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Matriz Energética Brasileira – Mudanças e Investimentos
Roberto Pereira D’Araujo
Diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético
I - Preâmbulo Ambiental
ATMOSFERA
Diâmetro = 12.700 km
 O volume do gás “atmosfera” é equivalente a 0,2%
do volume do planeta.
 Apesar do Brasil ser um privilegiado em recursos
naturais, ele está “a bordo”.
 Quase tudo o que a humanidade construiu foi
extraído do primeiro volume e inserido nesse gás.
O momento atual é particularmente instigante, pois apresenta
ineditismo e incerteza.
• Alterações ambientais em
escala planetária.
A competição entre fontes energéticas se dará sob a ótica da
eficiência energética e da preservação dos recursos naturais.
• Novos rumos tecnológicos.
• Novas energias renováveis
• Novos paradigmas de consumo.
Resumo da visão da Agência Internacional de Energia sobre o
futuro energético do mundo – World Energy Outlook 2018
• As atuais tendências de consumo energético são insustentáveis
sob o ponto de vista ambiental, social ou econômico. (!)
• Petróleo continuará a ser a principal fonte energética, mas...
• Termina a “era do petróleo” – alta volatilidade.
• Geopolítica poderá exigir alterações das políticas nacionais e provável
mudança do papel do petróleo.
A restrição ambiental
A visão da Agência Internacional de Energia
Dúvidas sobre o ritmo e direção da mudança na energia global.
• A emissão de CO2 relacionada a energia atingiu um recorde em 2018!
• Grandes expectativas sobre a eletricidade. Dúvidas sobre a extensão dessa
penetração e da base de sustentação dos sistemas de potência no futuro.
Eficiência Energética > 90 % < 40 %
0
20
40
60
80
100
120
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
Nominal Corrigido
Histórico de preços do Barril de Petróleo
US$
Afinal, que gases efeito estufa são esses e de onde se originam?
Dióxido de carbono (CO2): Combustível fóssil.
Impactos diretos causados ​​pelo homem como o
desmatamento, atividades ligadas à agricultura e a
degradação dos solos.
Metano (CH4): Atividades agrícolas, gerenciamento
de resíduos, uso de energia e queima de biomassa
contribuem para as emissões de CH4.
Óxido nitroso (N2O): Fertilizantes são a principal
fonte de emissões de N2O. A combustão de
combustíveis fósseis também gera N2O.
Gases fluorados (gases fluorados): Processos
industriais, refrigeração hidrofluorcarbonos (HFCs),
perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre
(SF6).
Quais gases?
https://www.epa.gov/ghgemissions/global-greenhouse-gas-emissions-data
Eletricidade e Produção de Calor :
Carvão, gás natural e óleo para eletricidade e
calor.
Indústria: Principalmente combustíveis fósseis
queimados no local em instalações de energia.
Agricultura, florestas e outros usos da terra :
agricultura (cultivo de culturas e pecuária) e do
desmatamento.
Transporte :
transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e
marítimo. Quase todos (95%) da energia de
transporte.
Edifícios: Geração de energia no local e queima
de combustíveis para aquecimento em edifícios
ou para cozinhar em residências.
Outras energias : extração de combustível,
refino, processamento e transporte.
Que setores emitem?
Em 2014, os principais emissores de
dióxido de carbono (CO2) foram a China,
os Estados Unidos, a União Européia, a
Índia, a Federação Russa e o Japão. Esses
dados incluem as emissões de CO2 da
combustão de combustíveis fósseis, bem
como a fabricação de cimento e a queima
de gás. Juntas, essas fontes representam
uma grande proporção do total de
emissões globais de CO2.
Emissões e sumidouros relacionados a mudanças no uso da
terra não estão incluídas nessas estimativas. No entanto,
podem ser importantes: estimativas indicam que as emissões
líquidas globais de gases do efeito estufa provenientes da
agricultura, silvicultura e outros usos da terra foram de mais de
8 bilhões de toneladas métricas de CO2 equivalente, ou cerca
de 24% do total global de emissões de gases de efeito estufa.
Que países emitem?
Emissão de Dióxido de Carbono Global – Center for Climate and Energy
https://www.c2es.org/content/international-emissions/
Médias Anuais
https://www.c2es.org/content/international-emissions/
No acumulado histórico de emissões o Brasil é irrelevante, mas
quando se considera o dado anual (2014) o Brasil é o 5º!
https://www.encyclopedie-environnement.org/en/air-en/air-pollution/
Resumo da visão da Agência Internacional de Energia sobre o futuro
energético do mundo – World Energy Outlook 2018
• Para evitar consequências abruptas e irreversíveis, é necessário uma
descarbonização da matriz energética mundial.
