Este documento apresenta o Plano Diretor de Arborização Urbana do município de Aguaí. O plano tem como objetivo incentivar o debate e ações para melhorar a qualidade de vida na cidade através da melhoria da arborização urbana e preservação de espécies nativas. O plano também busca fortalecer a comunicação entre os poderes públicos, empresas e população sobre o tema.
2. PREFEITURA MUNICIPAL DE AGUAÍ
Gutemberg Adrian de Oliveira
Prefeito
DIVISÃO DE AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE
Wilson Francisco Braga Martucci
Gerente
DIVISÃO DE AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE
Alex Sandro Cunha Biazoto
Gerente
PLANO MUNICIPAL
DE
ArborizaçãoArborizaçãoArborizaçãoArborização
UrbaUrbaUrbaUrbanananana
3. Apresentação
TTTTodos os povos do planeta vivem hoje, em maior ou menor grau, o
inesgotável dilema relativo a duas preocupações vitais: a escassez de
energia e de recursos naturais.
CCCCom o avanço do conhecimento científico acerca dos sistemas
naturais, o advento de movimentos sociais e da utilização de meios de
comunicação em massa voltados para uma conscientização geral, tem sido
gradativamente derrubado o “mito” de uma natureza infinita e da
moderna tecnologia como solução para todos os problemas, o que ao
longo do tempo fundamentou uma economia linear contrária à
complexidade dos ciclos naturais.
DDDDesse modo, a sociedade humana encontra-se “encurralada” entre a
necessidade de avançar no progresso, e fazer com que os recursos do
planeta resistam e forneçam subsistência a esse progresso, tornando-se
ainda disponíveis às gerações futuras.
AAAApesar de verídica, essa realidade mostra-se ainda distante. Os
caminhos alternativos que permitem conjugar desenvolvimento
socioeconômico ambientalmente sustentável já são percebidos por
muitos, mas executados por poucos. E nesse contexto, a sociedade inicia
um processo de reflexão sobre as questões ambientais a partir de suas
percepções sobre as alterações no ambiente, e consequentemente em sua
qualidade de vida. Assim, os que habitam a cidade se conscientizam da
importância da gestão ambiental através da ocorrência de momentos
desagradáveis como a falta de água e de energia, o calor excessivo, e a
inexistência de espaços de lazer. A elevada concentração humana no
espaço urbano sugere particular atenção. Neste meio, onde
oportunidades econômicas e culturais se estabelecem constituído
basicamente por edificações residenciais e comerciais, e áreas destinadas a
circulação de pessoas, conduções e mercadorias, existe a necessidade de
reforçar a arborização urbana, afim de, amenizar os impactos causados
pela expansão urbana.
DDDDiante disso, a Prefeitura de Aguaí através de suas secretarias
municipais, assume o papel de agente responsável pela implantação do
4. sistema municipal de gestão ambiental e vem por meio deste, apresentar
o “Plano Diretor de Arborização Urbana” do município.
CCCCom esta publicação, espera-se contribuir para incentivar o debate
e uma ação mais harmônica dos vários agentes sociais, na busca de
melhor qualidade de vida na cidade, estimulando a melhoria da
arborização urbana, preservação de referenciais regionais, com a
valorização de espécies nativas.
IIIIdentificam-se como as principais causas de conflitos: o uso de
espécies inadequadas, o não-atendimento de alguns princípios técnicos
básicos, a inexistência de Planos Municipais de Arborização e,
principalmente, a falta de comunicação sistemática entre vários agentes
do meio urbano – as empresas, poderes públicos municipais e a
comunidade.
NNNNeste contexto, o ambiente urbano e sua arborização destacam-se
como prioridade. A Prefeitura Municipal de Aguaí entende a arborização
como um patrimônio ambiental de todos é um fator de valorização e de
promoção da qualidade de vida.
AAAA ênfase na vegetação nativa representa uma contribuição no
sentido da melhoria da biodiversidade e da valorização de referenciais
ecológicos e paisagísticos.
AAAA Prefeitura Municipal de Aguaí espera, com esta publicação,
contribuir para difusão de conhecimentos e fortalecer a comunicação nos
poderes públicos e com a população e, assim incentivar a expansão
ordenada da arborização para a melhoria do meio ambiente, da estética,
da segurança e da qualidade de vida no meio urbano.
5. GLOSGLOSGLOSGLOSSSSSÁRIOÁRIOÁRIOÁRIO
AcúleoAcúleoAcúleoAcúleo –––– Estrutura de origem epidérmica com aspecto de espinho, encontrada em caules,
como, por exemplo, na roseira, e nas folhas.
AAAAdubaçãodubaçãodubaçãodubação Processo de adição ao solo de substâncias, produtos ou organismos, que
contenham elementos essenciais ao desenvolvimento de plantas que são cultivadas.
AAAAdubação dedubação dedubação dedubação de MMMManutençãoanutençãoanutençãoanutenção Prática de adubação utilizada para atender às exigências
nutricionais da planta sem afetar o seu nível de produção.
Adubo OrgânicoAdubo OrgânicoAdubo OrgânicoAdubo Orgânico Adubo constituído essencialmente por elementos naturais (matéria
orgânica decomposta, esterco, dentre outros), isto é, sem o acréscimo de produtos químicos.
AAAAeraçãoeraçãoeraçãoeração Re oxigenação da água com a ajuda do ar. A taxa de oxigênio dissolvido, expressa
em porcentagem de saturação, é uma característica representativa de certa massa de água e
de seu grau de poluição.
AAAAeração doeração doeração doeração do SSSSoloolooloolo Processo através do qual é efetuada a troca de gases entre o ar do solo e o
ar atmosférico. Solos bem arejados apresentam ar de composição semelhante ao da
atmosfera logo acima da superfície, sendo que solos com arejamento deficiente, geralmente
apresentam taxa muito elevada de CO2, e, em conseqüência, uma baixa percentagem de
oxigênio em relação à atmosfera. A velocidade de aeração depende em muito do volume e da
continuidade dos poros do solo.
AAAArbustorbustorbustorbusto Vegetal lenhoso possuidor de um pequeno tronco, com ramificações desde a base,
e apresentando altura compreendida entre 3 5m.
ÁÁÁÁrvorervorervorervore Vegetal lenhoso, dotado de tronco robusto, via de regra com um sistema de ramos
divaricados de primeira ordem, a partir de certo nível, de onde se dispõem as ramificações
da copa.
BBBBiodiversidadeiodiversidadeiodiversidadeiodiversidade Total de genes, espécies e ecossistemas de uma região. A biodiversidade
genética refere se à variação dos genes dentro das espécies, cobrindo diferentes populações
da mesma espécie ou a variação genética dentro de uma população. A diversidade de
ecossistemas refere se à variedade de ecossistemas de uma dada região. A diversidade
6. cultural humana também pode ser considerada parte da biodiversidade, pois alguns
atributos das culturas humanas representam soluções aos problemas de sobrevivência em
determinados ambientes. A diversidade cultural manifesta se pela diversidade de linguagem,
crenças religiosas, práticas de manejo da terra, arte, música, estrutura social e seleção de
cultivos agrícolas, dentre outros.
CCCCaducidadeaducidadeaducidadeaducidade Processo de adaptação de um vegetal através do qual as folhas caem antes de
brotarem novas folhas, permitindo deste modo que seja conservada água durante a estação
desfavorável, seja a fria (hibernação) seja a seca (estivação).
CCCCaducifólioaducifólioaducifólioaducifólio Vegetal que perde as folhas durante o período climático desfavorável.
CapoeiraCapoeiraCapoeiraCapoeira Vegetação secundária que nasce após a derrubada das florestas primárias.
Características MCaracterísticas MCaracterísticas MCaracterísticas Morfológicasorfológicasorfológicasorfológicas são os aspectos que distinguem visualmente as espécies umas
das outras, tais como a forma, a cor, o tamanho de flores, folhas, frutos, etc.
CauleCauleCauleCaule Porção do vegetal que se apresenta ordinariamente aérea, podendo, contudo, ser
submersa ou subterrânea, sendo que neste caso existem três categorias: o rizoma, o
tubérculo e o bulbo.
ColarColarColarColar –––– Parte inferior da inserção de um galho, que também exerce função importante na
cicatrização da base do galho podado. Pode apresentar saliência, indicando preparo da
árvore para perda de galho.
ColoColoColoColo –––– Parte intermediária entre o tronco e as raízes da árvore, que fica em contato com a
superfície do solo.
CCCCompostagemompostagemompostagemompostagem Método de tratamento dos resíduos sólidos (lixo) através da fermentação da
matéria orgânica contida nos mesmos, conseguindo se a sua estabilização, sob a forma de
um adubo denominado composto. Na compostagem sobram normalmente cerca de 50% de
resíduos.
Controle BiológicoControle BiológicoControle BiológicoControle Biológico –––– controle pela presença e ação natural de outros seres vivos, não
fazendo uso de produtos químicos estranhos àquele ambiente.
ControleControleControleControle MecânicoMecânicoMecânicoMecânico –––– retirada da praga fazendo uso das mãos ou de ferramentas.
7. CCCCoriáceaoriáceaoriáceaoriácea – Folha cuja consistência lembra couro.
CCCCoroamentooroamentooroamentooroamento Processo que consiste na remoção das herbáceas ao redor da muda de
espécies arbóreas ou arbustivas plantadas em covas. Normalmente tal processo é efetuado
em um raio não superior a 50 cm em volta da muda.
CCCCostãoostãoostãoostão Trecho da costa que penetra em direção ao oceano, terminando abruptamente em
forma de escarpa.
CristaCristaCristaCrista –––– Parte superior da inserção de um galho no tronco, com importante papel na
cicatrização da base do galho podado.
DecíduaDecíduaDecíduaDecídua Qualidade apresentada por uma comunidade vegetal, em que 50% ou mais de
seus indivíduos perdem todas as suas folhas ou parte delas, por um determinado período de
tempo, em resposta a condições climáticas desfavoráveis.
Diâmetro da CopaDiâmetro da CopaDiâmetro da CopaDiâmetro da Copa –––– É o comprimento entre dois pontos extremos da copa de uma árvore.
Imagine uma linha reta que una esses dois pontos, passando pelo centro da copa. Os
comprimentos dessa linha é o diâmetro de copa.
EEEEstuáriostuáriostuáriostuário Corpo aquoso litorâneo que apresenta circulação mais ou menos restrita, porém
ainda mantendo se ligado ao oceano aberto. Muitos estuários correspondem a
desembocaduras fluviais afogadas, sendo que outros são apenas canais que drenam zonas
pantanosas costeiras. Com base no processo físico dominante pode ser de dois tipos
principais: estuários dominados por marés, onde se formam os depósitos estuarinos
propriamente ditos e onde a dinâmica da corrente fluvial predomina sobre a marinha e,
conseqüentemente, sobre os processos deposicionais associados.
