SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 23
Da leveza:
uma civilização sem peso
Gilles Lipovetsky
Profa. Dra. Cíntia Dal Bello
www.cintiadalbello.blogspot.com.br
Gilles Lipovetsky tem promovido uma guinada dos temas tradicionais da filosofia e
da sociologia. E assim se firmou como um dos mais originais pensadores do
mundo contemporâneo. Essa guinada consiste em conferir centralidade a objetos
de estudo considerados excêntricos ou marginais. Em demonstrar a relevância de
aspectos aparentemente irrelevantes de nossa vida. Por isso, desde A Era do
Vazio (1987) e o Império do Efêmero (1987) até A Estetização do Mundo (2015), o
pensador francês tem desenvolvido uma teoria da modernidade que valoriza mais
a alimentação, a moda, as dietas e o lazer do que as macroestruturas econômicas,
políticas ou sociais. [...]
A hipermodernidade seria uma radicalização dos processos de produção
modernos que emergiram da industrialização do século 18. Entretanto, até o
século 19, havia uma divisão clara entre produção e consumo, entre trabalho e
lazer. A partir do processo de mecanização, começou a se produzir uma paradoxal
indistinção entre produção e consumo. Em outras palavras: os trabalhadores
deveriam ser incorporados à esfera do consumo para ampliar o circuito da
economia e da produção. O século 20 representa um salto nesse percurso. As
tecnologias digitais têm revolucionado nossa relação com o mundo. A maior
fluidez entre consumo e produção fluidifica o poder, o trabalho, a sexualidade, a
habitação. Ou seja: embaralha as relações entre peso e leveza. Nesse sentido, a
hipermodernidade seria uma alteração do estatuto ontológico (relativo ao ser)
dessas duas categorias.
Lipovetsky analisa essa transição em diversos domínios. A escolha de materiais e
as propostas da arte, da arquitetura, do urbanismo e do design contemporâneos.
As relações interpessoais, os casamentos abertos ou de curta duração. A
mobilidade crescente e o nomadismo digital dos trabalhos a distância. A
modelização do corpo, da alimentação, beleza, estética. E, por fim, a tentativa de
eliminar a dor e o envelhecimento por meio da vitória sobre a morte do corpo
biológico. Aqui entram as nanotecnologias, bem como todo tipo de tecnologia
leve, capaz de suspender a fatalidade do mundo material e preservar a vida por
meio de ambientes ou recursos artificiais.
Essa nova civilização da leveza erradicaria todas as contradições, desigualdades e
misérias humanas? O leitor se perguntaria. E a resposta é: não. Lipovetsky é um
pensador fino. Não se deixaria seduzir por um elogio unilateral da leveza. Revela-
nos também as consequências negativas da leveza tomada como fatalidade,
sobretudo no que diz respeito à medicalização indiscriminada e às violências da
normatização do corpo e dos padrões de beleza. Nesse caso, essa sombra da
leveza se manifestaria como sintoma e como psicopatologia. Nasceria da
incapacidade de convivermos com nossa triste e pesada finitude.
Texto de Rodrigo Petrônio (21 jan. 2017)
Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,gilles-lipovetsky-mostra-leveza-da-sua-escrita-em-
novo-livro,70001636146.
Revolução digital e fluidez nômade
A convergência das nanotecnologias, das biotecnologias, da robótica, das
técnicas da informação e das ciências cognitivas abriu caminho aos
tecnoprofetas, às utopias pós-humanistas e transhumanistas que anunciam o
advento do ciborgue, a fusão da humanidade e da máquina, o crescimento
ilimitado de nossas capacidades físicas e mentais, a juventude eterna, a
superação de nossa condição humana imperfeita e mortal.
Trata-se, nada menos, nessa corrente de pensamento, de vencer a própria
mortalidade biológica ao produzir uma ciber-humanidade imortal graças
à transferência, em breve possível tecnologicamente, como nos garantem, do
“conteúdo informacional do cérebro” para as redes informática. (LIPOVETSKY,
p. 126).
A hipermobilidade digital
Recentemente, os aplicativos de mensagens efêmeras acabam de oferecer um novo
exemplo de leveza digital, ao permitir aos internautas trocar mensagens e fotos em
seus celulares que se autodestroem automaticamente segundos depois de serem
vistas. Uma foto aparece na tela e depois desaparece sem deixar traços: eis o tempo
digital que, tornado leve como um sopro de ar, afirma-se sob o signo da evanescência
pura. (LIPOVETSKY, p. 127).
• Novo paradigma de leveza: possibilidade tecnológica de fluidez e
simultaneidade
• Mobilidade conectada, navegação veloz
• Nomadismo de objetos e pessoas
• Intervenção à distância
• Acesso a uma infinidade de informações sem restrição de tempo e espaço
• Objetos leves, sociabilidade leve
Promessa e servidões da vida digitalizada
O elo das tecnologias digitais com a leveza é duplo: além de permitirem o nomadismo
virtual, elas são capazes de reduzir o peso que certas organizações exercem sobre as
vidas individuais: trabalho, ensino, transporte e vida social estão diretamente
envolvidos. (LIPOVETSKY, p. 128).
• Flexibilidade, liberdade
• Reino imaterial da imediatez, do impalpável, do ultraleve
• Home office, videoconferência, novas formas de ensino-e-
aprendizagem, carona compartilhada, sites de encontro, e-
commerce, transações financeiras digitais (moeda virtual)
A fluidez e sua sombra
[...] mas as tecnologias do digital também têm sua parte na medida em que instauram
a ditadura das respostas imediatas, a impossibilidade de se distanciar, uma pressão
temporal permanente, o sentimento de viver “enterrado no trabalho”. [...] Ela (a
lógica da urgência) engendra muito mais um homem hipertenso, despossuído do
sentido de sua atividade, do que um homem leve. [...] À medida que desmaterializam
o trabalho, as novas tecnologias aumentam constantemente o peso da carga
psicossocial suportada pelos assalariados. O imaterial digital é menos mensageiro de
existência nômade do que de vida em fluxo tenso, em ‘zero de atraso’. (LIPOVETSKY,
p. 130).
• “Será que os assalariados que tratam da informação vivem muito melhor
seu trabalho imaterial do que os operários do velho mundo industrial?” (p.
129)
• Redução de prazos, fazer mais com menos
• Novas formas de submissão e dependência
• Sofrimento mediante a privação das teletecnologias
• A questão da privacidade – a mecanização da vigilância
Somos cool?
O projeto moderno de tornar a existência mais leve concretizou-se de maneira
espetacular na melhoria das condições de vida material e na democratização do
consumo. Mas ele vai muito além apenas do campo materialista: afeta igualmente a
maneira de viver em sociedade, nossas relações com as tradições, as instituições e os
contextos coletivos. Um imenso trabalho de emancipação em relação aos pesos
sociais realizou-se ao longo da segunda metade do século XX, mensageiro de uma
completa revolução do modo de estar junto, da relação consigo mesmo e com os
outros, das formas de socialização e de individualização. Livrar-se do peso dos
interditos e dos tabus, desfrutar da carne como bem nos parece, viver desprendido,
desapegado, de maneira mais flexível: a leveza do ser tornou-se uma aspiração, um
