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Transcrição da Teleconferência
               Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste
                                     CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias
                                                             11 de março de 2008


Operadora:

Boa tarde, senhoras e senhores, e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à
teleconferência da Companhia de Concessões Rodoviárias – CCR – para discussão do
processo de Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste.

Informamos que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a
apresentação, e em seguida iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando maiores
instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência
durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0.

Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser
feitas durante esta teleconferência relativas às perspectivas de negócios da companhia,
projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da
diretoria da CCR, bem como em informações atualmente disponíveis para a Companhia.
Considerações futuras não são garantias de desempenho. Envolvem riscos, incertezas e
premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que
podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais,
condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar os resultados futuros da
empresa e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em
tais considerações futuras.

Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Arthur Piotto Filho, Diretor Financeiro e de Relações
com Investidores. Por favor, Sr. Arthur, pode prosseguir.

Arthur Piotto Filho:

Obrigado operadora. Inicialmente eu gostaria de agradecer a presença de todos. Só lembrando
que nós temos as informações também dispostas, ou disponíveis no nosso website e que hoje
contamos além da minha presença com a Flávia Godoy, integrante do time de Relações com
Investidores da CCR.

Inicialmente gostaríamos de dizer que é com imensa satisfação que a Companhia comunica
aos seus acionistas e parceiros do mercado de capitais a conquista de um importante passo
rumo à expansão dos nossos negócios. A indicação hoje da proposta da CCR como a melhor
classificada no certame licitatório do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas constitui para nós
uma conquista inestimável.

Acreditamos na competitividade da Companhia através da expertise adquirida ao longo de dez
anos de operações das demais concessionárias integrantes do nosso portfólio. Para tanto,
nossa proposta levou em consideração esta experiência de operação no relacionamento
diferenciado com todas as comunidades, usuários, financiadores e poderes concedentes.

Estamos confiantes que iremos conseguir acessar as melhores linhas de financiamento e
aproveitar as sinergias a fim de alcançar a lucratividade compatível com o atual cenário
econômico do país.

Como principais mensagens ainda, gostaríamos de ressaltar que mantivemos a nossa
disciplina de capital no que diz respeito à geração de valor aos nossos acionistas. É importante
ressaltar que isso é para nós a maior prioridade da Companhia, antes da expansão de nossos
negócios. Também consideramos que essa postura, em termos de competitividade da CCR
neste leilão ocorrido hoje, buscou também perpetuar a Companhia, pois trata-se de um projeto
de 30 anos de operação e que vai muito além da atual vida remanescente do portfólio atual.


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Gostaríamos ainda de ressaltar que seguimos interessados nos próximos leilões a serem
realizados no Estado de São Paulo, relativos a cinco outras rodovias federais; e também, como
já ventilado pela imprensa, a intenção do Governo Federal de licitar novas rodovias na
segunda metade do ano.

Outro ponto fundamental dessa nossa proposta: foi reconhecido equilíbrio entre as premissas
utilizadas neste leilão no que diz respeito ao atendimento do poder concedente das
necessidades dos usuários e também na contribuição da iniciativa privada como forma de
viabilização de investimentos no setor de infra-estrutura de transportes.

Neste momento eu queria devolver a palavra à operadora, e nos colocarmos então à
disposição para responder e esclarecer perguntas. Muito obrigado.

Vinicius Canheu, Credit Suisse:

Obrigado a todos pelo conference call. Eu queria primeiro começar perguntando o que vocês
podem dar de detalhe, ou pelo menos dar uma idéia para gente de quais foram as principais
premissas que vocês utilizaram para montar um modelo da proposta do Rodoanel? Porque eu
imagino que em algumas premissas chave vocês devem ter tido um entendimento bastante
diferente dos números que tinham sido publicados pela ARTESP, pelo Governo de São Paulo,
no edital para preparação da proposta. Se vocês pudessem falar alguma coisa sobre
estimativa inicial de tráfego, idéia de CAPEX, custo, como isso diferenciou das premissas do
Governo?

Arthur Piotto Filho:

De fato, o desconto oferecido pela CCR levou em conta basicamente os três pontos principais,
que são tráfego, custo operacional e também os valores relativos aos investimentos.

No item de tráfego, eu acho que os números da ARTESP, que eu acredito que tenham sido a
grande referência, que o mercado tenha trabalhado com eles; de fato estes números estavam
defasados em relação ao momento presente em torno de um ano a um ano e meio. E a
premissa básica era de que se você considerar que o estudo também da ARTESP leva sempre
em conta a tarifa máxima, obviamente se você comparar com a tarifa por nós oferecida, o
aumento de tráfego esperado parece bastante razoável.

Em relação aos números de tráfego da ARTESP, a nossa proposta trabalhou com tráfego
inicial em torno de 40% a 50% superior. Isso tem tudo a ver com o quê? Com que se aqueles
números da ARTESP referem-se a R$3 por eixo ou por carro, se você trabalha com uma tarifa
significativamente menor nos parece razoável, e assim foi o resultado dos diversos estudos de
tráfego conduzidos pela CCR e seus consultores, que então nos levou a crer que esse número,
esse percentual que eu citei há pouco, parece bastante factível.

Dali para frente, a premissa de tráfego que nós utilizamos do crescimento orgânico fica
ligeiramente superior a 1x PIB. Então eu diria que está muito em linha com o que a empresa
vinha trabalhando até pouco tempo atrás e essa é a nossa premissa básica para tráfego.

No que diz respeito às demais premissas que eu citei, investimentos e custos operacionais, os
custos são significativamente inferiores por conta de que o Rodoanel cruza quatro rodovias
operadas pela CCR hoje, que são AutoBAn, Anhanguera, ViaOeste, a Castelo Branco, e mais
a Raposo Tavares. Então, obviamente, por essa localização geográfica a estratégia da
Companhia tinha uma componente fundamental em relação às sinergias geradas pelo fato
dessa coincidência geográfica.


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E o outro ponto de investimentos é que nós também levamos em conta nessa proposta uma
tecnologia que foi recentemente adquirida pela Companhia, que já foi utilizada em outras duas
concessionárias nossas, relativamente à manutenção de pavimentos rígidos, ou seja, aquele
pavimento de concreto que é grande parte do Rodoanel.

