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INTERPRETAÇÃO E
CONDUTA NOS RESULTADOS
CITOLÓGICOS
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO
PARA COLETA CITOLÓGIA
SES - FCMMG
CLASSIFICAÇÃO BETHESDA
2001
Qualidade do esfregaço: - satisfatória
- insatisfatória
Diagnóstico geral : - dentro dos limites da normalidade
- modificações celulares benignas
- células epiteliais anormais
Diagnóstico descritivo:
Anormalidades células epiteliais – ASC-US / ASC- H
Lesão intra-epitelial de baixo
grau
Lesão intra-epitelial de alto grau
Carcinoma escamoso invasor
Anormalidades células glandulares: AGC - tendência neoplásica
Adenocarcinoma in situ-AIS
Adenocarcinoma invasor
Nomenclaturas citopatológica e histopatológica utilizadas desde
o início da realização do exame citopatológico para o
diagnóstico das lesões cervicais escamosas e suas
equivalências
Etapas do rastreamento câncer de colo
 aplicação do exame de rastreamento,
 identificação dos casos suspeitos de
lesão precursora ou câncer,
 confirmação diagnóstica,
 tratamento.
Epidemiologia do HPV e do
Câncer do Colo Uterino
Stanley (2010) Gynecol Oncol 117 (S5–S10)
Periodicidade da citologia
 Intervalo: três anos, após 2 exames anuais negativos
 Início da coleta: 25 anos para mulheres
sexualmente ativas
 Término da coleta: 64 anos (mulheres com 2 exames
negativos consecutivos nos últimos
cinco anos)
Mulheres > 64 anos que nunca
colheram citologia, realizar dois
exames em 1 a 3 anos; ambos
negativos, interrompe o seguimento
Esfregaço satisfatório
 Identificação adequada do frasco e lâmina
 Informes clínicos relevantes:
idade, DUM, tratamentos anteriores,
resultados exames anteriores,
ciclo menstrual.
 N° adequado de células escamosas (10%)
 N° adequado de células endocervicais e
JEC
Recomendação: esfregaços normais somente
com
Esfregaço insatisfatório
 Material acelular ou hipocelular
(menos de 10% do esfregaço)
 Leitura prejudicada (mais de 75% do
esfregaço) por presença de:
sangue, piócitos, artefatos de
dessecamento, contaminantes externos ou
intensa superposição celular
Recomendação: repetir o exame entre seis e
12 semanas com correção, quando
possível, do problema que motivou o
resultado insatisfatório
Situações especiais
 Gestantes
- pré-natal - oportunidade para o
rastreio
 Pós-menopausa
- realizar estrogenização prévia à coleta
se necessário
 Mulheres sem história de atividade sexual
- não há indicação para rastreamento
 Histerectomizadas
- por lesões benignas, sem história de NIC 2/3,
podem ser excluídas do rastreamento
-por NIC ou câncer cervical, acompanhar de
acordo com a lesão tratada
 Imunossuprimidas
-iniciar após o início da atividade sexual,
(semestral no 1º ano/depois anual)
- Mulheres HIV positivas com CD4 < 200 cels/mm³
:
rastreamento citológico semestral
Resultado normal
Havendo queixa de leucorréia,
a paciente deverá ser encaminhada para exame
ginecológico
 Resultado indicando atrofia com
inflamação
Achado comum no climatério; se prejudicar a avaliação pelo
patologista, fazer o preparo estrogênico prévio a nova coleta.
 Achados microbiológicos
Lactobacillus sp, Cocos, outros bacilos são achados normais.
RESULTADO DE EXAME CITOPATOLÓGICO:
Esfregaço apresentando células intermediárias e superficiais, algumas metaplásicas
Presença de moderado número de células endocervicais.
Notam-se poucos histiócitos, hemácias e moderado número de neutrófilos.
A flora é abundante do tipo Doederlein (Lactobacillus sp)
Não foram observados fungos, protozoários ou inclusões virais no material enviado a
exame.
CONCLUSÃO:Ausência de atipias dignas de registro.
Metaplasia escamosa.
SISTEMA BETHESDA:Dentro dos limites da normalidade.
SUGESTÃO:Controle a critério clínico.
RESULTADO DO EXAME CITOPATOLÓGICO
Esfregaço apresentando células intermediárias e superficiais.
Presença de moderado número de células endocervicais.
