1. A Parábola do Filho Pródigo
07 Novembro, 2011
O Filho Pródigo é uma das histórias mais contadas e recontadas da bíblia. Muito conhecida a
Parábola do filho pródigo.
O texto do livro de Lucas 15:11-32, nos apresenta dois personagens com comportamentos
distintos, porém ambos levam o homem à perdição:
O Imoral, representado pelo filho pródigo, que deixa o seu pai, e parte para uma cidade
distante, em busca de satisfazer seus desejos carnais; e o Moralista Religioso, aqui
representado pelo Irmão Mais Velho, um filho certinho, mas que não tinha um mínimo
conhecimento do amor do Pai.
A Família do Filho Pródigo
Na cultura judaica da época de Jesus, a família era baseada no formato patriarcal. O pai
possuía uma imagem muito forte na sociedade. O pai judeu era a figura do pai dono da
fazenda, do pai patrão, aquele pai que é senhor da família, todas as decisões giravam em torno
dele.
Nenhum dos filhos ousaria questionar sua autoridade, sob pena de ser deserdado, banido do
seio familiar e de suas heranças. Além de ser mal visto por toda comunidade vizinha.
Jesus em seus ensinamentos, apresentava Deus como o pai celestial. Isso ia de encontro à
imagem do pai "severo" da cultura judaica, pois Jesus tratava com amor todos pecadores.
"E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os
fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come
2. com eles."
Lucas 15:1-2
Observando todo capítulo 15 de Lucas, vemos que em resposta a estas murmurações, O
mestre começa a contar uma série de parábolas que descrevem o caráter do "pai celeste".
"E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai:
Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a
fazenda."
"E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra
longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente." Lucas
15:11-13
As Características do Filho Pródigo
A primeira característica, que o filho pródigo apresenta, é um rompante de autodeterminação.
Agora ele quer ser o dono de sua vida, dono de seu destino.
Ele quer ter o poder de decidir o que fazer com sua vida, da forma que lhe agradar, da maneira
que lhe convier. Quer decidir com quem sair, onde ir, a que horas voltar e se voltar pra casa. É
o tipo "eu sou dono do meu nariz e faço o que quero com minha vida".
Muitas pessoas tem ainda esse tipo de rompante. Maridos e ou esposas que largam o
casamento, e passam a viver sua "próprias vidas", recuperando o "tempo perdido".
Literalmente "chutam o balde", partindo em busca de prazer.
A segunda característica desse filho pródigo é a tentativa de se afastar ao máximo, para um
lugar onde os ecos da voz do pai não pudessem constranger o seu modo de viver dissoluto.
E assim o filho pródigo vai de prazer em prazer, de farra em farra, de prostituta a prostituta, de
motel em motel, de bebedeira em bebedeira. Gastando e consumindo tudo o que tem,
procurando mais prazer, no culto ao corpo, no culto de si mesmo.
3. Na procura de uma felicidade, uma satisfação de seus próprios instintos, cria quase que
umburaco negro no peito, que segue devorando todos os seus recursos físicos e
psicológicos. Uma tentativa desesperada de preencher esse vazio.
Porém há limites para o prazer humano. Há limites para o prazer carnal. Uma vida de culto ao
corpo e ao prazer nunca poderá trazer a verdadeira felicidade.
O Irmão mais Velho - O Moralista Religioso
Não podemos esquecer nesta história, do irmão mais velho. Este rapaz que a bíblia apresenta
como o irmão certinho, bom moço. Faz tudo que o pai determina. Cumpre religiosamente todas
as ordens do pai, mas se aborrece quando soube da volta do irmão amoral. Este personagem
também representa um tipo distinto de pessoa.
Uma das características, que o "irmao mais velho" apresenta, é a falta de alegria na vida.
Ele cumpria estritamente as ordens do pai. Sabia tudo sobre o trabalho na fazenda. Conhecia o
nome de todos empregados. Contava todos os animais, só não conhecia o pai.
Tinha toda fazenda a sua disposição, mas não enxergava nenhuma possibilidade de festejar.
Fazia tudo como que por obrigação! Estava "vivendo como um mendigo sentado em um
pote de ouro". Era como que mecanicistas religiosos, cheios de rituais vazios que não trazem
uma gota de alegria.
Este não sabia se alegrar e entrou em crise ao ver a festa do pai para o irmão. Não conseguia
ver a alegria do irmão como uma oportunidade de se incluir nela.
"E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de
casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe
que era aquilo.
4. Tem gente que não tem alegria na vida e entra em crise quando ve alguém que se alegra nas
mais simples coisas.
E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o
recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar." Lucas 15:25-28
Outro fato, é que o irmão mais velho não havia deixado o pai. Estava todo o tempo com o pai,
porém não conhecia o pai como pai. Tinha pra si o pai, como um pai da cultura judaica, um pai
patrão.
