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  Mendonça	
  
Profa.	
  Ms.	
  Medicina	
  de	
  Familia,	
  FAMED/UFRGS	
  
Médica	
  do	
  SSC/GHC	
  
PARA	
  QUE	
  SERVE	
  UM	
  SISTEMA	
  DE	
  SAÚDE??	
  
SISTEMA	
  DE	
  SAÚDE	
  
Proporcionar	
  equilíbrio	
  entre	
  as	
  duas	
  principais	
  metas	
  de	
  um	
  
Sistema	
  Nacional	
  de	
  Saúde:	
  
	
  
	
  	
  
Proporcionar	
  equidade	
  na	
  
distribuição	
  de	
  recursos	
  
	
  
Melhorar	
  a	
  saúde	
  da	
  
população	
  
	
  	
  
	
  
Starfiel B, 2008
•  QUALIDADE:	
  acesso	
  +	
  efeJvidade	
  clínica	
  1	
  
•  EQUIDADE:	
  busca	
  da	
  redução	
  sistemáJca	
  das	
  diferenças	
  
no	
  acesso	
  às	
  ações	
  e	
  aos	
  serviços	
  de	
  saúde,	
  a	
  qualidade	
  e	
  
os	
  resultados	
  em	
  saúde	
  relacionados	
  à	
  renda,	
  classe	
  social,	
  
raça/cor,	
  sexo,	
  idade,	
  escolaridade,	
  incapacidades	
  e	
  
localização	
  geográfica.	
  	
  
•  CUSTO-­‐EFETIVIDADE:	
  	
  alcançam	
  os	
  resultados	
  em	
  saúde	
  
com	
  o	
  menor	
  custo	
  possível	
  e	
  	
  
•  RELEVÂNCIA:	
  prover	
  atenção	
  à	
  saúde	
  de	
  forma	
  coerente	
  
com	
  as	
  necessidades	
  e	
  prioridades	
  de	
  saúde	
  de	
  um	
  país	
  2	
  
OBJETIVOS	
  DOS	
  SISTEMAS	
  DE	
  SAUDE	
  
Fonte:	
  1.Campbell	
  et	
  al,2000;	
  	
  2.Svab	
  I	
  et	
  al,	
  2013	
  
Crises	
  nos	
  Sistemas	
  de	
  Saúde	
  
	
  
•  Problemas	
  de	
  eqüidade	
  e	
  integralidade	
  no	
  cuidado	
  são	
  
de	
  diccil	
  solução,	
  mesmo	
  em	
  países	
  ricos	
  com	
  garanJa	
  
de	
  acesso	
  universal	
  à	
  população	
  
	
   à	
   crises	
   agudas	
   e	
   crônicas	
   de	
   qualidade	
   estão	
  
relacionadas:	
  
–  a	
  carências	
  estruturais	
  da	
  rede	
  de	
  serviços	
  
–  aos	
  processos	
  de	
  gestão	
  e	
  	
  
–  à	
  oferta	
  da	
  atenção	
  
•  CurJs	
  and	
  Phipps,	
  2004;	
  Wagstaff	
  and	
  van	
  Doorslaer,	
  2004;CurJs,	
  2001;	
  Cairney	
  and	
  
Arnold,	
  1998;	
  Mustard	
  and	
  Frolich,	
  1995;	
  Evans	
  et	
  al.,	
  1994;	
  CurJs	
  et	
  al.,	
  2004;	
  Currie	
  
and	
  Stabile,	
  2003;	
  Case	
  et	
  al.,	
  2002;	
  van	
  Doorslaer	
  et	
  al.,	
  2004;	
  Haynes,	
  1991	
  
•  OFERTA	
  DOS	
  SERVIÇOS	
  
•  RECURSOS	
  HUMANOS	
  
•  FINANCIAMENTO	
  
•  SISTEMAS	
  DE	
  INFORMAÇÃO	
  para	
  tomadas	
  de	
  decisões	
  e	
  	
  
•  LIDERANÇA	
  
FUNÇÕES	
  DOS	
  SISTEMAS	
  DE	
  SAUDE	
  
Fonte:	
  Svab	
  I	
  et	
  al,	
  2013	
  
 	
  	
  OFERTA	
  DOS	
  SERVIÇOS	
  
•  Onde o usuário comum busca o cuidado?
–  Shopping around.....busca de resolução e satisfação....
•  Ausência de orientação em um sistema com demanda e
custos crescentes
M, 2004. Evidence-based healthcarGraye.
Tendências	
  sociais	
  e	
  históricas	
  da	
  demanda	
  dos	
  
serviços	
  de	
  saúde	
  no	
  mundo	
  
•  Estudos	
  de	
  White	
  (1961),	
  Green	
  (2001)	
  e	
  PNAD	
  
(2003/2008)	
  e	
  AQUARES/UFPEL	
  
–  padrão	
  de	
  demanda	
  potencial	
  e	
  uJlização	
  de	
  serviços	
  foi	
  
muito	
  similar	
  em	
  um	
  período	
  de	
  40	
  anos,	
  independente	
  dos	
  
avanços	
  nos	
  sistemas	
  de	
  saúde	
  e	
  na	
  vida	
  social	
  	
  
•  Green,	
  The	
  ecology	
  of	
  medical	
  care,	
  2001	
  
•  White,	
  1961	
  
–  População	
  inglesa	
  e	
  americana	
  >=	
  16	
  anos	
  
•  1000	
  adultos,	
  em	
  um	
  período	
  de	
  1	
  mês	
  
•  750	
  referem	
  um	
  “sintoma”	
  (75%)	
  
•  250	
  consultaram	
  um	
  médico	
  (25%)	
  
•  5	
  foram	
  encaminhados	
  a	
  outro	
  médico	
  (0,5%)	
  
•  9	
  foram	
  hospitalizados	
  (0,9%)	
  
•  1	
  foi	
  referido	
  para	
  um	
  hospital	
  universitário	
  (0,1%)	
  
Tendências	
  sociais	
  e	
  históricas	
  da	
  demanda	
  dos	
  
serviços	
  de	
  saúde	
  no	
  mundo	
  
•  Green,	
  2001	
  
–  População	
  americana	
  de	
  homens,	
  mulheres	
  e	
  crianças	
  
•  1000	
  indivíduos,	
  em	
  um	
  período	
  de	
  1	
  mês	
  
•  800	
  referem	
  um	
  “sintoma”	
  (80%)	
  
•  327	
  “pensaram”	
  em	
  consultar	
  um	
  médico	
  (32,7%)	
  
•  217	
  consultaram	
  um	
  médico	
  (21,7%)	
  
–  113	
  consultaram	
  um	
  médico	
  de	
  APS	
  (11,3%)	
  
–  104	
  consultaram	
  especialistas	
  (10,4%)	
  
•  65	
  consultaram	
  um	
  especialista	
  para	
  cuidado	
  médico	
  complementar	
  
ou	
  alternaZvo	
  (6,5%)	
  
•  21	
  consultaram	
  um	
  ambulatório	
  especializado	
  de	
  hospital	
  (2,1%)	
  
•  14	
  receberam	
  cuidado	
  de	
  profissional	
  de	
  saúde	
  em	
  casa	
  (1,4%)	
  
•  13	
  foram	
  atendidos	
  em	
  pronto-­‐socorro	
  (1,3%)	
  
•  8	
  foram	
  hospitalizados	
  (0,8%)	
  
•  1	
  foi	
  encaminhado	
  para	
  um	
  hospital	
  universitário	
  (0,1%)	
  
–  Green,	
  The	
  ecology	
  of	
  medical	
  care,	
  2001	
  
Tendências	
  sociais	
  e	
  históricas	
  da	
  demanda	
  dos	
  
serviços	
  de	
  saúde	
  no	
  mundo	
  
•  PNAD	
  em	
  2008	
  
– 73,6%	
  procuraram	
  um	
  serviço	
  de	
  saúde	
  nos	
  3	
  meses	
  
anteriores	
  à	
  entrevista	
  
•  destes,	
  96,3%	
  foram	
  atendidos,	
  sendo	
  	
  
–  56,8%	
  em	
  postos	
  de	
  saúde	
  do	
  SUS	
  
–  19,2%	
  em	
  consultórios	
  privados	
  
–  12,2%	
  ambulatórios	
  de	
  hospital	
  
–  11,8%	
  outros	
  (empresas,	
  pronto-­‐socorros,	
  ACS)	
  
•  26,3%	
  das	
  pessoas	
  estavam	
  cobertas	
  por	
  planos	
  de	
  saúde.	
  	
  
–  IBGE,	
  2008	
  
Acesso	
  por	
  Tipo	
  de	
  Serviço	
  e	
  Renda	
  Domiciliar.	
  
PNAD	
  2008	
  
O	
  	
  White	
  brasileiro	
  
População	
  brasileira	
  de	
  adultos	
  (crianças	
  e	
  idosos)	
  
•  12.300	
  indivíduos	
  entrevistados	
  
•  4.347	
  consultaram	
  um	
  médico	
  (34,5%)	
  
	
  3.373	
  (77,6%)	
  consultaram	
  em	
  um	
  Posto	
  de	
  Saúde	
  
	
  	
  	
  	
  617	
  consultaram	
  um	
  ambulatório	
  especializado	
  de	
  hospital	
  (14,2%)	
  
	
  	
  	
  	
  265	
  consultaram	
  em	
  centro	
  de	
  especialidades	
  (6,1%)	
  
	
  	
  	
  	
  265	
  consultaram	
  em	
  consultório	
  privado	
  e	
  de	
  convênio	
  (4,1%	
  e	
  2,0%)	
  
	
  
	
  
•  126	
  receberam	
  cuidado	
  de	
  profissional	
  de	
  saúde	
  em	
  casa	
  no	
  úlZmo	
  mês	
  
(2,9%	
  -­‐	
  4,6%	
  /ano)	
  
•  925	
  foram	
  atendidos	
  em	
  pronto-­‐socorro	
  no	
  úlZmo	
  mês	
  (4,3%	
  -­‐	
  18,2%/
ano)	
  
•  56	
  foram	
  hospitalizados	
  (1,3%	
  -­‐	
  7,8	
  %/ano)	
  
	
  
	
  
Fonte:	
  AQUARES,	
  UFPEL,	
  2008
OFERTA	
  DE	
  SERVIÇOS	
  E	
  
NECESSIDADES	
  DA	
  POPULAÇÃO	
  	
  
Embora	
  seja	
  ampla	
  a	
  variedade	
  dos	
  problemas	
  de	
  saúde	
  –	
  e	
  
de	
  diversas	
  naturezas	
  –	
  alguns	
  são	
  muito	
  freqüentes.	
  	
  
	
  
Metade	
  das	
  consultas	
  são	
  aproximadamente	
  30	
  diferentes	
  
diagnósJcos.	
  
	
  
O	
  manejo	
  adequado	
  dos	
  50	
  diagnósJcos	
  mais	
  freqüentes	
  
permite	
  a	
  	
  resolução	
  de	
  mais	
  da	
  metade	
  da	
  demanda	
  
médica	
  em	
  ambulatórios	
  gerais	
  
	
  	
  
Nos	
  Estados	
  Unidos,	
  75%	
  das	
  consultas	
  deve-­‐se	
  a	
  46	
  
diferentes	
  problemas	
  
Na	
  Austrália,	
  52	
  	
  	
  
Na	
  Nova	
  Zelândia,	
  57	
  	
  
	
  
	
  
	
  
Diagnósticos Frequencia (%)
Z 76 0 Emissão de prescrição de repetição 26.581 (15,8)
I10 Hipertensão essencial 21.485 (12,7)
Z76 Pessoas em contato com serviços de saúde
em outras circunstâncias
9.650 (5,7)
Z00 Exame geral e investigação pessoas s/
queixas ou diagnóstico relatados
9.316 (5,5)
Z01 Outros exames e invest especiais de pessoas
s/queixa ou diag relat
9.146 (5,4)
K02 Cárie dentaria 8.436 (5,0)
Z71 Pessoas em contato serv saud para outros
aconselhamentos e conselho médico, NCOP
7.474 (4,4)
E11 Diabetes mellitus nao-insulino-dependemte 6.847 (4,0)
Z01.4 Exame ginecológico 6.029 (3,5)
Z71.2 Pessoa que consulta p/explicação de
achados de exame
5.633 (3,3)
Z00.1 Exame de rotina de saúde da criança 5.225 (3,1)
Distribuição dos trinta diagnósticos ou problemas mais freqüentes com agrupamento
por CID. SSC/GHC, 2013. Porto Alegre, RS
Diagnósticos Frequência (%)
J00 Nasofaringite aguda 5.059 (3,0%)
J45 Asma 4.983 (2,9%)
F32 Episódios depressivos 4.971 (2,9%)
M54 Dorsalgia 4.032 (2,4%)
Z34 Supervisão de gravidez normal 3.965 (2,3%)
K05 Gengivite e doenças periodontais 3.902 (1,8%)
K03 Outras doenças dos tec dentários duros 3.509 (2,0%)
K04 Doença da polpa e dos tec periapicais 2.458 (1,4%)
Z71.3 Aconselhamento e supervisão dietéticos 2.250 (1,3%)
N30 Cistite 2.072 (1,2%)
F41 Outros transtornos ansiosos 1.942 (1,1%)
L97 Úlcera dos membros inferiores NCOP 1.921 (1,1%)
Z10 Exame geral de rotina subpopulação definida 1.796 (1,0%)
E78 Distúrbios metab lipoproteinas e out lipidemias 1.790 (1,0%)
Total 168.218
Distribuição dos trinta diagnósticos ou problemas mais freqüentes com agrupamento
por CID. SSC/GHC, 2013.Porto Alegre, RS
Entre	
  os	
  mais	
  freqüentes,	
  alguns	
  são	
  de	
  grande	
  complexidade,	
  
exigindo	
  intervenções	
  sobre	
  indivíduos,	
  famílias,	
  grupos	
  sociais,	
  
que	
  demandam	
  elementos	
  cogniJvo-­‐tecnológicos	
  de	
  diferentes	
  
disciplinas	
  –	
  sociologia,	
  antropologia,	
  psicologia,	
  educação...	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Falta	
  de	
  afeto	
  
