O documento descreve como o VIH infecta indivíduos e leva ao desenvolvimento da SIDA, destruindo o sistema imunológico. Detalha os sintomas iniciais da infecção pelo VIH e as doenças oportunistas causadas pela SIDA. Explica também os principais modos de transmissão do VIH e como os tratamentos atuais podem controlar a carga viral, embora não curem a infecção.
2. Para um indivíduo desenvolver SIDA tem de ser primeiro infectado pelo VIH. Nessa altura o sistema imunitário
responde e faz baixar a virémia, ou seja, a concentração de vírus que se encontra no sangue. Aqui o indivíduo
pode não sentir nada e chama-se assintomático ou pode ter um episódio de sintomas de infecção aguda que
são normalmente sintomas parecidos com uma gripe:
febre
faringite
linfadenopatia (ou seja, aumento dos gânglios linfáticos)
dor de cabeça (cefaleias)
dores musculares (mialgias)
dores nas articulações (artralgias)
cansaço (letargia)
mal-estar
falta de apetite (anorexia)
perda de peso
náuseas, vómitos ou diarreia
3. A SIDA é provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que penetra
no organismo por contacto com uma pessoa infectada. A transmissão pode
acontecer de três formas: relações sexuais; contacto com sangue infectado; de
mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação.
O VIH é um vírus bastante poderoso que, ao entrar no organismo, dirige-se ao
sistema sanguíneo, onde começa de imediato a replicar-se, atacando o sistema
imunológico, destruindo as células defensoras do organismo e deixando a
pessoa infectada (seropositiva), mais debilitada e sensível a outras doenças, as
chamadas infecções oportunistas que são provocadas por micróbios e que não
afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona convenientemente.
Também podem surgir alguns tipos de tumores (cancros).
Entre essas doenças, encontram-se a tuberculose; a pneumonia por
Pneumocystis carinii; a candidose, que pode causar infecções na garganta e na
vagina; o citomegalovirus um vírus que afecta os olhos e os intestinos; a
toxoplasmose que pode causar lesões graves no cérebro; a criptosporidiose,
uma doença intestinal; o sarcoma de Kaposi, uma forma de cancro que
provoca o aparecimento de pequenos tumores na pele em várias zonas do
corpo e pode, também, afectar o sistema gastrointestinal e os pulmões.
A SIDA provoca ainda perturbações como perda de peso, tumores no cérebro e
outros problemas de saúde que, sem tratamento, podem levar à morte. Esta
síndrome manifesta-se e evolui de modo diferente de pessoa para pessoa.
4. Toxicodependentes que se injectam e
partilham agulhas, seringas e outro material
usado na preparação da droga para
injecção.
Pessoas que não praticam sexo seguro, isto é,
que não usam preservativos e têm mais do
que um parceiro sexual.
Profissionais de saúde - acidentes com
contacto com objectos cortantes
contaminados (agulhas) ou com sangue, ou
outros líquidos orgânicos, contaminados.
5. Não foi ainda encontrada uma cura, ou seja, um modo
eficaz de eliminar totalmente o VIH do organismo.
Os tratamentos existentes, compostos, normalmente, por
mais do que um medicamento, reduzem a carga vírica e
atrasam os danos que o vírus pode provocar no sistema
imunológico. Com a toma dos medicamentos existentes, a
quantidade de vírus no sangue começa a decrescer ao fim
de alguns dias. Na maioria das pessoas que tem acesso ao
tratamento, e que o cumpre adequadamente de acordo
com a indicação dos seu médico, 99 por cento do vírus
presente no sangue é eliminado ao fim de quatro semanas
e, ao fim de quatro a seis meses, a maior parte passará a ter
«VIH não detectável» no sangue. No entanto, o vírus
permanece no organismo e mantém-se o risco de
transmissão da infecção a outras pessoas.
6. O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no
organismo através da pele, precisando de uma
ferida ou de um corte para entrar no organismo.
A forma mais perigosa de transmissão é através de
uma seringa com sangue contaminado, já que o
vírus entra directamente na corrente sanguínea.
7. O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, no suor e na saliva de
uma pessoa infectada, contudo, a quantidade de vírus é
demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção.
É durante a fase aguda da infecção, que ocorre uma a
quatro semanas após a entrada do vírus no corpo, que
existe maior perigo de contágio, devido à quantidade
elevada de vírus no sangue.
Actualmente, a transmissão por transfusão de sangue ou de
produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, uma
vez que são feitos testes a todos os dadores.