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MAURICE MERLEAU-PONTY 
Vida 
Maurice Merleau-Ponty nasceu na cidade de Rochefor-sur-Mer, na 
França em março de 1908 e morreu em Paris em maio de 1961, vítima de 
uma embolia pulmonar. Realizou seus estudos na École Normale Supérieure 
de Paris e graduou-se em filosofia. 
Foi mobilizado para a 2ª Guerra Mundial, ensinou durante quatro anos 
no Liceu Carnot, participou da resistência contra a ocupação nazista e 
fundou, com Jean-Paul Sartre, a revista Os tempos modernos, da qual foi 
assíduo colaborador. 
Inspiração 
Sua obra foi profundamente inspirada pelos trabalhos do matemático e 
filósofo alemão, considerado o pai da fenomenologia, Edmund Husserl. 
Baseava sua construção teórica na maneira de se portar do corpo e na 
captação de impressões dos sentidos. Ele acreditava no organismo como 
uma configuração integral a ser explorada, o que possibilitaria aos 
estudiosos, entender o que se passa depois que ele é submetido a inúmeros 
estímulos. 
Pensamento 
Para o filósofo, o Homem é o núcleo dos debates sobre o conhecer, 
que é criado e percebido em seu corpo. No exame minucioso da percepção, 
Merleau-Ponty converte o processo fenomenológico em uma modalidade 
existencial, resumindo no ‘logos’ a estrutura do mundo. Segundo sua 
concepção, a filosofia permite um novo aprendizado do olhar sobre o 
universo que o envolve, um retorno ao âmago do objeto. 
Obra 
Existencialismo e Fenomenologia 
No entender de Ponty, fenomenologia é uma filosofia segundo a qual o 
mundo está sempre "aí" antes da reflexão como uma presença inalienável, e 
cujo esforço está em reencontrar esse contato ingênuo com o mundo para 
lhe dar enfim um "status" filosófico. É a ambição de uma filosofia que 
pretende ser uma "ciência exata", mas é também uma exposição do espaço, 
do tempo e do mundo "vividos". 
Assim sendo, tem a conotação de uma ciência voltada para as 
"experiências vividas", cujo pano de fundo é a realidade, o dia-a-dia, ou seja: 
o mundo. 
Maurice Merleau-Ponty é o representante francês da fenomenologia 
existencial, que busca compreender o homem em sua estrutura universal e, 
ao mesmo tempo, na sua experiência concreta do vivido, ou seja, 
compreendê-lo em sua totalidade, engajado em um mundo, em uma 
realidade.
A investigação fenomenológica baseia-se na ideia de "volta às coisas 
mesmas"; requer uma atitude descritiva, desprovida de "conceitos a priori", 
visando descobrir, num encontro original, o que são as coisas nelas 
mesmas, tais como elas se mostram ou aparecem à consciência perceptiva. 
Este "retorno às coisas mesmas" é entendido por Merleau-Ponty como um 
retorno ao mundo, antes do conhecimento. Nesta perspectiva, toda 
determinação científica é abstrata, representativa e dependente. 
Coloca em evidência o homem, suas relações com o mundo e a 
correlação entre eles (um não existindo sem o outro), instaurando a atitude 
dialogal e do acolhimento do outro em suas opiniões, ideias e sentimentos, 
procurando colocar-se na sua perspectiva, para compreender e ver como ele 
vê, sente ou pensa. 
A metodologia fenomenológica, com sua abordagem de procurar 
compreender o outro em sua perspectiva, aproxima-se da tendência atual da 
Enfermagem que visualiza o homem como um todo. A assistência saúde, 
deste modo, procura ver o homem no mundo, situado em sua totalidade de 
vida, buscando novos horizontes de compreensão. 
No mundo atual, o estado saúde-doença não pode ser mais analisado 
isoladamente da pessoa que, concretamente, está vivenciando tal 
fenômeno. Há necessidade de uma abordagem que contemple esta 
totalidade existencial examinando a doença como é vivida pelo SER que 
adoece considerando as condições histórico-culturais e sociais em que 
surgiram. 