Falta	
  de	
  perspecZva	
  
Hipertensão	
  Arterial	
   Depressão	
  
Obesidade	
  
Câncer	
   Diabetes	
  
Tabagismo	
  Alcoolismo	
  Sedentarismo	
   Maus	
  hábitos	
  alimentares	
  
Lutos	
  
Violência	
  
Mágoas	
  
Baixa	
  autoesZma	
  
Desafetos	
  
CompeZvidade	
  
Desemprego	
  
Traições	
  
Abusos	
  
Valores	
  	
  Sociais	
  
Impotência	
  
Desvalias	
  
Maus	
  Tratos	
  
Perdas	
  
Não	
  pertencimento	
  
Destruição	
  meio	
  ambiente	
   Falta	
  de	
  Cultura	
   Excesso	
  de	
  trabalho	
  
Exploração	
  	
  
Poluição	
  	
   Falta	
  de	
  Lazer	
  
Fatores	
  de	
  Risco	
  (estressores)	
  Proximais	
  Individuais,	
  Familiares,	
  Comunitários	
  
Problemas	
  Familiares	
  
AngusZas	
  
Desesperança	
  
Diretrizes	
  
Global	
  Burden	
  of	
  Disease	
  Study,	
  2010	
  
•  Saúde	
  mental,	
  uso	
  de	
  substâncias	
  psicoaJvas,	
  doenças	
  
musculo-­‐esqueléJcas,	
  diabetes,	
  doenças	
  respiratórias,	
  
anemia,	
  perda	
  de	
  visão	
  e	
  audição	
  
OMS,	
  2010:	
  Cluster	
  strategy:	
  Noncommunicable	
  Diseases	
  and	
  
Mental	
  Health	
  2008-­‐2013	
  
Nações	
  unidas,	
  	
  2011:	
  
•  Declaração	
  PolíJca	
  da	
  Reunião	
  de	
  Alto	
  Nivel	
  da	
  Asembléia	
  
Geral	
  sobre	
  a	
  Prevenção	
  e	
  o	
  	
  Controle	
  das	
  Doenças	
  Não	
  
Transmissíveis	
  
Plano	
  de	
  ações	
  estratégicas	
  para	
  enfrentamento	
  das	
  DCNT	
  
2011/22	
  
•  Primeira	
  causa	
  de	
  mortalidade	
  e	
  de	
  hospitalizações	
  
•  62,1%	
  dos	
  diagnósJcos	
  primários	
  em	
  pacientes	
  com	
  
insuficiência	
  renais	
  (diálise)	
  
•  HIPERTENSÃO	
  ARTERIAL	
  	
  
–  População	
  ≥	
  18	
  ,	
  prevalência	
  atual	
  do	
  VIGITEL	
  	
  
	
  	
  	
  	
  (2010	
  =	
  23,3%):	
  31.164.123	
  	
  
•  DIABETES	
  MELLITUS	
  	
  
–  População	
  alvo	
  ≥	
  18,	
  prevalência	
  atual	
  do	
  VIGITEL	
  	
  
	
  	
  	
  	
  (2010	
  =	
  6,3%):	
  8.303.151	
  	
  
	
  
Doenças	
  Crônicas	
  Não	
  Transmissíveis	
  –	
  Dados	
  epidemiológicos	
  
Relação	
  com	
  a	
  pobreza	
  e	
  
vulnerabilidade	
  social	
  
A	
  TRIPLA	
  CARGA	
  DE	
  DOENÇAS	
  
•  INFECÇÕES	
  (10%	
  dos	
  óbitos),	
  DESNUTRIÇÃO	
  E	
  PROBLEMAS	
  DE	
  
SAÚDE	
  REPRODUTIVA	
  (5%	
  das	
  mortes	
  maternas	
  e	
  infanZs)	
  
•  PREDOMINÂNCIA	
  DAS	
  DOENÇAS	
  CRÔNICAS	
  (72%	
  das	
  mortes)	
  
•  O	
  CRESCIMENTO	
  DA	
  VIOLÊNCIA	
  E	
  DAS	
  CAUSAS	
  EXTERNAS	
  (12,5%	
  
das	
  mortes)	
  
	
  
	
  	
  
	
  
	
  
TABAGISMOSOBREPESO	
  INATIVIDADE	
  FÍSICA	
  USO	
  EXCESSIVO	
  DE	
  
ÁLCOOL	
  E	
  OUTRAS	
  DROGAS	
  E	
  ALIMENTAÇÃO	
  INADEQUADA	
  	
  
FONTE:	
  MENDES	
  (2009)	
  
VICTORA,	
  The	
  Lancet	
  (2011)	
  
Carga	
  de	
  Morbidade,	
  não	
  taxas	
  de	
  doenças,	
  como	
  
medida	
  das	
  necessidades	
  em	
  saúde	
  e	
  prioridades	
  
•  As	
  pessoas	
  e	
  as	
  populações	
  diferem	
  em	
  sua	
  vulnerabilidade	
  e	
  sua	
  
resiliência,	
  ou	
  resistência	
  às	
  ameaças	
  à	
  saúde.	
  
•  Alguns	
  acumulam	
  risco,	
  vulnerabilidade	
  e	
  carga	
  de	
  doenças	
  (co-­‐
morbidades	
  ou	
  morbidity	
  mix).	
  	
  
•  O	
  cuidado	
  a	
  essas	
  pessoas	
  –	
  a	
  gestão	
  clínica	
  –	
  se	
  não	
  levar	
  em	
  conta	
  
esse	
  mix,	
  seguindo	
  “cegamente”	
  protocolos	
  dirigidos	
  a	
  doenças,	
  
haverá	
  um	
  grande	
  impacto	
  no	
  gasto	
  sem	
  sucesso	
  nos	
  resultados	
  
•  A	
  abordagem	
  doença-­‐doença	
  tem	
  sido	
  uma	
  maneira	
  convencional	
  
de	
  pensar	
  a	
  saúde	
  e	
  suas	
  limitações	
  estão	
  se	
  tornando	
  bem	
  
reconhecidas	
  
•  Quanto	
  maior	
  a	
  carga	
  de	
  morbidade,	
  maior	
  a	
  persistência	
  de	
  
diagnós(cos	
  de	
  doenças,	
  e	
  a	
  base	
  das	
  evidências	
  para	
  intervenções	
  
prevenJvas	
  e	
  terapêuJcas	
  de	
  doenças	
  específicas	
  não	
  são	
  
desenvolvidas	
  na	
  atenção	
  primária	
  
 	
  	
  RECURSOS	
  HUMANOS	
  
•  Os recursos humanos consomem dois terços do total
de todo o orçamento nacional da saúde
•  Investimentos na força de trabalho precisam garantir
o número, o tipo e a distribuição de profissionais
adequados para responder as necessidades e
prioridades em saúde individuais e coletivas.
Diretrizes	
  
48º	
  Assembléia	
  Mundial	
  da	
  Saúde,	
  1995:	
  REORIENTAÇÃO	
  NA	
  EDUCAÇÃO	
  MÉDICA	
  
•  Reforma	
  nas	
  escolas	
  médicas	
  
•  Formação	
  de	
  médicos	
  generalistas	
  para	
  trabalhar	
  em	
  serviços	
  de	
  atenção	
  primária	
  
•  Realizar	
  pesquisas	
  para	
  definir	
  o	
  número	
  e	
  o	
  Jpo	
  de	
  especialistas	
  necessários	
  aos	
  
sistemas	
  de	
  saúde	
  
•  Colaborar	
  com	
  as	
  associações	
  profissionais	
  a	
  fim	
  de	
  definir	
  os	
  perfis	
  dos	
  futuros	
  
egressos	
  das	
  insJtuições	
  formadoras	
  	
  
Relatório	
  Mundial	
  da	
  Saúde	
  2008:	
  APS	
  NOW	
  MORE	
  THAN	
  EVER!	
  
•  Serviços	
  de	
  atenção	
  primária	
  requerem	
  profissionais	
  de	
  saúde:	
  médicos,	
  enfermeiros	
  
clínicos	
  e	
  assistentes	
  com	
  habilidades	
  específicas	
  e	
  sofisJcadas,	
  biomédicas	
  e	
  sociais.	
  
Assembléia	
  Mundial	
  da	
  Saúde,	
  2009:	
   	
  QUAIS	
  AS	
  MUDANÇAS	
  NA	
  FORMAÇÃO	
  MÉDICA	
  
NECESSÁRIA	
  QUAIS	
  ESPECIALIDADES	
  MÉDICAS	
  
•  Formar	
  e	
  fixar	
  adequado	
  número	
  de	
  trabalhadores	
  de	
  saúde:	
  enfermeiras	
  de	
  atenção	
  
primária	
  à	
  saúde,	
  enfermeiras	
  obstétricas,	
  	
  médicos	
  de	
  família,	
  em	
  cooperação	
  com	
  
trabalhadores	
  comunitários.	
  	
  
•  WONCA/OMS	
  2013:	
  The	
  ContribuJons	
  of	
  Family	
  Medicine	
  to	
  Improving	
  Health	
  Systems	
  
	
  
Medicina	
  de	
  Família	
  em	
  Países	
  em	
  
Desenvolvimento	
  
•  Brasil	
  
•  China	
  
•  Leste	
  do	
  Mediterrâneo	
  
•  Tailândia	
  	
  
“A	
  PolíJca	
  Nacional	
  de	
  Atenção	
  Primária	
  é	
  
apontada	
  como	
  uma	
  importante	
  experiência	
  de	
  
reforma	
  da	
  atenção	
  primária	
  baseada	
  na	
  
comunidade	
  com	
  as	
  equipes	
  de	
  saúde	
  da	
  
família,	
  que	
  mesmo	
  com	
  um	
  número	
  limitado	
  de	
  
trabalhadores	
  qualificados	
  nas	
  equipes,	
  tem	
  um	
  
claro	
  impacto	
  na	
  saúde	
  e	
  em	
  indicadores	
  sócio-­‐
econômicos	
  dos	
  brasileiros	
  atendidos”	
  	
  
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
System Characteristics (Rank*)
PracticeCharacteristics
(Rank*)
UK
NTH
SP
FIN CAN
AUS
SWE JAP
GER FR
BEL
US
DK
*Best level of health indicator is ranked 1; worst is ranked 13;
thus, lower average ranks indicate better performance.
Based on data in Starfield & Shi, Health Policy 2002; 60:201-18.
System	
  (PHC)	
  and	
  PracJce	
  (PC)	
  CharacterisJcs	
  
FacilitaJng	
  Primary	
  Care,	
  Early-­‐Mid	
  1990s	
  
Starfield 03/05
ICTC 3100
Escores	
  da	
  Atenção	
  Primária	
  
País	
   Escore	
  
Alemanha	
   0,4	
  
Bélgica	
   0,4	
  
Estados	
  Unidos	
   0,4	
  
França	
   0,3	
  
Áustria	
   1,1	
  
Canadá	
   1,2	
  
Suécia	
   0,9	
  
Brasil	
   0,8	
  
Dinamarca	
   1,7	
  
Espanha	
   1,4	
  
Finlândia	
   1,5	
  
Holanda	
   1,5	
  
Reino	
  Unido	
   1,9	
  
Porcentagem	
  de	
  médicos	
  em	
  aJvidade	
  que	
  são	
  especialistas	
  
País	
   Percentual	
  
Suécia	
   90%	
  
Alemanha	
   81%	
  
Estados	
  Unidos	
   61	
  a	
  80%	
  (c/	
  MI	
  e	
  Pediatria	
  na	
  APS)	
  
Dinamarca	
   75%	
  
Brasil	
   80,2%	
  (c/	
  MI	
  e	
  Pediatria	
  na	
  APS)	
  
Holanda	
   67%	
  
Espanha	
   63%	
  
Finlândia	
   63%	
  
Áustria	
   <	
  50%	
  
França	
   50%	
  
Canadá	
   49%	
  
Bélgica	
   46%	
  
Reino	
  Unido	
   40%	
  
Médicos	
  no	
  Brasil	
  
No Brasil, 44,9% dos médicos não tem nenhuma especialidade médica,
conferindo uma razão de 1,23 especialista para cada generalista
Sete	
  especialidades	
  concentram	
  mais	
  da	
  metade	
  dos	
  profissionais	
  (52,3%).	
  	
