Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
MANUAL DE RETALHOS
1. SERVIÇO DE MICROCIRURGIA RECONSTRUTIVA DO HSE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA PLÁSTICA
DO SERVIÇO DO PROF. IVO PITANGUY
PROFESSOR COLABORADOR: DR. TOMAZ NASSIF
RETALHOS – ANATOMIA E APLICAÇÕES CLÍNICAS
CABEÇA E PESCOÇO:
1. ART. TEMPORAL SUPERFICIAL
2. ART. SUPRA-ORBITAL E SUPRA-TROCLEAR
3. ART. FACIAL
4. M. NASAL
5. M. TEMPORAL
TRONCO
1. M. PEITORAL MAIOR E A. INTERCOSTAIS (RET. DELTO-PEITORAL).
2. M. RETO ABDOMINAL
3. M. GRANDE DORSAL E RET. PARAESCAPULAR
4. M. TRAPÉZIO
5. M. GLÚTEO
6. RET. INGUINAL
MEMBROS
1. MEMBRO INFERIOR - RET. PLANTAR MEDIAL
R. SUPRA MALEOLAR EXTERNO
R. SURAL
R. SAFENO INTERNO
R. SAFENO EXTERNO
R. TIBIAL ANTERIOR
R. PERONEIRO
M. TENSOR DA FASCIA LATA
M. GRACIL
M. SOLEAR – M. GASTROCNÊMICO
2. MEMBRO SUPERIOR - R. ANTEBRAQUIAL
R. LATERAL DO BRAÇO
R. INTERÓSSEO POSTERIOR
2. 2
MANUAL DE RETALHOS
COORDENAÇÃO: TOMAZ NASSIF
TEXTOS: GILBERTO BAKONYI
FREDDY DE JESUS R. GARCIA
JOÃO RECALDE ROCHA
TOMAZ NASSIF
DESENHOS: GILBERTO BAKONYI
3. 3
“RETALHO TEMPORAL SUPERFICIAL (HARII)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria temporal superficial.
A drenagem venosa é realizada por veias comitantes.
INERVAÇÃO: Não tem.
DIMENSÃO: Variável. É possível transplantar todo o couro cabeludo num só pedículo temporal superficial.
ZONA DOADORA: Fechada por enxertia cutânea ou por aproximação direta nos retalhos de até 3cm de
largura.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Para tratamento da calvície ou corrigir área glabra contralateral. Pequenos
retalhos são utilizados para a reconstrução das sobrancelhas.
4. 4
“RETALHO SUPRA-ORBITAL”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria supra-orbital, ramo da artéria oftálmica. Junto com veias comitantes, passa
através do forame supra-orbitário e divide-se em ramos superficiais e
profundos.
Dista aproximadamente 2,5cm da linha média frontal.
INERVAÇÃO: Nervo supra-orbital.
DIMENSÃO: Retalhos pequenos, de 10 a 15 cm2, com segurança.
Obs.: Existe o relato anatômico de que a artéria está presente em apenas 85% dos casos.
ZONA DOADORA: Fechamento com enxerto de pele, ou diretamente se pré-expandida.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Região órbito-zigomático-malar.
5. 5
“RETALHO SUPRATROCLEAR”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria supratroclear, ramo da oftálmica.
Veias comitantes.
Emergem pelo ângulo supero-medial da órbita a 1,0cm da linha média frontal.
INERVAÇÃO: Nervo supratroclear, que se encontra lateralmente à artéria.
DIMENSÃO: Toda a pele da região central da fronte.
Retalhos de maiores dimensões podem ser confeccionados, graças às anastomoses
entre a artéria supratroclear contralateral e a artéria supra-orbitária homolateral.
ZONA DOADORA: Enxerto de pele, ou diretamente se houver pré-expansão.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Reconstrução nasal e da região órbito-zigomático-malar.
