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Instituto Superior de Ciências Educativas
Porto do Funchal
Estudo de Caso
Licenciatura em Turismo
UC: Logística
3.º Ano – 1.º Semestre
Docentes:
Dr. António Pessoa
Dr. Emanuel Romeu Furtado
Carlos Alberto Ferreira Pereira de Abreu
N.º 40109 - TB
Porto do Funchal
Resumo:
A Região Autónoma Madeira, destino turístico por excelência, é procurada pelas suas
características únicas, potenciando desta forma as suas capacidades naturais e
demonstrando as suas preciosidades, de uma ilha descoberta quase há 600 anos
(celebra-se em 2019), e com a sua principal cidade, o Funchal, já com 500 anos.
Quem visita a ilha da Madeira tem uma variedade de actividades para desfrutar e muitas
formas para ocupar a sua estadia.
Atendendo a que a principal “pasta” económica desta Região ser o Turismo, pretendo
com este estudo, compreender a importância do sistema de logística na movimentação
dos navios do Porto do Funchal.
Este estudo também abordará a sua dinâmica e a sua evolução ao longo do tempo.
Também abordarei os navios e companhias que nos visitam com maior frequência.
Mais importante e atendendo à sazonalidade existente neste destino, é de real
importância o aumento do Porto do Funchal para ultrapassar essa “falha”. Demonstrarei
que o aumento será imprescindível na captação de navios de cruzeiro, implicando
logicamente com isso o aumento de pessoas que visitam a Região.
Abstrat:
The Madeira autonomous region, Portugal, tourist destination par excellence, is sought
after for its unique characteristics, thereby enhancing their skills and exposing their
natural treasures, an island discovered almost 600 years ago (will be celebrated in 2019)
and its main city, Funchal, with already 500 years. Those who visit the island of
Madeira, has a variety of activities to enjoy and many ways to occupy their time.
Once the main source of economic revenue is tourism, I intend to study and understand
the importance of the logistics system, movement of ships in the port of Funchal, both
the arrivals and the departures, and the treatment of passengers, whether as visitors or
turn-around, to see if the logistics organization has any influence in their own destiny.
This study will also approach its dynamics and its evolution over time.
It will bring out the ships and companies that visit us more often and the relevance that
delivers to the development of the tourism in the Island.
- I -
Porto do Funchal
I will compare as well the evolution of traffic between Port of Funchal and Ponta
Delgada, Azores.
I will highlight the importance of the extension of the Port of Funchal. Considering that
the Island has a seasonality of tourism this measure will increase the traffic of ships and
fill the low seasons.
Palavras chave:
Logística; Procedimentos; Porto do Funchal; Sazonalidade, Região Autónoma da
Madeira; Navios; Cruzeiros; Passeios.
- II -
Porto do Funchal
Índice
Resumo/Abstract ---------------------------------------------------------------------------- I - II
1. Introdução ------------------------------------------------------------------------------------- 1
2. A Logística no Turismo --------------------------------------------------------------------- 1
2.1. Nível de Serviços --------------------------------------------------------------------------- 2
2.2. Evolução Cronológica---------------------------------------------------------------------- 4
3. Estudo de Caso ------------------------------------------------------------------------------- 5
3.1. Porto do Funchal – evolução histórica -------------------------------------------------- 5
3.2. Logística dos Portos do Funchal --------------------------------------------------------- 6
3.2.1. JUP ----------------------------------------------------------------------------------------10
3.3. Registo anual de escalas -----------------------------------------------------------------12
3.4. Registo anual de passageiros ------------------------------------------------------------13
3.4.1. Passageiros em trânsito ----------------------------------------------------------------13
3.4.2. Passageiros em turnaround ------------------------------------------------------------14
3.5. Operadores e companhias de navegação -----------------------------------------------14
4. Entrevistas
4.1. Vogal do Conselho de Administração ---------------------------------------------16
4.2. Presidente do Conselho de Administração ----------------------------------------18
5. Conclusão ------------------------------------------------------------------------------------20
Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------------22
Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------23
Porto do Funchal
1. Introdução
No âmbito da unidade curricular de Logística, foi-me solicitado a elaboração de um
estudo de caso. O trabalho que apresento, tem como tema “Aumento e logística do
Porto do Funchal” tendo como principal finalidade a necessidade do aumento e a
compreensão das acções verificadas no tratamento logístico. Segundo Crespo Carvalho1
o conceito actual de logística, acrescenta valor, permite diferenciação, cria vantagem
competitiva, aumenta a produtividade e rendibiliza a organização.
Com isto, quero demonstrar que e segundo Crespo Carvalho1
, a logística hoje em dia é
mais do que distribuição física, mais que simples abastecimentos, mais toda a
informação, integração de fluxos nacionais e internacionais.
Abordarei a evolução de logística, bem como a evolução histórica do Porto do Funchal.
Como não poderia deixar de fazer, demonstrarei a logística utilizada nas várias vertentes
e na organização das escalas dos navios.
Penso que também, não menos importante, falarei um pouco sobre operadores e
companhias de navegação. Do mesmo modo, pretendo fazer uma entrevista a dois dos
responsáveis pelos Portos do Funchal para que me explique tudo no que diz respeito a
essa logística e aumento da capacidade de navios de cruzeiro.
Após a realização do trabalho, farei as minhas considerações finais sobre o estudo
elaborado.
2. A logística no Turismo
O mercado do turismo na Região Autónoma da Madeira e como depreendemos, é a sua
principal economia. Atendendo a esse facto, o papel da logística é fundamental para que
a produção turística seja constante, sempre na procura da excelência na oferta de
serviços. No caso específico que estou a tratar, o Turismo de Cruzeiros tudo tem que ser
preparado ao pormenor para que, as pessoas (turistas) sintam-se como se estivessem
- 1 -
_____________________________________________________________________
1
CARVALHO, y.m. Crespo. (LOGISTICA 2003) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1, pag. 31
Porto do Funchal
em suas casas. O papel do Agente de Viagens é fundamental quando o passageiro
adquire a sua viagem de sonho, sendo que a logística existente entre o Armador, Portos,
Passageiros, Tripulações, etc. tem que ser vista e revista ao pormenor, para que nada
falhe. Claro que esta parte da logística diz respeito, diretamente, ao referido Agente de
Viagens.
Nós, como Porto de acolhimento, não podemos descurar deste trabalho anteriormente
feito e temos que dar continuidade a esta lógica. O turismo é feito por pessoas e é para
pessoas. Sair da rotina de suas casas, de suas terras, das suas culturas, é concerteza o
objetivo. A chegada a um Porto de destino obriga a uma logística, tanto no espaço
informativo como no espaço físico, fundamental para que as operações de desembarque,
embarque ou mesmo de check in sejam o mais eficiente possível. Tudo deve ser
programado ao mais pequeno pormenor, para que o turista, nesta saída de sua casa,
tenha resposta eficiente à mais simples pergunta, e no fundo, não estando em casa,
sinta-se em casa, num lugar diferente. Logística antevê e prevê todas estas situações,
deixando surpresas desagradáveis fora de todo o processo.
2.1. – Nível de Serviços
Não podemos esquecer que a palavra “conforto” é palavra fundamental no pensamento
de um turista. “Olhar a meios” para atingir os fins é primordial para alcançar os
objetivos a que nos propomos. A oferta turística da RAM, tem como princípio básico a
excelência. A perfeição existe e cabe-nos agora, a nós, fazer esta longa caminhada com
intuito de “encontrar essa excelência”.
R.H. Ballou2
transmitiu-nos o seguinte:
“Uma visão mais moderna reconhece que a escolha do cliente é influenciada
pelos vários níveis de serviços oferecidos. Pode ser um elemento
promocional tão importante quanto desconto de preços, propaganda, vendas
personalizadas ou termos de vendas favoráveis”
- 2 -
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2
(BALLOU, R. H. Logística Empresarial, 1993). 1.ª Edição, Ed Atlas – Nível de Serviço, pag. 76
Porto do Funchal
Como podemos observar, a logística é aquele meio, aquela visão imprescindível do
produto final. O cliente pergunta, tem logo resposta. O cliente faz a viagem e tudo
corresponde às suas expetativas.
Não é por acaso que o autor2
referenciado anteriormente, nos diz:
“Quando não existe nível de serviço entre comprador e fornecedor ou este é
muito ruim, pouca ou nenhuma venda é gerada”
Fundamental é gerar receitas. O nível de serviço até pode aumentar um pouco, mas
nunca pela introdução da própria logística. Claro que esta tem tendência a aumentar
quando os níveis de serviço sobem a níveis superiores, mas acredita-se e demonstra-se
que as receitas aumentam e os serviços de logística aumentam a um nível inferior.
BALOU, R.H. Logística Empresarial, 1993. 1.ª Edição Ed. Atlas Pag. 79
Tão importante como a parte física é a parte informal. O nível de serviço
obrigatoriamente passa por essa informação. Tudo tem que estar cruzado conforme
demonstrei anteriormente pelo uso do sistema JUP. Transparência e eficiência serão
mais do que fundamentais para uma excelência, e porque não, para a excelência no
próprio nível de serviço.
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_____________________________________________________________________
2
(BALLOU, R. H. Logística Empresarial, 1993). 1.ª Edição, Ed Atlas – Nível de Serviço, pag. 77
Porto do Funchal
2.2. Evolução cronológica
Destacando de novo autor Crespo Carvalho3
desde há muitos anos, no tempo da escola
Aristotélica se falava em logística:
“…estes faziam a distinção entre o raciocínio correcto determinado pela
dedução e analogia, utilizando como instrumento as palavras frase, a que
chamavam lógica, e o raciocínio do mesmo tipo mas baseado em algarismos
e símbolos matemáticos, a que chamavam logística…”
Mais tarde, aparece no mundo empresarial, sempre na vertente da organização de stock,
mas antes dessa situação, a logística era vista numa vertente militar4
:
“…há que enfatizar, de facto, que muito antes do homem de negócios se
aperceber da dimensão e centralidade da logística no mundo empresaria já o
estratego militar usava para movimentar exércitos, travar batalhas e averbar
vitórias…”
Só em 1837, Jomini, levantou a questão sobre a verdadeira definição de logística no
sentido se ser uma ciência formando um aparte essencial na arte da guerra.
