O documento é uma introdução a um livro sobre a história de Cocal do Sul, no Brasil. Ele discute a importância de conhecer a história para entender o presente e projetar o futuro. Também descreve como a pesquisa para o livro envolveu coletar dados esparsos e depoimentos de moradores antigos, revelando a riqueza histórica da cidade e seu potencial turístico.
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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história
Capa
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Hylário Ernesto De Faveri
João Carlos De Pellegrin de Souza
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Com a colaboração de Venicios Búrigo
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DEDICATÓRIA
Dedicamos essa obra, primeiramente a Deus, que nos presenteou com
essa grande dádiva que é a vida.
Aos nossos pais que foram os instrumentos operados pelo Criador para
nos conceder a oportunidade e a graça da Vida.
Às nossas familias que, sempre nos incentivaram, inobstante as
dificuldades encontradas ao longo do caminho.
A todos os pesquisadores que se ocupam ou se ocuparam em conhecer e
entender a odisséia das peregrinações humanas, especialmente ao Padre
Luigi Marzano, o percurssor de todos.
Às Famílias De Pellegrin e De Faveri que ousaram “far l´America”.
A todos quantos que, de forma construtiva, puderem tecer suas críticas
para que, no futuro, possamos enriquecer ainda mais o presente trabalho.
E àqueles que nos servem de motivo para contionuarmos nossa trajetória:
de um lado, Teresinha, Juliano, Willian e Ezequie,e de outro, Camila e
Laura.
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AGRADECIMENTOS
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PREFÁCIO
Com avós e pais nascidos em Cocal, tendo residido 4 anos de
minha infância e freqüentado a casa do avô Gílio Búrigo e Ida Possamai
Búrigo durante minha juventude, e Cocalense por adoção, ao iniciar a
trabalhar na ELIANE a partir da década de 60, fiquei orgulhoso em ser
convidado a escrever o prefácio do livro “Cocal do Sul, UM MERGULHO EM SUA HISTÓRIA”, pelos autores João Carlos De Pellegrin de
Souza e Hilário Ernesto de Fáveri.
Primeiro, pela surpresa da obra; segundo, pela iniciativa e coragem, e depois, por me permitir recordar parte de meu passado, mergulhando na história dos Cocalenses.
Sabia da vontade de Hilário registrar parte da história de Cocal,
principalmente daquela na qual foi um dedicado e corajoso líder, especialmente por ter liderado seu movimento emancipacionista, que culminaria na criação deste belo município que é Cocal do Sul.
A partir desta idéia, e com a experiência política e comunitária
em Cocal, foi buscando dados, certidões e relatos de um passado mais
antigo de sua terra natal.
Aliando-se à tenacidade de um jovem advogado, na pessoa de
João Carlos De Pellegrin de Souza, pois filho de operários, conseguiu
chegar ao curso superior, começaram a ordenar o que tinham, a escrever,
a corrigir, enfim, a remontar e enriquecer a história de Cocal.
Muitos dos Cocalenses vão se encontrar nesta história, por si ou
por seus antepassados.
Poderão encontrar falhas ou omissões, as quais, porém, não tiram o brilho da obra e a iniciativa de registrar o que sabiam, souberam e
foram buscar, porque a história de uma comunidade não se esgota em
uma só obra, mas serve para incrementar que outros temas sejam levan6
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tados enriquecendo o conhecimento de um passado de já mais de 100
anos.
Às críticas, responde-se com a ousadia dos autores.
Com enfoque nas origens, no desenvolvimento do comércio e da
indústria, da educação e ensino, e principalmente, na documentação oficial conseguida e publicada, temos a certeza que será uma leitura aprazível
e saudosa de todos os Cocalenses que aqui vivem.
E, principalmente, é uma obra que marcará a todos os pesquisadores que gostariam, no futuro, de consultar e citar, para um complemento futuro de outras obras que seguirão esta, e um registro para estudo das gerações que nos sucederão.
Edson Gaidzinski (in memorian)
Presidente do Conselho de Administração Do Grupo Eliane
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MENSAGEM DO PREFEITO
Num primeiro momento, recebi com muito entusiasmo a noticia
de que a História de nossa terra estava ganhando páginas na forma de
um livro. Depois, com muito orgulho, tomei conhecimento do trabalho
que os pesquisadores realizaram e de ter conhecido o livro propriamente dito. Então, pude perceber que se estava oferecendo a este jovem
município e seu povo mais um belo presente. O primeiro desses presentes foi sua emancipação político-administrativa, que muito de progresso
propiciou à nossa terra. O segundo desses presentes é o livro que traz
insculpida toda a sua história, sua cultura , retratando de forma fiel o que
é nossa gente, um povo calcado na fé, na coragem e no amor à vida.
Um povo ao não conhecer sua história, suas origens não pode
entender seu passado, nem compreender o seu presente, e assim sendo,
não pode projetar o seu futuro.
Mas graças ao trabalho de nossos pesquisadores, Cocal do Sul e sua
comunidade poderão, cada vez mais, continuar sua trajetória de conquistas e de progresso, especialmente porque sabemos do que fomos
capazes de realizar ao longo de nossa história e, dessa forma, temos a
exata noção do muito que ainda resta por se fazer.
Nossas gerações vindouras muito se orgulharão, ao ler sobre Cocal
do Sul, dos caminhos percorridos por seus antepassados e de seus
concidadãos. Perceberão que sua terra guarda um enorme potencial e a
valorizarão cada vez mais como um lugar para cultivarem suas vidas.
As páginas dessa obra mostram, de forma didática, a evolução
gradativa impressa em nossa cidade, coroando todo um trabalho de crescimento e de desenvolvimento, baseado na ação incansável de sua gente
laboriosa e ordeira, constituindo-se num merecido presente, que se oferta da forma mais louvável e possível, a todas as lideranças políticas e
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comunitárias que ajudaram a edificar a história do nosso município. E, independentemente de suas correntes ideológicas, essas lideranças, no
seu ardoroso comprometimento social, ajudaram a imprimir nas páginas
que ganham forma de livro a marca do povo sulcocalense.
O conteúdo das páginas dessa obra, tenho certeza, será de grande
valia para todos quantos necessitarem alimentar-se desse conhecimento, pois aquele que se detiver ao exame dessas páginas, perceberá sua
grande utilidade, no que concerne especialmente à pesquisa.
Por último, reconheço e louvo o trabalho desenvolvido pelos autores que, com muita dedicação e amor à terra, possibilitaram resgatar
nossa história, fidedigna e imparcialmente, permitindo-nos mergulhar
nas águas cristalinas da História de Cocal do Sul.
Jarvis Gaidzisnki Filho
Prefeito Municipal
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INTRODUÇÃO
A História da Humanidade é um somatório incrível de
avanços em todas as áreas do conhecimento. Da era das cavernas aos
atuais dias, muito se conquistou. Evoluimos na busca da superação dos
problemas e dificuldades que afligem a humanidade. Conquistamos a
lua, partimos para a investigação de outros planetas, estudamos mais e
mais e chegamos à manipulação genética. Criamos o chip e os bits, nasceu
o computador e agora com a internet, difunde-se o Conhecimento.
Nessa busca constante pela superação, é claro,
erramos muito, mas um detalhe não pode ser omitido: graças à curiosidade
que tem aguçado o homem na busca de sua superação, de sua longividade
e origem, é que pudemos resgatar toda a trajetória de nossos ancestrais,
possibilitando com isso, caminharmos na direção do horizonte. E é certo
que não prosperam as sociedades que não têm preocupação ou se
orgulham de seu passado. Muitas, mesmo algumas que se auto proclamam
desenvolvidas, oferecem as costas à sua História, deixando escapar, além
de um importante legado sócio - cultural, sua própria identidade.
A compreensão do passado, entendemos, é a chave que abre
a porta do significado do Presente, possibilitando a consequente projeção
do Futuro. Está implícito na condição humana a necessidade de conhecerse e de buscar suas origens, como forma de melhor compreender a
realidade histórica, geográfica e econômica na qual está inserida.
E pesquisar um fato, cuja historicidade se reveste de importância, é mergulhar profundo no oceano do conhecimento, é buscar os
liames que possam comprovar sua veracidade, além de lançar-nos nas
clareiras das descobertas fascinantes.
Foi assim com este singelo trabalho de pesquisa referente à
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colonização e formação do Município de Cocal do Sul. A partir de
dados esparsos, colhidos aqui e alí, iniciou-se uma caminhada rica em
descobertas e, movidos pelo fascínio, em função da diversidade de fatos
que se descortinavam à nossa frente, pudemos vislumbrar quão plena de
riqueza histórica é nossa simpática cidade, o que nos permite de, sem
qualquer espécie de temor, afirmar que Cocal do Sul guarda, em todos
os seus aspectos, um enorme referencial histórico no contexto de nossa
Região, bem como um importante potencial turìstico-cultural. E conhecer um pouco mais sobre a Cidade onde moramos e cultivamos nossas
vidas, é tão importante quanto conhecermos mais sobre nós mesmos,
pois, enquanto cidadãos, estamos interagindo na vida da nossa cidade e,
dia a dia, corroborando para o enriquecimento de sua História e de seu
desenvolvimento.
Graças ao trabalho de pesquisa e às horas em que nos debruçamos sobre o material que conseguíamos, foi possível, primeiro constatar e depois, registrar o inestimável legado que muitos cocalenses deixaram para a História desta terra. Pessoas desprendidas, que mesmo na
sua humildade e, às vezes anonimato, ajudaram a escrever a nossa História. Pessoas como Venícius Burigo, cuja curiosidade como investigador dos acontecimentos históricos de nossa cidade, mais o seu próprio
testemunho, além de o transformarem num verdadeiro arquivo vivo,
possibilitou com que formasse um acervo riquíssimo, sob o ponto de
vista histórico, o que foi de suma importância para essa publicação.
Os inúmeros depoimentos, colhidos também de pessoas que,
pelo seu dia-a-dia, ajudaram a construir Cocal, foram de grande valia.
Muitas dessas pessoas hoje não mais estão entre nós, mas com o seu
testemunho, registraram, na história, sua passagem por este mundo.
Personlidades marcantes como Antonio Fachin, Inês Savi Mondo Burigo,
João Da Maria Rosso, Afonso Sartor, Zeferino Euclides Furlan e Ernesto
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De Faveri. Os descendentes das famílias pioneiras, Cecchinel, Possamai
e Smania também deram sua grande contribuição ao nosso trabalho, enriquecendo-o com a sua colaboração.
Cocal do Sul, a exemplo da maioria dos municípios de nossa
Região, nasceu da coragem de imigrantes, ou italianos ou poloneses ou portugueses, ou alemães, enfim imigrantes europeus que num dia, movidos pelo
instinto de sobrevivência, lançaram sorte na América e, com muito trabalho,
fé, coragem e amor à vida, ajudaram a construir o Brasil que hoje temos.
Escrever a História de Cocal do Sul foi, para nós, não um trabalho, mas um prazer, prazer que queremos partilhar com todos aqueles que
desejam conhecer esta cidade e a si próprios, pois como já afirmamos,
conhecer sua origem é uma necessidade imperiosa para o ser humano, porque é a partir desse referencial que o Homem passa a entender a sua realidade, ganhando condições de melhor projetar o seu futuro.
Não temos a pretensão de tornar esta compilação um tratado
sobre a cidade de Cocal do Sul, esgotando seus aspectos destacados. Ao
contrário, esperamos, que ao final , possamos ter tido a felicidade de
provocar e aguçar no leitor a curiosidade de, também ele, pesquisar e
completar o presente trabalho, que para nós, significa o iniciar de uma
caminhada.
