fator decisivo na gênese da lingua-gem”, 
porque muitos dos termos mais básicos de uma 
língua estão diretamente ligados a estímulos subjeti-vos. 
De fato, diz ele, em última análise, não podemos 
dar sentido a qualquer signifi cado que seja comple-tamente 
purifi cado de experiências subjetivas. Niet-zsche 
(Ibid) descreve a criação de palavras como um 
processo de metaforização em dois estágios nos quais 
uma experiência faz surgir uma imagem e esta, por 
sua vez, um som: “para começar, um estímulo nervo-so 
é transferido para uma imagem: primeira metáfora. 
A imagem, por sua vez, é imitada em um som: segun-da 
metáfora”. O estudioso conclui que não há termos 
que possam referir-se diretamente sem a mediação da 
experiência subjetiva, não há designadores rígidos. 
Portanto todos os signifi cados são metafóricos; todos 
os domínios semânticos da linguagem são povoados 
por entidades metafóricas, que são formados por nos-sas 
projeções subjetivas. 
Com seus estudos empíricos e teóricos sobre a lin-guagem, 
Humboltd (apud Medina) propõe uma po-derosa 
conceitualização dos aspectos holísticos da 
linguagem com sua famosa e infl uente “metáfora da 
teia da linguagem”. Afi rma que a linguagem é como 
uma teia de itens interligados, e que a malha desses 
elementos é produzida pelas ações linguísticas ou 
atos de fala. Ainda de acordo com o estudioso, é es-sencial 
a uma compreensão adequada da linguagem 
que reconheçamos que essa teia está perpetuamente 
recriada na fala, isto é, continuamente expandida, al-terada 
e reconfi gurada em nossas atuações e práticas 
linguísticas. A linguagem é primeira e, sobretudo, 
uma atividade, não um produto. De fato, há produtos 
de nossas atividades linguísticas, mas esses frutos de 
nossas práticas, tentativas sempre mutantes, são teias 
que se tecem à medida que andamos e nunca chegam 
a ser um sistema acabado, uma vez que não podemos 
dominar toda a teia, posto que entre outras razões, ela 
nunca é dada.
17 
Exercícios de autoavaliação Unidade I: 
No mundo dos sinais 
Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem cheios de espinhos. Mulungus e aroeiras expõem 
seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem fl ores, sem frutos. 
Sinais de seca brava, terrível! 
Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o gado. 
Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles deixando no estradão as marcas de sua 
passagem. 
TV Cultura, Jornal do Telecurso 
Há vários tipos de linguagem: musicais, matemática, do computador, da moda, da arte, gestuais, sinais, es-paciais. 
Todas se diferenciam pelo seu repertório, regras de uso e combinação, sendo umas mais fl exíveis que 
outras. Tal fl exibilidade decorre do fato de que ela não se estabelece como as línguas faladas, por meio de um 
processo de cristalização social. 
1. Defi na o conceito de linguagem, tomando como base os textos acima. 
2. Em qual das opções há a constatação de níveis de linguagem? 
a) Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem cheios de espinhos. 
b) Sinais de seca brava, terrível! 
c) Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles deixando no estradão as marcas de sua passagem. 
d) Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos... 
3. “(...) Se o signo está no lugar do objeto que ele representa, essa representação pode assumir aspectos 
variados, depende do tipo de relação que mantém.” (Aranha e Martins 1993). Essa relação pode ser do tipo 
ícone, índice e de representação. Identifi que no texto ‘No mundo dos sinais’ essas relações: 
Atividade complementar 
A história foi narrada na modalidade escrita da linguagem. Utilize outras linguagens para contar a história 
acima.
18 UNIDADE II 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
2.1 –– Alguns Princípios Teóricos 
Segundo Sá (1973), comunicar signifi ca comparti-lhar 
as nossas atitudes, isto é, agir usando a partici-pação 
de ambos os lados, interagir. O que signifi ca 
trocar experiências, respeitar as convicções do outro 
e vice-versa, resultando numa cooperação necessária 
para a vida em sociedade. Sociedade que estabelece 
comunicação, usando os signos e regras de conheci-mento 
coletivo, aceitos por uma comunidade, sem os 
quais seria impossíveDl a convivência devido à in-compreensão 
linguística de ambos os lados. A comu-nicação 
é um processo interativo, com um conceito 
de linguagem representativa cuja propriedade essen-cial 
é exclusividade humana. 
Para a maior parte dos falantes, o uso da linguagem 
se dá de modo automático. Por isso, raramente, per-cebe- 
se que o modo como se organiza a linguagem 
está diretamente ligado à função que se deseja dar a 
ela, isto é, a intenção do locutor/emissor. A linguagem 
desempenha determinada função de acordo com a ên-fase 
e intencionalidade que se queira dar a cada um 
dos componentes do ato de comunicação (CEREJA 
1998:32). Por intencionalidade discursiva entende-se 
as intenções explícitas (visíveis) ou implícitas (de-duzíveis) 
existentes na linguagem dos interlocutores 
que participam de uma situação comunicativa. 
O sucesso de nossas interações verbais, seja na 
condição de locutor, seja na de interlocutor, depende 
muito da nossa capacidade de lidar com essa inten-cionalidade. 
Por meio dela podemos impressionar, 
ofender, persuadir ou informar nosso interlocutor; po-demos 
ainda, pedir, solicitar, implorar, reivindicar. A 
intencionalidade discursiva não se refere somente ao 
enunciado propriamente dito. Ela se defi ne também 
a partir de outros componentes que participam da si-tuação 
comunicativa, como quem fala, para quem se 
fala e em que contexto sócio-histórico é produzido o 
enunciado. Desta forma, em cada ato de fala, depen-dendo 
de sua fi nalidade, destaca-se um dos elementos 
da comunicação. 
2.2 - Elementos da Comunicação 
Conforme JAKOBSON (2005:21), em Linguística e 
Comunicação, cada um desses seis elementos deter-mina 
uma diferente função da linguagem, no entanto, 
apesar dessa distinção de aspectos básicos da lingua-gem, 
difi cilmente encontraríamos mensagens verbais 
que preenchessem uma única função. É preciso escla-recer 
que as seis funções não se excluem. Entretanto, 
(Receptor) 
é engano pensar que todas estejam presentes simul-taneamente. 
O que pode ocorrer é o domínio de uma 
das funções; assim, temos mensagens predominante-mente 
referenciais, predominantemente expressivas. 
Eis as funções da linguagem, ligadas ao ato da comu-nicação, 
segundo o referido estudioso:
19 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO X FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
1. Função Referencial: também chamada de deno-tativa, 
é aquela que passa uma informação sobre a 
realidade, objetivamente, sem que haja espaço para 
julgamentos ou tentativas de infl uenciar o receptor da 
mensagem do texto. Ex.: “Se persistirem os sintomas, 
o médico deverá ser consultado”. 
2. Função expressiva: é aquela, que, ao contrário 
da referencial, abre espaço no texto para a manifes-tação 
de emoções, pois se trata da reação do receptor 
da mensagem (aquele com quem se fala), enquanto 
o emissor (aquele que fala) passa a mensagem. Em 
outras palavras, isto signifi ca que, por causa da fala 
do emissor, é notável a reação do receptor através de 
marcas de atitudes pessoais como emoções, opiniões, 
avaliações. Como bem diz o adjetivo “expressiva”, 
nessa função, o produtor dessas reações mostra que 
está presente no texto ao deixar visível, através de 
expressões faciais, gestuais, corporais e, no caso da 
escrita, com pontuações, aos olhos das pessoas todos 
os seus pensamentos. Ex. (ao vivo) com a frase “Eu 
odeio tomar refrigerante quente”, o produtor dessa 
frase certamente está fazendo “caras e bocas” para 
expressar o sentido do verbo “odiar”. Já na modali-dade 
escrita, usa-se pontuações, interjeições, transcri-ções 
de tons na fala, dentre outros recursos para dar 
expressividade à frase. por exemplo: “Eu “odÊIo” 
tomar refrigerante quente!” 
3. Função conativa: também conhecida como ape-lativa, 
é aquela usada quando se deseja convencer al-guém 
através de uma mensagem infl uenciadora, na 
tentativa de envolver o leitor, levando-o à mudança de 
um determinado comportamento. Essa função pode 
estar presente nas propagandas: (Você experimenta, 
você decide!); nas negociações entre pais e fi lhos, 
chefes e empregados, casais: (Presta atenção, fi lho. Se 
você for neste lugar, você pode ser assaltado...) 
Na função conativa, como se pode perceber, a pre-sença 
do receptor está marcada quase sempre por 
pronomes de tratamento, ou da segunda pessoa do 
discurso, pelo uso do imperativo e do vocativo. 
4. Função fática: quando o objetivo da mensagem 
é simplesmente o de estabelecer ou manter a comu-nicação, 
o contato com o emissor e o receptor, diz-se 
que a função predominante é a fática. São típicas 
dessa função as fórmulas de abertura de diálogos que 
constituem frases feitas cuja fi nalidade é manter ação 
comunicativa entre os participantes do diálogo. 
Ex. -“Alô, tia, é a Bianca, tudo bem?” 
-“Ô, querida! Há quanto tempo!” “E aí? 
Quais são as novidades?” 
( 1 seg., 2 seg., 3 seg.;......) 
“- Alô, Bianca? Alôôu? Você tá me ouvindo?” 
Tal função manifesta-se, também, para chamar aten-ção. 
Ex. “AUGHH!!! O que você estava fazendo?; 
PSHIIIIIII!!!!! Fiquem quietos! Ela está praticando 
ioga”. 
5. Função Metalinguística: é aquela usada para se 
falar da própria linguagem. Em outras palavras, trata-se 
da condição em que o assunto é representado atra-vés 
dele mesmo. Como, por exemplo, um texto sobre 
a Língua Portuguesa que se forma através da própria 
Língua Portuguesa; um fi lme cuja história é a de um 
fi lme; um poema em cuja mensagem está a própria 
poesia; os seres humanos falando da própria existên-cia 
humana; uma novela baseada em história de uma 
novela; um texto jornalístico cujo assunto é a men-sagem 
de jornais, dentre outras tantas possibilidades. 
Ex: Itaúna: é o nome de uma localidade do Rio de 
Janeiro. Itaúna origina-se de ita (pedra) e una (preta). 
Signifi cando originariamente, portanto, pedra preta. 
6. Função poética: é usada para despertar a surpresa 
e prazer estético. É elaborada de forma imprevista e 
inovadora. Há nesse tipo de mensagem, classicamen-te 
presente na expressão de poetas e autores literários, 
um real signifi cado a ser investigado pelo leitor, atra-vés 
de construções ou desconstruções da língua no in-tuito 
de fazer refl exão, mudança de comportamento.
20 
Além destas intenções, há a forma como a mensagem 
é produzida, despertando uma série de emoções in-descritíveis, 
que sensibilizam a alma humana. 
Ex. “Rua 
Torta 
Lua 
Morta 
Tua 
Porta”. 
O estudo linguístico da função poética deve ultra-passar 
os limites da poesia, e, por outro lado, não 
se limitar à função poética. As particularidades dos 
diversos gêneros poéticos implicam uma participa-ção, 
em ordem hierárquica variável, das outras fun-ções 
verbais conhecidas sobre a função poética do-minante. 
A poesia épica, por exemplo, é centrada na 
terceira pessoa, pois põe intensamente em destaque 
a função referencial da linguagem; a lírica, por sua 
vez, é orientada para a primeira pessoa, estando in-timamente 
vinculada à função emotiva. Em resumo, 
a análise do verso é inteiramente da competência da 
Poética, e esta pode ser defi nida como aquela parte da 
Linguística que trata da função poética em sua rela-ção 
com as demais funções da linguagem. A Poética, 
no sentido mais amplo da palavra, ocupa-se da função 
poética não apenas na poesia, mas, também, fora da 
poesia, quando alguma função se sobreponha à fun-ção 
poética. 
Vale ressaltar que na maioria das mensagens as fun-ções 
da linguagem estão estreitamente imbricadas, 
seja para efeito de análise (a leitura) ou da fabricação 
(a escrita). Deve-se defi nir: o conteúdo da mensagem, 
seu suporte informacional; a situação de comunica-ção, 
isto é, a personalidade do estinatário, o objetivo 
visado; a atitude do destinador; a escolha dos meios a 
serem usados e a utilização da função. 
Exercícios de autoavaliação - Unidade II: FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Observe a tirinha abaixo e marque as opções corretas nos enunciados abaixo: 
ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: língua e literatura. Vol. único. 2. ed. São 
Paulo: Moderna, 2003. 
1. “Segundo Sá (1973), comunicar signifi ca compartilhar as nossas atitudes, isto é, agir usando a participação 
de ambos os lados, interagir. A comunicação é um processo interativo, com um conceito de linguagem repre-sentativa 
cuja propriedade essencial é exclusividade humana.” 
a) ocorre comunicação entre Calvin e sua mãe. 
b) não ocorre comunicação entre ambos. 
c) a comunicação é parcial, ou seja, é quebrada num determinado momento, pois ‘lanche’ tem interpretação 
diferente para eles. 
d) não há comunicação entre Calvin e sua mãe, porque os dois têm interpretações diferentes sobre ‘lanche’. 
2. A expressão de Calvin no segundo e no último quadrinho, independente das falas apresentadas, pode ser 
entendida como: 
a) felicidade e decepção 
b) felicidade e infelicidade 
c) felicidade e indiferença 
d) felicidade e ironia
21 
Áurea Regin. Projeto Araribá: Portu-guês 
- Ensino Médio - 2. ed. -São Paulo: 
Moderna, 2007. 
3. A fi gura abaixo tem por objetivo: 
a) transmitir informação sobre a realidade ou sobre um elemento a ser designado. 
b) apenas estabelecer uma comunicação, o contato entre o emissor e o receptor. 
c) persuadir o destinatário, infl uenciando o seu comportamento. 
d) expressar emoções, atitudes do emissor em relação ao que fala. 
4. A função fática é aquela que tem por objetivo apenas manter um contato, ou seja, uma comunicação. Qual 
das opções abaixo apresenta tal objetivo? 
a) ‘Vozes veladas, veludosas vozes...’ 
b) Hoje estou com muita raiva. Meu relógio não despertou e cheguei atrasada no colégio. 
c) ‘ --- Nossa! Há tempos não te vejo! / --- É mesmo. Como tem passado?’ 
d) A calopsita é uma ave muito dócil. 