Notam-se poucos histiócitos, hemácias e grande número de
neutrófilos.
A flora é abundante do tipo não Doederlein.
Não foram observados fungos, protozoários ou inclusões virais no
material enviado a exame.
CONCLUSÃO:Achados de processo inflamatório inespecífico.
SISTEMA BETHESDA:Alterações celulares benignas.
Alterações celulares reacionais associadas a inflamação.
SUGESTÃO:Controle a critério clínico.
RESULTADO DE EXAME CITOPATOLÓGICO
Esfregaço apresentando células intermediárias e superficiais.
Observa-se pequeno número de células displásicas com relação
nucleocitoplasmática discretamente elevada.
Há ainda células com halo perinuclear (coilócitos) das vistas em
infecção pelo vírus HPV.
Presença de alguns grupos de células endocervicais.
Notam-se alguns histiócitos e moderado número de neutrófilos.
A flora é moderada do tipo não Doederlein.
CONCLUSÃO:
Achados de displasia leve (NIC I , LSIL) associada à infecção por
HPV.
SISTEMA BETHESDA:
Anormalidades em células epiteliais : Células escamosas.
Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL)
SUGESTÃO:
Conduta a critério clínico.
RESULTADO DE EXAME CITOPATOLÓGICO
Esfregaço apresentando células intermediárias e
superficiais, poucas metaplásicas.
Observa-se pequeno número de células displásicas com relação
nucleocitoplasmática moderadamente elevada
Presença de moderado número de células endocervicais.
Notam-se alguns histiócitos e moderado número de neutrófilos.
A flora é moderada do tipo não Doederlein.
Não foram observados fungos, protozoários ou inclusões virais no
material enviado a exame.
CONCLUSÃO:
Achados de displasia moderada (NICII) Lesão Intraepitelial
Escamosa de Alto Grau (HSIL).
SISTEMA BETHESDA:
Anormalidades em células epiteliais : Células escamosas
Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL)
SUGESTÃO: Biópsia e exame histopatológico.
Atipias em células
escamosas - ASC
 Alterações citológicas sugestivas de
lesão intraepitelial porém insuficientes
para uma interpretação definitiva
(Sherman et al., 2004)
 ASC - 1,4 % exames realizados Brasil
53,5% exames alterados
SISCOLO 2009 (BRASIL/MS/SISCOLO,2010)
ASC
Células escamosas atípicas
ASC-US
Células escamosas atípicas
significado indeterminado
possivelmente não neoplásica
ASC-H
Células escamosas atípicas
não se pode excluir lesão de alto grau
Bethesda 2001;
Solomon 2002;
INCA 2006
Atipias de significado indeterminado
em células glandulares - AGC
 Brasil- Prevalência 0,13% todos exames 2009
4,6% exames alterados
(BRASIL/MS/SISCOLO, 2010)
 Mais frequente acima de 35 anos (0,08 – 2,1%)
(Cangiarella et al., 2003)
 Frequente associação NIC
AIS
Adenocarcinoma invasor do colo e
endométrio
Neoplasias extrauterinas
(KUMAR et al, 2009)
 Mulheres com AGC apresentam
NIC 2/3 - 9-54%
AIS - 8%
Adenocarcinoma invasor – 1-9%
(Mathers et al., 2002; Scheiden et al., 2004; Gurbuz et al., 2005;
Irvin et al., 2005; Mood et al., 2006; Diaz Montes et al., 2006)
Lesão intraepitelial
de baixo grau - LSIL
 Brasil- Prevalência 0,8% todos exames 2009
31% exames alterados
(Segundo diagnóstico citopatológico mais frequente)
(BRASIL/MS/SISCOLO, 2010)
 Prevalência de NIC 2/3 – 11,8 a 23,3%
(CUZICK et al, 2008)
 A maioria regride de forma espontânea
 Manifestação morfológica da infecção aguda e
transitória pelo HPV
(IARC 2007)
Lesão intraepitelial
de alto grau - HSIL
 Brasil- Prevalência
0,25% todos exames 2009
9,7% exames alterados
(BRASIL/MS/SISCOLO, 2010)
 70-75 % confirmação histopatológica ; 1-2 %
carcinoma invasor
(KINNEY et al, 1998; MASSAD;COLLINS; MEYER, 2001)
 Pacientes devem ser tratadas com métodos
excisionais
Atenção secundária
Ninguém sabe tanto que não possa
aprender e nem sabe tão pouco
que não possa ensinar !!!