Portanto, em relação às premissas, de novo, disponibilizadas pela ARTESP, naquelas que são
fundamentais, ou seja, tráfego, investimentos e custos, a gente tem diferença significativa e
que, portanto, possibilitou a CCR esse bid mais competitivo.

Vinicius Canheu:

Obrigado. Só mais uma coisa: o fato de que esse é o primeiro trecho do Rodoanel, então
deveremos ver os outros trechos sendo ofertados para a iniciativa privada ao longo do tempo,
se você pudesse falar e nos dar uma idéia do quanto você acha que isso pesou na proposta
atual, quer dizer, quanto mais agressivo isso pode ter sido na maneira que isso dá mais
sinergias para as próximas ofertas que devem vir ao longo dos anos para os outros trechos do
Rodoanel.

Arthur Piotto Filho:

Eu diria que pelo menos 20%.

Vinicius Canheu, Credit Suisse:

OK. Obrigado.

Rodrigo Góes, UBS Pactual:

Obrigado a todos pelo conference call. Eu queria fazer uma pergunta com relação ao que
vocês estimam de taxa de retorno desalavancada para esse investimento; e como vocês
imaginam alavancar o investimento e qual seria essa taxa já alavancada?

Arthur Piotto Filho:

A taxa de retorno eu não tenho problema nenhum em comentar com você, até porque a se
confirmar a nossa vitória, que nós acreditamos que seja uma questão de tempo, ela será
pública, e como isso era uma das exigências do próprio edital, não há razões para esconder a
informação, ou segurar a informação.

A TIR desalavancada real, é em torno de 9,3% e a TIR alavancada também real é em torno de
15%. E a forma de financiar este projeto que a CCR adotou não difere, fundamentalmente das
demais concessionárias, ou seja, ela vai funcionar da seguinte maneira: ela começa com um
empréstimo-ponte até o prazo de aproximadamente um ano, em Reais, tomados portanto aqui
no Brasil; em seguida, através de uma operação via uma empresa multilateral, a gente traz um
financiamento em USD por um prazo de aproximadamente dez anos. Esse financiamento tem
a característica de ser bullet; no final deste prazo eu novamente faço outro refinanciamento.

Eu diria que essa característica difere fundamentalmente dos projetos atuais pela seguinte
razão: quais são as alternativas que a gente tem para buscar financiamento para projetos aqui
no Brasil? O BNDES tradicionalmente financia investimento. Neste caso do Rodoanel, eu diria
que o total de investimentos não é significativo frente às obrigações de pagamento de outorga,
que são muito concentradas nos anos iniciais.



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Portanto, o BNDES teria como financiar também a outorga? Nós fizemos consulta a ele, e a
posição deles é que sim. A resposta é sim, só que seria através de uma operação via mercado
de capitais. Portanto, você, através de um banco teria que viabilizar uma operação que seria
qualquer uma do mercado, uma debênture, por exemplo, ou um FIDC, por exemplo, que teria
um prazo máximo, que o mercado brasileiro encontra liquidez, que certamente não atenderia
as características do fluxo de caixa deste projeto. Daí a razão de nós então tentarmos buscar
uma alternativa que permitisse com que o fluxo de caixa desses financiamentos fosse mais
aderente ao fluxo de caixa do projeto.

Isso então foi feito, nós identificamos essa possibilidade e colocamos na nossa proposta. Então
a forma de estruturar o financiamento da proposta é como eu acabei de descrever.

Na realidade a gente tem, portanto, um ano, que é o espaço inicial do empréstimo-ponte, para
nós confirmarmos estas alternativas e também identificarmos eventualmente algumas novas
possibilidades. Essa é a nossa estratégia de financiamento para esse projeto.

Rodrigo Góes:

Então o empréstimo-ponte, a gente pode assumir que no montante seria aproximadamente
metade da outorga, aproximadamente? É isso?

Arthur Piotto Filho:

Com o empréstimo-ponte, na verdade, a gente quer financiar todas as obrigações de outorga e
mais os investimentos que ocorrem até o primeiro ano.

Rodrigo Góes:

Que fica mais ou menos nessa casa?

Arthur Piotto Filho:

Se a gente considerar esse primeiro ano, então estamos falando de R$1 bilhão de outorga,
mais de R$100 milhões a R$150 milhões de investimentos e mais alguma coisa a título de
juros. Não deve ser muita coisa, eu imagino que a rolagem, o saldo devedor deste empréstimo-
ponte ao final do primeiro ano deve ser algo próximo a R$1,2 bilhão, R$1,3 bilhão.

Rodrigo Góes:

OK, Muito obrigado.

Paula Kovarsky, Itaú Corretora:

Boa tarde. Parabéns pelo feito. Eu queria fazer na verdade duas perguntas. A primeira dela é
com relação à construção dos outros trechos do Rodoanel. Qual que premissa de vocês com
relação ao aumento de tráfego nesta parte que foi licitada? É a primeira pergunta.

E a segunda pergunta é se você poderia nos dar alguma coisa sobre como fica o
endividamento da CCR consolidado, uma vez cumpridos pelo menos os primeiros R$2 bilhões
da outorga.




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Arthur Piotto Filho:

Com relação ao aumento de tráfego esperado, o nosso estudo indica que deve haver uma
adição de tráfego no momento em que o segundo trecho, portanto sul, se tornar operacional,
aproximadamente em torno de 20%.

E com relação à segunda parte da pergunta, se nós assumirmos que a CCR tivesse de fato
100% do projeto, o endividamento consolidado no ponto máximo dele chegaria em termos de
dívida líquida/EBITDA a aproximadamente 2x.

Paula Kovarsky:

OK. E vocês incluíram na premissa do seu bid mais alguma adição de tráfego por conta do
fechamento do anel ou não?

Arthur Piotto Filho:

Não.

Paula Kovarsky:

São só esses 20% mesmo.

Arthur Piotto Filho:

Exatamente.

Paula Kovarsky:

Que é exatamente o número da ARTESP, não é isso?

Arthur Piotto Filho:

Eu acho que é um pouco acima, mas ligeiramente acima só, não tem nenhum salto.

Paula Kovarsky:

Está OK.