ethos democrático de massa.(LIPOVETSKY, p. 243).
• Anos 1960 – efervescência da contracultura
• Exaltação da liberdade (subjetiva, social, moral, sexual) – antimoralismo,
anti-hierárquico
• Vontade de emancipação à ordem burguesa
• Apelo à satisfação dos sentidos
Somos cool?
Pouco após o Maio de 1968, os casais, a filiação, a vida sexual e os códigos que regiam
as relações homens/mulheres e pais/filhos, mas também a educação, o “saber viver”
e as maneiras de se vestir conheceram a mesma descontração das regras, a mesma
rejeição dos formalismos, das convenções e das imposições “burguesas”. Por toda
parte, aciona-se um processo de flexibilização das restrições e das normas coletivas,
uma volatização do peso dos códigos sociais. Ao culto do trabalho e do êxito social
sucede a busca de novas formas de vida por meio do sexo “liberado”, da música, das
viagens e das drogas: nada parece mais importante e mesmo “revolucionário” que
“ter prazer”, “divertir-se”, “viajar”. Este é o momento cool das democracias, apoiado
por um ideal de leveza individual absoluta na vida em sociedade.(LIPOVETSKY, p. 243-
244).
• Viver “imediatamente”, “festa permanente sem tempo ocioso” (p. 243):
direito ao prazer e a dispor de si mesmo (novo valor)
• Após maio de 1968: descontração das regras em todos os âmbitos
• Iluminismo: a figura do libertino “No universo libertino, o que conta é
vencer obstáculos, pular de conquista em conquista, colecionar os troféus,
subjugar as mulheres” (p.244)
Somos cool?
Esse modelo (o ideal de libertinagem do período Iluminista) não tem nada a ver com o
espírito cool. [...] O mundo aristocrático moribundo gerou a frivolidade libertina. O
universo democrático-individualista tardio, a leveza cool.(LIPOVETSKY, p. 244).
O cool foi o tom dominante de uma época. Mas será que ele ainda o é em uma época
de reflexividade e de competitividade generalizada? Será ainda a verdade do mundo
vivido? Será que a revolução doscostumes realmente permitiu viver de maneira mais
aérea? O terror do tédio rondava por trás dos prazeres dos libertinos e das festas
galantes. Hoje, outros medos são o avesso da ordem cool. Pobre Ícaro, que não cessa
de queimar suas asas à medida que crescem as promessas de leveza.(LIPOVETSKY, p.
245).
Casais do terceiro tipo
Cabe agora aos indivíduos escolher a maneira como querem viver juntos: casar-se,
divorciar-se, viver em concubinato, ter filhos – tudo se tornou um assunto de
liberdade pessoal. O casamento não é mais uma união forçada comandada pelos pais,
e quando o é, desperta uma reprovação quase unânime. E os nascimentos não são
mais uma fatalidade natural, mas uma escolha. Indo além do campo da vida material,
o ideal moderno de deixar a existência mais leve investiu o universo da intimidade do
casal, do vínculo de conjugalidade, da relação entre os sexos. Nas sociedades
hiperindividualistas, a aspiração à felicidade transcorre no molde de uma vida própria
livre do peso das imposições coletivas que se exercem sobre a vida
privada.(LIPOVETSKY, p. 245).
• Processo de individualização: reconhecimento da autoridade das pessoas
versus “casal como dois que são apenas um”
• Novas formas de vida em comum: casamento light, leveza conjugal
• Relacionamentos sem compromisso, “casamentos testes”
• Casais efêmeros, compromissos flexíveis
Sentimentalidade e descartabilidade
Será que cansamos de esperar que relações amorosas durem por muito tempo? Nada
disso. A verdade é que a desregulação cool não provocou a destruição dos discursos,
da expectativa e dos sonhos de amor. Essa nossa cultura hiperindividualista é
simultaneamente consumista e idealista, materialista e sentimental. As lágrimas, os
gestos delicados, o romance, nada disso está morto ou fora de moda: nem sob uma
aparência cool o “romantismo” deixou de fazer bater os corações e também de
torturá-los. Quanto menos as instituições tradicionais pesam sobre nós, mais se
afirma o peso do afetivo na esfera privada.(LIPOVETSKY, p. 247-248).
• Escolher com quem viver, testar amores, poder romper, arejar a relação.
• Fragilidade dos vínculos: insegurança, incerteza, descartabilidade,
descompromisso, efemeridade
• As delícias da renovação x o pesadelo de ser abandonado
• Solidão como solução: medo de relacionar-se
• “Vivemos menos a insuportável leveza do ser do que o peso da solidão do
ser” (p. 248).
O cool e seu outro
Se os pesos coletivos ficaram mais leves, as experiências vividas continuam duras,
ainda tão carregadas de vontade de poder, de ódio, de ressentimento e de conflitos. A
individualidade cool é muito mais um mito da revolução da leveza do que uma
realidade vivida.(LIPOVETSKY, p. 249).
Inegavelmente, a família não é mais vista como uma instituição alienante: como
centro de afeição, ela é a única instituição pela qual a maioria se declara prestes a
fazer sacrifícios. [...] Houve um alívio das pressões coletivas, não das relações
interpessoais em casal. Leveza institucional, peso esmagador das violências
domésticas.(LIPOVETSKY, p. 249).
Infidelidade nova, fidelidade de sempre
Ficou para trás a época da contracultura que podia assimilar a fidelidade a uma norma
burguesa e repressiva. Hoje, apenas uma minoria de pessoas considera a infidelidade
como algo sem importância; a maioria estima a exclusividade amorosa como uma
condição necessária para se ter uma vida doméstica bem-sucedida. É nosso dever
observar que a cultura individualista e hedonista não conseguiu desvalorizar o ideal de
fidelidade. Associada à mentira, à traição e ao jogo duplo e chocando-se com o
princípio de autenticidade moderna, a aventura extraconjugal não conseguiu
conquistar uma legitimidade moral e social.(LIPOVETSKY, p. 249-250).
• Novas taxonomias para a inconstância amorosa e os amores paralelos:
infidelidade sexual, emocional, online...
• Desculpabilização da inconstância “em nome do direito à leveza, ao prazer,
à autonomia pessoal”
• Leveza como forma de “salvar o casamento” e “reconquistar o eu”
• Direito democrático à infidelidade
Pais cool, crianças frágeis
[...] passou-se de um modelo autoritário a um modelo maleável, compreensivo e cool.
A mudança é tão considerável que diversos autores chegaram a evocar uma ruptura
que anuncia uma revolução antropológica .(LIPOVETSKY, p. 251-252).
• Primeira modernidade: boa educação = disciplina e obediência.
• Modelo autoritário = poder rígido dos pais
• Presença de castigos corporais
• Ensinar a dureza da vida, preparar as adversidades, inculcar o sentido de
dever e obediência (sistema centrado na frustração, restrição, sanção)
• Início do século XX: crítica à educação severa
• Como consequência dos anos 60: educação compreensiva, permissiva,
dialógica. Promoção da autonomia, foco na felicidade imediata, respeito à
individualidade/singularidade pessoal
• Escuta dos desejos, espaço afetivo, de prazeres e compreensão
• Jovens agitados, hiperativos, ansiosos e frágeis (ausência de regras, de
figuras de autoridade e hierarquia, sem restrições /diretrizes para a
construção e estruturação do eu)
Revolução digital e a busca por uma vida leve