  
Pediatria	
  (13,3%)	
  
Ginecologia/Obstetrícia	
  (11%)	
  
Anestesiologia	
  (7,2%)	
  
Cirurgia	
  Geral	
  (6,6%)	
  
Medicina	
  Interna	
  (5,2%)	
  
Ortopedia	
  e	
  Traumatologia	
  (4,6%)	
  
OŠalmologia	
  (4,5%)	
  
Medicina	
  do	
  Trabalho	
  (4,4%)	
  	
  
e	
  Radiologia	
  (3,5%)
	
  
7,6	
  postos	
  de	
  trabalho	
  médico	
  no	
  setor	
  privado	
  e	
  1,95	
  no	
  público	
  
Cada	
  novo	
  médico	
  registrado	
  no	
  CFM	
  “verifica-­‐	
  se	
  o	
  crescimento	
  de	
  1,35	
  médico	
  
ocupando	
  posto	
  de	
  trabalho	
  no	
  setor	
  público	
  e	
  1,86	
  no	
  setor	
  privado”	
  
	
  
Fonte:	
  Demografia	
  Médica	
  no	
  Brasil.	
  CFM,	
  2011.	
  
Que	
  profissionais	
  precisamos	
  
O	
  Brasil	
  tem	
  um	
  modelo	
  de	
  APS	
  abrangente	
  
1.	
  Equipes	
  mulJdisciplinares	
  são	
  responsáveis	
  por	
  territórios	
  geográficos	
  e	
  
população	
  adscrita,	
  tem	
  as	
  atribuições	
  de	
  reconhecer	
  adequadamente	
  problemas	
  
de	
  ordem	
  funcional,	
  orgânica	
  ou	
  social.	
  
2.	
  A	
  presença	
  singular	
  dos	
  agentes	
  comunitários	
  de	
  saúde.	
  
3.	
  A	
  inclusão	
  da	
  saúde	
  bucal	
  no	
  sistema	
  público	
  de	
  saúde.	
  
Se faz necessária uma organização dos serviços com definição clara
dos papéis dos diferentes profissionais de saúde e suas competências na
abrangência dos cuidados, na sua complementariedade ou substituição em
busca de melhor eficácia, eficiência e equidade.
 	
  	
  Financiamento	
  
ORGANIZAÇÃO	
  MUNDIAL	
  DE	
  SAÚDE	
  –	
  2012	
  
COBERTURA	
  UNIVERSAL	
  
	
  
•  “A	
  cobertura	
  universal	
  é	
  o	
  conceito	
  mais	
  
poderoso	
  que	
  a	
  saúde	
  pública	
  pode	
  oferecer	
  ”	
  
Dra.	
  Margaret	
  Chan,	
  Diretora	
  da	
  OMS	
  
Discurso	
  	
  
65ª	
  Assembléia	
  Mundial	
  da	
  Saúde,	
  maio	
  2012	
  
Cobertura	
  Universal	
  de	
  Saúde	
  
Duas	
  ações-­‐chave,	
  entre	
  outras,	
  são	
  destacadas	
  no	
  relatório.	
  
	
  
1)	
  Captação	
  de	
  recursos	
  suficientes	
  para	
  a	
  
saúde	
  
•  Os	
  países	
  devem	
  captar	
  suficientes	
  recursos	
  
•  Algumas	
  nações	
  atualmente	
  desJnam	
  
aproximadamente	
  32	
  dólares	
  per	
  capita	
  para	
  
a	
  saúde.	
  
•  O	
  montante	
  deveria	
  elevar-­‐	
  se	
  a	
  60	
  dólares	
  
para	
  o	
  ano	
  de	
  2015.	
  
Fonte:	
  OMS,	
  Informe	
  sobre	
  la	
  salud	
  en	
  el	
  mundo	
  2010,	
  h‹p://www.who.int/whr/2010/es/index.html	
  
	
  
2)	
  Promover	
  a	
  eficácia	
  e	
  eliminar	
  as	
  perdas:	
  
	
  
•  EsJma-­‐se	
  que	
  se	
  perde	
  entre	
  20	
  	
  a	
  40%	
  dos	
  recursos	
  desJnados	
  à	
  
saúde.	
  
•  Pode	
  haver	
  uma	
  economia	
  de	
  cerca	
  de	
  5%	
  de	
  gastos	
  em	
  saúde	
  
reduzindo	
  gastos	
  desnecessários	
  com	
  medicamentos.	
  	
  
•  Alcançar	
  o	
  máximo	
  possível	
  tecnologias	
  necessárias	
  
•  E,	
  os	
  serviços	
  de	
  saúde	
  devem:	
  
–  moJvar	
  os	
  trabalhadores	
  de	
  saúde;	
  
–  reduzir	
  os	
  erros	
  médicos	
  
–  eliminar	
  a	
  corrupção.	
  
Cobertura	
  Universal	
  de	
  Saúde	
  
	
  
Fonte:	
  OMS,	
  Informe	
  sobre	
  la	
  salud	
  en	
  el	
  mundo	
  2010,	
  h‹p://www.who.int/whr/2010/es/index.html	
  
	
  
Gastos	
  em	
  Saúde	
  em	
  tempos	
  de	
  crise.	
  
Países	
  selecionados,2012	
  
Dahlgren e Whitehead,1992
Haskel, W, 1998
20%
51%
10%
19%
DETERMINAÇÃO	
  SOCIAL	
  DA	
  SAÚDE	
  
Os	
  serviços	
  de	
  saúde	
  podem	
  contribuir	
  
com	
  a	
  redução	
  das	
  iniquidades	
  em	
  
saúde1,	
  parJcularmente	
  quando	
  a	
  APS	
  
está	
  explicitamente	
  considerada2	
  .	
  Na	
  
maior	
  parte	
  dos	
  países	
  desenvolvidos,	
  a	
  	
  
equidade	
  tem	
  sido	
  alcançada	
  pela	
  
provisão	
  de	
  APS,	
  mas	
  não	
  com	
  serviços	
  
especializados.3,	
  4	
  
Starfield 05/06
EQ 3413
Sources: 1Mackenbach, Int J Health Serv 2003; 33:523-41. 2Starfield et al,
Milbank Q 2005; 83(3):457-502. 3van Doorslaer et al, Health Econ 2004;
13:629-47. 4van Doorslaer et al, CMAJ 2006; 174:177-83.
DISTRIBUIÇÃO	
  INEQUÂNIME	
  
	
  
BRASIL,	
  2012	
  
	
  
•  2012:	
  8,9%	
  do	
  PIB	
  (2,25	
  trilhões)	
  
•  ~	
  200.517	
  milhões	
  
•  45,7%	
  despesa	
  Pública	
  
•  ~	
  92	
  bilhões	
  
•  40	
  bilhões	
  MS	
  (assistência)	
  +	
  52	
  bi	
  Estados	
  e	
  
Municípios	
  
•  12	
  bilhões	
  (30%)	
  na	
  atenção	
  primária	
  	
  
Decreto	
  nº	
  7.508,	
  2011	
  
Art.	
  11.	
  “O	
  	
  acesso	
  universal	
  e	
  igualitário	
  às	
  
ações	
  e	
  aos	
  serviços	
  de	
  saúde	
  será	
  ordenado	
  
pela	
  atenção	
  primária	
  e	
  deve	
  ser	
  fundado	
  na	
  
avaliação	
  da	
  gravidade	
  do	
  risco	
  individual	
  e	
  
coleSvo	
  e	
  no	
  critério	
  cronológico,	
  observadas	
  as	
  
especificidades	
  previstas	
  para	
  pessoas	
  com	
  
proteção	
  especial,	
  conforme	
  legislação	
  vigente”.	
  
DISTRIBUIÇÃO	
  INEQUÂNIME	
  
	
  •  Per	
  capita	
  dos	
  recursos	
  federais	
  para	
  atenção	
  
primária:	
  R$	
  77,00	
  /ano	
  
•  Per	
  capita	
  dos	
  recursos	
  federais	
  para	
  atenção	
  
especializada/hospitais:	
  	
  R$	
  180,00/ano	
  
•  Per	
  capita	
  saúde	
  suplementar(2009):	
  R$	
  1.500,00	
  
0,00
5.000.000.000,00
10.000.000.000,00
15.000.000.000,00
20.000.000.000,00
25.000.000.000,00
30.000.000.000,00
35.000.000.000,00
40.000.000.000,00
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Valor
Ano
Evolução	
  dos	
  Recursos	
  Federais	
  -­‐ PAB	
  e	
  MAC	
  Brasil	
  
-­‐ 1998-­‐2013
PAB
MAC
Estudos	
  de	
  iniqüidades	
  em	
  saúde	
  
Determinantes distais
(sociais, políticos, econômicos)
Estratificação social
Acesso a intervenções
médico-sanitárias
Saúde e estado nutricional
Fonte:	
  Victora,	
  2009	
  
Por	
  que	
  os	
  pobres	
  morrem	
  mais	
  cedo?	
  
Sadio
Doença leve
Doença grave
Morte
§  Maior exposição às doenças e agravos
§  Menor cobertura com intervenções
preventivas
§  Maior probabilidade de adoecer
§  Menor resistência às doenças
Fonte: Victora C, Wagstaff A et al, Lancet 2003
§  Menor acesso a serviços de saúde
§  Pior qualidade da atenção recebida em
serviços de atenção primária
§  Menor probabilidade de receber tratamentos
essenciais
§  Menor acesso a serviços de nível secundário
e terciário
Taxas	
  padronizadas	
  de	
  ICSAP:	
  total,	
  em	
  mulheres	
  e	
  homens.	
  Belo	
  Horizonte,	
  MG,	
  
Brasil.	
  
	
  
TaxadeICSAPpor10.000hab.
ERROS NA ALOCAÇÃO
Se gasta muito com intervenções pouco custo efetivas e se gasta pouco com
intervenções de maior custo-efetividade
	
  
As	
  seguintes	
  tecnologias	
  são	
  sub-­‐uZlizadas	
  nos	
  serviços	
  de	
  saúde:	
  
	
  
Inibidores	
  da	
  Enzima	
  Conversora	
  de	
  Angiotensina	
  na	
  IC	
  
Beta	
  bloqueador	
  após	
  Infarto	
  Agudo	
  do	
  Miocárdio	
  
PrevenJvo	
  de	
  câncer	
  de	
  colo	
  uterino	
  
DiagnósJco	
  e	
  tratamento	
  da	
  depressão	
  
Rastreamento	
  para	
  reJnopaJa	
  diabéJca	
  e	
  glaucoma	
  
Vacina	
  para	
  pneumococo	
  
Pré-­‐natal	
  
Vacinação	
  da	
  HepaJte	
  B	
  em	
  crianças/adolescentes	
  
	
  
TrombolíJco	
  no	
  Infarto	
  Agudo	
  do	
  Miocárdio	
  e	
  AVC	
  isquêmico	
  
Manejo	
  da	
  Dor	
  
Transplante	
  de	
  órgãos	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Fonte:	
  Centro	
  de	
  Informações	
  em	
  Pesquisa	
  de	
  Tecnologias	
  e	
  Serviços	
  de	
  Saúde	
  	
  (h‹p://
Impacto das Intervenções	
  	
  
Benefício das intervenções na prevenção de eventos
coronarianos em indivíduos de alto risco (vs. placebo)
Intervenção Seguimento RRR NNT
Dieta cardioprotetora
Inibidores da ECA
Estatinas
Aspirina
Diuréticos tiazídicos
2 anos
4 anos
5 anos
5 anos
5 anos
52%
20%
27%
28%
28%
13
42
33
44 - 77
64
Duncan et cols, Medicina Ambulatorial, 2004
INEFICIÊNCIA	
  
	
  
•  Ausência	
  de	
  coordenação	
  do	
  cuidado	
  definida	
  na	
  rede	
  
de	
  serviços:	
  fragmentação,	
  redundância	
  e	
  ineficiência	
  
dos	
  recursos.	
  	
  
•  Separação	
  das	
  ações	
  prevenJvas	
  (coleJvas)	
  das	
  ações	
  
clínicas	
  individuais.	
  	