Arthur Piotto Filho:

Mas é isso mesmo. Acho que hoje até saíram algumas notícias sobre possível início de obras
da terceira fase do Rodoanel, mas acho que isso está bastante distante, nós não temos nem
sequer como imaginar algum possível benefício.

Por outro lado, no trecho sul, se ele de fato vier a ser concedido também à iniciativa privada, eu
acho que quem operar o trecho hoje licitado deve ter também uma posição privilegiada no que
diz respeito a sinergias de operação.

Paula Kovarsky:

OK. E em que ano vocês consideram esse trecho sul operacional?



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Arthur Piotto Filho:

A entrada em operação é no ano de 2010. Mas eu acho o primeiro ano efetivamente completo
nós teremos de fato no ano de 2011.

Paula Kovarsky:

Está OK. Muito obrigada.

Carlos Albano, Citibank:

Boa tarde. A primeira pergunta é em relação ao CAPEX e às despesas operacionais. Se você
pudesse dar uma idéia – como você passou para o tráfego –, grosso modo, o quanto que o
número de vocês estava em comparação com o número da ARTESP?

Arthur Piotto Filho:

Em relação aos custos de operações, eu diria entre 30% e 40% inferiores; e em relação aos
custos de investimento, é mais ou menos a mesma ordem.

Carlos Albano:

Então tanto custo operacional como CAPEX, 30% a 40% menor.

Arthur Piotto Filho:

É.

Carlos Albano:

E na parte do tráfego, vocês fizeram também nesse caso medição de tráfego no Rodoanel?

Arthur Piotto Filho:

Em todas as saídas. Porque o Rodoanel é um projeto que em todas suas saídas você vai ter
praça de pedágio. Então, exatamente, em todas as saídas foram feitas diversas contagens de
tráfego, estudos de origem e destino, mas isso eu acho que todos os concorrentes fizeram. O
que eu acho que é fundamental aí é exatamente o estabelecimento da sensibilidade em
relação à tarifa.

Carlos Albano:

Mas aí que eu acho que é importante: na medição de tráfego de vocês, por exemplo, você
mediu o tráfego hoje, anualizou e deu 50 milhões de veículos, que acho que era o tráfego que
tinha no primeiro ano cheio 2009 da ARTESP. A sua medição de tráfego efetiva deu um
número 50% acima desse número da ARTESP? Qual é a relação entre a medição efetiva de
tráfego que você fez e o número que você projetou para o seu primeiro ano cheio?

Arthur Piotto Filho:

Na pergunta anterior, da Paula, eu disse que o trecho sul vai ter um componente
extremamente importante no desempenho do tráfego desse projeto. Eu acho que se a gente



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observar simplesmente o primeiro ano de operação, ele pode ser um número tímido se logo
depois nós tivermos o início da operação no trecho sul.

E por que ele é tão importante? Porque o trecho sul exatamente vai fazer a ligação com a
rodovia que vai para Santos. Portanto, ele deve ter uma indução de veículos pesados
extremamente relevante, e obviamente tem o seu impacto nas receitas.

Quando a proposta for pública você vai ter lá, claramente, ano a ano essa informação. Mas eu
acho que essa talvez não seja a melhor medida para você olhar, simplesmente o primeiro ano
de operação do projeto. O que eu posso dar, e não há nenhum problema, é o número médio
geral do projeto todo, e aí é como eu falei, ele é de pelo menos 50%.

Carlos Albano:

Acima do número da ARTESP?

Arthur Piotto Filho:

É. Eu só queria frisar: pelo menos 50%.

Carlos Albano:

Está bom. Obrigado.

Caio Dias, Santander:

Boa tarde. Obrigado pelo conference call. Minha primeira pergunta: eu estou vendo algumas
notícias saindo a respeito da possível entrada de um terceiro parceiro financeiro no consórcio.
A CCR está avaliando essa possibilidade ou não?

A minha segunda pergunta é voltando para a questão das premissas. Pelas minhas contas,
ainda com o tráfego um pouco acima e com o custo para baixo, a diferença de proposta entre a
CCR e três dos outros concorrentes ainda é bastante grande. Existiria aí a possibilidade de a
CCR estar assumindo um risco maior que o normal quando ela “bidou” nas outras concessões
que ela ganhou no passado pela questão estratégica do Rodoanel ou não, o perfil de
agressividade foi o mesmo? E como fica daqui para frente, as premissas da ARTESP para as
estaduais também estão aquém do que a CCR vem observando?

Arthur Piotto Filho:

A primeira parte da sua pergunta, sim, a gente tem negociações avançadas com um fundo de
infra-estrutura do exterior, mas é como dizem, depois que você tem o projeto na mão é mais ou
menos como se nós fossemos a noiva. Então a gente acha que nada vai nos impedir, por
exemplo, de fazer um roadshow tentando atrair outros fundos, não apenas esse estrangeiro.

Portanto, continuamos abertos a conversas, seja com fundos de pensão brasileiros ou
estrangeiros, ou fundos de infra-estrutura; e a nossa idéia claramente é encontrar alguma
estrutura que ainda possa nos produzir algum ganho extra em termos de rentabilidade. Isso é o
que nós já temos hoje com esse fundo com o qual as conversas já estão muito avançadas.
Portanto, em cima desses números que eu citei há pouco no call, a gente pode ver números
ainda melhores caso efetivamente essa parceria se confirme.




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Com relação à segunda parte da sua pergunta, é como eu disse na abertura do call. Nós
entendemos que, no caso do Rodoanel, ele nos pareceu sempre um projeto mais equilibrado
sobre aqueles três pilares principais que eu citei. Ou seja, ele atende ao poder concedente, ele
atende também aos usuários e ele fundamentalmente, não poderia ser diferente, tem a
capacidade de remunerar o capital dos acionistas.

Olhando para frente, para as próximas concessões, infelizmente os editais ainda não estão
publicados e, portanto, eu não tenho condições sequer de dar uma estimativa, ou algum tipo de
juízo sobre a premissa de tráfego que a ARTESP eventualmente possa trabalhar. Não sei se
eu consegui responder, se faltou alguma coisa ainda.

Caio Dias:

Era isso. Muito obrigado.