5. ‘Linguagem (natural ou formalizada) que serve para descrever ou falar sobre uma outra linguagem, natural 
ou artifi cial.’ (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa) Essa defi nição refere-se à linguagem: 
a) emotiva 
b) referencial 
c) apelativa 
d) metalinguística 
6. Observe a fi gura e marque a opção correta. 
Áurea Regina.Projeto Araribá: Português - Ensino Médio - 2. ed. -São Paulo: Moderna, 2007. 
O anúncio tem por objetivo persuadir o destinatário. A fi gura de linguagem que apresenta essa característica é: 
a) função fática 
b) conativa 
c) metalinguística 
d) função poética
22 
7. A s gravuras abaixo são, respectivamente, exemplos de linguagem: 
a) referencial e conotativa 
b) emotiva e denotativa 
c) apelativa e expressiva 
d) fática e expressiva 
8. Leia o texto e responda. 
CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.Português: 
linguagens. volume 1 - 6. ed. reform. - São Paulo: Atual,2008. 
Comunicação 
“É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer.. Imagine-se en-trando 
numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome? 
– Posso ajudá-lo cavalheiro? 
– Pode. Eu quero um daqueles, daqueles... 
– Pois não? 
– Um... como é mesmo o nome? 
– Sim? 
– Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhe-cidíssima. 
– Sim, senhor. 
– O senhor vai dar risadas quando souber. 
– Sim senhor. 
[...]” 
O texto mostra um comprador que se esforça para explicar ao vendedor o que quer comprar. No diálogo apre-sentado 
há predomínio de uma das funções da linguagem. Que função é essa? 
a) fática 
b) expressiva 
c) metalinguística 
d) denotativa 
9. De acordo com o texto é correto afi rmar que: 
a) o comprador é o emissor, o vendedor é o receptor e o canal é a língua oral. 
b) o vendedor é o emissor, o comprador é o receptor e o canal é a língua escrita. 
c) o vendedor é o emissor, o comprador é o receptor e o canal é a língua oral. 
d) o comprador é o emissor, o vendedor é o receptor e o canal é a língua escrita. 
10. Ainda com base no texto, é incorreto afi rmar que: 
a) não houve comunicação. 
b) a comunicação não foi estabelecida porque o cliente não se fez entender. 
c) mesmo não conseguindo explicar o que desejava comprar, houve comunicação entre comprador e vende-dor, 
pois ‘travaram’ um diálogo. 
d) em relação ao texto, o título é irônico.
23 UNIDADE III 
O TEXTO 
Antes de prosseguirmos, é importante salientar que em nossa trajetória de estudos sobre a língua, a discussão 
e refl exão sobre o texto não se esgota. 
3.1- Conceito de Texto 
Oriundo do latim textus é o particípio passado do 
verbo textere e naquela época essa palavra já era em-pregada 
para indicar o conjunto linguístico do dis-curso. 
Conforme linha de pensamento da Linguística 
Textual, o texto é constituído conforme uma multi-plicidade 
de sentidos, sendo plurilinear na sua cons-trução. 
É considerado por alguns especialistas como 
uma unidade de sentido em que os vários elementos 
de signifi cação são materializados por meio de ca-tegorias 
lexicais, sintáticas, semânticas e estruturais 
(Kleiman, 2008: 45) 
Assim, o texto é uma ocorrência linguística falada 
ou escrita, de qualquer extensão, dotada de uma uni-dade 
de sentidos tanto no aspecto comunicativo quan-to 
no aspecto formal. Não se constituindo somente 
de palavras arrumadas em frases, mas, sobretudo, de 
outros elementos como: as condições de produção, a 
intencionalidade, fi nalidade e os aspectos formais que 
o compõem, sendo tipologicamente variado. 
Compreensão de texto 
Devemos nos habituar a ler mais do que palavras. A 
compreensão de texto parece uma tarefa difícil, por-que 
o próprio objeto a ser compreendido é complexo. 
A tarefa pode ser complexa porque existe uma rede de 
relações sintáticas, lexicais, semânticas, pragmáticas, 
a nível de sentenças, períodos, parágrafos, relações 
estas que tornam nosso objeto de estudo denso de-mais 
para uma interpretação rápida, imediata e total. 
De fato a compreensão envolve a percepção de frases 
e sentenças, de argumentos, de provas, de objetivos, 
de intenções, contradições e, dentre outras ocorrên-cias, 
a análise de pistas formais. Esses são alguns dos 
pré-requisitos tanto para a compreensão quanto para 
o posicionamento crítico do leitor frente ao texto. 
A compreensão de um texto é um processo que se 
caracteriza pela utilização, pelo de conhecimento 
prévio, isto é, o leitor utiliza durante a leitura o que 
já sabe. É mediante a interação de diversos níveis de 
conhecimento, como o conhecimento linguístico, tex-tual 
e de mundo, que o leitor consegue construir o 
sentido do texto. De acordo com Kleiman (2008:18) 
pode-se dizer com segurança que sem a interação 
desse conhecimento prévio, que alguns estudiosos 
denominam de contexto, não é possível haver com-preensão 
textual. É importante salientar também que 
quanto mais exposição a todo tipo de texto o leitor 
tiver, mais facilmente compreenderá o texto. 
Nesta acepção, devemos ler tudo, sem preconceito, 
atentos às possibilidades que estão circunscritas nas 
relações sociais. 
Tipos de contexto 
Denomina-se contexto todo o conhecimento prévio, 
quer seja empírico quer seja científi co, o qual é ar-mazenado 
de maneira organizada na memória sendo 
ativado toda vez que for preciso. Contexto é também 
o meio em que a mensagem está inserida, é a rede de 
informações que dá sentido ao texto. 
Segundo Guimarães (2001), o contexto pode dar-se, 
em pelo menos, duas principais perspectivas: intra-textual 
ou extratextual. 
No primeiro plano (contexto intratextual) existem 
diversas relações estabelecidas entre os elementos in-ternos 
estruturadores de um texto, relações estas que 
fazem com que a totalidade se confi gure como con-texto 
para a mensagem. As palavras assumem signi-fi 
cado de acordo com o contexto direto em que estão 
inseridas, ou seja, na própria organização discursiva. 
No segundo plano (contexto extratextual) o referen-te 
é situacional, remetendo-se a dados fora do texto. 
Esse contexto determina a compreensão global da 
mensagem, na medida em que inferências externas 
juntam-se à estrutura formal, seja para compor ou, dar 
sentido ao texto. Resumindo, são as relações estabe-lecidas 
entre o texto e a situação comunicativa que se 
constitui o contexto extratextual. 
Neste sentido, valeria propor a discussão sobre duas 
granes classifi cações que são atribuídas ao texto. 
Texto literário 
Muitos autores afi rmam que no texto literário há 
uma preocupação com a escolha e a disposição das 
palavras com a fi nalidade de embelezar o texto. A 
linguagem é conotativa, isto é, assume um sentido fi - 
gurado, poético, fazendo com que as palavras adqui-
24 
ram um valor artístico. No literário, afi rma VANOYE 
(1993:139), realidade, geralmente, é retratada subje-tivamente, 
o autor interpreta-a a seu modo, estando 
em acordo ou desacordo com a realidade objetiva. O 
texto literário pode assumir duas formas: prosa e ver-so. 
Quanto à última forma, tem uma linguagem mais 
enriquecida por explorar emoção, metáforas, sono-ridade 
e o ritmo das palavras, além de atribuir-lhes 
novos sentidos. 
Texto não-literário 
Preocupa-se em transmitir o conteúdo, utilizando a 
palavra em seu sentido próprio, denotativo, sem pre-ocupação 
artística. A esse respeito, o poeta francês 
Paul Valéry (apud Vanoye) diz que, num texto não-literário, 
apreende-se o essencial, cujas relações são 
mais restritas, tendo em vista a necessidade de uma 
informação mais objetiva e direta no processo de do-cumentação 
da realidade, com predomínio da função 
referencial da linguagem. 
3.2- Tipos de Textos 
Existem muitas divergências quanto a essa deno-minação. 
Há quem denomine de gêneros textuais e 
outros, como modos de organização textual. Embora 
não se pretenda discutir nomenclaturas neste instru-cional, 
optaremos pelo termo tipos de texto, com base 
na proposta de (Marchushi (no prelo) em seu livro: 
Gêneros textuais: Constituição e Práticas Sociais) 
cuja perspectiva colabora para que muitos livros 
acadêmicos, manuais de redação e livros didáticos 
tornem-se obsoletos. Dentre os autores que endossam 
a teoria de Marchushi estão Douglas Biber (1988), 
John Swales (1990.), Jean-Michel Adam (1990) e 
Jean Paul Bronckart (1999). 
Os estudiosos usam a expressão tipo textual para 
designar uma espécie de construção teórica defi nida 
pela natureza linguística de sua composição (aspectos 
lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). 
Em geral, os tipos textuais abrangem algumas catego-rias 
conhecidas como: narração, descrição, injunção, 
dissertação argumentativa e dissertação expositiva. 
Vale notar que num texto pode haver uma varieda-de 
tipológica. De acordo com Marchushi (no prelo), 
pode-se dizer que o segredo da coesão textual está 
na habilidade demonstrada em fazer essa "costura" 
ou tessitura dessas sequências tipológicas como uma 
armação de base, ou seja, uma malha infra estrutural 
do texto. Como tais, os gêneros são uma espécie de 
armadura comunicativa geral preenchida por sequ-ências 
tipológicas de base que podem ser bastante 
heterogêneas, mas relacionadas. Por isso, deve-se ter 
cautela em afi rmar que certos textos são “narrativos”, 
“descritivos”, “injuntivos” ou “argumentativos”, pos-to 
que num texto costumam aparecer outras sequên-cias 
tipológicas. Sendo mais coerente, então, fazer 
referência quanto à predominância tipológica. 
O tipo narrativo 
Apoia-se em fatos, personagens, tipo de narração, 
tempo e espaço. Relata mudanças de estado entre os 
fatos, seja marcando essas mudanças nos tempos ver- 
bais ou não. Além disso, há uma relação de anteriori-dade 
e posteridade entre os fatos narrados. 
No que diz respeito ao foco narrativo, o discurso 
pode ser realizado em primeira pessoa, no qual o nar-rador 
é um dos personagens; ou em terceira pessoa, 
quando o narrador apenas faz o papel de observador. 
Ainda sobre o foco narrativo, é importante frisar que 
sua estrutura linguística é marcada por verbos de 
ação, principalmente conjugados no pretérito perfei-to, 
e pela presença dos operadores argumentativos, de 
juntura temporal (quando, enquanto, depois, à medi-da 
que...) 
O tipo descritivo 
A descrição das particularidades físicas de uma pes-soa, 
ambiente ou objeto, por exemplo, transmite ao 
receptor a “sensação de uma fotografi a” (cf. Medei-ros, 
1992:157). Enumera qualitativamente, objetiva 
ou subjetivamente aspectos físicos ou psicológicos de 
objetos, pessoas ou ambientes. É caracterizado pela 
presença de verbos estáticos. 
Esse tipo de texto é um processo de caracterização 
que requer sensibilidade de quem escreve, para sensi-bilizar 
quem lê e é possível fazê-lo utilizando os cin-co 
sentidos da natureza humana. 
Podemos tomar como exemplifi cação a descrição de 
uma rua: sua forma, quantidade de casas (visão); se é 
silenciosa ou ruidosa (audição); se tem cheiro agradá-vel 
ou desagradável (olfato/ paladar), pois os cheiros, 
muitas vezes lembram sabores; se o chão é liso ou 
pedregoso (tato). 
Há três técnicas descritivas: a pictórica, em que o 
observador e objetos estão imóveis; a topográfi ca, 
em que o objeto está imóvel e o observador em mo-vimento 
e vice-versa e a cinematográfi ca, em que o 
observador e objeto estão em movimento. (Carneiro, 
1993:21). Portanto, os elementos básicos da descri-ção 
são: sujeito percebedor e objeto percebido.
25 
Tipo injuntivo 
Embora o tipo injuntivo, chamado também de ins-trucional, 
seja pouco conhecido, seu emprego é co-mumente 
difundido em nosso cotidiano. Seus enun-ciados 
são incitadores de ações, por isso as formas 
verbais frequentemente empregadas estão no modo 
imperativo. Por delicadeza, a intenção de ordem pode 
ser expressa por perguntas ou incentivo a alguma 
ação, podendo assumir uma confi guração imperativa 
mais longa, sendo substituída por um “deve”. 
As sequências injuntivas aparecem em textos de 
vários gêneros, como anúncios, discursos políticos 
e religiosos, livros de autoajuda, receitas, manuais, 
dentre outros. 
Tipo dissertação 
Caracteriza-se por analisar e interpretar fatos ou 
dados de uma realidade, usando para isso conceitos 
abstratos. Nesse tipo de texto, não é muito importante 
a ordem em que as ideias aparecem desde que fi que 
clara a conexão entre elas e que sejam identifi cadas 
as ideias secundárias e a principal. As secundárias 
servem para sustentar, validar ou explicar a primária. 
Quando no texto dissertativo há o predomínio de 
apresentação de ideias, objetivando esclarecimento, 
por meio de informações (subsidiadas por pesquisas 
ou instituições) ou interpretação de dados (estatísti-cos, 
gráfi cos), classifi ca-se por tipo expositivo. Quan-do 
há o predomínio de explicações, com intenção de 
convencimento do interlocutor sobre a validade dos 
argumentos, com a tentativa de fazê-lo acreditar ou 
mudar de opinião, sempre que se utiliza a linguagem, 
querendo alterar ou não as crenças dos interlocutores, 
estamos diante de tipo de dissertação argumentativa. 
É importante salientar que os textos não apresentam 
um tipo isolado. Deste modo o que ocorre é uma fre-quente 
mescla de características comuns de outros ti-pos 
textuais que irão subsidiar um tipo predominante. 
Exercícios de autoavaliação – Unidade III: O texto 
Texto I: 
Ediene tem 16 anos, rosto redondo, trigueiro, índio e bonito das meninas do sertão nordestino. 
Vaidosa, põe anéis nos dedos e pinta os lábios com batom. Mas Ediene é diferente. Jamais abraçará, não na-morará 
de mãos dadas e, se tiver fi lhos, não os aconchegará em seus braços para dar-lhes o calor e o alimento 
dos seios de mãe. A razão é simples, Ediene não tem braços. 