Nos tempos actuais, a logística continua a ser uma parte fundamental no meio militar.
A evolução do conceito de logística acontece e no início do séc. XX. No ano de 1901,
foi encontrado um texto de John Crowell que associava custos e distribuição de
produtos farmacêuticos4
.
Ao longo dos anos, já em pleno século XX, a evolução do conceito de logística é
enorme, sendo de importância fundamental para qualquer negócio:
“... um dos aspectos mais da logística na actualidade, ou seja, a sua ligação
essencial à estratégia. A visão estritamente operacional deve ser
abandonada. A logística pode fazer a diferença entre o sucesso e o
fracasso…”
- 4 -
_____________________________________________________________________
3
CARVALHO, y.m. Crespo. (LOGISTICA 2002) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1 - LOGÍSTICA, pag. 19
4
(CARVALHO, Y.M. Crespo – 2002). 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1 - LOGÍSTICA, pag. 20
Porto do Funchal
Actualmente e segundo o mesmo autor5
, o conceito actual de logística e passo a citar:
“… Desta forma, será fácil constactar que logística hoje é mais do que
apenas distribuição física. É mais do que simples gestão de materiais. É
mais do que simples (re)abastecimento. É tudo isso. E mais toda a
informação. Para integrar ambos os fluxos, físicos e informacionais.
Numa rede (network) de fluxos físicos e informacionais.
3. Estudo de caso
3.1 Portos do Funchal - evolução histórica
Já desde os inícios do séc. XVI que o Funchal mantinha contactos com outros portos no
mundo, nomeadamente portos europeus e portos africanos.
O motivo deste contacto era, principalmente, pela importante produção de cana-de-
açúcar, produzida cá na Ilha que estava já registada desde os portos do mar Báltico aos
do Mediterrâneo, havendo especial referência no mercado de Flandres.
Como podemos constatar, o Porto do Funchal, era de passagem quase obrigatória, desde
as primeiras armadas dos descobrimentos, bem como das rotas comerciais mais
desenvolvidas.
Agravou-se um pouco esta situação, pelo motivo da decadência do açúcar e as armadas
começaram a fazer desvio para os Açores. Então, em finais do séc. XVI o Funchal
reformula a sua posição no quadro do atlântico, conseguindo manter-se como um
entreposto comercial, beneficiando-se através do tráfico da prata no mundo.
Mais tarde e dando um salto na história, em 1756, por carta régia de José I de Portugal e
atendendo à importância do Funchal, deram-se início às obras de construção de um
Porto de Abrigo no Funchal. Assim, nasceu até ao Forte de São José, o primeiro cais de
embarque, cuja obra foi finalizada em 1762.
- 5 -
_____________________________________________________________________
5
(CARVALHO, Y.M. Crespo – 2002) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1 - LOGÍSTICA, pag. 31
Porto do Funchal
Passados 182 anos, em 1890, foi feita a primeira ligação ao Forte de Nossa Senhora da
Conceição com o aumento da área de atracagem. Note-se que esta obra de aumento foi
fustigada pelo mau tempo e durante algum período teve obras de recuperação.
Havendo necessidade de criação de um organismo gestor da área portuária (logística),
em 1913 foi criada a Junta Autónoma de Obras do Porto do Funchal.
Em 1939, houve lugar a novo aumento na ordem dos 317 metros. Mais tarde e
atendendo às crescentes necessidades, em 1961 concluiu-se outra obra de
prolongamento, em mais de 457 metros. Foi nesta data que foram criadas algumas infra-
estruturas fundamentais para o desenvolvimento que hoje assistimos. Em 2004, foi
aprovado o Plano Director do Porto do Funchal, onde foi definido o futuro do Porto do
Funchal que seria exclusivamente dedicado a Turismo de Cruzeiro e Actividades
Náuticas.
2.2 Logística do PF
No organograma da APRAM, Administração dos Portos da Região Autónoma da
Madeira, SA, o seu Conselho de Administração inclui 18 departamentos. Quanto ao
número de funcionários que dão apoio a toda esta logística, são 172, podemos observar
estes dados na Fig.8 dos anexos apresentados.
O regular funcionamento de um terminal de navios obriga à interacção dos vários
intervenientes, tais como Agentes de Navegação, Armadores (proprietários dos navios)
e o próprio terminal, Porto.
A coordenação é realizada entre o Agente e o Armador que com a disponibilidade do
terminal torna efectiva a realização da escala pretendida.
É utilizado o sistema JUP - Janela Única Portuária, que considero, essencialmente uma
intranet, onde é disponibilizado o acesso a todos os intervenientes na realização duma
operação desta natureza, nomeadamente a GNR- Guarda Nacional Republicana, o SEF-
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Porto do Funchal
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Alfandega, Policia Marítima e P.S.P (mais para
regularização do trânsito dentro do Porto do Funchal).
Diagrama canais de distribuição – desembarque de
passageiros – espaço físico (elaborado pelo próprio)
Estas entidades observam e fiscalizam todas as operações realizadas pelo Agente que,
através do sistema informático JUB, faculta toda a informação sobre o navio desde,
Lista de Passageiros e Tripulantes; hora de amarração; tempo de permanência;
necessidades de disponibilização de serviços do Porto, tais como: fornecimento de água
e/ou combustível, descarga de lixo, descarga de óleos residuais, a tudo o mais
necessário, seja no âmbito de emergências e/ou ocorrências inesperadas, mais
propriamente serviços de urgência que engloba ambulâncias para transporte de
passageiros para assistência medica.
Todas estas informações são enviadas, em tempo útil ao Piloto do Porto, cuja
intervenção é fundamental, além de ser obrigatória. A amarração exige uma
coordenação entre o Piloto do Porto dando instruções ao Comandante do Navio sobre
quais as condições dos ventos, estado do mar, correntes marítimas, e tudo o que
- 7 -
Porto do Funchal
eventualmente poderá interferir numa operação desta natureza. Após o Comandante do
Navio receber esta informação, temos que ter em atenção que a sua soberania de aceitar
ou não a atracagem é sua. Eventualmente, se por motivo de força maior o Comandante
do Navio entender que as condições não oferecem a segurança necessária para a
atracagem , pode recusar-se a fazê-lo. Logicamente que a justificação para uma situação
destas, pois implica altos custos ao Porto do Funchal, deverá ser muito bem
fundamentada. No caso da razão ser dada ao Comandante, nunca ninguém ficará
penalizado. Neste momento, a Administração do Porto do Funchal está seriamente a
ponderar aplicar coimas para os infractores, no caso de desistirem por uma outra razão e
após estar marcada a atracagem. Esta situação praticamente nunca aconteceu no Porto
do Funchal, no entanto deverá ser salvaguardada num futuro próximo.
A nível tecnológico, os trajectos efectuados pelos Navios de Cruzeiro, são sempre
acompanhados em tempo real por um sistema informático que o Porto do Funchal
possui. Esse sistema, chamado de AIS, Auto Identification System (foto em baixo),
controla toda a passagem de navios através de sinal emitido pelos próprios navios. Além
de ser possível ver todas as rotas, este sistema recebe todas as indicações que diz
respeito ao próprio Navio, desde tamanho, tipos de embarcação e tudo o mais que se
relaciona com o mesmo. Embora ainda não seja obrigatório, por questões de segurança,
a maior parte das embarcações possui, até os iates que passam pelas águas territoriais.
O Porto do Funchal também possui um sistema de radar que tem a função de seguir os
navios. O sistema de radar não é o mais eficaz, pois depende muito das condições
meteorológicas e além do mais só abrange o sul da Ilha da Madeira.
AIS, Auto Identification System
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Porto do Funchal
No que diz respeito à GNR, embora tenham permanência física no Porto do Funchal,
aumenta o número de efectivos mediante os tamanhos dos navios. Quanto ao SEF –
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, têm também presença permanente no Porto,
enquadrando 3 gabinetes.
O Porto do Funchal, após a conclusão das obras de remodelação, possui uma zona de
chekin, idêntica à existente nos aeroportos, sendo também ponto de partida para
cruzeiros.
Diagrama canais de distribuição – embarque de
passageiros – espaço físico (elaborado pelo próprio)
Como estratégia, o Porto do Funchal começou em conversações com vizinhas Ilhas
Canárias, no sentido de conseguirem mais paragens de navios no Porto do Funchal.
Compete ainda ao Porto a disponibilização de espaços de atracagem aos diferentes
navios e aos horários pretendidos por estes. O sistema utilizado ainda é manual
existindo um mapa real com todos os cabeços do Porto, onde é registada toda a
informação das dimensões dos diferentes Navios, através de escalas feitas com uma
régua e riscados com canetas de feltro. Este sistema, embora ultrapassado, ainda está em
uso noutros portos portugueses. A alternativa a esta situação, é a abertura de um
concurso público internacional, no sentido de adquirirem um sistema informático que
- 9 -
Porto do Funchal
execute, sem erros possíveis, toda a logística na divisão dos cabeços, espaços de
atracagem, espaços livres, aproveitando ao máximo as áreas. Infelizmente nesta altura,
esse concurso não pode ser aberto devido aos elevados custos, mais de cem mil euros,
não podendo à data actual ser implementado devido a restrições orçamentais.
Alguns dos passageiros em trânsito, vêm com excursões marcadas para visita a certos
locais da Ilha. O problema que se verifica nesta situação, é por parte da Alfândega, que
à mínima bagagem ou maleta, manda-os parar para verificação. As operações por vezes
são demoradas, não abonando em nada a imagem do Porto, no que diz respeito ao
cansaço verificado nos passageiros.