6. 6
“RETALHOS BASEADOS NA ARTÉRIA FACIAL”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria facial – passa por trás da glândula submandibular e a partir da borda inferior do
1/3 anterior do corpo mandibular. Segue um trajeto tortuoso, ascendente,
em direção à asa nasal, abaixo do tecido celular subcutâneo (gordura).
Usualmente segue através do músculo elevador do lábio superior e asa do
nariz e, com o nome de artéria angular, alcança o canto medial do olho onde
passa abaixo do ligamento palpebral medial e se anastomosa com ramos da
artéria oftálmica.
Ramos: Artéria submental
Ramo pré-massetérico.
Artéria labial inferior
Artéria labial superior
Ramo nasal lateral
Artéria angular.
DIMENSÃO: Os retalhos baseados na artéria facial podem ter dimensão variável, geralmente utilizados em
VY ou por rotação, com pedículo subcutâneo que garanta a vascularização cutânea por
pequenos ramos da facial.
ZONA DOADORA: Fechamento em VY, ou direto com pequeno descolamento nos retalhos de rotação ou
transposição.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Asa nasal, lábios superior e inferior, região malar, etc.
8. 8
“MÚSCULO NASAL”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria nasal lateral (artéria nasal externa) que é ramo da artéria facial.
Penetra no músculo na sua base e lateralmente, pelo plano subcutâneo.
ORIGEM: As fibras musculares da parte transversa do músculo nasal se originam na maxila, acima e
lateralmente à fossa incisiva e na abertura piriforme.
INSERÇÃO: Insere-se, através de comunicação fibrosa, na aponeurose em leque, na pele da ponta nasal,
fixa à derme, quase sem subcutâneo.
INERVAÇÃO: Filetes nervosos do nervo facial.
FUNÇÃO: A parte transversa do músculo nasal tem como principal função a de compressor da asa nasal.
Também age nos movimentos moderados do nariz. A parte alar do músculo nasal ajuda a
dilatar os óstios nasais.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Usado como retalho local, muscular ou músculo cutâneo.
9. 9
“MÚSCULO TEMPORAL”
VASCULARIZAÇÃO: Pedículo vascular dominante:
1- Artéria temporal profunda anterior.
2- Artéria temporal profunda posterior.
São ramos da segunda porção da artéria maxilar interna.
Pedículos vasculares secundários: ramos da artéria temporal média a qual se
origina da artéria temporal superficial.
ORIGEM: Fáscia temporal superficial e fossa temporal.
INSERÇÃO: Processo coronóide anterior e margem anterior do ramo ascendente da mandíbula.
INERVAÇÃO: Dois ou mais nervos temporais profundos, ramos da parte anterior do nervo mandibular, ramo
do trigemio.
FUNÇÃO: É um músculo da mastigação. Elevação e retração da mandíbula.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Reconstrução orbitária, reanimação de esfíncter orbicular e mímica bucal como
unidade funcional.
10. 10
“MÚSCULO GRANDE PEITORAL”
VASCULARIZAÇÃO: Pedículo vascular dominante: Ramo peitoral da artéria acromiotorácica.
A artéria acromiotorácica origina-se da segunda porção da artéria axilar.
Pedículos segmentares secundários: Perfurantes miocutâneas da artéria
mamária interna (do 1º ao 6º espaços intercostais) e pela artéria torácica
lateral.
ORIGEM: Superfície anterior da metade medial da clavícula, face anterior do externo, seis primeiras
cartilagens costais, aponeurose do músculo oblíquo externo.
INSERÇÃO: Face lateral do sulco bicipital do úmero ou tubérculo maior.
INERVAÇÃO: Nervos peitoral medial (C8, T1) e lateral (C5, 6, 7), ramos diretos dos cordões medial e lateral do
plexo braquial.
FUNÇÃO: Adutor e rotador medial do braço.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Reconstruções locais do tórax, mediastino e pescoço. Pode ser usado com ilha
cutânea para reconstruir a cavidade oral.
Como unidade motora para a reanimação do bíceps.