Coragem e vontade são o início
de tudo!!!

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3 interpretação e conduta dos resultados citologicos

  • 1. INTERPRETAÇÃO E CONDUTA NOS RESULTADOS CITOLÓGICOS PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA COLETA CITOLÓGIA SES - FCMMG
  • 2. CLASSIFICAÇÃO BETHESDA 2001 Qualidade do esfregaço: - satisfatória - insatisfatória Diagnóstico geral : - dentro dos limites da normalidade - modificações celulares benignas - células epiteliais anormais Diagnóstico descritivo: Anormalidades células epiteliais – ASC-US / ASC- H Lesão intra-epitelial de baixo grau Lesão intra-epitelial de alto grau Carcinoma escamoso invasor Anormalidades células glandulares: AGC - tendência neoplásica Adenocarcinoma in situ-AIS Adenocarcinoma invasor
  • 3. Nomenclaturas citopatológica e histopatológica utilizadas desde o início da realização do exame citopatológico para o diagnóstico das lesões cervicais escamosas e suas equivalências
  • 4. Etapas do rastreamento câncer de colo  aplicação do exame de rastreamento,  identificação dos casos suspeitos de lesão precursora ou câncer,  confirmação diagnóstica,  tratamento.
  • 5. Epidemiologia do HPV e do Câncer do Colo Uterino Stanley (2010) Gynecol Oncol 117 (S5–S10)
  • 6. Periodicidade da citologia  Intervalo: três anos, após 2 exames anuais negativos  Início da coleta: 25 anos para mulheres sexualmente ativas  Término da coleta: 64 anos (mulheres com 2 exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos) Mulheres > 64 anos que nunca colheram citologia, realizar dois exames em 1 a 3 anos; ambos negativos, interrompe o seguimento
  • 7. Esfregaço satisfatório  Identificação adequada do frasco e lâmina  Informes clínicos relevantes: idade, DUM, tratamentos anteriores, resultados exames anteriores, ciclo menstrual.  N° adequado de células escamosas (10%)  N° adequado de células endocervicais e JEC Recomendação: esfregaços normais somente com
  • 8. Esfregaço insatisfatório  Material acelular ou hipocelular (menos de 10% do esfregaço)  Leitura prejudicada (mais de 75% do esfregaço) por presença de: sangue, piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou intensa superposição celular Recomendação: repetir o exame entre seis e 12 semanas com correção, quando possível, do problema que motivou o resultado insatisfatório
  • 9. Situações especiais  Gestantes - pré-natal - oportunidade para o rastreio  Pós-menopausa - realizar estrogenização prévia à coleta se necessário
  • 10.  Mulheres sem história de atividade sexual - não há indicação para rastreamento  Histerectomizadas - por lesões benignas, sem história de NIC 2/3, podem ser excluídas do rastreamento -por NIC ou câncer cervical, acompanhar de acordo com a lesão tratada  Imunossuprimidas -iniciar após o início da atividade sexual, (semestral no 1º ano/depois anual) - Mulheres HIV positivas com CD4 < 200 cels/mm³ : rastreamento citológico semestral
  • 12. Havendo queixa de leucorréia, a paciente deverá ser encaminhada para exame ginecológico
  • 13.  Resultado indicando atrofia com inflamação Achado comum no climatério; se prejudicar a avaliação pelo patologista, fazer o preparo estrogênico prévio a nova coleta.  Achados microbiológicos Lactobacillus sp, Cocos, outros bacilos são achados normais. RESULTADO DE EXAME CITOPATOLÓGICO: Esfregaço apresentando células intermediárias e superficiais, algumas metaplásicas Presença de moderado número de células endocervicais. Notam-se poucos histiócitos, hemácias e moderado número de neutrófilos. A flora é abundante do tipo Doederlein (Lactobacillus sp) Não foram observados fungos, protozoários ou inclusões virais no material enviado a exame. CONCLUSÃO:Ausência de atipias dignas de registro. Metaplasia escamosa. SISTEMA BETHESDA:Dentro dos limites da normalidade. SUGESTÃO:Controle a critério clínico.