Oswaldo Telles Filho, Tática Asset:

Boa tarde. Vocês têm idéia de quando que vocês vão começar a ter as praças prontas e cobrar
o primeiro pedágio?

Arthur Piotto Filho:

Boa tarde. A gente espera, segundo o que foi dito por uma autoridade aqui do Estado de São
Paulo durante a abertura das propostas, que os contratos possam ser assinados no próximo
mês de maio. E segundo o próprio edital você tem aqueles seis meses iniciais para fazer
alguns trabalhos, investimentos, e também é o tempo necessário para que se construa as
praças de pedágio.

Se nós olharmos para a experiência da própria CCR com outras concessionárias, a gente vai
ver que já fomos capazes no passado de até antecipar esse início da cobrança. Mas vamos
ficar com os seis meses, digamos, regulamentares. Então estaríamos falando por volta de
novembro.

Oswaldo Telles Filho:

Seis meses a partir de maio, mais ou menos?

Arthur Piotto Filho:

Isso.

Oswaldo Telles Filho:

Está bom. Obrigado.

Roberto Knoepfelmacher, GAS Investimentos:

Obrigado mais uma vez pela iniciativa do conference call. Eu queria que você trouxesse um
pouco mais de luz sobre essa questão das sinergias na parte de custo. Você falou sobre esse
número tão mais baixo em relação às previsões da ARTESP. Que tipo de exemplo de custos
menores você poderia ter, e também no CAPEX, se você pudesse explicitar por que o CAPEX
de vocês é tão mais baixo. Obrigado.



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Arthur Piotto Filho:

Boa tarde. Infelizmente, eu queria me reservar esse direito de não dar maiores detalhes agora,
que serão públicos, certamente, quando a proposta for declarada oficialmente vencedora.
Nessa ocasião a gente poderá discutir em maiores detalhes.

Mas eu posso lhe assegurar que no caso dos custos de operação a gente acredita que pode
fazer com custos inferiores aos estimados pela ARTESP por conta da proximidade com relação
às demais concessionárias, e aí nós estamos falando de custos administrativos
fundamentalmente, e custos de operação. Parte da operação da concessionária pode ter
reduzidos seus custos exatamente por essa proximidade que, no fundo, é a parte principal
dessa sinergia.

Relativamente aos investimentos, eu acho que o principal fator é aquele que eu citei, porque
em que pese que a manutenção de um pavimento de concreto tenha um peso relevante dentre
os itens de investimento colocados ou identificados no edital, essa tecnologia, que nós já
provamos em outras concessionárias, se mostra incrivelmente mais barata e consegue gerar
os mesmos resultados, se não até melhores. Eu diria até que a experiência que a gente vem
obtendo é que a característica do pavimento tem se mostrado até bastante superior aos
padrões exigidos.

Então nós não encontramos nenhuma razão para também não considerar nessa proposta, uma
vez que nós já temos essa experiência adquirida.

Roberto Knoepfelmacher:

OK. E só para finalizar, você podia nos dar uma idéia da margem EBITDA média da concessão
do Rodoanel?

Arthur Piotto Filho:

Desculpa, não entendi a pergunta.

Roberto Knoepfelmacher:

Nas projeções de vocês, a que margem EBITDA, na média, vocês chegam ao longo dos anos?

Arthur Piotto Filho:

Aproximadamente 60%.

Roberto Knoepfelmacher:

Está ótimo. Obrigado.

Vinicius Canheu, Credit Suisse:

Mais uma pergunta: a CCR entrou em consórcio junto com a Encalso, a CCR com 95% e a
Encalso com 5%. Qual é a motivação da formação desse consórcio? Porque de 95% para
100%, por que a CCR não entrou sozinha no projeto?




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                                                             11 de março de 2008


Arthur Piotto Filho:

A gente tem tido um contato bastante estreito com a Renovias, na verdade com os acionistas
da Renovias, desde setembro aproximadamente, que foi quando as conversas com eles
acabaram engrenando, o que ao final acabou resultando nessa aquisição dos 40% da
concessionária Renovias.

Houve uma identificação, eu diria assim, entre a filosofia de negócios com a Encalso, e como
nós estávamos buscando sócios, como foi o caso desse possível parceiro financeiro, não havia
razões a priori para que a gente não oferecesse também essa possibilidade à própria Encalso.

Em nosso ponto de vista é uma condição negocial que foi estabelecida sem nenhum prejuízo
para a CCR. Eu acho que também é relevante dizer que a gente não tem a intenção apenas de
participar tendo 100% do capital, eu acho que nas condições atuais do mercado de rodovias no
Brasil, nos parece cada dia mais importante termos estabelecido parcerias de forma a não
excessivamente demandar o balanço da Companhia no que diz respeito aos múltiplos ou aos
índices de alavancagem, mas também à possibilidade de através dessas parcerias nós
eventualmente até agregarmos rentabilidades adicionais, as quais eu infelizmente, mais uma
vez, não posso comentar com vocês neste momento.

Vinicius Canheu:

OK.

Fernando Abdalla, Unibanco:

Boa tarde. Com relação ao financiamento da dívida em moeda estrangeira, eu queria saber se
você tem alguma idéia do custo dessa dívida, e também se a Companhia tem intenção de fazer
o swap dessa dívida. Obrigado.

Arthur Piotto Filho:

A gente tem hoje uma indicação bastante clara de que ela deve ser na base de LIBOR + 2,5%,
aproximadamente. E com relação ao swap, sim, a empresa tem interesse de fazer as devidas
proteções.

Fernando Abdalla:

Está bom. Obrigado.

Operadora:

Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Gostaria de passar a palavra
ao Sr. Arthur Piotto Filho, para as considerações finais.

Arthur Piotto Filho:

Mais uma vez, em nome da Companhia e seus executivos, nós gostaríamos de agradecer o
tempo de vocês e nos colocarmos à disposição para esclarecimento de quaisquer dúvidas que
porventura vocês tenham. Vocês têm nossos contatos no nosso site e os nossos telefones. Por
favor, não hesitem em nos contatar. Muito obrigado a todos. Boa tarde.




