O documento discute conceitos-chave do desenvolvimento humano, incluindo: 1) o desenvolvimento ocorre ao longo da vida de forma contínua e influenciado por fatores biológicos, físicos, sociais e culturais; 2) a psicologia estuda o desenvolvimento em todas as suas fases; 3) existem diversas teorias sobre o desenvolvimento que observam o crescimento em diferentes idades e culturas.
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Desenvolvimento humano
1. Desenvolvimento Humano Profa. Mª Eliza P. Finazzi, Ph.D. Faculdade de Filosofia São Bento Curso de Filosofia Disciplina Psicologia da Educação 2ª série - 3º sem. matutino Agosto - 2010
2. Desenvolvimento Humano Considerações sobre desenvolvimento humano Desenvolvimento durante toda a vida; É um processo contínuo e ininterrupto; No qual os aspectos biológicos, físicos, sociais e culturais se interconectam, se influenciam reciprocamente; E resulta em indivíduos com um modo de pensar, sentir e estar no mundo absolutamente singulares e únicos.
3. Desenvolvimento Humano Área da Psicologia que estuda o desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos: físico-motor, afetivo-emocional e social; Desde o nascimento até a idade adulta: idade em que todos estes aspectos atingem o o seu completo grau de maturidade e estabilidade; Fenômeno do prolongamento da vida - inclui tb a idade pós-adulta. (Bock et al., 2009)
4. Desenvolvimento Humano Na Psicologia são várias as teorias do desenvolvimento; Elaboradas a partir de observações , pesquisas com grupos de pessoas de diferentes faixas etárias e culturas, estudos de casos clínicos, acomapanhamento de indivíduos desde o nascimento até a idade adulta.
5. Desenvolvimento Humano Organização estrutural: a ocorrência ou não de um acontecimento influencia e modifica todos os outros aspectos do desenvolvimento; Momentos privilegiados para que certas coisas aconteçam de forma mais satisfatória; Se a oportunidade ou o complemento ambiental ocorrer fora destes momentos, o desenvolvimento não ocorrerá da melhor forma, como ocorreria se fosse na hora certa (ex: alfabetização); Necessidade de integraçãodo aspecto em desenvolvimento com os outros aspectos da vida do indivíduo; Sem a integração: risco de prejuízo do que foi conquistado. (Gorayeb, 1985):.
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8. Crianças recebiam cuidados apenas até os 3 – 4 anos, sendo então tratadas como “mini-adultos” e participando de todas as atividades dos adultos, presenciando seus atos (íntimos e sociais);
9. Igreja (sec. XVII) afasta a criança do assunto sobre sexo, enfocando como inadequadas estas vivências para a formação do caráter, atribuindo as questões sexuais somente aos adultos;
10. Passam a ensinar religião e moral, além de leitura escrita aritmética etc…;
11. Crianças passam a ter um local específico para receber educação e cultura formais, mas também castigos severos: a escola;
15. Teorias analíticas de personalidade, como a embasada na análise de adultos (Freud) e, posteriormente, a análise de crianças (M.Klein – “A compreensão da personalidade é o fundamento para compreender a vida social”)
17. Teorias de aprendizagem social (Vygotsky; Bandura)(Rappaport et al.; 1981; Bock et al.; 2009)
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19. Tendência atual: desenvolvimento emocional se prolonga muito além da adolescência (marcado por crises); a pessoa nunca cessa de crescer e sempre há possibilidade de reestruturações, modificações e reintegrações da personalidade (Caplan, Erikson);
20. Objetivo: descrição e explicação dos processos internos de desenvolvimento da personalidade e da cognição;
21. Método: pesquisas para obtenção de dados em situações naturais e de laboratório.(Rappaport et al.; 1981)
23. Desenvolvimento A criança não é um ser humano em miniatura; Apresenta características próprias da sua idade; Existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo , próprias de cada faixa etária; Existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, que implica uma acomodaçãodas estruturas mentais a um novo dado do mundo exterior. (Bock et al.; 2009)
24. Desenvolvimento Período sensível Momento ideal para o desenvolvimento de uma aptidão/ capacidade, para o aprendizado e a incorporação harmônica de uma nova capacidade: assimilação (Piaget); Período sensível próprio para cada capacidade. Antecipação ou atraso Fora do momento adequado: não existência ou perda do potencial para se desenvolver. (Gorayeb; 1986)
25. Desenvolvimento Período Crítico Momento após o qual o potencial se esgota, caso a capacidade não teve condições de se desenvolver. Nem sempre há tempo para recuperar o desenvolvimento. (Gorayeb; 1986)
26. Desenvolvimento O não aparecimento ou evoluçãode determinados atributos na estrutura mental: Interfere no resto da organização mental, que não se estabelece igual à de outro indivíduo que contou com este atributo em sua estruturação. No atraso: Pode ocorrer a impossibilidade de introduzir em uma organização em funcionamento, o elemento que deveria ser inserido numa etapa anterior (ex: limitações do programa de alfabetização de adultos). (Gorayeb; 1986)
27. Desenvolvimento Reabilitaçãode aspectos do desenvolvimento: Alguns são irrecuperáveis(ex: psicoses instaladas precocemente, comprometem a linguagem, mas também os outros aspectos do desenvolvimento) = Prejuízo
28. Prejuízo e Déficit Prejuízo É o que interfere no desenvolvimento, em uma ou mais áreas: rendimento escolar; comportamento na escola; relacionamento interpessoais em casa, com pares, na escola e na comunidade; no uso do tempo livre, e no desenvolvimento do senso de self e de identidade (Kaplan e Sadok, 1999).