Queremos, apenas, que o leitor possa compreender um pouco
mais da História de nossa cidade e vislumbrado, como vislumbamos, a bela
odisséia que se inicia em 1877, com a vinda de algumas famílias italianas para
Azambuja e também para a Colônia Urussanga (1878), e ainda outras que
Se radicaram às margens do Rio Cocal e que, encantadas pelos coqueirais
que aqui existiam, fixaram suas raízes. E se assim se der, daremos por atingido o nosso objetivo, qual seja, o de levar ao conhecimento de todo aquele
que tiver a curiosidade de deter-se nessas páginas, um referencial histórico
desta simpática cidade que é Cocal do Sul.
Os autores
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INICIALMENTE...
Pesquisar o tema imigração é algo indescritível, sob todos
os aspectos, não importando qual a etnia investigada. O deslocamento
de povos, na busca incansável por melhores condições de vida, é uma
constante ao longo da história humana. Faz parte da história das grandes
nações, especialmente, se levarmos em conta aquelas que sofreram processos de colonização, aliás, foi este, sem dúvida, um dos principais
fatores responsáveis pela formação de muitas nações, dentre elas o Brasil.
O fenômeno das imigrações em massa, verificado no Brasil,
a partir de 1878/1880, despertou estudos não só de pesquisadores brasileiros, mas estrangeiros também, pois provocou transformações de toda
ordem, nos países envolvidos na questão.
Santa Catarina tem guardada sua importância histórica neste contexto, porque foi palco deste fenômeno que mexe e aguça pesquisadores, estudantes, historiadores, bem como os próprios descendentes
daqueles que aqui se estabeleceram, na busca por uma vida melhor. E
muito especialmente, a Região Sul do nosso Estado Barriga Verde que
sofreu a fortíssima influência da imigração, se levarmos em conta que
essas terras, na verdade, sofreram um processo colonizatório.
E neste cenário, nosso Município também tem seu espaço,
porque seu solo serviu de chão para tantos quantos aqui quiseram semear seus frutos, lançando raízes profundas, ajudando a imprimir na história, marcas, impressões, desejos e aspirações capazes de erguer cidades
e destruir obstáculos.
Por isso, é importante, antes de iniciarmos a nossa história,
propriamente dita, procurarmos compreender o porquê ou porquês deste
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fenômeno ocorrido em nosso território, que foram as imigrações de povos europeus. Não falamos dos descobridores portugueses, mas dos colonos da Alemanha, Polônia, Rússia e, muito especialmente, os da Itália.
Que motivos tão fortes foram esses, que fizeram milhares
de pessoas deixarem seus países de origem, para buscar em terras distantes e desconhecidas melhor sorte?
Como estavam esses países, sob os mais importantes aspectos, que, não oferecendo condições dignas para os seus, abria suas portas para que seu povo emigrasse? Tudo isso, enfim, analisaremos a seguir, como forma de mostrar ao leitor, que o fenômeno da imigração
guarda detalhes, que, à primeira vista nos parecem ínfimos, mas que são
suficientes para explicarem o êxodo que esvaziou cidades e vilas européias, notadamente da Itália.
Não nos preocupamos em apresentar um tratado sobre o assunto, porque não é este o objetivo do presente estudo, mas tão somente
o resgate daquilo que não foi escrito sobre o nosso belo Município, Cocal
do Sul. Todavia, os aspectos mais relevantes fazemos questão de imprimir, porque só deste modo, poderá o leitor captar e melhor compreender
porque cidades foram erguidas no meio do nada por colonos imigrantes,
vindos da Alemanha, Polônia, Rússia e Itália.
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O PANORAMA POLÍTICO E SÓCIO-ECONÔMICO
DOS PAÍSES EUROPEUS ATINGIDOS PELO
FENÔMENO EMIGRATÓRIO DO SÉCULO XIX
Polônia
Os estudos de Otília Arns nos revelam dados preciosos acerca
da história da Polônia, os quais são facilmente compreendidos ante a
forma didática adotada, o que nos permite uma melhor análise da conjuntura histórica deste país.
A história escrita da Polônia data de 963, sendo que Miesko
I era o príncipe – mais tarde Mieczslaw, que foi o nome dado a três
príncipes poloneses da dinastia Piast poloniana e vem daí o termo “polaco”. Essa dinastia congregava diversas tribos: Polânios, Vistulanos,
Cassubianos, Silesianos e Mazovianos.
Miesko I (930-992) governou as regiões baixas da Polônia.
Antes do fim de sua vida, pactuando com a Santa Sé, coloca a Polônia
sob a proteção da Igreja.
Seu sucessor, Boleslaw I (966-1025), o primeiro rei da
Polônia, foi o responsável por transformar o país em uma das maiores
potências da Europa, à época. Foi ele quem organizou a administração
da Igreja em bispados, com o centro metropolitano em Gwiezno. È com
o Bispo Otto de Bamberg que há a conversão dos pomerianos ao Cristianismo, podendo ser essa época considerada como a primeira fase da
conscientização política e religiosa da Polônia.
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E por herança a Polônia é dividida
Em 1138, Boleslaw III, dividiu o país entre seus filhos. Essa
divisão não foi boa para a nação, enfraquecendo-a, favoreceu a invasão
estrangeira, ocorrendo, em 1226, migrações germânicas, vindas do poderoso Estado da Germania, que ocupou a Silésia baixa. Também nesta
mesma época, os judeus migraram para a região, tendo sido agraciados
com a liberdade de religião e de escola e, a exemplo dos alemães, não se
integraram com os poloneses.
Mas a Polônia reencontra em Cassimiro III (1330-70), um
longo reinando de paz e de progresso. O Soberano reunifica as duas
Polônias, estimulando a imigração germânica e Armênica. Procirou na
Itália e na França a promoção da cultura em seu país, como forma de
contrabalançar as interferências das vizinhas potências, Rússia e Prússia.
A Lituânia foi anexada à Polônia, através da celebração do
casamento entre Jadwiga, aceita como rainha da Polônia (1384-99) e
Jagiello, grão-príncipe da Lituânia, tornando-se rei da Polônia como
Wladislaw II (1386-1434).
Wladislau II se tornou católico romano juntamente com o
seu povo lituano, completando a última conversão de um povo pagão
em terras européias. O país progrediu, tornando-se uma das grandes potências da Europa.
Mas a partir da morte de Wladislau II, a Lituânia começa a conhecer
intranqüilidade, o que se refletiu sobre toda a Polônia. Diante desse quadro, Cassemiro IV (1447/92), neto de Wladislau II, transfere residência
para a Lituânia, mas tal atitude foi vista com desconfiança pelos poloneses, e o quadro permanece assim até a morte deste, quando então, Lituânia
e Polônia são separadas, temporariamente, e unificadas pelo rei Alexandre (1501/06), sucedido pelo irmão Sigismundo I (1506/48). E nessa
época, acentuam-se as diferenças entre Lituânia e polônia. Além disso,
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os confederados de Bar, na Polônia, contribuíram, significativamente,
para a guerra entre Rússia e a Turquia (1768/74).
A divisão política do país
No texto de Otília Arns, tem-se que, “as constantes guerras com os países vizinhos, levaram ao enfraquecimento do Estado da Polônia, sendo
que Rússia, Prússia e Áustria, disputavam os territórios do país, politicamente enfraquecidos. E pelo tratado assinado em Petersburg, no dia
17 de Fevereiro de 1772, a Polônia sofre sua primeira divisão política,
entre a Rússia e a Prússia. Em 05 de Agosto do mesmo ano, a Áustria foi
incluída na partilha da Polônia, sendo apresentada ao país uma constituição formulada pelas três grandes potências européias da época: Rússia,
Prússia e Áustria. Em Setembro de 1793, a Polônia sofre nova divisão,
ampliando os territórios russose prussianos, o que reduziu o território
polonês, a apenas, um terço do que era.
Após um movimento nacionalista frustrado, a ganância dos poderes vitoriosos, quase leva à ruptura da aliança entre Áustria e Prússia, mas,
aparadas as arestas, a terceira divisão da Polônia foi efetivada pelos tratados de 1795 e 1796, sendo o nome da Polônia riscado do mapa europeu.
A partir desse quadro, as partes divididas da Polônia, foram obrigadas a
viver sob três regimes políticos, econômicos e constitucionais diferentes e, então, viu-se a decadência econômica. Somente a Áustria se preocupou com reformas, implementadas para proteger os camponeses contra a exploração abusiva dos proprietários de terras.
O Século XIX marca um período de emigração. A América significava a
“terra prometida”. Os camponeses emigravam, mas os soldados e oficiais, entretanto, seguiam para a Itália com a esperança de retornar à Polônia
com o exército revolucionário francês. Combateram ao lado de Napoleão.
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Quando Napoleão derrotou a Prússia em 1806 e declarou guerra à Rússia
em 1807, o recém criado ducado de Varsóvia lutou ao lado dele, pensando em reaver a liberdade política da Polônia. Mas Napoleão e os poloneses foram derrotados pelos russos em 1812, e o Ducado de Varsóvia
caiu, novamente, nas mãos da Rússia. Os levantes de 1830 e 1863 frustraram-se e a Polônia tornou-se, definitivamente, uma província russa.
Os camponeses sofriam nas zonas rurais. As escolas e universidades se
tornaram russas. Imagens distorcidas sobre o passado da Polônia eram
incutidas nas crianças e nos jovens. Uma educação patriótica secreta, no
entanto, procurava, na cidade e no campo, manter viva a tradição cultural da Nação.
A Polônia Prussiana não teve melhor sorte. A Prússia procurou
germanizar a administração e o sistema escolar. Depois de um fracassado levante, em 1848, medidas de repressão contra organizações foram
desencadeadas, ganhando forma de uma política, claramente,
antipolonesa e anticatólica romana em grande escala. Esse processo, que
teve início com Otto Von Bismark, se estendeu até 1871. Inicia-se, então, a luta contra a germanização.
Cracóvia, república diminuta, criada pelo Congresso de Viena, floresceu durante 30 anos. Foi ocupada, no entanto, pela Áustria em 1846 e
incorporada à Galícia. A Áustria, sob o velho regime autocrático, oprimiu a província polonesa, politicamente e explorou sua economia de
forma cruel”.
E desta Polônia sofrida e espoliada foi que, centenas de milhares de
camponeses, partiram, buscando em terras brasileiras maior sorte que
aquela deixada para trás, tal qual os italianos do Vêneto e da Lombardia.
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A Alemanha do Século XIX
A exemplo dos demais países europeus, a Alemanha também mergulhara em várias ordens de problemas. Eram problemas sócio
econômicos e também políticos, fatores que deram grande impulso à
emigração de sua gente.
A Alemanha inicia, em 1807, seu processo de substituição
do sistema feudal, concedendo aos camponeses certa liberdade, tanto
econômica quanto jurídica, cujo objetivo era dotar os camponeses de
condições que lhes fosse possível adquirir terras, tornando-se proprietários.
Esse ideário, apesar de bem intencionado, provocou consequências danosas para a Alemanha, haja vista o próprio sistema feudal e suas regras
em relação ao senhor da terra:
“Até então, os camponeses tinha sido arrendatários; viviam numa economia de subsistência, tendo que pagar uma parte da colheita aos
senhores das terras. Estes, por sua vez, haviam assumido certos deveres em relação aos camponeses. Os deveres dos senhores garantiam
uma certa segurança aos camponeses arrendatários.
A libertação dos camponeses significava, para os mesmos, uma mudança brusca de estrutura sócio-econômica para a qual não estavam
preparados. Se o sistema feudal os obrigava a entregar parte de suas
colheitas ao senhor da terra, agora, como autônomos, tinham obrigação de pagar impostos ao Estado em forma de dinheiro. Esses impostos eram muito altos em consequência das guerras napoleônicas”.
Somado ao novo problema surgido com a “liberdade”
proprcionada pelo novo sistema sócio-econômico, seguem –se outros ,
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que tornaram a vida dos alemães ainda mais dificil, como por exemplo a
escassez de capital de giro, necessário não para pagar os altos impostos,
como também para comprar sementes e insumos para o plantio das culturas.
A relação inexperiente com um mercado guiado pela lei da
oferta e procura, mais as constantes perdas nas colheitas, os preços baixos pagos pelos produtos agrícolas e as guerras, tudo isso, mergulhou o
povo numa profunda crise social.
E com a explosão demográfica que experimentava a Europa, não havia terra para todos, o que jogou o preço delas para uma realidade muito distante do povo. Adquirir terra em solo alemão, a exemplo
dos demais países europeus, era uma verdadeira utopia, possível somente além-mar. A partir dessa premissa , milhares de camponeses
germânicos impuseram-se à emigração, buscando no extrangeiro de além
mar, melhores oportunidades de vida.
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ITÁLIA - SÉCULOS XVIII E XIX - OS FATORES QUE
INFLUENCIARAM O PROCESSO EMIGRATÓRIO
Fatores histórico-políticos
Afim de compreendermos os motivos que fizeram centenas
de milhares de italianos deixar a península nos idos do Século XIX, é
mister que se remonte aos fatores histórico-políticos, verificados à época.
Os estudos de Otília Arns esboçam, o panorama dessa época e, com o intuito de homenageá-la, assim lemos seu trabalho:
A Itália como hoje conhecemos é fruto de uma contexto histórico que culminou com a unificação de cidades-estados, após vários
conflitos armados.
Até o Século XIX a Itália não existia como nação, não tendo
unidade política e nem independência.
É com a Confederação de 1455, aliança formada entre Milão, Florença, Veneza e, mais tarde, Nápoles, que surge o “senso de nacionalidade”, baseada na unidade da língua e na cultura comuns, cujo
objetivo era equilibrar esses Estados contra o Poder Estrangeiro.
Inobstante a aparente fragilidade política, é na Península
Itálica que surgem os grandes movimentos culturais e políticos da História Humana, servindo de nascedouro dos movimentos do Humanismo
e Renascentismo, tornando a Penísula referência econômico-cultural no
cenário europeu. É bem verdade que isso se fez notar, mais especificamente nos cinco grandes estados erigidos: Milão, Florença, Veneza,
Nápoles e Santa Sé.
As instituições políticas ganham notoriedade com Niccollo
Machiavelli, político e escritor florentino, que para o qual, os fins
justitificavam os meios, ou no dizer de Otília Arns:
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“A doutrina de Machiavelli pretendeu fornecer normas de ação ao
governante. Para ele, o governante deve preocupar-se unicamente
com a conservação do poder, e, para tanto, são lícitos todos os meios.
A pessoa humana, inclusive, deixou de ser o objeto final da política,
transformando-se num instrumento para a efetivação da grandeza
do governante. A esse último aspecto da obra de Machiavelli é que se
denomina maquiavelismo”.
As instituições políticas tornaram-se, assim, machiavélicas,
produzindo líderes déspotas, autoritários, guiados apenas e tão somente
pelos interesses próprios, enfraquecendo a unidade política conseguida,
favorecendo as invasões estrangeiras, notadamente por parte da França,
Espanha e Áustria.
Em 1549, acontece a primeira invasão estrangeira, quando
Carlos VIII da França, apodera-se de Nápoles, transformando o país em
um cenário de muitos conflitos armados entre a França e a Espanha. Os
espanhois saêm vitoriosos, apoderando-se de Milão, Nápoles, Sicília,
Sardenha, impondo sua hegemonia à Península.
No período em que Felipe II, filho de Carlos V, ocupava o
Ducado de Milão, os direitos imperiais foram transferidos para a Espanha.
Após a Guerra de sucessão espanhola (1701 – 1714), a Áustria tomou o
lugar da Espanha, impondo também sua hegemonia.
É interessante considerar que a Península Itálica tinha, nesta
época, um dos pontos maritimos-comerciais mais movimentados do
mundo, centrado na Cidade de Veneza, especialmente porque não se
conhecia outra rota que ligasse o Ocidente ao Oriente, o que despertava
o interesse das potências européias da época, incentivando as invasões.
O declínio econômico da Península, inicia-se, quando uma
nova rota marítima para as índias é descoberto. Tem-se, então a quebra
do monopólio do tráfego de especiárias, antes dominado por Veneza,
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agora tem seu fluxo transferido para Lisboa.
A partir dessa nova realidade, a Península começa a sentir
com mais intesidade os problemas que atingiam outros países do Continente Europeu, como o caso da França, por exemplo, o que obrigou a
implantação de reformas, afim de combater as consequências maiores
advindas: violência, concentração exacerbada de renda nas mãos de poucos e a taxação elevada sobre as pequenas propriedades. Essas reformas,
quando implementadas, procuraram dar garantias cada vez maiores aos
que já eram favorecidos pelo sistema vigente. A crise estava, então, instalada de forma crônica na Península.
Inicia-se, legitimada pela forte crise, um movimento revolucionário liderado pelos literatos, historiadores, economistas, folósofos e
cientístas, os quais denunciavam os problemas e procuravam estimular
ideais nacionalistas, visando a Unificação, que só bem mais tarde, 1868/
71, iria tornar-se uma realidade.
Alguns anos mais tarde, mais especificamente, em 26 de
Maio de 1805, Napoleão Bonaparte, Imperador Francês, recebe em Milão, a coroa dos reis lombardos, que depositavam muita esperança de
que o título “Rei da Itália”, persuadisse o Imperador a dar à Península
status de independência em relação à França, o que não aconteceu, pois
as coisas permaneceram exatamente como antes.
Com a derrota de Napoleão, as grandes potências européias
da época, Rússia, Inglaterra, Áustria e Prússia redistribuem a Europa e a
Península Itálica, fica submetida ao julgo Austriaco, que faz eclodir um
forte movimento em pról da independência, liderado pelos aristocratas,
burgueses cultos e funcionários.
Num período que vai de 1815 a 1830, destaca-se a forte
atuação dos carbonários, facção secreta que havia sido organizada para
lutar contra a dominação napoleônica.
É a partir de 1830 que inicia-se, propriamente, o movimento
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que culminaria com a Unificação Italiana. Neste ano, Camillo Cavour,
homem ligado à política, lança um jornal batizado de Risorgimento, afim
de difundir suas idéias revolucionárias. Esses ideais acabam por conquistar todas as camadas sociais, e com o auxílio de Giuseppe Mazzini,
que concebe a unificação da Península dentro de um regime republicano. Organiza, então, uma sociedade secreta chamada “Jovem Itália”, afim
de lutar pela liberdade e unificação da Península.
Com a revolta da Lombardia, o movimento pró-unificação
ganha um novo impulso. O Rei do Piemonte, Carlos Alberto, pensando
já na Coroa Italiana, declara guerra à Áustria. Derrotado, abdica em favor de seu filho, Vittorio Emanuele. Termina desta forma a fase revolucionária do “Risorgimento”, tendo sequência uma fase onde prevaleceu
a diplomacia, com importante atuação do Ministro Camillo Cavour.
Em 1853 eclode a “Guerra da Criméia”, uma península ao
sul da Ucrânia. Rússia de um lado, que queria estender seus domínios,
anexando o Mar Negro e a da Turquia ao seu vasto território, lutava
contra Turquia, Inglaterra, França, Sardenha e Piemonte. A Rússia foi
derrotada pela Turquia, que assinou o tratado de paz em Paris, reconhecendo a neutralidade do Mar Negro e a integridade da Turquia. Vittorio
Emanuele, por apoiar os países que lutaram contra a Rússia, ganha a
simpatia da Inglaterra e da França, o que provocaria a ira da Prússia, que
declara guerra a estes. Novamente a Europa se via em conflitos armados.
Na Península, após várias lutas internas e a decretação de
um plebiscito, chega-se ao primeiro Parlamento, que se reuniu em Turim em 1860. É neste ano que Giuseppe Garibaldi, homem que dedicou
sua vida às causas revolucionárias, tendo lutado inclusive na Guerra dos
Farrapos no Rio Grande do Sul, intensifica sua atuação em pról da Unificação Italiana. Conseguindo recrutar mil homens, invade a Ilha da Sicília
e, ocupando Nápoles, põe fim ao “Reino das duas Sicílias” .
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Afim de evitar a radicalização do movimento, Camillo
Cavour, envia tropas Piemontesas ao Sul da Península, anexando ao
Piemonte toda a Itália Central, a execeção de Roma. Em 17 de Março de
1861, finalmente, Vittorio Emanuele é proclamado Rei da Itália, Roma
é elevada à Capital da Itália e o Estado Pontificio é encampado. Nasce o
Reino Italiano.
Fatores sócio-econômicos
Analisando os aspectos sócio-econômicos que levaram centenas de milhares de italianos a deixar a Península Itálica, a Professora e
Pesquisadora Nelma Baldin nos mostra, de forma didática, uma leitura
clara e destacada desses aspectos por demais importantes, cuja leitura
que fazemos é a seguinte.
O sistema de organização feudal se fazia ainda bastante
resistente até 1861, época da unificação italiana, e por esse motivo a
agricultura era descurada e de caráter subsistente, tendo nas cultura do
trigo, milho, vinho e produção de queijo, a alimentação básica para as
populações. Pesava também o fato de que os animais de criação e as
plantações eram atacados constantemente por pragas, o que empobrecia
mais e mais as famílias rurais italianas.
Essa situação de penúria começa, então, a transformar-se,
após a unificação política da Península, quando então, o modo de produção capitalista inicia, na Itália, a sua revolução industrial.
O resultado imediato desse processo de industrialização foi,
sem dúvida, o aumento considerável do processo emigratório, que já
começara de forma incipiente, antes das lutas pela unificação italiana.
Com o advento das transformações ocorridas, principalmente no cam25
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po, a emigração ganha contorno de um êxodo de massas, isto porque
esse novo modelo de produzir bens, implantado pela indústria, ao abalar a estrutura agrária até então reinante, acaba por provocar desequilibrios
econômicos, privilegiando uma minoria, detentora de poder econômico,
em detrimento de uma maioria, formada por camponeses, que ficaram à
margem desse processo.
E no dizer da Professora Nelma Baldin, tem-se uma visão
clara da realidade em que viviam nossos antepassados na Itália, especialmente os Vênetos:
“A par dessa situação, acumulava-se toda sorte de desgraças.
E aos poucos, criou-se, no Vêneto, uma multidão de camponeses sucessores hereditários e endividados, que não mais conseguia manter-se no
cultivo da terra, nem mesmo com uma mínima garantia de sobrevivência. A essas populações não restava outra alternativa a não ser a emigração”. E foi o que fizeram nossos antepassados. (Grifo nosso)
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COLONIZANDO O SUL DO BRASIL
Para mehor compreendermos os motivos que levaram o Governo Imperial Brasileiro a abrir suas fronteiras às massas de colonos
europeus, precisamos remontar à epoca em que as fronteiras localizadas
ao Sul do país foram definidas entre Portugal e Espanha, as duas potências européias que, a partir de 1500 dividiram as terras brasileiras.
O primeiro acordo, envolvendo Portugal e Espanha e terras
brasileiras operou-se em 1494, quando o Papa Alexandre VI sancionou
o “ Tratado de Tordesilhas”, definindo os limites geográficos e políticos
do nosso país.
Com o advento do movimento das “Entradas e Bandeiras”,
iniciado a partir de São Paulo, há, ná prática, uma completa anulação
desse tratado, o que provocou a celebração de um novo acordo entre
Portugal e Espanha, ao qual deram o nome de “Tratado de Madri”, celebrado em 1750, definindo os novos limites geográficos. Mas os problemas ainda persistiam, passados 27 anos da última convenção, o que obrigou essas potências a assinarem novo acordo, desta vez batizado de “Tratado de Santo Idelfonso”.
