O documento discute o uso da fitoterapia para tratar várias desordens orgânicas. Ele fornece exemplos de fitoterápicos benéficos para a prevenção de cáries e periodontite, como cranberry e cacau. Além disso, lista fitoterápicos que podem ser usados no tratamento de obstipação, diabetes, hipertensão e outras condições.
3. INTRODUÇÃO
Esse modelo deve buscar a sustentabilidade econômica e ecológica, respeitando
princípios éticos e compromissos internacionais assumidos e promovendo a
geração de riquezas com inclusão social.
O Brasil, com seu amplo patrimônio genético e sua diversidade cultural, têm em
mãos a oportunidade para estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e
soberano no Sistema Único de Saúde (SUS) com o uso de plantas medicinais e
fitoterápicos.
A fitoterapia constitui uma forma de terapia medicinal que vem crescendo
notadamente neste começo do século XXI.
4. Apresentar os principais
fitoterápicos utilizados
tradicionalmente nas
mais variadas
desordens orgânicas.
Analisar os mecanismos,
posologia, indicações e
contraindicações do uso de
fitoterapia nas mais variadas
desordens orgânicas.
OBJETIVOS
Analisar, refletir e formar
sólido conhecimento a
respeito da utilização de
plantas medicinais e
fitoterápicos em diferentes
desordens orgânicas.
5. Fitoterápicos benéficos na prevenção de cáries e periodontite.
NOME POPULAR/
BOTÂNICO
FAMÍLIA/ PARTE
UTILIZADA
EFEITOS
Cranberry –
Vaccinium oxycoccus ou
Vaccinium macrocarpon
Ericaceae – Frutos
Efeito benéfico na inibição de
patógenos orais após contato com a
mucosa oral.
Cacau –
Teobroma cacao
Malvaceae – Semente
Solução de enxágue oral à base de
cacau em pó trouxe efeitos positivos
na prevenção das cáries, reduzindo a
formação de biofilme e a produção de
ácido pelo S. mutans e S. sanguinis.
A fitoterapia e os seus fitomedicamentos apresentam
um amplo espectro de indicações para as doenças
gastroenterológicas e vem se firmando como uma
estratégia terapêutica de prevenção.
TGI x FITOTERAPIA
6. NOME POPULAR/BOTÂNICO
FAMÍLIA/ PARTE
UTILIZADA
EFEITOS
Café –
Coffea arabica
Rubiaceae – Semente
Os compostos fenólicos
presentes em Solução aquosa
fervida e não fervida de café,
apresentam efeito
anticariogênico.
Chá verde –
Camelia sinensis
Theaceae – Folhas
Possui efeito bactericida em
bactérias orais, previne a
aderência de bactérias na
superfície dos dentes e provoca
inibição da produção de glucanas.
Erva doce –
Foeniculum vulgare ou
Pimpinella anisum
Umbelliferae – Folhas
Apresentam atividade
antimicrobiana exercendo efeitos
antibacterianos sobre
Staphylococus aureus, Bacillus
cereus, Pseudomonas aeruginosa
e Proteus vulgaris.
7. Plantas medicinais utilizadas no tratamento da obstipação por efeito estimulante do
peristaltismo intestinal.
A constipação do intestino é um sintoma frequente que afeta entre
2% a 27% da população de países ocidentais, dependendo do grupo
estudado sendo mais frequente em mulheres e idosos.
(COFRE et al., 2008)
NOME
POPULAR/BOTÂNICO
FAMÍLIA/ PARTE
UTILIZADA
EFEITOS
Aloe vera –
Aloe barbadensi
Liliaceae – Seiva das folhas Efeito laxativo.
Sene –
Cassia angustifólia
Fabaceae - Folhas
Apresenta efeito
estimulante do
peristaltismo intestinal.
OBSTIPAÇÃO x FITOTERAPIA
8. Os taninos têm ação de precipitação de proteína e, portanto, quando aplicados a
membranas das mucosas, fazem as proteínas serem depositadas na superfície
epitelial revestindo o lúmen do intestino como uma película protetora que
normaliza a hiperperistaltia (SAAD et al., 2009).
Diarreia é caracterizada pela evacuação de fezes líquidas ou
semilíquidas mais de três vezes ao dia. Para o tratamento das
diarreias recomenda-se a administração de fitoterápicos contendo
boa quantidade de taninos.
(PALOMBO, 2006)
CHÁ VERDE CHÁ PRETO
DIARREIA x FITOTERAPIA
9. Patologia multifatorial considerada um dos maiores problemas de saúde
pública, além de ser uma das DCNTs que mais cresce epidemiologicamente
no mundo, o que caracteriza um fator predisponente à da longevidade
(em média, 13 anos) e da mortalidade.