  
•  Os	
  programas	
  verJcais,	
  que	
  se	
  opõe	
  à	
  abrangência	
  dos	
  
serviços	
  oferecidos	
  pela	
  APS,	
  tem	
  também	
  se	
  
mostrado	
  ineficientes	
  
•  O	
  número	
  de	
  eventos	
  adversos	
  evitáveis	
  em	
  hospitais	
  
é	
  muito	
  alto,	
  cerca	
  de	
  67%,	
  juntamente	
  com	
  os	
  
eventos	
  decorrentes	
  de	
  uso	
  inadequado	
  de	
  
medicamentos	
  e	
  das	
  infecções	
  hospitalares	
  	
  
ICSAP	
  –	
  Adultos	
  e	
  Crianças	
  
25%	
  do	
  total	
  das	
  internações/Gasto	
  de	
  405	
  
milhões/ano	
  (21%	
  do	
  total	
  de	
  gastos	
  com	
  
internações	
  hospitalares)	
  
Altas taxas de internação por pneumonia em menores
de 20 anos: associada à idade materna, baixo peso ao
nascer, ausência de aleitamento materno e história de
pneumonia anterior (?)	
  
CUSTOS	
  CRESCENTES	
  
	
  
•  Desproporcional	
  crescimento	
  nas	
  
especialidades	
  médicas;	
  
•  Aumento	
  na	
  uJlização	
  da	
  tecnologia	
  
biomédica:	
  solicitação	
  de	
  exames,	
  
procedimentos	
  e	
  tratamentos	
  
	
  
CUSTO	
  (EM	
  LIBRAS)	
  TRATAMENTO	
  DA	
  ASMA	
  E	
  
PONTOS	
  DE	
  ATENÇÃO	
  
	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  “EXAMINE	
  OS	
  NÚMEROS	
  E	
  OBSERVE	
  OS	
  
CONTRASTES.	
  OS	
  PACIENTES	
  PODERIAM	
  
PAGAR	
  A	
  UM	
  MÉDICO	
  US$	
  100	
  POR	
  UMA	
  
VISITA	
  DE	
  PREVENÇÃO	
  À	
  ASMA	
  E	
  MAIS	
  
US	
  200	
  POR	
  SEU	
  INALADOR,	
  VENDIDO	
  
SOB	
  PRESCRIÇÃO.	
  UMA	
  VISITA	
  AO	
  SETOR	
  
DE	
  EMERGÊNCIA	
  PODERIA	
  GERAR	
  	
  DE	
  US
$	
  2.000	
  A	
  US$	
  4.000	
  EM	
  RECEITAS	
  PARA	
  
O	
  PRESTADOR,	
  ENQUANTO	
  UMA	
  
INTERNAÇÃO	
  HOSPITALAR	
  PODERIA	
  
RENDER	
  US$	
  10.000	
  A	
  US$	
  40.000	
  EM	
  
RECEITAS	
  PARA	
  A	
  INSTITUIÇÃO.	
  SE	
  O	
  
PAGAMENTO	
  INCENTIVA	
  O	
  
COMPORTAMENTO	
  DOS	
  PRESTADORES,	
  
ONDE,	
  COMO	
  SOCIEDADE,	
  ESTAMOS	
  
COLOCANDO	
  NOSSO	
  DINHEIRO	
  HOJE?	
  
NÃO	
  É	
  NA	
  PREVENÇÃO	
  DA	
  ASMA,	
  
MESMO	
  ESTANDO	
  OS	
  ESTADOS	
  UNIDOS	
  
DIANTE	
  DE	
  UMA	
  EPIDEMIA	
  DE	
  ASMA”	
  
FONTE: RAWAF (2007); CHRISTENSEN (2009)
PONTO	
  DE	
  ATENÇÃO	
  À	
  
SAÚDE	
  
VALOR	
  MÉDIO	
  
EM	
  LIBRAS	
  
ATENÇÃO	
  PRIMÁRIA	
  À	
  
SAÚDE	
  
	
  	
  	
  15,00	
  
CALL	
  CENTER	
   	
  	
  	
  	
  16,00	
  
AMBULATÓRIO	
  
ESPECIALIZADO	
  
	
  	
  	
  150,00	
  
HOSPITAL/DIA	
   	
  1.000,00	
  
HOSPITAL	
  SECUNDÁRIO	
   	
  5.000,00	
  
HOSPITAL	
  TERCIÁRIO	
   	
  	
  	
  20.000,00	
  
Mendes,	
  2009	
  
CUSTOS	
  CRESCENTES	
  
	
  
•  Em	
  todo	
  mundo,	
  o	
  fumo	
  está	
  relacionado	
  com	
  1	
  em	
  cada	
  	
  
5	
  mortes	
  em	
  homens	
  e	
  1/20	
  em	
  mulheres	
  
•  1,1	
  bilhão	
  de	
  pessoas	
  fumam/Brasil:	
  19	
  milhões	
  e	
  400	
  mil	
  adultos	
  (14,8%)	
  
•  Tendência	
  global:	
  50%	
  dos	
  meninos	
  e	
  10%	
  das	
  meninas	
  começam	
  a	
  fumar/ano:	
  30	
  
milhões	
  de	
  novos	
  fumantes	
  nos	
  próximos	
  anos	
  
•  Em	
  2030	
  o	
  aumento	
  de	
  mortes	
  prematuras	
  aumentará	
  10	
  milhões/ano	
  	
  
•  As	
  mortes	
  relacionadas	
  ao	
  fumo	
  teve	
  crescimento	
  mais	
  rápido	
  nos	
  países	
  de	
  renda	
  
média	
  e	
  baixa,	
  igual	
  ao	
  da	
  epidemia	
  de	
  HIV/AIDS	
  	
  
•  O custo-eficácia do tratamento do câncer de pulmão varia de US$ 53.000 até
US$ 163.000
	
  
	
  
Tabagismo	
  
	
  
Alguns	
  países	
  gastam	
  20%	
  de	
  todo	
  orçamento	
  em	
  saúde	
  em	
  hospitais	
  terciários	
  
Tabagismo	
  
	
  
•  Aumento	
  de	
  Impostos:	
  aumento	
  de	
  70%	
  no	
  preço	
  reduz	
  10	
  a	
  26%	
  das	
  mortes.	
  É	
  a	
  
mais	
  custo	
  efeJva,	
  porém,	
  quando	
  ajustado	
  para	
  o	
  poder	
  de	
  compra,	
  o	
  preço	
  dos	
  
produtos	
  derivados	
  do	
  tabaco	
  diminuiu	
  na	
  maioria	
  dos	
  países	
  nos	
  úlJmos	
  anos	
  
•  Disseminação	
  de	
  informações	
  sobre	
  uso	
  prejudicial	
  
•  Restrição	
  fumo	
  em	
  lugares	
  públicos	
  e	
  no	
  trabalho	
  
•  Proibição	
  da	
  propaganda	
  
–  Lei	
  12546	
  /2011	
  (	
  ambientes	
  livres	
  /	
  taxação)	
  
–  Regulamentação	
  da	
  ANVISA	
  -­‐	
  adiJvos	
  	
  
•  Aumento	
  do	
  acesso	
  às	
  terapias	
  para	
  parar	
  de	
  fumar	
  
O	
  tratamento	
  do	
  fumante	
  está	
  entre	
  as	
  intervenções	
  médicas	
  que	
  apresentam	
  a	
  
melhor	
  relação	
  custo-­‐beneccio,	
  com	
  custo	
  inferior	
  ao	
  tratamento	
  da	
  HAS,	
  dislipidemia	
  
e	
  infarto.	
  Cabe	
  aos	
  profissionais	
  de	
  saúde,	
  especialmente	
  na	
  Atenção	
  Primária,	
  
promoverem	
  ações	
  de	
  informação	
  e	
  incenJvo	
  ao	
  abandono	
  do	
  tabaco	
  a	
  todos	
  os	
  
fumantes	
  que	
  uJlizam	
  os	
  serviços.	
  Pesquisas	
  confirmam	
  que	
  abordagens	
  rápidas,	
  
repeJdas	
  a	
  cada	
  consulta	
  e	
  reforçando	
  a	
  necessidade	
  de	
  parar	
  com	
  o	
  uso	
  do	
  tabaco,	
  
aumentam	
  significaJvamente	
  as	
  taxas	
  de	
  absJnência.	
  
Intervenções	
  eficazes	
  
PROPOSIÇÕES	
  
Reorganização	
  na	
  Oferta	
  dos	
  Serviços	
  
•  Mudanças	
  de	
  diversas	
  naturezas	
  
Demográficas	
  (envelhecimento	
  das	
  populações);	
  	
  
Epidemiológicas	
  (aumento	
  das	
  condições	
  crônicas,	
  diminuição	
  
das	
  agudas,	
  co-­‐morbidades);	
  	
  
Socioculturais	
  (vida	
  em	
  cidades	
  grandes	
  e	
  suas	
  
conseqüências);	
  	
  
Tecnológicas	
  (desenvolvimento	
  de	
  novas	
  tecnologias	
  de	
  
diagnósJco	
  e	
  tratamento)	
  
	
  
•  Forçam	
  os	
  sistemas	
  e	
  serviços	
  a	
  se	
  reorganizarem	
  e	
  
desenvolverem	
  novas	
  tecnologias,	
  buscando	
  maior	
  eficácia,	
  
eficiência	
  e	
  efeJvidade.	
  	
  
Novas	
  ações	
  curaJvas,	
  serviços	
  comunitários,	
  saúde	
  mental,	
  
home	
  care,	
  cuidados	
  paliaJvos	
  	
  
	
  
Capacidade	
   de	
   planejar	
   e	
   avaliar	
   resultados	
   em	
   saúde	
   -­‐	
  
avaliação	
  como	
  aprendizagem	
  em	
  situação	
  de	
  trabalho	
  
	
  
Quanto	
  é	
  custo	
  efeJvo	
  mudanças	
  no	
  comportamento	
  dos	
  
profissionais	
  de	
  saúde	
  
	
  
Intervenções	
  educacionais	
  tem	
  efeito	
  variável:	
  nível	
  de	
  efeito	
  
6%	
  -­‐	
  cada	
  dólar	
  invesJdo	
  economiza	
  2	
  em	
  uso	
  medicamentos	
  
	
  
Uso	
  adequado	
  de	
  tecnologias	
  
	
  
Novas formas de ofertas de serviços
No	
  Sistema	
  de	
  Saúde	
  
•  Profissionais:	
  formação	
  e	
  distribuição	
  
•  Instalações	
  e	
  equipamentos:	
  número	
  e	
  Jpo	
  
•  Gama	
  de	
  serviços:	
  o	
  que	
  está	
  sendo	
  coberto	
  com	
  o	
  financiamento	
  (de	
  APS)	
  
hoje	
  e	
  quais	
  são	
  as	
  prioridades?	
  
•  Organização:	
  quais	
  são	
  os	
  padrões	
  de	
  adequação	
  
•  	
  Gestão:	
  formação	
  con•nua	
  
•  Sistemas	
  de	
  Informação,	
  não	
  necessariamente	
  eletrônicos,	
  mas	
  que	
  registrem	
  
a	
  história,	
  alergias,	
  reconhecimento	
  dos	
  problemas,	
  inclusive	
  psicossociais,	
  
registre	
  cada	
  contato,	
  os	
  exames	
  e	
  procedimentos,	
  medicamentos	
  (para	
  
evitar	
  prescrições	
  desnecessárias	
  ou	
  contraindicadas)	
  e	
  o	
  fornecimento	
  de	
  
informações	
  para	
  os	
  pacientes.	
  Planos	
  de	
  Cuidado	
  pactuados	
  entre	
  a	
  equipe	
  
mulJprofissional	
  ,	
  o	
  paciente	
  e	
  a	
  família.	
  
•  Acesso:	
  requisitos	
  mínimos,	
  dependendo	
  das	
  necessidades	
  da	
  população.	
  
•  Financiamento	
  equitaJvo,	
  público	
  e	
  regulado	
  sem	
  co-­‐pagamento.	
  
•  População	
  sob	
  responsabilidade:	
  como	
  é	
  a	
  população	
  e	
  as	
  subpopulações	
  
idenJficadas	
  e	
  incluídas.	
  
•  Governança:	
  não	
  somente	
  dos	
  profissionais	
  e	
  “experts”,	
  mas	
  da	
  gestão	
  e	
  
sociedade.	
  