• Para um cenário onde o aumento da temperatura possa ser
limitado a + 2 °C, a redução de emissões deve ser significativa em
todas as regiões do planeta.
• Mudanças tecnológicas na demanda também serão necessárias.
• Novas formas de geração de energia estão surgindo aceleradamente
ao longo dos últimos 20 anos.
Comparação da demanda por fontes dos últimos e dos próximos anos
2040
2040
2040
Tendência de
longo prazo.
Desenvolvimento
Sustentável
Novas
políticas
https://www.iea.org/weo2018/scenarios/
II – A questão energética.
Estados nacionais começam a se proteger do preço do petróleo
O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo e sustentado com petrodólares,
vai abandonar as empresas de petróleo para reduzir a exposição do país escandinavo
ao combustível, anunciou o governo norueguês.
“O objetivo é reduzir a vulnerabilidade de nossa riqueza comum ante um retrocesso
permanente dos preços do petróleo”, afirmou a ministra das Finanças, Siv Jensen, em
um comunicado.
A Noruega é o maior produtor de petróleo da Europa ocidental. O petróleo e o gás
natural representam quase metade das exportações e 20% do faturamento do
Estado, que enriquecem o fundo soberano, ao qual Oslo recorre para financiar seu
orçamento
Fonte: Revista EXAME (8/03/19)
Matriz Energética
Mundo BrasilFonte: EPE
Matriz Elétrica
Mundo Brasil
Carvão
Petróleo
Gás
Carvão
Petróleo
Gás
Hidro
Brasil: “Eficiência” ligeiramente decrescente.
Estabilidade
Redução
Crescimento
Redução recente
Carvão
Petróleo
Gás
Nuclear
Hidro
• Todas as formas de produção de energia impactam de algum
modo e em graus diferentes o meio ambiente.
Produzir Energia causa conflitos
• Mesmo as chamadas energias renováveis podem causar
problemas ambientais.
• Por exemplo, a energia eólica, frequentemente classificada
como limpa, causa problemas de ocupação de terras, poluição
sonora e pode ser uma ameaça à vida de aves silvestres.
Produzir Energia “polui”.
• A energia solar, apesar de não poluir na fase de operação, utiliza células
fotovoltaicas cuja fabricação envolve mineração e produção de materiais
perigosos tais como o arsênico, cádmio ou silício inerte.
• A queima de biomassa polui a atmosfera com particulados, apesar de que,
o CO2 emitido seria absorvido pelo replantio. À biomassa também estaria
associada a necessidade de extensas áreas voltadas para o cultivo de
energéticos podendo deslocar o plantio de outras culturas voltadas ao
consumo humano.
Eficiência Energética : Questionamento que esteve ausente
da maioria das análises até agora.
Visão da eficiência da cada fonte de forma integral.
Forma de produção de energia desde sua origem.
Entretanto, há uma nova visão sobre a produção de energia
Quanta energia se dispende para obter os combustíveis?
35
Quanta energia é
necessária para extrair e
produzir o “combustível”?
Certamente
não é nula!
Certamente
é nula!
Eficiência na Geração de Eletricidade
No atual cenário tecnológico, a quase totalidade das fontes de geração de eletricidade
se baseia no princípio eletromagnético de transformação de “movimento” em energia
elétrica.
Eficiência na transformação da energia primária:
Hidroelétricas (~ 90%)
Eólicas (< 40%)
Marés (~ 90%)
Ondas (< 60%)
Biomassa (T)
Termoelétricas convencionais. (Diesel, Óleo,
Carvão, Gás) (T)
Nucleares (T)
Geotérmicas (T)
(T) Todo processo que gera
eletricidade a partir do
calor tem rendimento
máximo de ~ 55%
(Termodinâmica)
Energia Solar
Capturada sob forma
Vento
Chuva - Afluências
Efeitos Fotovoltaicos
Biomassa
Alexandre-Edmond Becquerel
Energia
Cinética
38
III- O setor elétrico brasileiro
singularidade
1. O Brasil abrange 39 graus desde o 5 ° 16 ′ de
latitude do ponto mais ao norte até -33 ° 44 ‘
2. A Rússia vem em segundo lugar com um
diferencial de 36,5 graus: o ponto mais
setentrional está em 77 ° 43 ′ até o 41 ° 11′
3. O Chile em terceiro com 36,4 dos 17 ° 30 ′,
para 53 ° 53 ′ de Cape Froward.
40
Quatro climas:
1. O equatorial úmido no Norte,
2. O tropical no Sudeste e Centro-oeste,
3. O tropical semiárido no Nordeste e
4. O subtropical úmido no Sul.
Singular por sua grande latitude
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Noruega
Brasil
Venezuela
Canadá
N.Zelandia
Suécia
Russia
China
India
Japão
USA
Outros
% hidro % outros
O seleto clube hidroelétrico.