Ela os perdeu numa maromba, máquina do século passado, com dois cilindros de metal que amassam barro 
para fazer telhas e tijolos numa olaria. Os dedos que enche de anéis são os dos pés, com os quais ela escreve, 
desenha e passa batom nos lábios. Ediene, ainda menina, trabalhava na máquina infernal, quando se distraiu e 
seus braços voltaram ao barro. 
A menina é uma das centenas de crianças mutiladas, todos os anos, trabalhando como gente grande em troca 
de minguados cobres, indispensáveis para manter a vida de famílias miseráveis em todo o país. 
Crianças que, a partir dos três anos, ajudam as famílias em canaviais, carvoarias, plantações de sisal, garim-pos 
e olarias, sem direito a estudo, a brincadeiras, ao convívio dos amigos; infância para sempre roubada, para 
ganhar entre R$ 12,50 e R$ 50,00 POR MÊS DE TRABALHO, COM JORNADAS DE ATÉ 14 HORAS! 
Quanto tempo você precisa para gastar R$ 12,50? O que consegue comprar com isso? 
Pense e refl ita o que custa um mês de trabalho duro de um menino semiescravo no Brasil. (...) Até quando? 
Talvez fosse o caso de aproveitar a proposta da reforma do judiciário e adotar de vez a lei muçulmana, a Sharia. 
O ladrão teria a mão direita decepada. Se fosse crime hediondo (o que rouba criança e doente ou explora tra-balho 
infantil é ladrão hediondo), perderia as duas mãos, esmagadas numa maromba bem azeitada. O Aurélio 
defi ne, entre outras coisas, maromba como "esperteza e malandragem". Se todos os marombeiros e ladrões 
tivessem medo de perder as mãos numa maromba, talvez Ediene não fosse obrigada a escrever com os pés, 
pudesse carregar seu fi lho e acariciá-lo, feliz, com o carinho que só as mães sabem dar. 
(Fritz Utzeri, J.B., Caderno B, 02/12/99)
26 
1. Quanto ao texto I , responda: 
a) Qual a tese que se deseja discutir nesse texto? Localize-a? 
b) Qual é a função da narração e da descrição no texto acima? 
2. A tipologia predominante nesse texto é: 
a) Descrição 
b) Narração 
c) Injunção 
d) Dissertação argumentativa 
e) Argumentação expositiva 
3. Contexto é fator relevante para a compreensão de textos. É o meio em que a mensagem está inserida, é a 
rede de informações que dá sentido ao texto. 
Após a leitura dessa afi rmativa, assinale as alternativas em que o contexto dá-se de modo intratextual: 
a) Talvez fosse o caso de aproveitar a proposta da reforma do judiciário e adotar de vez a lei muçulmana, a 
Sharia. 
b) O Aurélio defi ne, entre outras coisas, maromba como "esperteza e malandragem". 
c) Ela é uma das centenas de crianças mutiladas, todos os anos, 
d) Crianças que, a partir dos três anos, ajudam as famílias em canaviais, carvoarias, plantações de sisal, ga-rimpos 
e olarias, sem direito a estudo, a brincadeiras, ao convívio dos amigos; infância para sempre roubada, 
para ganhar entre R$ 12,50 e R$ 50,00 POR MÊS DE TRABALHO. 
4. Transcreva do referido texto um trecho de sequência injuntiva: 
5. (Núcleo Integrador 2008.2) 
Texto II: 
– O telefone! 
– Estou no banho! 
– Certo. 
Para se entender o texto II é necessário conhecer: 
a) O contexto intratextual 
b) Os elementos de coesão 
c) Os elementos de coerência 
d) O tipo textual 
e) O contexto extratextual 
Podemos inferir sobre o texto II que: 
a) O personagem que estava no banho não atendeu ao telefone. 
b) O personagem atendeu ao telefone enquanto estava no banho. 
c) O telefone estava no banheiro. 
d) O banho foi interrompido devido ao telefonema. 
e) O personagem acha que tomar banho é um procedimento correto. 
6. De acordo com a fi gura abaixo, marque a opção correta:
27 
a) não pode ser considerado texto, pois não apresenta palavras. 
b) uma imagem não pode ser considerada texto. 
c) não é possível ler uma imagem. 
d) mesmo não apresentando palavras é um texto porque é possível fazer uma leitura. 
7. Algumas informações contidas na fi gura são possíveis de serem identifi cadas, como um pouco de grama, 
um tronco com galhos cortados e um pássaro sem cabeça. A opção que mostra outra informação é: 
a) o desenho é uma obra de arte. 
b) não intenção de informar. 
c) as consequências do desmatamento para o ecossistema. 
d) as consequências do homem. 
8. Em relação a contexto, entende-se que: 
a) há um conhecimento prévio por parte do homem para que haja entendimento do texto. 
b) independente do contexto, texto é sempre texto. 
c) não é necessário armazenamento de ideias a serem ativadas quando necessárias. 
d) a relação estabelecida entre o texto e a situação comunicativa não constitui o contexto extratextual. 
9. Na frase ‘ELES VÃO TE PEGAR NA ESQUINA’, do anúncio abaixo, a palavra ‘pegar’ pode adquirir 
signifi cados diferentes, a depender do contexto. Assinale o contexto que não se encaixa na frase em destaque. 
a) uma cidade violenta / amigos conversando sobre assaltos no bairro. 
b) um show / nomes das pessoas que se apresentam. 
c) uma família / irmão avisa à irmã que seus pais irão buscá-la. 
d) um comércio / jornal vendido nas bancas de jornal. 
10. A tirinha abaixo apresenta características de um texto: 
CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.Português: 
linguagens. volume 1 - 6. ed. reform. - São Paulo: Atual,2008.
28 
a) narrativo 
b) injuntivo 
c) descritivo 
d) dissertativo 
11. No quadrinho abaixo faltam elementos que corroboram para caracterizar um texto: 
Áurea Regina.Projeto Araribá: Português - Ensino Médio 
- 2. ed. -São Paulo: Moderna, 2007. 
a) narrativo 
b) descritivo 
c) dissertativo 
d) injuntivo 
12. O trecho abaixo, que é destinado a turistas que chegam ao Rio, é considerado um texto injuntivo, pois 
apresenta como característica: 
“NO AEROPORTO: Chegando no aeroporto, procedente de uma cidade do exterior, logo ao sair do avião, aja 
da seguinte forma: 1- Espere na fi la da Polícia Federal, carimbe o passaporte e desça para a zona de bagagem, 
QUE VOCÊ A ENCONTRARÁ VAZIA. 2- Prossiga à direita ou à esquerda, dependendo da sua companhia 
aérea, e você verá uma multidão na loja Duty Free, a Meca dos cariocas que chegam. 3- Siga a multidão, pegue 
um carrinho de mercado, entre à força na multidão e encha o carrinho. (...). 4- Vá para o caixa e entre na fi la. 
(...)” 
a) intenção de ordem (verbo no modo imperativo) 
b) intenção de ordem (verbo no modo indicativo) 
c) apresenta um relato subjetivo 
d) apresenta um relato objetivo 
13. Leia o texto abaixo, que é do tipo dissertativo, e assinale a opção que apresenta as ideias principal e se-cundária, 
respectivamente: 
“Eles são homens, mulheres, jovens e adultos. Todos têm em comum uma prioridade: malhar. Alguns chegam 
a desenvolver uma compulsão tão forte pela atividade física que um dia sem ginástica provoca mal-estar. A 
maioria dos casos está ligada a doenças como anorexia e bulimia. (...).” 
a) ‘A maioria dos casos está ligada a doenças como anorexia e bulimia. / Todos têm em comum uma priori-dade: 
malhar. ’ 
b) ‘Alguns chegam a desenvolver uma compulsão tão forte pela atividade física que um dia sem ginástica 
provoca mal-estar. A maioria dos casos está ligada a doenças como anorexia e bulimia.’ 
c) ‘Eles são homens, mulheres, jovens e adultos. Todos têm em comum uma prioridade: malhar. Alguns che-gam 
a desenvolver uma compulsão tão forte pela atividade física que um dia sem ginástica provoca mal-estar.’ 
d) ‘Todos têm em comum uma prioridade: malhar. Alguns chegam a desenvolver uma compulsão tão forte 
pela atividade física que um dia sem ginástica provoca mal-estar. A maioria dos casos está ligada a doenças 
como anorexia e bulimia. ‘
29 
14. Sobre o texto abaixo, é correto afi rmar que é um texto do tipo: 
Áurea Regina.Projeto Araribá: Português - Ensino Médio - 2. ed. -São Paulo: Moderna, 2007. 
a) injuntivo 
b) dissertativo do tipo argumentativo 
c) descritivo 
d) dissertativo do tipo expositivo
30 UNIDADE IV 
RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA 
Registro falado Registro escrito 
Modalidades Características Modalidades Características 
Oratório 
Intenção artística. Apre-senta 
correspondência com 
literário. 
Literário 
Mais alto grau do registro; 
preocupação estética; cria sig-nos 
e sentidos novos entre os 
vocábulos; procura fundir o 
real ao imaginário. 
Formal 
Linguagem mais polida, 
preocupada em estar de 
acordo com a norma gra-matical. 
Formal Preocupação em seguir a 
norma gramatical. 
Coloquial tenso ou cui-dado 
Linguagem conversacio-nal, 
porém atenta à norma 
gramatical. 
Semi-informal 
Há uma preocupação com a 
norma da gramática, mesclan-do 
com a informalidade. 
Coloquial distenso Conversação corrente. Informal 
Linguagem despreocupada 
com as regras rígidas da gra-mática. 
Contém expressões de 
gírias. 
Vulgar Típico de pessoas de baixa 
escolarização 
A língua enquanto idioma apresenta seus discursos 
em duas modalidades- falada e escrita – em diferen-tes 
níveis. A esses níveis Ribeiro (1998:31) chama de 
registros. Apesar de possuírem discursos distintos, o 
maior ponto de conexão entre elas é o sistema léxico-semântico, 
ou seja, sistema linguístico. 
Apresentamos algumas características de diferen-ciação: 
a fala apresenta marcas explícitas em sua 
produção como maior número de repetições; turnos 
conversacionais mais frequentes; revisão imediata; 
incompletude no nível sintático; menos seleção lexi-cal; 
menor número de processos fonológicos, além de 
Nesse sentido, pode-se concluir, em conformidade 
com MAC (2000, p. 13-19) e Halliday (apud Mac) 
que falar e escrever são formas diferentes de dizer e 
expressar signifi cados linguísticos. Para o estudioso 
tal expressão é sustentada por três princípios: o pri-meiro 
deles é que a escrita, como fora dito anterior-mente, 
não incorpora todos os potenciais de signifi - 
cação da fala, não apresenta limites (marcadores) de 
sentença e parágrafos; o segundo que as duas lingua-gens 
exerçam a mesma função, pois cada uma serve 
truncamentos, repetições, gestos corporais e faciais, 
hesitações, dentre outros. Já a escrita revela-se como 
produto acabado por pressupor um planejamento an-tes 
de sua produção; menor número de repetições; 
turnos conversacionais menos frequentes; registro 
permanente, embora passível de revisões e várias 
edições do escrito; menor densidade e seletividade 
lexical. Não sendo possível abarcar as participações 
paralinguisticas e prosódicas da fala. 
Um quadro ilustrativo e dicotômico proposto por 
Ribeiro (ibidem:32) sintetiza a estruturação dessa re-lação 
entre a oralidade e escrita: 
para uma fi nalidade específi ca; por fi m, fala e escrita 
propõem diferentes contribuições – a escrita cria o 
mundo das coisas/objetos (things), enquanto a fala 
cria o mundo dos acontecimentos. 
Por fi m, o estudo da modalidade falada e escrita 
deve ser analisado sob a perspectiva da relação, uma 
vez que compartilham as funções da linguagem, re-forçando 
uma visão de integração em que ambas pre-cisam 
ser vistas com o mesmo grau de importância.
31 
Exercícios de autoavaliação - Unidade IV 
Texto I: 
"Cada um de nós tem de saber usar uma boa linguagem para desempenhar o seu papel de indivíduo humano e 
de membro de uma sociedade humana. Não se pode admitir que um instrumento tão essencial seja mal conhe-cido 
e mal manejado (...). Cria-se em toda sociedade um ideal linguístico, por que temos de pautar-nos para as 
nossas palavras não provocarem uma repulsão, às vezes latente e mal perceptível, mas sempre sufi ciente para 
prejudicar-lhes o efeito" 
(Matoso Camara Jr.1977:10/11) 
Texto II: 
Fax do Nirso 
Um gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores: 
- ‘seo gomis, o criente de belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor tomá as providenssa. Abrasso, 
nirso.’ 
Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro: -’seo gomis, os relatório di venda vai xegá atrazado 
proque tá fexando umas venda. Temo que manda treis mil pessa. Amanhã to xegano. Abrasso, nirso.’ 
No dia seguinte: -’seo gomis, num xeguei pucausa de que vendi mais deis mil em beraba. Tô ino pra 
brazilha. Abrasso, nirso.’ 
No outro: -’seo gomis, brazilha fexô 20 mil. Vô pra frolinopis e de lá pra sum paulo no vinhão das cete 
hora. Abrasso, nirso. 
E assim foi o mês inteiro. 
O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do 
vendedor. 
O presidente escutou atentamente o gerente e disse: -’deixa comigo, que eu tomarei as providências neces-sárias’. 
E tomou... Redigiu de próprio punho um aviso e o afi xou no mural da empresa, juntamente com as 
mensagens de fax do vendedor: ‘a parti de oje nois tudo vamo fazê feito o nirso. Si priocupá menos im iscrevê 
serto, módi vendê maiz. 
Acinado, o prizidenti. 
<Joeljol@ig.Com.Br>mensagem pessoal. Data: 09/06/2009 10:08-subject: fwd: fax do nirso 
1. De acordo com os textos acima, responda: 
a) O domínio da linguagem oral ou escrita é essencial para uma ascensão profi ssional? Justifi que com base 
no texto II. 
b) Qual dos personagens citados no texto II concordaria com a afi rmação de Matoso Câmara (Texto I)? 
2. Comente o fragmento abaixo com base no aspecto profi ssional do vendedor, gerente e do presidente: 
O GERENTE, MUITO PREOCUPADO COM A IMAGEM DA EMPRESA, LEVOU AO PRESIDENTE AS 
MENSAGENS QUE RECEBEU DO VENDEDOR. 