E foi exatamente devido às grandes fronteiras que fizeram
com que o Governo Imperial Brasileiro permitisse a entrada de colonos
europeus, pois a necessidade de se colonizar o Sul do país, vinha
diretamente de sua grande extensão de terras despovoadas, o que era
muito dispendioso para o Governo. Os constantes conflitos com a
Espanha, em função dessas terras, exigiam gastos enormes com a guarnição das fronteiras. A solução mais urgente e barata era incentivar a
colonização e, dessa forma, a Coroa do Brasil, com a ajuda laboriosa
dos imigrantes europeus, sobretudo alemães e italianos, e pelo sistema
de minifundios, conseguiriam mais facilmente:
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1. Explorar economicamente as florestas da Região Sul,
2. Fortalecer as fronteiras,
3. Criar uma classe média, urgentemente necessária ao desenvolvimento
econômico e social do país, bem como absorver os produtos produzidos pelas primeiras indústrias que se instalavam no Sudeste.
É claro que, além desses objetivos, a Monarquia Brasileira
pretendia, com a inserção dos imigrantes, suprir a mão de obra nas fazendas de café de São Paulo, até porque a abolição da escravatura já era
tida como certa, pois o Brasil era ainda a única nação no Mundo Ocidental a permitir essa “vergonha”, o que produziu forte pressão internacional, sobretudo da Coroa Inglêsa.
Estavam, então, traçados os objetivos, restando ao Governo
implementar normas que regulamentassem a entrada desses imigrantes.
Várias medidas, neste sentido, foram tomadas pelo Governo:
1. Assinatura da Lei de 25 de Março de 1808, que permitia a concessão
de terras a estrangeiros;
2. Em 1814, um decreto convidava imigrantes estrangeiros, prometendo-lhes a propriedade de terras;
3. Em 1818, foi criado um fundo de assistência ao imigrante europeu;
4. Em 1820, foi elaborada a regulamentação de imigração, sendo prometido aos imigrantes terras gratuítas, isenção de impostos por dez
anos e a cidadania brasileira, havendo como condição que os colonos fossem católicos, imposição revogada pela Carta Constitucional
de 1824, que trouxe a liberdade de culto, o que começou a impulsionar a entrada de estrangeiros no Brasil;
5. Em 1890, o Decreto N° 528 de 28 de Junho, conhecido como a “Lei
Glicério”, aprimora a regulamentação da entrada de imigrantes no
Brasil, dando novo impulso à colocação de colonos europeus no país.
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A ODISSÉIA DA IMIGRAÇÃO ITALIANA
A imigração italiana iniciada, em terras catarinenses, ainda nos
idos de 1836 (Colônia Nova Itália – São Miguel), revestiu-se de uma
importância histórica sem precedentes na história catarinense, sobretudo porque, a partir de 1878, foi um fenômeno de massas. Com o seu
advento, cidades ergueram-se no meio do nada. As matas virgens foram
desbravadas, as margens dos rios ocupadas e o homem passou a ocupar
o espaço físico disponível e propício à sua fixação e sobrevivência, transformando-se em agente colonizador.
Essa deve ser a leitura correta da odisséia do imigrante italiano
para a Região Sul de Santa Catarina, posto que as levas de imigrantes
italianos que se radicaram em São Paulo, por sexmplo, não tiveram a
índole colonizadora daquele que veio para o Sul do nosso Estado, pois
foram recrutados para o trabalho nas lavouras de café, em substituição à
mão de obra escrava, liberta pela Lei Áurea.
Sabe-se que o fluxo imigratório para o Sul de Santa Catarina
iniciou-se com com a criação da Colônia Azambuja em 1877, tendo
sequência com a Colônia Urussanga, o Núcleo Accioly de Vasconcelos
e Creciuma, Rio Jordão, Nova Belluno (Siderópolis) e a Colônia Nova
Veneza, já nos idos de 1892/95.
Os italianos foram, sem dúvida, o grande contingente, responsável pela ocupação do espaço geográfico em nossa Região, sobretudo os
italianos do Norte, Vênetos em sua grande maioria. E a pergunta que se
faz é, por que foram recrutados com maior intensidade os colonos do
Vêneto? Que particularidades tinha essa gente, capaz de atrair os agentes colonizadores a serviço das companhias de imigração? É o que veremos a seguir.
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ITALIANOS DO VÊNETO
Conta o Mons. Quinto Davide Baldessar em seu livro “Imigrantes, sua história, costumes e tradições” que, “para o Governo Imperial
era urgente implementar a mão de obra para a produção dos bens de
consumo doméstico e para a exportação. Com a extinção do tráfico
de escravos em 1850, a imigração foi incentivada pelo Governo.
Feito estudos e pesquisas sobre o potencial humano e as condições de vida dos colonos no além mar, chegou-se à conclusão que o
melhor arsenal, como fonte de procura bem sucedida, seriam certamente
os italianos do Norte da Itália, por diversas razões:
1) Tratava-se de um país com 302.000 km2, com uma população que já
nessa época superava 30 milhões de habitantes.
2) Os habitantes do Norte da Itália seriam os mais indicados, por serem
fáceis de abordar e convencer para enfrentar a odisséia do emigrante.
E a região mais indicada seria o Vêneto:
Essa região, de longa data, vinha sendo massacrada pelas idas e vindas de guerras intermináveis, pela unificação do país. Além disso, era
passagem obrigatória das convulsões bélicas.
Excluindo uma região litorânea no entorno de Veneza, a região é
muito montanhosa. Ao longo do Rio Piave, as montanhas escarpadas se
elevam até as geleiras eternas. Mais ao Norte, nas imediações de Belluno,
há mais rochedo do que terra cultivável. As encostas são muito íngrimes
e saturadas de penhascos, paredões e cânios.
Os invernos são extremamente frios, pelas nevascas prolongadas no começo de cada ano. Grossas camadas de neve cobrem completamente o solo por longos períodos. A vegetação nessas encostas é es30
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cassa. Os pomares ou vinhedos exigem muros de arrimo ou taipas, para
evitar a erosão e manter aquele pouco de terra cultivável, que uma vez
levado pela erosão, não havia onde se buscar.
O sonho da casa própria, de ser dono de suas próprias terras...”,
tudo isso contribuiu, significativamente, como indicativos para se buscar os colonos do Vêneto Italiano. (Grifo nosso)
Mapa da Itália. No destaque a região do Tri-Vêneto.
Fonte: Bortolotto, Zulmar H. História de Nova Veneza, p. 9.
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AS COMPANHIAS DE IMIGRAÇÃO
Todas as pesquisas, e isto não importa, sob que ângulo são vistas, todos os documentos e relatos, oficiais ou não, dão conta de que o
fenômeno emigratório/imigratório foi, sem dúvida, um grande negócio para os países envolvidos no processo e para os intermediários
que fizeram o “trabalho” de coptação.
Analisado sob o enfoque Brasil/Itália, percebe-se, facilmente,
que os dois países tinham problemas que ensejavam urgente providência. Do lado italiano, havia toda a problemática em torno da falta
de oferta de trabalho para um contingente de mão de obra, oriunda da
substituição do modo artesanal para o industrial, além, é claro, da grande densidade populacional italiana, já nesta época, mais de 30 milhões
de habitantes que, aliado à falta de terras férteis no Norte do país,
sobretudo no Vêneto, fazia com que houvesse essa carência de serviço.
Do lado brasileiro, havia o problema da necessidade de suprir a
mão de obra escrava nas lavouras de café, a criação de um mercado
consumidor interno e, especialmente, no Sul do país, a questão dos
grandes espeços geográficos vazios, que demandavam altos custos ao
Governo Imperial, em relação à guarnição das fronteiras.
Conjugando esses fatores, firmaram-se contratos entre a iniciativa privada e o Governo Imperial do Brasil, tendo o objetivo de
trazer imigrantes europeus, especialmente da Alemanha e da Itália.
Desta forma, surgiram as companhias de imigração, que se
responsbilizavam pela contratação e colocação dos colonos em solo
brasileiro.
A mais influente e, por consequência, a mais importante dessas companhias foi a de Joaquim Caetano Pinto Júnior, Comendador
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Brasileiro, experimentado homen de negócios, que possuia larga experiência nos contatos com a Europa.
“O contrato Caetano Pinto”
O Comendador Joaquim Caetano Pinto Junior, celebrou no
dia 30 de Julho de 1874, aprovado pelo Decreto n° 5.663, do mesmo ano, um contrato com o Governo Imperial do Brasil, responsabilizando-se a “num prazo de 10 anos”, introduzir no Brasil cem
mil imigrantes europeus “agricultores, sadios, laboriosos e moralizados”.
Sabe-se que a execução desse contrato foi eivada de muitos
problemas, tanto para Caetano Pinto quanto para os colonos trazidos, pois é certo que o Governo Brasileiro não cumpriu as condições pactuadas no contrato, como o não pagamento ou ressarcimento das despesas havidas com o transporte e a colocação dos
imigrantes em terras brasileiras, e, é claro, os desentendimentos
entre os contratantes refletiam nos colonos.
O Governo Imperial do Brasil, através de seus entes diplomáticos, não tinha credibilidade para agenciar os colonos e já se
fazia sentir alguns movimentos contrários à imigração para o país.
Não havia outra alternativa mais viável que contratar com as companhias de imigração e foi o que fez o Governo, quando recorreu a
Joaquim Caetano Pinto.
Afim de agenciar tamanho contigente de colonos, Caetano
Pinto, é claro, subcontratou, movimentando uma grande engrenagem e isso provocou alguns problemas em relação à propaganda
enganosa que se produziu na Europa, especialmente no Norte Italiano, pintando em cores de ouro as terras brasileiras.
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RECRUTANDOS OS COLONOS ITALIANOS DO
VÊNETO
Com o intenso trabalho publicitário, realizado em meio aos colonos italianos, desenvolvido pelos agenciadores a serviço das companhias de imigração, os camponeses sentiam-se não somente atraídos,
mas seduzidos pelas facilidades oferecidas na América, pois lhes era
apresentado uma oportunidade única de saírem da condição de camponeses para a de proprietários de terras.
No seu livro “Colonos e missionários italianos nas florestas do
Brasil”, o Padre Italiano Luigi Marzano, conta com detalhes como era
feita a propaganda, realizada pelas companhias de imigração junto às
vilas e aldeias do Norte Italiano, que seduziam legiões de camponenes.
Nos relata o Padre Marzano que “nos anos de 1876,1877 e 1878, circulares, jornais e conferencistas giravam pela Europa, especialmente na
Itália, desenhando em cores de ouro apontando como terra prometida a
América e em modo particular, o Brasil.
Naqueles tempos, a Itália nossa, passava uma crise dolorosa. Os
partidos revolucionários perturbavam a Península, impostos e taxas atingiam sem remissão, a agricultura era descurada ou mantida por feudários
espoliadores. O pobre lavrador flagelado pela subnutrição (pelagra), era
incapaz de sustentar e alimentar sua família.
De um lado, pois, atribulação, e por outro, a esperança de uma
vida melhor. Muitos animaram-se a expatriar. E enquanto do Piemonte
partiram aos milhares para cultivar os Pampas Argentinos, os Vênetos,
que até então não sabiam o que fosse emigrar, desciam das altas montanhas do Cadore e unidos aos das Províncias de Belluno, Treviso, Vicenza,
Údine, Pádua, Mântua e Verona, dispunham-se a partir para o Brasil.
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Colocavam à venda seus haveres, e vencido o natural receio de
atravessar os mares, estavam prontos para a partida.
Fonte: Bortolotto, Zulmar H. História de Nova Veneza, p.14.
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EM DIREÇÃO À AMÉRICA
A viagem dos imigrantes
Partir é sempre difícil. Mesmo para onde conhecemos. E fazendo um exercício de imaginação, quando nos volvemos para o
momento em que os imigrantes, neste caso, italianos, deixaram suas
casas, amigos e parentes, para buscar no além mar melhor sorte,
quando, ao ver suas as montanhas vênetas ou lombardas, as ruelas,
as vilas que os viram nascer, certamente, este momento ficou aceso e vivo na memória, tanto dos que partiram quanto dos que ficaram.