FFFFenologiaenologiaenologiaenologia Estudo das relações entre os processos biológicos e o clima, como o que ocorre
na brotação, frutificação e floração nas plantas.
Fiação aérea convencional ou cabo nuFiação aérea convencional ou cabo nuFiação aérea convencional ou cabo nuFiação aérea convencional ou cabo nu – fios da rede elétrica, telefônica e/ou TV a cabo,
sustentados por cabo.
Fiação aérea isolada/multiplexada e protegida/compactaFiação aérea isolada/multiplexada e protegida/compactaFiação aérea isolada/multiplexada e protegida/compactaFiação aérea isolada/multiplexada e protegida/compacta – os fios de transmissão elétrica
podem ser isolados totalmente por cobertura emborrachada especial ou podem ser
compactos com distanciadores ocupando menos espaço aéreo e com maior proteção do que
8. a fiação convencional. Esse tipo de fiação não entra em curto circuito quando em contato
com galhos de árvores.
FitossanitárioFitossanitárioFitossanitárioFitossanitário – diz respeito às condições de saúde das plantas.
FloraçãoFloraçãoFloraçãoFloração Denominação aplicada ao desabrochamento dos botões florais.
Gema ApicalGema ApicalGema ApicalGema Apical –––– Protuberância no caule ou nos ramos de uma planta, que dá origem a folhas,
flores e a outros ramos. Pode ser lateral ou apical.
ManguezalManguezalManguezalManguezal Ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos sujeitos à ação das marés
e localizados em áreas relativamente abrigadas, tais como baías, estuários e lagunas. São
normalmente constituídos de vasas lodosas recentes, às quais se associam uns tipos
particulares de flora e fauna.
Meio AmbienteMeio AmbienteMeio AmbienteMeio Ambiente Conjunto dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais
susceptíveis de exercerem um efeito direto ou mesmo indireto, imediato ou em longo prazo,
sobre todos os seres vivos, inclusive o homem.
MeristemasMeristemasMeristemasMeristemas sãos os tecidos das plantas que asseguram o seu crescimento.Os meristemas
consistem em células indiferenciadas com capacidade de divisão contínua.
MesofaunaMesofaunaMesofaunaMesofauna –––– invertebrados habitantes do solo, de tamanho intermediário entre a
microfauna e a macrofauna. São responsáveis por fazer a decomposição inicial da matéria
orgânica (folhas, galhos, fezes de animais, etc) existentes no solo. Exemplos: minhocas,
pequenos besouros, formigas, vermes de vida livre, etc.
MMMMesófitaesófitaesófitaesófita Planta que vive em locais que apresentam luz difusa e umidade média.
MicroorganismosMicroorganismosMicroorganismosMicroorganismos – organismos microscópios como bactérias, fungos e protozoários que no
solo exercem a função de decomposição final da matéria orgânica, tornando disponível os
nutrientes químicos (nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, calcário, sódio, etc.) para as
raízes das plantas.
PPPPerenifóliaerenifóliaerenifóliaerenifólia Planta ou comunidade vegetal em que o processo de queda de folhas se dá de
forma paulatina, na mesma proporção do surgimento de folhas novas, nunca ficando
totalmente desprovida de folhagem.
9. PPPPolinizaçãoolinizaçãoolinizaçãoolinização Transporte do pólen liberado pelas anteras para o estigma do gineceu da
mesma planta ou de outro indivíduo. Os tipos de polinização são: autopolinização e
polinização cruzada.
Recuo FrontalRecuo FrontalRecuo FrontalRecuo Frontal –––– distância entre a edificação e o limite do terreno com a calçada.
RRRRestingaestingaestingaestinga Massa arenosa, disposta paralelamente à costa, e que permanece elevada acima
da maré mais alta (barreira).
TorrãoTorrãoTorrãoTorrão –––– porção de terra que contém as raízes que são formadas no viveiro em uma lata ou
num saco plástico. No momento do plantio o que é enterrado é exatamente o torrão.
Viveiro FViveiro FViveiro FViveiro Florestallorestallorestallorestal Denominação aplicada a uma determinada superfície do terreno que é
destinada a produzir plantas sadias e vigorosas, para posterior utilização nas plantações.
Pode ser provisório ou permanente.
10. SUMÁRIO
I.Informações Gerais
I.1. Áreas Municipais
I.2. Situação Geográfica
I.3. Altitude e Localização
I.4. Topografia
I.5. Clima
I.6. Precipitação
I.7. Temperatura
I.8. Evapotranspiração
I.9. Ventos Predominantes
I.10. Meio Biológico / Vegetação
II. INTRODUÇÃO
III. OBJETIVO
IV.JUSTIFICATIVA
V.O VALOR DE UMA ÁRVORE
VI.ANÁLISE DO LOCAL VERSUS CARACTERÍSTICAS DA PLANTA
VII.ESCOLHENDO O QUE PLANTAR
VII.1. Porte Pequeno
VII.2. Porte Médio
VII.3. Porte Grande
VIII.AÇÕES DO PLANEJAMENTO DO PROJETO DE ARBORIZAÇÃO
IX. PLANTIO DE ÁRVORES
IX.1. Abertura de Covas e Preparo do local
IX.2. Plantio da muda no local definitivo
IX.3. Protetores e Condutores das Mudas
IX.4. Irrigação
IX.5. Tratamento fitossanitário
IX.6. Manutenção
IX.7. Adubação Complementar
X.REPOSIÇÃO DE MUDAS E RENOVAÇÃO DE ÁRVORES
XI. FATORES ESTÉTICOS
XII. DISTÂNCIAS MÍNIMAS ENTRE ASÁRVORES E OS EQUIPAMENTOS
URBANOS PRESENTES NAS CALÇADAS
XIII. PARÂMETROS PARA A ARBORIZAÇÃO DE ÁREAS LIVRES PÚBLICAS
XIV. MANEJO
a) Poda de Formação
b) Poda de Limpeza
c) Poda de elevação da base da copa
d) Poda de contenção
XIV.1. Época de Poda
XIV.2. Podas de árvores em logradouros públicos
XIV.3. Poda de raiz
XIV.4. Avifauna e poda
XIV.5. Ferramentas adequadas para serviços de poda
XIV.6. Extração de Árvores Urbanas
XIV.7. Resíduos do Manejo da Arborização Urbana
XV.AUTORIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO MUNICIPAL
11. XV.1. Situações em que não é Necessária a Autorização do Poder Público
Municipal
XVI. PROGRAMAS DO PLANO DE ARBORIZAÇÃO URBANA
XVI.1 Programa Adote uma Praça
XVII. AÇÕES DE PLANEJAMENTO DO PLANO MUNICIPAL DE ARBORIZAÇÃO
URBANA
XVII.1 Formação da equipe responsável pelo projeto
XVII.2 Relações dos locais a ser plantados
XVII.3. Cadastro de Arborização
XVII.4. Divulgação para Arborização
XVII.5. Parcerias em projetos e ações de arborização urbana
XVII.6. Cronograma do Projeto de Arborização Urbana
XVIII. Considerações finais
XIX. Conclusão
XX. Referencia Bibliográficas
12. I. INFORMAÇÕES GERAIS
I.1. Áreas Municipais
Área do Município 501 Km²
Área Urbana = 743,20 ha
Área Rural = 46.593,30 há
I.2. Situação Geográfica
Situado na zona geográfica do Nordeste Paulista
I.3. Altitude e Localização
Altitude Máxima: 820 m
Altitude Mínima: 580 m
Altitude Média 660 m
Latitude Sul: 22º 04’
Longitude Oeste: 46º 58’
I.4. Topografia
Plana
I.5. Clima
Temperado.
Segundo a classificação climática de Koppen, que está fundamentada nos
valores médios da temperatura do ar e precipitação pluviométrica, pertence ao
Grupo C (mesotérmico) que apresenta 4 subdivisões: Cwa, Cwb, Cfa e Cfb,
caracterizadas por pequenas variações pluviométricas e de temperatura. Dois tipos
estão presentes na área: Cwa e Cwb.
O tipo Cwa – mesodérmico de inverno seco, com verões quentes e estação
chuvosa no verão, temperatura média do mês mais frio inferior a 18º C e do mês
mais quente superior a 23º C. O total das chuvas do mês mais seco é inferior a 30
mm. O índice pluviométrico varia entre 1.100 a 1.700 mm diminuído a precipitação
de leste para oeste. A estação seca ocorre entre os meses de abril e setembro,
sendo julho o mês que atinge a máxima intensidade. O mês mais chuvoso oscila
entre janeiro e fevereiro, enquanto que o mês mais quente apresenta temperatura
entre 22º C 24º C.
Este clima é predominantemente e está presente na área de ocorrência da
Depressão Periférica, estendendo-se até a linha divisória dos estados de São Paulo
e Minas Gerais, na região de Aguaí.
13. O subtipo Cwa grada para Cwb, clima mesotérmico de inverno seco, com
verão, próximo aos limites dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Abrange parte
de São Paulo e toda região sul mineira. Neste Clima a temperatura do mês mais
quente não atinge 22º C, situando-se o índice pluviométrico entre 1.300 a 1.700 mm.
O período mais seco também é julho, mês que ocorrem normalmente as mais baixas
temperaturas médias (em torno de 16º C). A estação seca estende-se de maio a
setembro, atingindo a evaporação índices baixos devido ao abrandamento da
temperatura neste período. O mês mais chuvoso é, em geral janeiro, quando o total
das chuvas atinge mais de dez vezes as do mês de julho. É também denominado de
“clima tropical de altitude”, pois é característico de terras altas. Sua diferenciação do
tipo anterior (Cwa) é através da temperatura, que não ultrapassa os 22º C no mês
mais quente, ao contrário daquele em que se situa entre 22º C a 24º C.
O mês mais seco é julho com totais pluviométricos acima de 30 mm. O mês
mais chuvoso é janeiro. O índice pluviométrico desse tipo climático varia entre 1100
e 1700 mm.
I.6. Precipitação
Índice Pluviométrico Médio Anual (mm): 1.500 mm/ano
No período de outubro a março, ocorrem 80% do total das chuvas anuais,
restando 20% para o semestre de abril e setembro. As máximas de chuva ocorrem
nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, e as mínimas, nos meses de junho,
julho e agosto.
I.7. Temperatura
Temperatura Máxima: 32ºC
Temperatura Mínima: 14ºC
Temperatura Média: 23ºC
Temperatura Média/Mínima: 16ºC
Temperatura Média/Máxima: 30ºC
I.8. Evapotranspiração
A evapotranspiração foi calculada segundo Thorntwaite, sendo obtido para
esta bacia o volume de 980 mm / ano.