11. 11
“RETALHO DELTOPEITORAL – ARTÉRIAS INTERCOSTAIS”
VASCULARIZAÇÃO: Artérias perfurantes intercostais que são ramos da artéria mamária interna. Originam-
se dos 5 ou 6 espaços intercostais superiores a aproximadamente 1cm da
borda do esterno. Estes vasos formam uma rede e percorrem o plano
profundo do subcutâneo em direção ao ombro. Os ramos perfurantes do 2º,
3º e 4º. Espaços intercostais são geralmente de maior calibre principalmente
em mulheres onde participam na irrigação da mama.
Veias comitantes acompanham as artérias sendo a principal rota de
drenagem venosa do retalho.
A base do retalho deve situar-se a dois centímetros da borda do esterno
sendo que a margem superior segue a linha infraclavicular.
O arco de rotação do retalho alcança o pescoço, cabeça e face abaixo do
zigoma no lado do retalho, ou o pescoço e ombro no lado contralateral
(depende do biótipo do paciente e do comprimento do pescoço).
DIMENSÃO: Base do retalho a 2cm da borda esternal prolongando-se até o sulco deltopeitoral. Além deste
limite o retalho passa a ter vascularização ao acaso e deve ser mantida a relação 1:1
com a largura planejada.
13. 13
“MÚSCULO RETO ABDOMINAL”
VASCULARIZAÇÃO: Pedículos vasculares dominantes:
- Artéria epigástrica superior (ramo da artéria mamária interna).
- Artéria epigástrica inferior (ramo da artéria ilíaca externa).
ORIGEM: Cabeça lateral da crista pubiana e cabeça medial da porção anterior da sínfise pubiana.
INSERÇÃO: Processo xifóide e nas cartilagens costais da 5ª, 6ª, e 7ª costelas.
INERVAÇÃO: É inervado pelos seis ou sete últimos intercostais e pelos nervos abdominogenitais situados
na bainha posterior do reto do abdome.
FUNÇÃO: Consistência e contenção da parede abdominal; auxiliar na flexão da coluna vertebral.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Reconstrução do tórax e da mama. Baseado nos vasos epigástricos inferiores e
pode ser usado pediculado para reconstruir a coxa, joelho e região
genital e, microcirúrgico, como retalho muscular ou miocutâneo.
15. 15
“MÚSCULO GRANDE DORSAL”
VASCULARIZAÇÃO: Pedículo vascular dominante:
Artéria toracodorsal.
Artéria regional – artéria subescapular: esta se origina da terceira parte da
artéria axilar e dá origem à artéria circunflexa umeral posterior; a partir daí
passa a se chamar artéria toracodorsal que antes de penetrar no músculo
emite um ramo cutâneo e um ramo para o serrátil anterior.
Pedículos segmentares secundários:
Artérias perfurantes segmentares das artérias inter-costais posteriores.
ORIGEM: Processo espinhoso das seis últimas vértebras torácicas, fáscia toracolombar e inferiormente na
crista ilíaca, do processo espinhoso das vértebras lombares e sacrais superiores, podendo
ter pequenos feixes musculares originando-se das 4 costelas inferiores e interdigitações
com o músculo oblíquo externo. Adere-se ao ângulo da omoplata.
INSERÇÃO: Sulco intertubercular do úmero.
INERVAÇÃO: Nervo toracodorsal, ramo do cordão posterior do plexo braquial (C6, 7, 8).
FUNÇÃO: Adutor, extensor e rotador medial do úmero.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Reconstrução mamária e do tórax em geral, braço e região cervical. Como
unidade motora para reanimação do bíceps. Microcirúrgico, pode ser
usado como retalho muscular ou miocutâneo.
17. 17
“RETALHO PARAESCAPULAR (NASSIF)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria cutânea paraescapular, ramo da artéria circunflexa escapular.
- A drenagem venosa é realizada por duas veias comi-tantes.
INERVAÇÃO: Não tem.
DIMENSÃO: 16,5 x altura do paciente em mts = comprimento do retalho em cms.