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Zigmunt bauman apresentação (1)
Zigmunt bauman apresentação (1)Zigmunt bauman apresentação (1)
Zigmunt bauman apresentação (1)sociofilo2012
 
Capitães de Areia
Capitães de AreiaCapitães de Areia
Capitães de Areiaquel.silva
 
Vidas secas de graciliano ramos
Vidas secas de graciliano ramosVidas secas de graciliano ramos
Vidas secas de graciliano ramosAlef Santana
 
Rachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O QuinzeRachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O QuinzeThaynã Guedes
 
Pós-modernismo slide
Pós-modernismo slidePós-modernismo slide
Pós-modernismo slideMarietamorais
 
Apresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquidaApresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquidaRosaalicianc
 
Vidas secas - Graciliano Ramos
Vidas secas - Graciliano RamosVidas secas - Graciliano Ramos
Vidas secas - Graciliano RamosGustavo de Melo
 
Carlos drummond de andrade
Carlos drummond de andradeCarlos drummond de andrade
Carlos drummond de andradeLáyla Vieira
 
Simbolismo no brasil
Simbolismo no brasilSimbolismo no brasil
Simbolismo no brasilDon Veneziani
 
Vidas secas - slides - Gênesis
Vidas secas - slides - GênesisVidas secas - slides - Gênesis
Vidas secas - slides - Gênesisjasonrplima
 
Especial Clarice Lispector
Especial Clarice LispectorEspecial Clarice Lispector
Especial Clarice LispectorAna Batista
 
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional  (1ª e 2ª aula) turma gbaÉtica profissional  (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gbaGis Viana de Brito
 
