O documento discute o uso do ultrassom na termoterapia, explicando que ele pode ser usado para diagnóstico por imagem, tratamento terapêutico de tecidos ou destruição de tecidos, dependendo da frequência utilizada. Ele também descreve os parâmetros e medidas do ultrassom terapêutico, como frequência, intensidade, área de radiação e duração do tratamento, e como esses fatores afetam a profundidade de penetração e o aquecimento dos tecidos.
2. Termoterapia
• O ultra-som é uma modalidade
de penetração profunda, capaz
de produzir alterações nos
tecidos, por mecanismos
térmicos e não térmicos.
• A energia liberada pelo
transdutor é de origem acústica
e não eletromagnética.
• Dependendo da frequência
utilizada, pode ser utilizado para:
• - diagnóstico por imagens
• - cura terapêutica de tecido
• - Destruição de tecidos.
Cap: 6 Ultra-som
3. Termoterapia
• Tradicionalmente o ultra-som
terapêutico tem sido empregado na
medicina esportiva.
• Dependendo dos parâmetros de
entrada, os efeitos da aplicação de
ultra-som podem incluir o aumento da
velocidade de reparo dos tecidos e
cura de lesões por:
• - Aumento do fluxo sanguíneo;
• - Aumento da extensibilidade do
tecido;
• - Dissolução de depósitos de cálcio;
• - Redução da dor;
• - Redução de espasmo muscular
devido a alteração da condução
nervosa e etc...
• Na tabela ao lado alguns parâmetros e
medidas de saída de Ultra-som
Cap: 6 Ultra-som
Parâmetros e medidas de saída de Ultra-som
Relação de não
uniformidade do feixe
(RNF)
A RNF descreve a consistência (uniformidade) da saída do ultra-som
enquanto relação. Quanto menor for a relação, mais uniforme será
o feixe. Uma RNF maior que 8:1 não é considerada segura.
Ciclo de funcionamento Um ciclo de funcionamento de 100% indica uma saída constante de
utra-som e provoca efeitos térmicos dentro do corpo. Um ciclo de
funcionamento baixo (pulsado) produz efeitos não térmicos.
Área de radiação efetiva
(ARE)
A área de uma fonte sonora que produz ondas ultra-sônicas.
Medida em cm².
Frequência A frequência determina a profundidade efetiva de penetração
(quanto > a frequência < a profundidade de penetração).
Intensidade A intensidade descreve o grau de potência gerada pela unidade
geradora.
Intensidade espacial
média (IEM)
Medida em Watts por cm², descreve o grau de potência por
unidade de área ARE da fonte sonora.
Intensidade média no
tempo (IMT)
Só significativa quando se libera ultra-som em pulsos, a IMT
descreve a quantidade média de energia liberada por segundo.
Duração do TTO A duração do TTO é determinada pela intensidade de saída e pelas
metas específicas do TTO.
4. Termoterapia
• Produção de utra-som.
• É produzido por uma corrente alternada que flui através de
um cristal piezoelétrico, como:
• - Quartzo;
• - Titanato de bário;
• - Zirconato de chumbo ou Titanato.
• É alojado em um transdutor, sendo que os cristais naturais
foram substituídos por cristais sintéticos que produzem um
campo de energia melhor e mais consistente (estão em
desenvolvimento geradores ultrasônicos movidos a laser,
que provavelmente fornecerão uma saída mais precisa e
mais flexível).
• Os cristais piezoelétricos produzem cargas elétricas positivas
e negativas quando se contraem ou se expandem.
• A vibração dos cristais causa a produção mecânica de ondas
sonoras de alta frequência.
Cap: 6 Ultra-som
5. Termoterapia
• A transmissão de energia acústica depende de um meio,
e quanto mais denso for o meio, melhor é a
transmissão.
• Em um meio uniforme, o som caminha a uma
velocidade constante, que pode ser calculada como:
Velocidade= Frequência x Comprimento de onda.
• Para que sons de diferentes frequências caminhem na
mesma velocidade, seus comprimentos de onda devem
ser diferentes.