I.9. Ventos Predominantes
Os ventos predominantes, são os alíseos que tem velocidade média de 5,4
Km/h, podendo atingir até 7 Km/h nos meses de máxima.
14. I.10. Meio Biológico / Vegetação
A vegetação nativa predominante na região é Floresta Estacional
Semidecidual e algumas parcelas da Floresta Ombrófila Densa, onde existem
espécies como dos gêneros Hymenaea (Jatobá), Copaífera (Óleo de Copaíba),
Peltophorum (Canafístula), Tabebuia SP (Ipê), inga SP (Ingá), além de indivíduos
caducifólios como Cedrela, Cariniana e Parapiptadenia.
A região da área urbana do município é uma área de tensão ecológica quanto
à distribuição regional da vegetação. Chama-se área de tensão ecológica o contato
entre regiões fitoecológicas diferentes, através da interpenetração de seus
ambientes, caracterizando uma mistura de espécies, formando agrupamentos
florísticos de difícil separação.
Em nossa região ocorre a Formação Montana, que é a que apresenta maior
número de agrupamentos remanascentes na área abrangida pelos ambientes da
Floresta Estacional Semidecidual. Ela ocorre nas altitudes entre 500 a 1.500 m,
revestindo os diques de diabásio da Formação Serra Geral na Bacia do Paraná, e
sobre o relevo dissecado do embasamento de litologia variada.
Nestas áreas as espécies mais freqüentes do estado dominante são peroba
(Aspidosperma sp), angico (Piptadenia sp), jequitibá (Cariniana sp), canelas (Ocotea
sp e Nectandra sp) e sapucaia (Lecythis sp). Estas áreas, apesar de já sofrerem
grande intervenção, ainda guardam as características naturais primitivas da outrora
exuberante floresta que cobriu extensas áreas, e que atualmente foi praticamente
substituída por pastagens e vegetação secundária sem palmeiras.
As áreas que integram os ambientes de tensão ecológica entre as regiões da
savana e da floresta estacional semidecidual são aquelas que estão sob influência
do clima estacional. A savana está representada pela formação arbórea aberta,
caracterizada pela grande ocorrência de nanofanerófitas como a sucupira-branca
(Pterodon sp), angico-veremelho (Piptadenia sp), pau-terra (Qualea sp), pimenta-de-
macaco (Xylopia sp) e barbatimão (Stryphnodendron sp), faveira
(Dimorphandramollis), murici (Byrsonima sp) e lixeira (Curatella americana). A
floresta estacional semi decidual está representada pela ocorrência das
macrofanerófitas como a peroba-rosa (Aspidosperma sp), jequitibá-rosa (Cariniana
sp), e cedro-rosa (Cedrela sp) e das mesofanerófitas óleo-de-copaíba (Copaifera sp)
e canelas (Ocotea sp e Nectandra sp).
Atualmente, face à intensa ação antrópica nesses ambientes, a cobertura
15. II. INTRODUÇÃO
Desde muito tempo, o homem vem trocando o meio rural pelo meio urbano.
As cidades foram crescendo, na maioria das vezes de forma muito rápida e
desordenada, sem um planejamento adequado de ocupação, provocando vários
problemas que interferem na qualidade de vida do homem que vive na cidade.
A arborização, como um todo, tem sido de grande importância na melhoria
das condições de vida nos centros urbanos. Dê modo geral observa-se que o
reflorestamento é de suma importância para a vida humana e do planeta.
A diversidade florística da vegetação é um aspecto essencial quando se trata
de arborização, pois mantém as características da vegetação nativa, além de evitar
o ataque de pragas e doenças. Daí, a importância de se saber que árvore plantar, de
acordo com as espécies que ocorrem na região.
As árvores plantadas no meio urbano proporcionam relevantes benefícios
ambientais às comunidades, tais como:
Sombreamento;
Melhoria do clima urbano, com redução da temperatura e liberação de
umidade para o ar (frescor);
Conforto Microclimático;
Amenizam conseqüências indesejáveis da insolação direta;
Maior equilíbrio ecológico, pois as árvores fornecem abrigo e alimentos para
muitos seres vivos;
Seqüestro de CO2 e produção de oxigênio, reduzindo a poluição do ar;
Amenização da poluição sonora;
Saneamento Ambiental;
Melhoram o solo por meio de suas raízes e folhas;
Diminuem a força da água da chuva que cai no solo;
Regularização Hídrica e Controle de Poluição;
Barreiras Vegetais;
Controle de redução da biodiversidade;
Controle de Vetores;
Controle Ambiental nas Edificações;
Controle da Poluição Visual;
Ornamentação em formas e cores;
Criam lugares agradáveis para encontros, descanso e brincadeira...
O sucesso do projeto de arborização é diretamente proporcional ao
comprometimento e à participação da população local.
16. III. OBJETIVO
- Arborizar o município de Aguaí;
- Melhorar a qualidade de vida da população aguaiana.
- Planejar a arborização e as futuras intervenções urbanas no município;
- Incentivar a participação popular nas ações de arborização.
IV. JUSTIFICATIVA
O município de Aguaí apresenta acelerado crescimento demográfico, que
conjugado a outras variáveis do espaço urbano, contribui de forma significativa nas
alterações dos elementos climáticos. De acordo com Furtado e Mello Filho (1999),
todos os elementos paisagísticos devem ser cuidadosamente tratados a fim de
trazer benefícios que interferirão no projeto integrado, visando a melhoria da
qualidade do ar, o sombreamento da edificação e adjacências, o controle da
ventilação e da umidade. A maior parte da carga térmica de uma edificação provém
da radiação solar e da temperatura do ar exterior, sendo necessário um rigoroso
controle dos elementos micro climáticos para eliminar um excesso de energia que
tornaria inóspito o ambiente construído.
Outro fator importante que envolve a arborização urbana é o vinculo à saúde
das pessoas, contribuindo com bem estar de todas as comunidades e também com
todas outras espécies envolvidas.
Através deste projeto pretende-se ordenar a arborização para evitar futuros
problemas de quebra de galhos, trinca em residências, danos no passeio público e
outros transtornos que motivam os moradores circunvizinhos a solicitar constantes
podas ou corte de árvores, ficando troncos secos no lugar da meia lua e diminuindo
cada vez mais a metragem quadrada de copa de árvore por habitante.
17. V. O VALOR DE UMA ÁRVORE
Pode-se atribuir às árvores um valor sentimental, cultural ou histórico. Alguns
deles são valores subjetivos e, portanto difíceis de quantificar. A maioria das
pessoas considera o fator estético como sendo o principal na arborização urbana em
virtude da aparência das árvores serem diretamente perceptível, ao contrário dos
demais benefícios. As alterações que as árvores sofrem em função das estações do
ano fazem com que estas se apresentem ora com flores, ora sem folhas. Estas
modificações são importantes para a renovação da paisagem urbana. Elementos
como a textura, estrutura, forma e cor, inerentes às árvores, alteram o aspecto da
cidade, quebrando a monotonia e a frieza típica das construções.
Outras qualidades que podem ser atribuídas às árvores urbanas é seu poder
de interferir em micro-climas e de reduzir a poluição, os ruídos e a temperatura. A
estes atributos, associam-se as contribuições sociais, que podem ser definidas como
saúde física e mental, as opções de recreação propiciadas pela arborização e o
aumento do valor das propriedades em função da existência de árvores ou áreas
verdes.
Você sabia?
Uma árvore isolada de grande porte se estiver em boas condições, pode
transpirar até 400 litros de água em um dia, enriquecendo a umidade do ar.
Estima-se que um pequeno maciço de árvores e copas frondosas pode gerar
um ambiente sombreado com até 3ºC a menos de temperatura em relação ao
ambiente ao redor.
A vegetação gera menos aquecimento do ar e de objetos próximos porque
reflete apenas 10 a 20% da radiação, enquanto que as superfícies artificiais podem
refletir até 50% da radiação interior.
Maciços de árvores são até 40% mais eficientes do que campos gramados
para funcionar como zonas de amortecimento, ou seja, barreiras contra dispersão
de poluentes.
Cientistas sociais e ecólogos comprovam que as famílias passam mais
tempo de folga juntas e têm mais relações sociais com seus vizinhos quando
moram próximas a áreas verdes.
Como se pode observar são muitas as vantagens da arborização, porém
poucas cidades brasileiras possuem um planejamento nesse sentido, o que pode
ocasionar problemas como o plantio de espécies em locais inadequados, que podem
ao invés de trazer benefícios à população, gerar transtornos e desconfortos.
18. VI. ANÁLISE DO LOCAL VERSUS CARACTERÍSTICAS DA PLANTA
A escolha das espécies se dá em função das características e peculiaridades
de cada local, com relação à ocorrência de fiação aérea, tubulação subterrânea e
índice de fertilidade e profundidade do solo. São utilizadas preferencialmente
espécies nativas da região de implantação, com características especiais para
Arborização Urbana.
A partir da análise do local, serão escolhidas as espécies adequadas para o
plantio no logradouro público, bem como será definido o seu espaçamento.
Para efeito da aplicação destas normas, as espécies são caracterizadas como:
• nativas ou exóticas de pequeno porte (até 5,0m de altura) ou arbustivas
conduzidas;
• nativas ou exóticas de médio porte (5 a 10 m de altura);
19. • nativas ou exóticas de grande porte (> que 10 m de altura)
As espécies devem estar adaptadas ao clima, ter porte adequado ao espaço
disponível, ter forma e tamanho de copa compatíveis com o espaço disponível.
• certo • errado
As espécies devem preferencialmente dar frutos pequenos, ter flores
pequenas e folhas coriáceas pouco suculentas, não apresentar princípios tóxicos
perigosos, apresentar rusticidade, ter sistema radicular que não prejudique o
calçamento e não ter espinhos. É aconselhável, evitar espécies que tornem
20. necessária a poda freqüente, tenham cerne frágil ou caule e ramos quebradiços,
sejam suscetíveis ao ataque de cupins, brocas ou agentes patogênicos.
O uso de espécies de árvores frutíferas, com frutos comestíveis pelo homem,
deve ser objeto de projeto específico.
A utilização de novas espécies, ou daquelas que se encontra em
experimentação, deve ser objeto também de projeto específico, devendo seu
desenvolvimento ser monitorado e adequado às características do local de plantio.