Fonte: : Energy International Agency (dados de 2014) 41
15%
79%
71%
7%
15%
98%
12%
80%
55%
7%
Energia hidroelétrica no mundo.
Dados de 2012
Apenas o Japão tem toda sua hidroeletricidade em mãos privadas
Capacidade de armazenagem dos reservatórios
Fonte: World Water Development Report II - http://wwdrii.sr.unh.edu/download.html
O grande diferencial não é apenas ser
hidroelétrico, mas sim o fato dos reservatórios
serem capazes de “guardar” energia.
500 km3 é equivalente a uma caixa d’água
“cubo” de 8 km de dimensão
44
O conceito de “fábricas” de kWh
Fábrica de kWh
apenas?
1. Rios de Planalto (reservatórios).
2. Grande volume de água.
3. Percorrem grandes extensões no território.
• Rio Paraná – 3942 km
• Rio São Francisco – 2800 km
• Rio Grande – 1315 km
• Rio Tocantins – 2700 km
4. Apresentam diversidade hidrológica.
Singularidade do Sistema Brasileiro
(a verdadeira jaboticaba)
45
Dimensões Continentais
46
O sistema interligado
brasileiro no mapa da
Europa 47
~ 70% da
reserva
Capacidade de reserva
~ 6 meses de consumo
(recorde no mundo)
Vasos comunicantes
Energia natural tropical
A transmissão faz
parte da máquina que
forma a energia firme!
48
49
2017
Intercâmbio Sudeste - Sul
S-SE
49
SE-S
1.000 MW Médios
Usina de Itumbiara
(Paranaíba)
Fonte: ONS
50
2017
Intercâmbio Norte - Sudeste
SE-N
N-SE
1.000 MW Médios
Usina de Itumbiara
(Paranaíba)
2017
Intercâmbio Norte - NordesteNE-N
N-NE
1.000 MW Médios
Usina de Itumbiara
(Paranaíba)
2017
Intercâmbio Nordeste - Sudeste
SE-NE
NE-SE
1.000 MW Médios
Usina de Itumbiara
(Paranaíba)
53
Vento Sol
Outros privilégios brasileiros
54
55
Hidráulica
Eólica
Nuclear
Térmicas
Solar
Suprimento em 2018
56
Hidráulica
Eólica
Nuclear
Térmicas
Solar
Suprimento em 2018
Eólicas
começam a
competir
com
térmicas
E o sol??
58
Coluna1 País Solar/Total
1 Italy 7,63%
2 Greece 7,22%
3 Germany 5,87%
4 Spain 4,97%
5 Japan 4,82%
6 Belgium 3,61%
7 Chile 3,33%
8 Romania 2,80%
9 Australia 2,42%
10 Thailand 1,77%
11 France 1,47%
12 South Africa 1,32%
13 United States 1,16%
14 China 1,09%
15 Korea Rep 0,91%
Energia solar no
total de energia
dos 15 países
líderes
Brasil em 2018 = 0,35%
59
Hidráulicas
Térmicas Nuclear
Eólicas
Solar
60
61
62
40 m2 (16 placas solares) geram
aproximadamente 7 MWh/ano
Todo o consumo de eletricidade
brasileiro em 2018 – 580 TWh/ano
1 TWh = 1.000.000 MWh
Para gerar toda a energia brasileira é
necessário aprox. 3.500 km2
15% do estado de
Sergipe!
63
Sol e vento também se complementam
Geração eólica num dia típico.
Geração solar num dia típico.
IV- Como funciona o mercado no
setor elétrico brasileiro.
65
O operador nacional do sistema
elétrico brasileiro é um gestor de
estoque.
-
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
66
GWh
Energia armazenada
Consumo
6 meses de consumo
Estoque de energia nos reservatórios
“Dilema” do Operador Brasileiro
Guardar Água
- Usar
térmicas
Usar Água
Úmidas
Secas
OK
Déficit e/ou
Gastos c/
Combustível
Vertimento =
Desperdício
OK
Úmidas
Secas
Presente Futuro Conseqüências
Afluências
Ou...
?
67
68
• Para fazer esse controle de estoque da água
reservada, o operador precisa dar um valor à água.
• A cada mês ele calcula o “custo marginal de
operação” (CMO) ou valor da água.
• A “água” reservada vale o que ela vai economizar de
custos presentes e futuros (combustível das térmicas
e até déficit de energia).
• Portanto, ligada à singularidade do sistema, a
geração de cada usina é determinada pelo operador.