• Comprimentos de onda mais curtos devem ter uma
frequência maior para atingir a velocidade dos
comprimentos de onda mais longos.
• Ex: Imagine duas pessoas caminhando lado a lado, uma
mede 2,13m e seu passo é de 0,91 m. A outra mede
1,52m e seu passo é de 0,46 m. Despois de percorrerem
27,43 m, a pessoa mais alta deu 30 passos, a mais baixa
deu 60 passos.
• A energia produzida por ultra-som (vibração) deforma o
meio, por isso é impossível no vácuo.
Cap: 6 Ultra-som
6. Termoterapia
• A semelhança entre um gerador de ultra-som
e o som estéreo que produz som audível é
grande.
• Quando seu Ipod toca música ele detecta
padrões dos impulsos de som gravados na
memória, esses padrões são convertidos em
energia elétrica, que é transferida para um
alto-falante.
• Ao atingir o alto-falante, um magneto é
ativado, provocando expansão e contração do
cone, essa vibração produz ondas mecânicas,
que são transmitidas pelo ar e chegam aos
nosso tímpanos gerando também vibração que
é captada pelo S.N.C.
Cap: 6 Ultra-som
7. Termoterapia
• Transmissão de ondas por ultra-som.
• A energia da onda é transferida por
uma molécula colidindo com a
molécula vizinha e trocando energia
cinética, sem originar um
deslocamento verdadeiro de
moléculas.
• Ex: Uma folha flutua em um lago, pedra
cai perto dela, a folha balança para
cima e para baixo, conforme as ondas
passam perto dela, mas sua posição
não muda.
Cap: 6 Ultra-som
8. Termoterapia
• Ondas longitudinais.
• Nas ondas longitudinais, as partículas se
deslocam paralelamente à direção do som.
• A alternância de pressão alta e baixa exercida
pelo feixe de ultra-som resulta em regiões de
elevada densidade de partículas (compressão) e
de baixa densidade de partículas (rarefação) ao
longo do caminho da onda sonora.
• Essas flutuações de pressão transmitem energia
dentro dos tecidos, produzindo efeitos
fisiológicos.
• As ondas longitudinais são capazes de percorrer
meios sólidos e líquidos e o ultra-som atravessa
os tecidos moles dessa forma.
Cap: 6 Ultra-som
9. Termoterapia
• Ondas transversais.
• Nas ondas transversais as ondas se deslocam
perpendicularmente à direção da onda sonora.
• Ex: Uma corda de guitarra vibrando é um
exemplo deste tipo de onda.
• Ela vibra em paralelo ao seu comprimento.
• As ondas transversais não atravessam fluidos e
só aparecem no corpo quando o ultra-som
encontra um osso.
Cap: 6 Ultra-som
10. Termoterapia
• A onda de Ultra-som.
• As frequências utilizadas no ultra-som terapêutico
produzem feixes cilíndricos, com extensão até
certo ponto menor que o diâmetro da fonte
sonora.
• Essas ondas têm propriedades de reflexão,
penetração e absorção.
• Próximo da fonte do transdutor, a pressão do
campo sonoro não é uniforme, formando picos de
alta intensidade e vales de baixa intensidade.
• Esta é a área do feixe ultra-sônico usada com
objetivos terapêuticos.
Cap: 6 Ultra-som
11. Termoterapia
• As fontes de ultra-som estão
disponíveis em diferentes tamanhos
e com diferentes frequências
ressonantes de cristal.
• Cada fonte ressonante deve ter
marcada sua frequência, área de
radiação efetiva e proporção de feixe
não uniforme.
• As fontes de diâmetros maiores
produzem um feixe mais colimado, e
as fontes de diâmetros menores
originam feixes mais divergentes.
• Os ultra-sons de baixa frequência
(0,75mhz– 1mhz) possuem um feixe
que diverge mais que o de Alta
frequência (3mhz – 5mhz).
• A área de radiação efetiva (ARE)
representa todas as áreas que
produzem mais que 5% da saída da
potência máxima do transdutor.
• A ARE tem sempre uma área menor
que o tamanho real da fonte sonora.