                                                                                         10
Transcrição da Teleconferência
                     Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste
                                           CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias
                                                                   11 de março de 2008


Operadora:

A teleconferência da Companhia de Concessões Rodoviárias está encerrada. Agradecemos a
participação de todos, e tenham uma boa tarde.




Este documento é uma transcrição produzida pela MZ Data Products. Ao passo que é feito o possível para garantir a qualidade da
transcrição, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva
dos palestrantes. Este documento não reflete nenhuma opinião de investimento. O conteúdo é de responsabilidade da empresa
que realizou o evento que está transcrito neste documento. Por favor, consulte o website da respectiva companhia para mais
informações sobre limites de responsabilidade.




                                                                                                                              11

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CCR apresenta proposta para licitação do Rodoanel Oeste

  • 1. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Operadora: Boa tarde, senhoras e senhores, e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência da Companhia de Concessões Rodoviárias – CCR – para discussão do processo de Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste. Informamos que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação, e em seguida iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando maiores instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência relativas às perspectivas de negócios da companhia, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da CCR, bem como em informações atualmente disponíveis para a Companhia. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar os resultados futuros da empresa e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Arthur Piotto Filho, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Por favor, Sr. Arthur, pode prosseguir. Arthur Piotto Filho: Obrigado operadora. Inicialmente eu gostaria de agradecer a presença de todos. Só lembrando que nós temos as informações também dispostas, ou disponíveis no nosso website e que hoje contamos além da minha presença com a Flávia Godoy, integrante do time de Relações com Investidores da CCR. Inicialmente gostaríamos de dizer que é com imensa satisfação que a Companhia comunica aos seus acionistas e parceiros do mercado de capitais a conquista de um importante passo rumo à expansão dos nossos negócios. A indicação hoje da proposta da CCR como a melhor classificada no certame licitatório do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas constitui para nós uma conquista inestimável. Acreditamos na competitividade da Companhia através da expertise adquirida ao longo de dez anos de operações das demais concessionárias integrantes do nosso portfólio. Para tanto, nossa proposta levou em consideração esta experiência de operação no relacionamento diferenciado com todas as comunidades, usuários, financiadores e poderes concedentes. Estamos confiantes que iremos conseguir acessar as melhores linhas de financiamento e aproveitar as sinergias a fim de alcançar a lucratividade compatível com o atual cenário econômico do país. Como principais mensagens ainda, gostaríamos de ressaltar que mantivemos a nossa disciplina de capital no que diz respeito à geração de valor aos nossos acionistas. É importante ressaltar que isso é para nós a maior prioridade da Companhia, antes da expansão de nossos negócios. Também consideramos que essa postura, em termos de competitividade da CCR neste leilão ocorrido hoje, buscou também perpetuar a Companhia, pois trata-se de um projeto de 30 anos de operação e que vai muito além da atual vida remanescente do portfólio atual. 1
  • 2. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Gostaríamos ainda de ressaltar que seguimos interessados nos próximos leilões a serem realizados no Estado de São Paulo, relativos a cinco outras rodovias federais; e também, como já ventilado pela imprensa, a intenção do Governo Federal de licitar novas rodovias na segunda metade do ano. Outro ponto fundamental dessa nossa proposta: foi reconhecido equilíbrio entre as premissas utilizadas neste leilão no que diz respeito ao atendimento do poder concedente das necessidades dos usuários e também na contribuição da iniciativa privada como forma de viabilização de investimentos no setor de infra-estrutura de transportes. Neste momento eu queria devolver a palavra à operadora, e nos colocarmos então à disposição para responder e esclarecer perguntas. Muito obrigado. Vinicius Canheu, Credit Suisse: Obrigado a todos pelo conference call. Eu queria primeiro começar perguntando o que vocês podem dar de detalhe, ou pelo menos dar uma idéia para gente de quais foram as principais premissas que vocês utilizaram para montar um modelo da proposta do Rodoanel? Porque eu imagino que em algumas premissas chave vocês devem ter tido um entendimento bastante diferente dos números que tinham sido publicados pela ARTESP, pelo Governo de São Paulo, no edital para preparação da proposta. Se vocês pudessem falar alguma coisa sobre estimativa inicial de tráfego, idéia de CAPEX, custo, como isso diferenciou das premissas do Governo? Arthur Piotto Filho: De fato, o desconto oferecido pela CCR levou em conta basicamente os três pontos principais, que são tráfego, custo operacional e também os valores relativos aos investimentos. No item de tráfego, eu acho que os números da ARTESP, que eu acredito que tenham sido a grande referência, que o mercado tenha trabalhado com eles; de fato estes números estavam defasados em relação ao momento presente em torno de um ano a um ano e meio. E a premissa básica era de que se você considerar que o estudo também da ARTESP leva sempre em conta a tarifa máxima, obviamente se você comparar com a tarifa por nós oferecida, o aumento de tráfego esperado parece bastante razoável. Em relação aos números de tráfego da ARTESP, a nossa proposta trabalhou com tráfego inicial em torno de 40% a 50% superior. Isso tem tudo a ver com o quê? Com que se aqueles números da ARTESP referem-se a R$3 por eixo ou por carro, se você trabalha com uma tarifa significativamente menor nos parece razoável, e assim foi o resultado dos diversos estudos de tráfego conduzidos pela CCR e seus consultores, que então nos levou a crer que esse número, esse percentual que eu citei há pouco, parece bastante factível. Dali para frente, a premissa de tráfego que nós utilizamos do crescimento orgânico fica ligeiramente superior a 1x PIB. Então eu diria que está muito em linha com o que a empresa vinha trabalhando até pouco tempo atrás e essa é a nossa premissa básica para tráfego. No que diz respeito às demais premissas que eu citei, investimentos e custos operacionais, os custos são significativamente inferiores por conta de que o Rodoanel cruza quatro rodovias operadas pela CCR hoje, que são AutoBAn, Anhanguera, ViaOeste, a Castelo Branco, e mais a Raposo Tavares. Então, obviamente, por essa localização geográfica a estratégia da Companhia tinha uma componente fundamental em relação às sinergias geradas pelo fato dessa coincidência geográfica. 2