Quase todos os relatos sobre a travessia do oceano e os aspectos relacionados à viagem empreendida pelos colonos imigrantes, basearam-se no livro do Padre Luigi Marzano, especialmente
porque o próprio padre experimentou-a, quando partiu de Turim
para a Colônia Urussanga nos idos de 1899.
Seus relatos nos dão a exata dimensão do que foram as sucessivas partidas de centenas de milhares de colonos vênetos e
lombardos com destino ao Brasil. Nos dias de partida, era comum
encontrar-se aglomerados de famílias em frente às estações de trem,
nas cidades onde os agenciadores marcavam para a partida.
Num relato do Padre Marzano, certamente com base em depoimentos de colonos já estabelecidos na Colônia Urussanga, assim descreveu o sacerdote:
“E quem se encontrasse nos dias 24, 25 e 26 de Março de 1878
na Prefeitura de Coneliano, na Província de Treviso, teria visto
aglomerarem-se gente de Belluno, Longarone, Cadore, Friuli,
Treviso, reunidos em famílias, em grupos, em aldeias inteiras,
circundada por caixões contendo os poucos objetos de uso, e todos aguardando o trem do dia 27, no qual partiram para Milão”.
Pelo relato do padre italiano e mais o relato de tantos outros
pesquisadores, chega-se à conclusão de que a viagem para o Brasil
obedecia a dois roteiros, ou seja, um com embarque nos transatlânticos no porto francês da cidade de Le Havre, e um outro com embarque no porto de Gênova, na própria Itália.
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O tempo exato da viagem não se pode afirmar, todavia, pode
ser estimado entre 30 e 36 dias (daí o trecho da música “...trentasei
giorni di macchina e vapore...”.
Mas partindo de Gênova ou de Le Havre, o destino era um
só: o Brasil. Em linhas gerais, era assim que se desenvolvia a
viagem até o destino:
A partida poderia ser de Gênova ou Le Havre; Parada de reabastecimento (carvão) em Lisboa ou Pernambuco; O desembarque
já em porto brasileiro, poderia ser no Rio de Janeiro ou em Santos,
no litoral de São Paulo, mas a partir desses dois destinos, a sequência da viagem era a mesma, ou seja, até Desterro (atual
Florianópolis), em barcos a velas, e em barcos menores até Tubarão (localidade de Morrinhos), de onde seguiam, à pé, até as colônias
de destino, ou Azambuja, ou Urussanga, ou Accioly de Vasconcelos (Cocal), ou Criciúma, Rio Jordão,
Nova Veneza, Treviso,
Belluno (Siderópolis).
A partir de 1880 com a inauguração da Estrada de Ferro Dona
Tereza Cristina, os imigrantes vindos nesta época, passaram a contar com esse transporte, saindo de Laguna até a Cidade de
Pedras Grandes, sendo que o
restante do percurso era feito
ainda à pé.
Esse é, em síntese, o roteiro
seguido por nossos antepassados que deixaram a Itália
em direção à “terra della
cucagna”, como costumavam
chamar os agenciadores à serviço da companhias de imigração, quando referiam-se
ao Brasil.
Trajeto desenvolvido pelos imigrantes
Italianos em um dos possíveis roteiros
utilizados. Neste caso, com partida
do Porto de Gênova e chegada no
Porto do Rio de Janeiro
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Registro de Entranda de Imigrantes, datado de 14 de Abril de 1880. Na relação desta
página aparecem as famílias De Pellegrin e Búrigo. O navio era o Vapor Koln, que
partiu do porto de Genova com destino ao Porto do Rio de Janeiro.
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Passaporte italiano do inicio do seculo XIX, expedido pelo governo italiano, quando a
Itália era ainda uma monarquia e o Rei era Umberto I.
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O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO DE COCAL DO SUL
Foto de 1906. Ao fundo, à direita, percebe-se o “palazzo Búrigo” já inaugurado.
Os primeiros passos da colonização de Cocal do Sul
A colocação de imigrantes italianos em Santa Catarina já
havia sido tentada em 1836 (Colônia Nova Itália – Vila de São Miguel –
margens do Rio Tijucas, através de uma empresa colonizadora, criada
por Enrique Ambauer Schutel e Carlo Demaria, a “Demaria & Schutel”,
Sociedade Particular de Colonização.
Em 1876, a Inspetoria de Terras e Colonização, órgão
do Governo Imperial, responsável pela operacionalização do serviço de
imigração e a consequente colocação de imigrantes em terras da Província de Santa Catarina, empreendeu com mais vigor a colocação de imigrantes europeus no Estado, caracterizando-a, como um fenômeno de
massas.
A região onde estão localizados os Municípios de Urussanga
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e Cocal do Sul pertenciam, por força da Sesmaria de 05 de Abril de
1773, do Governo Imperial, ao Capitão de Ordenanças Manuel de Souza Porto.
No dizer de Jacinto Antonio de Mattos, numa das visitas
que o Presidente da Província de Santa Catarina, Dr. Alfredo Escragnole
Taunay, fez ao Vale do Tubarão, em Setembro de 1876, convenceu-se de
que esta seria uma região de grandes potencialidades para a colocação
de imigrantes europeus. A partir desta constatação, sugeriu ao Ministro
da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Governo Imperial, Conselheiro Thomaz José Coelho de Almeida, a realização de estudos para
estender a colonização para o Sul da Província.
Atendendo de imediato ao pedido formulado pelo Presidente da Província de Santa Catarina, o Governo Imperial, que também tinha grande interesse em colonizar o Sul do Brasil, já que era muito
dispendioso guarnecer suas fronteiras, nomeou uma Comissão Imperial
em 21 de Novembro de 1876 e, sob a chefia do engenheiro maranhense
Joaquim Vieira Ferreira, auxiliado pelo agrimensor Augusto Barrandon
e o Tenente Braz Nogueira Pinto, iniciaram esses estudos, que consistiam na discriminação e medição das terrras públicas.
Os trabalhos de levantamento e medição dos lotes coloniais,
começaram no ano seguinte, em 1877, a partir do Vale das Pedras Grandes, afluente do Rio Tubarão, culminando com a criação do Núcleo Colonial de Azambuja neste mesmo ano.
E para compreendermos a colonização do nosso Município,
não podemos nos furtar de retrocedermos à época em que ocorreu a colonização de Azambuja, que foi o lugar de onde iniciou-se, inclusive, os
estudos de assentamento dos primeiros colonos italianos, chegados em
16 de Abril de 1877 e colocados pelo Major Antonio Florencio Pereira
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do Lago, sob a responsabilidade do Engenheiro Joaquim Vieira Ferreira,
que os fez conduzir para a sede do núcleo colonial de Azambuja.
A colonização do Núcleo Azambuja teve início em 28 de
Abril de 1877, mais precisamente no Vale do Rio das Pedras Grandes,
afluente do Rio Tubarão.
Joaquim Vieira Ferreira teve um papel de destaque no processo de colonização não só do Núcleo Azambuja, como também nos
demais núcleos surgidos a partir daí.
No ano de 1878, chegaram os primeiros colonos, em número de 76 famílias, destinadas a Urussanga. “Desembarcaram no Porto do
Passo do Gado a 16 de Maio e no de Morrinhos a 19 do mesmo mês.
Foram recolhidos nos ranchos de hospedagem de Urussanga a 28 de
Maio e localizados nos seus lotes a 12 de Junho”.
O ano de 1880, se revestiu de grande importância para a
vinda das primeiras famílias que se radicaram, pois foi neste ano, de
Janeiro a Julho, que ficou concluído o trecho da estrada de urussanga até
Cocal, na extensão de 12.130 metros, sendo que sua continuidade prolongou-se até Criciúma. O projeto inicial desta estrada, previa sua extensão, a partir de Urussanga, até o centro de Cocal, mais três quilômetros,
o que daria para se chegar até as proximidades do acesso à Linha Tigre.
Um dado curioso é que o preço, à época, de uma braça de terras em
Cocal, consideradas boas, era de 6 Réis.
A Colônia Azambuja estava dividida, inicialmente, para sua
melhor administração, em três distritos coloniais: Pedras Grandes,
Urussanga e Cocal/Cresciúma.
Durante o processo de colonização de Azambuja, Urussanga
e Cocal foram formadas três comissões. Para nós, pela sua importância
histórica, a Comissão chefiada pelo Engenheiro Francisco Ferreira Pontes, é que merece o nosso destaque, pois a partir do ano de 1885, iniciou
os trabalhos de demarcação das nossas terras, que culminaria na criação
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do Núcleo Colonial Accioly de Vasconcelos.
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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história
Os primeiros colonizadores
Fato que merecere um melhor esclarecimento, afim de buscar-se dados concretos e lógicos sobre a colonização de Cocal, é
estebelecer duas épocas distintas, mas igualmente importantes para a
nossa história: primeiro, a época que, propriamente, aconteceu a colonização, com a chegada das famílias pioneiras: Família Cecchinel (conhecida como Pauli), Família Possamai - conhecida como Mura e Família Smania. Segundo, a época que ocorreu a formação oficial do Núcleo
Accioly de Vasconcelos, em 1885.
Feito isso, há que se relatar que já no ano de 1880, quando
ficou concluída a “estrada” entre Urussanga e o futuro Núcleo Accioly
de Vasconcelos, sob a chefia do Engenheiro Joaquim Vieira Ferreira e
mais tarde sob a reponsabilidade do Engenheiro Francisco Ferreira Pontes, algumas famílias se estabeleceram ao longo da estrada, de forma
que nos permite concluir que a COLONIZAÇÃO deu-se anteriormente ao ano de 1885, entre 1880 e 1883, pois todos os relatos datados remontam à essa época.
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As famílias colonizadoras
FAMÍLIA CECCHINEL
Não existem dados concretos sobre a data exata da chegada
desta família, mas conforme depoimentos, teria ocorrido em Agosto de
1883, sendo a primeira família que aqui se estabeleceu, o que também
confirma o exposto no tópico anterior, a respeito do início da colonização de nossa cidade.
Paolo Cecchinel era o “capo” da família. Nascido na localidade de Tovena (Município de Cison di Valmarino - Província de Treviso,
no Vêneto Italiano), casou em Vittorio Veneto, também município da
mesma província, com Catterina Carpenè, nascida na Cidade de Revine
Lago, onde foram morar antes de partirem para a América. Na Itália,
Paolo e Catterina tiveram quatro filhos: Lorenzo, Celeste, Luigi e Cristina,
sendo que Luigi, de dois anos de idade, faleceu durante a viagem para o
Brasil. E aqui o casal ainda
Paolo Cechinel e Catarina Carpenè - Colonizadores de Cocal do Sul - SC
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teve mais quatro filhos: Angelina, Santina, Pascoal e Giacomo. Partiram
do Porto de Gênova a bordo do Vapor Brosmero.
Dos contatos havido na Itália, descobrimos que não
há registro algum do nascimento ou batismo de Paolo Cecchinel. Localizamos somente sua certidão de casamento. Isso se deve ao fato de que,
quando nasceu, não haviam, ainda, cartórios de registro civil, sendo que
os registros existentes são aqueles da Igreja – neste caso o batismo. Ocorre, que a Igreja onde Paolo Cecchinel fora batizado, foi destruída na
época da Segunda Grande Guerra, sendo destruídos, também, os registros
paroquiais
A vinda para esta região deu-se pelo fato da existência do
Rio Cocal, pois o projeto de Paolo Cecchinel era a instalação de uma
pequena indústria (uma atafona movida a água), para a moagem de milho. Foi esta a primeira indústria que se instalou em nosso município e
atendia as necessidades de toda a região. Esta atafona foi instalada onde
hoje é a propriedade da Família Scarpato.
FAMÍLIA POSSAMAI
Esta foi a segunda família a chegar. Composta pelo casal
Francesco Possamai e Maria Casagrande e suas duas filhas, Paola nascida na França e Vergínia, que nasceu no navio durante a viagem para a
América. Aqui no Brasil o casal teve nove filhos: Paulina, Augusta
Giullia, Ida, Esther, Clementina, Giovanni, Pietro, Antonio e Beniamino.