Cap: 6 Ultra-som
12. Termoterapia
• Frequência.
• A frequência de saída de um gerador de ultra-
som é medida em mega-hertz (MHZ) e
descrita como o número de ondas que
ocorrem em um segundo.
• A frequência de saída determina a
profundidade de penetração da energia.
• Geradores de alta frequência (3mhz) são
empregados para tratamentos superficiais,
pois a energia é rapidamente absorvida e o
gerador mais utilizado (1mhz), oferece um
ajuste entre a penetração profunda e um
aquecimento adequado, em função da
frequência relativamente baixa empregada.
Cap: 6 Ultra-som
13. Termoterapia
• Potência e intensidade.
• A potência produzida por um gerador de ultra-
som é medida em Watts (W) e representa a
quantia de energia produzida por um transdutor.
• A intensidade representa a força das ondas
sonoras, em uma área, dentro dos tecidos
tratados.
• Existem duas medidas principais:
• - Intensidade média espacial
• - Intensidade média temporal.
• Existe ainda a medida de valor de meia camada,
que representa a profundidade em que 50% da
energia ultra-sônica foi absorvida pelos tecidos.
Se o ultra-som aplicado a 1 w/cm² perde 50% de
sua energia em uma profundidade de 2,3cm, a
intensidade do feixe é, então, 0,5 w/cm².
Cap: 6 Ultra-som
14. Termoterapia
• Intensidade média espacial.
• (IME) descreve a quantidade de energia
que passa através de uma área específica,
nesse caso, a área da fonte sonora (a ARE).
• É expressa em Watts por cm², fornece a
medida da potência de saída pela ARE da
fonte do transdutor (centímetros
quadrados).
• Ex: se 10 w estão sendo emitidos pela fonte
de transdutor com uma ARE de 5 cm², a
intensidade média espacial será de 2 w por
cm².
• As doses de TTO variam de 0,5 a 5
watts/cm².
Cap:6 Ultra-som
Efeito da área de radiação de utra-som sobre a energia total produzida
Intensidade (w/cm²) Área de radiação
efetiva (ARE)
Potência total
produzida (w)
1,5 5 7,5
1,5 6 9,0
1,5 10 15,0
15. Termoterapia
• Intensidade temporal média.
• Mede a potência de energia ultra-
sônica liberada nos tecidos, em um
dado período, sendo significativa
apenas na aplicação de ultra-som
em pulso.
• A energia liberada nos tecidos, por
unidade de tempo, com o ultra-
som operando em um ciclo de
funcionamento de 50%, é metade
da liberada por modo contínuo.
• Ex: Uma intensidade espacial
média de 2 w/cm² e a fizermos
passar em pulsos de 50% do ciclo
de funcionamento, a densidade
temporal média do TTO será de 1
w/cm² (2 w/cm² x 0,5 = 1 w/cm²).
Cap: 6 Ultra-som
16. Termoterapia
• Não uniformidade do feixe de ultra-som.
• O grau de variação da intensidade dentro de um feixe de ultra-
som é medido em termos de relação de não uniformidade do
feixe (RNF).
• Corresponde a maior intensidade dentro do feixe, a intensidade,
isto é, a intensidade espacial de pico e a intensidade média
registrada no marcador de saída.
• A RNF ideal, porém clinicamente impossível de ser obtida é 1:1.
• Uma RNF maior que 8:1 pode ser considerada inaceitável.
• Ex: Uma RNF indicada de 3:1 e o medidor mostrar uma saída de 2
w/cm², em algum lugar do feixe, a intensidade real é de 6 w/cm²
(3 x 2 w = 6 w).
• A existência de áreas de alta intensidade dentro do feixe, os
“pontos quentes”, são a principal razão para manter a fonte do
ultra-som em movimento durante o TTO.
Cap 6: Ultra-som
17. Termoterapia
• Duração do TTO.
• Depende do tamanho da área a ser tratada, da
intensidade de saída e das metas terapêuticas do TTO.