Nos	
  serviços	
  
	
  •  1.	
  registro	
  da	
  população	
  por	
  meio	
  de	
  sistemas	
  informaJzados	
  e	
  acesso	
  
conforme	
  estraJficação	
  de	
  risco	
  e	
  vulnerabilidade;	
  	
  
•  2.	
  infraestrutura	
  csica	
  e	
  de	
  equipamentos	
  adequada,	
  inclusive	
  de	
  recursos	
  
humanos;	
  
•  3.	
  orientar	
  os	
  serviços	
  para	
  a	
  oferta	
  de	
  uma	
  distribuição	
  aproximada	
  da	
  
proporção	
  de	
  encontros/consultas,	
  tendo	
  como	
  meta	
  85%	
  para	
  moJvos	
  
assistenciais	
  previsíveis	
  (35%)	
  e	
  imprevisíveis	
  (50%).52	
  Anexo1	
  	
  
•  4.	
  disponibilizar	
  diretrizes	
  clínicas	
  que	
  levem	
  em	
  conta	
  classificação	
  de	
  risco	
  
e	
  vulnerabilidade,	
  e	
  consequentemente	
  a	
  definição	
  da	
  programação	
  de	
  
exames	
  diagnósJcos	
  e	
  de	
  consultas	
  especializadas,	
  inclusive	
  para	
  a	
  
necessidade	
  de	
  atenção	
  comparJlhada,	
  adscrevendo	
  também	
  a	
  população	
  
para	
  cada	
  especialidade.	
  A	
  co-­‐morbidade	
  requer	
  novos	
  Jpos	
  de	
  interfaces	
  
entre	
  atenção	
  primária	
  e	
  a	
  atenção	
  especializada;	
  
•  5.	
  garanJr	
  acesso	
  da	
  população	
  às	
  consultas	
  especializadas,	
  exames	
  e	
  
diagnósJco	
  e	
  leitos	
  hospitalares	
  a	
  parJr	
  das	
  necessidades	
  da	
  população	
  
cadastrada	
  e	
  estraJficada	
  na	
  atenção	
  primária;	
  
•  6.implantar	
  mecanismos	
  de	
  comunicação	
  da	
  atenção	
  primária	
  como	
  centro	
  
de	
  comunicação	
  da	
  rede	
  –	
  sistemas	
  eletrônicos	
  de	
  comunicação,	
  prontuário	
  
eletrônico,	
  listas	
  de	
  espera	
  inteligentes	
  (que	
  incorporem	
  a	
  classificação	
  de	
  
Nas	
  equipes	
  	
  	
  
	
  •  1.trabalhar	
  em	
  equipe	
  mulJdisciplinar	
  com	
  tarefas	
  claramente	
  definidas	
  
com	
  novas	
  formas	
  de	
  atenção:	
  atendimento	
  em	
  grupo,	
  consultas	
  em	
  
seqüência,	
  consultas	
  coleJvas,	
  grupos	
  de	
  pares	
  e	
  trabalho	
  conjunto	
  de	
  
especialistas	
  e	
  profissionais	
  da	
  atenção	
  primária	
  à	
  saúde;	
  	
  
•  2.	
  uJlizar	
  roJneiramente	
  diretrizes	
  clínicas	
  e	
  manter	
  regularidade	
  na	
  
educação	
  permanente	
  dos	
  profissionais	
  para	
  a	
  uJlização	
  destas	
  diretrizes	
  
e	
  na	
  educação	
  em	
  saúde	
  das	
  pessoas	
  usuárias,	
  com	
  base	
  em	
  teorias	
  do	
  
campo	
  da	
  psicologia;	
  	
  
•  3.	
  programar	
  as	
  agendas	
  de	
  consulta,	
  com	
  base	
  nas	
  necessidades	
  
esJmadas	
  priorizando	
  as	
  demandas	
  assistenciais	
  imprevisíveis	
  (Anexo	
  1);	
  
•  4.	
  uJlizar	
  instrumentos	
  de	
  autocuidado	
  apoiado	
  construídos	
  com	
  base	
  em	
  
evidências	
  de	
  sua	
  efeJvidade;	
  plano	
  de	
  autocuidado	
  elaborado	
  e	
  
monitorado,	
  conjuntamente,	
  pelos	
  profissionais	
  e	
  pelas	
  pessoas	
  usuárias;	
  
monitoramento	
  regularmente	
  as	
  metas	
  de	
  autocuidado;	
  	
  
•  manter	
  ligação	
  próxima	
  entre	
  os	
  serviços	
  de	
  saúde	
  e	
  as	
  organizações	
  
comunitárias	
  para	
  prover	
  recursos	
  complementares.	
  	
  
•  garanJr	
  estratégias	
  de	
  abordagem	
  mais	
  integral,	
  principalmente	
  
considerando	
  a	
  saúde	
  mental.	
  	
  
FUNCIONA?	
  
ü  Uso	
  de	
  diretrizes/protocolos	
  baseados	
  em	
  evidências	
  
ü  EstraZficação	
  segundo	
  riscos	
  de	
  morbi-­‐mortalidade	
  e	
  
programação	
  da	
  assistência	
  conforme	
  necessidades	
  	
  
ü  Cuidado	
  comparZlhado	
  /	
  melhor	
  trabalho	
  em	
  equipe	
  
ü  Atendimentos	
  coleZvos,	
  consultas	
  seqüenciais	
  	
  
ü  Autocuidado	
  apoiado	
  	
  
ü  Gestão	
  dos	
  casos	
  complexos	
  
ü  Integralidade	
  do	
  cuidado:	
  abordagem	
  da	
  saúde	
  mental	
  e	
  bucal	
  
nas	
  pessoas	
  com	
  condições	
  crônicas	
  
ü  Ampliar	
  uso	
  do	
  método	
  clínico	
  centrado	
  na	
  pessoa	
  /	
  família	
  
nas	
  condições	
  crônicas	
  	
  
ü  Recepção	
  /	
  acolhimento:	
  fim	
  das	
  filas,	
  melhor	
  acesso	
  
	
  SOLUÇÕES:	
  AS	
  MUDANÇAS	
  
NECESSÁRIAS	
  
EstraJficação:	
  (1)	
  a	
  gravidade/complexidade	
  da	
  condição	
  crônica	
  estabelecida	
  e	
  (2)	
  a	
  capacidade	
  
de	
  autocuidado,	
  que	
  contempla,	
  entre	
  outros	
  aspectos,	
  o	
  grau	
  de	
  confiança	
  e	
  o	
  apoio	
  que	
  as	
  
pessoas	
  têm	
  para	
  cuidar	
  de	
  si	
  mesmas.	
  
	
  
64
Grupo de tabagismo, de caminhada,
Saúde no Prato.
Grupos de
educação em
saúde
1
Consulta coletiva.
Atenção
compartilhada em
atividade de grupo
2
Consultas seqüenciais,
multidisciplinares e/ou consulta coletiva
– Particularizar conforme a necessidade
individual.
Atenção
individual /
compartilhada em
atividade de grupo
3
Consultas seqüenciais,
multidisciplinares.Atenção individual4
Discussão de caso, visitas domiciliares,
abordagem familiar.Gestão de caso5
Exemplos de atividades, conforme o
estrato de risco
Ação de saúde
predominante
Nível de
atenção
Stürmer	
  &	
  Bianchini,	
  2012.	
  SSC-­‐GHC	
  
EstraJficação	
  de	
  riscos	
  considerando	
  capacidade	
  de	
  autocuidado	
  
As	
  condições	
  crônicas	
  no	
  SSC:	
  
HAS	
  e	
  DM	
  
População:	
  105	
  mil	
  habitantes	
  
Adultos	
  com	
  18	
  anos	
  ou	
  mais:	
  72.757	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  73.439	
  
EsJmaJva	
  para	
  hipertensão:	
  26%	
  da	
  pop	
  c/	
  18	
  anos	
  ou	
  mais.	
  
EsJmaJva	
  diabete:	
  8%	
  	
  
	
   Hipertensão Arterial Sistêmica
Estimados: 18.915
Cobertura: 10.916
(58%)
Controlados:
52%
Cobertura: 12.811
(67%)
Controlados:
68%
Hipertensão Arterial Sistêmica
Estimados: 19.094
As	
  condições	
  crônicas	
  no	
  SSC:	
  
HAS	
  e	
  DM	
  
População:	
  105	
  mil	
  habitantes	
  
Adultos	
  com	
  18	
  anos	
  ou	
  mais:	
  72.757	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  73.439	
  
EsJmaJva	
  para	
  hipertensão:	
  26%	
  da	
  pop	
  c/	
  18	
  anos	
  ou	
  mais.	
  
EsJmaJva	
  diabete:	
  8%	
  	
  
	
   Diabete melito
Estimados: 5.819
Cobertura: 3.044
(52%)
Controlados:
42%
Diabete melito
Estimados: 5.877
Cobertura: 3.769
(60%)
Controlados:
60%
Controle	
  clínico	
  do	
  diabete	
  	
  	
  	
  
Hemoglobin A1c
(HbA1c)
EM MARÇO DE 2011
% %
cum
<	
  7	
   41	
   41	
  
7	
  -­‐	
  7.4	
   16	
   57	
  
7.5	
  -­‐	
  8	
   12	
   69	
  
>	
  8	
   32	
   100	
  
2.758	
  pacientes	
  com	
  diabetes.	
  
1.130	
  (41%)	
  Zveram	
  HbA1c	
  	
  
avaliada	
  no	
  úlZmo	
  ano.
Hemoglobin	
  A1c	
  
	
  (HbA1c)	
  