  • 14. RESULTADO DO EXAME CITOPATOLÓGICO Esfregaço apresentando células intermediárias e superficiais. Presença de moderado número de células endocervicais. Notam-se poucos histiócitos, hemácias e grande número de neutrófilos. A flora é abundante do tipo não Doederlein. Não foram observados fungos, protozoários ou inclusões virais no material enviado a exame. CONCLUSÃO:Achados de processo inflamatório inespecífico. SISTEMA BETHESDA:Alterações celulares benignas. Alterações celulares reacionais associadas a inflamação. SUGESTÃO:Controle a critério clínico.
  • 15. RESULTADO DE EXAME CITOPATOLÓGICO Esfregaço apresentando células intermediárias e superficiais. Observa-se pequeno número de células displásicas com relação nucleocitoplasmática discretamente elevada. Há ainda células com halo perinuclear (coilócitos) das vistas em infecção pelo vírus HPV. Presença de alguns grupos de células endocervicais. Notam-se alguns histiócitos e moderado número de neutrófilos. A flora é moderada do tipo não Doederlein. CONCLUSÃO: Achados de displasia leve (NIC I , LSIL) associada à infecção por HPV. SISTEMA BETHESDA: Anormalidades em células epiteliais : Células escamosas. Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) SUGESTÃO: Conduta a critério clínico.
  • 16. RESULTADO DE EXAME CITOPATOLÓGICO Esfregaço apresentando células intermediárias e superficiais, poucas metaplásicas. Observa-se pequeno número de células displásicas com relação nucleocitoplasmática moderadamente elevada Presença de moderado número de células endocervicais. Notam-se alguns histiócitos e moderado número de neutrófilos. A flora é moderada do tipo não Doederlein. Não foram observados fungos, protozoários ou inclusões virais no material enviado a exame. CONCLUSÃO: Achados de displasia moderada (NICII) Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau (HSIL). SISTEMA BETHESDA: Anormalidades em células epiteliais : Células escamosas Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) SUGESTÃO: Biópsia e exame histopatológico.
  • 17. Atipias em células escamosas - ASC  Alterações citológicas sugestivas de lesão intraepitelial porém insuficientes para uma interpretação definitiva (Sherman et al., 2004)  ASC - 1,4 % exames realizados Brasil 53,5% exames alterados SISCOLO 2009 (BRASIL/MS/SISCOLO,2010)
  • 18. ASC Células escamosas atípicas ASC-US Células escamosas atípicas significado indeterminado possivelmente não neoplásica ASC-H Células escamosas atípicas não se pode excluir lesão de alto grau Bethesda 2001; Solomon 2002; INCA 2006
  • 19. Atipias de significado indeterminado em células glandulares - AGC  Brasil- Prevalência 0,13% todos exames 2009 4,6% exames alterados (BRASIL/MS/SISCOLO, 2010)  Mais frequente acima de 35 anos (0,08 – 2,1%) (Cangiarella et al., 2003)  Frequente associação NIC AIS Adenocarcinoma invasor do colo e endométrio Neoplasias extrauterinas (KUMAR et al, 2009)  Mulheres com AGC apresentam NIC 2/3 - 9-54% AIS - 8% Adenocarcinoma invasor – 1-9% (Mathers et al., 2002; Scheiden et al., 2004; Gurbuz et al., 2005; Irvin et al., 2005; Mood et al., 2006; Diaz Montes et al., 2006)
  • 20. Lesão intraepitelial de baixo grau - LSIL  Brasil- Prevalência 0,8% todos exames 2009 31% exames alterados (Segundo diagnóstico citopatológico mais frequente) (BRASIL/MS/SISCOLO, 2010)  Prevalência de NIC 2/3 – 11,8 a 23,3% (CUZICK et al, 2008)  A maioria regride de forma espontânea  Manifestação morfológica da infecção aguda e transitória pelo HPV (IARC 2007)
  • 21. Lesão intraepitelial de alto grau - HSIL  Brasil- Prevalência 0,25% todos exames 2009 9,7% exames alterados (BRASIL/MS/SISCOLO, 2010)  70-75 % confirmação histopatológica ; 1-2 % carcinoma invasor (KINNEY et al, 1998; MASSAD;COLLINS; MEYER, 2001)  Pacientes devem ser tratadas com métodos excisionais
  • 23. Ninguém sabe tanto que não possa aprender e nem sabe tão pouco que não possa ensinar !!! Coragem e vontade são o início de tudo!!!