A Actuariado é uma empresa de consultoria atuarial fundada em 1988 que presta serviços de consultoria nas áreas de seguros e fundos de pensões. Liderada por Carmen Oliveira, a empresa tem quatro funcionários e clientes em Portugal, Angola e Moçambique. A partir de 2016, novas regras europeias exigirão análises atuariais mais complexas, aumentando a importância do papel dos atuários.
1. ESPECIAL PROMOCIONAL outubro 2015/Exame/103
CASOS DE SUCESSO
FICHA TÉCNICA
Fundação: 1988
Área de atividade:
Consultadoria atuarial
N.º colaboradores: 4
COM QUASE TRÊS DÉCADAS de exis-
tência, a Actuariado é uma empresa de
consultoria atuarial que já conquistou
um prestígio no seu sector de merca-
do. Liderada por Carmen Oliveira, tem
como principais serviços a consultoria
atuarial, nas áreas da atividade segura-
dora dos ramos Vida, Não Vida e Fundos
de Pensões. São prestados quer direta-
mente às seguradoras quer através da
subcontratação por empresas de audi-
toria e empresas com responsabilidades
com complementos de reforma que não
disponham de atuários independentes.
“A nossa função é exercida com auto-
nomia e independência técnica, daí
sermos procurados para a função de
atuários responsáveis que é certifica-
da pela Autoridade de Supervisão dos
Seguros e Fundos de Pensões (ASF)”,
referiu Carmen Oliveira, administra-
dora da empresa. Explicou ainda que,
através do know-how de que dispõem,
“aconselhamos os gestores sobre a me-
lhor forma de gerirem os riscos na me-
dida em que, através das diferentes me-
todologias, orientamos as necessidades
de reforços ou de libertação de fundos
que constituem as provisões técnicas”.
Para além do mercado nacional, o cres-
cimento da empresa tem passado tam-
bém por Angola e Moçambique. Aliás,
um dos desafios da empresa passa pela
continuidade de afirmação no mercado
português e o reforço no mercado in-
ternacional.
“Temos conseguido fidelizar os nossos
clientes, disponibilizando os nossos
serviços e expertise e dando resposta
às expetativas por eles criadas”, referiu
aquela profissional.
Neste momento, com uma equipa de
quatro atuários especializados em dife-
rentes áreas, a Acturiado trabalha com
especialistas do meio académico em
áreas específicas como, por exemplo,
segurança social, estudos demográ-
ficos, estatística ou informática, uma
opção empresarial que lhe permite dar
resposta às necessidades mais comple-
xas dos clientes.
Desafios à vista
“Os gestores das seguradoras são hoje
fortemente responsabilizados pela go-
vernance, e há consciência de que a
análise de risco não deve ser subesti-
mada. A partir de 1 de janeiro de 2016,
entra em vigor o novo regime de Sol-
vência II, pelo qual as responsabili-
dades, designadas best estimates, são
calculadas de acordo com técnicas atu-
ariais mais complexas, onde o papel do
atuário é determinante. O atuário tam-
bém terá um papel preponderante no
cálculo do SCR (Solvency Capital Re-
quirement) das seguradoras”, explicou
Carmen Oliveira.
Para a administradora da Actuariado,
e embora reconheça que o papel do
atuário já é valorizado na atividade se-
Actuariado
Conquistar mercado
guradora, ainda não é suficientemente
reconhecido o seu papel enquanto con-
sultor ou auditor que atua de forma in-
dependente.
Talvez por isso, tornar a profissão de
atuário mais visível e reconhecida é
uma tarefa que a administradora da
Actuariado considera fundamental já
que esta atividade, como explicou, ain-
da não tem uma Ordem embora exista
um Instituto dos Atuários Portugueses.
“Existe um projeto da passagem de Ins-
tituto a Ordem que virá consolidar a
profissão, definindo um código deonto-
lógico para o exercício da atividade. O
atuário deverá desempenhar a sua fun-
ção com rigor e profissionalismo, no-
meadamente ser criterioso na escolha
das metodologias e dos pressupostos”.
A partir do próximo ano, a empresa
tem mais um desafio, acompanhar os
clientes nas novas exigências da Sol-
vência II. “A transposição da diretiva
da Solvência II refere uma função atu-
arial onde estão incluídos os atuários
das seguradoras e mantém a figura do
atuário responsável como alguém que
valida e certifica a técnica seguradora
e resseguradora, de forma segregada e
independente”, afirma Carmen Olivei-
ra. Por outro lado, a administradora da
Actuariado lembra ainda que também
na atividade bancária a análise do ris-
co é importante. Por isso, acrescenta,
“sendo os atuários técnicos que ava-
liam as probabilidades de ocorrência
de eventos futuros através de modelos
matemáticos e financeiros, é necessá-
rio que os riscos associados à atividade
financeira sejam quantificados e me-
didos os seus impactos”.
CARMEN OLIVEIRA,
sócia e administradora da Actuariado