• Em qualquer circunstância, a área de TTO, não deve ser
maior que duas a três vezes a área de superfície da ARE da
fonte sonora.
• Ao invés de tratar uma grande área em uma única sessão
de ultra-som, a área deve ser dividida em zonas de TTO
menores.
• Quando se deseja efeito vigoroso de aquecimento, a
duração do TTO deve ser de 10 a 12 minutos, com uma
saída de 1MHz; e de 3 a 4 minutos com ultra-som de
3MHz.
• Geralmente o ultra-som é administrado em TTOs por
períodos de 10 a 14 dias, após isso a eficácia do TTO deve
ser reavaliada.
Cap 6: Ultra-som
18. Termoterapia
• Tratamentos dose-orientados.
• A quantidade de aumento da temperatura depende da
intensidade da saída e da duração do tratamento.
• Esse método de determinação da dosagem do
tratamento é uma técnica imprecisa, embora
tradicionalmente utilizada.
• Os aperfeiçoamentos da qualidade dos geradores, os
microprocessadores e pesquisas sobre efeitos de
aquecimento provocados por ultra-som levaram ao
desenvolvimento de parâmetros de tratamento
orientados pela dose.
• Nesse caso o médico indica o total de aumento de
temperatura e as características dos tecidos alvo.
• A unidade geradora calcula os melhores parâmetros para
o tratamento.
Cap 6: Ultra-som
Taxa de aquecimento por ultra-som, por minuto,
baseada em uma área de TTO duas a três vezes
maior que a ARE
Intensidade
(w/cm²)
Profundidade
do tecido
1 MHz
5cm
3MHz
1,2cm
0,5 0,04 ºC 0,3 ºC
1,0 0,2 ºC 0,6 ºC
1,5 0,3 ºC 0,9 ºC
2,0 0,4 ºC 1,4 ºC
19. Termoterapia
• Transferência ultra-sônica através dos
tecidos.
• O ultra-som atravessa os tecidos moles na forma de
ondas longitudinais, até atingir um osso.
• Quando isso acontece, parte da energia é refletida e o
resto é convertido em ondas transversais.
• A propagação da energia ultra-sônica depende da
frequência das ondas sonoras e da densidade dos
tecidos.
• A energia ultra-sônica intensa refletida pelos ossos
pode provocar dor perióstea (dor ou queimadura de
localização profunda), um efeito indesejável.
• A intensidade diminui a medida que a distância que
ela percorre através dos tecidos aumenta.
• Esse processo chama-se atenuação.
Cap 6: Ultra-som
Porcentagem de reflexão de
energia ultra-sônica em várias
interfaces
Interface Energia refletida
(%)
Água – tecido mole 0,2
Tecido mole -
gordura
1
Tecido mole - osso 15-40
Tecido mole - ar 99,9
20. Termoterapia
• Ultra som modo contínuo.
• Aplicação contínua pode aquecer, com
eficiência, tecidos localizados a 5cm (ou mais)
de profundidade, dependendo da frequência
utilizada.
• Como a saída é liberada 100% do tempo, a
energia é medida em termos da intensidade
média espacial (Watts/cm²).
• A intensidade espacial de pico, determinada
pela RNF, não deve exceder a 8 w/cm² (saída
medida x RNF).
Cap 6: Ultra-som
21. Termoterapia
• Ultra-som pulsado.
• Num feixe de ultra-som pulsado, a intensidade temporal
média de saída diminui, reduzindo os efeitos térmicos e ao
mesmo tempo permitindo os efeitos não térmicos do ultra-
som.
• A relação entre o comprimento do pulso e o intervalo de pulso
é expressa como uma porcentagem do ciclo de
funcionamento:
• Ciclo de func.= __________Comp. do pulso_____________
• (Comp. do pulso + intervalo de pulso) x 100
• Quanto mais próximo de 100% o ciclo de funcionamento
chegar, maiores serão o efeitos térmicos finais do TTO.
• A saída de ultra-som pulsado é medida pela intensidade
temporal máxima, mas a quantidade de energia real liberada
no tecido depende do ciclo de funcionamento.