Processo de decisão do operador – Presente
x Futuro
A cada mês o operador
precisa escolher uma
trajetória que minimiza
o custo presente + custo
futuro.
Armazenar ou gastar água ?
69
Déficit
CMO
Modelos de regulação
Serviço pelo custo
“Return rate regulation”
Consumidor protegido por
regulação e fiscalização.
Mercado
“De-regulation”
Consumidor protegido por
competição
Exemplos: Maioria das províncias
canadenses, mais da metade dos
estados americanos, Japão, Coréia
do Sul
Exemplos: Inglaterra, maioria da
Europa e outros estados
americanos
http://www.iconnectenergy.com/energy-deregulation-state-by-state-breakdown
http://www.hydro.mb.ca/regulatory_affairs/energy_rates/electricity/utility_rate_comp.shtml
Estatal Privado
MercantilServiço
Público
Canadá Inglaterra
Noruega U.S.A
Brasil
Mercado Cativo – Distribuidoras
(70%)
Mercado Livre (30%)
• O Brasil, apesar de ter um sistema físico radicalmente
distinto do paradigma inglês, implantou competição na
geração.
• Modelo matemático probabilístico calcula a “Garantia
Física” por usina. Importância da usina para o sistema
total. Limite que cada usina pode vender.
• Como competir quando a geração é determinada pelo
operador sob uma ótica global?
73
A grande singularidade do setor elétrico brasileiro está no fato de
que usinas não vendem exatamente a energia que geram.
Como a operação é centralizada, cada usina comercializa uma
“cota-parte” da produção total.
Por exemplo, usinas térmicas podem vender energia mesmo sem
gerar!
Hidráulicas que geram mais do que sua cota,
cedem para outras hidráulicas. MRE – Mecanismo
de Realocação de Energia.
74
4 exemplos da singularidade. Azuis – H, Vermelha - Térmica
Fonte: ONS e CCEE
Exemplos de geração real e da “garantia física” de térmicas
75
• Por exemplo, uma usina térmica que não opera por ordem
do operador, tem direito a sua “garantia física”.
• Ela pode “liquidar” sua “não geração” pelo valor PLD
(CMO).
• Portanto, as térmicas podem vender energia que é gerada
pelas hidráulicas.
• Teoricamente, essa é a forma correta de otimizar o
sistema, mas o problema é saber quem pode “capturar” a
vantagem de PLD’s (CMO’s) baixos.
MWmed
Racionamento
Dados do ONS
A cada ano ~ 2.200 MW
médios adicionais.
1.000 MW Médios
Usina de
Itumbiara
2 X
Evolução do consumo total.
R$0
R$100
R$200
R$300
R$400
R$500
R$600
R$700
R$800
R$900
PLD (referência) do mercado e preço residencial – Um mercado muito singular.
Fonte: CCEE
Sobra queda
do consumo
Crise da Bolívia
Hidrologias
favoráveis
35.000
40.000
45.000
50.000
55.000
60.000
GF G
Geração hidráulica, sua “Garantia” e o “Risco Hidrológico”MWmed
Saldo das hidráulicas
até setembro de
2012 = 253 GW
médios
Déficit das
hidráulicas após
setembro de 2012 =
368 GW médios
Fonte: ONS e CCEE
GSF
1.000 MW Médios
2 Usinas de
Itumbiara/mês
Impacto financeiro
R$ 37 bilhões.
24 no mercado regulado e
13 no livre
• Por conta dessa modelagem estrutural, o mercado livre
tendeu a ter muitos contratos de curto prazo.
• Desse modo participou pouco da expansão da oferta
no longo prazo.
• Como também há uma superavaliação da garantia física, a
situação começou a se alterar.
• A expansão da ficou contratada principalmente pelas
distribuidoras (mercado cativo).
40.000
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
70.000
75.000
80.000
85.000
90.000
Garantia Física Total e Geração Total
Fonte: ONS e CCEE
O Mercado Livre, por aspectos estruturais,
praticamente não participou da garantia da
expansão.
40.000
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
70.000
75.000
80.000
85.000
90.000
Garantia Física Total e Geração Total
Fonte: ONS e CCEE
Excesso de oferta??
Por que não houve risco de
suprimento?
S. Pedro, Sociedades com
Eletrobras e “Energia de
Reserva” (encargo)
Temos excesso de oferta, mas de kWh caro.
V - Conclusões
604%IPCA IBGE
Residencial
+ 60%
Fonte: ANEEL e IEA
Os dados são oriundos da ANEEL coletados
historicamente.
+ 130%
Industrial
• Apesar das suas vantagens naturais, o Brasil está atrasado
na implantação das “novas renováveis”.
• A tarifa brasileira está mais cara que a da praticada nos
países de matriz semelhante.
