1. Moderna plus história alexandre alves
letícia fagundes de oliveira
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Parte II
Unidade E
SUgEStõES dE atIvIdadES
unidade e - a construção do
mundo moderno
capítulo 13 o império colonial
português
Ler textos e imagens
1 Observe nesta carta, escrita pelo padre Manoel
da Nóbrega ao seu mestre em Coimbra, alguns
costumes indígenas e os interesses dos jesuítas na
conversão dos nativos.
“Fazem guerra, uma tribu a outra, a 10, 15 e 20
leguas, de modo que estão todos entre si divididos.
Si acontece aprisionarem um contrario na guerra,
conservam-o por algum tempo, dão-lhe por mulheres
suas filhas, para que o sirvam e guardem, depois do
que o matam com grande festa e ajuntamento dos ami-
gos e dos que moram por alli perto, e si delles ficam
filhos, os comem, ainda que sejam seus sobrinhos e
irmãos [...]. Não se guerreiam por avareza, porque
não possuem de seu mais do que lhes dão a pesca, a
caça e o fructo que a terra dá a todos, mas sómente
por odio e vingança [...].
Onde quer que vamos somos recebidos com grande
boa vontade, principalmente pelos meninos, aos quase
ensinamos. Muitos já fazem as orações e as ensinam aos
outros. Dos que vemos estarem mais seguros, temos
baptisado umas cem pessoas pouco mais ou menos [...].
E alguns vêm pelos caminhos a nosso encontro,
perguntando-nos quando os havemos de baptisar, mos-
trando grande desejo e promettendo viver conforme o
que lhes aconselhamos [...].
De muitas partes somos chamados, para irmos en-
sinar as cousas de Deus e não podemos chegar, porque
somos poucos; e certo, creio que em todo o mundo não
se nos depara terra tão disposta para produzir o fructo
como esta, onde vemos almas perecerem, por se não
poder remedia-las [...].
Quando viajamos nós outros da Companhia, nunca
nos abandonam, e antes nos acompanham para onde se
queira, maravilhados com o que pregamos e escutando
com grande silencio.”
Carta de Manoel da Nóbrega ao Dr. Navarro, seu mestre em Coimbra
[1549]. NÓBREGA, Manoel. Cartas do Brasil: 1549-1560. Belo Horizonte:
Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988. p. 90-94. (grafia original)
a) Quais costumes indígenas foram relatados na
carta?
b) Qual seria, segundo Nóbrega, a razão das guerras
entre as tribos indígenas? Qual argumento ele
apresenta para sustentar sua hipótese a respeito
dessas guerras?
Detalhe de um biombo japonês representando corrida de
cavalos, século XVIII.
c) É possível perceber no texto a visão do jesuíta
sobre a tarefa de conversão dos indígenas? Qual
seria ela?
2 Não foram apenas os portugueses que se
surpreenderam com os habitantes da Ásia,
da África e da América e representaram seu
estranhamento em imagens. A chegada dos
portugueses também causou muito espanto entre
esses povos. Veja na imagem como os japoneses
representaram os portugueses.
a) Observe as feições e as vestimentas portuguesas.
Que aspectos foram acentuados pelo artista
japonês?
b) Por meio da imagem, é possível inferir se os
japoneses tinham uma imagem positiva ou
negativa dos portugueses? Justifique.
c) A agilidade e a robustez dos cavalos chamaram
a atenção dos japoneses. Os animais foram
representados com riqueza de detalhes: veja sua
musculatura, a sela, a rédea, as ferraduras. Que
outro povo, ao entrar em contato com os europeus,
também se impressionou com os cavalos?
Problematizar o sentido, ou sentidos, da colonização
3 A produção de pesquisas sobre o período colonial
brasileiro tem possibilitado novas interpretações
sobre o processo de colonização. Às visões da
historiografia clássica, que propunha um sentido
único e plenamente realizado pela metrópole
portuguesa, opõem-se, hoje, interpretações que
analisam a realidade colonial como muito mais
diversa e complexa do que os estudos anteriores
haviam mostrado.
Para aprofundar essa questão e trabalhar com
os alunos a existência de diversas explicações
para um mesmo período histórico, propomos
que o professor debata com sua turma o sentido
da colonização portuguesa no Brasil. A seguir,
apresentamos dois excertos dos trabalhos de Caio
Prado Jr. e da historiadora Sheila de Castro Faria
que podem ser utilizados no debate.
RepRodução-galeRiasuntoRo,japão
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texto 1
“No seu conjunto a colonização dos trópicos toma o aspecto de uma vasta
empresa comercial, destinada a explorar os recursos naturais de um territó-
rio virgem em proveito do comércio europeu. É este o verdadeiro sentido da
colonização tropical, de que o Brasil é uma das resultantes; e ele explicará
os elementos fundamentais, tanto no plano econômico como no social, da
formação e evolução históricas dos trópicos americanos. Se vamos à essência
da nossa formação, veremos que na verdade nos constituímos para fornecer
açúcar, tabaco, alguns outros gêneros, mais tarde ouro e diamantes, depois
algodão e, em seguida, café, para o comércio europeu. Nada mais que isto.
É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção e
considerações que não fossem o interesse daquele comércio, que se organizarão
a sociedade e a economia brasileiras.”
PRADO JR., Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1970. p. 32.
texto 2
“[...] No lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à
tona um grande dinamismo nas relações comerciais dos principais portos
do Brasil com o Rio da Prata no sul da América, com Angola, Costa da Mina
e Moçambique na África e Índia, e com Goa e Macau na Ásia. O que salta à
vista é que muitas dessas áreas não eram de domínio português. Colonos do
Brasil, portanto, comercializavam diretamente com outras regiões, furando
a ideia de ‘pacto colonial’.
Por outro lado, os comerciantes que forneciam escravos para o Brasil
no século XVIII negociavam diretamente com traficantes e chefes locais
da África. [...] As negociações ocorriam mesmo em portos dominados por
outros reinos, como era o caso da Costa da Mina. […]
Outro ponto ajuda a ampliar a interpretação sobre a sociedade colonial.
Documentos trouxeram à luz uma vasta camada populacional, situada entre
os grandes senhores e os escravos, que se inseria de forma decisiva na dinâ-
mica do setor exportador. [...] Havia um importante mercado interno que
relacionava os mais diversos setores de produção e de serviços aos negocian-
tes que faziam a vez de patrocinadores da empresa colonial agroexportadora.
A esses setores, alia-se o contrabando, feito sob as vistas benevolentes
dos agentes da metrópole, numa política permissiva e corrupta. Por outro
lado, mesmo que diversas leis ou alvarás tenham sido criados de modo a
preservar o comércio aos próprios portugueses, necessidades políticas da
Coroa — como a aliança com a Inglaterra desde o século XVII — fizeram
com que se permitissem concessões a alguns estrangeiros.”
FARIA, Sheila de Castro. Colônia sem pacto. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, jul. 2008.
Disponível em www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 14 mar. 2010.
a) Após a leitura dos trechos, o professor deverá promover um debate
entre os alunos sobre os significados da relação colônia-metrópole
para os autores:
● O sentido da colonização na visão de Caio Prado Jr.
● A visão das pesquisas recentes sobre a relação colônia-metrópole.
● Como cada interpretação vê as consequências da colonização para a
história da sociedade brasileira.
b) Solicitar que os alunos justifiquem a existência de interpretações
diferentes para a mesma realidade histórica.
c) A avaliação deverá pautar-se na observação e no registro das
hipóteses, ideias e argumentos dos estudantes durante os debates.
É importante verificar como confrontam as interpretações
historiográficas, seus questionamentos, críticas, e se avançaram na
compreensão da natureza da interpretação histórica.
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Sugestões de atividades
capítulo 14 a colonização da américa espanhola
Ler textos e imagens
1 A Igreja e Convento de Santo Domingo em Cuzco, no Peru, foi
erguida sobre as ruínas de um templo inca dedicado ao Sol, chamado
Caracancha. Em 1650, apenas 17 anos após ter sido construída, um
terremoto destruiu a igreja, restando apenas os muros de pedra do
período incaico. O que vemos na foto a seguir é o resultado do trabalho
de reconstrução da igreja.
Exterior da Igreja e Convento de Santo Domingo, em Cuzco, no Peru, em foto
de 2005. Observe, à frente da igreja, a muralha que fazia parte do templo inca
Caracancha.
a) Que aspectos simbólicos envolvem a construção da Igreja e Convento
de Santo Domingo sobre as ruínas de Caracancha?
b) Na sua opinião, a Igreja e Convento de Santo Domingo é um símbolo
de dominação europeia, do resultado de uma fusão de culturas ou da
resistência dos costumes indígenas? Justifique.