Cultura conhecimento e poder
Cultura conhecimento e poderCultura conhecimento e poder
Cultura conhecimento e poderSilvia Cintra
 
Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social Carlos Benjoino Bidu
 

Was ist angesagt? (20)

Zigmunt bauman apresentação (1)
Zigmunt bauman apresentação (1)Zigmunt bauman apresentação (1)
Zigmunt bauman apresentação (1)
 
Capitães de Areia
Capitães de AreiaCapitães de Areia
Capitães de Areia
 
Vidas secas de graciliano ramos
Vidas secas de graciliano ramosVidas secas de graciliano ramos
Vidas secas de graciliano ramos
 
Capitães da Areia, Jorge Amado
Capitães da Areia,  Jorge AmadoCapitães da Areia,  Jorge Amado
Capitães da Areia, Jorge Amado
 
Rachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O QuinzeRachel de Queiroz - O Quinze
Rachel de Queiroz - O Quinze
 
Manuel Bandeira
Manuel BandeiraManuel Bandeira
Manuel Bandeira
 
Pós-modernismo slide
Pós-modernismo slidePós-modernismo slide
Pós-modernismo slide
 
Apresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquidaApresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquida
 
Vidas secas - Graciliano Ramos
Vidas secas - Graciliano RamosVidas secas - Graciliano Ramos
Vidas secas - Graciliano Ramos
 
Carlos drummond de andrade
Carlos drummond de andradeCarlos drummond de andrade
Carlos drummond de andrade
 
Clarice Lispector - A hora da estrela.
Clarice Lispector - A hora da estrela.Clarice Lispector - A hora da estrela.
Clarice Lispector - A hora da estrela.
 
Simbolismo no brasil
Simbolismo no brasilSimbolismo no brasil
Simbolismo no brasil
 
Vidas secas - slides - Gênesis
Vidas secas - slides - GênesisVidas secas - slides - Gênesis
Vidas secas - slides - Gênesis
 
Especial Clarice Lispector
Especial Clarice LispectorEspecial Clarice Lispector
Especial Clarice Lispector
 
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional  (1ª e 2ª aula) turma gbaÉtica profissional  (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gba
 
Cultura conhecimento e poder
Cultura conhecimento e poderCultura conhecimento e poder
Cultura conhecimento e poder
 
Zygmunt Bauman
Zygmunt BaumanZygmunt Bauman
Zygmunt Bauman
 
Classes sociais
Classes sociaisClasses sociais
Classes sociais
 
Vidas secas
Vidas secasVidas secas
Vidas secas
 
Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social
 

Ähnlich wie Revolução digital e a busca por uma vida leve

Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizadaSeminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizadaErika Zuza
 
Educação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalizaçãoEducação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalizaçãoSilvânio Barcelos
 
Cyborg - Do Homo Sapiens ao Homo Bytes
Cyborg - Do Homo Sapiens ao Homo BytesCyborg - Do Homo Sapiens ao Homo Bytes
Cyborg - Do Homo Sapiens ao Homo BytesIvonisio Mosca
 
Apontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticas
Apontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticasApontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticas
Apontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticasUniversidade Federal do Paraná
 
Moda, Opinião e Estetização do Mundo
Moda, Opinião e Estetização do MundoModa, Opinião e Estetização do Mundo
Moda, Opinião e Estetização do Mundoemilianapomarico
 
Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1ingrid stefanny
 
O descarte do ser humano na era pós moderna
O descarte do ser humano na era pós modernaO descarte do ser humano na era pós moderna
O descarte do ser humano na era pós modernaFernando Alcoforado
 
A hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeito
A hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeitoA hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeito
A hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeitoSheila de Aguiar
 
O ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva Canadense
O ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva CanadenseO ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva Canadense
O ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva CanadenseCarlos Nepomuceno (Nepô)
 
Teoria do Conhecimento
Teoria do ConhecimentoTeoria do Conhecimento
Teoria do ConhecimentoMarta Cunha
 
Ciência, tecnologia e bioética.pdf
Ciência, tecnologia e bioética.pdfCiência, tecnologia e bioética.pdf
Ciência, tecnologia e bioética.pdfPatrciaDeOliveirados
 
Revista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewski
Revista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewskiRevista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewski
Revista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewskiTico Dostoiewski
 
Sociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienaçãoSociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienaçãoErica Frau
 
2 vivencia-dos-votos-pos-modernidade
2 vivencia-dos-votos-pos-modernidade2 vivencia-dos-votos-pos-modernidade
2 vivencia-dos-votos-pos-modernidadeSITEclarissasmarilia
 
A pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalização
A pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalizaçãoA pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalização
A pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalizaçãoFernando Alcoforado
 

Ähnlich wie Revolução digital e a busca por uma vida leve (20)

Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizadaSeminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
 
Educação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalizaçãoEducação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalização
 
Felix guattari
Felix guattariFelix guattari
Felix guattari
 
Cyborg - Do Homo Sapiens ao Homo Bytes
Cyborg - Do Homo Sapiens ao Homo BytesCyborg - Do Homo Sapiens ao Homo Bytes
Cyborg - Do Homo Sapiens ao Homo Bytes
 
Apontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticas
Apontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticasApontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticas
Apontamentos em Ciberpolítica: A internet e suas possibilidades democráticas
 