O aumento de escalas no Porto do Funchal deixou de ser uma mera intenção, passando a
uma realidade bem presente. Na sequência desta realidade, temos já observado alguns
navios, pelo seu porte e por falta de disponibilidade, fundeiam ao largo, embora esta
prática não seja comum, primeiro pela segurança no transbordo de passageiros para
terra, bem como por toda a segurança que implica esta situação, nomeadamente sendo
uma operação demorada e por vezes arriscada, dependendo sempre das condições
meteorológicas, sejam de vento ou consequente ondulação.
Sem alternativa, os comandantes optam por pelo Porto da Ponta Delgada, nos Açores,
que possui magníficas infra-estruturas portuárias, as Portas do Mar e Norte do Porto, ou
então por algum porto nas nossas ilhas vizinhas, Canárias, observando-se que o
aumento do Porto do Funchal deverá ser tomado em consideração o mais rapidamente
possível.
3.2.1 JUP – Janela Única Portuária
Janela única Portuária
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Porto do Funchal
A JUP, “nasce” em 2006, com a assinatura dum protocolo entre a Direcção Geral das
Alfândegas e Impostos Especiais, entre os Portos de Leixões, Lisboa e Sines.
Foi intenção abrir um canal único, electrónico, para resolver todos os processos
administrativos acelerando desse modo o despacho de mercadorias e Navios. Neste ano,
já se previa que a JUP fosse levada a todos os Portos Nacionais (fig. 10 do anexo).
Na Portos do Funchal, a APRAM, Administração dos Portos da Região Autónoma da
Madeira e a Empresa J. Canão, Lda., Empresa ligada ao ramo da informática (no
mercado português, desde 1 de Outubro de 1987, a J. Canão é líder no desenvolvimento
de soluções integradas de gestão de Transportes, Portos e Logística), em 2008 começou
a prestar apoio no âmbito da implementação do sistema no Porto do Funchal.
Em 2010, finalmente chega a todos os Portos nacionais, através de protocolo assinado
entre a Direcção Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo, as
administrações dos portos de Viana do castelo, de Aveiro, da Figueira da Foz, de
Setúbal e Sesimbra, da Região Autónoma da Madeira, da Terceira e Graciosa, do
Triângulo e do Grupo Ocidental, das Ilhas de São Miguel e Santa Maria e o Instituto
Portuário e dos Transportes Marítimos. Esse protocolo foi homologado pelo Secretário
de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques e pela Secretaria Regional do Turismo
e Transportes, Conceição Almeida Estudante.
Como anteriormente dito, a JUP simplifica os procedimentos através do suporte
electrónico, na disponibilização de um único meio de informação de chegar a todas as
entidades envolvidas no sistema, obtendo-se a resposta pelo mesmo canal,
simplificando o assunto, tanto a nível burocrático como de custos. No diagrama, em
baixo elaborado por mim, podemos constatar através da “aranha” de setas que toda a
informação é partilhada. Cada entidade autoriza conforme as suas competências.
- 11 -
Porto do Funchal
Diagrama Espaços informativos – JUP (elaborado pelo próprio)
3.3 Registo anual de escalas
Evolução das escalas dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no Porto do Funchal
Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é
aumento de escalas até final do ano em curso.
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Porto do Funchal
3.4 Registo anual de passageiros
Evolução dos passageiros dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no Porto do Funchal
Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é
aumento de passageiros até final do ano em curso.
3.4.1 Passageiros em trânsito
Evolução dos passageiros em trânsito dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no Porto
do Funchal
Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é
aumento de escalas até final do ano em curso.
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Porto do Funchal
3.4.2 Passageiros em turnaround
Evolução dos passageiros em Turn Around dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no
Porto do Funchal
Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é
aumento de escalas até final do ano em curso.
2.5 Operadores e companhias de navegação
Após pesquisa, os principais operadores e agentes de navegação que representam as
companhias localmente, são compostos por quatro empresas. A Agência de Navegação
Blandy, Agência João de Freitas Martins, Agência Ferraz e Agência Funchal Marítima.
Algumas das Companhias que estes Agentes representam São: AIDA, P&O, Costa,
Cunard, MSC e Royal Caribben Line.
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Porto do Funchal
Logotipo dos principais Agentes de Navegação
A título de curiosidade, e no que diz respeito ao Agente de Navegação Freitas Martins, a
grande maioria, o que ronda os 55%, utiliza um circuito, no Oceano Atlântico, com
partida e chegada normalmente no Reino Unido, passando pelas Ilha Canárias. Outra
situação, o que ronda os 30%, é a utilização do circuito do Mediterrâneo, com passagem
pela Costa Espanhola, Estreito de Gibraltar e Ilhas Canárias. No que diz respeito à
América do Sul, rondando os 15%, a saída é de uma cidade Brasileira com destino a
uma cidade Mediterrânea, com passagem pelas Ilhas do Atlântico, o que os inclui.
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Porto do Funchal
4. Entrevistas
4.1. Vogal do Conselho de Administração
Solicitei uma entrevista com a vogal do Conselho de Administração dos Portos, Dr.ª
Alexandra Mendonça, que me acompanhou numa visita guiada ao Porto do Funchal.
Passamos por todas as salas de apoio existentes e durante a visita foi-me informando
alguns procedimentos que são executados no porto.
A entrevista, na estruturada, baseou-se nos procedimentos tidos na atracagem dos
navios e a sua coordenação. Foi-me transmitido pela Dr.ª Alexandra que todos os
procedimentos eram feitos pelos Agentes e Companhias de navegação, cabendo aos
Portos gerir toda essa informação e apoiar a entrada dos navios. O piloto, fundamental
para a atracagem, acompanha sempre esses navios, informando o Comandante de cada
navio as condições meteorológicas existentes no dia, cabendo ao Comandante do Navio
a decisão final de atracagem.
Falou-me e mostrou-me a JUP, Janela Única Portuária, implementada no ano de 2010,
mas só agora, em 2011 é que está a funcionar quase a 100%. Embora tenham este meio
eficaz de troca de informação, por vezes ainda usam sistemas antigos, nomeadamente o
fax ou e-mail para resolução de alguns problemas. Falou-me também na estratégia de
aumento do Porto, no sentido de dar maior comodidade, seja aos navios, seja a todos os
passageiros que passam pela Ilha. Teve a preocupação de me informar que o novo
sistema implementado, a manga, não é utilizado muitas vezes, devendo-se a situação
verificada aos custos inerentes à mesma. Os Navios possuem os seus meios de saída e
entrada de passageiros, abdicando muitas vezes desta facilidade. Uma das situações que
ainda não é utilizada na informação pelo JUP, é precisamente os materiais perigosos e
resíduos que o navio precise descarregar. A informação é dada por outros meios. De
qualquer maneira, estão a pensar implementar esta informação no JUP. Nestas obras de
melhoramento, foi introduzido também o checkin, pois a aposta é muito grande no turn
around, embora os seus resultados ainda não sejam os melhores.
Uma das situações que também, num futuro próximo devem melhorar, é relacionada
com os espaços de atracagem, ou seja, neste momento esses espaços são geridos
- 16 -
Porto do Funchal
manualmente. Existe uma sala com um mapa onde é apontado os navios e controlados
os cabeços do Porto. Está em fase de implementação dum novo programa de
informática que consegue gerir todas estas situações. Ainda não foi aberto concurso
público internacional, devido aos seus custos, que ultrapassam os cem mil euros. O
tempo é de contenção de despesas, não permitindo esta actualização. No caso de haver
cancelamento de escalas, devido ao mau tempo, os navios não são penalizados. No caso
de cancelamento, por outras questões, também não o são, mas conforme me foi
informado, estão a ponderar esta situação para que hajam penalizações.
Em matéria de segurança dos passageiros, quando entram na Ilha, os passageiros em
trânsito não têm grande intervenção pelo SEF. Quanto aos passageiros em turnaround,
já não se passa o mesmo, todos são fiscalizados à entrada e saída, no que diz respeito a
passaportes. No seguimento da nossa conversa, informou-me também que embora os
passageiros em trânsito não sejam tanto intervencionados, por vezes a Alfândega
entende que os deve reter, o que atrasa um pouco as suas saídas, não abonando em nada
as facilidades.
Além de todos estes procedimentos, informou-me também que estão a mudar um pouco
de estratégia no que diz respeito à divulgação do Porto. Entram em contacto directo com
os navios, na tentativa dos mesmos passarem por cá, aumentando desta maneira o
tráfego no Porto. A Dr.ª Alexandra teve também a preocupação de me manter
informado que após estes contactos, os Armadores deveriam sempre regularizar esta
situação com os Agentes de Viagens, pois nunca foi intenção dos portos estar a
interferir nos negócios entre as duas partes, mas sim apenas aproveitar esta
oportunidade para divulgação das condições do Porto do Funchal, no sentido sempre de
maior visita por navios.
Foi-me também transmitido pela Dr.ª Alexandra Mendonça a necessidade de aumento
do Porto do Funchal, atendendo a que podem fazer ainda muito mais, aumentando o
número de escalas e o número de passageiros, tendo mais matéria para divulgação
directa. A estratégia e como atrás referido, é deslocar-se directamente aos navios e
tentar que sejam criadas novas rotas, incluindo o Porto do Funchal. No ano de 2009, no
dia 10 de Agosto, o Dr. Bruno Freitas, Administrador dos Portos já tinha concedido uma
entrevista ao Jornal da Madeira, no qual abordava esta situação – documento anexo.
No final da entrevista, a Drª Alexandra manifestou mais uma vez a urgência de se fazer
um aumento do Porto do Funchal, pois a estratégia que estavam a levar para captação de
- 17 -
Porto do Funchal
navios era para continuar com mais frequência, mas estava dependente desse aumento.
2.7.2 Presidente do Conselho de Administração
Solicitei também uma entrevista ao Presidente do Conselho de Administração dos
Portos, Dr. Bruno Freitas, com o objectivo de entender a importância do aumento do
Porto do Funchal.
Nesta entrevista, não estruturada, foi-me transmitido que este Porto, é um Porto de mar
aberto que por vezes pode ter alguns problemas com condições meteorológicas,
nomeadamente quando existe tempo de sul ou sudoeste, mais agreste.