As mudas a serem plantadas em vias públicas deverão obedecer às
seguintes características mínimas:
• altura: 1,30m;
• D.A.P. (diâmetro a altura do peito): 0,03 m;
• altura da primeira bifurcação: 0,8 m;
• ter boa formação;
• ser isenta de pragas e doenças;
• ter sistema radicular bem formado e consolidado nas embalagens;
• ter copa formada por 3 (três) pernadas (ramos) alternadas;
• o volume do torrão, na embalagem, deverá conter de 15 a 20 litros de
substrato;
•embalagem de plástico, tecido de aniagem ou jacá de fibra vegetal.
21. Tabela 1: Classificação de mudas conforme Portaria 02/DEPAVE/90
CLASSE ALTURA (m) DIÂMETRO DO
FUSTE (cm)
VOLUME DA
EMBALAGEM (l)
A 0,20 a 0,70 * 1
B 0,70 a 1,50 * 2 a 5
C 1,50 a 2,00 Maior ou igual a 1 5 a 12
D 2,00 a 3,00 Maior ou igual a 2 12 a 20
E Acima de 3,00 Maior ou igual a 5 >20
Para o plantio de árvores em vias públicas, os passeios deverão ter a largura
mínima de 2,40m em locais onde não é obrigatório o recuo das edificações em
relação ao alinhamento, e de 1,50m nos locais onde esse recuo for obrigatório.
Em passeios com largura inferior a 1,50m não é recomendável o plantio de árvores.
22. Em passeios com largura igual ou superior a 1,50 m e inferior a 2,00 m, recomenda-
se apenas o plantio de árvores de pequeno porte.
Em passeios com largura igual ou superior a 2,00 m e inferior a 2,40 m, poderão ser
plantadas árvores de pequeno e médio porte com altura até 8,00 m.
OBS: sob rede elétrica, recomenda-se apenas o plantio de árvores de pequeno
porte.
Em passeios com largura igual ou superior a 2,40 m e inferior a 3,00 m, poderão ser
plantadas árvores de pequeno, médio ou grande porte, com altura até 12,0 m.
OBS: Sob rede elétrica, recomenda-se apenas o plantio de árvores de pequeno
porte.
Em passeios com largura superior a 3,00 m, poderão ser plantadas árvores de
pequeno, médio ou grande porte com altura superior a 12,00 m.
23. OBS: Sob rede elétrica é possível o plantio de árvores de grande porte desde que a
muda não seja plantada no alinhamento da rede e que a copa das árvores seja
conduzida precocemente, através do trato cultural adequado, acima dessa rede.
O posicionamento da árvore no passeio público com largura “P” superior a
1,80 m deverá admitir a distância “d”, do eixo da árvore até o meio fio, e “d” deverá
ser igual a uma vez e meia o raio “R” da circunferência circunscrita à base de seu
tronco, quando adulta, não devendo “d” ser inferior a trinta centímetros ( d= 1,5X R e
d maior ou igual a 30 cm ).
24. Na calçada onde existe rede elétrica, as árvores a serem plantadas devem
ser espécies de pequeno porte, obedecendo aos recuos necessários. Na calçada
onde não existe a rede elétrica, podem-se utilizar espécies de médio porte,
adequadas à paisagem local e ao espaço disponível.
2,00 m ,6,00 m, 2,00 m 3,00 m, 6,00 m, 3,00 m
2,00 m, 8,00 m, 2,00 m 3,00 m, 10,00 m, 3,00 m
VII. ESCOLHENDO O QUE PLANTAR
É preciso escolher as espécies que serão plantadas em função do espaço
disponível e do resultado que se quer obter com a árvore adulta. Por exemplo, para
estacionamentos amplos, podemos optar por espécies de grande porte, de folhas
perenes que ofereçam sombra durante o ano todo e de frutos pequenos e leves que
não ofereçam riscos aos automóveis.
25. Para a escolha da espécie adequada, a árvore deve conter certas características,
como:
• Estar adaptada ao clima do local destinado;
• Ser espécie nativa da vegetação local (origem da espécie);
• Ter raízes profundas. Sistema radicular adequado;
• Possuir porte adequado ao espaço disponível;
• Apresentar tronco único e copa bem definida;
• Apresentar rusticidade;
• Dar frutos pequenos e silvestres, ou seja, frutos que não sejam comerciais;
• Dar flores pequenas, pouco suculentas e com cores vivas;
• Ter folhas preferencialmente pequenas e não coriáceas (duras);
• Ter desenvolvimento rápido;
• Não apresentar princípios tóxicos acentuados, ou seja, apresentar baixa
toxicidade;
• Não apresentar princípios alérgicos;
• Não possuir espinhos.
Deve-se evitar espécies que necessitem de poda freqüente, que tenham
tronco frágil, caule e ramos quebradiços, que sejam suscetíveis ao ataque de pragas
(brocas, cupins, cochonilhas etc.) e doenças.
Para ajudar nessa escolha, foi construída uma lista de espécies indicadas
para a arborização urbana em Aguaí:
• Nome popular e científico;
• Porte da arvore;
• Tipo de copa;
• Indicações de onde plantar.
Essa listagem, apresentada a seguir, foi construída com base em pesquisas e
na experiência de técnicos dedicados ao planejamento e manejo da arborização de
Aguaí. Não deve ser tomada como única fonte de pesquisa, pois há muitas outras
espécies que podem e devem ser utilizadas.
26.
27. VII.1. Porte Pequeno:
São aquelas cuja altura na fase adulta atinge entre 4 e 5 metros e o raio de copa fica em torno de 2 a 3 metros. São espécies
apropriadas para calçadas estreitas (< 2,5m), com presença de fiação aérea e ausência de recuo predial. Temos como exemplos:
Nome
popular
Nome
científico
Origem Floração Frutificação Porte Copa Indicações Observações
Aleluia,
pau-fava
Senna
macranthera
mata Dez-abr/
amarelo
Mai-ago/ seco pequeno arredondada calçadas Crescimento
rápido
Algodão –
do - brejo
Hysbiscus
permambucensia
mata ago-jan/
amarelo
Fev-abr / seco pequeno arredondada Calçadas,
praças, parques
Araçá Psidium
cattleianum
mata Jun-dez /
branca
Set- mar /
carnoso
pequeno arredondada Praças, parques
Astrapéia Dombeya wallichii exótica Set-jan /
branca
seco pequeno arredondada Calçadas,
praças, parques
Crescimento
rápido, rústica,
melífera
Calistemon Callistemon
viminalis
exótica Jun-set /
vermelha
Ano todo/seco pequeno pendente Calçadas,
praças, parques
Rústica,
ornamental
Calistemon Callistemon
“imperialis”
exótica vermelha seco pequeno pendente Calçadas,
praças
Cambuci campomanesia mata Ago-nov /
branca
Jan- fev/
carnoso
pequeno arredondada Calçadas,
praças, parques
Frutos comestíveis
Cambuí Myrciaria mata Nov-dez /
branca
Jan-mar/
carnoso
pequeno arredondada Calçadas,
praças, parques
Atrai aves
Canudo –
de - pito
Mabea fistulifrra serrdão Jan –abr /
vermelha
Set – out / seco pequeno arredondada Calçadas,
praças, parques
Crescimento lento,
melífera
Capororoc
a – do -
cerrado
Rapanea
guianensis
Mata,
cerrado
Jun-jul Out-dez pequeno arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques,
Atrai aves
Caputuna -
preta
Metrodorea nigra nativa Set – Nov/
rosa escuro
Mar – abr/ seco pequeno arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques,
Atrai aves, prefere
sombra
Cerejeira –
do – rio
grande
Hexachalamysn
edulis
nativa Ago-set /
branco
Set-out / carnos pequeno arredondada Praças, parques Atrai aves
Fruto – de
– pombo,
murta -
branca
Allophyllus edulis mata Set-nov /
creme
Nov – dez /
carnoso
pequeno arredondada Calçadas,
praças
Atrai aves
Grevilea
anã
Grevillea banksii exótica Ano todo/
vermelho
seco pequeno arredondada Calçadas,
praças
Atrai beija-flor
Grumixam
a
Eugenia
brasiliensis
nativas Set-nov /
branca
Nov-dez/
carnoso
pequeno arredondada Calçadas,
avenidas,
Fruto comestível
33. VII.3. Grande Porte:
São aquelas cuja altura na fase adulta ultrapassa 8 metros de altura e o raio de copa é superior a 5 metros. Estas espécies
não são apropriadas para plantio em calçadas. Deverão ser utilizadas prioritariamente em praças, parques e quintais grandes.