29. Prejuízo e Déficit Déficit Também interfere em uma ou mais áreas do desenvolvimento; Em grau de intensidade menor, com possibilidade de reversibilidade parcial ou total.
30. Psicopatologia da Infância e da Adolescência Definida como um transtorno em uma ou mais das seguintes áreas: comportamento manifesto; estados emocionais; relacionamentos interpessoais; função cognitiva (Kaplan e Sadok, 1999).
31. Psicopatologia da Infância e da Adolescência Áreas consideradas no estudo da psicopatologia da infância e da adolescência: fenomenologia clínica (descrição dos fenômenos clínicos dos transtornos psicopatológicos da criança e do adolescente); fatores psicossociais; fatores demográficos; fatores biológicos; fatores genéticos; fatores familiares; história natural; resposta à intervenção.
32. Psicopatologia da Infância e da Adolescência Operações Mentais envolvidas em um transtorno mental: Funções neuropsicológicas (memória, atenção, funções executivas); Outras atividades psíquicas (raciocínio, julgamento, emoções, consciência, percepções, sentimentos).
33. Psicopatologia da Infância e da Adolescência O diagnóstico é realizado através de: Entrevista diagnóstica com os pais para realização de um questionamento sistemático, detalhado, e flexível; Entrevistas lúdicas com a pessoa para avaliação do estado mental; Relatórios escolares, pediátricos e da comunidade (sobre comportamento e rendimento específico); Construção da história evolutiva; Avaliação da adaptação do paciente; Avaliação geral e o exame físico;
34. Psicopatologia da Infância e da Adolescência Avaliação psicológica, neuropsicológica e de rendimento escolar (avaliação de funções cognitivas considerando: nível de rendimento intelectual, linguagem,percepção, aptidões motoras, funções executivas, atenção, memória, nível de atividade); Aplicação de escalas padronizadas de classificação dos sintomas; Avaliações neurobiológicas (técnicas de imagem cerebral, EEG, avaliações neuroquímicas, neuroendócrilógicas e neurofarmacológicas).
35. Dificuldades no diagnóstico da infância e da adolescência Instabilidade dos sintomas; Baixa concordância na descrição dos sintomas entre o paciente e o seu responsável; A criança informa melhor sobresintomas subjetivos (ex: ansiedade, humor, ideação suicida, prazer nas atividades), enquanto que o adulto responsável maior precisão na descrição dosproblemas comportamentais (ex: dificuldades na atenção e concentração, alterações do sono, irritabilidade);
36. Dificuldades no diagnóstico da infância e da adolescência Influência de possíveis transtornos psiquiátricos e/ou emocionais próprios, no relato dos adultos; Existência de sintomas de significado especial: potenciais indicadores de maus tratos (abuso físico, emocional, sexual, negligência física, negligência educacional), bem como intenções suicidas e atos violentos .
37. Sistemas Diagnósticos Atuais Algumas considerações Dúvidas sobre o melhor modelo a ser aplicado nos sistemas de diagnóstico e de classificação psiquiátrica para transtornos na criança e no adulto: modelo categorial ou dimensional; etiológico ou descritivo; formar um sistema híbrido aplicado para cada transtorno ou um modelo q melhor o descrevesse; modelo mais restritivo (lumping) ou com a ampliação do número de categorias (splitting); se deveria incluir somente casos evidentes ou também casos limítrofes.