2 Leia os textos a seguir.
texto 1
“Eu, Dom Luys de Velasco, em nome de Sua Majestade, faço-vos dom, a
vós Juan de Yvarreta, habitante da cidade do México, de uma propriedade para
gado miúdo nos confins da aldeia de Chocomán [...] que está livre de qualquer
direitoeosíndiosestãoconsentidores.Eestedom[...]faço-vo-locomacondição
de que ele não implique prejuízo para Sua Majestade nem para terceiros. [...]”
Dom Luys de Velasco, vice-rei da Nova Espanha [1550-1564]. In: ROMANO, Ruggiero.
Os conquistadores da América. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1972. p. 75.
texto 2
“Em todo o Peru houve e ainda há o costume de trazer essa coca na boca,
desde manhã até a hora em que se deitam, conservam-na sem nunca a cuspirem.
Tendo perguntado a alguns índios por que é que eles têm sempre a boca cheia
dessa erva (que não comem e se limitam a conservar entre os dentes) eles res-
pondem que assim sentem menos fome e se acham com mais força e vigor. Creio
quealgumacoisalhedevemencontrar,aindaquemepareçamuitosimplesmente
um costume vicioso e digno apenas de pessoas como o são esses índios. [...]
E aquele a quem se atribuía uma encomienda de índios imediatamente fazia
o seu principal negócio da coca que recolhia. [...] Há alguns na Espanha que
enriqueceram com o valor dessa coca, depois de a haverem açambarcado nos
mercados dos índios e de a haverem tornado a vender.”
LEON, P. Cieza de. La cronica del Peru [1553]. In: ROMANO, Ruggiero. Os conquistadores da América.
Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1972. p. 84.
RichaRdmaschmeyeR/RobeRthaRdingpictuRelibRaRyltd/
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Sugestões de atividades
a) A quais produtos ou atividades econômicas referem-se os textos 1 e 2?
b) Qual instituição criada pelos espanhóis na América é tratada nos dois
textos?
c) Que informações o texto 1 fornece sobre o funcionamento dessa
instituição?
Analisar um texto
3 Como atividade de fechamento do capítulo, o professor poderá ler com os
alunos o texto a seguir, do filósofo do iluminismo francês Charles-Louis
de Secondat, ou barão de Montesquieu (1689-1755), que apresenta uma
interpretação sobre a finalidade das colônias. A partir da leitura, o
professor poderá propor algumas questões para analisar oralmente o texto.
“O objetivo destas colônias é o de praticar o comércio em melhores condi-
ções do que aquelas em que é praticado com os povos vizinhos, com os quais
as vantagens são recíprocas. Estabeleceu-se que somente a metrópole poderia
comerciar com a colônia; e isto com grande razão, porque o objetivo do esta-
belecimento havia sido a constituição do comércio e não a fundação de uma
cidade ou de um novo império... A desvantagem das colônias, que perdem a
liberdade de comércio, é compensada pela proteção da metrópole, que a defende
com suas armas.”
Charles-Louis de Secondat (barão de Montesquieu). Do espírito das leis. In: MARQUES, Martins
Adhemar; BERUTTI, Flávio Costa; FARIA, Ricardo de Moura (Orgs.). História Moderna através de
textos. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 83. (Coleção Texto e documentos)
a) Segundo Montesquieu, que aqui representa o pensamento europeu,
proponha as seguintes perguntas:
● Qual era o objetivo de possuir colônias?
● Quais desvantagens e quais vantagens tinham as colônias?
● Como o pensamento de Montesquieu está inserido na sua época
histórica?
b) Montesquieu, já no século XVIII, procurava mostrar a finalidade das
colônias, apontando as “vantagens” delas para compensar a sua falta
de liberdade e autonomia. O objetivo dessa última questão é evitar
juízos de valor. É importante que os alunos compreendam que, para
o contexto da época, era natural esse tipo de ideia eurocêntrica. Na
atualidade, porém, devemos ampliar o conhecimento da história
considerando outros aspectos da relação colônia/metrópole, para
evitar que apenas uma visão conduza as nossas opiniões sobre a
formação das sociedades latino-americanas.
capítulo 15 o atlântico negro: o tráfico de
escravos e as relações comerciais com
a África
Analisar um documento histórico – As formas de pensar de um mundo
escravista
1 Nas sociedades que praticaram, lucraram e sofreram com a escravidão
realizada pelos europeus na África e nas Américas a partir do século XV,
é inegável que essa forma de trabalho marcou profundamente todos
os aspectos da vida social. Pinturas da época registram o comércio
humano de africanos ligando o Brasil e a África; textos descritivos
dessas regiões sempre mencionam a presença de escravos ou de gente
envolvida na sua exploração; relatórios governamentais falam do perigo
de estourarem rebeliões escravas; enquanto sermões de padres católicos
buscam justificar a prática da escravidão. Enfim, nos artefatos culturais
produzidos por essas sociedades, a escravidão está em toda parte.