  • 3. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 E o outro ponto de investimentos é que nós também levamos em conta nessa proposta uma tecnologia que foi recentemente adquirida pela Companhia, que já foi utilizada em outras duas concessionárias nossas, relativamente à manutenção de pavimentos rígidos, ou seja, aquele pavimento de concreto que é grande parte do Rodoanel. Portanto, em relação às premissas, de novo, disponibilizadas pela ARTESP, naquelas que são fundamentais, ou seja, tráfego, investimentos e custos, a gente tem diferença significativa e que, portanto, possibilitou a CCR esse bid mais competitivo. Vinicius Canheu: Obrigado. Só mais uma coisa: o fato de que esse é o primeiro trecho do Rodoanel, então deveremos ver os outros trechos sendo ofertados para a iniciativa privada ao longo do tempo, se você pudesse falar e nos dar uma idéia do quanto você acha que isso pesou na proposta atual, quer dizer, quanto mais agressivo isso pode ter sido na maneira que isso dá mais sinergias para as próximas ofertas que devem vir ao longo dos anos para os outros trechos do Rodoanel. Arthur Piotto Filho: Eu diria que pelo menos 20%. Vinicius Canheu, Credit Suisse: OK. Obrigado. Rodrigo Góes, UBS Pactual: Obrigado a todos pelo conference call. Eu queria fazer uma pergunta com relação ao que vocês estimam de taxa de retorno desalavancada para esse investimento; e como vocês imaginam alavancar o investimento e qual seria essa taxa já alavancada? Arthur Piotto Filho: A taxa de retorno eu não tenho problema nenhum em comentar com você, até porque a se confirmar a nossa vitória, que nós acreditamos que seja uma questão de tempo, ela será pública, e como isso era uma das exigências do próprio edital, não há razões para esconder a informação, ou segurar a informação. A TIR desalavancada real, é em torno de 9,3% e a TIR alavancada também real é em torno de 15%. E a forma de financiar este projeto que a CCR adotou não difere, fundamentalmente das demais concessionárias, ou seja, ela vai funcionar da seguinte maneira: ela começa com um empréstimo-ponte até o prazo de aproximadamente um ano, em Reais, tomados portanto aqui no Brasil; em seguida, através de uma operação via uma empresa multilateral, a gente traz um financiamento em USD por um prazo de aproximadamente dez anos. Esse financiamento tem a característica de ser bullet; no final deste prazo eu novamente faço outro refinanciamento. Eu diria que essa característica difere fundamentalmente dos projetos atuais pela seguinte razão: quais são as alternativas que a gente tem para buscar financiamento para projetos aqui no Brasil? O BNDES tradicionalmente financia investimento. Neste caso do Rodoanel, eu diria que o total de investimentos não é significativo frente às obrigações de pagamento de outorga, que são muito concentradas nos anos iniciais. 3
  • 4. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Portanto, o BNDES teria como financiar também a outorga? Nós fizemos consulta a ele, e a posição deles é que sim. A resposta é sim, só que seria através de uma operação via mercado de capitais. Portanto, você, através de um banco teria que viabilizar uma operação que seria qualquer uma do mercado, uma debênture, por exemplo, ou um FIDC, por exemplo, que teria um prazo máximo, que o mercado brasileiro encontra liquidez, que certamente não atenderia as características do fluxo de caixa deste projeto. Daí a razão de nós então tentarmos buscar uma alternativa que permitisse com que o fluxo de caixa desses financiamentos fosse mais aderente ao fluxo de caixa do projeto. Isso então foi feito, nós identificamos essa possibilidade e colocamos na nossa proposta. Então a forma de estruturar o financiamento da proposta é como eu acabei de descrever. Na realidade a gente tem, portanto, um ano, que é o espaço inicial do empréstimo-ponte, para nós confirmarmos estas alternativas e também identificarmos eventualmente algumas novas possibilidades. Essa é a nossa estratégia de financiamento para esse projeto. Rodrigo Góes: Então o empréstimo-ponte, a gente pode assumir que no montante seria aproximadamente metade da outorga, aproximadamente? É isso? Arthur Piotto Filho: Com o empréstimo-ponte, na verdade, a gente quer financiar todas as obrigações de outorga e mais os investimentos que ocorrem até o primeiro ano. Rodrigo Góes: Que fica mais ou menos nessa casa? Arthur Piotto Filho: Se a gente considerar esse primeiro ano, então estamos falando de R$1 bilhão de outorga, mais de R$100 milhões a R$150 milhões de investimentos e mais alguma coisa a título de juros. Não deve ser muita coisa, eu imagino que a rolagem, o saldo devedor deste empréstimo- ponte ao final do primeiro ano deve ser algo próximo a R$1,2 bilhão, R$1,3 bilhão. Rodrigo Góes: OK, Muito obrigado. Paula Kovarsky, Itaú Corretora: Boa tarde. Parabéns pelo feito. Eu queria fazer na verdade duas perguntas. A primeira dela é com relação à construção dos outros trechos do Rodoanel. Qual que premissa de vocês com relação ao aumento de tráfego nesta parte que foi licitada? É a primeira pergunta. E a segunda pergunta é se você poderia nos dar alguma coisa sobre como fica o endividamento da CCR consolidado, uma vez cumpridos pelo menos os primeiros R$2 bilhões da outorga. 4
