Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Seminario de portugues poesia marginal
1.
2. A GERAÇÃO MIMEÓGRAFO
A geração mimeógrafo (também denominado
movimento Alissara) foi um movimento, ou
fenômeno sociocultural brasileiro que ocorreu
imediatamente após a Tropicália, durante a
década de 1970, em função da censura
imposta pela ditadura militar , que levou
intelectuais, professores universitários, poetas
e artistas em geral, em todo o país, a
buscarem meios alternativos de difusão
cultural, notadamente o mimeógrafo,
tecnologia mais acessível na época. Da
tecnologia mais usada vem o seu nome.
3. Sua produção literária não foi aceita por grandes
editoras, pelo menos até 1975, quando a editora
Brasiliense publicou o livro "26 Poetas Hoje". Por
estar à margem do circuito editorial estabelecido,
sua poesia foi denominada poesia marginal. A
produção artística desta geração igualmente não
circulava em tradicionais galerias. A geração
mimeógrafo também se expressou através da
música, do cinema e da dramaturgia, sendo a sua
produção poética a mais lembrada, possivelmente
por ser aquela produção mais adequada às
restrições de suporte impostas pela página
mimeografada. As outras artes podiam ser
divulgadas, porém não poderíamos ouvir uma
canção ou ver um filme em um pequeno jornal ou
revista mimeografados, ou fotocopiados.
4. POESIA MARGINAL
No Brasil, poesia marginal é a designação dada à
poesia produzida pela geração mimeógrafo,
incluindo aí poetas absolutamente desconhecidos
que produziram suas obras fora do eixo Rio-São
Paulo, embora ao redor do mundo se use o termo
para referir-se à tendências que funcionam
independentemente de uma poesia "oficial",
canonicamente aceita.
O gênero de poesia que foi denominado de
"marginal" no Brasil se tornou conhecido por este
nome porque seus poetas abandonaram os meios
tradicionais de circulação das obras, através de
(editoras e livrarias), e buscaram meios alternativos,
realizando cópias mimeografadas de seus
trabalhos, comercializados a baixo custo, vendidos
de mão em mão, nas ruas, em praças e nas
universidades.
5. ATRAVÉS DELA, OS POETAS DA GERAÇÃO MIMEOGRAFADA
QUERIAM SE EXPRESSAR LIVREMENTE EM PLENO REGIME DA
DITADURA MILITAR, BEM COMO REVELAR NOVAS VOZES POÉTICAS.
ESTA TRADIÇÃO MARGINAL SE ESTENDEU PELOS ANOS DE 1980,
TENDO UTILIZADO TAMBÉM O RECURSO DA FOTOCÓPIA E A
PRODUÇÃO DE FANZINES.
POSSIVELMENTE, POSSA-SE CONSIDERAR UMA CONTINUIDADE
DESTA TENDÊNCIA NA POESIA QUE SE ENCONTRA APENAS NA
INTERNET, SENDO PRODUZIDA POR POETAS QUE NÃO USAM OUTRO
MEIO DE DIVULGAÇÃO, À PARTE DE UM MERCADO LITERÁRIO
PROPRIAMENTE DITO, OU DA INDÚSTRIA CULTURAL, POR POSTURA
OU EXCLUSÃO, ESTANDO À MARGEM NÃO POR MOTIVOS
POLÍTICOS, COMO A POESIA MARGINAL DOS ANOS DE 1970, MAS,
PRINCIPALMENTE, ECONÔMICOS. NOS EUA, O TERMO "POESIA
MARGINAL" É USADO PARA DESIGNAR A POESIA FEITA PELOS
POETAS CHAMADOS DE PÓS-BEATS.
6. INFLUÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS
Influenciada pela primeira fase do Modernismo
brasileiro, pelo Tropicalismo e por movimentos
de contracultura, tais como o rock, o movimento
hippie, histórias em quadrinhos e o cinema, a
poesia marginal é tendente à coloquialidade, à
espontaneidade, à experimentação rítmica e
musical, ao humor, à paródia e à representação
do cotidiano urbano . É uma exceção a algumas
destas tendências o poeta Roberto Piva, mais
tendente ao Surrealismo e próximo à poesia da
Geração Beat, demonstrando grande erudição
em seus poemas, tal qual o faz Geraldo
Carneiro, que, no entanto, utiliza frequentemente
recursos semelhantes aos da poesia concreta.
7. A poesia marginal sempre foi do
povo do gueto, a dos participantes
da antologia 26 Poetas Hoje,
apresenta também, no geral,
tendência à oposição ao
concretismo, pelo menos à sua
forma mais usual, sendo a
exploração da subjetividade a
principal característica a opô-los
àquele movimento.
8.
9. 26 POETAS HOJE
Em 1975, publicou-se o livro 26 Poetas
Hoje, organizado por Heloísa Buarque de
Hollanda. Reunindo poemas de vinte e
seis poetas da geração mimeógrafo,
trata-se de uma verdadeira antologia da
poesia marginal e é considerado o ápice
da expressão poética da geração
mimeógrafo, já que antes dele os poemas
eram impressos pelo mimeógrafo.Os
poetas incluídos no livro foram:
10. NOMES DE POETAS
Rodrigo Lisboa
Francisco Alvim
Carlos Saldanha
Antônio Carlos de
Brito(Cacaso)
Roberto Piva
Torquato Neto
José Carlos Capinan
Roberto Schwarz
Zulmira Ribeiro Tavares
Afonso Henriques Neto
Vera Pedrosa
Antonio Carlos Secchin
Flávio Aguiar
Ana Cristina Cesar
Geraldo Carneiro
João Carlos Pádua
Luiz Olavo Fontes
Eudoro Augusto
Waly Salomão
Ricardo G.Ramos
Leomar Fróes
Isabel Câmara
Chacal
Charles
Bernardo Vilhena
Leila Miccolis
Adauto de Souza Santos
Röhrig C.