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Levante de escravos num navio negreiro, pintura de 1756.
Ex-voto do capitão de navio negreiro Francisco de Sousa
Pereira, que agradece à Nossa Senhora do Rosário do
Castelo o milagre realizado.
Placas de agradecimento (ex-votos) na Igreja
de Nossa Senhora Desatadora de Nós. Município
de Armação dos Búzios, estado do Rio de Janeiro,
em 2009. Os ex-votos foram confeccionados em
agradecimento por diversas graças supostamente
alcançadas.
Coroação de um rei no Festejo de Reis, aquarela colorida de
Carlos Julião, 1776.
Para compreender o documento
Ex-voto suscepto significa, em latim, o voto realizado.
Éumamanifestaçãoartístico-religiosadefortebasepopular,
presente em todas as épocas e culturas.
1. O ex-voto é colocado em uma igreja ou capela,
geralmente em forma de quadro, pintura, placa
ou escultura.
2. Ele é oferecido a um santo ou divindade como
pagamento por uma graça supostamente
alcançada.
3. Está associado à graça que o devoto teria
conseguido do santo ou divindade.
4. É comum uma pessoa que teve, por exemplo,
uma doença na mão oferecer como ex-voto um
molde em gesso de sua mão.
5. Uma pessoa que teve um parente curado de
doença grave costuma oferecer uma foto dessa
pessoa.
a) Descreva cada uma das imagens.
b) O que teria acontecido para que cada um desses
objetos tenha sido oferecido como um ex-voto?
Por quais supostos milagres as pessoas estavam
agradecendo?
c) Considerando que um ex-voto foi feito no século
XXI e outro no século XVIII, seria possível, hoje
em dia, alguém fazer um ex-voto como aquele da
imagem 1? Por quê?
Ler textos e imagens
2 Leia o texto e observe a imagem.
“Negar-lhes totalmente os seus folguedos [dos escra-
vos], que são o único alívio do seu cativeiro, é querê-los
desconsolados e melancólicos, de pouca vida e saúde.
Portanto, não lhes estranhem os senhores o criarem seus
reis, cantar e bailar por algumas horas honestamente em
alguns dias do ano, e o alegrarem-se inocentemente à
tarde, depois de terem feito pela manhã suas festas de
Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e do orago
da capela do engenho [...].”
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas terras e
minas [1711]. São Paulo: Edusp, 2007. p. 103.
renatamello/pulsarimagens
reprodução-museudeetnologiadoporto,porto
a) Segundo Antonil, por que os senhores deveriam
permitir a dança, a cantoria e o culto de santos e
reis por parte dos escravos?
b) Qual era, contudo, o significado das festas e das
brincadeiras para os escravos?
c) Como o texto se relaciona com a imagem?
3 A obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis, foi publicada em 1881. A história
é narrada pelo defunto Brás Cubas, um abastado
habitante do Rio de Janeiro no século XIX. No
trecho a seguir, Brás encontra Prudêncio, um ex-
-escravo que ele costumava maltratar durante a
infância.
“Era um preto que vergalhava outro na praça.
O outro não se atrevia a fugir; gemia somente estas
reprodução-fundaçãobibliotecanacional/drd/
divisãodeiconografia,riodejaneiro
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únicas palavras: ‘— Não, perdão, meu senhor; meu
senhor, perdão!’. Mas o primeiro não fazia caso, e, a
cada súplica, respondia com uma vergalhada nova. [...]
Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do
vergalho?NadamenosqueomeumolequePrudêncio—
o que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me;
ele deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe
se aquele preto era escravo dele.
— É, sim, Nhonhô.
— Fez-te alguma coisa?
— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda
hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo
na cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.
— Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
— Pois não, Nhonhô manda, não pede. Entra pra
casa, bêbado!
[...] Era um modo que o Prudêncio tinha de se des-
fazer das pancadas recebidas, transmitindo-as a outro.
Eu, em criança, montava-o, punha-lhe um freio na
boca, e desancava-o sem compaixão; ele gemia e sofria.