3. Sobre o fragmento a seguir: "A PARTI DE OJE NOIS TUDO VAMO FAZÊ FEI-TO 
O NIRSO. SI PRIOCUPÁ MENOS IM ISCREVÊ SERTO, MÓDI VENDÊ MAIZ. 
ACINADO, O PRIZIDENTI." É correto inferir que:
32 
a) O presidente tomou essa nova medida, pois aspirava preservar a imagem da empresa . 
b) A atitude do presidente agradou ao gerente. 
c) A falta de domínio da linguagem formal do vendedor afeta diretamente os lucros da empresa. 
d) Para o presidente os lucros eram mais importante que o domínio da escrita.
33 
Se você: 
1) concluiu o estudo deste guia; 
2) participou dos encontros; 
3) fez contato com seu tutor; 
4) realizou as atividades previstas; 
Então, você está preparado para as 
avaliações. 
Parabéns!
34 
Glossário 
Dicotômico: relativo a duas perspectivas de um mesmo tema. 
Holísticos: que dá preferência ao todo ou a um sistema completo. 
Semântica: Semântico do grego semantikos - relativo à signifi cação; signifi cado. 
Subsidiar: relativo a dar suporte, sustentação, embasamento.
35 
Gabarito 
Unidade I 
1. Faculdade que o ser humano tem de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons, cons-tituído 
por signos que compõem, a partir de regras, combinações de usos. 
2. C 
3. Relação de semelhança – tipo ícone: Sol de fogo / Relação causa e efeito – tipo índice: o boiadeiro toca a 
berrante / Relação convencional – tipo representação: Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e 
retorcidos, sem folhas, sem fl ores, sem frutos. 
Atividade complementar: através de desenhos, músicas... 
Unidade II 
1. C 
2. A 
3. C 
4. C 
5. D 
6. B 
7. A 
8. D 
9. A 
10. C 
Unidade III 
1. 
a) Trabalho escravo infantil – Parágrafos 5 e 6. 
b) Validar e sustentar os argumentos utilizados pelo autor do texto. A sequência descritiva colabora para sen-sibilizar 
o leitor, o que torna o argumento mais aceitável. 
2. D 
3. A / B 
4. Pense e refl ita quanto custa um mês de trabalho duro de um menino semiescravo no Brasil. 
5. Opção E 
Opção A 
6. D 
7. C 
8. A 
9. B 
10. A 
11. B 
12. A 
13. C 
14. D 
Unidade IV 
1. 
a) Sim. (justifi cativa pessoal) 
b) O gerente.
36 
2. O vendedor era ativo e competente. Preocupava-se em manter seu chefe informado de todas as suas ações 
e vendas que aumentava a cada contato que fazia. O gerente demonstrava indiferença quanto à produtividade 
do novo funcionário, atendo-se apenas em juntar provas que, de acordo com ele, comprometiam a imagem 
da empresa. O presidente demonstra estar atento ao que seu gerente lhe diz, mas percebe que apesar do novo 
funcionário não ter domínio da linguagem formal não deixava de dar lucros à empresa. 
3.D
37 
Referências Bibliográficas 
ARANHA e MARTINS, Maria Lúcia de Arruda, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofi a. 2 
ed.rev. Atual. São Paulo: Moderna, 1993. 
BECHARA, Evanildo, 1928 – Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. 16ª reimp. – Rio de Janei-ro: 
Lucerna, 2006. 
CABRAL, Gabriela. Funções da Linguagem. http://www.alunosonline.com.br/redacao/funcoes-de-linguagem 
CÂMARA JR, Joaquim Mattoso. Dicionário de Linguística e Gramática. 26 ed. – Petrópolis, Rio de Janeiro: 
Vozes, 2007. 
______. Manual de expressão oral e escrita. 4. ed. – Petrópolis, Vozes, 1977. 
CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção: a escritura do texto. 1 ed. São Paulo: Moderna, 1993 
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Refl exiva: Texto, Semântica e In-teração. 
São Paulo: Atual, 1998. 
GUIMARÃES, Eduardo. Os Estudos Sobre Linguagens: Uma História das Ideias. (linguista e professor do Ins-tituto 
de Estudos da Linguagem (IEL), da Unicamp) http://www.comciencia.br contato@comciencia.br © 2001 
SBPC/LabjorBrasil http://www.comciencia.br/reportagens/linguagem/ling14.htm. Acessado em 18/07/09. 
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo, Cultrix, 2005. 
JAKOBSON, Roman. Princípios de Linguistica Geral. Rio de Janeiro, 2001. (Apostila Acadêmica – Prof. 
Ricardo Lima) 
KRISTEVA, Júlia. História da linguagem. Lisboa, Portugal: Edições 70, Coleção Signos, 1969. 
SÁ, Alísia. Fundamentos Sociológicos da Comunicação. Petrópolis: Vozes, 1973. 
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 11ª ed., Campinas, SP: Pontes, 2008. 
______. Ofi cina de leitura: teoria e prática. 12ª ed. Campinas, SP: Pontes, 2008. 
MARCHUSHI, L.A. Gêneros textuais: Constituição e Práticas Sociais. São Paulo: Cortez. (no prelo). 
MAC, A.P.M.G. Atividades verbais: processo de diferença e integração entre fala e escrita. São Paulo, Plexus, 
2000, p. 13-19 
MEDINA, José. Linguagem: conceitos-chave em Filosofi a. Tradução: Fernando R. da Rocha. – Porto Alegre: 
Artmed, 2007. 
NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofi a: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005. 
Núcleo Integrador/ Universidade Castelo Branco. –Rio de Janeiro: UCB, 2008. 
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. Tradução e adaptação 
de Clarice Madureira Saboia – 9ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 1993. 
RIBEIRO, Manoel Pinto. Gramática aplicada da Língua Portuguesa. 10 ed. – Rio de Janeiro: Metáfora , 
1998. 
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. Tradução e adaptação 
de Clarice Madureira Saboia – 9ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 1993.
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Fundamentos Português

  • 1. VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA Conteudista Denilson Pereira de Matos Rio de Janeiro / 2009 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
  • 2. UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo Branco - UCB. Un3f Universidade Castelo Branco Fundamentos Teóricos da Língua Portuguesa / Universidade Castelo Bran-co. – Rio de Janeiro: UCB, 2009. - 40 p.: il. ISBN 1. Ensino a Distância. 2. Título. Universidade Castelo Branco - UCB Avenida Santa Cruz, 1.631 Rio de Janeiro - RJ 21710-250 Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696 www.castelobranco.br CDD – 371.39
  • 3. Apresentação Prezado(a) Aluno(a): É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-ação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, consequentemente, propiciando oportunidade para melhoria de seu desempenho profi ssional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-peram retribuir a sua escolha, reafi rmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua. Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-cimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica. Seja bem-vindo(a)! Paulo Alcantara Gomes Reitor
  • 4. Orientações para o Autoestudo O presente instrucional está dividido em quatro unidades programáticas, cada uma com objetivos defi nidos e conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam atingidos com êxito. Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-plementares. As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1. Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das quatro unidades. Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o conteúdo de todas as Unidades Programáticas. A carga horária do material instrucional para o autoestudo que você está recebendo agora, juntamente com os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 75 horas-aula, que você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso. Bons Estudos!
  • 5. Dicas para o Autoestudo 1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo. 2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções. 3 - Não deixe para estudar na última hora. 4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor. 5 - Não pule etapas. 6 - Faça todas as tarefas propostas. 7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento da disciplina. 8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a autoavaliação. 9 - Não hesite em começar de novo.
  • 6.
  • 7. SUMÁRIO Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 09 Contextualização da disciplina .................................................................................................................... 11 UNIDADE I LINGUAGEM: CONCEITO DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 1.1 - Conceito de Fala, Língua e Linguagem ............................................................................................. 13 UNIDADE II FUNÇÕES DA LINGUAGEM 2.1 - Alguns Princípios Teóricos .................................................................................................................. 18 2.2 - Elementos da Comunicação ................................................................................................................ 18 UNIDADE III O TEXTO 3.1 - Conceito de Texto ................................................................................................................................ 23 3.2 - Tipos de Textos .................................................................................................................................... 24 UNIDADE IV RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA .......................................................................................30 Glossário ......................................................................................................................................................34 Gabarito ........................................................................................................................................................ 35 Referências bibliográfi cas ............................................................................................................................ 37
  • 8.
  • 9. 9 Quadro-síntese do conteúdo programático UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS I. LINGUAGEM: CONCEITO DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 1.1. Conceito de Fala, Língua e Linguagem • Reconhecer a importância da linguagem; • Estabelecer as diferenças entre língua, linguagem e fala. II. FUNÇÕES DA LINGUAGEM 2.1. Alguns Princípios Teóricos 2.2. Elementos da Comunicação • Reconhecer as funções da linguagem. III. O TEXTO 3.1. Conceito de Texto 3.2. Tipos de Textos • Conceituar texto e identifi car os tipos textuais; • Analisar a classifi cação tipológica dos textos. IV. RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA • Estabelecer as diferenças entre oralidade e escrita.
  • 10.
  • 11. 11 Contextualização da Disciplina A refl exão sobre as questões relacionadas à linguagem é antiga. Há muito que o homem pensa no que motiva os seres humanos à comunicação, aos tipos de uso de um mesmo código, às modalidades linguísticas e a tantos outros temas que percorrem as pesquisas científi cas. Os estudos linguísticos datam de muitos séculos a.C.. Seus primeiros registros datam da Tese Religiosa, pas-sando pelos Gregos, Romanos e tantos outros e foi no século XX, com Ferdinand Saussure, que as pesquisas no âmbito da língua/linguagem ganharam maior representatividade, profundidade e método. Neste sentido, o instrucional Fundamentos Teóricos da Língua Portuguesa traz, de forma despretensiosa, alguns dos conceitos e bases que norteiam os estudos da língua (a perspectiva sob a ótica de textos em língua portuguesa dá ao material instrucional um escopo mais específi co, no que se refere a nossa língua vernácula). Sem pretender esgotar os tópicos que serão abordados neste institucional, propõe-se a discussão sobre a com-preensão de linguagem como algo construído social e coletivamente. Nesta acepção, cabe ao profi ssional em formação investir em um diálogo contínuo e sistemático com as contribuições advindas de estudos teóricos e empíricos desenvolvidos em diferentes campos disciplinares. Enfi m, no término da leitura e do desenvolvimento das atividades propostas, acredita-se na iniciação efetiva de cada leitor potencial aos estudos sobre a língua/linguagem e por extensão a língua portuguesa.