Uma das situações transmitidas pelos comandantes dos navios, quando são enviados
para atracagem no cais norte, é o desconforto sentido pelos passageiros devido às fortes
ondulações que se podem sentir nesse local.
Na sequência de outras dificuldades existentes, o Dr. Bruno falou-me também do
problema da envergadura dos navios serem cada vez maiores, não podendo utilizar este
Porto devido a falta de condições.
Embora se depare com estas dificuldades, o Porto do Funchal é o 3.º mais importante no
período de Inverno. As nossas vizinhas Canárias estão à frente devido às condições
logísticas, de atracagem, muito mais desenvolvidas e sempre com a visão em apostas de
melhoramento futuras.
As marcações de navios de cruzeiros para atracagem no Porto do Funchal, são
efectuadas em períodos de um ou dois anos, o que é um problema para solicitações de
última da hora ou em menos tempo útil por parte de outros navios. Como exemplo
temos o tráfego transatlântico que, muitas vezes, ao passar ao largo e necessitando de
apoio logístico, têm que se dirigir para outro porto seguro, no caso muitas vezes para as
Ilhas Canárias. Devido ao tamanho do nosso Porto, estas situações acontecem.
Esta situação é observada principalmente no período mais crítico, que se situa nos
meses de Março, Abril e Novembro. Nestas alturas a capacidade de oferta do Porto do
Funchal é reduzida devido às rotas já consolidadas.
O Dr. Bruno Freitas transmitiu-me que a bacia do mediterrâneo está a começar a ficar
saturada, tanto a nível de navios como a nível cultural. Os cruzeiros pretendem novas
rotas para animar a situação. Esta é uma grande oportunidade de crescimento
- 18 -
Porto do Funchal
económico, mais uma razão para que apostemos no aumento das nossas infra-estruturas.
Foi com muito entusiasmo que o Dr. Bruno transmitiu-me que os estudos de mercado de
cruzeiros apresenta aumentos até 2020, no que diz respeito à construção de embarcações
novas, sendo as envergaduras dessas mesmas embarcações à volta dos 300 a 400
metros. Neste aspecto recentemente temos também dificuldades de atracação de navios.
Outra situação é a nossa oferta é sempre limitada por aquilo que temos, havendo sempre
a preocupação de não “enganar” os mercados de cruzeiros. A oferta poderia ser maior,
mas as condições, recentemente, não o permitem. Outra situação que gostaríamos de
apostar era na oferta aos navios militares, dando-lhes apoio logístico, principalmente no
verão, o que é complicado devido ao tamanho existente do nosso porto.
Toda esta situação anteriormente referida foi na tentativa de eu compreender se
realmente existe a necessidade de aumentarmos o nosso Porto do Funchal.
O Dr. Bruno respondeu-me que o Inverno é a época que podemos e devemos apostar
para quebrar a sazonalidade do restante período do ano. Urgentemente temos que deitar
mãos à obra e fazer o aumento tão desejado e útil do Porto. As rotas consolidadas estão
como é óbvio salvaguardadas, mas não podem ir além dessas porque não conseguem
oferecer condições para que isso aconteça. Por exemplo, em Canárias estão aumentando
as suas plataformas de atracagem (cais) tornando-se um Porto com bastantes condições
e muito apetecível. Segundo me informou, existem estratégias de crescimento para
aproveitar as rotas do Sul de Espanha, introduzindo as Ilhas Atlânticas.
Todos estes potenciais económicos têm que ser aproveitados, ainda mais com os tempos
de crise actual.
Na questão do aumento necessário, está em estudo fazer uma protecção a sul, criando-se
um local de atracagem na zona do “aterro”. Segundo o Dr. Bruno, esta seria a solução
ideal para ultrapassar toda esta situação. Não se pode perder mais tempo e as obras têm
que avançar. O Porto de Canárias bem como o Porto de Ponta Delgada não brincam e
estão a melhorar as suas condições de oferta muito rapidamente.
Para que não restassem dúvidas da urgência do aumento, o Dr. Bruno informou-me
duma situação real. Informando-me que no dia 21 de Fevereiro de 2012 o Independence
of de Seas escalaria o nosso Porto. Neste mesmo dia escalaria também o nosso Porto o
Navio da Disney. Há pouco tempo, o comandante do navio Disney ligou-lhe a solicitar
a entrada no Porto do Funchal na parte da manhã do dia 21 de Fevereiro. Acontece que
- 19 -
Porto do Funchal
pelo motivo do outro navio estar atracado, essa possibilidade foi logo posta de lado e a
atracagem só poderá ser feita após as 15h00. Este é um exemplo flagrante da
necessidade urgente deste aumento.
Para terminar a entrevista questionei-o sobre o tamanho do aumento necessário,
transmitindo-me que andaria á volta dos 400 metros, informando-me na sequência da
conversa que o cais norte não consegue atracar navios com mais de 230 a 240 metros.
Uma limitação complicada cujo resultado traduz-se na perca de muito dinheiro.
5. Conclusão
A principal economia da Região Autónoma da Madeira é o Turismo. Na sequência desta
minha preocupação, o principal objectivo deste estudo, depreende-se da necessidade de
aumento do Porto do Funchal, com o objectivo de maior entrada de turistas nesta Ilha.
- 16 -
Para que fosse possível chegar a esta conclusão, não poderia deixar de passar por toda a
logística existente, seja a nível de pessoal, departamentos e novas tecnologias utilizadas
no Porto do Funchal.
Com suporte em toda a análise efectuada para a presente conclusão, como não poderia
deixar de referir, explanei um pouco da evolução da logística, baseando-me para tal em
citações do autor Crespo Carvalho cuja leitura foi fundamental neste meu estudo.
A história da evolução do Porto do Funchal, foi também pedra fundamental para a
compreensão dos vários aumentos que o Porto sofreu, sempre numa perspectiva
futurista, no sentido de oferecer sempre melhores serviços.
Fui ao Porto do Funchal para que pessoalmente observasse todo o empreendimento,
bem como as fazes logísticas a que um navio necessita até à amarração e saída de
passageiros na ilha.
Pesquisei e apresentei gráficos da evolução, positiva de escalas de navios de cruzeiro
bem como registo anual de passageiros. Fiz referência através de gráficos do número de
passageiros em trânsito, e tournaround.
Para que justificasse os dados de passageiros referidos, pesquisei quais os principais
- 20 -
Porto do Funchal
operadores e agentes de navegação que representam as companhias localmente.
Como não poderia deixar de fazer, entrevistei as duas principais pessoas responsáveis
pela Administração do Porto do Funchal, no sentido de entender, tanto a logística
praticada pelos Serviços como também o aumento deste Porto.
As entrevistas foram fundamentais para provar que o aumento é imprescindível ao
crescimento desta procura. Se repararmos ao longo dos tempos, os aumentos reais que o
Porto sofreu, foi sempre na perspectiva de oferta de melhores serviços a quem nos
visitava, fosse em lazer ou fosse no transporte de mercadorias para dentro e para fora da
Ilha. Esta actividade em que o mar é o principal meio de comunicação, foi sempre vista
como uma fonte de rendimento dos ilhéus. Pela explicação da Dr.ª Alexandra e ainda
reforçada pelo imprescindível testemunho do Dr. Bruno Freitas, está mais que
demonstrado que o aumento é de extrema urgência para o nosso Porto. As condições
logísticas são excelentes, conforme demonstrei durante o meu trabalho. O desvio de
navios, sejam cruzeiros, militares ou outros que porventura passem ao largo
necessitando de apoio, continuarão a se desviar para outro porto seguro, perdendo-se
muito. Continuamos a perder, talvez por razões económicas ou políticas das decisões.
É preciso ultrapassar todas as dificuldades e apostar naquilo que economicamente nos
sustentará, que é o turismo, ajudando-nos a ultrapassar futuras dificuldades devido á
insularidade sofrida.
- 21 -
Porto do Funchal
Bibliografia:
CARVALHO, Y. M. Crespo. (LOGÍSTICA 2002) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda.