EM	
  MARÇO	
  DE	
  2014	
  
%	
   %	
  	
  
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  • 1. Claunara  Schilling  Mendonça   Profa.  Ms.  Medicina  de  Familia,  FAMED/UFRGS   Médica  do  SSC/GHC  
  • 2. PARA  QUE  SERVE  UM  SISTEMA  DE  SAÚDE??  
  • 3. SISTEMA  DE  SAÚDE   Proporcionar  equilíbrio  entre  as  duas  principais  metas  de  um   Sistema  Nacional  de  Saúde:         Proporcionar  equidade  na   distribuição  de  recursos     Melhorar  a  saúde  da   população         Starfiel B, 2008
  • 4. •  QUALIDADE:  acesso  +  efeJvidade  clínica  1   •  EQUIDADE:  busca  da  redução  sistemáJca  das  diferenças   no  acesso  às  ações  e  aos  serviços  de  saúde,  a  qualidade  e   os  resultados  em  saúde  relacionados  à  renda,  classe  social,   raça/cor,  sexo,  idade,  escolaridade,  incapacidades  e   localização  geográfica.     •  CUSTO-­‐EFETIVIDADE:    alcançam  os  resultados  em  saúde   com  o  menor  custo  possível  e     •  RELEVÂNCIA:  prover  atenção  à  saúde  de  forma  coerente   com  as  necessidades  e  prioridades  de  saúde  de  um  país  2   OBJETIVOS  DOS  SISTEMAS  DE  SAUDE   Fonte:  1.Campbell  et  al,2000;    2.Svab  I  et  al,  2013  
  • 5. Crises  nos  Sistemas  de  Saúde     •  Problemas  de  eqüidade  e  integralidade  no  cuidado  são   de  diccil  solução,  mesmo  em  países  ricos  com  garanJa   de  acesso  universal  à  população     à   crises   agudas   e   crônicas   de   qualidade   estão   relacionadas:   –  a  carências  estruturais  da  rede  de  serviços   –  aos  processos  de  gestão  e     –  à  oferta  da  atenção   •  CurJs  and  Phipps,  2004;  Wagstaff  and  van  Doorslaer,  2004;CurJs,  2001;  Cairney  and   Arnold,  1998;  Mustard  and  Frolich,  1995;  Evans  et  al.,  1994;  CurJs  et  al.,  2004;  Currie   and  Stabile,  2003;  Case  et  al.,  2002;  van  Doorslaer  et  al.,  2004;  Haynes,  1991  
  • 6. •  OFERTA  DOS  SERVIÇOS   •  RECURSOS  HUMANOS   •  FINANCIAMENTO   •  SISTEMAS  DE  INFORMAÇÃO  para  tomadas  de  decisões  e     •  LIDERANÇA   FUNÇÕES  DOS  SISTEMAS  DE  SAUDE   Fonte:  Svab  I  et  al,  2013  
  • 7.      OFERTA  DOS  SERVIÇOS  
  • 8. •  Onde o usuário comum busca o cuidado? –  Shopping around.....busca de resolução e satisfação.... •  Ausência de orientação em um sistema com demanda e custos crescentes M, 2004. Evidence-based healthcarGraye.
  • 9. Tendências  sociais  e  históricas  da  demanda  dos   serviços  de  saúde  no  mundo   •  Estudos  de  White  (1961),  Green  (2001)  e  PNAD   (2003/2008)  e  AQUARES/UFPEL   –  padrão  de  demanda  potencial  e  uJlização  de  serviços  foi   muito  similar  em  um  período  de  40  anos,  independente  dos   avanços  nos  sistemas  de  saúde  e  na  vida  social     •  Green,  The  ecology  of  medical  care,  2001   •  White,  1961   –  População  inglesa  e  americana  >=  16  anos   •  1000  adultos,  em  um  período  de  1  mês   •  750  referem  um  “sintoma”  (75%)   •  250  consultaram  um  médico  (25%)   •  5  foram  encaminhados  a  outro  médico  (0,5%)   •  9  foram  hospitalizados  (0,9%)   •  1  foi  referido  para  um  hospital  universitário  (0,1%)  
  • 10. Tendências  sociais  e  históricas  da  demanda  dos   serviços  de  saúde  no  mundo   •  Green,  2001   –  População  americana  de  homens,  mulheres  e  crianças   •  1000  indivíduos,  em  um  período  de  1  mês   •  800  referem  um  “sintoma”  (80%)   •  327  “pensaram”  em  consultar  um  médico  (32,7%)   •  217  consultaram  um  médico  (21,7%)   –  113  consultaram  um  médico  de  APS  (11,3%)   –  104  consultaram  especialistas  (10,4%)   •  65  consultaram  um  especialista  para  cuidado  médico  complementar   ou  alternaZvo  (6,5%)   •  21  consultaram  um  ambulatório  especializado  de  hospital  (2,1%)   •  14  receberam  cuidado  de  profissional  de  saúde  em  casa  (1,4%)   •  13  foram  atendidos  em  pronto-­‐socorro  (1,3%)   •  8  foram  hospitalizados  (0,8%)   •  1  foi  encaminhado  para  um  hospital  universitário  (0,1%)   –  Green,  The  ecology  of  medical  care,  2001  
  • 11. Tendências  sociais  e  históricas  da  demanda  dos   serviços  de  saúde  no  mundo   •  PNAD  em  2008   – 73,6%  procuraram  um  serviço  de  saúde  nos  3  meses   anteriores  à  entrevista   •  destes,  96,3%  foram  atendidos,  sendo     –  56,8%  em  postos  de  saúde  do  SUS   –  19,2%  em  consultórios  privados   –  12,2%  ambulatórios  de  hospital   –  11,8%  outros  (empresas,  pronto-­‐socorros,  ACS)   •  26,3%  das  pessoas  estavam  cobertas  por  planos  de  saúde.     –  IBGE,  2008  
  • 12. Acesso  por  Tipo  de  Serviço  e  Renda  Domiciliar.   PNAD  2008  
  • 13. O    White  brasileiro   População  brasileira  de  adultos  (crianças  e  idosos)   •  12.300  indivíduos  entrevistados   •  4.347  consultaram  um  médico  (34,5%)    3.373  (77,6%)  consultaram  em  um  Posto  de  Saúde          617  consultaram  um  ambulatório  especializado  de  hospital  (14,2%)          265  consultaram  em  centro  de  especialidades  (6,1%)          265  consultaram  em  consultório  privado  e  de  convênio  (4,1%  e  2,0%)       •  126  receberam  cuidado  de  profissional  de  saúde  em  casa  no  úlZmo  mês   (2,9%  -­‐  4,6%  /ano)   •  925  foram  atendidos  em  pronto-­‐socorro  no  úlZmo  mês  (4,3%  -­‐  18,2%/ ano)   •  56  foram  hospitalizados  (1,3%  -­‐  7,8  %/ano)       Fonte:  AQUARES,  UFPEL,  2008
  • 14. OFERTA  DE  SERVIÇOS  E   NECESSIDADES  DA  POPULAÇÃO     Embora  seja  ampla  a  variedade  dos  problemas  de  saúde  –  e   de  diversas  naturezas  –  alguns  são  muito  freqüentes.       Metade  das  consultas  são  aproximadamente  30  diferentes   diagnósJcos.     O  manejo  adequado  dos  50  diagnósJcos  mais  freqüentes   permite  a    resolução  de  mais  da  metade  da  demanda   médica  em  ambulatórios  gerais       Nos  Estados  Unidos,  75%  das  consultas  deve-­‐se  a  46   diferentes  problemas   Na  Austrália,  52       Na  Nova  Zelândia,  57          
  • 15. Diagnósticos Frequencia (%) Z 76 0 Emissão de prescrição de repetição 26.581 (15,8) I10 Hipertensão essencial 21.485 (12,7) Z76 Pessoas em contato com serviços de saúde em outras circunstâncias 9.650 (5,7) Z00 Exame geral e investigação pessoas s/ queixas ou diagnóstico relatados 9.316 (5,5) Z01 Outros exames e invest especiais de pessoas s/queixa ou diag relat 9.146 (5,4) K02 Cárie dentaria 8.436 (5,0) Z71 Pessoas em contato serv saud para outros aconselhamentos e conselho médico, NCOP 7.474 (4,4) E11 Diabetes mellitus nao-insulino-dependemte 6.847 (4,0) Z01.4 Exame ginecológico 6.029 (3,5) Z71.2 Pessoa que consulta p/explicação de achados de exame 5.633 (3,3) Z00.1 Exame de rotina de saúde da criança 5.225 (3,1) Distribuição dos trinta diagnósticos ou problemas mais freqüentes com agrupamento por CID. SSC/GHC, 2013. Porto Alegre, RS
  • 16. Diagnósticos Frequência (%) J00 Nasofaringite aguda 5.059 (3,0%) J45 Asma 4.983 (2,9%) F32 Episódios depressivos 4.971 (2,9%) M54 Dorsalgia 4.032 (2,4%) Z34 Supervisão de gravidez normal 3.965 (2,3%) K05 Gengivite e doenças periodontais 3.902 (1,8%) K03 Outras doenças dos tec dentários duros 3.509 (2,0%) K04 Doença da polpa e dos tec periapicais 2.458 (1,4%) Z71.3 Aconselhamento e supervisão dietéticos 2.250 (1,3%) N30 Cistite 2.072 (1,2%) F41 Outros transtornos ansiosos 1.942 (1,1%) L97 Úlcera dos membros inferiores NCOP 1.921 (1,1%) Z10 Exame geral de rotina subpopulação definida 1.796 (1,0%) E78 Distúrbios metab lipoproteinas e out lipidemias 1.790 (1,0%) Total 168.218 Distribuição dos trinta diagnósticos ou problemas mais freqüentes com agrupamento por CID. SSC/GHC, 2013.Porto Alegre, RS
  • 17. Entre  os  mais  freqüentes,  alguns  são  de  grande  complexidade,   exigindo  intervenções  sobre  indivíduos,  famílias,  grupos  sociais,   que  demandam  elementos  cogniJvo-­‐tecnológicos  de  diferentes   disciplinas  –  sociologia,  antropologia,  psicologia,  educação...            
  • 18. Falta  de  afeto   Falta  de  perspecZva   Hipertensão  Arterial   Depressão   Obesidade   Câncer   Diabetes   Tabagismo  Alcoolismo  Sedentarismo   Maus  hábitos  alimentares   Lutos   Violência   Mágoas   Baixa  autoesZma   Desafetos   CompeZvidade   Desemprego   Traições   Abusos   Valores    Sociais   Impotência   Desvalias   Maus  Tratos   Perdas   Não  pertencimento   Destruição  meio  ambiente   Falta  de  Cultura   Excesso  de  trabalho   Exploração     Poluição     Falta  de  Lazer   Fatores  de  Risco  (estressores)  Proximais  Individuais,  Familiares,  Comunitários   Problemas  Familiares   AngusZas   Desesperança  
  • 19. Diretrizes   Global  Burden  of  Disease  Study,  2010   •  Saúde  mental,  uso  de  substâncias  psicoaJvas,  doenças   musculo-­‐esqueléJcas,  diabetes,  doenças  respiratórias,   anemia,  perda  de  visão  e  audição   OMS,  2010:  Cluster  strategy:  Noncommunicable  Diseases  and   Mental  Health  2008-­‐2013   Nações  unidas,    2011:   •  Declaração  PolíJca  da  Reunião  de  Alto  Nivel  da  Asembléia   Geral  sobre  a  Prevenção  e  o    Controle  das  Doenças  Não   Transmissíveis   Plano  de  ações  estratégicas  para  enfrentamento  das  DCNT   2011/22  
  • 20. •  Primeira  causa  de  mortalidade  e  de  hospitalizações   •  62,1%  dos  diagnósJcos  primários  em  pacientes  com   insuficiência  renais  (diálise)   •  HIPERTENSÃO  ARTERIAL     –  População  ≥  18  ,  prevalência  atual  do  VIGITEL            (2010  =  23,3%):  31.164.123     •  DIABETES  MELLITUS     –  População  alvo  ≥  18,  prevalência  atual  do  VIGITEL            (2010  =  6,3%):  8.303.151       Doenças  Crônicas  Não  Transmissíveis  –  Dados  epidemiológicos   Relação  com  a  pobreza  e   vulnerabilidade  social  
  • 21. A  TRIPLA  CARGA  DE  DOENÇAS   •  INFECÇÕES  (10%  dos  óbitos),  DESNUTRIÇÃO  E  PROBLEMAS  DE   SAÚDE  REPRODUTIVA  (5%  das  mortes  maternas  e  infanZs)   •  PREDOMINÂNCIA  DAS  DOENÇAS  CRÔNICAS  (72%  das  mortes)   •  O  CRESCIMENTO  DA  VIOLÊNCIA  E  DAS  CAUSAS  EXTERNAS  (12,5%   das  mortes)             TABAGISMOSOBREPESO  INATIVIDADE  FÍSICA  USO  EXCESSIVO  DE   ÁLCOOL  E  OUTRAS  DROGAS  E  ALIMENTAÇÃO  INADEQUADA     FONTE:  MENDES  (2009)   VICTORA,  The  Lancet  (2011)  
  • 22. Carga  de  Morbidade,  não  taxas  de  doenças,  como   medida  das  necessidades  em  saúde  e  prioridades   •  As  pessoas  e  as  populações  diferem  em  sua  vulnerabilidade  e  sua   resiliência,  ou  resistência  às  ameaças  à  saúde.   •  Alguns  acumulam  risco,  vulnerabilidade  e  carga  de  doenças  (co-­‐ morbidades  ou  morbidity  mix).     •  O  cuidado  a  essas  pessoas  –  a  gestão  clínica  –  se  não  levar  em  conta   esse  mix,  seguindo  “cegamente”  protocolos  dirigidos  a  doenças,   haverá  um  grande  impacto  no  gasto  sem  sucesso  nos  resultados   •  A  abordagem  doença-­‐doença  tem  sido  uma  maneira  convencional   de  pensar  a  saúde  e  suas  limitações  estão  se  tornando  bem   reconhecidas   •  Quanto  maior  a  carga  de  morbidade,  maior  a  persistência  de   diagnós(cos  de  doenças,  e  a  base  das  evidências  para  intervenções   prevenJvas  e  terapêuJcas  de  doenças  específicas  não  são   desenvolvidas  na  atenção  primária  
  • 23.      RECURSOS  HUMANOS  