Dentre elas, podemos citar:
Nome
popular
Nome
científico
Origem Floração Frutificação Porte Copa Indicações Observações
Alecrim –
de -
campinas
Holocalyx
balansae
mata Out-nov /
branca
Dez-fev /
carnoso
grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques
Crescimento lento
Almecega Protium
hetaphyllum
mata Ago - set Nov-dez /
carnos
grande arredondada Praças, parques
Amendoim
– do -
campo
Platypodium
elegans
Mata,
cerradão
Set – nov /
amarelo
Set – out / seco grande arredondada Praças, parques
Cabreúva –
amarelo
Myrocarpus
frondosus
Mata Set-out/
verde-
amarelo
Nov-dez / seco Grande arredondada Praças, parques Flores melíferas
Cabreúva -
vermelho
Myroxylon
peruiferum
mata Jul-set/
branca
Out-nov / seco grande arredondada Praças, parques
Camboatá Cupania vernalis mata Mar-mai/
creme
Set-dez/
carnoso
grande arredondada Praças, parques Frutos
comestíveis, atrai
aves, melífera
Canela –
do brejo
Poeccilanthe
parviflora benth
mata Fev-mai/
roxa
Jun-jul grande arredondada Praças,
avenidas,
praças
Canela
ferrugem
Nectandra
megapotamica
mata Jun-set /
creme
Nov-ago grande arredondada Praças, parques Frutos atraem
aves
Canafístula Peltophorum
dubium
mata Dez-fev /
amarelo
Mar – abr/ seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Muito ornamental
Canela
sassafrás
Ocotea odorífera mata Ago – set
/creme
Abr-jun / seco grande arredondada Praças, parques Odor
característico
Canjarana Cabralea
canjerana
mata Set-out /
branca
Ago – nov / seco grande arredondada Praças, parques Atrai aves
Cassia
javanesa,
cássia
rosa
Cassia javanica exótica Out-jan/ rosa Nov-fev/ seco grande pendente Avenidas,
praças, parques
Cedro Cedrella fissilis mata Ago-
set/creme
Jun-ago/ seco grande arredondada Praças, parques
Chichá Sterculia chicha mata Nov-mar/
amarelo
Mai-set / seco grande arredondada Praças, parques Atrai aves
34. Copaíba Copaífera
langsdorffii
cerradão Nov-mar/
branca
Jul-set/ seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Coração-
de-negro
Poecilanthe
parviflora
mata Out-nov /
branca
Jun-jul / seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Corticeira-
da-serra
Cybistax brasil Dez-mar/
verde
Mai-out grande arredondada praças Madeira fraca,
folhas caducas
Corrupita,
abricó-de-
macaco
Corroupita
guianensis
Região
amazônica
Set-mar/
vermelho
Dez-
mar/carnoso
grande arredondada Praças, parques Muito ornamental
flor no caule,
exala odor, fruto
muito grande
Dedaleiro Lafoensia pacari nativa Out-dez/
branco
amarelo
Abr-jun/seco grande arredondada Praças, parques
Embrira-
de-sapo
Lonchocarpus
muehlbergianus
nativa Out-jan/
branca-lilás
Jul/ ago grande arredondada Praças, parques
Falso-
timbó,
ingá-bravo
Lonchocarpus
guilleminianus
mata Dez-jan/
creme
Jul-ago/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Adaptado a
terrenos pobres e
secos
Farinha
seca
Albizia hassslerii mata Out-
jan/creme
Set-out / seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Crescimento
rápido
Faveira,
sucupira
lisa
Pterodon
emarginatus
cerrado Set-nov/rosa Jun-ago/ seco grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques
Crescimento lento
Genipapo Genipa americana mata Out-dez/
branca
Nov-
dez/carnoso
grande arredondada Praças, parques Fruto comestível
Guarantã Esenbeckia
leiocarpa
mata Set-jan/
creme
Jul-ago/ seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Suscetível à seca
Guaritá Astronium
graveolens
nativa Ago-nov /
branca
Dez-fev/
carnoso
Grande arredondada Praças, parques Atrai aves
Ipê
amarelo
Tabebuia ochacea nativa Jul-ago/
amarelo
Set-out/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Ipê
amarelo do
brejo
Tabebuia vellossi nativa Jul-set/
amarelo
Out-nov/ seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Flor símbolo do
Brasil
Ipê rosa Tabebuia
pentaphylla
exótica Ago-out/rosa
claro
Set/seco grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques
Ipê roxo da
mata
Tabebuia
avellanedae
mata Jul-ago/roxo Ago-nov/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Ipê roxo
bolo
Tabebuis
impertiginosa
nativa Maio-
ago/rosa
Set-out/seco grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques
Ipê -roxo Tabebuia
heptahylla
nativa Mai-jul/rosa Ago-set/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Jacarandá Machaeruim
villosum
nativa Out-dez/
creme
Ago-set/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Jatobá Hymenaea
courbaril
mata Out-dez/
branca
Jullo-ago/
vagem
grande arredondada Praças, parques Fruto comestível
35. Jequitibá
branco
Cariniana
estrellensis
nativa Out-dez/
branco
Ago-set/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Frutos comestível
Jequitibá
rosa
Carinina legalis nativa Dez-
fev/branca
Ago-set/ seco grande arredondada Praças, parques
Jerivá Syagrus
romanzoffiana
nativa Set-mar Fev-ago/
carnoso
grande Caule único Avenidas,
praças, parques
Atrai aves
Louro
pardo
Cordia trichotoma nativa Abr-jul/
branca
Jul-set/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Melaleuca Melaleuca
leucadendron
exótico Out-dez/
branca
amarelada
seco grande colunar Praças, parques Muito ornamental
Monguba Pachira aquático nativa Set-
nov/creme
Abr-jun/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Mulungu Erythrina verna nativa Ago-set/
vermelho
Out-nov grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Folhas atraem
aves, crescimento
lento
Nó-de-
porco,
resedá
nacional
Physocalymma
scaberrimum
nativa Ago-set /
lilás
Set-out / seco grande piramidal Avenidas,
praças, parques
Olho – de -
cabra
Ormosia arborea naticva Out-nov/lilás Set-out/seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Paineira CHorisia speciosa nativa Mar-mai/
rosa
Ago-set/seco grande arredondada Praças, parques
Pau d’alho Gallesia
integrifolia
nativa Fev-
abr/branca
Set-out/seco grande arredondada Praças, parques
Pau mulato Calycophyllum
spruceanum
nativa
nativa Jun-
jul/branca
Out-nov/ seco grande colunar Praças, parques Tronco ornamental
Pau - ferro Caesalpinia
leiostachya
nativa Out-fev/
amarelo
Jul-out/ seco grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Tronco ornamental
Pau-
marfim
Balfourodendrom
riedelianum
nativa Set-
nov/creme
Ago-set/seco grande arredondada Praças, parques
Pau -
pereira
Platycyamus
regnellii
nativa Fev-abr/ lilás Ago-set/seco grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques
Bastante
ornamental, rápido
crescimento
Pau-rei Pterigota
brasiliensis
nativa Jul-out/
marraom
claro
Jun-ago/seco grande arredondada Praças, parques
Pau-ripa Luetzelburgia
auriculata
nativa Dez-fev/
vermelho
Mar-mai/seco grande arredondada Praças, parques Ameaçada de
extinção
Pau-terra,
jundiaí
Qualea parviflora nativa Out-jan/mai-
jun/branco
Ago-set/seco grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques
Peroba
poca
Aspidosperma
polyneuron
nativa Set-nov Ago-set/seco grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças
Peroba
rosa
Aspidosperma
polyneuron
nativa Out-
nov/creme
Ago-set/seco grande arredondada Praças, parques Ameaçada de
extinção
36. Pinange Koelreuteria
paniculata
Formasa e
ilhas
Dez-abr/
amarelo
Maio-jun grande arredondada Avenidas,
praças, parques
Raiz superficial,
ornamental
Pindaiva Duguetia
lancealata
nativa Out-nov/
marrom
Mar-mai/
carnoso
grande arredondada Calçadas,
avenidas,
praças, parques
Atria fauna,
crescimento lento
Pinha-do-
brejo
Talauma ovata nativa Out-dez/
branca
Ago-set/seco grande arredondada Praças, parques Prefere terrenos
mal drenados
Sapucaia Lecythis pisonis nativa Set-out/ lilás Ago-set/seco grande arredondada Praças, parques Frutos muito
grandes
Sibipiruna Caesalpina
peltophoroides
nativa Jn-set/verm Ou-nov/seco grande arredondada Praças, parques Atria beijar-flor
Sombreiro Clitoria
fairchildiana
nativa Set-mar/lilás Mai-jul/seco grande arredondada Praças,
avenidas,
parques
Oiti Licania tomentosa
(Benth.) Fristsch
Pe,Pi até
Mg
Jun-set /
branca
Jan - mar grande arredondada Praças,
avenidas,
parques
Crescimento lento
a médio, atria
fauna em geral
37. VIII. AÇÕES DO PLANEJAMENTO DO PROJETO DE ARBORIZAÇÃO
Formação de uma equipe responsável pelo projeto de arborização urbana,
sendo composta por técnicos ou até mesmo por voluntários da comunidade em
geral, com responsabilidades, experiência e capacitação específica.
IX. PLANTIO DE ÁRVORES
IX.1. Abertura de Covas e Preparo do local;
A cova deve ter dimensões mínimas de 0,60 x 0,60 x 0,60 m, devendo conter,
com folga, o torrão. Deve ser aberta de modo que a muda fique centralizada,
prevendo a manutenção da faixa de passagem de 1,20m. Caso o solo esteja muito
compactado ou com restos de entulho de construções, podem-se aumentar as
dimensões. As covas podem ser circulares, com diâmetro e profundidade de 0,60 m.
Todo entulho decorrente da quebra de passeio para abertura de cova deve
ser recolhido, e o perímetro da cova deve receber acabamento após o término do
plantio.
O solo de preenchimento da cova deve estar livre de entulho e lixo, sendo que
o solo inadequado – compactado, ou com excesso de entulho – deve ser substituído
por outro, com constituição, porosidade, estrutura e permeabilidade adequadas ao
bom desenvolvimento da muda plantada.
O solo ao redor da muda deve ser preparado de forma a criar condições para
a captação de água, e sempre que as características do passeio público permitem,
deve ser mantida área não impermeabilizada em torno das árvores na forma de
canteiro, faixa ou soluções similares. Porém, em qualquer situação deve ser mantida
área permeável de, no mínimo, 0,60 m de diâmetro ao redor da muda.
Normalmente, as vias públicas possuem solo de baixa fertilidade, devido à
compactação e restos de entulho acumulados, sendo impróprio para o plantio. Deve-
se retirar a terra do local e substituí-la por terra de boa qualidade, preparada com
esterco de curral ou composto orgânico, em partes iguais. Se possível, fazer uma
análise química do solo do local da cova para avaliar e indicar a adubação mais
adequada.
Sugestão de adubação orgânica da cova:
10 litros de esterco de curral curtido ou 5 litros de esterco de galinha ou 1 litro de torta de mamona
para 1 m³ de terra, ou seja, de 100 % da terra retirada da cova, separa-se 2/3 e mistura com 1/3 de
adubo orgânico.
Sugestão de adubação inorgânico da cova:
200 gramas de 4 - 14 – 8 (Nitrogênio: Fósforo: Potássio) ou 400 gramas de superfosfato simples, para
40 Kg de terra.
38. IX.2. Plantio da muda no local definitivo
As mudas devem ser sadias, selecionadas no viveiro e apresentar características
saudáveis, como:
• Vigor;
• Rusticidade;
• Resistência a intempéries, pragas e doenças;
• Caule único sem ramificações laterais;
• Altura mínima de 1,30m, livre de ramos;
• Embalagem adequada.
O plantio das mudas em áreas públicas deve ser feito no período de chuvas, de
preferência pela manhã, ou, no final da tarde, e nunca em horário que o sol esteja muito
forte, dando-se preferência aos dias nublados.
Em princípio, a embalagem da muda, se for biodegradável, não deve ser retirada.
Corta-se o fundo da embalagem, aparam-se as raízes com tesoura de poda, coloca-se a
muda com cuidado dentro da cova e acrescenta-se a terra aos poucos. Antes de colocar
a muda dentro da cova, a mesma deve ter sua quantidade de folhas reduzida à metade
de modo a evitar perda de água por transpiração, assim como estar bem centralizada
dentro da cova.
Se necessário, deve-se amparar a muda com tutor. O colo deve ficar no mesmo
nível da superfície; dependendo das condições da muda, o enterramento pode causar
morte futura. Fixar o tutor com a muda utilizando sisal ou outro material similar, de forma
que fique um oito deitado.
A muda deve ser assentada na cova, de maneira que não fiquem espaços vazios.
A cova já fechada deve, na superfície, ter as bordas elevadas; o solo, ao redor da muda,
deve ser preparado de forma a criar condições que possibilitem a permanência da água
da chuva. Este processo é denominado de embaciamento ou coroamento de contenção.