Ressignificação
RessignificaçãoRessignificação
Ressignificação
 
Aula um
Aula umAula um
Aula um
 
Moda, Opinião e Estetização do Mundo
Moda, Opinião e Estetização do MundoModa, Opinião e Estetização do Mundo
Moda, Opinião e Estetização do Mundo
 
Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1
 
Livro unico
Livro unicoLivro unico
Livro unico
 
O descarte do ser humano na era pós moderna
O descarte do ser humano na era pós modernaO descarte do ser humano na era pós moderna
O descarte do ser humano na era pós moderna
 
Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2
 
A hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeito
A hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeitoA hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeito
A hiperexposição e o histórico olhar legitimador na construção do sujeito
 
O ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva Canadense
O ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva CanadenseO ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva Canadense
O ramo brasileiro da Antropologia Cognitiva Canadense
 
Teoria do Conhecimento
Teoria do ConhecimentoTeoria do Conhecimento
Teoria do Conhecimento
 
Ciência, tecnologia e bioética.pdf
Ciência, tecnologia e bioética.pdfCiência, tecnologia e bioética.pdf
Ciência, tecnologia e bioética.pdf
 
Revista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewski
Revista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewskiRevista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewski
Revista interfaces -_discursos_virtuais_sobre_o_concreto_-_prof._dostoiewski
 
Sociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienaçãoSociedade contemporanea e alienação
Sociedade contemporanea e alienação
 
2 vivencia-dos-votos-pos-modernidade
2 vivencia-dos-votos-pos-modernidade2 vivencia-dos-votos-pos-modernidade
2 vivencia-dos-votos-pos-modernidade
 
A pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalização
A pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalizaçãoA pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalização
A pós modernidade como ideologia do neoliberalismo e da globalização
 

Mehr von Cíntia Dal Bello

BA Creative Collectibles - Projeto de Stand
BA Creative Collectibles - Projeto de StandBA Creative Collectibles - Projeto de Stand
BA Creative Collectibles - Projeto de StandCíntia Dal Bello
 
Ba creative collectibles 2018.1
Ba creative collectibles 2018.1Ba creative collectibles 2018.1
Ba creative collectibles 2018.1Cíntia Dal Bello
 
Briefing Converse - relação de peças solicitadas
Briefing Converse - relação de peças solicitadasBriefing Converse - relação de peças solicitadas
Briefing Converse - relação de peças solicitadasCíntia Dal Bello
 
Briefing Converse - Chuck Taylor All Star
Briefing Converse - Chuck Taylor All StarBriefing Converse - Chuck Taylor All Star
Briefing Converse - Chuck Taylor All StarCíntia Dal Bello
 
Briefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão beta
Briefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão betaBriefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão beta
Briefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão betaCíntia Dal Bello
 
Exercício de criação: Sonho de Valsa
Exercício de criação: Sonho de ValsaExercício de criação: Sonho de Valsa
Exercício de criação: Sonho de ValsaCíntia Dal Bello
 
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2
 Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2 Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2Cíntia Dal Bello
 
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1Cíntia Dal Bello
 
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - final
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - finalAnálise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - final
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - finalCíntia Dal Bello
 
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptx
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptxAnálise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptx
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptxCíntia Dal Bello
 
PIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS
PIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAISPIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS
PIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAISCíntia Dal Bello
 
Análise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitário
Análise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitárioAnálise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitário
Análise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitárioCíntia Dal Bello
 
Briefing de criação exercicio
Briefing de criação exercicioBriefing de criação exercicio
Briefing de criação exercicioCíntia Dal Bello
 
Criação em Propaganda: a relação texto x imagem
Criação em Propaganda: a relação texto x imagemCriação em Propaganda: a relação texto x imagem
Criação em Propaganda: a relação texto x imagemCíntia Dal Bello
 
A Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean Baudrillard
A Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean BaudrillardA Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean Baudrillard
A Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean BaudrillardCíntia Dal Bello
 
Guia do Projeto REVISTA - 2017-1
Guia do Projeto REVISTA - 2017-1Guia do Projeto REVISTA - 2017-1
Guia do Projeto REVISTA - 2017-1Cíntia Dal Bello
 
Dinâmicas de identidade e exclusão
Dinâmicas de identidade e exclusãoDinâmicas de identidade e exclusão
Dinâmicas de identidade e exclusãoCíntia Dal Bello
 
Projeto Campanha Responsável
Projeto Campanha ResponsávelProjeto Campanha Responsável
Projeto Campanha ResponsávelCíntia Dal Bello
 

Mehr von Cíntia Dal Bello (20)

BA Creative Collectibles - Projeto de Stand
BA Creative Collectibles - Projeto de StandBA Creative Collectibles - Projeto de Stand
BA Creative Collectibles - Projeto de Stand
 
Ba creative collectibles 2018.1
Ba creative collectibles 2018.1Ba creative collectibles 2018.1
Ba creative collectibles 2018.1
 
Briefing Converse - relação de peças solicitadas
Briefing Converse - relação de peças solicitadasBriefing Converse - relação de peças solicitadas
Briefing Converse - relação de peças solicitadas
 
Briefing Converse - Chuck Taylor All Star
Briefing Converse - Chuck Taylor All StarBriefing Converse - Chuck Taylor All Star
Briefing Converse - Chuck Taylor All Star
 
Briefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão beta
Briefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão betaBriefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão beta
Briefing de criação x estrutura do anúncio publicitário - versão beta
 
Exercício de criação: Sonho de Valsa
Exercício de criação: Sonho de ValsaExercício de criação: Sonho de Valsa
Exercício de criação: Sonho de Valsa
 