  • 24. •  Os recursos humanos consomem dois terços do total de todo o orçamento nacional da saúde •  Investimentos na força de trabalho precisam garantir o número, o tipo e a distribuição de profissionais adequados para responder as necessidades e prioridades em saúde individuais e coletivas.
  • 25. Diretrizes   48º  Assembléia  Mundial  da  Saúde,  1995:  REORIENTAÇÃO  NA  EDUCAÇÃO  MÉDICA   •  Reforma  nas  escolas  médicas   •  Formação  de  médicos  generalistas  para  trabalhar  em  serviços  de  atenção  primária   •  Realizar  pesquisas  para  definir  o  número  e  o  Jpo  de  especialistas  necessários  aos   sistemas  de  saúde   •  Colaborar  com  as  associações  profissionais  a  fim  de  definir  os  perfis  dos  futuros   egressos  das  insJtuições  formadoras     Relatório  Mundial  da  Saúde  2008:  APS  NOW  MORE  THAN  EVER!   •  Serviços  de  atenção  primária  requerem  profissionais  de  saúde:  médicos,  enfermeiros   clínicos  e  assistentes  com  habilidades  específicas  e  sofisJcadas,  biomédicas  e  sociais.   Assembléia  Mundial  da  Saúde,  2009:    QUAIS  AS  MUDANÇAS  NA  FORMAÇÃO  MÉDICA   NECESSÁRIA  QUAIS  ESPECIALIDADES  MÉDICAS   •  Formar  e  fixar  adequado  número  de  trabalhadores  de  saúde:  enfermeiras  de  atenção   primária  à  saúde,  enfermeiras  obstétricas,    médicos  de  família,  em  cooperação  com   trabalhadores  comunitários.     •  WONCA/OMS  2013:  The  ContribuJons  of  Family  Medicine  to  Improving  Health  Systems    
  • 26. Medicina  de  Família  em  Países  em   Desenvolvimento   •  Brasil   •  China   •  Leste  do  Mediterrâneo   •  Tailândia     “A  PolíJca  Nacional  de  Atenção  Primária  é   apontada  como  uma  importante  experiência  de   reforma  da  atenção  primária  baseada  na   comunidade  com  as  equipes  de  saúde  da   família,  que  mesmo  com  um  número  limitado  de   trabalhadores  qualificados  nas  equipes,  tem  um   claro  impacto  na  saúde  e  em  indicadores  sócio-­‐ econômicos  dos  brasileiros  atendidos”    
  • 27. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 System Characteristics (Rank*) PracticeCharacteristics (Rank*) UK NTH SP FIN CAN AUS SWE JAP GER FR BEL US DK *Best level of health indicator is ranked 1; worst is ranked 13; thus, lower average ranks indicate better performance. Based on data in Starfield & Shi, Health Policy 2002; 60:201-18. System  (PHC)  and  PracJce  (PC)  CharacterisJcs   FacilitaJng  Primary  Care,  Early-­‐Mid  1990s   Starfield 03/05 ICTC 3100
  • 28. Escores  da  Atenção  Primária   País   Escore   Alemanha   0,4   Bélgica   0,4   Estados  Unidos   0,4   França   0,3   Áustria   1,1   Canadá   1,2   Suécia   0,9   Brasil   0,8   Dinamarca   1,7   Espanha   1,4   Finlândia   1,5   Holanda   1,5   Reino  Unido   1,9  
  • 29. Porcentagem  de  médicos  em  aJvidade  que  são  especialistas   País   Percentual   Suécia   90%   Alemanha   81%   Estados  Unidos   61  a  80%  (c/  MI  e  Pediatria  na  APS)   Dinamarca   75%   Brasil   80,2%  (c/  MI  e  Pediatria  na  APS)   Holanda   67%   Espanha   63%   Finlândia   63%   Áustria   <  50%   França   50%   Canadá   49%   Bélgica   46%   Reino  Unido   40%  
  • 30. Médicos  no  Brasil   No Brasil, 44,9% dos médicos não tem nenhuma especialidade médica, conferindo uma razão de 1,23 especialista para cada generalista Sete  especialidades  concentram  mais  da  metade  dos  profissionais  (52,3%).     Pediatria  (13,3%)   Ginecologia/Obstetrícia  (11%)   Anestesiologia  (7,2%)   Cirurgia  Geral  (6,6%)   Medicina  Interna  (5,2%)   Ortopedia  e  Traumatologia  (4,6%)   OŠalmologia  (4,5%)   Medicina  do  Trabalho  (4,4%)     e  Radiologia  (3,5%)   7,6  postos  de  trabalho  médico  no  setor  privado  e  1,95  no  público   Cada  novo  médico  registrado  no  CFM  “verifica-­‐  se  o  crescimento  de  1,35  médico   ocupando  posto  de  trabalho  no  setor  público  e  1,86  no  setor  privado”     Fonte:  Demografia  Médica  no  Brasil.  CFM,  2011.  
  • 31. Que  profissionais  precisamos   O  Brasil  tem  um  modelo  de  APS  abrangente   1.  Equipes  mulJdisciplinares  são  responsáveis  por  territórios  geográficos  e   população  adscrita,  tem  as  atribuições  de  reconhecer  adequadamente  problemas   de  ordem  funcional,  orgânica  ou  social.   2.  A  presença  singular  dos  agentes  comunitários  de  saúde.   3.  A  inclusão  da  saúde  bucal  no  sistema  público  de  saúde.   Se faz necessária uma organização dos serviços com definição clara dos papéis dos diferentes profissionais de saúde e suas competências na abrangência dos cuidados, na sua complementariedade ou substituição em busca de melhor eficácia, eficiência e equidade.
  • 33. ORGANIZAÇÃO  MUNDIAL  DE  SAÚDE  –  2012   COBERTURA  UNIVERSAL     •  “A  cobertura  universal  é  o  conceito  mais   poderoso  que  a  saúde  pública  pode  oferecer  ”   Dra.  Margaret  Chan,  Diretora  da  OMS   Discurso     65ª  Assembléia  Mundial  da  Saúde,  maio  2012  
  • 34. Cobertura  Universal  de  Saúde   Duas  ações-­‐chave,  entre  outras,  são  destacadas  no  relatório.     1)  Captação  de  recursos  suficientes  para  a   saúde   •  Os  países  devem  captar  suficientes  recursos   •  Algumas  nações  atualmente  desJnam   aproximadamente  32  dólares  per  capita  para   a  saúde.   •  O  montante  deveria  elevar-­‐  se  a  60  dólares   para  o  ano  de  2015.   Fonte:  OMS,  Informe  sobre  la  salud  en  el  mundo  2010,  h‹p://www.who.int/whr/2010/es/index.html    
  • 35. 2)  Promover  a  eficácia  e  eliminar  as  perdas:     •  EsJma-­‐se  que  se  perde  entre  20    a  40%  dos  recursos  desJnados  à   saúde.   •  Pode  haver  uma  economia  de  cerca  de  5%  de  gastos  em  saúde   reduzindo  gastos  desnecessários  com  medicamentos.     •  Alcançar  o  máximo  possível  tecnologias  necessárias   •  E,  os  serviços  de  saúde  devem:   –  moJvar  os  trabalhadores  de  saúde;   –  reduzir  os  erros  médicos   –  eliminar  a  corrupção.   Cobertura  Universal  de  Saúde     Fonte:  OMS,  Informe  sobre  la  salud  en  el  mundo  2010,  h‹p://www.who.int/whr/2010/es/index.html    
  • 36. Gastos  em  Saúde  em  tempos  de  crise.   Países  selecionados,2012  
  • 37. Dahlgren e Whitehead,1992 Haskel, W, 1998 20% 51% 10% 19% DETERMINAÇÃO  SOCIAL  DA  SAÚDE  
  • 38. Os  serviços  de  saúde  podem  contribuir   com  a  redução  das  iniquidades  em   saúde1,  parJcularmente  quando  a  APS   está  explicitamente  considerada2  .  Na   maior  parte  dos  países  desenvolvidos,  a     equidade  tem  sido  alcançada  pela   provisão  de  APS,  mas  não  com  serviços   especializados.3,  4   Starfield 05/06 EQ 3413 Sources: 1Mackenbach, Int J Health Serv 2003; 33:523-41. 2Starfield et al, Milbank Q 2005; 83(3):457-502. 3van Doorslaer et al, Health Econ 2004; 13:629-47. 4van Doorslaer et al, CMAJ 2006; 174:177-83. DISTRIBUIÇÃO  INEQUÂNIME    
  • 39. BRASIL,  2012     •  2012:  8,9%  do  PIB  (2,25  trilhões)   •  ~  200.517  milhões   •  45,7%  despesa  Pública   •  ~  92  bilhões   •  40  bilhões  MS  (assistência)  +  52  bi  Estados  e   Municípios   •  12  bilhões  (30%)  na  atenção  primária    
  • 40. Decreto  nº  7.508,  2011   Art.  11.  “O    acesso  universal  e  igualitário  às   ações  e  aos  serviços  de  saúde  será  ordenado   pela  atenção  primária  e  deve  ser  fundado  na   avaliação  da  gravidade  do  risco  individual  e   coleSvo  e  no  critério  cronológico,  observadas  as   especificidades  previstas  para  pessoas  com   proteção  especial,  conforme  legislação  vigente”.  
  • 41. DISTRIBUIÇÃO  INEQUÂNIME    •  Per  capita  dos  recursos  federais  para  atenção   primária:  R$  77,00  /ano   •  Per  capita  dos  recursos  federais  para  atenção   especializada/hospitais:    R$  180,00/ano   •  Per  capita  saúde  suplementar(2009):  R$  1.500,00   0,00 5.000.000.000,00 10.000.000.000,00 15.000.000.000,00 20.000.000.000,00 25.000.000.000,00 30.000.000.000,00 35.000.000.000,00 40.000.000.000,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Valor Ano Evolução  dos  Recursos  Federais  -­‐ PAB  e  MAC  Brasil   -­‐ 1998-­‐2013 PAB MAC
  • 42. Estudos  de  iniqüidades  em  saúde   Determinantes distais (sociais, políticos, econômicos) Estratificação social Acesso a intervenções médico-sanitárias Saúde e estado nutricional Fonte:  Victora,  2009  
  • 43. Por  que  os  pobres  morrem  mais  cedo?   Sadio Doença leve Doença grave Morte §  Maior exposição às doenças e agravos §  Menor cobertura com intervenções preventivas §  Maior probabilidade de adoecer §  Menor resistência às doenças Fonte: Victora C, Wagstaff A et al, Lancet 2003 §  Menor acesso a serviços de saúde §  Pior qualidade da atenção recebida em serviços de atenção primária §  Menor probabilidade de receber tratamentos essenciais §  Menor acesso a serviços de nível secundário e terciário
  • 44. Taxas  padronizadas  de  ICSAP:  total,  em  mulheres  e  homens.  Belo  Horizonte,  MG,   Brasil.     TaxadeICSAPpor10.000hab.
  • 45. ERROS NA ALOCAÇÃO Se gasta muito com intervenções pouco custo efetivas e se gasta pouco com intervenções de maior custo-efetividade   As  seguintes  tecnologias  são  sub-­‐uZlizadas  nos  serviços  de  saúde:     Inibidores  da  Enzima  Conversora  de  Angiotensina  na  IC   Beta  bloqueador  após  Infarto  Agudo  do  Miocárdio   PrevenJvo  de  câncer  de  colo  uterino   DiagnósJco  e  tratamento  da  depressão   Rastreamento  para  reJnopaJa  diabéJca  e  glaucoma   Vacina  para  pneumococo   Pré-­‐natal   Vacinação  da  HepaJte  B  em  crianças/adolescentes     TrombolíJco  no  Infarto  Agudo  do  Miocárdio  e  AVC  isquêmico   Manejo  da  Dor   Transplante  de  órgãos           Fonte:  Centro  de  Informações  em  Pesquisa  de  Tecnologias  e  Serviços  de  Saúde    (h‹p://
  • 46. Impacto das Intervenções     Benefício das intervenções na prevenção de eventos coronarianos em indivíduos de alto risco (vs. placebo) Intervenção Seguimento RRR NNT Dieta cardioprotetora Inibidores da ECA Estatinas Aspirina Diuréticos tiazídicos 2 anos 4 anos 5 anos 5 anos 5 anos 52% 20% 27% 28% 28% 13 42 33 44 - 77 64 Duncan et cols, Medicina Ambulatorial, 2004
  • 47. INEFICIÊNCIA     •  Ausência  de  coordenação  do  cuidado  definida  na  rede   de  serviços:  fragmentação,  redundância  e  ineficiência   dos  recursos.     •  Separação  das  ações  prevenJvas  (coleJvas)  das  ações   clínicas  individuais.     •  Os  programas  verJcais,  que  se  opõe  à  abrangência  dos   serviços  oferecidos  pela  APS,  tem  também  se   mostrado  ineficientes   •  O  número  de  eventos  adversos  evitáveis  em  hospitais   é  muito  alto,  cerca  de  67%,  juntamente  com  os   eventos  decorrentes  de  uso  inadequado  de   medicamentos  e  das  infecções  hospitalares    
  • 48. ICSAP  –  Adultos  e  Crianças   25%  do  total  das  internações/Gasto  de  405   milhões/ano  (21%  do  total  de  gastos  com   internações  hospitalares)   Altas taxas de internação por pneumonia em menores de 20 anos: associada à idade materna, baixo peso ao nascer, ausência de aleitamento materno e história de pneumonia anterior (?)  
  • 49. CUSTOS  CRESCENTES     •  Desproporcional  crescimento  nas   especialidades  médicas;   •  Aumento  na  uJlização  da  tecnologia   biomédica:  solicitação  de  exames,   procedimentos  e  tratamentos    