Cap 6: Ultra-som
22. Termoterapia
• Agentes e métodos de acoplamento.
• As ondas de ultra-som não podem atravessar o ar, por isso
utilizamos uma agente de acoplamento para permitir que
as ondas passem do transdutor para os tecidos.
• Um bom meio é capaz de transmitir uma boa
porcentagem de ultra-som, portanto ele não deve ser
refletor.
• A água destilada é o meio ideal para a transmissão, pois
ela reflete apenas 0,2% da energia.
• Muitos geradores de ultra-som modernos desligam-se
automaticamente se a aplicação estiver sendo feita sem
um meio, se o meio não for aceitável ou se houver
contato insuficiente com a pele.
• Uma fonte acoplada indevidamente produz aumento de
temperatura.
• Muitas unidades desligam se a temperatura pré-
determinada for ultrapassada.
Cap 6: Ultra-som
23. Termoterapia
• Acoplamento direto.
• O transdutor é colocado diretamente sobre a pele,
junto com o gel que serve para excluir o ar entre a pele
e a fonte sonora.
• Os géis consistem de água destilada e um material
inerte não refletor, que aumenta a viscosidade da
mistura.
• Esse gele deve ser generosamente aplicado na área
para garantir que uma camada consistente, sem
grandes bolhas de ar, esteja disponível durante o TTO.
• A eficácia do gel diminui se a parte tratada do corpo for
provida de pelos ou for irregular.
• Quanto maior a quantidade de pelos da parte do corpo,
menor será a energia liberada nos tecidos (deve-se
considerar raspar a área de TTO quando os pelos forem
excessivos).
• Deve-se aplicar uma pressão constante e firme,
mantendo o transdutor em contato total com a pele
(pouca pressão cria acoplamento insuficiente e muita
pressão diminui a energia transferida para os tecidos
recomenda-se de 200 g a 600 g de pressão sobre o
tecido.
Cap 6: Ultra-som
Capacidade de acoplamento de potenciais meios para ultra-som
Substância Transmissão em
relação a água (%)
Envoltório de Saram 98
Gel Lidex, fluocinomida 0,05% 97
Creme tetra-gésico, metil salicilato 97
Óleo mineral 97
Gel para transmissão de ultra-som 96
Loção para transmissão de ultra-som 90
Chempad-L 68
Hidrocortisona em pó (1%) em gel para US 29
Hidrocortisona em pó (10%) em gel para
US
7
Creme Eucerine 0
Creme Myoflex, salicilato de trolamina 10% 0
Gel de petrolato branco 0
24. Termoterapia
• Imersão em água.
• Deve ser aplicado quando se trata de uma área irregular, como as
extremidades distais, pode-se administrar uma dose mais uniforme de
ultra-som, utilizando-se a água como condutor sonoro.
• A parte a ser tratada é imersa em água (água destilada é ideal mas
devido ao preço raramente é usada).
• Em seguida o transdutor é colocado na água, com a fonte voltada para
o corpo, a aproximadamente 2,54cm de distância.
• A mão do operador não deve ficar imersa na água (pode ser perigoso
ao longo de repetidas sessões).
• Recomenda-se o uso de banheira cerâmica para a aplicação de ultra-
som submerso, por essa ser excelente refletora, criando uma câmara de
“eco” e permitindo que as ondas atinjam o corpo em todos os ângulos.
• Quando utilizar água não destilada, pode-se aumentar a intensidade do
ultra-som em cerca de 0,5 w/cm², para compensar a atenuação
provocada pelo ar e os sais minerais da água.
• A imersão em água de torneira é menos eficaz para aumentar a
temperatura dos tecidos subcutâneos do que o método de
acoplamento direto, utilizando o transdutor de 3MHz.
Cap 6: Ultra-som
25. Termoterapia
• Técnica da bexiga.
• Nessa técnica utiliza-se uma bexiga
cheia de água ou uma bolsa plástica
coberta com gel aplicador.
• A bexiga se adapta a áreas irregulares
como as articulações
acromioclavicular e talocrural.
• Podem ser utilizados preservativos
cheios de água (mais resistentes).