• Dúvidas quanto a uma ampla reforma e privatização da
Eletrobras.
• O modelo mercantil, na atual configuração, está
repleto de conflitos. Inadimplência e judicialização.
Dilemas do setor elétrico brasileiro.
• A “repactuação” do “risco hidrológico” certamente deixará
aumento de custos para o consumidor.
• A finalização da usina de Angra III exigirá aumento de
tarifa.
• A crise econômica está deixando dúvidas sobre o crescimento
da demanda.
• Há uma proposta de mudança (CP 33) que, apesar, de resolver
alguns problemas, trará mais complexidade.
Dilemas do setor elétrico brasileiro.
Grato pela atenção
Roberto Pereira D’Araujo

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8º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro

  • 1. Matriz Energética Brasileira – Mudanças e Investimentos Roberto Pereira D’Araujo Diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético
  • 2. I - Preâmbulo Ambiental
  • 4.  O volume do gás “atmosfera” é equivalente a 0,2% do volume do planeta.  Apesar do Brasil ser um privilegiado em recursos naturais, ele está “a bordo”.  Quase tudo o que a humanidade construiu foi extraído do primeiro volume e inserido nesse gás.
  • 5.
  • 6. O momento atual é particularmente instigante, pois apresenta ineditismo e incerteza. • Alterações ambientais em escala planetária. A competição entre fontes energéticas se dará sob a ótica da eficiência energética e da preservação dos recursos naturais. • Novos rumos tecnológicos. • Novas energias renováveis • Novos paradigmas de consumo.
  • 7. Resumo da visão da Agência Internacional de Energia sobre o futuro energético do mundo – World Energy Outlook 2018 • As atuais tendências de consumo energético são insustentáveis sob o ponto de vista ambiental, social ou econômico. (!) • Petróleo continuará a ser a principal fonte energética, mas... • Termina a “era do petróleo” – alta volatilidade. • Geopolítica poderá exigir alterações das políticas nacionais e provável mudança do papel do petróleo. A restrição ambiental
  • 8. A visão da Agência Internacional de Energia Dúvidas sobre o ritmo e direção da mudança na energia global. • A emissão de CO2 relacionada a energia atingiu um recorde em 2018! • Grandes expectativas sobre a eletricidade. Dúvidas sobre a extensão dessa penetração e da base de sustentação dos sistemas de potência no futuro. Eficiência Energética > 90 % < 40 %
  • 10. Afinal, que gases efeito estufa são esses e de onde se originam?
  • 11. Dióxido de carbono (CO2): Combustível fóssil. Impactos diretos causados ​​pelo homem como o desmatamento, atividades ligadas à agricultura e a degradação dos solos. Metano (CH4): Atividades agrícolas, gerenciamento de resíduos, uso de energia e queima de biomassa contribuem para as emissões de CH4. Óxido nitroso (N2O): Fertilizantes são a principal fonte de emissões de N2O. A combustão de combustíveis fósseis também gera N2O. Gases fluorados (gases fluorados): Processos industriais, refrigeração hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6). Quais gases? https://www.epa.gov/ghgemissions/global-greenhouse-gas-emissions-data
  • 12. Eletricidade e Produção de Calor : Carvão, gás natural e óleo para eletricidade e calor. Indústria: Principalmente combustíveis fósseis queimados no local em instalações de energia. Agricultura, florestas e outros usos da terra : agricultura (cultivo de culturas e pecuária) e do desmatamento. Transporte : transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo. Quase todos (95%) da energia de transporte. Edifícios: Geração de energia no local e queima de combustíveis para aquecimento em edifícios ou para cozinhar em residências. Outras energias : extração de combustível, refino, processamento e transporte. Que setores emitem?
  • 13. Em 2014, os principais emissores de dióxido de carbono (CO2) foram a China, os Estados Unidos, a União Européia, a Índia, a Federação Russa e o Japão. Esses dados incluem as emissões de CO2 da combustão de combustíveis fósseis, bem como a fabricação de cimento e a queima de gás. Juntas, essas fontes representam uma grande proporção do total de emissões globais de CO2. Emissões e sumidouros relacionados a mudanças no uso da terra não estão incluídas nessas estimativas. No entanto, podem ser importantes: estimativas indicam que as emissões líquidas globais de gases do efeito estufa provenientes da agricultura, silvicultura e outros usos da terra foram de mais de 8 bilhões de toneladas métricas de CO2 equivalente, ou cerca de 24% do total global de emissões de gases de efeito estufa. Que países emitem?
  • 14. Emissão de Dióxido de Carbono Global – Center for Climate and Energy https://www.c2es.org/content/international-emissions/
  • 16. https://www.c2es.org/content/international-emissions/ No acumulado histórico de emissões o Brasil é irrelevante, mas quando se considera o dado anual (2014) o Brasil é o 5º!