Lisboa
BALLOU, R.H. (Logística Empresarial 1993) 1.ª Edição, Edição Ed Atlas
Webgrafia:
http://www.buzico.net/historia.htm [acedido em 27 de Outubro de 2011]
http://www.portosdamadeira.com/index2.php?t=2&l=pt [acedido em 27 de Outubro de
2011]
http://www.portosdosacores.pt/LinkClick.aspx?link=escala_2010.pdf&tabid=182&mid
=824 [acedido a 3 de Novembro de 2011]
http://www.apsm.pt/APSM.htm [acedido a 3 de Novembro de 2011]
http://www.infocruzeiros.com/home-mainmenu-1/664-bruno-freitas-madeira-esta-na-
direcao-da-medcruise [acedido a 4 de Novembro de 2011]
http://tek.sapo.pt/noticias/internet/janela_nica_portuaria_introduz_canal_unico_el_8797
11.html [acedido a 11 de Novembro de 2011]
http://www.cargoedicoes.pt/site/Default.aspx?tabid=380&id=3909&area=Cargo
[acedido a 11 de Novembro de 2011]
http://www.royalcaribbean.com/findacruise/ships/class/ship/home.do?shipCode=ID
[acedido a 11 de Novembro de 2011]
http://www.jcanao.pt/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1 [acedido a 11 de
Novembro de 2011]
http://www.metropolis2011.org/index.php?option=com_content&view=article&id=9&I
temid=8&lang=pt [acedido a 14 de Novembro de 2011]
http://www.memoriaportuguesa.com/ponta-delgada [acedido a 14 de Novembro de
2011]
http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/177418 [acedido a 14 de Novembro de
2011]
http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=17&id=130582&sdata= [acedido a
17 de Novembro de 2011]
- 22 -
Porto do Funchal
ANEXOS
- 23 -
Porto do Funchal
Escalas Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2009
Fig. 1
Escalas Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2010
Fig. 2
- 24 -
Porto do Funchal
Escalas Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2011
Fig. 3
Passageiros Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2009
Fig. 4
Passageiros Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2010
- 25 -
Porto do Funchal
Fig. 5
Passageiros Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2011
Fig. 6
- 26 -
Porto do Funchal
- 27 -
Porto do Funchal
- 28 -
Porto do Funchal
Fig. 7
- 29 -
Porto do Funchal
- 30 -
Fig. 8
Fig. 9
- 31
Fig.10 – Janela informática da JUP
- 32 -

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  • 1. Instituto Superior de Ciências Educativas Porto do Funchal Estudo de Caso Licenciatura em Turismo UC: Logística 3.º Ano – 1.º Semestre Docentes: Dr. António Pessoa Dr. Emanuel Romeu Furtado Carlos Alberto Ferreira Pereira de Abreu N.º 40109 - TB
  • 2. Porto do Funchal Resumo: A Região Autónoma Madeira, destino turístico por excelência, é procurada pelas suas características únicas, potenciando desta forma as suas capacidades naturais e demonstrando as suas preciosidades, de uma ilha descoberta quase há 600 anos (celebra-se em 2019), e com a sua principal cidade, o Funchal, já com 500 anos. Quem visita a ilha da Madeira tem uma variedade de actividades para desfrutar e muitas formas para ocupar a sua estadia. Atendendo a que a principal “pasta” económica desta Região ser o Turismo, pretendo com este estudo, compreender a importância do sistema de logística na movimentação dos navios do Porto do Funchal. Este estudo também abordará a sua dinâmica e a sua evolução ao longo do tempo. Também abordarei os navios e companhias que nos visitam com maior frequência. Mais importante e atendendo à sazonalidade existente neste destino, é de real importância o aumento do Porto do Funchal para ultrapassar essa “falha”. Demonstrarei que o aumento será imprescindível na captação de navios de cruzeiro, implicando logicamente com isso o aumento de pessoas que visitam a Região. Abstrat: The Madeira autonomous region, Portugal, tourist destination par excellence, is sought after for its unique characteristics, thereby enhancing their skills and exposing their natural treasures, an island discovered almost 600 years ago (will be celebrated in 2019) and its main city, Funchal, with already 500 years. Those who visit the island of Madeira, has a variety of activities to enjoy and many ways to occupy their time. Once the main source of economic revenue is tourism, I intend to study and understand the importance of the logistics system, movement of ships in the port of Funchal, both the arrivals and the departures, and the treatment of passengers, whether as visitors or turn-around, to see if the logistics organization has any influence in their own destiny. This study will also approach its dynamics and its evolution over time. It will bring out the ships and companies that visit us more often and the relevance that delivers to the development of the tourism in the Island. - I -
  • 3. Porto do Funchal I will compare as well the evolution of traffic between Port of Funchal and Ponta Delgada, Azores. I will highlight the importance of the extension of the Port of Funchal. Considering that the Island has a seasonality of tourism this measure will increase the traffic of ships and fill the low seasons. Palavras chave: Logística; Procedimentos; Porto do Funchal; Sazonalidade, Região Autónoma da Madeira; Navios; Cruzeiros; Passeios. - II -
  • 4. Porto do Funchal Índice Resumo/Abstract ---------------------------------------------------------------------------- I - II 1. Introdução ------------------------------------------------------------------------------------- 1 2. A Logística no Turismo --------------------------------------------------------------------- 1 2.1. Nível de Serviços --------------------------------------------------------------------------- 2 2.2. Evolução Cronológica---------------------------------------------------------------------- 4 3. Estudo de Caso ------------------------------------------------------------------------------- 5 3.1. Porto do Funchal – evolução histórica -------------------------------------------------- 5 3.2. Logística dos Portos do Funchal --------------------------------------------------------- 6 3.2.1. JUP ----------------------------------------------------------------------------------------10 3.3. Registo anual de escalas -----------------------------------------------------------------12 3.4. Registo anual de passageiros ------------------------------------------------------------13 3.4.1. Passageiros em trânsito ----------------------------------------------------------------13 3.4.2. Passageiros em turnaround ------------------------------------------------------------14 3.5. Operadores e companhias de navegação -----------------------------------------------14 4. Entrevistas 4.1. Vogal do Conselho de Administração ---------------------------------------------16 4.2. Presidente do Conselho de Administração ----------------------------------------18 5. Conclusão ------------------------------------------------------------------------------------20 Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------------22 Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------23
  • 5. Porto do Funchal 1. Introdução No âmbito da unidade curricular de Logística, foi-me solicitado a elaboração de um estudo de caso. O trabalho que apresento, tem como tema “Aumento e logística do Porto do Funchal” tendo como principal finalidade a necessidade do aumento e a compreensão das acções verificadas no tratamento logístico. Segundo Crespo Carvalho1 o conceito actual de logística, acrescenta valor, permite diferenciação, cria vantagem competitiva, aumenta a produtividade e rendibiliza a organização. Com isto, quero demonstrar que e segundo Crespo Carvalho1 , a logística hoje em dia é mais do que distribuição física, mais que simples abastecimentos, mais toda a informação, integração de fluxos nacionais e internacionais. Abordarei a evolução de logística, bem como a evolução histórica do Porto do Funchal. Como não poderia deixar de fazer, demonstrarei a logística utilizada nas várias vertentes e na organização das escalas dos navios. Penso que também, não menos importante, falarei um pouco sobre operadores e companhias de navegação. Do mesmo modo, pretendo fazer uma entrevista a dois dos responsáveis pelos Portos do Funchal para que me explique tudo no que diz respeito a essa logística e aumento da capacidade de navios de cruzeiro. Após a realização do trabalho, farei as minhas considerações finais sobre o estudo elaborado. 2. A logística no Turismo O mercado do turismo na Região Autónoma da Madeira e como depreendemos, é a sua principal economia. Atendendo a esse facto, o papel da logística é fundamental para que a produção turística seja constante, sempre na procura da excelência na oferta de serviços. No caso específico que estou a tratar, o Turismo de Cruzeiros tudo tem que ser preparado ao pormenor para que, as pessoas (turistas) sintam-se como se estivessem - 1 - _____________________________________________________________________ 1 CARVALHO, y.m. Crespo. (LOGISTICA 2003) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1, pag. 31
  • 6. Porto do Funchal em suas casas. O papel do Agente de Viagens é fundamental quando o passageiro adquire a sua viagem de sonho, sendo que a logística existente entre o Armador, Portos, Passageiros, Tripulações, etc. tem que ser vista e revista ao pormenor, para que nada falhe. Claro que esta parte da logística diz respeito, diretamente, ao referido Agente de Viagens. Nós, como Porto de acolhimento, não podemos descurar deste trabalho anteriormente feito e temos que dar continuidade a esta lógica. O turismo é feito por pessoas e é para pessoas. Sair da rotina de suas casas, de suas terras, das suas culturas, é concerteza o objetivo. A chegada a um Porto de destino obriga a uma logística, tanto no espaço informativo como no espaço físico, fundamental para que as operações de desembarque, embarque ou mesmo de check in sejam o mais eficiente possível. Tudo deve ser programado ao mais pequeno pormenor, para que o turista, nesta saída de sua casa, tenha resposta eficiente à mais simples pergunta, e no fundo, não estando em casa, sinta-se em casa, num lugar diferente. Logística antevê e prevê todas estas situações, deixando surpresas desagradáveis fora de todo o processo. 2.1. – Nível de Serviços Não podemos esquecer que a palavra “conforto” é palavra fundamental no pensamento de um turista. “Olhar a meios” para atingir os fins é primordial para alcançar os objetivos a que nos propomos. A oferta turística da RAM, tem como princípio básico a excelência. A perfeição existe e cabe-nos agora, a nós, fazer esta longa caminhada com intuito de “encontrar essa excelência”. R.H. Ballou2 transmitiu-nos o seguinte: “Uma visão mais moderna reconhece que a escolha do cliente é influenciada pelos vários níveis de serviços oferecidos. Pode ser um elemento promocional tão importante quanto desconto de preços, propaganda, vendas personalizadas ou termos de vendas favoráveis” - 2 - _____________________________________________________________________ 2 (BALLOU, R. H. Logística Empresarial, 1993). 1.ª Edição, Ed Atlas – Nível de Serviço, pag. 76