Uma vez que a enfermagem envolve gente que cuida de gente e 
manifesta preocupação com as relações humanas que se mantêm entre eles 
e seu mundo de trabalho, aproxima-se, de certa forma, da fenomenologia 
existencial, representada por M.Ponty. 
Na visão de M.Ponty: “...a percepção... é o fundo sobre o qual todos os 
atos se destacam e ela está pressuposta por eles... o mundo é o meio 
natural e o campo de todos os meus pensamentos e de todas as minhas 
percepções explícitas... o homem, está no mundo e é no mundo que ele se 
conhece...” 
Neste contexto, pode-se dizer que o mundo de uma pessoa de 
enfermagem é diferente daquele de uma pessoa que atue em outra área 
qualquer, porque suas realidades são distintas, suas vivências e seu 
cotidiano são diferentes. Uma vez que interaja, sofra influência e haja 
comunicação com o mundo externo, conseqüentemente as percepções 
serão diferenciadas de acordo com a realidade que se esteja vivendo. Além 
do mais, o mundo é aquilo que percebemos. Ao observá-lo, fazemos uma 
reflexão sobre ele, e a análise se realiza de acordo com nossa forma de 
compreendê-lo, isto é, segundo nossa "visão" de mundo. 
A enfermagem, em seu cotidiano, interage continuamente com o 
homem doente,seja através de gestos, palavras ou até mesmo de um 
simples olhar, realizando um verdadeiro partilhar. Nesse ENCONTRO entre 
pessoas o DIALOGO pode ser considerado um momento especial onde se 
exteriorizam as expectativas, os anseios e temores enfim, a perspectiva que 
o cliente tem do mundo e de sua situação atual (SER-DOENTE). 
Sabe-se que a doença é uma facticidade com o corpo de alguém. E, no 
mundo atual, o homem doente não pode ser visualizado como um corpo com
partes separadas onde cada segmento é tratado isoladamente. Ele é um 
todo complexo, engajado em um contexto, em uma realidade. Não deve ser 
visto como um corpo afetado (ou como a soma de partes) que merece 
cuidados médicos e de enfermagem isoladamente.

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  • 1. MAURICE MERLEAU-PONTY Vida Maurice Merleau-Ponty nasceu na cidade de Rochefor-sur-Mer, na França em março de 1908 e morreu em Paris em maio de 1961, vítima de uma embolia pulmonar. Realizou seus estudos na École Normale Supérieure de Paris e graduou-se em filosofia. Foi mobilizado para a 2ª Guerra Mundial, ensinou durante quatro anos no Liceu Carnot, participou da resistência contra a ocupação nazista e fundou, com Jean-Paul Sartre, a revista Os tempos modernos, da qual foi assíduo colaborador. Inspiração Sua obra foi profundamente inspirada pelos trabalhos do matemático e filósofo alemão, considerado o pai da fenomenologia, Edmund Husserl. Baseava sua construção teórica na maneira de se portar do corpo e na captação de impressões dos sentidos. Ele acreditava no organismo como uma configuração integral a ser explorada, o que possibilitaria aos estudiosos, entender o que se passa depois que ele é submetido a inúmeros estímulos. Pensamento Para o filósofo, o Homem é o núcleo dos debates sobre o conhecer, que é criado e percebido em seu corpo. No exame minucioso da percepção, Merleau-Ponty converte o processo fenomenológico em uma modalidade existencial, resumindo no ‘logos’ a estrutura do mundo. Segundo sua concepção, a filosofia permite um novo aprendizado do olhar sobre o universo que o envolve, um retorno ao âmago do objeto. Obra Existencialismo e Fenomenologia No entender de Ponty, fenomenologia é uma filosofia segundo a qual o mundo está sempre "aí" antes da reflexão como uma presença inalienável, e cujo esforço está em reencontrar esse contato ingênuo com o mundo para lhe dar enfim um "status" filosófico. É a ambição de uma filosofia que pretende ser uma "ciência exata", mas é também uma exposição do espaço, do tempo e do mundo "vividos". Assim sendo, tem a conotação de uma ciência voltada para as "experiências vividas", cujo pano de fundo é a realidade, o dia-a-dia, ou seja: o mundo. Maurice Merleau-Ponty é o representante francês da fenomenologia existencial, que busca compreender o homem em sua estrutura universal e, ao mesmo tempo, na sua experiência concreta do vivido, ou seja, compreendê-lo em sua totalidade, engajado em um mundo, em uma realidade.