  • 50. CUSTO  (EM  LIBRAS)  TRATAMENTO  DA  ASMA  E   PONTOS  DE  ATENÇÃO                “EXAMINE  OS  NÚMEROS  E  OBSERVE  OS   CONTRASTES.  OS  PACIENTES  PODERIAM   PAGAR  A  UM  MÉDICO  US$  100  POR  UMA   VISITA  DE  PREVENÇÃO  À  ASMA  E  MAIS   US  200  POR  SEU  INALADOR,  VENDIDO   SOB  PRESCRIÇÃO.  UMA  VISITA  AO  SETOR   DE  EMERGÊNCIA  PODERIA  GERAR    DE  US $  2.000  A  US$  4.000  EM  RECEITAS  PARA   O  PRESTADOR,  ENQUANTO  UMA   INTERNAÇÃO  HOSPITALAR  PODERIA   RENDER  US$  10.000  A  US$  40.000  EM   RECEITAS  PARA  A  INSTITUIÇÃO.  SE  O   PAGAMENTO  INCENTIVA  O   COMPORTAMENTO  DOS  PRESTADORES,   ONDE,  COMO  SOCIEDADE,  ESTAMOS   COLOCANDO  NOSSO  DINHEIRO  HOJE?   NÃO  É  NA  PREVENÇÃO  DA  ASMA,   MESMO  ESTANDO  OS  ESTADOS  UNIDOS   DIANTE  DE  UMA  EPIDEMIA  DE  ASMA”   FONTE: RAWAF (2007); CHRISTENSEN (2009) PONTO  DE  ATENÇÃO  À   SAÚDE   VALOR  MÉDIO   EM  LIBRAS   ATENÇÃO  PRIMÁRIA  À   SAÚDE        15,00   CALL  CENTER          16,00   AMBULATÓRIO   ESPECIALIZADO        150,00   HOSPITAL/DIA    1.000,00   HOSPITAL  SECUNDÁRIO    5.000,00   HOSPITAL  TERCIÁRIO        20.000,00   Mendes,  2009  
  • 51. CUSTOS  CRESCENTES     •  Em  todo  mundo,  o  fumo  está  relacionado  com  1  em  cada     5  mortes  em  homens  e  1/20  em  mulheres   •  1,1  bilhão  de  pessoas  fumam/Brasil:  19  milhões  e  400  mil  adultos  (14,8%)   •  Tendência  global:  50%  dos  meninos  e  10%  das  meninas  começam  a  fumar/ano:  30   milhões  de  novos  fumantes  nos  próximos  anos   •  Em  2030  o  aumento  de  mortes  prematuras  aumentará  10  milhões/ano     •  As  mortes  relacionadas  ao  fumo  teve  crescimento  mais  rápido  nos  países  de  renda   média  e  baixa,  igual  ao  da  epidemia  de  HIV/AIDS     •  O custo-eficácia do tratamento do câncer de pulmão varia de US$ 53.000 até US$ 163.000     Tabagismo     Alguns  países  gastam  20%  de  todo  orçamento  em  saúde  em  hospitais  terciários  
  • 52. Tabagismo     •  Aumento  de  Impostos:  aumento  de  70%  no  preço  reduz  10  a  26%  das  mortes.  É  a   mais  custo  efeJva,  porém,  quando  ajustado  para  o  poder  de  compra,  o  preço  dos   produtos  derivados  do  tabaco  diminuiu  na  maioria  dos  países  nos  úlJmos  anos   •  Disseminação  de  informações  sobre  uso  prejudicial   •  Restrição  fumo  em  lugares  públicos  e  no  trabalho   •  Proibição  da  propaganda   –  Lei  12546  /2011  (  ambientes  livres  /  taxação)   –  Regulamentação  da  ANVISA  -­‐  adiJvos     •  Aumento  do  acesso  às  terapias  para  parar  de  fumar   O  tratamento  do  fumante  está  entre  as  intervenções  médicas  que  apresentam  a   melhor  relação  custo-­‐beneccio,  com  custo  inferior  ao  tratamento  da  HAS,  dislipidemia   e  infarto.  Cabe  aos  profissionais  de  saúde,  especialmente  na  Atenção  Primária,   promoverem  ações  de  informação  e  incenJvo  ao  abandono  do  tabaco  a  todos  os   fumantes  que  uJlizam  os  serviços.  Pesquisas  confirmam  que  abordagens  rápidas,   repeJdas  a  cada  consulta  e  reforçando  a  necessidade  de  parar  com  o  uso  do  tabaco,   aumentam  significaJvamente  as  taxas  de  absJnência.   Intervenções  eficazes  
  • 53.
  • 54.
  • 55.
  • 57. Reorganização  na  Oferta  dos  Serviços   •  Mudanças  de  diversas  naturezas   Demográficas  (envelhecimento  das  populações);     Epidemiológicas  (aumento  das  condições  crônicas,  diminuição   das  agudas,  co-­‐morbidades);     Socioculturais  (vida  em  cidades  grandes  e  suas   conseqüências);     Tecnológicas  (desenvolvimento  de  novas  tecnologias  de   diagnósJco  e  tratamento)     •  Forçam  os  sistemas  e  serviços  a  se  reorganizarem  e   desenvolverem  novas  tecnologias,  buscando  maior  eficácia,   eficiência  e  efeJvidade.    
  • 58. Novas  ações  curaJvas,  serviços  comunitários,  saúde  mental,   home  care,  cuidados  paliaJvos       Capacidade   de   planejar   e   avaliar   resultados   em   saúde   -­‐   avaliação  como  aprendizagem  em  situação  de  trabalho     Quanto  é  custo  efeJvo  mudanças  no  comportamento  dos   profissionais  de  saúde     Intervenções  educacionais  tem  efeito  variável:  nível  de  efeito   6%  -­‐  cada  dólar  invesJdo  economiza  2  em  uso  medicamentos     Uso  adequado  de  tecnologias     Novas formas de ofertas de serviços
  • 59. No  Sistema  de  Saúde   •  Profissionais:  formação  e  distribuição   •  Instalações  e  equipamentos:  número  e  Jpo   •  Gama  de  serviços:  o  que  está  sendo  coberto  com  o  financiamento  (de  APS)   hoje  e  quais  são  as  prioridades?   •  Organização:  quais  são  os  padrões  de  adequação   •   Gestão:  formação  con•nua   •  Sistemas  de  Informação,  não  necessariamente  eletrônicos,  mas  que  registrem   a  história,  alergias,  reconhecimento  dos  problemas,  inclusive  psicossociais,   registre  cada  contato,  os  exames  e  procedimentos,  medicamentos  (para   evitar  prescrições  desnecessárias  ou  contraindicadas)  e  o  fornecimento  de   informações  para  os  pacientes.  Planos  de  Cuidado  pactuados  entre  a  equipe   mulJprofissional  ,  o  paciente  e  a  família.   •  Acesso:  requisitos  mínimos,  dependendo  das  necessidades  da  população.   •  Financiamento  equitaJvo,  público  e  regulado  sem  co-­‐pagamento.   •  População  sob  responsabilidade:  como  é  a  população  e  as  subpopulações   idenJficadas  e  incluídas.   •  Governança:  não  somente  dos  profissionais  e  “experts”,  mas  da  gestão  e   sociedade.  
  • 60. Nos  serviços    •  1.  registro  da  população  por  meio  de  sistemas  informaJzados  e  acesso   conforme  estraJficação  de  risco  e  vulnerabilidade;     •  2.  infraestrutura  csica  e  de  equipamentos  adequada,  inclusive  de  recursos   humanos;   •  3.  orientar  os  serviços  para  a  oferta  de  uma  distribuição  aproximada  da   proporção  de  encontros/consultas,  tendo  como  meta  85%  para  moJvos   assistenciais  previsíveis  (35%)  e  imprevisíveis  (50%).52  Anexo1     •  4.  disponibilizar  diretrizes  clínicas  que  levem  em  conta  classificação  de  risco   e  vulnerabilidade,  e  consequentemente  a  definição  da  programação  de   exames  diagnósJcos  e  de  consultas  especializadas,  inclusive  para  a   necessidade  de  atenção  comparJlhada,  adscrevendo  também  a  população   para  cada  especialidade.  A  co-­‐morbidade  requer  novos  Jpos  de  interfaces   entre  atenção  primária  e  a  atenção  especializada;   •  5.  garanJr  acesso  da  população  às  consultas  especializadas,  exames  e   diagnósJco  e  leitos  hospitalares  a  parJr  das  necessidades  da  população   cadastrada  e  estraJficada  na  atenção  primária;   •  6.implantar  mecanismos  de  comunicação  da  atenção  primária  como  centro   de  comunicação  da  rede  –  sistemas  eletrônicos  de  comunicação,  prontuário   eletrônico,  listas  de  espera  inteligentes  (que  incorporem  a  classificação  de  
  • 61. Nas  equipes        •  1.trabalhar  em  equipe  mulJdisciplinar  com  tarefas  claramente  definidas   com  novas  formas  de  atenção:  atendimento  em  grupo,  consultas  em   seqüência,  consultas  coleJvas,  grupos  de  pares  e  trabalho  conjunto  de   especialistas  e  profissionais  da  atenção  primária  à  saúde;     •  2.  uJlizar  roJneiramente  diretrizes  clínicas  e  manter  regularidade  na   educação  permanente  dos  profissionais  para  a  uJlização  destas  diretrizes   e  na  educação  em  saúde  das  pessoas  usuárias,  com  base  em  teorias  do   campo  da  psicologia;     •  3.  programar  as  agendas  de  consulta,  com  base  nas  necessidades   esJmadas  priorizando  as  demandas  assistenciais  imprevisíveis  (Anexo  1);   •  4.  uJlizar  instrumentos  de  autocuidado  apoiado  construídos  com  base  em   evidências  de  sua  efeJvidade;  plano  de  autocuidado  elaborado  e   monitorado,  conjuntamente,  pelos  profissionais  e  pelas  pessoas  usuárias;   monitoramento  regularmente  as  metas  de  autocuidado;     •  manter  ligação  próxima  entre  os  serviços  de  saúde  e  as  organizações   comunitárias  para  prover  recursos  complementares.     •  garanJr  estratégias  de  abordagem  mais  integral,  principalmente   considerando  a  saúde  mental.    
  • 63. ü  Uso  de  diretrizes/protocolos  baseados  em  evidências   ü  EstraZficação  segundo  riscos  de  morbi-­‐mortalidade  e   programação  da  assistência  conforme  necessidades     ü  Cuidado  comparZlhado  /  melhor  trabalho  em  equipe   ü  Atendimentos  coleZvos,  consultas  seqüenciais     ü  Autocuidado  apoiado     ü  Gestão  dos  casos  complexos   ü  Integralidade  do  cuidado:  abordagem  da  saúde  mental  e  bucal   nas  pessoas  com  condições  crônicas   ü  Ampliar  uso  do  método  clínico  centrado  na  pessoa  /  família   nas  condições  crônicas     ü  Recepção  /  acolhimento:  fim  das  filas,  melhor  acesso    SOLUÇÕES:  AS  MUDANÇAS   NECESSÁRIAS  
  • 64. EstraJficação:  (1)  a  gravidade/complexidade  da  condição  crônica  estabelecida  e  (2)  a  capacidade   de  autocuidado,  que  contempla,  entre  outros  aspectos,  o  grau  de  confiança  e  o  apoio  que  as   pessoas  têm  para  cuidar  de  si  mesmas.     64
  • 65. Grupo de tabagismo, de caminhada, Saúde no Prato. Grupos de educação em saúde 1 Consulta coletiva. Atenção compartilhada em atividade de grupo 2 Consultas seqüenciais, multidisciplinares e/ou consulta coletiva – Particularizar conforme a necessidade individual. Atenção individual / compartilhada em atividade de grupo 3 Consultas seqüenciais, multidisciplinares.Atenção individual4 Discussão de caso, visitas domiciliares, abordagem familiar.Gestão de caso5 Exemplos de atividades, conforme o estrato de risco Ação de saúde predominante Nível de atenção Stürmer  &  Bianchini,  2012.  SSC-­‐GHC   EstraJficação  de  riscos  considerando  capacidade  de  autocuidado  
  • 66.
  • 67. As  condições  crônicas  no  SSC:   HAS  e  DM   População:  105  mil  habitantes   Adultos  com  18  anos  ou  mais:  72.757                73.439   EsJmaJva  para  hipertensão:  26%  da  pop  c/  18  anos  ou  mais.   EsJmaJva  diabete:  8%       Hipertensão Arterial Sistêmica Estimados: 18.915 Cobertura: 10.916 (58%) Controlados: 52% Cobertura: 12.811 (67%) Controlados: 68% Hipertensão Arterial Sistêmica Estimados: 19.094
  • 68. As  condições  crônicas  no  SSC:   HAS  e  DM   População:  105  mil  habitantes   Adultos  com  18  anos  ou  mais:  72.757                73.439   EsJmaJva  para  hipertensão:  26%  da  pop  c/  18  anos  ou  mais.   EsJmaJva  diabete:  8%       Diabete melito Estimados: 5.819 Cobertura: 3.044 (52%) Controlados: 42% Diabete melito Estimados: 5.877 Cobertura: 3.769 (60%) Controlados: 60%
  • 69. Controle  clínico  do  diabete         Hemoglobin A1c (HbA1c) EM MARÇO DE 2011 % % cum <  7   41   41   7  -­‐  7.4   16   57   7.5  -­‐  8   12   69   >  8   32   100   2.758  pacientes  com  diabetes.   1.130  (41%)  Zveram  HbA1c     avaliada  no  úlZmo  ano. Hemoglobin  A1c    (HbA1c)   EM  MARÇO  DE  2014   %   %     cum   <  7       50   50   7  a  7.4   11   61   7.5  a  8   9   70   >  8   30   100   3.156  pacientes  com  diabetes.   1.524  (50%)  Zveram  HbA1c     avaliada  nos  úlZmos  6  meses.