Antes de vir com a família, Francesco, ainda solteiro, em
1880, já havia estado no Brasil, acompanhado de seu irmão Antonio que
aqui ficou aguardando a sua volta da Itália com a família, o que se deu
uns três anos após. Voltou à Itália, onde havia deixado sua noiva Maria,
afim de casar-se e a seguir foram para a França e Alemanha e daí vindo
para o Brasil. Essa viagem para os dois países europeus foi a forma
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Aqui chegando com sua família, instalou-se, inicialmente, na localidade de Rio Galo, na casa de seu irmão Antonio. Mais tarde, construiu sua
casa onde existe hoje o entroncamento da Linha Braço Cocal com a
Linha Ferreira Pontes. Nessa época, Francesco ia para o Rio Galo todos
os dias, afim de construir barracos de ripas, feitos em dois andares, servindo como prevenção contra os ataques dos tigres, animais, ferozes e
índios, pois eram comuns na região. Embora analfabeto, se deslocava
até Pedras Grandes, onde trabalhava como instrutor na construção da
estrada de ferro Dona Thereza Christina, pois era prático por haver exercido a atividade em ferrovias na Europa.
Francesco Possamai era natural de uma pequena localidade
(Cenere) Município de Cison di Valmarino, na Província de Treviso,
também no Vêneto Italiano. Era filho de Baptista Possamai e Maria
Zunchette. Faleceu em 06.03.1916 com 71 anos de idade e foi sepultado
no Cemitério de nosso Município.
Maria Casagrande Possamai e Francesco Andrea
Possamai
Colonizadores de Cocal do Sul - SC
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Certidão de Batismo e de Casamento religioso de Francesco Andrea Possamai e Maria
Casagrande, expedido pela Paróquia Santa Maria Assunta de Cison di Valmarino Província de Treviso - Itália
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FAMÍLIA SMANIA
Após a chegada das famílias
Cecchinel e Possamai, chegou a Família
Smania. Eleodhoro Smania e sua esposa
Catarina vieram da Província de Padova
na Itália com três filhos: Maria, Antonia e
Ida.Catarina chegou aqui grávida de nove
meses, dando a luz em 21.02.1885 a um
menino ao qual foi dado o nome de Pietro.
Além de Pietro, nasceram aqui mais três
filhos: Teresa, Giovanni e Eleodhoro.
Pietro Smania casou com
Matilde Peruchi e tiveram quatro filhos:
Venâncio, Ivo, Artur e Aurora Smania.
Faleceu em 11.02.1984, faltando dez dias
para completar 99 anos de idade.
Pietro Smania, filho do
colonizador Eleodhoro Smania.
Foto de 1929 - De pé da esquerda para direita: Venâncio Smania, Antonio Perucki, Jorge
Cechinel, Paulino Búrigo, Pedro Bettiol e José Brigido Faraco. Sentadas da esquerda para a
direita: Uma das irmãs gêmeas Mayer, Sara Costa, Carmena prates Amante, Esther Costa, a
outra irmã gêmea Mayer e Laura Prates Amantes.
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O NÚCLEO COLONIALACCIOLY DE VASCONCELOS
O Engenheiro Francisco de Barros Accioly de Vasconcelos foi
o Inspetor de Terras e de Colonização que fiscalizou os trabalhos das comissões encarregadas da demarcação e do assentamento dos colonos imigrantes.
No ano de 1885, a Comissão que atuava era a chefiada pelo
engenheiro Francisco Ferreira Pontes, que levantou as plantas das estradas de Pedras Grandes a urussanga, de urussanga Baixa ao Lageado, e
de trechos dos Rios Urussanga, Cocal e Araranguá.
O ano de 1885 marca a CRIAÇÃO OFICIAL do Núcleo
Accioly de Vasconcelos.O núcleo colonial ganhou esse nome em homenagem ao Inspetor de Terras e de Colonização, que contava nessa época
com uma população de 150 famílias, esparsas numa área de 998 hectares.
É interessante registrar que este Núcleo Colonial estava dividido
em secções coloniais, compreendendo Cocal e, à época, o povoado de
Criciúma, e quando nos referimos ao Núcleo Accioly de Vasconcelos, não
estamos fazendo menção somente ao atual Município de Cocal do Sul, porque este núcleo, como já afirmamos, ia além de suas terras, chegando até
Criciúma.
Um fato que marcou o ano de 1885, foi , no dizer de Jacinto
Antonio de Mattos, que também era Inspetor de Terras, a correria de
selvagens no Núcleo Accioly de Vasconcelos, e entre vários prejuízos, o
da morte do trabalhador Balduíno Floriano, o que reforça a tese de que
haviam muitos índios e animais ferozes nessas terras, dificultando a formação do Núcleo e o assentamento das famílias colonizadoras.
Durante um determinado tempo, foi comum nos núcleos coloniais, a implantação de estatísticas, pois ficou comprovado que muitos
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colonos haviam se etabelecido sem título, ou seja, documento que dava a
posse e a propriedade provisória do lote colonial. A propriedade era
provisória, porque o colono dispunha de um prazo de cinco anos para
integralizar o pagamento do seu lote. O que evidenciava a irregularidade
era o fato de haverem pessoas que, nada tendo ver com o Serviço de
Terras e Colonização, distribuiam os lotes a pessoas estranhas (não cadastradas), simplesmente por indicação, o que gerou muito tumulto para
o próprio trabalho de colonização. Nessa época, a população do Núcleo
Accioly de Vasconcelos era de 150 famílias, totalizando 422 habitantes.
Em 1888, o Núcleo Accioly de Vasconcelos perde a parte
que correspondia ao povoado de Criciúma, formando este um quinto
núcleo, enquanto que o primeiro compreendia toda a zona do Rio Cocal.
Neste ano, em 9 de Julho, entra em cena o Engenheiro Polydoro Olavo
Santiago, que deu continuidade aos trabalho de demarcação de lotes e
colocação de imigrantes no núcleo.
Segundo o Inspetor de Terras e Colonização Jacinto Antonio de Mattos, de Outubro de 1890 a Abril de 1891, entraram para os
cinco núcleos que constituiam a ex-colônia Azambuja, 1307 russos,
totalizando 312 famílias, que se distribuíram nos Núcleos de Accioly de
Vasconcelos e Criciúma.
Percebe-se que, já nessa época, a política adotada pelo Governo Brasileiro para o assentamento de colonos, e neste caso imigrantes, se constítuia em uma questão envolvendo o problema da terra. Muitas foram as dificuldades encontradas pelos colonos para obterem, definitivamente, a propriedade irresolúvel de seus lotes.
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AS LINHAS COLONIAIS
Históricamente, o Núcleo Accioly de Vasconcelos foi dividido em quatro colônias. Essas eram divididas em lotes coloniais de 30
hectares, aproximadamente, o que, inclusive, favorecia o assentamento
dos imigrantes e a melhor fiscalização dos agentes de governo e das
companhias de imigração, as quais lucravam com a vinda dos imigrantes.
Quando da divisão das colônias, a “estrada” que separava as
propriedades, seja ao fundo ou na frente, conforme o caso, era conhecida por linha, que nada mais era do que uma “picada” no meio do mato e
que, servindo essas propriedades, funcionavam como meio de acesso.
A seguir, relataremos os motivos pelos quais as linhas ainda
hoje conhecidas ganharam seus apelidos. Salientamos, entretanto, que
nenhum testemunho ou registro escrito foi encontrado que localizasse,
no tempo, esses acontecimentos, razão pela qual não se pode precisar as
épocas desses eventos.
Tem-se notícia, de que o primeiro medidor de terras, não
oficial, surgido em Cocal foi um russo conhecido por “Sarin”, cujo nome
aportuguesado era João, existindo ainda alguns títulos de propriedade
da época, assinados por ele e guardados por famílias de nossa região,
como exemplo podemos citar um mapa guardado por Egídio Fontanela,
cuja assinatura do levantamento topográfico é de “João Sarin”, datado
de 25 de Outubro de 1901.
São conhecidas quatro importantes linhas coloniais:
Linha Tigre
Ficou assim conhecida porque, em terras de Francisco
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Possamai, um porco foi atacado por um tigre. Neste dia, vários serranos
desceram a serra para caçar o animal feroz. Logo após a caça do tigre,
comemoraram o feito, comendo o porco que certamente só foi ferido
pelo felino.
Linha Ferreira Pontes
Esta linha recebeu este nome como forma de se homenagear
o Engenheiro Francisco Ferreira Pontes, que era Diretor da 2ª Comissão
da Colônia Azambuja, encarregado de medir as terras que formariam o
Núcleo Accioly de Vasconcelos ou Rio Cocal como mais tarde ficou
conhecido.
Linha Espanhola
Neste local moravam muitos imigrantes poloneses, os quais
foram atingidos por uma forte epidemia de gripe (gripe espanhola) que
dizimou centenas de pessoas em toda a região, mas que produziu óbitos
em escala alarmante entre os poloneses que habitavam essa localidade,
ficando conhecida, então, em razão desse surto epidêmico, como Linha
Espanhola.
Na verdade, essa gripe era a gripe que os italianos chamavam de “influenza”, cujo ano da ocorrência desse surto em meio aos
poloneses foi em 1918.
Há notícia, de que antes desse surto de gripe, já residia uma
família de origem espanhola, cujo sobrenome era Spagnol (daí o apelido
espanhol), família conceituada e bemquista, o que reforçou a prática do
apelido da localidade.
Linha Cabral
Nome originado do cidadão “João Cabral de Mello” (18501910), que exerceu diversos cargos públicos, dentre os quais o de Supe52
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rintendente Municipal (Prefeito na época) em Tubarão.
Foi escriturário da Inspetoria de Terras e Colonização, sendo por isso homenageado com o nome dessa localidade.
Rio Galo
Foi atribuído este apelido à Comunidade de Rio Galo, porque o local serviu de acampamento dos funcionários do DR - Departamento de Estradas de Santa Catarina, que acampados à mergem do rio
que serve de divisa natural entre Urussanga e Cocal, eram acordados
pelo canto de um galo que chamava a atenção de todos, principalmente
dos funcionários que trabalhavam na abertura da estrada e também dos
moradores do local. Assim, em homenagem ao galo de canto forte e
pontual, o apelido caiu nas graças dos moradores locais e até hoje a
localidade é assim conhecida.
Infelizmente, não se tem notícias a que família pertencia a
ave que acordava o acampamento todas as manhãs.
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A COMUNIDADE DE RIO COMPRUDENTE
A colonização de Rio Comprudente teve início em 1883
com a chegada de várias famílias vindas da Itália, especialmente
da Província de Treviso, Região do Vêneto.
Os colonizadores desta comunidade estão elencados no
monumento eregido em frente à Igreja Nossa Senhora do
Caravággio, por ocasião de seu centenário de colonização, comemorado em 26 de Maio de 1993.
Famílias colonizadoras do Rio Comprudente
Antonio Mufatto
Giovanni De Brida
Antonio Redieri
Giovanni Battiol
Antonio Saviato
Giovanni Polla
Antonio Serafin
Giuseppe Bertam
Anselmo Vitoretti
Giuseppe Durante
Candido Brinna
Giuseppe Sasso
Cesar Salvan
Isidoro Machado
Eugenio Amboni
Luigi Mufatto
Francesco Serafinn
Luigi Gabriel
Felippe Feltrim
Moisés Saccon
Giovanni Bortolatto
Santos Pagnan
Giovanni Bataim
Valentin Fachin
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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história
No Brasil Imperial, a Coroa pertencia à nobreza portuguêsa, logo,
todas as pessoas envolvidas na Administração do Império e também nas províncias, como o caso de Santa Catarina, tinham origem portuguêsa. Foi assim, por exemplo, com quase todas as comissões encarregadas pela medição e demarcação dos lotes coloniais, destinados ao assentamento dos imigrantes, trazidos da Europa.