  • 7. Porto do Funchal Como podemos observar, a logística é aquele meio, aquela visão imprescindível do produto final. O cliente pergunta, tem logo resposta. O cliente faz a viagem e tudo corresponde às suas expetativas. Não é por acaso que o autor2 referenciado anteriormente, nos diz: “Quando não existe nível de serviço entre comprador e fornecedor ou este é muito ruim, pouca ou nenhuma venda é gerada” Fundamental é gerar receitas. O nível de serviço até pode aumentar um pouco, mas nunca pela introdução da própria logística. Claro que esta tem tendência a aumentar quando os níveis de serviço sobem a níveis superiores, mas acredita-se e demonstra-se que as receitas aumentam e os serviços de logística aumentam a um nível inferior. BALOU, R.H. Logística Empresarial, 1993. 1.ª Edição Ed. Atlas Pag. 79 Tão importante como a parte física é a parte informal. O nível de serviço obrigatoriamente passa por essa informação. Tudo tem que estar cruzado conforme demonstrei anteriormente pelo uso do sistema JUP. Transparência e eficiência serão mais do que fundamentais para uma excelência, e porque não, para a excelência no próprio nível de serviço. - 3 - _____________________________________________________________________ 2 (BALLOU, R. H. Logística Empresarial, 1993). 1.ª Edição, Ed Atlas – Nível de Serviço, pag. 77
  • 8. Porto do Funchal 2.2. Evolução cronológica Destacando de novo autor Crespo Carvalho3 desde há muitos anos, no tempo da escola Aristotélica se falava em logística: “…estes faziam a distinção entre o raciocínio correcto determinado pela dedução e analogia, utilizando como instrumento as palavras frase, a que chamavam lógica, e o raciocínio do mesmo tipo mas baseado em algarismos e símbolos matemáticos, a que chamavam logística…” Mais tarde, aparece no mundo empresarial, sempre na vertente da organização de stock, mas antes dessa situação, a logística era vista numa vertente militar4 : “…há que enfatizar, de facto, que muito antes do homem de negócios se aperceber da dimensão e centralidade da logística no mundo empresaria já o estratego militar usava para movimentar exércitos, travar batalhas e averbar vitórias…” Só em 1837, Jomini, levantou a questão sobre a verdadeira definição de logística no sentido se ser uma ciência formando um aparte essencial na arte da guerra. Nos tempos actuais, a logística continua a ser uma parte fundamental no meio militar. A evolução do conceito de logística acontece e no início do séc. XX. No ano de 1901, foi encontrado um texto de John Crowell que associava custos e distribuição de produtos farmacêuticos4 . Ao longo dos anos, já em pleno século XX, a evolução do conceito de logística é enorme, sendo de importância fundamental para qualquer negócio: “... um dos aspectos mais da logística na actualidade, ou seja, a sua ligação essencial à estratégia. A visão estritamente operacional deve ser abandonada. A logística pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso…” - 4 - _____________________________________________________________________ 3 CARVALHO, y.m. Crespo. (LOGISTICA 2002) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1 - LOGÍSTICA, pag. 19 4 (CARVALHO, Y.M. Crespo – 2002). 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1 - LOGÍSTICA, pag. 20
  • 9. Porto do Funchal Actualmente e segundo o mesmo autor5 , o conceito actual de logística e passo a citar: “… Desta forma, será fácil constactar que logística hoje é mais do que apenas distribuição física. É mais do que simples gestão de materiais. É mais do que simples (re)abastecimento. É tudo isso. E mais toda a informação. Para integrar ambos os fluxos, físicos e informacionais. Numa rede (network) de fluxos físicos e informacionais. 3. Estudo de caso 3.1 Portos do Funchal - evolução histórica Já desde os inícios do séc. XVI que o Funchal mantinha contactos com outros portos no mundo, nomeadamente portos europeus e portos africanos. O motivo deste contacto era, principalmente, pela importante produção de cana-de- açúcar, produzida cá na Ilha que estava já registada desde os portos do mar Báltico aos do Mediterrâneo, havendo especial referência no mercado de Flandres. Como podemos constatar, o Porto do Funchal, era de passagem quase obrigatória, desde as primeiras armadas dos descobrimentos, bem como das rotas comerciais mais desenvolvidas. Agravou-se um pouco esta situação, pelo motivo da decadência do açúcar e as armadas começaram a fazer desvio para os Açores. Então, em finais do séc. XVI o Funchal reformula a sua posição no quadro do atlântico, conseguindo manter-se como um entreposto comercial, beneficiando-se através do tráfico da prata no mundo. Mais tarde e dando um salto na história, em 1756, por carta régia de José I de Portugal e atendendo à importância do Funchal, deram-se início às obras de construção de um Porto de Abrigo no Funchal. Assim, nasceu até ao Forte de São José, o primeiro cais de embarque, cuja obra foi finalizada em 1762. - 5 - _____________________________________________________________________ 5 (CARVALHO, Y.M. Crespo – 2002) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa, Cap 1 - LOGÍSTICA, pag. 31
  • 10. Porto do Funchal Passados 182 anos, em 1890, foi feita a primeira ligação ao Forte de Nossa Senhora da Conceição com o aumento da área de atracagem. Note-se que esta obra de aumento foi fustigada pelo mau tempo e durante algum período teve obras de recuperação. Havendo necessidade de criação de um organismo gestor da área portuária (logística), em 1913 foi criada a Junta Autónoma de Obras do Porto do Funchal. Em 1939, houve lugar a novo aumento na ordem dos 317 metros. Mais tarde e atendendo às crescentes necessidades, em 1961 concluiu-se outra obra de prolongamento, em mais de 457 metros. Foi nesta data que foram criadas algumas infra- estruturas fundamentais para o desenvolvimento que hoje assistimos. Em 2004, foi aprovado o Plano Director do Porto do Funchal, onde foi definido o futuro do Porto do Funchal que seria exclusivamente dedicado a Turismo de Cruzeiro e Actividades Náuticas. 2.2 Logística do PF No organograma da APRAM, Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, SA, o seu Conselho de Administração inclui 18 departamentos. Quanto ao número de funcionários que dão apoio a toda esta logística, são 172, podemos observar estes dados na Fig.8 dos anexos apresentados. O regular funcionamento de um terminal de navios obriga à interacção dos vários intervenientes, tais como Agentes de Navegação, Armadores (proprietários dos navios) e o próprio terminal, Porto. A coordenação é realizada entre o Agente e o Armador que com a disponibilidade do terminal torna efectiva a realização da escala pretendida. É utilizado o sistema JUP - Janela Única Portuária, que considero, essencialmente uma intranet, onde é disponibilizado o acesso a todos os intervenientes na realização duma operação desta natureza, nomeadamente a GNR- Guarda Nacional Republicana, o SEF- - 6 -
  • 11. Porto do Funchal Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Alfandega, Policia Marítima e P.S.P (mais para regularização do trânsito dentro do Porto do Funchal). Diagrama canais de distribuição – desembarque de passageiros – espaço físico (elaborado pelo próprio) Estas entidades observam e fiscalizam todas as operações realizadas pelo Agente que, através do sistema informático JUB, faculta toda a informação sobre o navio desde, Lista de Passageiros e Tripulantes; hora de amarração; tempo de permanência; necessidades de disponibilização de serviços do Porto, tais como: fornecimento de água e/ou combustível, descarga de lixo, descarga de óleos residuais, a tudo o mais necessário, seja no âmbito de emergências e/ou ocorrências inesperadas, mais propriamente serviços de urgência que engloba ambulâncias para transporte de passageiros para assistência medica. Todas estas informações são enviadas, em tempo útil ao Piloto do Porto, cuja intervenção é fundamental, além de ser obrigatória. A amarração exige uma coordenação entre o Piloto do Porto dando instruções ao Comandante do Navio sobre quais as condições dos ventos, estado do mar, correntes marítimas, e tudo o que - 7 -
  • 12. Porto do Funchal eventualmente poderá interferir numa operação desta natureza. Após o Comandante do Navio receber esta informação, temos que ter em atenção que a sua soberania de aceitar ou não a atracagem é sua. Eventualmente, se por motivo de força maior o Comandante do Navio entender que as condições não oferecem a segurança necessária para a atracagem , pode recusar-se a fazê-lo. Logicamente que a justificação para uma situação destas, pois implica altos custos ao Porto do Funchal, deverá ser muito bem fundamentada. No caso da razão ser dada ao Comandante, nunca ninguém ficará penalizado. Neste momento, a Administração do Porto do Funchal está seriamente a ponderar aplicar coimas para os infractores, no caso de desistirem por uma outra razão e após estar marcada a atracagem. Esta situação praticamente nunca aconteceu no Porto do Funchal, no entanto deverá ser salvaguardada num futuro próximo. A nível tecnológico, os trajectos efectuados pelos Navios de Cruzeiro, são sempre acompanhados em tempo real por um sistema informático que o Porto do Funchal possui. Esse sistema, chamado de AIS, Auto Identification System (foto em baixo), controla toda a passagem de navios através de sinal emitido pelos próprios navios. Além de ser possível ver todas as rotas, este sistema recebe todas as indicações que diz respeito ao próprio Navio, desde tamanho, tipos de embarcação e tudo o mais que se relaciona com o mesmo. Embora ainda não seja obrigatório, por questões de segurança, a maior parte das embarcações possui, até os iates que passam pelas águas territoriais. O Porto do Funchal também possui um sistema de radar que tem a função de seguir os navios. O sistema de radar não é o mais eficaz, pois depende muito das condições meteorológicas e além do mais só abrange o sul da Ilha da Madeira. AIS, Auto Identification System - 8 -
  • 13. Porto do Funchal No que diz respeito à GNR, embora tenham permanência física no Porto do Funchal, aumenta o número de efectivos mediante os tamanhos dos navios. Quanto ao SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, têm também presença permanente no Porto, enquadrando 3 gabinetes. O Porto do Funchal, após a conclusão das obras de remodelação, possui uma zona de chekin, idêntica à existente nos aeroportos, sendo também ponto de partida para cruzeiros. Diagrama canais de distribuição – embarque de passageiros – espaço físico (elaborado pelo próprio) Como estratégia, o Porto do Funchal começou em conversações com vizinhas Ilhas Canárias, no sentido de conseguirem mais paragens de navios no Porto do Funchal. Compete ainda ao Porto a disponibilização de espaços de atracagem aos diferentes navios e aos horários pretendidos por estes. O sistema utilizado ainda é manual existindo um mapa real com todos os cabeços do Porto, onde é registada toda a informação das dimensões dos diferentes Navios, através de escalas feitas com uma régua e riscados com canetas de feltro. Este sistema, embora ultrapassado, ainda está em uso noutros portos portugueses. A alternativa a esta situação, é a abertura de um concurso público internacional, no sentido de adquirirem um sistema informático que - 9 -