Agora, porém, que era livre, [...] comprou um escravo,
e ia-lhe pagando, com alto juro, as quantias que de mim
recebera.”
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas [1881].
São Paulo: Globo, 2008. p. 158-159.
a) Qual a relação entre Brás Cubas e Prudêncio
quando eram crianças? Como Brás o tratava?
b) Qual a condição social de Prudêncio no momento
em que ele e Brás Cubas se reencontram?
c) Como Prudêncio reproduz a violência sofrida
quando era escravo?
d) Que características da sociedade escravista do
Brasil estão presentes no trecho?
Produzir um artigo de opinião
4 Organize uma atividade conjunta com o professor
de Língua Portuguesa, propondo aos alunos a
produção de um artigo de opinião que discuta o
tema heranças da escravidão para a sociedade
brasileira.
O artigo de opinião é um texto em que são expostos
comentários, avaliações e expectativas sobre um
determinado tema. Exemplos dessa categoria
textual são os editoriais, artigos de análise,
comentários de resultados de pesquisas, colunas
assinadas. São textos com estruturas diversas,
porém, no geral, seguem uma linha argumentativa
que:
• Tem início com a identificação do tema/
problema.
• Breve histórico de seus antecedentes.
• Tomada de posição do autor e formulação de
uma tese.
• Apresentação de diferentes argumentos para
justificar essa tese.
• Encerra-se com uma reafirmação da tomada de
posição anunciada no início do texto.
É importante abordar os recursos linguísticos e
estratégias discursivas utilizadas pelos autores
de artigos de opinião, pois estes visam expor
determinado posicionamento a respeito de algum
tema.
Também se deve levar em consideração que para
compreender e interpretar esse tipo de texto, é
preciso identificar os interesses do autor, conhecer
as circunstâncias da produção do texto etc.
a) Selecione artigos de opinião publicados em
jornais, revistas e na internet sobre temas
como racismo e preconceito no Brasil, as cotas
para negros e indígenas nas universidades e a
valorização da cultura afro-brasileira.
b) Analise com os alunos como cada artigo trata
o período escravista e suas heranças para a
sociedade brasileira.
c) Após a leitura e a discussão, solicite que eles
escrevam a primeira versão de seus artigos,
incorporando aspectos levantados nos textos
lidos e na discussão realizada.
d) O professor poderá avaliar esse trabalho
produzindo registros sobre a participação
dos alunos nas discussões, analisando a
construção do primeiro texto em sua estrutura
geral e em aspectos específicos, como a
escolha da abordagem, presença de conteúdos
históricos, fundamentação dos argumentos.
Na segunda produção, observar se houve
mudança na estrutura textual, na mensagem
principal defendida, nos argumentos, e como
as informações históricas são utilizadas para
fundamentar os pontos de vista dos alunos.
capítulo 16 a mineração na américa
Portuguesa
Criar um portfólio das cidades históricas
1 Propõe-se a produção de um portfólio de cidades
históricas mineiras pelos alunos. Um portfólio
é uma seleção de itens que formam um acervo
de documentos sobre determinado assunto,
habilidade, atividade profissional ou processo de
pesquisa.
No caso do projeto proposto, a ideia é que os alunos
reúnam um conjunto de dados, como documentos
escritos, imagens diversas, depoimentos, textos
literários, dados estatísticos sobre as cidades
históricas na atualidade, e os organizem
tematicamente numa pasta-álbum. A construção
do portfólio inicia-se com a identificação: capa,
título e uma breve apresentação que oriente o
leitor sobre o que ele encontrará, bem como uma
exposição do processo de montagem do mesmo.
O conteúdo constitui-se de textos curtos, de
autoria dos alunos, que tragam uma reflexão sobre
o problema pesquisado, articulados a imagens e
outras linguagens que auxiliem na compreensão da
temática retratada no portfólio. No final, constam
as fontes de informação utilizadas e a bibliografia.
As linguagens e os materiais utilizados no portfólio
são livres, desde que relacionados ao seu conteúdo,
7. Moderna plus história alexandre alves
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Unidade E
Sugestões de atividades
assim como podem ser variados os meios e
suportes de sua apresentação: em pastas variadas,
livros encadernados, CD-ROM, vídeo, em forma de
revistas, jornais, sites ou blogs.
A realização desse projeto tem por objetivo
ampliar o conhecimento dos alunos sobre a
formação, preservação e desenvolvimento das
cidades históricas, em especial em Minas Gerais.