  • 18. Resumo da visão da Agência Internacional de Energia sobre o futuro energético do mundo – World Energy Outlook 2018 • Para evitar consequências abruptas e irreversíveis, é necessário uma descarbonização da matriz energética mundial. • Para um cenário onde o aumento da temperatura possa ser limitado a + 2 °C, a redução de emissões deve ser significativa em todas as regiões do planeta. • Mudanças tecnológicas na demanda também serão necessárias. • Novas formas de geração de energia estão surgindo aceleradamente ao longo dos últimos 20 anos.
  • 19. Comparação da demanda por fontes dos últimos e dos próximos anos
  • 21. II – A questão energética.
  • 22. Estados nacionais começam a se proteger do preço do petróleo O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo e sustentado com petrodólares, vai abandonar as empresas de petróleo para reduzir a exposição do país escandinavo ao combustível, anunciou o governo norueguês. “O objetivo é reduzir a vulnerabilidade de nossa riqueza comum ante um retrocesso permanente dos preços do petróleo”, afirmou a ministra das Finanças, Siv Jensen, em um comunicado. A Noruega é o maior produtor de petróleo da Europa ocidental. O petróleo e o gás natural representam quase metade das exportações e 20% do faturamento do Estado, que enriquecem o fundo soberano, ao qual Oslo recorre para financiar seu orçamento Fonte: Revista EXAME (8/03/19)
  • 23.
  • 28.
  • 31.
  • 32. • Todas as formas de produção de energia impactam de algum modo e em graus diferentes o meio ambiente. Produzir Energia causa conflitos • Mesmo as chamadas energias renováveis podem causar problemas ambientais. • Por exemplo, a energia eólica, frequentemente classificada como limpa, causa problemas de ocupação de terras, poluição sonora e pode ser uma ameaça à vida de aves silvestres.
  • 33. Produzir Energia “polui”. • A energia solar, apesar de não poluir na fase de operação, utiliza células fotovoltaicas cuja fabricação envolve mineração e produção de materiais perigosos tais como o arsênico, cádmio ou silício inerte. • A queima de biomassa polui a atmosfera com particulados, apesar de que, o CO2 emitido seria absorvido pelo replantio. À biomassa também estaria associada a necessidade de extensas áreas voltadas para o cultivo de energéticos podendo deslocar o plantio de outras culturas voltadas ao consumo humano.
  • 34. Eficiência Energética : Questionamento que esteve ausente da maioria das análises até agora. Visão da eficiência da cada fonte de forma integral. Forma de produção de energia desde sua origem. Entretanto, há uma nova visão sobre a produção de energia Quanta energia se dispende para obter os combustíveis?
  • 35. 35 Quanta energia é necessária para extrair e produzir o “combustível”? Certamente não é nula! Certamente é nula!
  • 36. Eficiência na Geração de Eletricidade No atual cenário tecnológico, a quase totalidade das fontes de geração de eletricidade se baseia no princípio eletromagnético de transformação de “movimento” em energia elétrica. Eficiência na transformação da energia primária: Hidroelétricas (~ 90%) Eólicas (< 40%) Marés (~ 90%) Ondas (< 60%) Biomassa (T) Termoelétricas convencionais. (Diesel, Óleo, Carvão, Gás) (T) Nucleares (T) Geotérmicas (T) (T) Todo processo que gera eletricidade a partir do calor tem rendimento máximo de ~ 55% (Termodinâmica)
  • 37. Energia Solar Capturada sob forma Vento Chuva - Afluências Efeitos Fotovoltaicos Biomassa Alexandre-Edmond Becquerel Energia Cinética
  • 38. 38
  • 39. III- O setor elétrico brasileiro singularidade
  • 40. 1. O Brasil abrange 39 graus desde o 5 ° 16 ′ de latitude do ponto mais ao norte até -33 ° 44 ‘ 2. A Rússia vem em segundo lugar com um diferencial de 36,5 graus: o ponto mais setentrional está em 77 ° 43 ′ até o 41 ° 11′ 3. O Chile em terceiro com 36,4 dos 17 ° 30 ′, para 53 ° 53 ′ de Cape Froward. 40 Quatro climas: 1. O equatorial úmido no Norte, 2. O tropical no Sudeste e Centro-oeste, 3. O tropical semiárido no Nordeste e 4. O subtropical úmido no Sul. Singular por sua grande latitude
  • 41. 0% 20% 40% 60% 80% 100% Noruega Brasil Venezuela Canadá N.Zelandia Suécia Russia China India Japão USA Outros % hidro % outros O seleto clube hidroelétrico. Fonte: : Energy International Agency (dados de 2014) 41
  • 42. 15% 79% 71% 7% 15% 98% 12% 80% 55% 7% Energia hidroelétrica no mundo. Dados de 2012 Apenas o Japão tem toda sua hidroeletricidade em mãos privadas
  • 43. Capacidade de armazenagem dos reservatórios Fonte: World Water Development Report II - http://wwdrii.sr.unh.edu/download.html O grande diferencial não é apenas ser hidroelétrico, mas sim o fato dos reservatórios serem capazes de “guardar” energia. 500 km3 é equivalente a uma caixa d’água “cubo” de 8 km de dimensão
  • 44. 44 O conceito de “fábricas” de kWh Fábrica de kWh apenas?