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2
 Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2 Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 2
 
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1
Resolução - Briefing de Criação - Case Vigor Grego - Exercício 1
 
BOOK DE CRIAÇÃO - 2017-1
BOOK DE CRIAÇÃO - 2017-1BOOK DE CRIAÇÃO - 2017-1
BOOK DE CRIAÇÃO - 2017-1
 
A criação do cartaz
A criação do cartaz A criação do cartaz
A criação do cartaz
 
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - final
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - finalAnálise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - final
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5B - final
 
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptx
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptxAnálise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptx
Análise de peça publicitária - Resolução – Case Vigor - 5A - final.pptx
 
PIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS
PIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAISPIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS
PIM - ROTEIRO DE PROJETO - MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS
 
Análise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitário
Análise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitárioAnálise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitário
Análise de projeto gráfico de revista e anúncio publicitário
 
Briefing de criação exercicio
Briefing de criação exercicioBriefing de criação exercicio
Briefing de criação exercicio
 
Criação em Propaganda: a relação texto x imagem
Criação em Propaganda: a relação texto x imagemCriação em Propaganda: a relação texto x imagem
Criação em Propaganda: a relação texto x imagem
 
A Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean Baudrillard
A Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean BaudrillardA Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean Baudrillard
A Sociedade de consumo: A liturgia formal do objeto - Jean Baudrillard
 
Guia do Projeto REVISTA - 2017-1
Guia do Projeto REVISTA - 2017-1Guia do Projeto REVISTA - 2017-1
Guia do Projeto REVISTA - 2017-1
 
Dinâmicas de identidade e exclusão
Dinâmicas de identidade e exclusãoDinâmicas de identidade e exclusão
Dinâmicas de identidade e exclusão
 
Projeto Campanha Responsável
Projeto Campanha ResponsávelProjeto Campanha Responsável
Projeto Campanha Responsável
 