Uma das influências vindas de Portugal e que acha-se
registrada na história da Comunidade de Rio Comprudente, é justamente a que se relaciona à origem do nome desta comunidade.
Certamente não foram os colonizadores italianos que
escolheram a denominação do lugar. Os indícios nos fazem crer
que o nome de Rio Comprudente, foi a forma encontrada pelos
encarregados do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Governo Imperial, pela demarcação dos lotes, para homenagear um rio português. É que em Portugal há um rio com as
mesmas características, cujo nome era Rio Comprudente, pois que
o rio daqui, a exemplo do rio português, serve de marco natural,
percorrendo toda a extensão entre a Colônia Urussanga e o Núcleo
Colonial Accyoli de Vasconcelos, hoje Cocal do Sul. Rio
Comprudente, dá a idéia de comprimento, ou seja, um rio bastante
extenso, permitindo, inclusive, que seja utilizado como divisa natural entre duas comunidades. Eis a razão do nome atribuído à
Comunidade de Rio Comprudente.
As famílias colonizadoras de Rio Comprudente viviam, basicamente, da agricultura. A Família Fachin, por exemplo,
aproveitando uma queda d’água, montou uma “atafona”, onde moía
o milho e o trigo, como também a mandioca. Outras famílias especializaram-se na produção de aguardente, cuja tradição ainda hoje
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se mantém.
Família Facchin
A Família Facchin, proveniente do Município de
Sovramonte (Provícia de Belluno), estabeleceu-se, inicialmente,
em Urussanga, onde hoje está localizado o Hospital Nossa Senhora da Conceição.
Valentino Facchin chegou ao Brasil quando tinha 10 anos
de idade, na companhia de seus pais, Domenico Facchin e Maria
Zanin. Viveu sua juventude em Urussanga, trabalhando no ramo
da construção civil, ofício herdado de seu pai, que seguia a forte
tradição desta família, especialmente em construções onde a matéria-prima básica era a pedra. Em Urussanga, as principais obras
públicas, realizadas pela administração local, teve a participação
de Velentino Facchin. Também realizou inúmeras outras obras, de
iniciativa privada, pois foi um excelente construtor.
Ao casar-se com Rachele Rosso, moça nascida na Cidade de Sedico, também localizada na Província de Belluno, mudou-se para a Comunidade de Rio Comprudente. Empreendedor
dinâmico, associou-se a Eugenio Amboni, afim de construir, na
localidade, a primeira indústria do lugar. Ergueram uma atafona,
aproveitando um represamento do rio, que oferecia todas as condições para o empreendimento. Os serviços dessa atafona foram
muito requisitados por toda a região. Ainda hoje, é possível identificar sua localização, especialmente porque restaram suas ruínas.
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Atafona contruida por Valentino Fachin
Engenho construido por Valentino Fachin
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Nos idos de 1912, Valentino Facchin foi convidado pelo Governo
Federal, para trabalhar na construção da estrada de ferro. Foi enviado ao Norte do Estado de Santa Catarina, mais especificamente
na região de Mafra, afim de ajudar na ligação férrea entre esta
cidade e a de São Francisco do Sul.
Nesta época, a região para onde fora Valentino Facchin
estava envolvida numa acirrada disputa de interesses, envolvendo
os Estados do Paraná e de Santa Catarina, resultando numa verdadeira guerra civil, que ficou conhecida como a “Guerra do Contestado”. Embora advertido pelos amigos, Valentino Facchin, homem
destemido e corajoso, não hesitou, indo para a região conturbada.
Trabalhou na construção da estrada de ferro, no trecho próximo à
Cidade de Canoinhas durante um bom tempo.
Num certo dia, Valentino e mais 18 companheiros seus,
estavam trabalhando na construção, quando foram aprisionados por
uma tropa federal, comandada pelo General Setembrino, que fora
encarregado de pôr fim ao conflito armado que envolvia revoltosos
dos dois Estados. A repressão adotada por essas tropas do Governo, extrapolava de tal forma o comando, que em muitos casos, não
procuravam distinguir os “jagunços revoltosos”, das pessoas que
estavam na região, trabalhando na construção da estrada de ferro.
No dia 21 de Novembro de 1914, numa manhã chuvosa
de Primavera, enquanto na Europa, desencadeavam-se as operações bélicas que deram início à Primeira Grande Guerra Mundial,
Valentino Facchin e seus 18 companheiros de trabalho foram
impiedosamente fuzilados pelas tropas federais, sob a acusação de
estarem colaborando com os revoltosos.
De nada adiantaram os argumentos de inocência, levantados pelos prisioneiros. Segundo um sobrevivente do massacre, o
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fuzilamento, aconteceu numa localidade conhecida como Campo das
Moças, próximo à Cidade de Canoinhas. Nesta Localidade tombou
Valentino Facchin, sendo vítima de uma grande e injustificada carnificina, promovida por tropas do Governo Federal.
Em 1925, com a forte importante atuação do Consulado
Italiano, o Governo Federal, reconhecendo a injustiça cometida em
relação ao fuzilamento de inocentes trabalhadores italianos, procurou
indenizar as famílias das vítimas. Nesta época, a viúva de Valentino,
Rachelle Rosso, recebeu a importância 25 Contos de Réis.
O corpo de Valentino nunca fora encontrado, nem mesmo
o registro do óbito foi feito. Quando esse destemido imigrante
italiano partiu de Rio Comprudente para ajudar o Brasil a expandir
sua malha ferroviária, foi para nunca mais voltar para os seus.
Deixou Valentino Facchin sua esposa e filhos. Abaixo,
fotografia da Família Facchin.
Da esquerda para direita: Maria Aurora, Marcolina Salute, Ana Gracia, Rachele Rosso
(mãe), Antonio Victor, Valentino (pai), Santa Ignês e Libera Esperança. A foto é de
1907, por isso não aperece nela Ambrozio (no detalhe), que ainda não tinha nascido.
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Certidão de Batismo de Valentino Facchin, expedida pela Paróquia Santa Maria Assunta, da localidade de Servo, município de Sovramonte - Província de Belluno - Itália
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O primeiro professor
O primeiro educador da comunidade de Rio Comprudente
foi o italiano Giovanni Bataim, que lecionou muitos anos nas línguas italiana e portuguesa. Em sua homenagem, a escola da comunidade leva o seu nome: “Escola de Educação Básica Giovanni
Bataim”.
Religiosidade
A Comunidade de Rio Comprudente, por ter sido colonizada por imigrantes italianos, que trouxeram em sua bagagem cultural a forte influência da Igreja Católica Apostólica Romana, trouxeram e mantiveram, também, a tradição de fé e devoção à Nossa Senhora do Caravaggio, sua padroeira.
Caravaggio é uma pequena vila italiana. À época da aparição de Nossa Senhora, era uma terra muito batida por bandidos e
corroída por heresias e agitada por muitos crimes. Foi nesta terra
tão violenta e após uma sangrenta guerra entre a República de
Veneza e o Ducado de Milão, que Nossa Senhora escolheu para
fazer sua aparição e deixar sua mensagem.
No dia 26 de Maio de 1432 nesta vila chamada
Caravaggio, Giovanetta, uma camponesa muito maltratada pelo marido, colhia pastagem em meio a prantos e súplicas à “mãe do céu”,
por tudo o que sofria com o seu marido. Então, subtamente, aparece
em sua frente uma linda senhora que mais parecia uma rainha plena
de bondade. A senhora ordena à Giovanetta que não tivesse medo e
que se ajoelhasse, afim de receber uma grande mensagem. Revelalhe o seu nome e lhe diz que, tendo conseguido afastar do povo cristão os merecidos castigos da divina justiça, vem anunciar a paz. E
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lhe confia esta mensagem, dizendo ainda que a levasse ao conhecimento dos governantes e do povo. Nesta mesma aparição, Nossa
Senhora, pede a Giovanetta que peça ao povo que volte a rezar e
fazer penitência e como marco de sua aparição, que fosse erguida
uma capela.
Quando as famílias colonizadoras chegaram ao Rio
Comprudente, em seguida, também, ergueram uma igreja de madeira a exemplo do ocorrido na Itália e, no pedestal, colocaram
uma pequena imagem de Nossa Senhora do Caravaggio, trazida
por eles da Itália. É por esse motivo que ainda hoje perpetua-se em
Rio Comprudente a forte devoção à nossa Senhora do Caravaggio,
sua padroeira, e sua festa que se realiza todos os anos, no dia 26 de
Maio, é conhecida em toda a região pelos romeiros e devotos.
Nossa Senhora do Caravaggio
Padroeira de Rio Comprudente
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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história
DE ACCIOLY DE VASCONCELOS A RIO COCAL
A origem do nome do Município
Precisar a data em que houve a mudança do nome do Núcleo
Accioly de Vasconcelos para Rio Cocal, é tarefa das mais dificeis, até porque não existem dados escritos sobre o assunto, o que nos permite afirmar
que não há uma data específica sobre a mudança do nome. Mas, pelos inúmeros acontecimentos pesquisados que mencionam datas, foi possível estabelecer, não a data precisa, mas a época provável em que essa mudança na
denominação começou a ser operada.
Seguramente, o nome oficial do Núcleo Colonial, isto é, Accioly
de Vasconcelos, não foi simpático à população nele residente, pois a prática
adotada foi a de estabelecer uma correlação entre o nome da localidade com
o nome do principal rio existente, Rio Cocal.
Comprovadamente, ainda no ano de 1891, o nome conhecido
era Accioly de Vasconcelos, pois todos os fatos históricos escritos, retratando fatos dessa época não mencionam Rio Cocal, o que só acontece algum
tempo depois.
O nome Rio Cocal não é, seguramente, fruto de Lei. Não há
nenhum registro legal autorizando a mudança, daí a conclusão lógica
que essa designação partiu do próprio costume dos colonos, que se estabeleceram em nossa região, aliado ao fato inconteste de que o principal
rio que banha o núcleo é o Rio Cocal, em cujas margens era abundante
os coqueiros nativos que, inclusive, se espalhavam em toda a sede do
núcleo.
Sobre essa abundância de coqueiros, há que se relatar que a
proliferação dessas árvores deu-se pela ação direta dos animais que, ao
se alimentar dos frutos, espalhavam as sementes, fazendo com que a propa63
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gação de coqueiros crescesse vertiginosamente, embelezando não só as
margens do Rio, mas quase todo o núcleo colonial.
Até 1885, não tinham se estabelecido ainda um número muito
grande de colonos no Núcleo Accioly de Vasconcelos, fato que à época não
exercia nenhuma ou quase nenhuma influência sobre o nome Rio Cocal.
Mas a partir do ano de 1890, com a chamada “Lei Glicério”, que concedia, teoricamente, muitos incentivos à vinda de colonos imigrantes para o Sul
do Brasil, aqui se estabeleceu uma leva considerável não só de imigrantes
italianos, mas de poloneses, russos e uma pequena quantidade de alemães.
Ainda em 1892 o nome Accioly de Vasconcelos era lembrado, pois como
bem demonstra o Registro de Nascimento de Assunta Zandonardi, lavrado
no Cartório de Urussanga Livro A-01, Fls. 01, sob o termo 01, nome Rio
Cocal não fora mencionado.
Cremos que, graças ao aumento do número de habitantes, mais
o fato da existência de um Rio, ladeado de coqueiros, passou a ser praticado
pela própria população o apelido do Rio, que era RIO COCAL, o que se
irradiou não somente dentro do núcleo, mas igualmente em toda a região, de
modo que não mais se falava em Accioly de Vasconcelos.
E da mesma forma que o nome Accioly de Vasconcelos foi
esquecido, com o passar do tempo, isso após 1892, as pessoas, quando se
referindo ao Rio Cocal, não mais pronunciavam o Rio, apenas o nome
COCAL, fazendo referência aos coqueirais que aqui existiam, pois Cocal é
sinônimo de “coqueiral”. Deste modo, concluímos que o nome Cocal foi
fruto da prática reiterada da relação entre o nome do rio com os abundantes
coqueirais que aqui existiam.