ODESIDADE x FITOTERAPIA
DM x FITOTERAPIA
Diabetes Mellitus é a mais frequente doença do metabolismo dos açúcares.
Uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou
da incapacidade de ela exercer adequadamente seus efeitos, resultando
em resistência insulínica. Caracteriza-se pela presença de hiperglicemia
crônica, frequentemente, acompanhada de dislipidemia, hipertensão
arterial e disfunção endotelial.
Sociedade Brasileira de Diabetes.
10. FITOTERAPIA EM OBESIDADE E DIABETES
NOME POPULAR/
BOTÂNICO
EFEITOS
Açafrão –
Curcuma longa
Produz redução não apenas da glicemia, mas também do colesterol, triglicerídeos e
fosfolipídios do sangue. Demonstra melhora de forma significativa nas lesões renais
associadas a diabetes e a cicatrização de feridas na pele.
Gengibre –
Zingiber officinale
Ação antidiabética, hipolipidêmica e impacto positivo na reversão da proteinúria diabética. O
suco de gengibre (fresco) produziu o aumento dos níveis de insulina e o decréscimo dos níveis
de glicose rápida plasmática. O gengibre também possui efeito efetivo contra o
desenvolvimento da catarata em diabéticos.
Pata de vaca –
Bauhinia forficata
Hipoglicemiante em pacientes com diabetes tipo II. Outras propriedades: diurética e anti-
inflamatória. A redução na glicemia foi observada tanto em indivíduos normoglicêmicos como
hiperglicêmicos.
Cajueiro –
Anacardium
occidentale
O extrato desta planta administrado por via oral exibiu ação hipoglicemiante nos 15 a 20
minutos apos a ingestão, observando efeito máximo, após 60 a 90 minutos. Se especula que
este composto estimule as células beta do pâncreas.
11. FITOTERAPIA EM OBESIDADE E DIABETES
NOME POPULAR/
BOTÂNICO
EFEITOS
Chá verde –
Cammelia sinensis
Pode melhorar a sensibilidade à insulina e o perfil lipídico. Eficiente relação antidiabética. Atua
na termogênese, diminuindo a gordura abdominal.
Carqueja –
Baccharis trimera
Significante redução na glicemia e perda de peso. Administrada a pessoas normoglicêmicas,
provoca um decréscimo nos níveis de glicose no sangue.
Estévia –
Stevia rebaudiana
Poder adoçante, aproximadamente 250 vezes maior que a sacarose. Provoca um decréscimo
na glicemia e nos níveis de glicogênio hepático. As curvas de tolerância a sobrecarga de
glicose pós-prandial resultaram ser melhores nos pacientes diabéticos obesos que tinham
sido tratados previamente com 130-140mg de extrato de Estévia.
Alho –
Allium sativum
Demonstrou diminuir os níveis iniciais de glicemia elevada.
Hibiscus –
Hibiscus sabdariffa
Possui atividade diurética e favorece a digestão lenta e difícil. Alem disso, devido
a presença de ácidos orgânicos possui ação levemente laxante. Estudos mostram que o
Hibiscus inibiu significativamente a acumulação de partículas de gordura.
12. • Visco-branco (Viscum album L.) É um arbusto de forma esférica
pertencente à família das Loranthaceae cresce como parasita sobre
árvores de folhas caducas e coníferas. Seus caules se ramificam de
forma dicotômica, como frequentemente é encontrado em plantas
inferiores (por exemplo, algas). Apresenta propriedades
hipotensoras, depressoras cardíacas e sedativas.
• Oliveira (Olea europaea) É uma das principais plantas dos
países mediterrâneos. Como droga vegetal, utilizam-se as folhas,
Oleae folium. Segundo Weiss, estas são recomendadas como
fitoterápico hipotensor.
HAS x FITOTERAPIA
13. • Desordens do metabolismo das lipoproteínas em conjunto com dietas ricas em
gordura, obesidade e sedentarismo têm resultado em crescente incidência e
prevalência de doença aterosclerótica em adultos moradores de países
desenvolvidos ou em desenvolvimento, em especial a doença coronariana
aterosclerótica. O papel da fitoterapia nas dislipidemias é justificada pela ação
antioxidante, evitando a oxidação de lipoproteínas, e ações coleréticas e
colagogas.