Kürzlich hochgeladen

Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 

Revolução digital e a busca por uma vida leve

  • 1. Da leveza: uma civilização sem peso Gilles Lipovetsky Profa. Dra. Cíntia Dal Bello www.cintiadalbello.blogspot.com.br
  • 2.
  • 3. Gilles Lipovetsky tem promovido uma guinada dos temas tradicionais da filosofia e da sociologia. E assim se firmou como um dos mais originais pensadores do mundo contemporâneo. Essa guinada consiste em conferir centralidade a objetos de estudo considerados excêntricos ou marginais. Em demonstrar a relevância de aspectos aparentemente irrelevantes de nossa vida. Por isso, desde A Era do Vazio (1987) e o Império do Efêmero (1987) até A Estetização do Mundo (2015), o pensador francês tem desenvolvido uma teoria da modernidade que valoriza mais a alimentação, a moda, as dietas e o lazer do que as macroestruturas econômicas, políticas ou sociais. [...] A hipermodernidade seria uma radicalização dos processos de produção modernos que emergiram da industrialização do século 18. Entretanto, até o século 19, havia uma divisão clara entre produção e consumo, entre trabalho e lazer. A partir do processo de mecanização, começou a se produzir uma paradoxal indistinção entre produção e consumo. Em outras palavras: os trabalhadores deveriam ser incorporados à esfera do consumo para ampliar o circuito da economia e da produção. O século 20 representa um salto nesse percurso. As tecnologias digitais têm revolucionado nossa relação com o mundo. A maior fluidez entre consumo e produção fluidifica o poder, o trabalho, a sexualidade, a habitação. Ou seja: embaralha as relações entre peso e leveza. Nesse sentido, a hipermodernidade seria uma alteração do estatuto ontológico (relativo ao ser) dessas duas categorias.
  • 4. Lipovetsky analisa essa transição em diversos domínios. A escolha de materiais e as propostas da arte, da arquitetura, do urbanismo e do design contemporâneos. As relações interpessoais, os casamentos abertos ou de curta duração. A mobilidade crescente e o nomadismo digital dos trabalhos a distância. A modelização do corpo, da alimentação, beleza, estética. E, por fim, a tentativa de eliminar a dor e o envelhecimento por meio da vitória sobre a morte do corpo biológico. Aqui entram as nanotecnologias, bem como todo tipo de tecnologia leve, capaz de suspender a fatalidade do mundo material e preservar a vida por meio de ambientes ou recursos artificiais. Essa nova civilização da leveza erradicaria todas as contradições, desigualdades e misérias humanas? O leitor se perguntaria. E a resposta é: não. Lipovetsky é um pensador fino. Não se deixaria seduzir por um elogio unilateral da leveza. Revela- nos também as consequências negativas da leveza tomada como fatalidade, sobretudo no que diz respeito à medicalização indiscriminada e às violências da normatização do corpo e dos padrões de beleza. Nesse caso, essa sombra da leveza se manifestaria como sintoma e como psicopatologia. Nasceria da incapacidade de convivermos com nossa triste e pesada finitude. Texto de Rodrigo Petrônio (21 jan. 2017) Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,gilles-lipovetsky-mostra-leveza-da-sua-escrita-em- novo-livro,70001636146.
  • 5. Revolução digital e fluidez nômade A convergência das nanotecnologias, das biotecnologias, da robótica, das técnicas da informação e das ciências cognitivas abriu caminho aos tecnoprofetas, às utopias pós-humanistas e transhumanistas que anunciam o advento do ciborgue, a fusão da humanidade e da máquina, o crescimento ilimitado de nossas capacidades físicas e mentais, a juventude eterna, a superação de nossa condição humana imperfeita e mortal. Trata-se, nada menos, nessa corrente de pensamento, de vencer a própria mortalidade biológica ao produzir uma ciber-humanidade imortal graças à transferência, em breve possível tecnologicamente, como nos garantem, do “conteúdo informacional do cérebro” para as redes informática. (LIPOVETSKY, p. 126).
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12. A hipermobilidade digital Recentemente, os aplicativos de mensagens efêmeras acabam de oferecer um novo exemplo de leveza digital, ao permitir aos internautas trocar mensagens e fotos em seus celulares que se autodestroem automaticamente segundos depois de serem vistas. Uma foto aparece na tela e depois desaparece sem deixar traços: eis o tempo digital que, tornado leve como um sopro de ar, afirma-se sob o signo da evanescência pura. (LIPOVETSKY, p. 127). • Novo paradigma de leveza: possibilidade tecnológica de fluidez e simultaneidade • Mobilidade conectada, navegação veloz • Nomadismo de objetos e pessoas • Intervenção à distância • Acesso a uma infinidade de informações sem restrição de tempo e espaço • Objetos leves, sociabilidade leve
  • 13. Promessa e servidões da vida digitalizada O elo das tecnologias digitais com a leveza é duplo: além de permitirem o nomadismo virtual, elas são capazes de reduzir o peso que certas organizações exercem sobre as vidas individuais: trabalho, ensino, transporte e vida social estão diretamente envolvidos. (LIPOVETSKY, p. 128). • Flexibilidade, liberdade • Reino imaterial da imediatez, do impalpável, do ultraleve • Home office, videoconferência, novas formas de ensino-e- aprendizagem, carona compartilhada, sites de encontro, e- commerce, transações financeiras digitais (moeda virtual)
  • 14. A fluidez e sua sombra [...] mas as tecnologias do digital também têm sua parte na medida em que instauram a ditadura das respostas imediatas, a impossibilidade de se distanciar, uma pressão temporal permanente, o sentimento de viver “enterrado no trabalho”. [...] Ela (a lógica da urgência) engendra muito mais um homem hipertenso, despossuído do sentido de sua atividade, do que um homem leve. [...] À medida que desmaterializam o trabalho, as novas tecnologias aumentam constantemente o peso da carga psicossocial suportada pelos assalariados. O imaterial digital é menos mensageiro de existência nômade do que de vida em fluxo tenso, em ‘zero de atraso’. (LIPOVETSKY, p. 130). • “Será que os assalariados que tratam da informação vivem muito melhor seu trabalho imaterial do que os operários do velho mundo industrial?” (p. 129) • Redução de prazos, fazer mais com menos • Novas formas de submissão e dependência • Sofrimento mediante a privação das teletecnologias • A questão da privacidade – a mecanização da vigilância
  • 15. Somos cool? O projeto moderno de tornar a existência mais leve concretizou-se de maneira espetacular na melhoria das condições de vida material e na democratização do consumo. Mas ele vai muito além apenas do campo materialista: afeta igualmente a maneira de viver em sociedade, nossas relações com as tradições, as instituições e os contextos coletivos. Um imenso trabalho de emancipação em relação aos pesos sociais realizou-se ao longo da segunda metade do século XX, mensageiro de uma completa revolução do modo de estar junto, da relação consigo mesmo e com os outros, das formas de socialização e de individualização. Livrar-se do peso dos interditos e dos tabus, desfrutar da carne como bem nos parece, viver desprendido, desapegado, de maneira mais flexível: a leveza do ser tornou-se uma aspiração, um ethos democrático de massa.(LIPOVETSKY, p. 243). • Anos 1960 – efervescência da contracultura • Exaltação da liberdade (subjetiva, social, moral, sexual) – antimoralismo, anti-hierárquico • Vontade de emancipação à ordem burguesa • Apelo à satisfação dos sentidos