Cap 6: Ultra-som
26. Termoterapia
• Efeitos biofísicos da
aplicação de ultra-som.
• Podem ser agrupados em duas classes.
• Efeitos não térmicos -> alterações
dentro dos tecidos, resultantes do
efeito mecânico da energia ultra-
sônica;
• Efeitos térmicos -> alterações dentro
dos tecidos, como resultado direto da
elevação da temperatura do tecido,
provocada pelo ultra-som.
• Os dois tipos de efeitos ocorrem no
organismo, mas a proporção e a
magnitude de cada um deles
dependem do ciclo de fornecimento e
da intensidade de saída.
• Quanto maior for o ciclo (on), maiores
serão os efeitos térmicos; quanto
maior for a intensidade de saída, maior
será a magnitude dos efeitos.
Cap 6: Ultra-som
Efeitos fisiológicos da aplicação de ultra-som.
Efeitos não térmicos Efeitos térmicos
↑ da permeabilidade da membrana celular ↑ da velocidade de condução do nervo
sensorial
Taxas alteradas de difusão através da membrana celular ↑ da velocidade de condução do nervo
motor
↑ da permeabilidade vascular ↑ da extensibilidade de estruturas
ricas em colágeno
Secreção de substâncias quimiotácteis ↑ da deposição de colágeno
↑ do fluxo sanguíneo ↑ do fluxo sanguíneo
↑ da atividade fibroblástica Redução do espasmo muscular
Estimulação da fagocitose ↑ da atividade dos macrófagos
Produção de tecido de granulação sadia Melhora da adesão dos leucócitos a
células endoteliais danificadas.
Síntese de proteínas
Redução de edemas
Síntese de colágeno
Difusão de íons
Regeneração de tecido
Formação de tecido conjuntivo mais forte
27. Termoterapia
Cap 6: Ultra-som
Aumentos de temperatura necessários para obter efeitos terapêuticos
específicos durante a aplicação do ultra-som
Classificação dos efeitos
térmicos do ultras-som
Aumento de temperatura Utilizado para
Brando 1ºC Inflamação leve
Aceleração da taxa metabólica
Moderado 2 a 3ºC ↓ do espasmo muscular
↓ da dor
↑ do fluxo sanguíneo
↓ da inflamação crônica
Forte 3 a 5ºC Alongamento do tecido, redução de tecido cicatricial
Inibição da atividade simpática
28. Termoterapia
• Efeitos sobre o ciclo de resposta à lesão.
• Dependem do modo de aplicação (contínuo
ou pulsado), da frequência do som, do
tamanho da área tratada e dos tecidos
tratados (vascularização e densidade).
• Os efeitos térmicos são semelhantes aos da
termoterapia.
• O uso da energia a Laser pode ser uma
alternativa ao ultra-som (devido as
semelhanças dos efeitos biofísicos).
Cap 6: Ultra-som
29. Termoterapia
• Fluxo sanguíneo.
• O ultra-som pode aumentar o fluxo
sanguíneo por até 45 min. Depois do TTO,
embora esses dados não sejam
universalmente aceitos.
• Em um estudo, a aplicação de calor úmido
antes do ultra-som diminuiu muito o
aumento do fluxo sanguíneo na área em
TTO.
• Em outro estudo a aplicação de massagem
com gelo antes do ultra-som manteve o
aumento do fluxo sanguíneo no nível
observado com aplicação isolada de ultra-
som.
Cap 6: Ultra-som
30. Termoterapia
• Cicatrização do tecido.
• A aplicação de ultra-som acelera a fase inflamatória
do processo de inflamação tissular.
• O modo contínuo influencia de forma positiva a
atividade dos macrófagos e aumenta a adesão dos
leucócitos nas células endoteliais danificadas.
• Quando o ultra-som é aplicado na fase de
proliferação, ele estimula a divisão celular.
• O ultra-som contínuo de baixa frequência (0,75-
1MHz) intensifica a liberação dos fibroblastos pré-
formados, enquanto que o ultra-som de alta
frequência (3MHz) aumenta a capacidade da célula
sintetizar e secretar partes componentes dos
fibroblastos.