O projeto poderá envolver os professores de
História, Artes, Geografia, Sociologia e Literatura.
Para desenvolver a atividade, a turma deverá
organizar uma pesquisa sobre aspectos sociais,
culturais e econômicos das cidades históricas:
os processos de preservação e tombamento, as
consequências destes para a vida dos moradores,
para a economia e desenvolvimento locais, os
usos sociais do patrimônio pela comunidade
local, pelas políticas culturais e pelas atividades
turísticas. Divididos em grupos por cidades e/ou
temas – arquitetura, cultura, festas, religiosidade,
economia, história local etc. – os alunos poderão
coletar informações em livros, folder turístico,
internet, estudos de campo, entrevistas com quem
vive ou conhece uma dessas cidades para produzir
um portfólio sobre uma ou algumas cidades
históricas mineiras.
A avaliação do projeto pode ser realizada com
a discussão em aula das informações parciais
trazidas pelos alunos, pelo registro de suas dúvidas,
pela qualidade da participação no projeto e pelo
produto final apresentado por cada grupo.
capítulo 17 as treze colônias e a
formação dos
estados unidos
Ler textos e imagens
1 No Monte Rushmore, em Dakota do Sul, Estados
Unidos, existe uma famosa escultura na qual
aparecem, da esquerda para a direita, os rostos dos
presidentes George Washington, Thomas Jefferson,
Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.
a) Os presidentes que aparecem na escultura estão
relacionados a momentos-chave da história dos
Estados Unidos. Que momentos foram esses?
b) A escultura foi encomendada para atrair turistas a
Dakota do Sul. Mais do que um atrativo turístico,
porém, ela tem outros significados. Sobre a obra,
Gutzon Borglum afirmou: “O objetivo do memorial
é transmitir a descoberta, expansão, preservação
e unificação dos Estados Unidos com estátuas
colossais de Washington, Jefferson, Lincoln e
Theodore Roosevelt”. Pensando nisso, quais são
os aspectos simbólicos dessa obra?
c) Os norte-americanos não foram os primeiros a
esculpir esculturas gigantescas em pedra. Que
outras civilizações também utilizaram essa
técnica?
Sintetizar conteúdos
2 A unidade apresenta capítulos relacionados
ao período colonial das Américas e às relações
socioeconômicas desenvolvidas com o continente
africano. Como uma atividade de síntese, o
professor poderá trabalhar com os alunos os
conceitos e as expressões a seguir, obedecendo as
propostas listadas abaixo:
Monte Rushmore, em Dakota do Sul, Estados Unidos, em 2009.
As obras de construção do memorial começaram em 1927 e
terminaram em 1941, meses após a morte de seu criador, Gutzon
Borglum.
meRvynRees/alamy/otheRimages
Escravidão – colonização – comércio triangular
– mineração – povos indígenas – liberdade –
predestinação – mercantilismo
a) Listar os conceitos e as expressões na lousa
(quadro de giz). Se algum outro termo tiver se
destacado ao longo do trabalho com a unidade, o
professor poderá acrescentá-lo à lista.
b) Solicitar aos alunos que levantem as informações
que estão na unidade sobre as expressões listadas.
c) Após essa etapa, os alunos devem formar grupos
e elaborar um esquema que interligue cada um
dos conceitos e expressões, de acordo com os
vínculos que cada um tem em relação ao outro
dentro da história do período colonial americano.
As expressões podem estar em pequenos
quadros, compostos com o texto resultante da
pesquisa, e cada quadro pode ser ligado ao outro
com flechas que indiquem os vínculos entre eles.
d) O esquema final pode ser realizado em diversos
formatos: cartazes, painéis etc. Incentivar a
criatividade dos alunos para que cada grupo
se preocupe tanto com o conteúdo do trabalho
quanto com a sua apresentação final.
e) O trabalho pode ser apresentado para a classe.
Outra possibilidade é que se faça uma produção
conjunta de toda a classe. Um grupo inicia com
uma expressão, seguido por outro que deve
estabelecer a conexão com a anterior dentro
do sentido histórico do conteúdo, e assim
sucessivamente. Os grupos podem, inicialmente,
escrever no quadro de giz, como se fosse um
rascunho, e depois montar o trabalho final em
um painel de papel pardo.
f) A avaliação pode ser realizada pela consistência
do levantamento das informações, pela
participação e comprometimento nas diferentes
etapas do trabalho, e pela produção do resultado
final da atividade.