  • 16. Somos cool? Pouco após o Maio de 1968, os casais, a filiação, a vida sexual e os códigos que regiam as relações homens/mulheres e pais/filhos, mas também a educação, o “saber viver” e as maneiras de se vestir conheceram a mesma descontração das regras, a mesma rejeição dos formalismos, das convenções e das imposições “burguesas”. Por toda parte, aciona-se um processo de flexibilização das restrições e das normas coletivas, uma volatização do peso dos códigos sociais. Ao culto do trabalho e do êxito social sucede a busca de novas formas de vida por meio do sexo “liberado”, da música, das viagens e das drogas: nada parece mais importante e mesmo “revolucionário” que “ter prazer”, “divertir-se”, “viajar”. Este é o momento cool das democracias, apoiado por um ideal de leveza individual absoluta na vida em sociedade.(LIPOVETSKY, p. 243- 244). • Viver “imediatamente”, “festa permanente sem tempo ocioso” (p. 243): direito ao prazer e a dispor de si mesmo (novo valor) • Após maio de 1968: descontração das regras em todos os âmbitos • Iluminismo: a figura do libertino “No universo libertino, o que conta é vencer obstáculos, pular de conquista em conquista, colecionar os troféus, subjugar as mulheres” (p.244)
  • 17. Somos cool? Esse modelo (o ideal de libertinagem do período Iluminista) não tem nada a ver com o espírito cool. [...] O mundo aristocrático moribundo gerou a frivolidade libertina. O universo democrático-individualista tardio, a leveza cool.(LIPOVETSKY, p. 244). O cool foi o tom dominante de uma época. Mas será que ele ainda o é em uma época de reflexividade e de competitividade generalizada? Será ainda a verdade do mundo vivido? Será que a revolução doscostumes realmente permitiu viver de maneira mais aérea? O terror do tédio rondava por trás dos prazeres dos libertinos e das festas galantes. Hoje, outros medos são o avesso da ordem cool. Pobre Ícaro, que não cessa de queimar suas asas à medida que crescem as promessas de leveza.(LIPOVETSKY, p. 245).
  • 18. Casais do terceiro tipo Cabe agora aos indivíduos escolher a maneira como querem viver juntos: casar-se, divorciar-se, viver em concubinato, ter filhos – tudo se tornou um assunto de liberdade pessoal. O casamento não é mais uma união forçada comandada pelos pais, e quando o é, desperta uma reprovação quase unânime. E os nascimentos não são mais uma fatalidade natural, mas uma escolha. Indo além do campo da vida material, o ideal moderno de deixar a existência mais leve investiu o universo da intimidade do casal, do vínculo de conjugalidade, da relação entre os sexos. Nas sociedades hiperindividualistas, a aspiração à felicidade transcorre no molde de uma vida própria livre do peso das imposições coletivas que se exercem sobre a vida privada.(LIPOVETSKY, p. 245). • Processo de individualização: reconhecimento da autoridade das pessoas versus “casal como dois que são apenas um” • Novas formas de vida em comum: casamento light, leveza conjugal • Relacionamentos sem compromisso, “casamentos testes” • Casais efêmeros, compromissos flexíveis
  • 19. Sentimentalidade e descartabilidade Será que cansamos de esperar que relações amorosas durem por muito tempo? Nada disso. A verdade é que a desregulação cool não provocou a destruição dos discursos, da expectativa e dos sonhos de amor. Essa nossa cultura hiperindividualista é simultaneamente consumista e idealista, materialista e sentimental. As lágrimas, os gestos delicados, o romance, nada disso está morto ou fora de moda: nem sob uma aparência cool o “romantismo” deixou de fazer bater os corações e também de torturá-los. Quanto menos as instituições tradicionais pesam sobre nós, mais se afirma o peso do afetivo na esfera privada.(LIPOVETSKY, p. 247-248). • Escolher com quem viver, testar amores, poder romper, arejar a relação. • Fragilidade dos vínculos: insegurança, incerteza, descartabilidade, descompromisso, efemeridade • As delícias da renovação x o pesadelo de ser abandonado • Solidão como solução: medo de relacionar-se • “Vivemos menos a insuportável leveza do ser do que o peso da solidão do ser” (p. 248).
  • 20. O cool e seu outro Se os pesos coletivos ficaram mais leves, as experiências vividas continuam duras, ainda tão carregadas de vontade de poder, de ódio, de ressentimento e de conflitos. A individualidade cool é muito mais um mito da revolução da leveza do que uma realidade vivida.(LIPOVETSKY, p. 249). Inegavelmente, a família não é mais vista como uma instituição alienante: como centro de afeição, ela é a única instituição pela qual a maioria se declara prestes a fazer sacrifícios. [...] Houve um alívio das pressões coletivas, não das relações interpessoais em casal. Leveza institucional, peso esmagador das violências domésticas.(LIPOVETSKY, p. 249).
  • 21. Infidelidade nova, fidelidade de sempre Ficou para trás a época da contracultura que podia assimilar a fidelidade a uma norma burguesa e repressiva. Hoje, apenas uma minoria de pessoas considera a infidelidade como algo sem importância; a maioria estima a exclusividade amorosa como uma condição necessária para se ter uma vida doméstica bem-sucedida. É nosso dever observar que a cultura individualista e hedonista não conseguiu desvalorizar o ideal de fidelidade. Associada à mentira, à traição e ao jogo duplo e chocando-se com o princípio de autenticidade moderna, a aventura extraconjugal não conseguiu conquistar uma legitimidade moral e social.(LIPOVETSKY, p. 249-250). • Novas taxonomias para a inconstância amorosa e os amores paralelos: infidelidade sexual, emocional, online... • Desculpabilização da inconstância “em nome do direito à leveza, ao prazer, à autonomia pessoal” • Leveza como forma de “salvar o casamento” e “reconquistar o eu” • Direito democrático à infidelidade
  • 22. Pais cool, crianças frágeis [...] passou-se de um modelo autoritário a um modelo maleável, compreensivo e cool. A mudança é tão considerável que diversos autores chegaram a evocar uma ruptura que anuncia uma revolução antropológica .(LIPOVETSKY, p. 251-252). • Primeira modernidade: boa educação = disciplina e obediência. • Modelo autoritário = poder rígido dos pais • Presença de castigos corporais • Ensinar a dureza da vida, preparar as adversidades, inculcar o sentido de dever e obediência (sistema centrado na frustração, restrição, sanção) • Início do século XX: crítica à educação severa • Como consequência dos anos 60: educação compreensiva, permissiva, dialógica. Promoção da autonomia, foco na felicidade imediata, respeito à individualidade/singularidade pessoal • Escuta dos desejos, espaço afetivo, de prazeres e compreensão • Jovens agitados, hiperativos, ansiosos e frágeis (ausência de regras, de figuras de autoridade e hierarquia, sem restrições /diretrizes para a construção e estruturação do eu)