2. 1) O verbo concorda com o sujeito simples, estando antes ou
depois do verbo.
Nós saímos cedo. / Saímos nós cedo.
sujeito sujeito
2) O verbo concorda gramaticalmente com o sujeito composto
que vem antes dele.
Eu e ela saímos cedo.
Sujeito
3) O verbo concorda gramatical ou atrativamente com o sujeito
composto que vem depois dele.
Saímos eu e ela cedo. Forma rígida ou gramatical
sujeito
Saí eu e ela cedo. Forma atrativa
sujeito
Saiu ela e eu cedo. Forma atrativa
sujeito
3. Casos especiais de sujeitos compostos
4) Fomos à praça ela, tu e eu.
Com pronomes pessoais, predomina a 1a pessoa, daí ela,
tu e eu = nós. Não havendo eu, predominaria o tu: Tu e
ela saístes hoje cedo. [Tu e ela = vós]
5) O Vasco ou o Fluminense será campeão carioca.
O verbo fica no singular: será; porque, apesar do uso do
ou, há uma ideia exclusiva: só um deles será: um ser
campeão exclui o outro.
6) Um amigo ou uma amiga o esperava ou esperavam.
A ideia real de alternância permite o singular ou o plural,
já que pode ser um a esperá-lo, mas também podem
estar os dois.
4. 7) Ruas, praças, jardins, tudo estava iluminado.
Embora o sujeito composto seja ruas, praças e jardins, é o
aposto resumitivo tudo que serve para a concordância. É um
caso único: o verbo concorda com o aposto resumitivo.
8) Muita raiva e indignação dominava seus gestos.
Se o sujeito for formado por palavras sinônimas ou quase
sinônimas, o verbo ficará no singular.
9) A alcateia faminta atacou o rebanho.
Quando o sujeito for representado por um substantivo
coletivo , o verbo ficará no singular.
10) A multidão de fanáticos torcedores aplaudiu (ou
aplaudiram) a jogada.
Se o coletivo singular vier especificado por adjunto plural, o
verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
5. 11) Viajar e passear constitui seu ideal de vida.
Se o sujeito for representado por verbos no infinitivo,
empregados de forma genérica, o verbo ficará no singular.
OBS.: Caso os infinitivos exprimam ideias opostas ou
determinado por um artigo, o verbo ficará no plural.
O ganhar e o perder fazem parte de nossas vidas.
12) Sua desconfiança, seu ciúme, sua mágoa abalou o
relacionamento. (ou abalaram)
Quando o sujeito composto é representado por uma
gradação de ideias, o verbo poderá ficar no singular ou no
plural.
6. 13) Palavras de sentido coletivo (parte, maioria, grupo...)
Grande parte dos alunos tirou ou tiraram boas notas.
É possível o singular, concordando rigidamente com o núcleo do
sujeito parte; o plural, também possível, é uma forma atrativa,
concordando com alunos. No discurso de nível formal, deve-se
optar pela forma rígida.
14) Esta parte das provas foi difícil.
O uso do demonstrativo Esta especifica parte, o que obriga o
uso do verbo no singular. Não se admite a forma atrativa.
15) Os EUA gastam muito dinheiro na produção de armas.
EUA = Estados Unidos da América, logo o verbo fica no plural. É
um caso que merece muito cuidado.
Se o sujeito for representado por nomes próprios no plural,
antecedidos de artigos, o verbo irá para o plural.
7. Minas Gerais produz muita soja no cerrado.
Agora, se os nomes próprios são plurais, mas não vêm
antecedidos de artigo, o verbo fica no singular.
16) Vossa Excelência fez um bom negócio.
Vossas Altezas participaram da homenagem.
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo
fica sempre na terceira pessoa (singular ou plural),
dependendo do número do pronome de tratamento.
17) Mais de um estudante reservou lugar na primeira
fila.
Mais de dois estudantes reservaram lugar na
primeira fila.
8. Quando o sujeito é formado pelas expressões mais de
um, mais de dois, o verbo deverá estar no mesmo
número em que estiver o numeral dessas
expressões.
OBS.: Há, no entanto, dois casos em que a expressão
mais de um exige verbo no plural:
• quando vier repetida.
Mais de um aluno, mais de um funcionário
compareceram.
• quando o verbo indicar reciprocidade.
Mais de um jogador cumprimentaram-se.
9. 18) Deram onze horas no relógio da igreja.