ZONA DOADORA: Fecha diretamente após descolamento amplo dos bordos.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Para reparo de extensas perdas de substância. Pode associar-se ao retalho
escapular, ao músculo grande dorsal, ao músculo serratil, ou à crista
da escápula (retalho osteocutâneo).
Reparação da região axilar (perdas de substância ou retrações
cicatriciais) como retalho pediculado.
18. 18
“MÚSCULO TRAPÉZIO”
VASCULARIZAÇÃO: Pedículo vascular dominante:
Artéria cervical transversa.
Em 80% dos casos origina-se do tronco tireocervical e, no restante, da artéria
subclávia. Ao nível do músculo levantador da omoplata divide-se em ramos
superficial e profundo. O ramo superficial corre abaixo da fáscia e irriga a
porção lateral do músculo trapézio, o ramo profundo, irriga a parte posterior
deste músculo.
Pedículos vasculares secundários:
Artéria occipital – irriga a porção cervical superior do músculo.
Artéria escapular posterior – irriga também a porção torácica do músculo.
Artéria supra-escapular – geralmente si do tronco tireocervical.
Ramos perfurantes da artéria intercostal posterior.
ORIGEM: Protuberância occiptal externa junto à linha nucal do osso occipital e o processo espinho de C7 até
T12.
INSERÇÃO: Terço lateral da clavícula (fibras superiores), acrômio (fibras inferiores) e espinha da escápula
(fibras mediais).
INERVAÇÃO: Motora: Nervo espinhal acessório..
FUNÇÃO: Rotação da escápula, flexão e abdução da porção superior do braço.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Reconstrução da região cervical, forro bucal e região postero-lateral da cabeça.
20. 20
“MÚSCULO GLÚTEO”
VASCULARIZAÇÃO: Pedículo vascular dominante:
- Artéria glútea superior.
- Artéria glútea inferior.
São ramos da artéria ilíaca interna. Em aproximada-mente 27% dos casos
pode surgir de um tronco comum com a artéria glútea inferior.
A artéria glútea superior entra na nádega em companhia do nervo glúteo
superior passando acima do músculo piriforme enquanto a inferior entra com o
nervo glúteo inferior através da grande chanfradura ciática.
Pedículos vasculares secundários:
1º perfurante (ramo da artéria femural profunda).
Ramo transverso da artéria circunflexa femural medial.
Ramo transverso da artéria circunflexa femural lateral.
ORIGEM: Origina-se no osso ílio entre a linha glútea posterior e sua crista, da aponeurose do músculo
Eretor da espinha, ligamento sacro-tuberoso e região posterior do osso sacro e cóccix.
INSERÇÃO: Trato iliotibial e tuberosidade do fêmur.
INERVAÇÃO: Nervo glúteo inferior (L5, S1, 2).
FUNÇÃO: Principal: Poderoso extensor da coxa e da pelve.
Secundária: Rotador lateral da articulação do quadril, abdutor e adutor da coxa.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Mais utilizado para reconstruir escaras de decúbito ou perdas de substância da
região sacro-ilíaca.
22. 22
“RETALHO INGUINAL (MC GREGOR)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria circunflexa ilíaca superficial.
A drenagem venosa é feita pelas veias circunflexa ilíaca superficial e veia
epigástrica superficial. Como alternativa pode-se utilizar o sistema venoso
profundo de veias comitantes das artérias.
INERVAÇÃO: Pode ser incluída no retalho através dos nervos 11º intercostal e subcostal.
DIMENSÃO: Varia de 19x11cm até 28x17cm segundo diferentes trabalhos publicados.
ZONA DOADORA: Fecha diretamente após descolamento amplo dos bordos e flexão do quadril. Alguns
autores utilizam enxertia parcial cutânea para fechar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Muito utilizado como retalho pediculado no tratamento das perdas de substância
da mão e reconstrução de pênis. Pouco utilizado como retalho livre.
23. 23
“RETALHO PLANTAR MEDIAL (HARRISON)”
VASCULARIZAÇÃO: Vasos plantares mediais, ramos dos vasos tibiais posteriores.
INERVAÇÃO: Nervo plantar medial.
DIMENSÃO: Pode-se utilizar toda a região do cavo plantar, fora da área de apoio.
ZONA DOADORA: Enxerto de pele laminar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Como retalho ilhado, para a reparação do calcanhar. Como retalho livre, para
reparação da superfície plantar contralateral.
25. 25
“RETALHO SUPRAMALEOLAR EXTERNO (MASQUELET)”
VASCULARIZAÇÃO: Vasos supramaleolares externos, ramos dos vasos peroneiros anteriores.
INERVAÇÃO: Não há.
DIMENSÃO: Os limites laterais são a crista da tíbia, anteriormente, e a projeção da fíbula sobre a pele,
lateralmente. O comprimento não deve exceder os limites que separam o terço inferior
do médio da perna. A base do retalho é distal em relação a sua posição de marcação.
ZONA DOADORA: Invariavelmente a área é recoberta com enxerto de pele laminar espessa.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Utilizado como retalho de rotação ou transposição para perdas de substância na
região posterior do calcâneo e dorso do pé.
27. 27
“RETALHO SURAL”
VASCULARIZAÇÃO: Vasos surais, ramos dos vasos poplíteos. Veia safena parva.
INERVAÇÃO: Apesar da presença obrigatória do nervo sural, não há terminações nervosas para a pele.
DIMENSÃO: O eixo central do retalho situa-se sobre o trajeto do nervo sural e da veia safena parva, desde o
cavo poplíteo até o limite que separa o terço médio e distal da perna. A largura máxima
não deve exceder 6cm.
ZONA DOADORA: Em virtude da largura limitada do retalho, a área é fechada diretamente na grande
maioria dos casos.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Em função da localização e da largura limitada, é de pouca utilidade como retalho
de vizinhança. Indicado fundamentalmente para as pequenas
exposições ósseas da perna contralateral.
29. 29
“RETALHO SAFENO INTERNO (ACLAND)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria safena interna, ramo da artéria genicular descendente. Veia safena magna e as
veias comitantes.
INERVAÇÃO: Nervo safeno.
DIMENSÃO: A base do retalho situa-se na face interna da perna, próximo ao joelho. O eixo segue o trajeto
da veia safena magna e pode estender-se até o limite entre o terço médio e distal da
perna. A largura máxima gira em torno dos 12cm.
ZONA DOADORA: Retalhos com largura de até 6cm permitem o fechamento direto. Senão a zona é coberta
com enxerto de pele laminar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Este retalho pode ser utilizado nas reparações do terço proximal e médio da
perna. Como retalho do tipo “cross-leg” está indicado nas perdas
cutâneas laterais e maléolo lateral da perna contralateral.
31. 31
“RETALHO SAFENO EXTERNO”
VASCULARIZAÇÃO: 2 pedículos; vasos surais, medialmente, e vasos safenos acessórios, lateralmente. A
drenagem venosa também é feita pela veia safena parva.
INERVAÇÃO: Nervo safeno acessório.
DIMENSÃO: Toda a superfície posterior da perna, desde o cavo poplíteo até o limite entre o terço médio e
distal da perna.
ZONA DOADORA: Enxerto de pele laminar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Para cobertura de perdas de substância sobre a tíbia, no seu terço proximal e
médio ou para a perna contralateral (cross-leg) nas perdas sobre a
face anteromedial.
VIDE FIGURA DO RETALHO SURAL.
32. 32
“RETALHO TIBIAL ANTERIOR (RECALDE ROCHA)”
VASCULARIZAÇÃO: 2 ramos septocutâneos dos vasos tibiais anteriores (artéria superior e inferior dos
peroneiros laterais).
INERVAÇÃO: O nervo musculocutâneo distribui alguns ramos sensitivos a partir do terço distal da perna na
sua face antero-lateral.
DIMENSÃO: Os limites laterais são a crista tibial, anteriormente, e a projeção da fíbula sobre a pele,
lateralmente. O comprimento pode alcançar 20cm desde que a porção central do retalho
esteja situada no terço médio da perna.
ZONA DOADORA: Enxerto de pele laminar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Perda de substância local desde a tuberosidade tibial e face interna do joelho até
o terço médio da perna. Quando os vasos tibiais anteriores são
incluídos no pedículo, o retalho pode migrar distalmente por inversão
do fluxo vascular até a área do tendão de Aquiles e próximo aos
maléolos.
34. 34
“RETALHO CUTÂNEO FIBULAR”
VASCULARIZAÇÃO: Ramos septocutâneos dos vasos fibulares.
INERVAÇÃO: Não há.
DIMENSÃO: Face lateral da perna tendo como eixo a projeção cutânea da fíbula. Dependendo do número
de ramos pode alcançar até 20cm de comprimento por 10cm de largura.
ZONA DOADORA: Nos retalhos com até 6cm de largura, o fechamento é direto. Acima destes limites a área
é recoberta com enxerto de pele laminar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Nas coberturas locais os vasos fibulares devem ser incluídos no pedículo a fim de
permitir um maior arco de rotação. Pode ser utilizado tanto com
pedículo proximal para perdas do terço proximal e médio da tíbia
quanto com pedículo de fluxo invertido para as reconstruções distais
da perna. Como retalho livre é geralmente utilzado em associação
com a fíbula (retalho osteocutaneo).
37. 37
“RETALHO DO MÚSCULO TENSOR DA FASCIA LTA (WANGESTEEN)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria circunflexa lateral do fêmur, ramo da artéria femural profunda (82%) ou da
artéria femural comum (18%).
A drenagem venosa é feita por 1 ou 2 veias comitantes.
INERVAÇÃO: a) Motora: Ramo inferior do nervo glúteo superior.
b) Sensitiva: Ramo cutâneo lateral do 12º. Nervo torácico, e nervo femuro-cutâneo
lateral, ramo do 2º. e 3º. nervos lombares.
DIMENSÃO: Em média pode atingir 15x35cm. Alguns trabalhos utilizaram-no na dimensão de 25x40cm ou
com tamanho de 30x35cm como retalho livre.
ZONA DOADORA: Fechada diretamente nos casos de retalhos com menos de 8cm de largura. Retalhos
com largura maior, fecham com enxerto cutâneo complementar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Na cobertura de úlceras de decúbito: trocantéricas, isquiáticas e sacrais. Na
reparação da parede torácica lateral, na reconstrução da parede
abdominal inferior, região inguinal, região vulvar, região perineal e
como retalho tubular, para cobertura de defeitos de dorso da mão.
Como retalho livre é usado principalmente para cobrir defeitos do
membro inferior. Pouco utilizado na reconstrução de cabeça e
pescoço.
39. 39
“RETALHO DO MÚSCULO GRÁCIL (HARII)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria circunflexa medial do fêmur, ramo da artéria femural profunda. Possui também
pedículos vasculares secundários, ramos diretos da artéria femural
superficial. A drenagem venosa é realizada por veias comitantes.
INERVAÇÃO: a) Motora: Ramo anterior do nervo obturatório.
b) Sensitiva: Pequenos ramos do nervo obturatório, não específicos.
DIMENSÃO: Em média pode atingir 5 a 10cm de largura, e 15 a 30cm de comprimento.
ZONA DOADORA: Fecha por sutura direta, com cicatriz resultante em área pouco visível.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Nas reconstruções anais, perineais, vulvovaginais, urovesicais; cobertura de
úlceras isquiáticas, coccígeas e perdas de substância do membro
inferior. Como retalho livre é utilizado no tratamento de paralisia facial,
seqüela da síndrome de Volkmann e na reconstrução dos membros
inferiores.
41. 41
“RETALHO DO MÚSCULO SOLEAR”
VASCULARIZAÇÃO: Principal: Realizada por um ramo muscular da artéria
Poplítea, dois ramos proximais da artéria tibial posterior e dois ramos
proximais da artéria peroneira.
Secundária: Constituída por três ramos distais da artéria tibial posterior.
A drenagem venosa é realizada por veias comitantes.
INERVAÇÃO: Ramos do nervo tibial (S1 – S2)
DIMENSÃO: Podem-se obter retalhos de aproximadamente 8 x 28cm de dimensão.
ZONA DOADORA: Fecha por sutura direta.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Reparação de perdas de substância do terço médio e metade superior do terço
distal da perna. Baseado no pedículo distal pode ser utilizado para
reparos da metade inferior do terço distal da perna, com riscos de
insucesso.
43. 43
“RETALHO DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria sural medial para o gastrocnêmio medial e artéria sural lateral para o
gastrocnêmio lateral. Ambas as artérias são ramos da artéria poplítea. A
drenagem venosa é realizada por meio de veias comitantes dos vasos
surais.
INERVAÇÃO: Inervado pelo nervo tibial (S1 – S2).
DIMENSÃO: Podem-se obter retalhos de 8 x 15cm de tamanho para o gastrocnêmio medial e de 6 x 12cm
para o gastrocnêmio lateral.
ZONA DOADORA: Fecha por afrontamento simples dos bordos. Quando utilizado como retalho miocutâneo,
precisa de enxertia cutânea complementar para fechar a área doadora.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Na reparação de perdas de substância do joelho e do terço superior e médio da
perna. Em alguns casos pode ser utilizado como retalho tipo cross-
leg.
45. 45
“RETALHO ANTEBRAQUIAL (GUO FAN, BAO QUI, YU ZI)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria radial e seus ramos cutâneos.
A drenagem venosa é feita por uma das grandes veias do antebraço: cefálica
ou basílica. Como alternativa pode-se utilizar as veias comitantes profundas
da artéria radial.
INERVAÇÃO: Realizada pelos nervos cutâneos medial e lateral do antebraço.
DIMENSÃO: Pode atingir 18x8cm, até 25x12cm, posicionando o retalho preferivelmente na região distal do
antebraço.
ZONA DOADORA: Fecha diretamente nos casos de retalhos elípticos de pequenas dimensões. Retalhos
maiores fecham só com enxertia cutânea complementar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Para reconstrução intraoral, cervical e facial. Como retalho pediculado nos
reparos ao nível da palma ou dorso da mão.
47. 47
“RETALHO LATERAL DO BRAÇO (SONG)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria colateral radial posterior, ramo da artéria braquial profunda.
A drenagem venosa é feita por duas veias comitantes.
INERVAÇÃO: É dada por dois nervos: o nervo cutâneo braquial posterior e o nervo cutâneo posterior do
antebraço, ramos do nervo radial.
DIMENSÃO: Foi descrito como área de segurança do retalho, 12cm, acima do epicôndilo e 1/3 da
circunferência do braço.
ZONA DOADORA: Fechada por aproximação direta após descolamento amplo dos bordos, em retalhos com
largura de 6 ou 8cm. Retalhos com maior largura precisam de enxertia
cutânea complementar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Para reparação de defeitos de dimensão moderada, principalmente da mão.
Pode-se associar nervo, tendão ou osso, sendo útil nos casos de
reconstrução de quirodáctilos.
Pode ser utilizado apenas como retalho fascial.
49. 49
“RETALHO INTERÓSSEO POSTERIOR DO ANTEBRAÇO (ZANCOLLI)”
VASCULARIZAÇÃO: Artéria interóssea posterior e seus ramos cutâneos, por fluxo invertido. A drenagem
venosa é realizada por veias comitantes.
INERVAÇÃO: Não há.
DIMENSÃO: Em média, utilizam-se retalhos de 3 a 6cm de largura e de 10 a 12cm de comprimento.
ZONA DOADORA: Fecha diretamente nos casos de retalhos com 3 a 4cm de largura. Retalhos de maior
largura precisam de enxerto cutâneo complementar.
APLICAÇÕES CLÍNICAS: Na cobertura de defeitos cutâneos da primeira comissura e do dorso da mão.