DISLIPIDEMIA x FITOTERAPIA
Boldo do
Chile –
Peumus
boldus
Alcachofra
– Cynara
scolymus
Curcuma
zedoaria -
Zedoária
Berinjela –
Solanum
melongena
Uva – Vitis
vinífera
Guaraná –
Paullinia
cupana
Cranberry –
Vaccinium
macrocarpo
n
14. •Atualmente as doenças cardiovasculares representam uma das
causas mais frequente de morte no mundo industrializado.
Espinheiro-branco (Crataegus laevigata - Crataegus monogyna)
Aumenta o fluxo sanguíneo coronariano e a irrigação do miocárdio.
Crataegus pertence à família das rosáceas e é um dos
fitoterápicos mais pesquisados pela comunidade científica e sua
eficácia, sob o ponto de vista farmacológico, é comprovada por
diversos estudos científicos.
ICC x FITOTERAPIA
15. •A degeneração das artérias, a arteriosclerose, manifesta-se
perifericamente na doença arterial obstrutiva periférica.
Ginkgo (Ginkgo biloba)
Os principais constituintes do Ginkgo biloba são: flavonoides, procianidinas,
diterpenoides, ginkgolídeos e bilobalida.
Melhora a capacidade de fluidez do sangue .
DAOP x FITOTERAPIA
16. •Além das doenças cardíacas degenerativas, as doenças vasculares
cerebrais e periféricas constituem outro grande grupo de doenças do
mundo moderno.
Alho (Allium sativum)
O uso do alho é justificado pela literatura científica
atual que o relaciona com efeitos anti-hipertensivos,
antiaterogênicos, antitrombóticos, antimicrobianos,
fibrinolítico, prevenção de câncer e redutor de lipídeos
(barners, livro).
AVC x FITOTERAPIA
17. DRC x FITOTERAPIA
• Os fitoterápicos utilizados em doenças do parênquima renal e nefrites, apresentam
diversos efeitos, tais como: espasmolíticos, anti-inflamatórios e antissépticos das
vias urinárias, além de diuréticos. Porém, os fitoterápicos podem ser utilizados na
profilaxia de recidiva de litíase urinária, é eficaz e influencia de modo positivo nos
diferentes sintomas relacionados à micção.
Uva-ursi (Arctostaphylos uvae ursi):
Diurético, antisséptico urinário e adstringente.
Usada tradicionalmente em casos de cistite,
uretrite, disúria, litúria e, especificamente,
cistite catarral com disúria e urina com alto
teor de acidez.
Harpagophytum procumbens
(Garra-do-diabo):
anti-inflamatório e analgésico, amplamente
utilizado no combate da gota, reduz o ácido
úrico.
Banisteria argyrophilla (Cipó-prata):
anti-inflamatório, diurético, indicado no
combate das afecções renais e do ácido úrico.
18. • Definida como uma lesão de pele causada pela interrupção sanguínea em uma
determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um
período prolongado. A ocorrência de UP associou-se à idade mais elevada,
maior tempo de internação e gravidade do paciente.
UPP x FITOTERAPIA
A babosa fornece um vasto leque de
materiais para a construção e
manutenção de uma pele saudável. A
pele renova-se a cada 21 a 28 dias.
Mantém a elasticidade da pele e os
níveis saudáveis de colágeno. A Aloe
vera estimula os fibroblastos a
reproduzirem-se mais rapidamente,
produzindo-se assim maior quantidade
de fibras, e ajuda a capacidade
regeneradora da pele. Como a babosa
contém alta quantidade de cálcio e
potássio, ela provoca a formação de
uma rede de fibras que retém os
eritrócitos do sangue, ajudando assim a
coagulação e a cicatrização necessária.
Aloe Vera
(Babosa) Também conhecida como
maria-milagrosa, baleeira,
maria-preta, salicina,
pimenteira e catinga-de-
barão, atua contra tipo de
inflamação. Por possuir
efeitos cicatrizante é usada
na forma de pomada,
extrato ou folhas maceradas
para curar ferimentos. Em
algumas regiões do Brasil, as
folhas da erva-baleeira são
cozidas e aplicadas sobre
feridas para acelerar a
cicatrização.
Erva-
baleeira
(Cordia
verbenacea)
19. HIPERPLASIA BENIGNA DA PRÓSTATA x FITOTERAPIA
• O crescimento/
alargamento da
próstata aumenta
dramaticamente
com a idade
(Homens > 50anos);
• Essa hiperplasia em
alguns casos bloqueia
a uretra, resultando
em sintomas urinários;
• Dor abdominal – frequente;
Diminuição da força da corrente
urinária; Noctúria; Esvaziamento
incompleto; Intermitência da
corrente urinaria; Incontinência
de urgência; Micção prolongada.