  • 45. 1. Rios de Planalto (reservatórios). 2. Grande volume de água. 3. Percorrem grandes extensões no território. • Rio Paraná – 3942 km • Rio São Francisco – 2800 km • Rio Grande – 1315 km • Rio Tocantins – 2700 km 4. Apresentam diversidade hidrológica. Singularidade do Sistema Brasileiro (a verdadeira jaboticaba) 45
  • 47. O sistema interligado brasileiro no mapa da Europa 47
  • 48. ~ 70% da reserva Capacidade de reserva ~ 6 meses de consumo (recorde no mundo) Vasos comunicantes Energia natural tropical A transmissão faz parte da máquina que forma a energia firme! 48
  • 49. 49 2017 Intercâmbio Sudeste - Sul S-SE 49 SE-S 1.000 MW Médios Usina de Itumbiara (Paranaíba) Fonte: ONS
  • 50. 50 2017 Intercâmbio Norte - Sudeste SE-N N-SE 1.000 MW Médios Usina de Itumbiara (Paranaíba)
  • 51. 2017 Intercâmbio Norte - NordesteNE-N N-NE 1.000 MW Médios Usina de Itumbiara (Paranaíba)
  • 52. 2017 Intercâmbio Nordeste - Sudeste SE-NE NE-SE 1.000 MW Médios Usina de Itumbiara (Paranaíba)
  • 54. 54
  • 58. 58 Coluna1 País Solar/Total 1 Italy 7,63% 2 Greece 7,22% 3 Germany 5,87% 4 Spain 4,97% 5 Japan 4,82% 6 Belgium 3,61% 7 Chile 3,33% 8 Romania 2,80% 9 Australia 2,42% 10 Thailand 1,77% 11 France 1,47% 12 South Africa 1,32% 13 United States 1,16% 14 China 1,09% 15 Korea Rep 0,91% Energia solar no total de energia dos 15 países líderes Brasil em 2018 = 0,35%
  • 60. 60
  • 61. 61
  • 62. 62 40 m2 (16 placas solares) geram aproximadamente 7 MWh/ano Todo o consumo de eletricidade brasileiro em 2018 – 580 TWh/ano 1 TWh = 1.000.000 MWh Para gerar toda a energia brasileira é necessário aprox. 3.500 km2 15% do estado de Sergipe!
  • 63. 63 Sol e vento também se complementam Geração eólica num dia típico. Geração solar num dia típico.
  • 64. IV- Como funciona o mercado no setor elétrico brasileiro.
  • 65. 65 O operador nacional do sistema elétrico brasileiro é um gestor de estoque.
  • 67. “Dilema” do Operador Brasileiro Guardar Água - Usar térmicas Usar Água Úmidas Secas OK Déficit e/ou Gastos c/ Combustível Vertimento = Desperdício OK Úmidas Secas Presente Futuro Conseqüências Afluências Ou... ? 67
  • 68. 68 • Para fazer esse controle de estoque da água reservada, o operador precisa dar um valor à água. • A cada mês ele calcula o “custo marginal de operação” (CMO) ou valor da água. • A “água” reservada vale o que ela vai economizar de custos presentes e futuros (combustível das térmicas e até déficit de energia). • Portanto, ligada à singularidade do sistema, a geração de cada usina é determinada pelo operador.