  • 14. Porto do Funchal execute, sem erros possíveis, toda a logística na divisão dos cabeços, espaços de atracagem, espaços livres, aproveitando ao máximo as áreas. Infelizmente nesta altura, esse concurso não pode ser aberto devido aos elevados custos, mais de cem mil euros, não podendo à data actual ser implementado devido a restrições orçamentais. Alguns dos passageiros em trânsito, vêm com excursões marcadas para visita a certos locais da Ilha. O problema que se verifica nesta situação, é por parte da Alfândega, que à mínima bagagem ou maleta, manda-os parar para verificação. As operações por vezes são demoradas, não abonando em nada a imagem do Porto, no que diz respeito ao cansaço verificado nos passageiros. O aumento de escalas no Porto do Funchal deixou de ser uma mera intenção, passando a uma realidade bem presente. Na sequência desta realidade, temos já observado alguns navios, pelo seu porte e por falta de disponibilidade, fundeiam ao largo, embora esta prática não seja comum, primeiro pela segurança no transbordo de passageiros para terra, bem como por toda a segurança que implica esta situação, nomeadamente sendo uma operação demorada e por vezes arriscada, dependendo sempre das condições meteorológicas, sejam de vento ou consequente ondulação. Sem alternativa, os comandantes optam por pelo Porto da Ponta Delgada, nos Açores, que possui magníficas infra-estruturas portuárias, as Portas do Mar e Norte do Porto, ou então por algum porto nas nossas ilhas vizinhas, Canárias, observando-se que o aumento do Porto do Funchal deverá ser tomado em consideração o mais rapidamente possível. 3.2.1 JUP – Janela Única Portuária Janela única Portuária - 10 -
  • 15. Porto do Funchal A JUP, “nasce” em 2006, com a assinatura dum protocolo entre a Direcção Geral das Alfândegas e Impostos Especiais, entre os Portos de Leixões, Lisboa e Sines. Foi intenção abrir um canal único, electrónico, para resolver todos os processos administrativos acelerando desse modo o despacho de mercadorias e Navios. Neste ano, já se previa que a JUP fosse levada a todos os Portos Nacionais (fig. 10 do anexo). Na Portos do Funchal, a APRAM, Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira e a Empresa J. Canão, Lda., Empresa ligada ao ramo da informática (no mercado português, desde 1 de Outubro de 1987, a J. Canão é líder no desenvolvimento de soluções integradas de gestão de Transportes, Portos e Logística), em 2008 começou a prestar apoio no âmbito da implementação do sistema no Porto do Funchal. Em 2010, finalmente chega a todos os Portos nacionais, através de protocolo assinado entre a Direcção Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo, as administrações dos portos de Viana do castelo, de Aveiro, da Figueira da Foz, de Setúbal e Sesimbra, da Região Autónoma da Madeira, da Terceira e Graciosa, do Triângulo e do Grupo Ocidental, das Ilhas de São Miguel e Santa Maria e o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos. Esse protocolo foi homologado pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques e pela Secretaria Regional do Turismo e Transportes, Conceição Almeida Estudante. Como anteriormente dito, a JUP simplifica os procedimentos através do suporte electrónico, na disponibilização de um único meio de informação de chegar a todas as entidades envolvidas no sistema, obtendo-se a resposta pelo mesmo canal, simplificando o assunto, tanto a nível burocrático como de custos. No diagrama, em baixo elaborado por mim, podemos constatar através da “aranha” de setas que toda a informação é partilhada. Cada entidade autoriza conforme as suas competências. - 11 -
  • 16. Porto do Funchal Diagrama Espaços informativos – JUP (elaborado pelo próprio) 3.3 Registo anual de escalas Evolução das escalas dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no Porto do Funchal Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é aumento de escalas até final do ano em curso. - 12 -
  • 17. Porto do Funchal 3.4 Registo anual de passageiros Evolução dos passageiros dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no Porto do Funchal Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é aumento de passageiros até final do ano em curso. 3.4.1 Passageiros em trânsito Evolução dos passageiros em trânsito dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no Porto do Funchal Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é aumento de escalas até final do ano em curso. - 13 -
  • 18. Porto do Funchal 3.4.2 Passageiros em turnaround Evolução dos passageiros em Turn Around dos Navios de Cruzeiro de 2009 a 2011 no Porto do Funchal Nota: no ano de 2011, o estudo é feito até ao mês de Julho. Se repararmos a tendência é aumento de escalas até final do ano em curso. 2.5 Operadores e companhias de navegação Após pesquisa, os principais operadores e agentes de navegação que representam as companhias localmente, são compostos por quatro empresas. A Agência de Navegação Blandy, Agência João de Freitas Martins, Agência Ferraz e Agência Funchal Marítima. Algumas das Companhias que estes Agentes representam São: AIDA, P&O, Costa, Cunard, MSC e Royal Caribben Line. - 14 -
  • 19. Porto do Funchal Logotipo dos principais Agentes de Navegação A título de curiosidade, e no que diz respeito ao Agente de Navegação Freitas Martins, a grande maioria, o que ronda os 55%, utiliza um circuito, no Oceano Atlântico, com partida e chegada normalmente no Reino Unido, passando pelas Ilha Canárias. Outra situação, o que ronda os 30%, é a utilização do circuito do Mediterrâneo, com passagem pela Costa Espanhola, Estreito de Gibraltar e Ilhas Canárias. No que diz respeito à América do Sul, rondando os 15%, a saída é de uma cidade Brasileira com destino a uma cidade Mediterrânea, com passagem pelas Ilhas do Atlântico, o que os inclui. - 15 -
  • 20. Porto do Funchal 4. Entrevistas 4.1. Vogal do Conselho de Administração Solicitei uma entrevista com a vogal do Conselho de Administração dos Portos, Dr.ª Alexandra Mendonça, que me acompanhou numa visita guiada ao Porto do Funchal. Passamos por todas as salas de apoio existentes e durante a visita foi-me informando alguns procedimentos que são executados no porto. A entrevista, na estruturada, baseou-se nos procedimentos tidos na atracagem dos navios e a sua coordenação. Foi-me transmitido pela Dr.ª Alexandra que todos os procedimentos eram feitos pelos Agentes e Companhias de navegação, cabendo aos Portos gerir toda essa informação e apoiar a entrada dos navios. O piloto, fundamental para a atracagem, acompanha sempre esses navios, informando o Comandante de cada navio as condições meteorológicas existentes no dia, cabendo ao Comandante do Navio a decisão final de atracagem. Falou-me e mostrou-me a JUP, Janela Única Portuária, implementada no ano de 2010, mas só agora, em 2011 é que está a funcionar quase a 100%. Embora tenham este meio eficaz de troca de informação, por vezes ainda usam sistemas antigos, nomeadamente o fax ou e-mail para resolução de alguns problemas. Falou-me também na estratégia de aumento do Porto, no sentido de dar maior comodidade, seja aos navios, seja a todos os passageiros que passam pela Ilha. Teve a preocupação de me informar que o novo sistema implementado, a manga, não é utilizado muitas vezes, devendo-se a situação verificada aos custos inerentes à mesma. Os Navios possuem os seus meios de saída e entrada de passageiros, abdicando muitas vezes desta facilidade. Uma das situações que ainda não é utilizada na informação pelo JUP, é precisamente os materiais perigosos e resíduos que o navio precise descarregar. A informação é dada por outros meios. De qualquer maneira, estão a pensar implementar esta informação no JUP. Nestas obras de melhoramento, foi introduzido também o checkin, pois a aposta é muito grande no turn around, embora os seus resultados ainda não sejam os melhores. Uma das situações que também, num futuro próximo devem melhorar, é relacionada com os espaços de atracagem, ou seja, neste momento esses espaços são geridos - 16 -
  • 21. Porto do Funchal manualmente. Existe uma sala com um mapa onde é apontado os navios e controlados os cabeços do Porto. Está em fase de implementação dum novo programa de informática que consegue gerir todas estas situações. Ainda não foi aberto concurso público internacional, devido aos seus custos, que ultrapassam os cem mil euros. O tempo é de contenção de despesas, não permitindo esta actualização. No caso de haver cancelamento de escalas, devido ao mau tempo, os navios não são penalizados. No caso de cancelamento, por outras questões, também não o são, mas conforme me foi informado, estão a ponderar esta situação para que hajam penalizações. Em matéria de segurança dos passageiros, quando entram na Ilha, os passageiros em trânsito não têm grande intervenção pelo SEF. Quanto aos passageiros em turnaround, já não se passa o mesmo, todos são fiscalizados à entrada e saída, no que diz respeito a passaportes. No seguimento da nossa conversa, informou-me também que embora os passageiros em trânsito não sejam tanto intervencionados, por vezes a Alfândega entende que os deve reter, o que atrasa um pouco as suas saídas, não abonando em nada as facilidades. Além de todos estes procedimentos, informou-me também que estão a mudar um pouco de estratégia no que diz respeito à divulgação do Porto. Entram em contacto directo com os navios, na tentativa dos mesmos passarem por cá, aumentando desta maneira o tráfego no Porto. A Dr.ª Alexandra teve também a preocupação de me manter informado que após estes contactos, os Armadores deveriam sempre regularizar esta situação com os Agentes de Viagens, pois nunca foi intenção dos portos estar a interferir nos negócios entre as duas partes, mas sim apenas aproveitar esta oportunidade para divulgação das condições do Porto do Funchal, no sentido sempre de maior visita por navios. Foi-me também transmitido pela Dr.ª Alexandra Mendonça a necessidade de aumento do Porto do Funchal, atendendo a que podem fazer ainda muito mais, aumentando o número de escalas e o número de passageiros, tendo mais matéria para divulgação directa. A estratégia e como atrás referido, é deslocar-se directamente aos navios e tentar que sejam criadas novas rotas, incluindo o Porto do Funchal. No ano de 2009, no dia 10 de Agosto, o Dr. Bruno Freitas, Administrador dos Portos já tinha concedido uma entrevista ao Jornal da Madeira, no qual abordava esta situação – documento anexo. No final da entrevista, a Drª Alexandra manifestou mais uma vez a urgência de se fazer um aumento do Porto do Funchal, pois a estratégia que estavam a levar para captação de - 17 -