O verbo concorda com o número de horas. A
concordância tem este padrão: Deu uma hora, Deu
meia-noite, Deram duas horas...
19) Deu onze horas o relógio da igreja.
Agora, a concordância é feita com o sujeito da frase, o
qual só apareceu no final: deu o relógio.
20) Sou eu que explico a verdade.
O verbo explicar concorda com o antecedente do
que; por isso, explico, concordando com o pronome
pessoal eu.
21) Sou eu quem explico ou explica a verdade.
Agora, o uso do quem permite a concordância com o
antecedente eu (explico) e com o próprio quem
(explica). As duas formas são boas.
10. 22) Alguns de nós saíram (ou saímos).
Quais de vós agiram (ou agistes) com a justiça.
Quando o sujeito é formado de um pronome indefinido ou
interrogativo no plural (alguns, poucos, muitos, quantos,
quais etc.), seguidos dos pronomes retos nós ou vós, a
concordância se fará com o pronome indefinido plural ou
com o pronome reto.
É importante notar que, se o pronome indefinido estiver no
singular, o verbo ficará no singular, concordando com ele.
Algum de nós resolveu o problema.
Qual de vós deseja um táxi?
23) O ator deverá receber vários prêmios, haja vista suas
excelentes atuações.
A expressão haja vista é invariável, mesmo seguida de
expressão no plural.
11. 24) Tudo é ou são flores.
Já vimos que o verbo ser de ligação pode concordar
com o sujeito Tudo. Também é possível usar são,
concordando com flores, que é o predicativo do
sujeito.
25) Ela é as tristezas do pai.
Neste caso, apesar do verbo de ligação, faz-se a
concordância obrigatoriamente com o pronome ela,
porque se trata de uma pessoa, e tal fato é
predominante.
26) Quem são os “apressadinhos”?
Mesmo sendo o pronome quem o sujeito da oração, a
concordância é feita com o substantivo, que funciona
como predicativo.
12. 27)Cem mil reais, num prêmio de Megassena, é
pouco.
As expressões é pouco, é muito e é bastante são
invariáveis, quando apresentam esse sentido.
28) Não é uma hora; são duas horas.
O verbo ser concorda com a expressão que especifica
número.
29) São vinte de agosto ou é dia vinte de agosto?
No primeiro caso, são concorda com vinte; no
segundo, usa-se é para concordar com a palavra dia.
13. 30) Há bons alunos, mas existem alguns outros ruins.
O verbo haver fica no singular, pois, apresentando o sentido
de existir, não tem sujeito. Já o verbo existir concorda com o
sujeito alguns outros ruins.
Os verbos haver e fazer, nos sentidos de existir, ocorrer,
acontecer e tempo decorrido, são impessoais, isto é, não têm
sujeito; portanto, permanecem na 3ª pessoa do singular.
a) Há bons motivos para acreditar nisso.
b) Houve situações difíceis.
c) Deve haver momentos melhores.
d) Vai fazer dez anos que ele não aparece.
14. 31) Ainda falta resolver vários exercícios.
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da
oração principal fica na terceira pessoa do singular.
32) Nesta empresa, compram-se boas ideias.
O verbo comprar concorda com o sujeito boas ideias. Sem o se,
boas ideias seria o objeto direto do verbo transitivo direto
comprar. A palavra se tem a propriedade de transformar
qualquer objeto direto em sujeito; portanto, usa-se compram-se
para concordar com boas ideias.
33) Precisa-se de boas ideias.
O verbo precisar fica na 3a pessoa do singular. Seu sujeito é
indeterminado. O segmento de boas ideias é objeto indireto,
porque o verbo é transitivo indireto, logo não pode pedir objeto
direto. Enquanto, no primeiro exemplo, o se é pronome
apassivador, isto é, um pronome que forma a voz passiva
(pronominal); no segundo, o se chama-se pronome
indeterminador do sujeito, já que, por não haver objeto direto,
não se consegue o sujeito passivo, ficando ele indeterminado.
15. Esquema com a palavra se
Caso I - verbo + se + sujeito
transitivo direto apassivador / (sem o se, objeto direto)
transitivo direto e indireto
- o verbo concorda com o sujeito posposto
Caso II – verbo + se + não objeto direto
transitivo indireto indeterminador (do sujeito)
intransitivo
verbo de ligação
- o verbo fica na terceira pessoa do singular, pois o
sujeito é indeterminado