  • 12. 12
  • 13. 13 UNIDADE I LINGUAGEM: CONCEITO DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA O estudo da linguagem não está restrito aos profi s-sionais de Linguística, mas também, a Fonoaudiólo-gos, Filósofos, Psicólogos, Antropólogos, Historicis-tas, Sociólogos e Biólogos por serem áreas que têm como cerne o ser humano. Os estudiosos dessas áreas são quase que unânimes em afi rmar que a história hu-mana só possui um signifi cado porque as experiên-cias do ser são estocadas por processo de acumulação e superação comunicáveis, manifestando-se, de modo permanente, na vida e sobrevivência do homem. “Se a palavra que distingue o homem de todos os seres vivos se encontra enfraquecida na possibilidade de expressão, é o próprio homem que se desumaniza” (Aranha e Martins 1993:23) Nesta acepção, é preciso destacar que estudiosos de outras áreas de conhecimento (por exemplo, ciências exatas, dentre outras) admitem que o domínio linguís-tico colabore no sentido de permitir que os profi ssio-nais e estudantes das suas respectivas áreas alcancem resultados mais promissores. Afi nal, as relações ge-ralmente ocorrem em função de uma interação ver-bal, de um processo comunicativo e por meio de um código: uma língua. 1.1 –– Conceito de Fala, Língua e Linguagem Fala Antes de entrarmos no mérito da fala propriamente dita, convém mencionar que este tema normalmente é pouco estudado durante o ensino básico, médio e superior. Tal constatação indica um fato exótico se considerarmos a relação do homem com o universo da fala, que é muito maior do que o que ocorre via escrita. Assim, toda refl exão que se possa fazer sobre a língua falada sempre será bem-vinda. Assim, enquanto defi nição, a fala é o som da voz humana que se concretiza por meio de sinais gráfi cos. Consiste no ato discursivo em si. Há particularidades que são exclusivos da linguagem oral, são os elemen-tos extralinguísticos – expressões faciais e corporais – que representam os efeitos das palavras que são proferidas durante uma interlocução. Comumente en-contramos nos textos de estudos linguísticos a distin-ção entre a língua e a fala (langue e parole), conceitos estabelecidos, inicialmente, por Saussurre, atribuindo à primeira como social e, à segunda como individual. Essa corrente teórica é compartilhada por inúmeros estudiosos e afi rma a natureza social não só da língua, mas também da fala. Para comprovação, o estudioso propõe que se deixe de lado a ocorrência da palavra, como signo, e se observará que a própria realização deste signo na enunciação concreta é inteiramente determinada pelas relações sociais, pois a palavra é extraída pelo locutor por meio de um estoque social de signos disponíveis. Relevância do estudo da fala Tema relevante na atualidade, seja pela ótica da in-vestigação teórica ou pela aplicação prática, a estru-tura e as características da língua falada (LF) são ob-jetos de pesquisa, possibilitando inclusive, a refl exão sobre a presença de operadores argumentativos neste tipo de modalidade da língua. Vale ressaltar que para o desenvolvimento de tais pesquisas faz-se necessá-rio considerar os limites (diferenças e semelhanças) entre a fala e a escrita. Afi nal, não se trata de língua diferente ou diferentes sistemas, mas uma distinção relacionada ao processamento. Nesta acepção, é fun-damental que se tenha em mente que estas modali-dades se relacionam num contínuo e não têm regras exclusivas. A LF é toda produção linguística dialogada ou mo-nologada naturalmente, realizada livremente e em tempo real, em contexto e situações comunicativas autênticos, formais ou informais, prevista em condi-ções de proximidade física que lhe possibilite reali-zação. Neste sentido, entendê-la como código-fônico é apenas a sinalização de um de seus aspectos mais óbvios, pois para o melhor entendimento da dinâmica
  • 14. 14 em que está inserida, é necessário considerar fatores de outra ordem, por exemplo, do discurso, da intera-ção e da expressividade. Na mesma medida, a con-cepção de variação também não pode ser desprezada, pois não é fenômeno exclusivo da escrita. Enquanto Unidade Comunicativa (UC), a LF se dá em tempo real e em espaço situacionalmente condi-cionado, é produção textual, interativa por excelência e por isso exige cooperação. No que se refere à argumentação, conceito hoje não apenas relacionado aos limites da retórica grega, mas entendido como a busca de persuasão de um auditório (Guimarães, 1987), entende-se que os processos inte-racionais pertinentes à LF são propícios à formação de estruturas e mecanismos argumentativos capazes de orientar um enunciado, apresentar um conteúdo e conduzir o interlocutor a uma conclusão. Tudo na di-reção de se construir um texto (no sentido amplo da palavra: capaz de comunicar e provocar no outro uma reação), organizado de tal forma que possa ser ana-lisado como qualquer texto na língua escrita, cons-tituído de organizadores cujo uso ocorre em benefi - cio daqueles que o produzem. Assim, os marcadores conversacionais (conf. Castilho – Núcleo Integrador), a repetição, a correção, a hesitação, a paráfrase, a elipse e o anacoluto (Marcuschi, 2000) são elementos e ações que compõem o que se convencionou chamar de conversação (prática social cotidiana do ser huma-no e espaço para a construção de identidades sociais). Fenômeno de arquitetura geral organizada, suscetível ao estudo e ao rigor científi co. Enfi m, a LF tem seu modo próprio de textualização. Ocorre em gêneros tipicamente desenvolvidos, não mantendo com a escrita uma relação dicotômica. O texto falado apresenta alto grau de gramaticalidade, seja ele qual for o nível de formação, procedência so-cial ou identidade cultural do falante. Língua No seu sentido da anatomia humana, a língua é o nome do órgão mais importante do aparelho fonador. No sentido comunicacional, comporta duas modali-dades: a escrita e falada. Num mesmo nível, as duas não têm as mesmas formas, nem os mesmos “recur-sos expressivos” (conforme 1.1). Para a compreensão dos problemas da expressão e da comunicação verbal, é fundamental considerar esta distinção. Na língua fa-lada, o signifi cante é formado por fonemas, na escrita, por signos gráfi cos ou grafemas, por exemplo: o al-fabeto. Mas não há necessariamente correspondência entre números de fonemas (sons) e grafemas (símbo-los ou letras). O conjunto de palavras de uma língua, peculiar a um grupo social quando constituída como unidade ide-al, reconhecida e praticada por todos que o integram, vira um produto social – patrimônio cultural - dando origem assim, a um idioma. Cada idioma é composto por, pelo menos, um conjugado de léxico (palavras) e o sentido que se pode extrair dessas palavras é objeto de estudo da semântica. A comunicação, então, pressupõe que os falantes de uma língua têm um repertório de palavras em co-mum e compreendem tais palavras do mesmo modo. Entretanto, só é possível chegar a um entendimento sobre as palavras, na medida em que há aceitação de vários indivíduos e um certo grau de uniformidade, fi xado pelo uso constante da língua, ou seja, semanti-camente, não existe um sentido comum genuíno, mas sim, uma espécie de acordo tácito, no uso e aplicação dessas palavras. Como patrimônio cultural, a língua tem poder tan-to de unifi car quanto de dividir pessoas (Bourdieu apud Medina 2007). Assim, não é surpreendente que a língua possa desempenhar um papel tão poderoso na formação de identidades coletivas. Para o estudio-so, manter a unidade linguística de uma comunidade envolve sempre algum grau de imposição para que a língua seja legitimada. O uso da língua, enquanto patrimônio cultural, é perpetuado por meio de uma complexa rede de práti-cas institucionais formais e informais, as quais pode-mos incluir a escola, família, religião, o mercado de trabalho etc. Tais instituições colaboram para repro-dução, fi xação, domínio e perpetuação da língua. Em síntese, língua não se confunde com a lingua-gem, ela faz parte da linguagem, sendo um produto social, conjunto de convenções necessárias adotadas pelo corpo social que permite a comunicação entre os indivíduos do mesmo grupo. Linguagem Que tal agora mergulharmos no universo da lingua-gem? A faculdade que tem o homem de exprimir seus es-tados mentais, por meio de um sistema de sons vocais chamado língua que o organiza numa representação compreensiva em face do mundo subjetivo interior denomina-se linguagem. De acordo com Câmara Jr. (2007: 23), pela ativi-dade da linguagem ou fala, faz-se comunicação en-tre os homens para a transmissão de conhecimentos (linguagem intelectiva); dá-se a exteriorização das
  • 15. 15 paixões humanas sem intento direto de comunicação, numa atuação de infl uência psíquica de uns sobre os outros, utilizando a representação linguística para a expressão do que se chama, em sentido lato, os afetos em contraste com atividade de compreensão mental (linguagem afetiva). No âmbito dos estudos fi losófi cos, a linguagem torna-se um conceito importante, sobretudo na me-dida em que, a partir do pensamento, é considerada como elemento estruturador da relação do homem com o real. O uso da linguagem envolve esponta-neidade e criação. A linguagem é um dos principais instrumentos que contribuiu para a formação do mundo cultural. É um sistema de signos aceitos por um grupo social e, por isso, toda linguagem possui, necessariamen-te, um repertório, uma relação dos signos que vão compô-la, a partir de regras de combinação e de uso. Para que se efetue a comunicação é necessário haver um código, um signo comum. Se o signo está no lugar do objeto que ele representa, essa repre-sentação pode assumir aspectos variados, depende do tipo de relação que mantém. Se a relação é de semelhança, temos um signo tipo ícone, como por exemplo, um desenho que se assemelhe a uma fotografi a; uma palavra onomato-paica (cocorocó, miau...). Se a relação é de causa e efeito, ou seja, uma re-lação que afeta a existência do objeto ou é por ela afetada, temos o signo do tipo índice, como por exemplo, as nuvens são símbolos de chuva (são a causa da chuva); o chão molhado também pode ser símbolo de chuva (é o efeito da chuva); fumaça ou cheiro de queimado são símbolos de fogo; os sinais matemáticos são signos de operações; febre indica doença. Todos esses signos apontam para o objeto representado. Se a relação é regida simplesmente por conven-ção, quer seja verbal ou não verbal, temos o signo tipo representação: o uso da cor preta para denotar luto, nas comunidades ocidentais, por exemplo, na China e Japão é a branca; o uso da aliança na mão esquerda como símbolo de casamento, dentre ou-tros. Conforme Aranha & Martins, (1993:4), pode-se afi rmar que a diferença entre a linguagem humana e a linguagem animal está no fato de que este tem a linguagem biologicamente idêntica na espécie e é capaz de entender apenas ícones e índices, por estarem relacionados à forma fi xa e única com o acontecimento a que se refere. No adestramento de um cão, por exemplo, os resultados são sempre medíocres, posto que são mecânicos, por serem ob-tidos sempre mediante à aprendizagem automática e irrefl etida. Com efeito, os estudiosos de aquisição da linguagem afi rmam que experimentos em crian-ças e fi lhotes de chipanzés, por exemplo, eviden-ciam superioridade da criança em diversos aspec-tos de conduta e aprendizagem. A manifestação do sistema de comunicação por meio da aquisição e elaboração de pensamentos abstratos, passando a manipular o seu ambiente e si mesmo, por meio de símbolos, princípios altamente complexos e va-riados, confi rmam traços da linguagem humana. O animal não produz a sua existência, mas apenas conserva agindo instintivamente, mesmo aqueles de complexidade orgânica, como o joão-de-barro, marimbondos, abelhas ao construírem suas casas. Estes atos visam à defesa, procura de alimentos e de abrigos. Suas atividades não são dirigidas por fi nalidades conscientes, mas momentos instintivos de sobrevivência. Tipos e níveis da linguagem Há vários tipos de linguagem: musicais, matemá-tica, do computador, da moda, da arte, gestuais, sinais, espaciais. Todas se diferenciam pelo seu repertório, regras de uso e combinação (umas mais fl exíveis que outras). A fl exibilidade decorre do fato de que ela não se estabelece como as línguas faladas, por meio de um processo de cristalização social. A consolidação da linguagem é o ato linguístico que incide por meio da língua escrita ou da fala. A escrita, representação visível e durável da lin-guagem, depende do contexto para sua clareza e expressividade, apresenta-se em vários níveis de acordo com a fi nalidade social em que opera. A falada, relegada à conversação1 cotidiana, é valo-rizada pela entonação, mímica e facilitada em sua compreensão pela situação concreta de uso. Para que se efetue a comunicação é necessário, como já afi rmamos anteriormente, haver um códi-go comum. O português é a língua que utilizamos. Mas trata-se de uma língua portuguesa sujeita a infl uências linguísticas, ambientais, sociais etc. O português da Bahia não é o mesmo do Rio Grande do Sul; assim como o de um médico não costuma ser o mesmo do seu paciente. O ambiente social e cultural determina a língua. Essas questões levam à constatação de que existem níveis de linguagem. Admitem os linguistas que no interior da língua, principalmente a falada, existe uma língua comum, conjunto de palavras, expressões e construções 1Embora já existam vários estudos sobre a língua falada, o ambiente escolar ainda carece do desenvolvimento sistemático do ensino/análise desta modalidade de língua, principalmente na educação básica.
  • 16. 16 mais usuais ou formais que para tal distinção, por exemplo, apoiam-se num critério basicamente so-ciocultural. Nesse plano bem prático, que é o da comunicação, vale ressaltar que o nível da lingua-gem adapta-se às situações diversas. Aquisição da linguagem O suíço e fundador da escola linguística estrutura-lista Ferdinand Saussurre (1857-1913) concebeu a linguagem como um sistema abstrato e impessoal ou código la langue do qual emergem as múltiplas va-riedades de eventos de falas individuais. Desse ponto de vista um código é mais de que um léxico. Ele con-tém uma sintaxe complexa que dá forma de desem-penhos linguísticos particulares, unifi cando todas as instâncias de uso daquele código. Assim, a sintaxe ou gramática da língua foi concebida como uma máqui-na capaz de produzir resultados infi nitos, a partir de entradas fi nitas e, portanto, a chave para a solução do mistério da criatividade linguística. Uma abordagem mais sofi sticada da competência linguística, enquanto competência gramatical foi de-senvolvida pelo linguista americano Noam Chomsky (apud Medina), em sua teoria de gramática gerativa. Medina (2007:122) afi rma que de acordo com o lin-guista, a produção da fala envolve aplicação de regras gerativas de gramática que devem estar intrínsecas no ser humano desde a sua concepção e que, portanto, não são aprendidas. Desse ponto de vista, a compe-tência linguística consiste na posse de uma gramática universal e inata. E envolve a habilidade de realizar operações complexas em uma língua natural, de acor-do com regras universais de sintaxe, um aprendiz de línguas deve ser capaz de conectar sua gramática universal inata com a gramática da língua particular, a qual ele está exposto. Essa teoria da gramática ge-rativa foi desenvolvida tendo em vista um problema central no que concerne ao aprendizado de língua, o assim chamado de problema da pobreza de estímulos: como as crianças são capazes de identifi car a gramá-tica de uma língua tendo como base uma exposição mínima a ela? Como pode um conjunto pequeno e imperfeito de frases estimular a criança a falar de um modo governado por regras sistemático? Chomsky argumentou que não podemos resolver este problema a menos que postulemos um aparato gramatical inato que permita ao aprendiz fi ltrar, sistematizar e genera-lizar as poucas informações linguísticas que são pos-tas a sua disposição. Na concepção de Bourdieu (apud Medina), o do-mínio da linguagem consiste em uma habilidade al-tamente localizada e essencialmente contextual: um “sentido prático”, o qual não pode ser reduzido a um conjunto abstrato de regras gerativas ou receitas de al-goritmos como propõe Chomsky para a manipulação de signos. Isto é, o que é inculcado no treinamento linguístico. O aprendizado linguístico é completado com sucesso, quando o aprendiz adquiriu um modo particular de falar e escutar, um habitus linguístico que é mostrado nos desempenhos reais e localizados de sua fala corporifi cada. Nosso habitus linguístico é um conjunto de disposições que controlam nossa produção de fala e a nossa recepção dos discursos dos outros. O habitus do falante contém formas estáveis de sensitividade e de geratividade que foram labo-riosamente manufaturados por meio do desempenho repetido. Nietzsche (apud Medina) desenvolve uma abor-dagem da origem da linguagem, que concebe o de-senvolvimento da linguagem, a criação de palavras, então ligadas a experiências sensoriais: O que é uma palavra? “Ela é um cópia sonora de um estímulo nervoso”. O estudioso argumenta que a verdade não pode ter sido “o fator decisivo na gênese da lingua-gem”, porque muitos dos termos mais básicos de uma língua estão diretamente ligados a estímulos subjeti-vos. De fato, diz ele, em última análise, não podemos dar sentido a qualquer signifi cado que seja comple-tamente purifi cado de experiências subjetivas. Niet-zsche (Ibid) descreve a criação de palavras como um processo de metaforização em dois estágios nos quais uma experiência faz surgir uma imagem e esta, por sua vez, um som: “para começar, um estímulo nervo-so é transferido para uma imagem: primeira metáfora. A imagem, por sua vez, é imitada em um som: segun-da metáfora”. O estudioso conclui que não há termos que possam referir-se diretamente sem a mediação da experiência subjetiva, não há designadores rígidos. Portanto todos os signifi cados são metafóricos; todos os domínios semânticos da linguagem são povoados por entidades metafóricas, que são formados por nos-sas projeções subjetivas. Com seus estudos empíricos e teóricos sobre a lin-guagem, Humboltd (apud Medina) propõe uma po-derosa conceitualização dos aspectos holísticos da linguagem com sua famosa e infl uente “metáfora da teia da linguagem”. Afi rma que a linguagem é como uma teia de itens interligados, e que a malha desses elementos é produzida pelas ações linguísticas ou atos de fala. Ainda de acordo com o estudioso, é es-sencial a uma compreensão adequada da linguagem que reconheçamos que essa teia está perpetuamente recriada na fala, isto é, continuamente expandida, al-terada e reconfi gurada em nossas atuações e práticas linguísticas. A linguagem é primeira e, sobretudo, uma atividade, não um produto. De fato, há produtos de nossas atividades linguísticas, mas esses frutos de nossas práticas, tentativas sempre mutantes, são teias que se tecem à medida que andamos e nunca chegam a ser um sistema acabado, uma vez que não podemos dominar toda a teia, posto que entre outras razões, ela nunca é dada.