  • 69. Processo de decisão do operador – Presente x Futuro A cada mês o operador precisa escolher uma trajetória que minimiza o custo presente + custo futuro. Armazenar ou gastar água ? 69 Déficit CMO
  • 70. Modelos de regulação Serviço pelo custo “Return rate regulation” Consumidor protegido por regulação e fiscalização. Mercado “De-regulation” Consumidor protegido por competição Exemplos: Maioria das províncias canadenses, mais da metade dos estados americanos, Japão, Coréia do Sul Exemplos: Inglaterra, maioria da Europa e outros estados americanos http://www.iconnectenergy.com/energy-deregulation-state-by-state-breakdown http://www.hydro.mb.ca/regulatory_affairs/energy_rates/electricity/utility_rate_comp.shtml
  • 71. Estatal Privado MercantilServiço Público Canadá Inglaterra Noruega U.S.A Brasil Mercado Cativo – Distribuidoras (70%) Mercado Livre (30%)
  • 72. • O Brasil, apesar de ter um sistema físico radicalmente distinto do paradigma inglês, implantou competição na geração. • Modelo matemático probabilístico calcula a “Garantia Física” por usina. Importância da usina para o sistema total. Limite que cada usina pode vender. • Como competir quando a geração é determinada pelo operador sob uma ótica global?
  • 73. 73 A grande singularidade do setor elétrico brasileiro está no fato de que usinas não vendem exatamente a energia que geram. Como a operação é centralizada, cada usina comercializa uma “cota-parte” da produção total. Por exemplo, usinas térmicas podem vender energia mesmo sem gerar! Hidráulicas que geram mais do que sua cota, cedem para outras hidráulicas. MRE – Mecanismo de Realocação de Energia.
  • 74. 74 4 exemplos da singularidade. Azuis – H, Vermelha - Térmica Fonte: ONS e CCEE
  • 75. Exemplos de geração real e da “garantia física” de térmicas 75
  • 76. • Por exemplo, uma usina térmica que não opera por ordem do operador, tem direito a sua “garantia física”. • Ela pode “liquidar” sua “não geração” pelo valor PLD (CMO). • Portanto, as térmicas podem vender energia que é gerada pelas hidráulicas. • Teoricamente, essa é a forma correta de otimizar o sistema, mas o problema é saber quem pode “capturar” a vantagem de PLD’s (CMO’s) baixos.
  • 77. MWmed Racionamento Dados do ONS A cada ano ~ 2.200 MW médios adicionais. 1.000 MW Médios Usina de Itumbiara 2 X Evolução do consumo total.
  • 78. R$0 R$100 R$200 R$300 R$400 R$500 R$600 R$700 R$800 R$900 PLD (referência) do mercado e preço residencial – Um mercado muito singular. Fonte: CCEE Sobra queda do consumo Crise da Bolívia Hidrologias favoráveis
  • 79. 35.000 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000 GF G Geração hidráulica, sua “Garantia” e o “Risco Hidrológico”MWmed Saldo das hidráulicas até setembro de 2012 = 253 GW médios Déficit das hidráulicas após setembro de 2012 = 368 GW médios Fonte: ONS e CCEE GSF 1.000 MW Médios 2 Usinas de Itumbiara/mês Impacto financeiro R$ 37 bilhões. 24 no mercado regulado e 13 no livre
  • 80. • Por conta dessa modelagem estrutural, o mercado livre tendeu a ter muitos contratos de curto prazo. • Desse modo participou pouco da expansão da oferta no longo prazo. • Como também há uma superavaliação da garantia física, a situação começou a se alterar. • A expansão da ficou contratada principalmente pelas distribuidoras (mercado cativo).
  • 81. 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000 65.000 70.000 75.000 80.000 85.000 90.000 Garantia Física Total e Geração Total Fonte: ONS e CCEE O Mercado Livre, por aspectos estruturais, praticamente não participou da garantia da expansão.
  • 82. 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000 65.000 70.000 75.000 80.000 85.000 90.000 Garantia Física Total e Geração Total Fonte: ONS e CCEE Excesso de oferta?? Por que não houve risco de suprimento? S. Pedro, Sociedades com Eletrobras e “Energia de Reserva” (encargo)
  • 83. Temos excesso de oferta, mas de kWh caro.
  • 86.
  • 87. Residencial + 60% Fonte: ANEEL e IEA Os dados são oriundos da ANEEL coletados historicamente. + 130% Industrial
  • 88. • Apesar das suas vantagens naturais, o Brasil está atrasado na implantação das “novas renováveis”. • A tarifa brasileira está mais cara que a da praticada nos países de matriz semelhante. • Dúvidas quanto a uma ampla reforma e privatização da Eletrobras. • O modelo mercantil, na atual configuração, está repleto de conflitos. Inadimplência e judicialização. Dilemas do setor elétrico brasileiro.
  • 89. • A “repactuação” do “risco hidrológico” certamente deixará aumento de custos para o consumidor. • A finalização da usina de Angra III exigirá aumento de tarifa. • A crise econômica está deixando dúvidas sobre o crescimento da demanda. • Há uma proposta de mudança (CP 33) que, apesar, de resolver alguns problemas, trará mais complexidade. Dilemas do setor elétrico brasileiro.
  • 90. Grato pela atenção Roberto Pereira D’Araujo