  • 2. A investigação fenomenológica baseia-se na ideia de "volta às coisas mesmas"; requer uma atitude descritiva, desprovida de "conceitos a priori", visando descobrir, num encontro original, o que são as coisas nelas mesmas, tais como elas se mostram ou aparecem à consciência perceptiva. Este "retorno às coisas mesmas" é entendido por Merleau-Ponty como um retorno ao mundo, antes do conhecimento. Nesta perspectiva, toda determinação científica é abstrata, representativa e dependente. Coloca em evidência o homem, suas relações com o mundo e a correlação entre eles (um não existindo sem o outro), instaurando a atitude dialogal e do acolhimento do outro em suas opiniões, ideias e sentimentos, procurando colocar-se na sua perspectiva, para compreender e ver como ele vê, sente ou pensa. A metodologia fenomenológica, com sua abordagem de procurar compreender o outro em sua perspectiva, aproxima-se da tendência atual da Enfermagem que visualiza o homem como um todo. A assistência saúde, deste modo, procura ver o homem no mundo, situado em sua totalidade de vida, buscando novos horizontes de compreensão. No mundo atual, o estado saúde-doença não pode ser mais analisado isoladamente da pessoa que, concretamente, está vivenciando tal fenômeno. Há necessidade de uma abordagem que contemple esta totalidade existencial examinando a doença como é vivida pelo SER que adoece considerando as condições histórico-culturais e sociais em que surgiram. Uma vez que a enfermagem envolve gente que cuida de gente e manifesta preocupação com as relações humanas que se mantêm entre eles e seu mundo de trabalho, aproxima-se, de certa forma, da fenomenologia existencial, representada por M.Ponty. Na visão de M.Ponty: “...a percepção... é o fundo sobre o qual todos os atos se destacam e ela está pressuposta por eles... o mundo é o meio natural e o campo de todos os meus pensamentos e de todas as minhas percepções explícitas... o homem, está no mundo e é no mundo que ele se conhece...” Neste contexto, pode-se dizer que o mundo de uma pessoa de enfermagem é diferente daquele de uma pessoa que atue em outra área qualquer, porque suas realidades são distintas, suas vivências e seu cotidiano são diferentes. Uma vez que interaja, sofra influência e haja comunicação com o mundo externo, conseqüentemente as percepções serão diferenciadas de acordo com a realidade que se esteja vivendo. Além do mais, o mundo é aquilo que percebemos. Ao observá-lo, fazemos uma reflexão sobre ele, e a análise se realiza de acordo com nossa forma de compreendê-lo, isto é, segundo nossa "visão" de mundo. A enfermagem, em seu cotidiano, interage continuamente com o homem doente,seja através de gestos, palavras ou até mesmo de um simples olhar, realizando um verdadeiro partilhar. Nesse ENCONTRO entre pessoas o DIALOGO pode ser considerado um momento especial onde se exteriorizam as expectativas, os anseios e temores enfim, a perspectiva que o cliente tem do mundo e de sua situação atual (SER-DOENTE). Sabe-se que a doença é uma facticidade com o corpo de alguém. E, no mundo atual, o homem doente não pode ser visualizado como um corpo com
  • 3. partes separadas onde cada segmento é tratado isoladamente. Ele é um todo complexo, engajado em um contexto, em uma realidade. Não deve ser visto como um corpo afetado (ou como a soma de partes) que merece cuidados médicos e de enfermagem isoladamente.