  • 17. 17 Exercícios de autoavaliação Unidade I: No mundo dos sinais Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem cheios de espinhos. Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem fl ores, sem frutos. Sinais de seca brava, terrível! Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o gado. Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles deixando no estradão as marcas de sua passagem. TV Cultura, Jornal do Telecurso Há vários tipos de linguagem: musicais, matemática, do computador, da moda, da arte, gestuais, sinais, es-paciais. Todas se diferenciam pelo seu repertório, regras de uso e combinação, sendo umas mais fl exíveis que outras. Tal fl exibilidade decorre do fato de que ela não se estabelece como as línguas faladas, por meio de um processo de cristalização social. 1. Defi na o conceito de linguagem, tomando como base os textos acima. 2. Em qual das opções há a constatação de níveis de linguagem? a) Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem cheios de espinhos. b) Sinais de seca brava, terrível! c) Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles deixando no estradão as marcas de sua passagem. d) Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos... 3. “(...) Se o signo está no lugar do objeto que ele representa, essa representação pode assumir aspectos variados, depende do tipo de relação que mantém.” (Aranha e Martins 1993). Essa relação pode ser do tipo ícone, índice e de representação. Identifi que no texto ‘No mundo dos sinais’ essas relações: Atividade complementar A história foi narrada na modalidade escrita da linguagem. Utilize outras linguagens para contar a história acima.
  • 18. 18 UNIDADE II FUNÇÕES DA LINGUAGEM 2.1 –– Alguns Princípios Teóricos Segundo Sá (1973), comunicar signifi ca comparti-lhar as nossas atitudes, isto é, agir usando a partici-pação de ambos os lados, interagir. O que signifi ca trocar experiências, respeitar as convicções do outro e vice-versa, resultando numa cooperação necessária para a vida em sociedade. Sociedade que estabelece comunicação, usando os signos e regras de conheci-mento coletivo, aceitos por uma comunidade, sem os quais seria impossíveDl a convivência devido à in-compreensão linguística de ambos os lados. A comu-nicação é um processo interativo, com um conceito de linguagem representativa cuja propriedade essen-cial é exclusividade humana. Para a maior parte dos falantes, o uso da linguagem se dá de modo automático. Por isso, raramente, per-cebe- se que o modo como se organiza a linguagem está diretamente ligado à função que se deseja dar a ela, isto é, a intenção do locutor/emissor. A linguagem desempenha determinada função de acordo com a ên-fase e intencionalidade que se queira dar a cada um dos componentes do ato de comunicação (CEREJA 1998:32). Por intencionalidade discursiva entende-se as intenções explícitas (visíveis) ou implícitas (de-duzíveis) existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa. O sucesso de nossas interações verbais, seja na condição de locutor, seja na de interlocutor, depende muito da nossa capacidade de lidar com essa inten-cionalidade. Por meio dela podemos impressionar, ofender, persuadir ou informar nosso interlocutor; po-demos ainda, pedir, solicitar, implorar, reivindicar. A intencionalidade discursiva não se refere somente ao enunciado propriamente dito. Ela se defi ne também a partir de outros componentes que participam da si-tuação comunicativa, como quem fala, para quem se fala e em que contexto sócio-histórico é produzido o enunciado. Desta forma, em cada ato de fala, depen-dendo de sua fi nalidade, destaca-se um dos elementos da comunicação. 2.2 - Elementos da Comunicação Conforme JAKOBSON (2005:21), em Linguística e Comunicação, cada um desses seis elementos deter-mina uma diferente função da linguagem, no entanto, apesar dessa distinção de aspectos básicos da lingua-gem, difi cilmente encontraríamos mensagens verbais que preenchessem uma única função. É preciso escla-recer que as seis funções não se excluem. Entretanto, (Receptor) é engano pensar que todas estejam presentes simul-taneamente. O que pode ocorrer é o domínio de uma das funções; assim, temos mensagens predominante-mente referenciais, predominantemente expressivas. Eis as funções da linguagem, ligadas ao ato da comu-nicação, segundo o referido estudioso:
  • 19. 19 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO X FUNÇÕES DA LINGUAGEM 1. Função Referencial: também chamada de deno-tativa, é aquela que passa uma informação sobre a realidade, objetivamente, sem que haja espaço para julgamentos ou tentativas de infl uenciar o receptor da mensagem do texto. Ex.: “Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”. 2. Função expressiva: é aquela, que, ao contrário da referencial, abre espaço no texto para a manifes-tação de emoções, pois se trata da reação do receptor da mensagem (aquele com quem se fala), enquanto o emissor (aquele que fala) passa a mensagem. Em outras palavras, isto signifi ca que, por causa da fala do emissor, é notável a reação do receptor através de marcas de atitudes pessoais como emoções, opiniões, avaliações. Como bem diz o adjetivo “expressiva”, nessa função, o produtor dessas reações mostra que está presente no texto ao deixar visível, através de expressões faciais, gestuais, corporais e, no caso da escrita, com pontuações, aos olhos das pessoas todos os seus pensamentos. Ex. (ao vivo) com a frase “Eu odeio tomar refrigerante quente”, o produtor dessa frase certamente está fazendo “caras e bocas” para expressar o sentido do verbo “odiar”. Já na modali-dade escrita, usa-se pontuações, interjeições, transcri-ções de tons na fala, dentre outros recursos para dar expressividade à frase. por exemplo: “Eu “odÊIo” tomar refrigerante quente!” 3. Função conativa: também conhecida como ape-lativa, é aquela usada quando se deseja convencer al-guém através de uma mensagem infl uenciadora, na tentativa de envolver o leitor, levando-o à mudança de um determinado comportamento. Essa função pode estar presente nas propagandas: (Você experimenta, você decide!); nas negociações entre pais e fi lhos, chefes e empregados, casais: (Presta atenção, fi lho. Se você for neste lugar, você pode ser assaltado...) Na função conativa, como se pode perceber, a pre-sença do receptor está marcada quase sempre por pronomes de tratamento, ou da segunda pessoa do discurso, pelo uso do imperativo e do vocativo. 4. Função fática: quando o objetivo da mensagem é simplesmente o de estabelecer ou manter a comu-nicação, o contato com o emissor e o receptor, diz-se que a função predominante é a fática. São típicas dessa função as fórmulas de abertura de diálogos que constituem frases feitas cuja fi nalidade é manter ação comunicativa entre os participantes do diálogo. Ex. -“Alô, tia, é a Bianca, tudo bem?” -“Ô, querida! Há quanto tempo!” “E aí? Quais são as novidades?” ( 1 seg., 2 seg., 3 seg.;......) “- Alô, Bianca? Alôôu? Você tá me ouvindo?” Tal função manifesta-se, também, para chamar aten-ção. Ex. “AUGHH!!! O que você estava fazendo?; PSHIIIIIII!!!!! Fiquem quietos! Ela está praticando ioga”. 5. Função Metalinguística: é aquela usada para se falar da própria linguagem. Em outras palavras, trata-se da condição em que o assunto é representado atra-vés dele mesmo. Como, por exemplo, um texto sobre a Língua Portuguesa que se forma através da própria Língua Portuguesa; um fi lme cuja história é a de um fi lme; um poema em cuja mensagem está a própria poesia; os seres humanos falando da própria existên-cia humana; uma novela baseada em história de uma novela; um texto jornalístico cujo assunto é a men-sagem de jornais, dentre outras tantas possibilidades. Ex: Itaúna: é o nome de uma localidade do Rio de Janeiro. Itaúna origina-se de ita (pedra) e una (preta). Signifi cando originariamente, portanto, pedra preta. 6. Função poética: é usada para despertar a surpresa e prazer estético. É elaborada de forma imprevista e inovadora. Há nesse tipo de mensagem, classicamen-te presente na expressão de poetas e autores literários, um real signifi cado a ser investigado pelo leitor, atra-vés de construções ou desconstruções da língua no in-tuito de fazer refl exão, mudança de comportamento.
  • 20. 20 Além destas intenções, há a forma como a mensagem é produzida, despertando uma série de emoções in-descritíveis, que sensibilizam a alma humana. Ex. “Rua Torta Lua Morta Tua Porta”. O estudo linguístico da função poética deve ultra-passar os limites da poesia, e, por outro lado, não se limitar à função poética. As particularidades dos diversos gêneros poéticos implicam uma participa-ção, em ordem hierárquica variável, das outras fun-ções verbais conhecidas sobre a função poética do-minante. A poesia épica, por exemplo, é centrada na terceira pessoa, pois põe intensamente em destaque a função referencial da linguagem; a lírica, por sua vez, é orientada para a primeira pessoa, estando in-timamente vinculada à função emotiva. Em resumo, a análise do verso é inteiramente da competência da Poética, e esta pode ser defi nida como aquela parte da Linguística que trata da função poética em sua rela-ção com as demais funções da linguagem. A Poética, no sentido mais amplo da palavra, ocupa-se da função poética não apenas na poesia, mas, também, fora da poesia, quando alguma função se sobreponha à fun-ção poética. Vale ressaltar que na maioria das mensagens as fun-ções da linguagem estão estreitamente imbricadas, seja para efeito de análise (a leitura) ou da fabricação (a escrita). Deve-se defi nir: o conteúdo da mensagem, seu suporte informacional; a situação de comunica-ção, isto é, a personalidade do estinatário, o objetivo visado; a atitude do destinador; a escolha dos meios a serem usados e a utilização da função. Exercícios de autoavaliação - Unidade II: FUNÇÕES DA LINGUAGEM Observe a tirinha abaixo e marque as opções corretas nos enunciados abaixo: ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: língua e literatura. Vol. único. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003. 1. “Segundo Sá (1973), comunicar signifi ca compartilhar as nossas atitudes, isto é, agir usando a participação de ambos os lados, interagir. A comunicação é um processo interativo, com um conceito de linguagem repre-sentativa cuja propriedade essencial é exclusividade humana.” a) ocorre comunicação entre Calvin e sua mãe. b) não ocorre comunicação entre ambos. c) a comunicação é parcial, ou seja, é quebrada num determinado momento, pois ‘lanche’ tem interpretação diferente para eles. d) não há comunicação entre Calvin e sua mãe, porque os dois têm interpretações diferentes sobre ‘lanche’. 2. A expressão de Calvin no segundo e no último quadrinho, independente das falas apresentadas, pode ser entendida como: a) felicidade e decepção b) felicidade e infelicidade c) felicidade e indiferença d) felicidade e ironia
  • 21. 21 Áurea Regin. Projeto Araribá: Portu-guês - Ensino Médio - 2. ed. -São Paulo: Moderna, 2007. 3. A fi gura abaixo tem por objetivo: a) transmitir informação sobre a realidade ou sobre um elemento a ser designado. b) apenas estabelecer uma comunicação, o contato entre o emissor e o receptor. c) persuadir o destinatário, infl uenciando o seu comportamento. d) expressar emoções, atitudes do emissor em relação ao que fala. 4. A função fática é aquela que tem por objetivo apenas manter um contato, ou seja, uma comunicação. Qual das opções abaixo apresenta tal objetivo? a) ‘Vozes veladas, veludosas vozes...’ b) Hoje estou com muita raiva. Meu relógio não despertou e cheguei atrasada no colégio. c) ‘ --- Nossa! Há tempos não te vejo! / --- É mesmo. Como tem passado?’ d) A calopsita é uma ave muito dócil. 5. ‘Linguagem (natural ou formalizada) que serve para descrever ou falar sobre uma outra linguagem, natural ou artifi cial.’ (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa) Essa defi nição refere-se à linguagem: a) emotiva b) referencial c) apelativa d) metalinguística 6. Observe a fi gura e marque a opção correta. Áurea Regina.Projeto Araribá: Português - Ensino Médio - 2. ed. -São Paulo: Moderna, 2007. O anúncio tem por objetivo persuadir o destinatário. A fi gura de linguagem que apresenta essa característica é: a) função fática b) conativa c) metalinguística d) função poética
  • 22. 22 7. A s gravuras abaixo são, respectivamente, exemplos de linguagem: a) referencial e conotativa b) emotiva e denotativa c) apelativa e expressiva d) fática e expressiva 8. Leia o texto e responda. CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.Português: linguagens. volume 1 - 6. ed. reform. - São Paulo: Atual,2008. Comunicação “É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer.. Imagine-se en-trando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome? – Posso ajudá-lo cavalheiro? – Pode. Eu quero um daqueles, daqueles... – Pois não? – Um... como é mesmo o nome? – Sim? – Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhe-cidíssima. – Sim, senhor. – O senhor vai dar risadas quando souber. – Sim senhor. [...]” O texto mostra um comprador que se esforça para explicar ao vendedor o que quer comprar. No diálogo apre-sentado há predomínio de uma das funções da linguagem. Que função é essa? a) fática b) expressiva c) metalinguística d) denotativa 9. De acordo com o texto é correto afi rmar que: a) o comprador é o emissor, o vendedor é o receptor e o canal é a língua oral. b) o vendedor é o emissor, o comprador é o receptor e o canal é a língua escrita. c) o vendedor é o emissor, o comprador é o receptor e o canal é a língua oral. d) o comprador é o emissor, o vendedor é o receptor e o canal é a língua escrita. 10. Ainda com base no texto, é incorreto afi rmar que: a) não houve comunicação. b) a comunicação não foi estabelecida porque o cliente não se fez entender. c) mesmo não conseguindo explicar o que desejava comprar, houve comunicação entre comprador e vende-dor, pois ‘travaram’ um diálogo. d) em relação ao texto, o título é irônico.