Cap 6: Ultra-som
31. Termoterapia
• Estiramento do tecido.
• O efeito térmico de aumento da extensibilidade dos
tecidos ricos em colágeno pode ser empregado de
forma vantajosa incorporando exercícios de amplitude
de movimento depois da aplicação de ultra-som
contínuo.
• É necessário um alongamento suave, ativo ou passivo.
• Para promover o alongamento a temperatura dos
tecidos a serem tratados deve subir 5ºC.
• Depois da aplicação do ultra-som, a oportunidade da
“janela de alongamento” de Draper dura pouco.
• Qualquer alongamento subsequente deve ser realizado
imediatamente após o término do TTO.
Cap 6: Ultra-som
32. Termoterapia
• Controle da dor.
• O ultra-som pode controlar a dor pelo efeito direto que a
energia exerce sobre o S.N.P.
• A permeabilidade da membrana celular aos íons de sódio
é modificada, alterando a atividade elétrica da fibra
nervosa e elevando o limiar de dor.
• A velocidade da condução nervosa aumenta devido aos
efeitos térmicos da aplicação do ultra-som e também
pode produzir efeito contra-irritante.
• A redução indireta da dor é decorrente de outros efeitos
da aplicação do ultra-som.
• O ↑ do fluxo sanguíneo e da permeabilidade capilar eleva
a liberação de O² na área hipóxica, reduzindo a atividade
dos quimioceptores de dor.
• A estimulação dos receptores mecânicos de dor ↓ por
causa do espasmo muscular e do ↑ do relaxamento
muscular.
Cap 6: Ultra-som
33. Termoterapia
• Fonoforese.
• A energia ultrasônica pode ser
utilizada para liberar medicamentos
nos tecidos pelo processo de
fonoforese.
• O processo é semelhante ao da
iontoforese ,mas não necessita que a
medicação seja eletricamente
carregada.
• Os efeitos da energia ultra-sônica
abrem caminhos que permitem que a
medicação se difunda através da pele
e penetre mais profundamente nos
tecidos.
• A vantagem é que a droga é
espalhada sobre uma área maior e
essa técnica não é invasiva.
Cap 6: Ultra-som
Fatores da pele que determinam a taxa de difusão do medicamento
durante a aplicação transdérmica
Fator Efeito
Hidratação Quanto maior o conteúdo de água, mais permeável é a pele à
passagem de medicamentos.
Idade A desidratação ocorre como o envelhecimento da pele; também
diminuem o contéude de lipídeos e a circulação.
Composição A passagem mais fácil de medicação através da pele ocorre perto de
folículos pilosos, glândulas sebáceas e ductos sudoríparos.
Embora os folículos pilosos estimulem a passagem de medicamento
através da pele, o excesso de pelos deve ser retirado da área a ser
tratada.
Vascularização Áreas altamente vascularizadas são mais aptas a permitir a
transferência de medicamentos para tecidos profundos. Os vasos
contraídos localizam os efeitos, ao passo que vasos dilatados
aumentam a liberação sistêmica da medicação.
Espessura A pele espessa oferece uma barreira mais incômoda à medicação do
que a pele fina. Quando aplicar fonoforese em uma área espessa,
tente aplica-la sobre áreas de baixa densidade de pele (fasciite
plantar-> aspecto médio do calcâneo).
34. Termoterapia
• Na aplicação da fonoforese, o
substituto do gel acoplador
padrão é um gel ou creme
contendo a medicação, que é
bastante variada e pode exigir
prescrição médica.
• As técnicas permitem a introdução
nos tecidos apenas de moléculas
de tamanho relativamente
pequeno e de baixo peso
molecular.
• Uma ampla variedade de
substâncias é empregada e a mais
comum é a hidrocortisona.