Após o plantio, a muda deve ser irrigada até sua completa consolidação.
O canteiro ideal para um bom desenvolvimento de árvores situadas em vias
públicas deve ter uma superfície suficiente que permita a entrada da água da chuva,
aeração do solo e futuras adubações. Este espaço deve ter no mínimo 1m² de área
(essa dimensão será variável, conforme o sistema radicular da espécie, base do tronco),
e ser preferencialmente coberto por gramado, livre da presença de ervas daninhas.
Determina-se que a distância entre a muda e o meio fio deva ser de 50 cm.
A muda deve ser retirada da embalagem com cuidado e apenas no momento
do plantio. O colo da muda deve ficar no nível da superfície do solo. A muda deve
39. ser amparada por tutor, quando necessário, fixando-se a ele por amarrio de sisal ou
similar, em forma de oito deitado, permitindo, porém, certa mobilidade.
A muda deve ser irrigada até sua completa consolidação.
IX.3. Protetores e Condutores das Mudas
Para evitar danos à muda plantada, utiliza-se alguns tipos de protetores para
ajudar no desenvolvimento da planta até que esta atinja sua fase jovem.
Tutores: devem ser fincados no fundo da cova, ao lado do torrão, sem prejudicar
o desenvolvimento das raízes. Os tutores servem para direcionar e sustentar a
planta, fazendo com que a mesma não perca o seu prumo. Podem ser de
madeira ou de bambu e ter as seguintes dimensões:
• Altura maior que 2,30 m, ficando no mínimo 0,50 cm até 1,0 m enterrado;
• Deve ter largura e espessura de 0,04 m x 0,04 m ± 0,01 m, podendo a secção
ser retangular ou circular, com a extremidade inferior pontiaguda para melhor
fixação ao solo;
• Acima do nível do solo, a altura deve ultrapassar o topo da muda;
• Diâmetro: maior ou igual a 0,40cm.
• As palmeiras e mudas com altura superior a 4,00 m devem ser amparadas
por 03 (três) tutores;
40. Mudas superiores a 4,00m devem ser amparadas por três tutores, que deverão
ser pontiagudos na sua extremidade inferior para serem fixados ao solo com mais
firmeza.
Gradis ou Protetores: cuja utilização é preconizada em áreas urbanas para
evitar danos mecânicos como a de animais, possíveis vandalismos e
depredações - principalmente ao tronco das árvores até sua completa
consolidação. Existem os mais diversos modelos, com seção quadrada,
triangular e circular, podendo ser feitos de madeira ou bambu. Devem atender
às seguintes especificações:
a) Ter uma área aberta, de maneira a não abafar as mudas, possibilitando a
livre penetração dos raios solares e o suficiente arejamento, garantindo seu
adequado desenvolvimento
b) Altura mínima, acima do nível do solo, de 1,60 m;
c) A área interna deve permitir inscrever um círculo com diâmetro maior ou
igual a 0,38 m;
d) As laterais devem permitir os tratos culturais;
e) Os protetores devem permanecer, no mínimo, por 02 (dois) anos, sendo
conservados em perfeitas condições;
f) Projetos de veiculação de propaganda nos protetores devem ser
submetidos à apreciação dos órgãos competentes.
IX.4. Irrigação
A vegetação deve ser irrigada abundantemente, sempre que necessário,
principalmente nos períodos de estiagem.
41. Sugestão para Irrigação:
• No verão, jogue água a cada dois dias, caso não esteja chovendo;
• Na estação seca, jogue água todos os dias
• Procure aguar pela manhã ou final da tarde;
• Evite o excesso de água, pois pode ser prejudicial.
IX.5. Tratamento fitossanitário
O tratamento fitossanitário deverá ser efetuado sempre que necessário, de
acordo com diagnóstico técnico e orientado pela legislação vigente sobre o assunto.
Este avaliará as mudas e emitirá um diagnóstico técnico, indicando o produto adequado
para cada caso. Por exemplo: ataque de formigas, de cochonilhas, pulgões, lagartas,
erva de passarinho, entre outros. Quando houver ataque de brocas, deve-se analisar em
que partes do vegetal a broca atacou, pois é preciso retirar toda a parte atacada. Se a
árvore estiver totalmente atacada será preciso erradicá-la e substituí-la por outra.
IX.6. Manutenção
Após o plantio, inicia-se a fase de manutenção e conservação. As mudas
plantadas devem ser regularmente observadas para que se possa avaliar o seu
desenvolvimento e tomar as medidas necessárias para a correção de distorções no
crescimento das mesmas.
Assim, deve-se verificar se está ocorrendo ataque de pragas e doenças,
ramificações indesejáveis, observar as condições dos gradis, tutores e amarrios,
para que os mesmos sejam substituídos caso estejam danificados.
IX.7. Adubação Complementar
Caso a muda esteja fraca, pode ser que esteja precisando de algum nutriente,
sendo necessário realizar uma adubação. Esse problema deve ser resolvido com
orientação de um técnico habilitado, que indicará o adubo correto a ser utilizado.
X. REPOSIÇÃO DE MUDAS E RENOVAÇÃO DE ÁRVORES
A reposição das mudas é essencial para manter e alcançar o efeito
paisagístico necessário. Recomenda-se que o replantio seja feito sempre que
houver perda de mudas, utilizando-se a mesma espécie que foi plantada
anteriormente ou outra espécie que seja adequada ao local e à região.
As árvores antigas plantadas em vias públicas que estiverem apresentando
sinais de degeneração por senescência, características de risco de queda, danos ao
patrimônio público, deformidade ou enfraquecimento por doenças, ataque de pragas,
podas sucessivas ou acidentes devem ser removidas por transplante e substituídas
por outra espécie adaptada à região.
Na renovação do plantio deve-se observar:
42. • O Plano Municipal de Arborização Urbana;
• A solução dos problemas que possam ter ocorrido durante o plantio anterior;
• As espécies nativas adequadas ao local.
XI. FATORES ESTÉTICOS
Não se recomenda, em nenhuma circunstância, a caiação ou pintura das
árvores, pois se trata de uma prática inadequada e que deve ser abolida.
É proibida a fixação de publicidade em árvores, pois além de ser antiestética,
tal prática prejudica a vegetação, conforme define a legislação vigente, Artigo n.º 108
da Lei n.º 858 de 31 de Dezembro de 1975 que Institui o Código de Postura do
Município de Aguaí.
No caso do uso de “Placas de Identificação” de mudas de árvores, essas
deverão ser amarradas com material extensível, em altura acessível à leitura,
devendo ser substituída conforme necessário.
Não se recomenda, sob o ponto de vista fitossanitário, a utilização de enfeites
e iluminação, como por ocasião de festas natalinas.
Recomendando-se, porém, enquanto não regulamentado, que quando dessa
prática, sejam tomados os devidos cuidados para evitar ferimentos à árvore, bem
como a imediata remoção desses enfeites ao término dos festejos.
XII. DISTÂNCIAS MÍNIMAS ENTRE AS ÁRVORES E OS EQUIPAMENTOS
URBANOS PRESENTES NAS CALÇADAS
Antes de verificar as distâncias mínimas é interessante atentar para as alturas de
serviços públicos.
Tabela 2: Alturas de Serviços Públicos
Serviços Altura
Poste 9 a 12 m
Condutor de Baixa Tensão 7,30 m
Condutor de Alta Tensão 8,20 a 9,40 m
Fio de Telefone 5,40 m
Como regra geral para o plantio de árvores em calçadas pode ser adotadas as
seguintes dimensões mínimas.
43. Tabela 3: Distanciamento
Distância Mínima em Relação a:
Características Máximas da Espécie
Pequeno
Porte
Médio Porte Grande Porte
Esquina (referenciada ao ponto de
encontro dos alinhamentos dos
lotes da quadra em que se situa)
5,00 m 5,00 m 5,00 m
Iluminação pública (1) (1) (1) e (2)
Postes 3,00 m 4,00 m 5,00 m (2)
Placas de identificação e
sinalizações
(3) (3) (3)
Equipamentos de segurança
(hidrantes)
1,00 m 2,00 m 3,00 m
Instalações subterrâneas (gás,
água, energia, telecomunicações
esgoto, drenagem)
1,00 m 1,00 m 1,00 m
Ramais de ligações subterrâneas 1,00 m 3,00 m 3,00 m
Mobiliário urbano (bancas,
cabines, guaritas, telefones)
2,00 m 2,00 m 3,00 m
Galerias 1,00 m 1,00 m 1,00 m
Caixas de inspeção (boca-de-lobo,
boca-de-leão, poço-de-visita,
bueiros, caixas de passagem)
2,00 m 2,00 m 3,00 m
Fachadas de edificação 2,40 m 2,40 m 3,00 m
Guia rebaixada, gárgula, borda de
faixa de pedestre 1,00 m 2,00 m 1,50R (5)
Transformadores 5,00 m 8,00 m 12,00 m
Espécies arbóreas 5,00 (4) 8,00 (4) 12,00 (4)
Notas:
(1) Evitar interferências com cone de iluminação.
(2) Sempre que necessário, a copa de árvores de grande porte deverá ser
conduzida (precocemente), através do trato cultural adequado, acima das fiações
aéreas e da iluminação pública.
(3) A visão dos usuários não deverá ser obstruída.
(4) Caso as espécies arbóreas sejam diferentes, poderá ser adotada a média
aritmética.
(5) Uma vez e meia o raio da circunferência circunscrita à base do tronco da árvore,
quando adulta, medida em metros.
44. XIII. PARÂMETROS PARA A ARBORIZAÇÃO DE ÁREAS LIVRES
PÚBLICAS
Para efeito de aplicação dessas normas, são caracterizadas como áreas
livres públicas praças, áreas remanescentes de desapropriação, parques e demais
áreas verdes destinadas à utilização pública.
A distância mínima em relação aos diversos elementos de referência existentes em
áreas livres públicas deverá obedecer a correspondência abaixo especificada.
Tabela 4: Distâncias de Serviços Públicos
Distância Mínima (m) para Árvores de:
Pequeno Porte Médio Porte Grande Porte
Instalações
Subterrâneas
1,0 1,0 1,0
Mobiliário Urbano 2,0 2,0 3,0
Galerias 1,0 1,0 1,0
Caixas de
Inspeção
2,0 2,0 3,0
Guia rebaixada,
faixas de
travessia
1,0 2,0 3,0
Transformadores 5,0 8,0 12,0
Vias Públicas - - 5,0
Nos locais onde já exista arborização, o projeto luminotécnico deve respeitar as
árvores, adequando postes e luminárias às condições locais. Nos locais onde não
existe iluminação nem arborização, deverá ser elaborado, pelos órgãos envolvidos,
projeto integrado.