  • 23. 23 UNIDADE III O TEXTO Antes de prosseguirmos, é importante salientar que em nossa trajetória de estudos sobre a língua, a discussão e refl exão sobre o texto não se esgota. 3.1- Conceito de Texto Oriundo do latim textus é o particípio passado do verbo textere e naquela época essa palavra já era em-pregada para indicar o conjunto linguístico do dis-curso. Conforme linha de pensamento da Linguística Textual, o texto é constituído conforme uma multi-plicidade de sentidos, sendo plurilinear na sua cons-trução. É considerado por alguns especialistas como uma unidade de sentido em que os vários elementos de signifi cação são materializados por meio de ca-tegorias lexicais, sintáticas, semânticas e estruturais (Kleiman, 2008: 45) Assim, o texto é uma ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de uma uni-dade de sentidos tanto no aspecto comunicativo quan-to no aspecto formal. Não se constituindo somente de palavras arrumadas em frases, mas, sobretudo, de outros elementos como: as condições de produção, a intencionalidade, fi nalidade e os aspectos formais que o compõem, sendo tipologicamente variado. Compreensão de texto Devemos nos habituar a ler mais do que palavras. A compreensão de texto parece uma tarefa difícil, por-que o próprio objeto a ser compreendido é complexo. A tarefa pode ser complexa porque existe uma rede de relações sintáticas, lexicais, semânticas, pragmáticas, a nível de sentenças, períodos, parágrafos, relações estas que tornam nosso objeto de estudo denso de-mais para uma interpretação rápida, imediata e total. De fato a compreensão envolve a percepção de frases e sentenças, de argumentos, de provas, de objetivos, de intenções, contradições e, dentre outras ocorrên-cias, a análise de pistas formais. Esses são alguns dos pré-requisitos tanto para a compreensão quanto para o posicionamento crítico do leitor frente ao texto. A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização, pelo de conhecimento prévio, isto é, o leitor utiliza durante a leitura o que já sabe. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento linguístico, tex-tual e de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. De acordo com Kleiman (2008:18) pode-se dizer com segurança que sem a interação desse conhecimento prévio, que alguns estudiosos denominam de contexto, não é possível haver com-preensão textual. É importante salientar também que quanto mais exposição a todo tipo de texto o leitor tiver, mais facilmente compreenderá o texto. Nesta acepção, devemos ler tudo, sem preconceito, atentos às possibilidades que estão circunscritas nas relações sociais. Tipos de contexto Denomina-se contexto todo o conhecimento prévio, quer seja empírico quer seja científi co, o qual é ar-mazenado de maneira organizada na memória sendo ativado toda vez que for preciso. Contexto é também o meio em que a mensagem está inserida, é a rede de informações que dá sentido ao texto. Segundo Guimarães (2001), o contexto pode dar-se, em pelo menos, duas principais perspectivas: intra-textual ou extratextual. No primeiro plano (contexto intratextual) existem diversas relações estabelecidas entre os elementos in-ternos estruturadores de um texto, relações estas que fazem com que a totalidade se confi gure como con-texto para a mensagem. As palavras assumem signi-fi cado de acordo com o contexto direto em que estão inseridas, ou seja, na própria organização discursiva. No segundo plano (contexto extratextual) o referen-te é situacional, remetendo-se a dados fora do texto. Esse contexto determina a compreensão global da mensagem, na medida em que inferências externas juntam-se à estrutura formal, seja para compor ou, dar sentido ao texto. Resumindo, são as relações estabe-lecidas entre o texto e a situação comunicativa que se constitui o contexto extratextual. Neste sentido, valeria propor a discussão sobre duas granes classifi cações que são atribuídas ao texto. Texto literário Muitos autores afi rmam que no texto literário há uma preocupação com a escolha e a disposição das palavras com a fi nalidade de embelezar o texto. A linguagem é conotativa, isto é, assume um sentido fi - gurado, poético, fazendo com que as palavras adqui-
  • 24. 24 ram um valor artístico. No literário, afi rma VANOYE (1993:139), realidade, geralmente, é retratada subje-tivamente, o autor interpreta-a a seu modo, estando em acordo ou desacordo com a realidade objetiva. O texto literário pode assumir duas formas: prosa e ver-so. Quanto à última forma, tem uma linguagem mais enriquecida por explorar emoção, metáforas, sono-ridade e o ritmo das palavras, além de atribuir-lhes novos sentidos. Texto não-literário Preocupa-se em transmitir o conteúdo, utilizando a palavra em seu sentido próprio, denotativo, sem pre-ocupação artística. A esse respeito, o poeta francês Paul Valéry (apud Vanoye) diz que, num texto não-literário, apreende-se o essencial, cujas relações são mais restritas, tendo em vista a necessidade de uma informação mais objetiva e direta no processo de do-cumentação da realidade, com predomínio da função referencial da linguagem. 3.2- Tipos de Textos Existem muitas divergências quanto a essa deno-minação. Há quem denomine de gêneros textuais e outros, como modos de organização textual. Embora não se pretenda discutir nomenclaturas neste instru-cional, optaremos pelo termo tipos de texto, com base na proposta de (Marchushi (no prelo) em seu livro: Gêneros textuais: Constituição e Práticas Sociais) cuja perspectiva colabora para que muitos livros acadêmicos, manuais de redação e livros didáticos tornem-se obsoletos. Dentre os autores que endossam a teoria de Marchushi estão Douglas Biber (1988), John Swales (1990.), Jean-Michel Adam (1990) e Jean Paul Bronckart (1999). Os estudiosos usam a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica defi nida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem algumas catego-rias conhecidas como: narração, descrição, injunção, dissertação argumentativa e dissertação expositiva. Vale notar que num texto pode haver uma varieda-de tipológica. De acordo com Marchushi (no prelo), pode-se dizer que o segredo da coesão textual está na habilidade demonstrada em fazer essa "costura" ou tessitura dessas sequências tipológicas como uma armação de base, ou seja, uma malha infra estrutural do texto. Como tais, os gêneros são uma espécie de armadura comunicativa geral preenchida por sequ-ências tipológicas de base que podem ser bastante heterogêneas, mas relacionadas. Por isso, deve-se ter cautela em afi rmar que certos textos são “narrativos”, “descritivos”, “injuntivos” ou “argumentativos”, pos-to que num texto costumam aparecer outras sequên-cias tipológicas. Sendo mais coerente, então, fazer referência quanto à predominância tipológica. O tipo narrativo Apoia-se em fatos, personagens, tipo de narração, tempo e espaço. Relata mudanças de estado entre os fatos, seja marcando essas mudanças nos tempos ver- bais ou não. Além disso, há uma relação de anteriori-dade e posteridade entre os fatos narrados. No que diz respeito ao foco narrativo, o discurso pode ser realizado em primeira pessoa, no qual o nar-rador é um dos personagens; ou em terceira pessoa, quando o narrador apenas faz o papel de observador. Ainda sobre o foco narrativo, é importante frisar que sua estrutura linguística é marcada por verbos de ação, principalmente conjugados no pretérito perfei-to, e pela presença dos operadores argumentativos, de juntura temporal (quando, enquanto, depois, à medi-da que...) O tipo descritivo A descrição das particularidades físicas de uma pes-soa, ambiente ou objeto, por exemplo, transmite ao receptor a “sensação de uma fotografi a” (cf. Medei-ros, 1992:157). Enumera qualitativamente, objetiva ou subjetivamente aspectos físicos ou psicológicos de objetos, pessoas ou ambientes. É caracterizado pela presença de verbos estáticos. Esse tipo de texto é um processo de caracterização que requer sensibilidade de quem escreve, para sensi-bilizar quem lê e é possível fazê-lo utilizando os cin-co sentidos da natureza humana. Podemos tomar como exemplifi cação a descrição de uma rua: sua forma, quantidade de casas (visão); se é silenciosa ou ruidosa (audição); se tem cheiro agradá-vel ou desagradável (olfato/ paladar), pois os cheiros, muitas vezes lembram sabores; se o chão é liso ou pedregoso (tato). Há três técnicas descritivas: a pictórica, em que o observador e objetos estão imóveis; a topográfi ca, em que o objeto está imóvel e o observador em mo-vimento e vice-versa e a cinematográfi ca, em que o observador e objeto estão em movimento. (Carneiro, 1993:21). Portanto, os elementos básicos da descri-ção são: sujeito percebedor e objeto percebido.
  • 25. 25 Tipo injuntivo Embora o tipo injuntivo, chamado também de ins-trucional, seja pouco conhecido, seu emprego é co-mumente difundido em nosso cotidiano. Seus enun-ciados são incitadores de ações, por isso as formas verbais frequentemente empregadas estão no modo imperativo. Por delicadeza, a intenção de ordem pode ser expressa por perguntas ou incentivo a alguma ação, podendo assumir uma confi guração imperativa mais longa, sendo substituída por um “deve”. As sequências injuntivas aparecem em textos de vários gêneros, como anúncios, discursos políticos e religiosos, livros de autoajuda, receitas, manuais, dentre outros. Tipo dissertação Caracteriza-se por analisar e interpretar fatos ou dados de uma realidade, usando para isso conceitos abstratos. Nesse tipo de texto, não é muito importante a ordem em que as ideias aparecem desde que fi que clara a conexão entre elas e que sejam identifi cadas as ideias secundárias e a principal. As secundárias servem para sustentar, validar ou explicar a primária. Quando no texto dissertativo há o predomínio de apresentação de ideias, objetivando esclarecimento, por meio de informações (subsidiadas por pesquisas ou instituições) ou interpretação de dados (estatísti-cos, gráfi cos), classifi ca-se por tipo expositivo. Quan-do há o predomínio de explicações, com intenção de convencimento do interlocutor sobre a validade dos argumentos, com a tentativa de fazê-lo acreditar ou mudar de opinião, sempre que se utiliza a linguagem, querendo alterar ou não as crenças dos interlocutores, estamos diante de tipo de dissertação argumentativa. É importante salientar que os textos não apresentam um tipo isolado. Deste modo o que ocorre é uma fre-quente mescla de características comuns de outros ti-pos textuais que irão subsidiar um tipo predominante. Exercícios de autoavaliação – Unidade III: O texto Texto I: Ediene tem 16 anos, rosto redondo, trigueiro, índio e bonito das meninas do sertão nordestino. Vaidosa, põe anéis nos dedos e pinta os lábios com batom. Mas Ediene é diferente. Jamais abraçará, não na-morará de mãos dadas e, se tiver fi lhos, não os aconchegará em seus braços para dar-lhes o calor e o alimento dos seios de mãe. A razão é simples, Ediene não tem braços. Ela os perdeu numa maromba, máquina do século passado, com dois cilindros de metal que amassam barro para fazer telhas e tijolos numa olaria. Os dedos que enche de anéis são os dos pés, com os quais ela escreve, desenha e passa batom nos lábios. Ediene, ainda menina, trabalhava na máquina infernal, quando se distraiu e seus braços voltaram ao barro. A menina é uma das centenas de crianças mutiladas, todos os anos, trabalhando como gente grande em troca de minguados cobres, indispensáveis para manter a vida de famílias miseráveis em todo o país. Crianças que, a partir dos três anos, ajudam as famílias em canaviais, carvoarias, plantações de sisal, garim-pos e olarias, sem direito a estudo, a brincadeiras, ao convívio dos amigos; infância para sempre roubada, para ganhar entre R$ 12,50 e R$ 50,00 POR MÊS DE TRABALHO, COM JORNADAS DE ATÉ 14 HORAS! Quanto tempo você precisa para gastar R$ 12,50? O que consegue comprar com isso? Pense e refl ita o que custa um mês de trabalho duro de um menino semiescravo no Brasil. (...) Até quando? Talvez fosse o caso de aproveitar a proposta da reforma do judiciário e adotar de vez a lei muçulmana, a Sharia. O ladrão teria a mão direita decepada. Se fosse crime hediondo (o que rouba criança e doente ou explora tra-balho infantil é ladrão hediondo), perderia as duas mãos, esmagadas numa maromba bem azeitada. O Aurélio defi ne, entre outras coisas, maromba como "esperteza e malandragem". Se todos os marombeiros e ladrões tivessem medo de perder as mãos numa maromba, talvez Ediene não fosse obrigada a escrever com os pés, pudesse carregar seu fi lho e acariciá-lo, feliz, com o carinho que só as mães sabem dar. (Fritz Utzeri, J.B., Caderno B, 02/12/99)
  • 26. 26 1. Quanto ao texto I , responda: a) Qual a tese que se deseja discutir nesse texto? Localize-a? b) Qual é a função da narração e da descrição no texto acima? 2. A tipologia predominante nesse texto é: a) Descrição b) Narração c) Injunção d) Dissertação argumentativa e) Argumentação expositiva 3. Contexto é fator relevante para a compreensão de textos. É o meio em que a mensagem está inserida, é a rede de informações que dá sentido ao texto. Após a leitura dessa afi rmativa, assinale as alternativas em que o contexto dá-se de modo intratextual: a) Talvez fosse o caso de aproveitar a proposta da reforma do judiciário e adotar de vez a lei muçulmana, a Sharia. b) O Aurélio defi ne, entre outras coisas, maromba como "esperteza e malandragem". c) Ela é uma das centenas de crianças mutiladas, todos os anos, d) Crianças que, a partir dos três anos, ajudam as famílias em canaviais, carvoarias, plantações de sisal, ga-rimpos e olarias, sem direito a estudo, a brincadeiras, ao convívio dos amigos; infância para sempre roubada, para ganhar entre R$ 12,50 e R$ 50,00 POR MÊS DE TRABALHO. 4. Transcreva do referido texto um trecho de sequência injuntiva: 5. (Núcleo Integrador 2008.2) Texto II: – O telefone! – Estou no banho! – Certo. Para se entender o texto II é necessário conhecer: a) O contexto intratextual b) Os elementos de coesão c) Os elementos de coerência d) O tipo textual e) O contexto extratextual Podemos inferir sobre o texto II que: a) O personagem que estava no banho não atendeu ao telefone. b) O personagem atendeu ao telefone enquanto estava no banho. c) O telefone estava no banheiro. d) O banho foi interrompido devido ao telefonema. e) O personagem acha que tomar banho é um procedimento correto. 6. De acordo com a fi gura abaixo, marque a opção correta:
  • 27. 27 a) não pode ser considerado texto, pois não apresenta palavras. b) uma imagem não pode ser considerada texto. c) não é possível ler uma imagem. d) mesmo não apresentando palavras é um texto porque é possível fazer uma leitura. 7. Algumas informações contidas na fi gura são possíveis de serem identifi cadas, como um pouco de grama, um tronco com galhos cortados e um pássaro sem cabeça. A opção que mostra outra informação é: a) o desenho é uma obra de arte. b) não intenção de informar. c) as consequências do desmatamento para o ecossistema. d) as consequências do homem. 8. Em relação a contexto, entende-se que: a) há um conhecimento prévio por parte do homem para que haja entendimento do texto. b) independente do contexto, texto é sempre texto. c) não é necessário armazenamento de ideias a serem ativadas quando necessárias. d) a relação estabelecida entre o texto e a situação comunicativa não constitui o contexto extratextual. 9. Na frase ‘ELES VÃO TE PEGAR NA ESQUINA’, do anúncio abaixo, a palavra ‘pegar’ pode adquirir signifi cados diferentes, a depender do contexto. Assinale o contexto que não se encaixa na frase em destaque. a) uma cidade violenta / amigos conversando sobre assaltos no bairro. b) um show / nomes das pessoas que se apresentam. c) uma família / irmão avisa à irmã que seus pais irão buscá-la. d) um comércio / jornal vendido nas bancas de jornal. 10. A tirinha abaixo apresenta características de um texto: CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.Português: linguagens. volume 1 - 6. ed. reform. - São Paulo: Atual,2008.