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16. A CRÔNICA
A crônica tem assumido na literatura
brasileira um papel cada vez mais
relevante,destacando-se como gênero
literário mais lido pelo grande
público.Veiculada geralmente em jornais
diários ou em revistas periódicas , a
crônica foi aos poucos abandonando o
caráter exclusivamente
jornalístico,voltado apenas para os fatos
ocorridos no dia a dia, e penetrando
lentamente o universo da ficção.
17. Entre os Cronistas da atualidade,
destacam-se:
Fernando Sabino,
Luis Fernando Verissimo,
Millôr Fernades,
Moacyr Scliar,
Carlos Heitor Cony,
Fernando Bonassi,
Affonso Romano de Sant’Anna,
Walcyr Carrasco e Mário Prata.
18. A PROSA
A ficção brasileira a parti da década de
1960 consolida a tendência,já apontada
pela geração de 1940-50,de abandonar
a abordagem realista.A visão de um
mundo complexo e fragmentado
manifestou-se na prosa de ficção com a
ruptura da narrativa linear e totalizante e
com a construção de uma narração
desordenada,fragmentária,sem um foco
narrativo claramente definido.
19. Nesse período, a crônica e o conto,mais
do que a poesia,ganharam novos
representantes.A crônica é amplamente
difundida em jornais e revistas
semanais,revelando ou confirmando
autores como Luis Fernando
Veríssimo,Jô Soares,Marcos Rey,Walcyr
Carrasco,Moacyr Scliar,Carlos Heitor
Cony,Mário Prata,entre outros.O romance
desdobra-se em diferentes linhas,como o
romance policial,o psicológico,o histórico
e o memorialista.
20. O CONTO
Com a estética modernista,o conto foi
submetido a radicais transformações,sendo
uma delas o enriquecimento temático
proporcionado pela contribuição da literatura
regionalista.Do Ponto de vista técnico,o relativo
objetivo e linear,com sua estrutura de
começo,meio e fim,e narrativa em
crescendo,mantida pelo suspense,deu pouco a
pouco lugar à simples evocação,ao instantâneo
fotográfico, aos episódios ricos de
sugestão,aos flagrantes de atmosferas
intensamente poéticas,aos casos densos de
significação humana.
21. DENTRE OS REPRESENTANTES DO
GÊNERO,DESTACAM-SE:
Lygia Fagundes Telles,
Homero Homem,
Osman Lins,
Murilo Rubião,
Autran Dourado,
Moacyr Scliar,
Otto Lara Rezende,
Samuel Rawet,
Dalton Trevisan,
José J. Veiga,
Nélida Piñon,
Rubem Fonseca,
Etc.
22. O ROMANCE
Em linhas gerais,o romance contemporâneo
seguiu as direções tradicionais de nossa
ficção-regionalista e a psicológica,
enriquecendo-a,diversificando-a,inovando-
a.Isso pela adoção de novos temas,como
violência urbana;ou por uma abordagem mais
realista e crua de temas já gastos;ou pela
introdução de personagens dos chamados
grupos marginalizados;ou pela incorporação
do fantástico,do simbólico,do absurdo;ou pelo
uso de técnicas originárias do novo romance
francês e da linguagem cinematográfica e
pictórica.
23. FRANCISCO DANTAS E O RESGATE
REGIONALISTA
Francisco Dantas vem se
firmando,na
atualidade,como um dos
mais importantes
romancistas da tradição
regionalista. Explorando
temas como autoritarismo
patriarcal dos coronéis,o
cangaço,as relações sociais
de opressão,a violência,
Dantas publicou obras de
grande valor literário,como
Os desvalidos(1997)e sob o
Peso das sombras(2004).
24. "PARA OS ERROS HÁ PERDÃO;
PARA OS FRACASSOS, CHANCE;
PARA OS AMORES IMPOSSÍVEIS, TEMPO...
NÃO DEIXE QUE A SAUDADE SUFOQUE,
QUE A ROTINA ACOMODE,
QUE O MEDO IMPEÇA DE TENTAR.
DESCONFIE DO DESTINO E
ACREDITE EM VOCÊ.
GASTE MAIS HORAS REALIZANDO QUE SONHANDO,
FAZENDO QUE PLANEJANDO,
VIVENDO QUE ESPERANDO
PORQUE, EMBORA QUEM QUASE MORRE ESTEJA VIVO,
QUEM QUASE VIVE JÁ MORREU."
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
25. ARTISTAS QUE INTERAGIRAM COM A GERAÇÃO
MIMEÓGRAFO
Música
Caetano Veloso
Chico Buarque
Francis Hime
Gilberto Gil
Jards Macalé
João Bosco
Paulo Leminski
Cinema e teatro
Glauber Rocha
Artistas plásticos
Hélio Oiticica
Lygia Clark
26. LEGADO
Além de inaugurar no Brasil uma tradição de uso de
meios inusuais de difusão cultural, à margem da
mídia, o fenômeno da geração mimeógrafo produziu
interação entre várias artes, deixando uma produção
musical popular de altíssimo valor. É o caso do
trabalho de vários artistas inquestionavelmente
pertencentes a esta geração, como os letristas
Bernardo Vilhena, Geraldo Carneiro e Waly
Salomão.
Além disso, alguns poetas ditos desta geração
estão entre os mais significativos poetas brasileiros
ainda producentes no século XXI, como é o caso
de Roberto Piva (até falecer em 2010), Chacal e
Geraldo Carneiro.