Cap 6: Ultra-som
Substâncias comumente administradas por fonoforese
Classificação Indicação Tecidos-alvo Exemplos
Corticoesteróides Quadros inflamatórios Tecidos
subcutâneos
Nervos
Músculo
Hidrocortison
a
Dexametason
a
Salicilatos Quadros inflamatórios
Dor
Tecidos
subcutâneos
Myoflex
Anestésicos Dor
Pontos-gatilho
Nervos
Sistema circulatório
Lidocaína
As seguintes recomendações foram estabelecidas, a fim de fornecer a melhor aplicação de fonoforese:
- Utilizar apenas meios aprovados de transmissão de ultra-som.
- Assegurar-se de que a pele esteja bem úmida; áreas de pele seca devem ser evitadas.
- Antes do TTO, tricotomizar a área para melhorar a capacidade de difusão do medicamento.
- Posicionar a extremidade de forma a estimular a medicação
- Utilizar o método contínuo para maximizar o efeito da fonoforese (a menos que sejam contra-indicados).
35. Termoterapia
• Cicatrização de fraturas.
• Uma saída de 1,5Mhz em pulso de baixa intensidade
(30mW/cm²), aplicado durante 20 min. por dia, é
promissora para acelerar a cicatrização de fraturas
agudas (Esses parâmetros de saída não são
encontrados em ultra-sons comerciais).
• Utra-som e estimulação elétrica.
• Ultra-som e estimulação elétrica vem sendo
aplicados em conjunto há bastante tempo para TTO
de pontos-gatilho e outras síndromes miofasciais.
• A fonte ultrasônica fornece tanto a corrente elétrica
como o feixe sonoro.
• Em teoria forneceria os mesmos benefícios do ultra-
som (térmico e mecânico) e da estimulação elétrica
(circulação, redução do espasmo, diminuição da
aderência do tecido cicatricial.
Cap 6: Ultra-som
36. Termoterapia
• Duração e frequência do TTO.
• Varia de 3 a 12 min. Dependendo do tamanho da área tratada,
da intensidade do TTO.
• Em geral uma vez por dia, durante 10 a 14 dias.
• Nesse período a eficácia do TTO deve ser avaliada.
• Precauções.
• Os sintomas podem piorar depois dos primeiros 2 TTOs em
razão do aumento da inflamação na área, se a piora persistir
depois do 3º ou 4º TTOs, o uso dessa modalidade deve ser
interrompido.
• Cuidado ao aplicar ultra-som ao redor da medula espinhal
(vários fabricantes contra-indicam).
• O uso sobre implantes metálicos não é contra-indicado,
contando que a fonte seja mantida em movimento e que a
área tratada esteja com as funções sensoriais normais.
• O uso sobre placas epifisiárias de ossos em crescimento deve
ser feito com cuidado. Muitos autores contra-indicam essa
modalidade.
Cap 6: Ultra-som
38. Termoterapia
• Contra-indicações:
• - Patologias agudas (saída contínua);
• - Áreas isquêmicas;
• - Tendência a hemorragia;
• - áreas ao redor dos olhos, crânio ou genitália;
• - Gravidez, quando a aplicação for em áreas pélvicas ou
lombares;
• - Sobre timores cancerígenos;
• - Medula espinhal;
• - Áreas anestesiadas;
• - Sobre locais de fratura, antes de sua consolidação;
• - Locais de fraturas por tensão;
• - Sobre locais de infecção ativa;
• - Sobre área pélvica ou lombar de pacientes menstruadas;
• - áreas cuja circulação está prejudicada.
Cap 6: Ultra-som
39. Referências bibliográficas
• MARCUCCI, Fernando C. I. Histórico da Eletroterapia e
Eletroacupuntura. O Fisioterapeuta [site]. Disponível em:
http://ofisioterapeuta.blogspot.com/
• Starkey C. Agentes elétricos. In: Starkey C. Recursos terapêuticos em
fisioterapia. 2ª ed. São Paulo: Manole; 2001.
• Low J, Reed A. Electrical stimulation of nerve and muscle. In:
Electrotherapy explained: principles and practice. 3ª ed. Oxford:
Butterworth-Heinemann; 2000.
Prof: Cleanto Santos Vieira – contato – cleantosantos@Hotmail.com