  • 28. 28 a) narrativo b) injuntivo c) descritivo d) dissertativo 11. No quadrinho abaixo faltam elementos que corroboram para caracterizar um texto: Áurea Regina.Projeto Araribá: Português - Ensino Médio - 2. ed. -São Paulo: Moderna, 2007. a) narrativo b) descritivo c) dissertativo d) injuntivo 12. O trecho abaixo, que é destinado a turistas que chegam ao Rio, é considerado um texto injuntivo, pois apresenta como característica: “NO AEROPORTO: Chegando no aeroporto, procedente de uma cidade do exterior, logo ao sair do avião, aja da seguinte forma: 1- Espere na fi la da Polícia Federal, carimbe o passaporte e desça para a zona de bagagem, QUE VOCÊ A ENCONTRARÁ VAZIA. 2- Prossiga à direita ou à esquerda, dependendo da sua companhia aérea, e você verá uma multidão na loja Duty Free, a Meca dos cariocas que chegam. 3- Siga a multidão, pegue um carrinho de mercado, entre à força na multidão e encha o carrinho. (...). 4- Vá para o caixa e entre na fi la. (...)” a) intenção de ordem (verbo no modo imperativo) b) intenção de ordem (verbo no modo indicativo) c) apresenta um relato subjetivo d) apresenta um relato objetivo 13. Leia o texto abaixo, que é do tipo dissertativo, e assinale a opção que apresenta as ideias principal e se-cundária, respectivamente: “Eles são homens, mulheres, jovens e adultos. Todos têm em comum uma prioridade: malhar. Alguns chegam a desenvolver uma compulsão tão forte pela atividade física que um dia sem ginástica provoca mal-estar. A maioria dos casos está ligada a doenças como anorexia e bulimia. (...).” a) ‘A maioria dos casos está ligada a doenças como anorexia e bulimia. / Todos têm em comum uma priori-dade: malhar. ’ b) ‘Alguns chegam a desenvolver uma compulsão tão forte pela atividade física que um dia sem ginástica provoca mal-estar. A maioria dos casos está ligada a doenças como anorexia e bulimia.’ c) ‘Eles são homens, mulheres, jovens e adultos. Todos têm em comum uma prioridade: malhar. Alguns che-gam a desenvolver uma compulsão tão forte pela atividade física que um dia sem ginástica provoca mal-estar.’ d) ‘Todos têm em comum uma prioridade: malhar. Alguns chegam a desenvolver uma compulsão tão forte pela atividade física que um dia sem ginástica provoca mal-estar. A maioria dos casos está ligada a doenças como anorexia e bulimia. ‘
  • 29. 29 14. Sobre o texto abaixo, é correto afi rmar que é um texto do tipo: Áurea Regina.Projeto Araribá: Português - Ensino Médio - 2. ed. -São Paulo: Moderna, 2007. a) injuntivo b) dissertativo do tipo argumentativo c) descritivo d) dissertativo do tipo expositivo
  • 30. 30 UNIDADE IV RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA Registro falado Registro escrito Modalidades Características Modalidades Características Oratório Intenção artística. Apre-senta correspondência com literário. Literário Mais alto grau do registro; preocupação estética; cria sig-nos e sentidos novos entre os vocábulos; procura fundir o real ao imaginário. Formal Linguagem mais polida, preocupada em estar de acordo com a norma gra-matical. Formal Preocupação em seguir a norma gramatical. Coloquial tenso ou cui-dado Linguagem conversacio-nal, porém atenta à norma gramatical. Semi-informal Há uma preocupação com a norma da gramática, mesclan-do com a informalidade. Coloquial distenso Conversação corrente. Informal Linguagem despreocupada com as regras rígidas da gra-mática. Contém expressões de gírias. Vulgar Típico de pessoas de baixa escolarização A língua enquanto idioma apresenta seus discursos em duas modalidades- falada e escrita – em diferen-tes níveis. A esses níveis Ribeiro (1998:31) chama de registros. Apesar de possuírem discursos distintos, o maior ponto de conexão entre elas é o sistema léxico-semântico, ou seja, sistema linguístico. Apresentamos algumas características de diferen-ciação: a fala apresenta marcas explícitas em sua produção como maior número de repetições; turnos conversacionais mais frequentes; revisão imediata; incompletude no nível sintático; menos seleção lexi-cal; menor número de processos fonológicos, além de Nesse sentido, pode-se concluir, em conformidade com MAC (2000, p. 13-19) e Halliday (apud Mac) que falar e escrever são formas diferentes de dizer e expressar signifi cados linguísticos. Para o estudioso tal expressão é sustentada por três princípios: o pri-meiro deles é que a escrita, como fora dito anterior-mente, não incorpora todos os potenciais de signifi - cação da fala, não apresenta limites (marcadores) de sentença e parágrafos; o segundo que as duas lingua-gens exerçam a mesma função, pois cada uma serve truncamentos, repetições, gestos corporais e faciais, hesitações, dentre outros. Já a escrita revela-se como produto acabado por pressupor um planejamento an-tes de sua produção; menor número de repetições; turnos conversacionais menos frequentes; registro permanente, embora passível de revisões e várias edições do escrito; menor densidade e seletividade lexical. Não sendo possível abarcar as participações paralinguisticas e prosódicas da fala. Um quadro ilustrativo e dicotômico proposto por Ribeiro (ibidem:32) sintetiza a estruturação dessa re-lação entre a oralidade e escrita: para uma fi nalidade específi ca; por fi m, fala e escrita propõem diferentes contribuições – a escrita cria o mundo das coisas/objetos (things), enquanto a fala cria o mundo dos acontecimentos. Por fi m, o estudo da modalidade falada e escrita deve ser analisado sob a perspectiva da relação, uma vez que compartilham as funções da linguagem, re-forçando uma visão de integração em que ambas pre-cisam ser vistas com o mesmo grau de importância.
  • 31. 31 Exercícios de autoavaliação - Unidade IV Texto I: "Cada um de nós tem de saber usar uma boa linguagem para desempenhar o seu papel de indivíduo humano e de membro de uma sociedade humana. Não se pode admitir que um instrumento tão essencial seja mal conhe-cido e mal manejado (...). Cria-se em toda sociedade um ideal linguístico, por que temos de pautar-nos para as nossas palavras não provocarem uma repulsão, às vezes latente e mal perceptível, mas sempre sufi ciente para prejudicar-lhes o efeito" (Matoso Camara Jr.1977:10/11) Texto II: Fax do Nirso Um gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores: - ‘seo gomis, o criente de belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor tomá as providenssa. Abrasso, nirso.’ Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro: -’seo gomis, os relatório di venda vai xegá atrazado proque tá fexando umas venda. Temo que manda treis mil pessa. Amanhã to xegano. Abrasso, nirso.’ No dia seguinte: -’seo gomis, num xeguei pucausa de que vendi mais deis mil em beraba. Tô ino pra brazilha. Abrasso, nirso.’ No outro: -’seo gomis, brazilha fexô 20 mil. Vô pra frolinopis e de lá pra sum paulo no vinhão das cete hora. Abrasso, nirso. E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor. O presidente escutou atentamente o gerente e disse: -’deixa comigo, que eu tomarei as providências neces-sárias’. E tomou... Redigiu de próprio punho um aviso e o afi xou no mural da empresa, juntamente com as mensagens de fax do vendedor: ‘a parti de oje nois tudo vamo fazê feito o nirso. Si priocupá menos im iscrevê serto, módi vendê maiz. Acinado, o prizidenti. <Joeljol@ig.Com.Br>mensagem pessoal. Data: 09/06/2009 10:08-subject: fwd: fax do nirso 1. De acordo com os textos acima, responda: a) O domínio da linguagem oral ou escrita é essencial para uma ascensão profi ssional? Justifi que com base no texto II. b) Qual dos personagens citados no texto II concordaria com a afi rmação de Matoso Câmara (Texto I)? 2. Comente o fragmento abaixo com base no aspecto profi ssional do vendedor, gerente e do presidente: O GERENTE, MUITO PREOCUPADO COM A IMAGEM DA EMPRESA, LEVOU AO PRESIDENTE AS MENSAGENS QUE RECEBEU DO VENDEDOR. 3. Sobre o fragmento a seguir: "A PARTI DE OJE NOIS TUDO VAMO FAZÊ FEI-TO O NIRSO. SI PRIOCUPÁ MENOS IM ISCREVÊ SERTO, MÓDI VENDÊ MAIZ. ACINADO, O PRIZIDENTI." É correto inferir que:
  • 32. 32 a) O presidente tomou essa nova medida, pois aspirava preservar a imagem da empresa . b) A atitude do presidente agradou ao gerente. c) A falta de domínio da linguagem formal do vendedor afeta diretamente os lucros da empresa. d) Para o presidente os lucros eram mais importante que o domínio da escrita.
  • 33. 33 Se você: 1) concluiu o estudo deste guia; 2) participou dos encontros; 3) fez contato com seu tutor; 4) realizou as atividades previstas; Então, você está preparado para as avaliações. Parabéns!
  • 34. 34 Glossário Dicotômico: relativo a duas perspectivas de um mesmo tema. Holísticos: que dá preferência ao todo ou a um sistema completo. Semântica: Semântico do grego semantikos - relativo à signifi cação; signifi cado. Subsidiar: relativo a dar suporte, sustentação, embasamento.
  • 35. 35 Gabarito Unidade I 1. Faculdade que o ser humano tem de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons, cons-tituído por signos que compõem, a partir de regras, combinações de usos. 2. C 3. Relação de semelhança – tipo ícone: Sol de fogo / Relação causa e efeito – tipo índice: o boiadeiro toca a berrante / Relação convencional – tipo representação: Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem fl ores, sem frutos. Atividade complementar: através de desenhos, músicas... Unidade II 1. C 2. A 3. C 4. C 5. D 6. B 7. A 8. D 9. A 10. C Unidade III 1. a) Trabalho escravo infantil – Parágrafos 5 e 6. b) Validar e sustentar os argumentos utilizados pelo autor do texto. A sequência descritiva colabora para sen-sibilizar o leitor, o que torna o argumento mais aceitável. 2. D 3. A / B 4. Pense e refl ita quanto custa um mês de trabalho duro de um menino semiescravo no Brasil. 5. Opção E Opção A 6. D 7. C 8. A 9. B 10. A 11. B 12. A 13. C 14. D Unidade IV 1. a) Sim. (justifi cativa pessoal) b) O gerente.
  • 36. 36 2. O vendedor era ativo e competente. Preocupava-se em manter seu chefe informado de todas as suas ações e vendas que aumentava a cada contato que fazia. O gerente demonstrava indiferença quanto à produtividade do novo funcionário, atendo-se apenas em juntar provas que, de acordo com ele, comprometiam a imagem da empresa. O presidente demonstra estar atento ao que seu gerente lhe diz, mas percebe que apesar do novo funcionário não ter domínio da linguagem formal não deixava de dar lucros à empresa. 3.D
  • 37. 37 Referências Bibliográficas ARANHA e MARTINS, Maria Lúcia de Arruda, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofi a. 2 ed.rev. Atual. São Paulo: Moderna, 1993. BECHARA, Evanildo, 1928 – Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. 16ª reimp. – Rio de Janei-ro: Lucerna, 2006. CABRAL, Gabriela. Funções da Linguagem. http://www.alunosonline.com.br/redacao/funcoes-de-linguagem CÂMARA JR, Joaquim Mattoso. Dicionário de Linguística e Gramática. 26 ed. – Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2007. ______. Manual de expressão oral e escrita. 4. ed. – Petrópolis, Vozes, 1977. CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção: a escritura do texto. 1 ed. São Paulo: Moderna, 1993 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Refl exiva: Texto, Semântica e In-teração. São Paulo: Atual, 1998. GUIMARÃES, Eduardo. Os Estudos Sobre Linguagens: Uma História das Ideias. (linguista e professor do Ins-tituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Unicamp) http://www.comciencia.br contato@comciencia.br © 2001 SBPC/LabjorBrasil http://www.comciencia.br/reportagens/linguagem/ling14.htm. Acessado em 18/07/09. JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo, Cultrix, 2005. JAKOBSON, Roman. Princípios de Linguistica Geral. Rio de Janeiro, 2001. (Apostila Acadêmica – Prof. Ricardo Lima) KRISTEVA, Júlia. História da linguagem. Lisboa, Portugal: Edições 70, Coleção Signos, 1969. SÁ, Alísia. Fundamentos Sociológicos da Comunicação. Petrópolis: Vozes, 1973. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 11ª ed., Campinas, SP: Pontes, 2008. ______. Ofi cina de leitura: teoria e prática. 12ª ed. Campinas, SP: Pontes, 2008. MARCHUSHI, L.A. Gêneros textuais: Constituição e Práticas Sociais. São Paulo: Cortez. (no prelo). MAC, A.P.M.G. Atividades verbais: processo de diferença e integração entre fala e escrita. São Paulo, Plexus, 2000, p. 13-19 MEDINA, José. Linguagem: conceitos-chave em Filosofi a. Tradução: Fernando R. da Rocha. – Porto Alegre: Artmed, 2007. NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofi a: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005. Núcleo Integrador/ Universidade Castelo Branco. –Rio de Janeiro: UCB, 2008. VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. Tradução e adaptação de Clarice Madureira Saboia – 9ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 1993. RIBEIRO, Manoel Pinto. Gramática aplicada da Língua Portuguesa. 10 ed. – Rio de Janeiro: Metáfora , 1998. VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. Tradução e adaptação de Clarice Madureira Saboia – 9ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 1993.