45. O posicionamento da árvore não deverá obstruir a visão dos usuários em relação a
placas de identificação e sinalizações pré-existentes para orientação ao trânsito.
Tabela 5: Plantio de árvores em passeio público
Largura “P”
dos
Passeios (m)
Características
Máximas da
Espécie altura
máxima “h”
(m)
Distância “d” do Eixo
das Árvores ao meio
fio em relação ao raio
“R” da Circunferência
circunscrita na base
da árvore (m)
Porte das
Árvores sob
Fiação
P<1,50 - - -
1,50≤P<1,80 Pequeno porte
h = 5,00
d = (P – 1,20)/2 (1) Pequeno porte
1,80≤P<2,40 Pequeno porte
h = 5,00
d≥0,30 Pequeno porte
2,00≤P<2,40 Médio porte
h = 8,00
d≥0,30 e d = 1,50R Pequeno porte
2,40≤P<3,00 Médio e Grande
porte h = 12,00
d≥0,30 e d = 1,50R Pequeno porte
(2)
P≥3,00 Grande porte
h > 12,00
(2) e (3)
Notas:
(1) A cova deverá ter seção retangular de 2d x 0,60 m quando não houver
possibilidade de utilização de grelhas ou pisos drenantes.
(2) Evitar interferências com cone de iluminação.
(3) Sempre que necessário, a copa de árvores de grande porte deverá ser
conduzida (precocemente), através do trato cultural adequado, acima das fiações
aéreas e da iluminação pública.
As árvores deverão ser plantadas de forma que suas copas não venham a interferir
no cone de luz projetado pelas luminárias públicas.
46. XIV. MANEJO
Após o plantio inicia-se o período de manutenção e conservação, quando
deverá se cuidar da irrigação, das adubações de restituição, das podas, da
manutenção da permeabilidade dos canteiros ou faixas, de tratamento fitossanitário
e, por fim, e se necessário, da renovação do plantio, seja em razão de acidentes ou
maus tratos.
As podas de limpeza e formação nas mudas plantadas deverão ser realizadas
da seguinte forma:
a- Poda de Formação: retirada dos ramos laterais ou “ladrões” da muda,
para conferir à árvore uma forma adequada durante o seu
desenvolvimento;
b- Poda de Limpeza: remoção de galhos secos ou doentes. Nesta poda,
procura-se serrar os galhos sempre rentes ao tronco ou rente aos galhos
mais grossos de onde partem. A poda de limpeza é importante para
reduzir a disponibilidade de alimento para cupins, diminuindo sua
infestação na cidade;
c- Poda de elevação da base da copa: tem a finalidade de remover galhos
pendentes ou que interfiram com demais usos nos passeios e áreas
públicas. Também deve ser feito com critério, sem causar o desequilíbrio
da árvore;
d- Poda de contenção: serve para conter a copa da árvore abaixo dos fios
elétricos e telefônicos. Este tipo de poda não é recomendado para
espécies de grande porte, podendo comprometer a saúde e longevidade
da árvore. É importante saber que esse tipo de poda requer manutenção
constante, tendo em vista que o crescimento da árvore mantém-se
enquanto ela estiver viva.
47. Os ramos secos/senis, doentes, praguejados ou parasitados podem, em
algumas circunstâncias, ter dimensões acima de 5 cm. Para esses casos, a poda
deverá ser executada em 3 cortes.
Através do posicionamento do primeiro e segundo corte e do auxílio de
cordas, é possível direcionar a queda do ramo, desviando de obstáculos como fios e
edificações.
O terceiro corte deve preservar o colar e a crista da casca intactos.
O corte de ramos de grandes dimensões sem a utilização dos três cortes
danifica o tronco, pois provoca o descascamento ou remoção de lascas do lenho
logo abaixo do ramo. Esses ferimentos são portas de entrada para patógenos.
Quando não há necessidade de remoção total do galho, o corte pode ser
realizado logo acima de uma gema, ou no seu ponto de inserção sobre o ramo
principal, ou ainda na axila de uma de suas ramificações.
É imprescindível admitir que a arquitetura de uma árvore plantada
isoladamente é diferente de quando o indivíduo arbóreo cresce em uma floresta.
Assim, é preciso conhecer previamente uma árvore saudável para definir com maior
precisão a necessidade e o momento da intervenção (poda) bem como as partes a
serem eliminadas. Desta forma pode-se prolongar o “Tempo de Residência” de
espécies arbóreas nos vários nichos urbanos onde estão inseridas, considerando-se
todos os fatores ambientais imediatos que regem o seu desenvolvimento (poluição,
ação predatória, choques mecânicos, aeração do solo etc.).
O padrão de desenvolvimento de uma árvore é dado pela longevidade e
direção do meristema apical. Este meristema, tendo crescimento indefinido em
altura, origina tronco vertical reto (monopodial). Quando este meristema tem vida
limitada, desenvolvem-se meristemas laterais, originando troncos simpodiais. Por
outro lado, quando os meristemas crescem para cima, verticalmente, o crescimento
é dito ortotrópico. Em espécies cujos meristemas crescem horizontalmente, o
crescimento é chamado plagiotrópico.
48. Crescimento Monopoidal Crescimento Simpodial
Sob esse foco, a poda deve ser executada para conduzir a parte aérea (copa)
de uma árvore no sentido de ocupar o espaço disponível e apenas
excepcionalmente para reduzir ou delimitar o seu volume. Assim, evita-se que a
mesma seja “mutilada” por podas drásticas ou executadas com imperícia.
As podas são executadas desde a formação até a morte da planta, quando
correções se fazem necessárias para a manutenção da integridade da mesma e
inserção no ambiente urbano.
XIV.1. Época de Poda
A época ideal de poda varia com o padrão de repouso de cada espécie. Nas
espécies utilizadas na arborização urbana, podem ser reconhecidos três diferentes
tipos de repouso:
• Espécies com repouso real: são espécies decíduas que entram em repouso
após a perda das folhas. A melhor época para a poda é compreendida entre
o início do período vegetativo e o início do florescimento. A época em que a
poda mostra-se mais prejudicial à planta é compreendida entre o período de
pleno florescimento e o de frutificação.
49. • Espécies com repouso falso: são espécies caducifólias que não entram em
repouso após a perda das folhas. Para essas espécies, a melhor época para
a poda é compreendida entre o final do florescimento e o início do período
vegetativo. A época em que a poda mostra-se mais prejudicial à planta é
compreendida entre o período de repouso e o de pleno florescimento. Nas
situações em que se queira coletar frutos ou sementes, a poda pode ser
postergada para o final da frutificação sem grandes prejuízos para as
espécies que apresentam este padrão de repouso.
• Espécie sem repouso aparente (ou de folhagem permanente): são
espécies perenifólias, que apresentam manifestações externas de repouso
de difícil observação. Para essas espécies, a melhor época para a poda é
compreendida entre o final do florescimento e o início da frutificação. A época
em que a poda mostra-se mais prejudicial à planta é a compreendida entre o
período de repouso e o início vegetativo.
50. XIV.2. Podas de árvores em logradouros públicos
Quando a operação de poda for realizada em vias públicas, devemos tomar
certos cuidados adicionais. A área de trabalho deve ser isolada com fitas plásticas
de cores chamativas, cone e placas de sinalização para proteger os operadores
concentrados no trabalho e também para garantira segurança de pedestres/veículos
e animais. É aconselhável que todos os envolvidos na operação de poda de árvores
em locais públicos utilizem coletes refletores para facilitar a sua visualização. Para
que a poda seja realizada em logradouros públicos é importante atender a legislação
vigente.
A poda aplicada a um ramo vital, de dimensão superior a 5cm, que não está
preparado pela planta para a remoção, deve ser realizada sempre que possível em
duas etapas.
Na primeira etapa, o ramo é cortado à distância de 0,5m a 1,0m do tronco.
Esse primeiro corte debilitará o ramo e ativará os mecanismos de defesa.
Na segunda, um ou dois períodos vegetativos após o primeiro corte, é
concluída a remoção do ramo cortando-o junto ao tronco, sempre mantendo intactos
a crista de casca e o colar da base do ramo.
XIV.3. Poda de raiz
O afloramento de raízes, nas situações em que não é uma característica da
espécie, é motivado pela redução da aeração da camada superficial do solo, quer
pela impermeabilização ou compactação do solo, quer pela existência de lençol
freático alto, entre outros motivos.
A poda de raiz tem sido empregada para solucionar os transtornos causados
pelo afloramento de raízes. No entanto, esta prática deve ser evitada na arborização
urbana, principalmente por comprometer a estabilidade da árvore, além de diminuir a
absorção de água e sais minerais e criar uma área de contaminação que poderá,
mais tarde, comprometer toda a estrutura da árvore.
Quando inevitável, a poda da raiz, pelo risco que representa, deve ser aplicada com
muito critério, sempre acompanhada por um profissional habilitado e observando
algumas recomendações básicas:
51. • Evitar o corte de raízes grossas (com diâmetro entre 10 mm e 20 mm) e
raízes fortes (com diâmetro superior a 20 mm). Quanto maior a quantidade de
raízes eliminadas, maior o comprometimento da estabilidade;
• Não eliminar raízes ao redor de toda a árvore. Quanto maior a quantidade de
raízes eliminadas, maior o comprometimento da estabilidade;
• Não realizar corte de raízes próximo ao tronco. O corte deve ser realizado a
uma distância mínima de 50 cm do tronco da árvore;
• Expor a raiz que será cortada. Antes de realizar o corte, deve ser aberta uma
valeta, manual e cuidadosamente, para expor a raiz e permitir a realização de
um corte liso, sem danos a quaisquer de suas partes;
• Não realizar o corte de raízes com ferramentas de impacto (facão, machado
etc.). O corte de raízes deve ser realizado com serra bem afiada, sendo o
primeiro corte na extremidade próxima à árvore e o segundo na outra
extremidade;
• Proteger as raízes do solo e do ressecamento.
XIV.4. Avifauna e Poda
Muitas vezes a nidificação das aves não é equacionada durante o processo
de poda das árvores. É importante lembrar que pela Lei de Crimes Ambientais (lei
96205/98, art.29, x 1º incisos I e II), tanto as aves silvestres quanto seus ninhos
estão protegidos e, portanto, não podem ser removidos. Dessa forma, o correto é
evitar a poda das árvores que estiverem sendo utilizadas para a reprodução das
aves, salvo os casos de poda emergencial, onde o manejo não pode ser adiado e
seria plenamente justificado.
XIV.5. Ferramentas adequadas para serviços de poda
Para que a poda seja bem feita é importante utilizar ferramentas adequadas.