  • 5. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Arthur Piotto Filho: Com relação ao aumento de tráfego esperado, o nosso estudo indica que deve haver uma adição de tráfego no momento em que o segundo trecho, portanto sul, se tornar operacional, aproximadamente em torno de 20%. E com relação à segunda parte da pergunta, se nós assumirmos que a CCR tivesse de fato 100% do projeto, o endividamento consolidado no ponto máximo dele chegaria em termos de dívida líquida/EBITDA a aproximadamente 2x. Paula Kovarsky: OK. E vocês incluíram na premissa do seu bid mais alguma adição de tráfego por conta do fechamento do anel ou não? Arthur Piotto Filho: Não. Paula Kovarsky: São só esses 20% mesmo. Arthur Piotto Filho: Exatamente. Paula Kovarsky: Que é exatamente o número da ARTESP, não é isso? Arthur Piotto Filho: Eu acho que é um pouco acima, mas ligeiramente acima só, não tem nenhum salto. Paula Kovarsky: Está OK. Arthur Piotto Filho: Mas é isso mesmo. Acho que hoje até saíram algumas notícias sobre possível início de obras da terceira fase do Rodoanel, mas acho que isso está bastante distante, nós não temos nem sequer como imaginar algum possível benefício. Por outro lado, no trecho sul, se ele de fato vier a ser concedido também à iniciativa privada, eu acho que quem operar o trecho hoje licitado deve ter também uma posição privilegiada no que diz respeito a sinergias de operação. Paula Kovarsky: OK. E em que ano vocês consideram esse trecho sul operacional? 5
  • 6. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Arthur Piotto Filho: A entrada em operação é no ano de 2010. Mas eu acho o primeiro ano efetivamente completo nós teremos de fato no ano de 2011. Paula Kovarsky: Está OK. Muito obrigada. Carlos Albano, Citibank: Boa tarde. A primeira pergunta é em relação ao CAPEX e às despesas operacionais. Se você pudesse dar uma idéia – como você passou para o tráfego –, grosso modo, o quanto que o número de vocês estava em comparação com o número da ARTESP? Arthur Piotto Filho: Em relação aos custos de operações, eu diria entre 30% e 40% inferiores; e em relação aos custos de investimento, é mais ou menos a mesma ordem. Carlos Albano: Então tanto custo operacional como CAPEX, 30% a 40% menor. Arthur Piotto Filho: É. Carlos Albano: E na parte do tráfego, vocês fizeram também nesse caso medição de tráfego no Rodoanel? Arthur Piotto Filho: Em todas as saídas. Porque o Rodoanel é um projeto que em todas suas saídas você vai ter praça de pedágio. Então, exatamente, em todas as saídas foram feitas diversas contagens de tráfego, estudos de origem e destino, mas isso eu acho que todos os concorrentes fizeram. O que eu acho que é fundamental aí é exatamente o estabelecimento da sensibilidade em relação à tarifa. Carlos Albano: Mas aí que eu acho que é importante: na medição de tráfego de vocês, por exemplo, você mediu o tráfego hoje, anualizou e deu 50 milhões de veículos, que acho que era o tráfego que tinha no primeiro ano cheio 2009 da ARTESP. A sua medição de tráfego efetiva deu um número 50% acima desse número da ARTESP? Qual é a relação entre a medição efetiva de tráfego que você fez e o número que você projetou para o seu primeiro ano cheio? Arthur Piotto Filho: Na pergunta anterior, da Paula, eu disse que o trecho sul vai ter um componente extremamente importante no desempenho do tráfego desse projeto. Eu acho que se a gente 6
  • 7. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 observar simplesmente o primeiro ano de operação, ele pode ser um número tímido se logo depois nós tivermos o início da operação no trecho sul. E por que ele é tão importante? Porque o trecho sul exatamente vai fazer a ligação com a rodovia que vai para Santos. Portanto, ele deve ter uma indução de veículos pesados extremamente relevante, e obviamente tem o seu impacto nas receitas. Quando a proposta for pública você vai ter lá, claramente, ano a ano essa informação. Mas eu acho que essa talvez não seja a melhor medida para você olhar, simplesmente o primeiro ano de operação do projeto. O que eu posso dar, e não há nenhum problema, é o número médio geral do projeto todo, e aí é como eu falei, ele é de pelo menos 50%. Carlos Albano: Acima do número da ARTESP? Arthur Piotto Filho: É. Eu só queria frisar: pelo menos 50%. Carlos Albano: Está bom. Obrigado. Caio Dias, Santander: Boa tarde. Obrigado pelo conference call. Minha primeira pergunta: eu estou vendo algumas notícias saindo a respeito da possível entrada de um terceiro parceiro financeiro no consórcio. A CCR está avaliando essa possibilidade ou não? A minha segunda pergunta é voltando para a questão das premissas. Pelas minhas contas, ainda com o tráfego um pouco acima e com o custo para baixo, a diferença de proposta entre a CCR e três dos outros concorrentes ainda é bastante grande. Existiria aí a possibilidade de a CCR estar assumindo um risco maior que o normal quando ela “bidou” nas outras concessões que ela ganhou no passado pela questão estratégica do Rodoanel ou não, o perfil de agressividade foi o mesmo? E como fica daqui para frente, as premissas da ARTESP para as estaduais também estão aquém do que a CCR vem observando? Arthur Piotto Filho: A primeira parte da sua pergunta, sim, a gente tem negociações avançadas com um fundo de infra-estrutura do exterior, mas é como dizem, depois que você tem o projeto na mão é mais ou menos como se nós fossemos a noiva. Então a gente acha que nada vai nos impedir, por exemplo, de fazer um roadshow tentando atrair outros fundos, não apenas esse estrangeiro. Portanto, continuamos abertos a conversas, seja com fundos de pensão brasileiros ou estrangeiros, ou fundos de infra-estrutura; e a nossa idéia claramente é encontrar alguma estrutura que ainda possa nos produzir algum ganho extra em termos de rentabilidade. Isso é o que nós já temos hoje com esse fundo com o qual as conversas já estão muito avançadas. Portanto, em cima desses números que eu citei há pouco no call, a gente pode ver números ainda melhores caso efetivamente essa parceria se confirme. 7