A Salvação do Filho Pródigo
A salvação do filho pródigo passa pelo entendimento do significado do mundo. Prazer após
prazer, muitos amigos, festas e tudo mais. Porém quando tudo é consumido, quando todas as
reservas materiais acabam, os amigos somem.
Acabou cuidando de porcos, desejando se alimentar da comida dos porcos, porém ninguém lhe
dava nada! Assim é o mundo, não se enganem!
E a salvação do filho pródigo passa também pelo reconhecimento de sua condição.
Vejam que Jesus narra que este filho pródigo "cai em si". Isto é, ele pensa "o que eu estou
fazendo aqui meu Deus?". Ele volta ao "eixo" da vida.
E este "cair em si" é algo que satanás tenta de todas as formas evitar que aconteça com o ser
humano. Ele cega o entendimento dos homens para que eles continuem respondendo somente
a instintos, emulações, vontades carnais e nunca reconheçam o seu estado pecaminoso.
"E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de
pão, e eu aqui pereço de fome!" Lucas 15:17
5. Mais adiante, vemos pelo texto que todo o processo do perdão, começa no pai. O pai quando
viu o filho ainda longe, correu ao encontro do filho pródigo e o beijou! Que coisa linda!
"E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai,
e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o
beijou". Lucas 15:20
Assim, Jesus forma aqui a imagem da contra-cultura do pai oriental. Um pai misericordioso, um
pai de amor. Um pai que oferece perdão sem pedir nada em troca. Veja que o filho pródigo
tinha em mente uma confissão "dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti..."
Porém o pai interrompe o fluxo da confissão e o filho não consegue dizer a parte do "torna
me como um dos teus jornaleiros".
Ou seja, o pai está dizendo, "deixa disso meu filho, tu és meu filho, eu sou o teu pai,
tudo está perdoado".
"E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de
ser chamado teu filho." Lucas 15:21
"Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho,
e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;" Lucas 15:22
Este pai que Jesus apresenta é um pai que vira a mesa por seu filho! Um pai que se move de
íntima compaixão pelo seu filho perdido é a contra-cultura do pai que os fariseus pregavam.
A Salvação do Irmão mais Velho
"Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o
bezerro cevado".
A salvação do irmão mais velho passa pelo reconhecimento do irmão amoral. Ou seja,
Jesus quer mostrar para os fariseus a necessidade de que eles se arrependam também e
vejam que aqueles pecadores são também filhos de Abraão.
6. "Disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu
mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus
amigos;" Lucas 15:29
E a salvação do irmão mais velho passa, também, pelo conhecimento do pai, visto que esse
irmão mais velho pensa que serve a um patrão, do qual ele se concebe como escravo.
O pai que o irmão mais velho conhece é um pai mesquinho e não tem capacidade de fazer um
ato mínimo de generosidade. Um pai que faz questão das mínimas coisas.
O irmão amoral, o filho pródigo, ao menos se lembrava do pai como pai e acreditava na
possibilidade da misericórdia do pai.
"Filho, tu sempre estás comigo, tudo que é meu é teu".
Esta é a resposta do pai, ou seja, Jesus afirma que Deus é nosso pai. Não o pai que os
fariseus acreditavam, mas sim um pai que diz:"Filho, tu sempre estás comigo, tudo que é meu
é teu".
Talvez você conheça Deus como seu senhor. Talvez você conheça Deus como juiz, como fogo
consumidor. Quem sabe você pensa em Deus como criador de tudo.
Gostaria de que você entendesse que Deus é isso tudo, porém antes de tudo isso, ele é seu
pai!
Deus é seu pai! E Deus é um pai misericordioso! Deus é um pai de amor!
Ele é seu pai!
7. "Disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu
mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus
amigos;" Lucas 15:29
E a salvação do irmão mais velho passa, também, pelo conhecimento do pai, visto que esse
irmão mais velho pensa que serve a um patrão, do qual ele se concebe como escravo.
O pai que o irmão mais velho conhece é um pai mesquinho e não tem capacidade de fazer um
ato mínimo de generosidade. Um pai que faz questão das mínimas coisas.
O irmão amoral, o filho pródigo, ao menos se lembrava do pai como pai e acreditava na
possibilidade da misericórdia do pai.
"Filho, tu sempre estás comigo, tudo que é meu é teu".
Esta é a resposta do pai, ou seja, Jesus afirma que Deus é nosso pai. Não o pai que os
fariseus acreditavam, mas sim um pai que diz:"Filho, tu sempre estás comigo, tudo que é meu
é teu".
Talvez você conheça Deus como seu senhor. Talvez você conheça Deus como juiz, como fogo
consumidor. Quem sabe você pensa em Deus como criador de tudo.
Gostaria de que você entendesse que Deus é isso tudo, porém antes de tudo isso, ele é seu
pai!
Deus é seu pai! E Deus é um pai misericordioso! Deus é um pai de amor!
Ele é seu pai!