  • 22. Porto do Funchal navios era para continuar com mais frequência, mas estava dependente desse aumento. 2.7.2 Presidente do Conselho de Administração Solicitei também uma entrevista ao Presidente do Conselho de Administração dos Portos, Dr. Bruno Freitas, com o objectivo de entender a importância do aumento do Porto do Funchal. Nesta entrevista, não estruturada, foi-me transmitido que este Porto, é um Porto de mar aberto que por vezes pode ter alguns problemas com condições meteorológicas, nomeadamente quando existe tempo de sul ou sudoeste, mais agreste. Uma das situações transmitidas pelos comandantes dos navios, quando são enviados para atracagem no cais norte, é o desconforto sentido pelos passageiros devido às fortes ondulações que se podem sentir nesse local. Na sequência de outras dificuldades existentes, o Dr. Bruno falou-me também do problema da envergadura dos navios serem cada vez maiores, não podendo utilizar este Porto devido a falta de condições. Embora se depare com estas dificuldades, o Porto do Funchal é o 3.º mais importante no período de Inverno. As nossas vizinhas Canárias estão à frente devido às condições logísticas, de atracagem, muito mais desenvolvidas e sempre com a visão em apostas de melhoramento futuras. As marcações de navios de cruzeiros para atracagem no Porto do Funchal, são efectuadas em períodos de um ou dois anos, o que é um problema para solicitações de última da hora ou em menos tempo útil por parte de outros navios. Como exemplo temos o tráfego transatlântico que, muitas vezes, ao passar ao largo e necessitando de apoio logístico, têm que se dirigir para outro porto seguro, no caso muitas vezes para as Ilhas Canárias. Devido ao tamanho do nosso Porto, estas situações acontecem. Esta situação é observada principalmente no período mais crítico, que se situa nos meses de Março, Abril e Novembro. Nestas alturas a capacidade de oferta do Porto do Funchal é reduzida devido às rotas já consolidadas. O Dr. Bruno Freitas transmitiu-me que a bacia do mediterrâneo está a começar a ficar saturada, tanto a nível de navios como a nível cultural. Os cruzeiros pretendem novas rotas para animar a situação. Esta é uma grande oportunidade de crescimento - 18 -
  • 23. Porto do Funchal económico, mais uma razão para que apostemos no aumento das nossas infra-estruturas. Foi com muito entusiasmo que o Dr. Bruno transmitiu-me que os estudos de mercado de cruzeiros apresenta aumentos até 2020, no que diz respeito à construção de embarcações novas, sendo as envergaduras dessas mesmas embarcações à volta dos 300 a 400 metros. Neste aspecto recentemente temos também dificuldades de atracação de navios. Outra situação é a nossa oferta é sempre limitada por aquilo que temos, havendo sempre a preocupação de não “enganar” os mercados de cruzeiros. A oferta poderia ser maior, mas as condições, recentemente, não o permitem. Outra situação que gostaríamos de apostar era na oferta aos navios militares, dando-lhes apoio logístico, principalmente no verão, o que é complicado devido ao tamanho existente do nosso porto. Toda esta situação anteriormente referida foi na tentativa de eu compreender se realmente existe a necessidade de aumentarmos o nosso Porto do Funchal. O Dr. Bruno respondeu-me que o Inverno é a época que podemos e devemos apostar para quebrar a sazonalidade do restante período do ano. Urgentemente temos que deitar mãos à obra e fazer o aumento tão desejado e útil do Porto. As rotas consolidadas estão como é óbvio salvaguardadas, mas não podem ir além dessas porque não conseguem oferecer condições para que isso aconteça. Por exemplo, em Canárias estão aumentando as suas plataformas de atracagem (cais) tornando-se um Porto com bastantes condições e muito apetecível. Segundo me informou, existem estratégias de crescimento para aproveitar as rotas do Sul de Espanha, introduzindo as Ilhas Atlânticas. Todos estes potenciais económicos têm que ser aproveitados, ainda mais com os tempos de crise actual. Na questão do aumento necessário, está em estudo fazer uma protecção a sul, criando-se um local de atracagem na zona do “aterro”. Segundo o Dr. Bruno, esta seria a solução ideal para ultrapassar toda esta situação. Não se pode perder mais tempo e as obras têm que avançar. O Porto de Canárias bem como o Porto de Ponta Delgada não brincam e estão a melhorar as suas condições de oferta muito rapidamente. Para que não restassem dúvidas da urgência do aumento, o Dr. Bruno informou-me duma situação real. Informando-me que no dia 21 de Fevereiro de 2012 o Independence of de Seas escalaria o nosso Porto. Neste mesmo dia escalaria também o nosso Porto o Navio da Disney. Há pouco tempo, o comandante do navio Disney ligou-lhe a solicitar a entrada no Porto do Funchal na parte da manhã do dia 21 de Fevereiro. Acontece que - 19 -
  • 24. Porto do Funchal pelo motivo do outro navio estar atracado, essa possibilidade foi logo posta de lado e a atracagem só poderá ser feita após as 15h00. Este é um exemplo flagrante da necessidade urgente deste aumento. Para terminar a entrevista questionei-o sobre o tamanho do aumento necessário, transmitindo-me que andaria á volta dos 400 metros, informando-me na sequência da conversa que o cais norte não consegue atracar navios com mais de 230 a 240 metros. Uma limitação complicada cujo resultado traduz-se na perca de muito dinheiro. 5. Conclusão A principal economia da Região Autónoma da Madeira é o Turismo. Na sequência desta minha preocupação, o principal objectivo deste estudo, depreende-se da necessidade de aumento do Porto do Funchal, com o objectivo de maior entrada de turistas nesta Ilha. - 16 - Para que fosse possível chegar a esta conclusão, não poderia deixar de passar por toda a logística existente, seja a nível de pessoal, departamentos e novas tecnologias utilizadas no Porto do Funchal. Com suporte em toda a análise efectuada para a presente conclusão, como não poderia deixar de referir, explanei um pouco da evolução da logística, baseando-me para tal em citações do autor Crespo Carvalho cuja leitura foi fundamental neste meu estudo. A história da evolução do Porto do Funchal, foi também pedra fundamental para a compreensão dos vários aumentos que o Porto sofreu, sempre numa perspectiva futurista, no sentido de oferecer sempre melhores serviços. Fui ao Porto do Funchal para que pessoalmente observasse todo o empreendimento, bem como as fazes logísticas a que um navio necessita até à amarração e saída de passageiros na ilha. Pesquisei e apresentei gráficos da evolução, positiva de escalas de navios de cruzeiro bem como registo anual de passageiros. Fiz referência através de gráficos do número de passageiros em trânsito, e tournaround. Para que justificasse os dados de passageiros referidos, pesquisei quais os principais - 20 -
  • 25. Porto do Funchal operadores e agentes de navegação que representam as companhias localmente. Como não poderia deixar de fazer, entrevistei as duas principais pessoas responsáveis pela Administração do Porto do Funchal, no sentido de entender, tanto a logística praticada pelos Serviços como também o aumento deste Porto. As entrevistas foram fundamentais para provar que o aumento é imprescindível ao crescimento desta procura. Se repararmos ao longo dos tempos, os aumentos reais que o Porto sofreu, foi sempre na perspectiva de oferta de melhores serviços a quem nos visitava, fosse em lazer ou fosse no transporte de mercadorias para dentro e para fora da Ilha. Esta actividade em que o mar é o principal meio de comunicação, foi sempre vista como uma fonte de rendimento dos ilhéus. Pela explicação da Dr.ª Alexandra e ainda reforçada pelo imprescindível testemunho do Dr. Bruno Freitas, está mais que demonstrado que o aumento é de extrema urgência para o nosso Porto. As condições logísticas são excelentes, conforme demonstrei durante o meu trabalho. O desvio de navios, sejam cruzeiros, militares ou outros que porventura passem ao largo necessitando de apoio, continuarão a se desviar para outro porto seguro, perdendo-se muito. Continuamos a perder, talvez por razões económicas ou políticas das decisões. É preciso ultrapassar todas as dificuldades e apostar naquilo que economicamente nos sustentará, que é o turismo, ajudando-nos a ultrapassar futuras dificuldades devido á insularidade sofrida. - 21 -
  • 26. Porto do Funchal Bibliografia: CARVALHO, Y. M. Crespo. (LOGÍSTICA 2002) 3.ª Edição, Edições SILABO, Lda. Lisboa BALLOU, R.H. (Logística Empresarial 1993) 1.ª Edição, Edição Ed Atlas Webgrafia: http://www.buzico.net/historia.htm [acedido em 27 de Outubro de 2011] http://www.portosdamadeira.com/index2.php?t=2&l=pt [acedido em 27 de Outubro de 2011] http://www.portosdosacores.pt/LinkClick.aspx?link=escala_2010.pdf&tabid=182&mid =824 [acedido a 3 de Novembro de 2011] http://www.apsm.pt/APSM.htm [acedido a 3 de Novembro de 2011] http://www.infocruzeiros.com/home-mainmenu-1/664-bruno-freitas-madeira-esta-na- direcao-da-medcruise [acedido a 4 de Novembro de 2011] http://tek.sapo.pt/noticias/internet/janela_nica_portuaria_introduz_canal_unico_el_8797 11.html [acedido a 11 de Novembro de 2011] http://www.cargoedicoes.pt/site/Default.aspx?tabid=380&id=3909&area=Cargo [acedido a 11 de Novembro de 2011] http://www.royalcaribbean.com/findacruise/ships/class/ship/home.do?shipCode=ID [acedido a 11 de Novembro de 2011] http://www.jcanao.pt/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1 [acedido a 11 de Novembro de 2011] http://www.metropolis2011.org/index.php?option=com_content&view=article&id=9&I temid=8&lang=pt [acedido a 14 de Novembro de 2011] http://www.memoriaportuguesa.com/ponta-delgada [acedido a 14 de Novembro de 2011] http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/177418 [acedido a 14 de Novembro de 2011] http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=17&id=130582&sdata= [acedido a 17 de Novembro de 2011] - 22 -
  • 28. Porto do Funchal Escalas Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2009 Fig. 1 Escalas Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2010 Fig. 2 - 24 -
  • 29. Porto do Funchal Escalas Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2011 Fig. 3 Passageiros Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2009 Fig. 4 Passageiros Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2010 - 25 -
  • 30. Porto do Funchal Fig. 5 Passageiros Navios de Cruzeiro no Porto do Funchal em 2011 Fig. 6 - 26 -
  • 34. Porto do Funchal - 30 - Fig. 8
  • 36. Fig.10 – Janela informática da JUP - 32 -