As ferramentas mais utilizadas nos serviços de poda de árvores são:
Tesouras de poda: para cortar galhos finos, com diâmetro de até 2
centímetros. São usados manualmente na poda de formação e no
acabamento das podas de manutenção e de limpeza.
52. Tesouras de poda de cabo longo e podão: para corte de galhos com
espessura entre 1,5 e 2,5 centímetros. É formado por uma tesoura de
poda montada sobre haste e acionadas por cordel, sendo útil nas árvores
adultas, em poda de conformação.
Serras manuais: para o corte de galhos com diâmetro entre 2,5 e 15
centímetros. Existem vários tipos de serras manuais com características
distintas, destacando-se dentre elas:
a. Serra de lâmina rígida: a lâmina é mais larga, exigindo maior esforço do
operador. Permitindo acesso a forquilhas mais fechadas. A lâmina pode
ser reta ou curva.
b. Serra de arco: lâmina mais fina, facilitando a operação de corte.
Necessitam mais espaço para o corte.
XIV.6. Extração de Árvores Urbanas
Há situações na cidade em que algumas árvores estão tão velhas ou doentes
que é preciso extraí-las, ou seja, retirá-las por inteiro, inclusive suas raízes. São
casos em que há o risco de árvore cair por força da chuva ou do vento forte. Há
também de risco envolvendo espécies de grande porte que, plantadas em locais
inadequados, podem, por exemplo, causas danos a residência ou ao patrimônio
53. público. Nesses casos, a melhor medida é retirar a árvore e substituí-la por uma
espécie menor.
Para uma extração correta não se deve deixar parte do tronco rente ao chão e
as raízes devem ser removidas totalmente. Isso é necessário para manter a
segurança do passeio público e liberar o canteiro para o plantio de outra muda.
Nenhuma pessoa deve extrair árvores na cidade sem a autorização que é
obtida junto a Prefeitura Municipal através de seu órgão competente, baseado na Lei
N°1.506 de 30 de Junho de 1.993.
XIV.7. Resíduos do Manejo da Arborização Urbana
As sobras de podas e de remoções de árvores no meio urbano podem
receber uma destinação ecológica, no sentido de serem transformadas em matéria-
prima para produção de adubo orgânico e cavaco para fabricação de madeira
prensada. Para que isso ocorra é necessário um triturador de galhos mecânico.
No caso do adubo pode ser obtido da seguinte maneira:
• Tritura a folhagem, ramos e galhos;
• Dispõe o material triturado em camadas alternadas com esterco bovino ou
eqüino;
• Acrescentam-se minhocas;
• Espera aproximadamente 90 dias quando são retiradas as minhocas e o
material é peneirado;
• Use o composto na produção de mudas e adubação de plantas utilizadas na
arborização urbana.
Ao invés de serem transformados em adubos, alguns galhos e troncos podem ser
úteis na carpintaria, para artesanatos ou como fonte de energia
XV. AUTORIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO MUNICIPAL
De acordo com o Capítulo III, artigo 14º da Lei Municipal n.º 1.506 de 30 de
Junho de 1.993, as extrações de árvores na área urbana necessitam de autorização
da Prefeitura Municipal nos seguintes casos:
• Quando localizadas em logradouros públicos, inclusive nas calçadas;
• Quando isoladas em terrenos ou glebas particulares, na zona rural;
• Em terreno a ser edificado, quando o corte for indispensável à realização da
obra, a critério da Prefeitura Municipal;
• Quando o estado fitossanitário da árvore justificar;
• Quando a árvore ou parte desta apresentar risco iminente de queda;
• Nos casos em que a árvores esteja causando comprováveis danos
permanentes ao patrimônio público privado;
• Nos casos em que a árvore constitua obstáculo fisicamente incontrolável ao
acesso de veículos;
54. • Quando o plantio irregular ou a programação espontânea de espécimes
arbóreos impossibilitar o desenvolvimento adequado de árvores vizinha.
XV.1. Situações em que não é Necessária a Autorização do Poder Público
Municipal
A poda de árvores localizadas em logradouros públicos ou em propriedades
particulares não precisa ser autorizada pela Prefeitura Municipal. No entanto, ela
deve ser efetuada adequadamente, de forma a não prejudicar a árvore, e executada
por pessoa credenciada.
XVI. PROGRAMAS DO PLANO DE ARBORIZAÇÃO URBANA
XVI.1 Programa Adote uma Praça
A partir da Lei Municipal n.º 1.720 de 14 de junho de 1999 que “Institui o
Programa ‘Adote o Verde’ no Município de Aguaí”, visamos firmar convênios com
pessoas jurídicas para o “Programa Adote uma Praça” que está destinado ás
empresa que queiram recuperar, conservar, cuidar do patrimônio de praças públicas,
jardins e áreas verdes, que serão desenvolvidas e apoiadas pelo “Plano Municipal
de Arborização Urbana”, ficando a empresa com autonomia para adotar o tipo de
arborização e/ou jardinagem, observando projetos básicos civis do Departamento de
Obras e Planejamento (para não atrapalhar os locais de futuras passarelas e/ou
obras da praça) e do Departamento de Desenvolvimento Econômico, Divisão de
Agricultura e Meio Ambiente (para que não haja plantio de algumas espécies que
causaria danos ao meio ambiente).
XVII. AÇÕES DE PLANEJAMENTO DO PLANO MUNICIPAL DE ARBORIZAÇÃO
URBANA
XVII.1 Formação da equipe responsável pelo projeto
O projeto necessitará de uma equipe competente, preparada para cuidar do
planejamento, do plantio e da manutenção de arborização, com responsabilidades
perfeitamente definidas, formação adequada, experiência e treinamentos periódicos.
XVII.2 Relações dos locais a ser plantados
O projeto visa arborizar por inteiro o município de Aguaí, sendo as ruas,
praças, jardins, quintais e mata ciliares existentes na área urbana, sempre atentando
55. para o uso de espécies adequadas a cada local e preferencialmente nativas da
região.
Faz parte do “Plano Diretor de Arborização Urbano” a arborização de quinze ruas,
sendo que três desta encontram-se no mesmo sentido, sendo elas:
Rua Espécie Comprimento Qde Mudas
Wilson Barbosa Braga Pata de Vaca Rosa e Roxa 1624 m 270
Valins Flamboyanzinho 2708 m 451
Francisco Guilherme Resedá Extremosa 2016 m 336
Major Braga Aguaí 1885 m 314
Ruas Consolação e Drs Paulo e Rodolfo Lanzone Escova de Garrafa 1650 m 275
13 de Maio e Elias Fonte Rodrigues Astrapéia 1772 m 295
Capitão Silva Borges Hibisco Vermelho e Branco 1593 m 265
XV de Novembro Chuva de Ouro 1688 m 281
Joaquim José e Dr. Waldomiro Osório Valim Oiti 1685 m 280
Sete de Setembro Manacá-da-Serra 1760m 293
General Osório e Milton José Cézar Rezende Grumixama 2493 m 415
Barão do Rio Branco Cambuci 1820 m 303
TOTAL 22.694,00 m 4532
XVII.3. Cadastro de Arborização
Para o sucesso da arborização urbana é muito importante ter um cadastro
atualizado com as espécies existentes na cidade, com dados tais como: localização,
espécie, idade, porte, condições fitossanitárias, melhor época para podar etc.
Este processo, bem orientado por profissionais da área, poderá dar uma base
científica a todos os componentes referentes às espécies da arborização urbana,
além de otimizar os custos com podas de árvores.
XVII.4. Divulgação para Arborização
Será divulgado através dos meios de comunicação local e por meio de
reuniões com as associações empresariais e com Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural de Aguaí.
XVII.5. Parcerias em projetos e ações de arborização urbana
Empresas, escolas, organizações não governamentais e outras entidades que
desejem implementar ações ou projetos relacionados à arborização da cidade,
devem procurar a Prefeitura Municipal por meio do Departamento de
Desenvolvimento Econômico Divisão de Agricultura e Meio Ambiente.
XVII.6. Cronograma do Projeto de Arborização Urbana
O cronograma do Projeto de Arborização Urbana exige um trabalho constante
de monitoramento e recomposição.
56. XVIII. Considerações finais
Mesmo atualmente, árvores das ruas e avenidas continuam sendo
danificadas, mutiladas, ou mesmo eliminadas, quando se trata de reformas urbanas
como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede
elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo
institucionais.
As árvores podadas têm seu aspecto original e jamais satisfarão as
exigências impostas pela estética e ciência, embora possam satisfazer às exigências
que lhes são feitas pela salubridade pública. Portanto, é bom que tenhamos árvores
com seu porte natural, e para tê-las, é necessários que lhe proporcionemos o
espaço correspondente á sua natureza e um trabalho constantes de educação para
sensibilização da população quanto a sua importância.
Na renovação do plantio deve-se observar o “Plano Diretor de Arborização
Urbano”, a solução dos problemas anteriores que possam ter ocorrido durante o
plantio anterior e as espécies nativas adequadas ao local.
XIX. Conclusão
Conclui-se que as vantagens tantos ambientais como socioeconômicas são
enormes, principalmente para saúde do planeta e também à população.
Embora sejam inúmeros os benefícios proporcionados pelas árvores, o
reconhecimento histórico pela população brasileira tem deixado a desejar.
57. XX. Referencia Bibliográficas
FURTADO, A.E; MELHO FILHO, L.E. A interação micro clima, paisagismo e
arquitetura. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.7,
n, 3.,p9,1999.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras, Vol.1. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas
Árvores Nativas do Brasil. Editora Plantum
LORENZI, H. Árvores Brasileiras, Vol.2. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas
Árvores Nativas do Brasil. Editora Plantum
LORENZI, H. Árvores Exóticas do Brasil, madeiras, ornamentais e aromáticas.
Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Árvores Nativas do Brasil. Editora
Plantum
Manual Prático de Poda e Arborização Urbana, Apromac Cianorte, janeiro de 2001.
Guia de Arborização Urbana. Diretoria de Gestão de Ativo Departamento de
Planejamento dos Investimentos Unidade de Meio Ambiente, 2002
Manual Técnico de Arborização Urbana. 2°Edição 2005
BIANCHI, C.G.1989. Caracterização e análises das áreas verdes urbanas de
Jaboticabal-Sp.
Monografia (Graduação) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Universidade Estadual Paulista “JÚLIO DE MESQUITO FILHO”. Jaboticabal, SP.
56p.
Luiz Eduardo Magalhães. PROJETO DE ARBORIZAÇÃO URBANA. Setembro de
2009.
Pedrosa, J.B. Arborização de cidades e rodovias. Belo Horizonte: IEF, 1983.64 p.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO Manual Técnico de Arborização
Urbana. Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. 2002.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO Manual Técnico de Poda de Árvores.
Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. 2003.