20. HIPERPLASIA BENIGNA DA PRÓSTATA x FITOTERAPIA
Fitoterápicos, nutrientes e compostos bioativos comumente utilizados HBP
Saw Palmetto (Serenoa
repens)
* Envolvidas na inflamação da
Próstata.
Inibidores das enzimas
COX
Diversos
Batata selvagem Africana (Hypoxis
hemerocallidea); Beta-sitosterol; Licopeno;
Semente de abóbora (Cucurbita pepo);
Pygeum (Prunus africana); Trevo vermelho
(Trifolium pratense); Soja (Glycine max);
Stinging Root (dioica do Urtica).
Antiproliferativos
Selênio
Vitamina E
Zinco
Rye grass pollen (Secale
cereale)
Anti-inflamatórios Nutrientes
Buchu (Agathosma betulina); Arando
(Vaccinium macrocarpon); Fireweed
(Epilobium angustifolium); Óleo de linhaça
(Linum usitatissimum); Alho (Allium
sativum); Cacto de pera espinhosa (Opuntia
ficus-indica); Uva-Ursi (Arctostaphylos uva-
ursi)
21. • O câncer pode ser causado por uma série de fatores, genéticos ou adquiridos. Existem
basicamente quatro tipos de câncer: carcinomas, sarcomas, linfomas e leucemia.
Carcinomas surgem na pele, nas membranas mucosas, nas glândulas e na maioria dos
órgãos; sarcomas surgem nos ossos, músculos e tecidos conectivos; linfomas são a forma
de câncer do sistema linfático; e leucemia é o câncer do sangue.
NEOPLASIAS x FITOTERAPIA
Avelós
(Euphorbia
tirucalli)
Unha-de-gato
(Ficus pumila)
Alfafa
(Medicago
sativa)
A parte usada da
planta é o látex, que
quando puro irrita a
pele e os olhos, mas
dissolvido em água
o látex é indicado
para tratamento de
tumores cancerosos
e pré-cancerosos
Contém grande
quantidade de
clorofila,
betacaroteno,
vitamina E e o
aminoácido L-
canavanina, que é
antibacteriano,
antiviral e
antitumoral.
Quando
administrada a
pessoas com
câncer, repara
danos do DNA,
além de melhorar o
sistema
imunológico.
22. GESTAÇÃO/ LACTAÇÃO x FITOTERAPIA
Segundo estudos, as razões pelas quais as mulheres utilizam os
fitoterápicos incluem o desejo de ter controle pessoal sobre a sua
saúde, a insatisfação com o tratamento convencional, bem como
preocupações com os efeitos colaterais dos medicamentos
convencionais.
Embora seja verdade que muitas plantas tenham efeitos de
tratamento e efeitos colaterais suaves, dados relativos à segurança
do seu uso durante a gravidez são muito limitados.
A grande maioria das plantas carece de estudos sérios que
garantam a segurança de utilização, principalmente durante o 1º
trimestre. Sem essas provas, é difícil para os profissionais da saúde
prescreverem de maneira segura. Portanto, não se recomenda
nenhum fitoterápico durante a gestação.
23. PLANTAS MEDICINAIS INDICAÇÃO
Alfafa
Estimular lactação
Blessed thistle (Cardo abençoado)
Caraway (cominho)
Foeniculum vulgare (Erva-doce)
Fenugreek (fenacho)
Goat’s rue
Black cohosh
Induzir partoBlue cohosh
Castor oil (oleo de rícino)
Matricaria recutita L. (Camomila-alemã)
Náuseas
Zingiber officinalis (Gengibre)
Motherwort Dores do parto
Vaccinium macrocarpon (Cranberry)
Prevenção e tratamento de
infecções do trato urinário
Rubus idaeus L (Raspberry leaf)
Preparar colo do útero para o
parto e facilitar o parto
GESTAÇÃO/ LACTAÇÃO x FITOTERAPIA
Plantas medicinais
comumente
recomendadas
durante a gestação
e lactação e a
condição
relacionada.
Fonte: Holst et.al, 2011; Mengue et al., 2001.
24. • OLIVEIRA, J. L. et al. Fitoterapia nas Desordens Orgânicas. Equipe
Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração; Brasilia-DF.
2012.
• ZEMDEGS, J. C. S. et al. Fitoterapia nos Ciclos da Vida. Equipe
Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração; Brasilia-DF.
2012.
REFERÊNCIAS