  • 8. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Com relação à segunda parte da sua pergunta, é como eu disse na abertura do call. Nós entendemos que, no caso do Rodoanel, ele nos pareceu sempre um projeto mais equilibrado sobre aqueles três pilares principais que eu citei. Ou seja, ele atende ao poder concedente, ele atende também aos usuários e ele fundamentalmente, não poderia ser diferente, tem a capacidade de remunerar o capital dos acionistas. Olhando para frente, para as próximas concessões, infelizmente os editais ainda não estão publicados e, portanto, eu não tenho condições sequer de dar uma estimativa, ou algum tipo de juízo sobre a premissa de tráfego que a ARTESP eventualmente possa trabalhar. Não sei se eu consegui responder, se faltou alguma coisa ainda. Caio Dias: Era isso. Muito obrigado. Oswaldo Telles Filho, Tática Asset: Boa tarde. Vocês têm idéia de quando que vocês vão começar a ter as praças prontas e cobrar o primeiro pedágio? Arthur Piotto Filho: Boa tarde. A gente espera, segundo o que foi dito por uma autoridade aqui do Estado de São Paulo durante a abertura das propostas, que os contratos possam ser assinados no próximo mês de maio. E segundo o próprio edital você tem aqueles seis meses iniciais para fazer alguns trabalhos, investimentos, e também é o tempo necessário para que se construa as praças de pedágio. Se nós olharmos para a experiência da própria CCR com outras concessionárias, a gente vai ver que já fomos capazes no passado de até antecipar esse início da cobrança. Mas vamos ficar com os seis meses, digamos, regulamentares. Então estaríamos falando por volta de novembro. Oswaldo Telles Filho: Seis meses a partir de maio, mais ou menos? Arthur Piotto Filho: Isso. Oswaldo Telles Filho: Está bom. Obrigado. Roberto Knoepfelmacher, GAS Investimentos: Obrigado mais uma vez pela iniciativa do conference call. Eu queria que você trouxesse um pouco mais de luz sobre essa questão das sinergias na parte de custo. Você falou sobre esse número tão mais baixo em relação às previsões da ARTESP. Que tipo de exemplo de custos menores você poderia ter, e também no CAPEX, se você pudesse explicitar por que o CAPEX de vocês é tão mais baixo. Obrigado. 8
  • 9. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Arthur Piotto Filho: Boa tarde. Infelizmente, eu queria me reservar esse direito de não dar maiores detalhes agora, que serão públicos, certamente, quando a proposta for declarada oficialmente vencedora. Nessa ocasião a gente poderá discutir em maiores detalhes. Mas eu posso lhe assegurar que no caso dos custos de operação a gente acredita que pode fazer com custos inferiores aos estimados pela ARTESP por conta da proximidade com relação às demais concessionárias, e aí nós estamos falando de custos administrativos fundamentalmente, e custos de operação. Parte da operação da concessionária pode ter reduzidos seus custos exatamente por essa proximidade que, no fundo, é a parte principal dessa sinergia. Relativamente aos investimentos, eu acho que o principal fator é aquele que eu citei, porque em que pese que a manutenção de um pavimento de concreto tenha um peso relevante dentre os itens de investimento colocados ou identificados no edital, essa tecnologia, que nós já provamos em outras concessionárias, se mostra incrivelmente mais barata e consegue gerar os mesmos resultados, se não até melhores. Eu diria até que a experiência que a gente vem obtendo é que a característica do pavimento tem se mostrado até bastante superior aos padrões exigidos. Então nós não encontramos nenhuma razão para também não considerar nessa proposta, uma vez que nós já temos essa experiência adquirida. Roberto Knoepfelmacher: OK. E só para finalizar, você podia nos dar uma idéia da margem EBITDA média da concessão do Rodoanel? Arthur Piotto Filho: Desculpa, não entendi a pergunta. Roberto Knoepfelmacher: Nas projeções de vocês, a que margem EBITDA, na média, vocês chegam ao longo dos anos? Arthur Piotto Filho: Aproximadamente 60%. Roberto Knoepfelmacher: Está ótimo. Obrigado. Vinicius Canheu, Credit Suisse: Mais uma pergunta: a CCR entrou em consórcio junto com a Encalso, a CCR com 95% e a Encalso com 5%. Qual é a motivação da formação desse consórcio? Porque de 95% para 100%, por que a CCR não entrou sozinha no projeto? 9
  • 10. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Arthur Piotto Filho: A gente tem tido um contato bastante estreito com a Renovias, na verdade com os acionistas da Renovias, desde setembro aproximadamente, que foi quando as conversas com eles acabaram engrenando, o que ao final acabou resultando nessa aquisição dos 40% da concessionária Renovias. Houve uma identificação, eu diria assim, entre a filosofia de negócios com a Encalso, e como nós estávamos buscando sócios, como foi o caso desse possível parceiro financeiro, não havia razões a priori para que a gente não oferecesse também essa possibilidade à própria Encalso. Em nosso ponto de vista é uma condição negocial que foi estabelecida sem nenhum prejuízo para a CCR. Eu acho que também é relevante dizer que a gente não tem a intenção apenas de participar tendo 100% do capital, eu acho que nas condições atuais do mercado de rodovias no Brasil, nos parece cada dia mais importante termos estabelecido parcerias de forma a não excessivamente demandar o balanço da Companhia no que diz respeito aos múltiplos ou aos índices de alavancagem, mas também à possibilidade de através dessas parcerias nós eventualmente até agregarmos rentabilidades adicionais, as quais eu infelizmente, mais uma vez, não posso comentar com vocês neste momento. Vinicius Canheu: OK. Fernando Abdalla, Unibanco: Boa tarde. Com relação ao financiamento da dívida em moeda estrangeira, eu queria saber se você tem alguma idéia do custo dessa dívida, e também se a Companhia tem intenção de fazer o swap dessa dívida. Obrigado. Arthur Piotto Filho: A gente tem hoje uma indicação bastante clara de que ela deve ser na base de LIBOR + 2,5%, aproximadamente. E com relação ao swap, sim, a empresa tem interesse de fazer as devidas proteções. Fernando Abdalla: Está bom. Obrigado. Operadora: Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Gostaria de passar a palavra ao Sr. Arthur Piotto Filho, para as considerações finais. Arthur Piotto Filho: Mais uma vez, em nome da Companhia e seus executivos, nós gostaríamos de agradecer o tempo de vocês e nos colocarmos à disposição para esclarecimento de quaisquer dúvidas que porventura vocês tenham. Vocês têm nossos contatos no nosso site e os nossos telefones. Por favor, não hesitem em nos contatar. Muito obrigado a todos. Boa tarde. 10
  • 11. Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Licitação do Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias 11 de março de 2008 Operadora: A teleconferência da Companhia de Concessões Rodoviárias está encerrada. Agradecemos a participação de todos, e tenham uma boa tarde. Este documento é uma transcrição produzida pela MZ Data Products. Ao passo que é feito o possível para garantir a qualidade da transcrição, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Este documento não reflete nenhuma opinião de investimento. O conteúdo é de responsabilidade da empresa que realizou o evento que está transcrito neste documento. Por favor, consulte o website da respectiva companhia para mais informações sobre limites de responsabilidade. 11