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Registro de Nascimento de Assunta Zandonardi, feito em 1892 no cartório de
Urussanga, mencionando o local Accioli de Vasconcellos
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O INCREMENTO DA COLONIZAÇÃO
A seguir, relação das famílias que foram dirigidas
diretamente para o núcleo colonial “Accioly de Vasconcelos”,
objetivando dar impulso ao pequeno povoado.
Barro
Dalló
Possamai
Basso
Darós
Possamai Della
Benedet
De Faveri Rocco
Possi
Beneton
De Villa
Pozza
Biz
Fabro
Prá
Bortolin
Ferrarro
Raspini
Boteon
Fontana
Rós
Burigo (Gol)
Giusti
Rosso
Candiotto
Gobbo
Rosso Fermo
CasagrandePacagnan
Magagnin
Sartor
Cecchinel Pavei
Mariot
Smani
Costa
Martignago
Soligo
D’ Agostin Peruchi
Martinello
Valmago
Da Rolt
Mative
Vuello
Da Soller
Naspolini
Zanatta
Dal Pont
Osellame
Zanette
Dal Toé
Pelegrini
Zilli
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Certidão de Batismo de Angelo Gabriele
Zanette, expedida pela Paróquia San Giacómo
Apóstolo, da localidadee de San Giacómo di
Vellia, do município de Vittorio Veneto Provincia de Treviso - Itália
Certidão de Nascimento de Angelo
Rosso, expedida pelo cartório do
município de Sedico - Provincia de
Belluno - Itália
Certidão de Nascimento de Celeste
Silvestro Angelo
C a n d i o t o ,
expedida pela cartório do município
de Campodarsego
- Provincia de
Padova - Itália
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Certificado de Nascimento de Luigi
Sartor, expedido pelo cartório do município de Montebelluna - Provincia de
Treviso - Itália
Certificado de Nascimento de Fortunato
Sartor, expedido pelo cartório do
município de Montebelluna - Provincia
de Treviso - Itália
Certidão de Batismo
de Carlo Osellame,
expedida pela
Paróquia de S.
Andrea Apostolo, da
localidade de
Venegazzu,
Munícipio de
Volpago Del
Montello - Província
de Treviso - Itália
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Após a chegada das famílias pioneiras e a criação do Núcleo Accioly de
Vasconcelos, mais o “incentivo” dado à colonização, através da Lei
Glicério de 1890, chegaram outras famílias da Polônia e do Norte/Nordeste Italiano.
Italianos
Burigo (Sindaco/Spizier), Bettiol, Bortolatto, Cirimbelli,
Castelan, Crestani, Cecchinel (Sabionaro), Cecchinel (Bót), , Da Jori,
De Pellegrin, Feltrin, Frasson, Furlan, Ferro, Galato, Galli,
Guglielmi, Guollo, Meneghel, Menegon, Munaretto, Motta, Possa,
Peraro, Peruck, Ronssoni (Bépi Moro), Scarpatto, Scandolera, Trate
e Zunchetti.
O italiano Ferdinando Furlan, natural de Montebelluna - Provincia de Treviso - Italia,
e sua esposa Maria Zamprogno.
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Registros da Igreja Matriz de Urussanga, feitos pelo Padre
Francisco Chilinski, demonstram a presença de muitas famílias polonesas no Núcleo Accioly de Vasconcelos. A seguir, pela ordem alfabética,
a relação dessas famílias:
Angulski, Andruskiewicz, Antikiewski, Buedne, Bank,
Bajak, Bartoziak, Bilinoski, Bocianowski, Butowski, Bajinski,
Bialewski, Cizeski, Chosjniak, Christiewicz, Demboski, Formanski,
Gotebinski, Gulzlinski, Iznaski, Hosniak, Kaminski, Kanarek,
Kaurowski, Kislarek, Krajenski, Krosnak, Kubowski, Kubaski,
Kunianski, Kuviatronwski, Kurozenski, Levandowski, Matuschak,
Maciewski, Machinski, Martincoski, Milak, Novak, Nicoski,
Pascowiscz, Patonwski, Pavolski, Piechatowski, Puzinski, Rajenski,
Riczkowicz, Rozanski, Schenski, Schivronski, Slachta, Slowinski,
Smielewski, Sobolesnki, Sorbezak, Stacowski, Stawinski, Studinski,
Szercpaniak, Szarwak, Szulenski, Tiscoski, Tibincoski, Wachinski,
Walsek, Walzak, Wasniewski, Wasilewski, Wizinski, Wisovaty,
Wiszbinski, Woicicowski, Wronski, Wrosnik, Zakzenski.
Outras famílias ainda se radicaram no Núcleo e podemos
destacar dentre essas, a Família Gaidzinski, que exerceu grande influência no desenvolvimento do Distrito de Cocal.
Registros dos fregueses da Firma Ferdinando Burigo, extraídos do Livro Caixa de 1899, demonstram claramente o predomínio dos
italianos e dos poloneses sobre os alemães e brasileiros no núcleo colonial.
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Poloneses
Kasimir Angulski, Josef Andruzkiecz, Samuel Alberk, Antonio
Achervicz, Mattia Batz, Peter Biela, Serafim Biela, Adão Bergim, Ignacio
Boles, Andrea belinski, Estanislau Cafka, Peter Cafka, Ignacio Cafler, Josef
Barchinski, Josef Chulseski, Francisco Ciseski, Miguel Siseski, Francisco
Clima, Constante Danhaeski, Josef estoricks, Teofil Formanski, Felicz
Estoricks, Vadislau Folz, Antonio Gabloenski, Silvestre Gabloenski, Josef
Getner, Francisco Golombieski, Vincenti Guslinski, Martin Kanarek, Miguel
Kantovicz, Estanislau Kislarek, Kasemir Kislarek, Vasvergine Kasimirski,
João Vadislau Koinaski, João Kopinski, Francisco Kraeski, Tomaz
Krischevicz, João Kubowski, Francisco Krischevicz, Kasemir Kugnarski,
Vavzincz Kasimirzchak, Michel Levandowski, Rocco machinski, João Milak,
Romeu Mistachevicz, João Mizaeski, João Morotoski, Miguel Nedvisnki,
Miguel Novak, Adam Novacoski, Voicek Nicoski, Antonio Pavolski, Leon
Peichatowski, João Poscka, Francisco Plaschevicz, Alexandre Putrikus, Joann
Putrikus, Antonio Puzinski, Francisco Puzinski, Leonard Puzinski, Ipólito
Radvaisnki, Josef Ranchiseski, Zigmundo Raiciki, Josef Riczkovicz, Nicolas
Rutcowski, Joann Rubeski, Stefano Slachta, Vitor Slachta, Ghillerme
Schlemper, Adam Sesme, Giacob Slowvisnki, Joann Slowvinski, Paulo
Socainski, Eduardo Stacowski, Tomaz Staviaski, Francisco Tchiosek, Simeão
Tibincoski, Pedro Tizen, Kasimir Tafolet, Johan Tafolet, Antonio Tachinski,
Macci Wasniewski, Johan Wasniewski, Lucca Wasniewski, Josef Wasniewski,
Alessandro Kisovaty, Josef Visolski, João Viusts, João Vitcoski, Johan
Woicicowski, Martin Woicicowski, Estanislau Zakzenski, Francisco
Zakzenski, Francisco Zandroski, Johan Zamsewski, Ignacio Zatki, Frederico
Zelingher, Peter Zelingher, Miguel Zelingher, Vilielmi Zelingher.
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Italianos
Cesare Beneton, Luigi Bettilli, Denco Berezza, Gervasio
Bortoluzzi, Oswaldo Bortoluzzi, Giovanni Burghetto, Giuseppe Burigo,
Pietro Burigo, Pietro Benedet, Carlo Bristot, Celeste Bardi, Alessandro
Casagrande, Giacomo Casagrande, Antonio Casagrande, Giuseppe
Casagrande, Pietro Casagrande, Francisco Castelan, Giovanni Battista
Castagna, Giuseppe Cecchinel, Antonio Cecchinel, Giacomo Candiotto,
Pietro Candiotto, Giusoé Collodel, Pietro Crestani, Giovanni da Costa,
Giuseppe da Costa, Pietro Dagostin, Giovanni Dajori, Francesco Dalló,
Giovanni Dal Pont, Joaquim Dal Pont, Vincenzo Dal Pont, Domenico
Daniel, Arcangelo Da Rolt (Da Rold), Bernardo Da Rolt (Da Rold), Constante Da Rolt (Da Rold), Felice Da Rolt (Da Rold), Pietro Da Rolt (Da
Rold), Pietro Da Soller, Giuseppe Dal Toé, Francesco De Bona, Giovanni
De Faveri, Pietro De Faveri, Giovanni Pavan, Giovanni De Pinna,
Gaetano De Prá, Santo De Prá, Vicente De Villa, Giacomo Dincá,
Giacomo Da Soller, Francesco Rossi Fermo, Luigi Rossi Fermo,
Francesco Feltrin, Angelo Ferro, Giovanni Fontana, Giuseppe Fontana,
Angelo De Favaro, Battista Frello, Giovanni Batista Frello, Antonio
Gabriel, Luigi Gabriel, Vicenti Gislon, Giovanni Guollo, Antonio
Martignago, Giovanni Maria Martgnago, Biol Martignago, Giordano
Menegon, Giacomo Munaretto, Giuseppe Nart, Stefano Nespollini,
Giovanni Martinello, Carlo Osellame, Lorenzo Pacagnan, Antonio Pavei,
Luigi De Pellegrin, Domenico Peraro, Antonio Peraro, Antonio Peruck,
Luigi Perucki, Banto Pescador, Domenico Possa (Pozza), Angelo Possamai(fu
Giovanni), Angelo Possamai (da Cresciuma), Lorenzo Possamai (Della), Luigi
Possamai (Della), Pedro Possamai (Mura), Davide Raspini, Alessio Ronsani,
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Bortolo Ronsani, Benedetto Ronsani, Lorenzo Ronsani, Angelo Rosso, Carlo
II Rosso, Ellias Rosso, Frederico Rosso, Fioravante Rosso, Giovanni Rosso,
Giuseppe Rosso, Luigi Rosso, Zandonadi Rosso, Batista Ronsani, João Sarin,
Carlo Sbeghen, Domenico Savi, Giuseppe Sartor, Luigi Sartor, Giuseppe
Sasso, Domenico Zanatta, Giovanni Zilli, Valentino Zilli, Fortunato Sartor.
Alemães
Matia Effting, Gorlip Hain, Johann Hain, Giacob Mayer, August
Otto, Wilheim Otto, Carlos Ordowig, August Preiss, Giorg Schneider, Josef
Smithz, Rainol Sperling, Johann Taufenbah, Antonio Trapp, Frederico Wolf.
Brasileiros
Augusto Consensio, Domingos Rocha, Francisco Machado,
Manoel Cesario da Silva, Maria Cesario, Serafim Cesario, Simeão Machado.
Índio Feliciano - Viveu em Cocal e gozava
de grande prestígio entre os colonos.
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Paulo Savi Mondo
Pietro De Faveri
Nasceu em Fregona - Provincia de Treviso - Italia
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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história
Certidão de Batismo
de Ferdinando Savi,
expedida pela paróquia de San Lorenzo,
do município de
Soverzene - Provincia
de Belluno - Itália
Certidão de Batismo de
Santo
Zaccaron,
expedida pela paróquia
de Valmareno, do município de Follina Provincia de Treviso Itália
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Relação dos componentes da Família De Pellegrin, que emigraram para o Brasil em
14-04-1880. Documento expedido pelo cartório do Município de Belluno - Provincia
de Belluno - Itália
Componentes da Família Da Soler. Documento expedido pelo cartório do Município
de Cison de Valmarino - Provincia de Treviso - Itália
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