38. Sistemas Diagnósticos Atuais Importante: O processo diagnóstico, seus resultados e as taxas de prevalência (morbidade) são influenciados conforme o modelo teórico utilizado; Anos 60 e 70, a psicopatologia da criança e do adolescente contava apenas com avaliações não padronizadas: Insatisfação com os sistemas de diagnóstico e classificação vigentes; Baixa concordância entre os psiquiatras na elaboração de um diagnóstico; Dificuldade no reconhecimento e descrição dos quadros.
39. Sistemas Diagnósticos Atuais Desenvolvimento de critérios operacionais: uniformização dos procedimentos diagnósticos, na confirmação ou não da presença de um transtorno; aumento da confiabilidade entre os avaliadores; os critérios vieram de estudos que estavam sendo realizados com adultos.
40. Sistemas Diagnósticos Atuais Sistemas diagnósticos atuais: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV-TR, 2000) (mais utilizado em pesquisa) Classificação Internacional das Doenças (CID-10) (para avaliação clínica)
41. Sistemas Diagnósticos Atuais Critérios operacionais consideram o conjunto dos sintomas apresentados pelo paciente (critérios descritivos); Não é necessário que todos os sintomas pertencentes a uma categoria estejam presentes; A classificação descritiva e categorial dos transtornos mentais é hierárquica e multiaxial;
42. Sistemas Diagnósticos Atuais Critérios descritivos operacionais aumentam a confiabilidade e a validade do diagnóstico; Úteis e aceitos pelos clínicos, em pesquisa e na academia; Seu uso é mais indicado para pesquisa;
43. Sistemas Diagnósticos Atuais Na clínica ocorre perda significativa de informação (Rutter e Shaffer, 1980; Brasil, 2003); Risco de deixar de lado a psicopatologia, enquadrando o paciente em um ou outro diagnóstico, e definindo o grupo de pacientes que caracteriza uma determinada categoria diagnóstica (Tucker, 1998; Brasil, 2003); Os manuais diagnósticosatuais apenas fornecem parte das informações que necessitamos, e a outra parte é a história do indivíduo e sua narrativa(Tucker, 1998; Brasil, 2003);
44. Sistemas Diagnósticos Atuais Apresentação dos sintomas em variadas dimensões (falta de atenção, medo, raiva, impulsividade, irritabilidade, disforia e mau humor) e ocorrem em vários contextos: desenvolvimento normal, reações a eventos ambientais e nítido estado psicopatológico. O quadro clínico da criança e do adolescente pode ser mais um processo, pois existe a possibilidade de respostas emocionais e de comportamentos resultantes da interação entre temperamento, desenvolvimento e ambiente (McClellan e Werry, 2000; Brasil, 2003).
45. Referências para Leitura Bock , AMB; Furtado,O e Teixeira, MLT. Psicologias: Uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Ed. Saraiva,Cap.8 pg. 117-129.2009. Gorayeb, R: Psicopatologia Infantil. In: Rappaport, C. R. Temas Básicos de Psicologia. São Paulo: EPU, 1985. Rappaport, CR, Fiori,WR e Davis,C. Psicologia do Desenvolvimento.Teorias do Desenvolvimento: conceitos fundamentais. Vol 1. São Paulo: Ed. Pedagógica Universitária (EPU) Cap.1 pg. 1-10.1981. Brasil HH. Desenvolvimento da versão brasileira da Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School Aged Children Present and Lifetime Version (K-SADS-PL) e estudo de suas propriedades psicométricas [tese]. São Paulo - Brasil: Universidade Federal de São Paulo; 2003. Assumpção Jr, F B e Kuczynski ,E (Eds). Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência. São Paulo: Atheneu, cap.3 pg 21-27, 2003. (recomenda-se a leitura dos capítulos 1 e 2 deste tratado). Kaplan, H.I; Sadok, B.J: Tratado de Psiquiatria. Porto Alegre:ArtMed , Vol 3; capítulos: 33 e 34.
46. Histórico do Desenvolvimento Infantil Créditos Profa. Maria Inês Falcão(Serv. de Psicologia e Neuropsicologia – IPq HCFMUSP)PSICOLOGIA EVOLUTIVA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE