O documento descreve a origem e história do chocolate, desde as civilizações pré-colombianas na América Central até seu cultivo e consumo global atual. Aborda também a etimologia da palavra "chocolate" e como foi introduzido no Brasil pelos portugueses no século XVII, tornando-se um importante produto de exportação até o início do século XX.
2. Introdução
O chocolate é um alimento feito com base
na amêndoa fermentada e torrada do cacau.
Sua origem remonta às civilizações pré-
colombianas da América Central. A partir
dos Descobrimentos, foi levado para
a Europa, onde popularizou-
se, especialmente a partir dos séculos XVII e
XVIII. Contudo, em função das necessidades
climáticas para o cultivo do cacau, não é
possível o seu plantio na Europa e por isso
as colônias americanas de clima tropical
úmido continuaram a fornecer a matéria-
prima. Atualmente os maiores produtores
estão na África Ocidental.
3. Etimologia
A palavra chocolate provém do espanhol chocolate, que por
sua vez foi originado a partir de línguas indígenas
mesoamericanas. Contudo, sua origem não é completamente
esclarecida, existindo versões diferentes para
tal.[2][3] Segundo a primeira, o termo derivaria
de chocola'j(ou chokola'j), que significa "beber chocolate
juntos".[2][3] Alguns dicionários afirmam que a palavra vem
da língua náuatle, a língua dos astecas,[3] no
caso, xocolātl (/ʃo.ko.laːt /), que, por sua vez, é resultado na
ɬ
fusão de xococ "amargo" + atl "água".)
Segundo o filólogo mexicano Ignacio Davila
Garibi, os espanhóis construíram a palavra usando o termo
Maia chocol juntado com o termo asteca atl, que
significariam chocol (quente) com o atl (água). Esta última
versão é reforçada pelo fato de que, no final do século XVI, a
bebida começou a ser conhecida na Europa, mas não com o
nome cacau (que era a palavra de origem maia, mas adotado
também por Astecas e outros povos mexicanos), mas como
chocolate, aparentemente um neologismo cunhado pelos
espanhóis a partir dos termos maia e asteca que seria
traduzido, literalmente, como água quente.[5]
4. Origem
O cacaueiro, de nome científico Theobroma
cacao, é uma planta nativa de uma região que
vai do México, passando pela América
Central, até à região tropical da América do
Sul, que vem sendo cultivada desde há pelo
menos três mil anos na região.[3] Os primeiros
registros de seu uso datam do período
olmeca.[5] No entanto, existem evidências que
indicam cultivo anterior a esse período.[6] Desde
a sua domesticação, o cacau é usado como
bebida e, depois, como ingrediente para
alimentos. Durante a civilização maia, era
cultivado e, a partir de suas sementes, era feita
uma
bebida amarga chamada xocoatl,[4] geralmente
temperada com baunilha e pimenta.
O xocoatl, acreditava-se, combatia o
cansaço, além de ser afrodisíaco.[7]
5. Séculos XIX e XX
Na primeira metade do século XIX, os portugueses, que
já haviam levado o cacau para o Brasil, que se tornou o
maior produtor nos primeiros anos do século XX, o
levaram também para a Guiné, de onde ele iria difundir-se
para outras colônias europeias da África Ocidental e mais
tarde para o Sudeste asiático e para a Oceania.[5]No final
do século XX as maiores regiões produtoras estavam na
África Ocidental.[9]
Também ao longo dos séculos XIX e XX, o chocolate
atingiu elevados níveis de qualidade em função dos
diversos aprimoramentos realizados.[3] Paralelamente à
elevação da qualidade, os preços caíram atingindo
setores maiores da população. Desse modo, o seu
consumo cresceu de forma acelerada. Em 1850, por
exemplo, foram importadas 1 400 tonelada de cacau pela
Inglaterra, na virada do século essas importações
multiplicaram-se por nove.[7] A partir da segunda metade
do século XIX surgiram os primeiros "empresários do
cacau". Entre esses destacaram-se membros das famílias
Hershey, Caldbury, Fry, Rowntree, Cailler, Suchard, Peter,
Nestlé, Lindt e Toble.
7. O chocolate no Brasil
Apesar de ter sua origem no continente americano, a produção e o
consumo de chocolate no Brasil foi introduzido pela colonização dos
europeus que já haviam aprimorado suas formas de produção e
consumo. A cultura cacaueira foi introduzida no Brasil no século
XVII pelos portugueses, sendo um importante produto
da Amazônia Portuguesa[5] A partir do Brasil levaram-na também
a Guiné, de onde ele iria-se difundir para outras colônias europeias
da África Ocidental e mais tarde para o Sudeste asiático e para a
Oceania.[5] O cultivo brasileiro em larga escala teve início no século
XIX, na região de Ilhéus, no sul da Bahia.[15] As condições climáticas
adequadas fizeram com que o país liderasse a produção mundial de
cacau no período entre 1905 e 1910[9]. Em 1993 a produção
mundial de cacau in natura era de 2,5 milhões de toneladas (duas
mil vezes maior que o tesouro de Montezuma), procedentes em
75% de cinco países: Costa do Marfim(840 000 toneladas), Brasil
(300 000), Indonésia (280 000), Gana (240 000) e Malásia (195
000).[5]Na safra internacional de 2000/2001 em função do existência
de pragas nas cultura, especialmente a vassoura-de-bruxa o Brasil
passou a ocupar o 5º lugar, com uma produção de 150
000 toneladas.[9]
8. Somente a partir da segunda metade do século XIX
algumas fábricas foram instaladas no Brasil. Em Porto
Alegre os irmãos imigrantes alemães Franz e Max
Neugebauer, juntamente com o sócio Fritz
Gerhardt, fundaram a empresa Neugebauer Irmãos &
Gerhardt em 1891,a qual é atualmente a mais antiga
fábrica brasileira de chocolate. Em
2008, a Nestlé, a Kraft e a Garoto detinham 90% do
mercado brasileiro, enquanto a Mars conta com 3% e o
restante do mercado é tomado por centenas de
companhias regionais A Kraft Foods é a segunda maior
fabricante de chocolates do Brasil, com 35,8% das vendas
em 2009, segundo a Nielsen, atrás apenas da Nestlé e de
sua controlada, a Garoto, que têm 22,5% e 22% do
mercado, respectivamente. Além dessas existem outras
marcas, são 21 redes que trabalham com chocolate e
buscam expansão através de franchising.[ Atualmente o
Brasil é o quarto produtor mundial de chocolate.Um teste
realizado pela PRO Teste, em novembro de 2010, com
algumas marcas brasileiras de chocolate ao leite revela
que o chocolate produzido no Brasil possui boa higiene e
qualidade nutricional, além de bom sabor. No entanto, a
organização reivindica das autoridades que regras mais
claras sejam definidas para garantir a qualidade e a