SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 17
Resolução Política

RESOLUÇÃO POLÍTICA APROVADA NO 4º . CONGRESSO EX-
   TRAORDINÁRIO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES




                                                    1
O Partido dos Trabalhadores inicia hoje, 2 de setembro de 2011, a segunda fase de seu 4°
Congresso, convocada para uma reforma estatutária que atualize a estrutura par -
tidária à luz da nossa experiência, de nossos êxitos, e dos desafios a superar. A primeira
fase deste Congresso, em fevereiro de 2010, marcou o início de um momento inédito na
história brasileira: Dilma Rousseff foi aprovada pelos delegados e delegadas eleitos pelo
voto direto dos filiados e filiadas do partido em todo o país, como candidata a presidenta
da República, para suceder o exitoso governo do presidente Lula. A vitória eleitoral que
se seguiu significou uma profunda mudança democrática, uma ruptura com o passado, em
que só homens haviam chegado ao posto principal da nossa República. O PT aprovou tam-
bém, naquela fase do 4º Congresso, as Diretrizes do Programa de Governo, que propôs à
aliança vitoriosa que viria a se formar em torno de nossa candidata.
Agora, oito meses depois da posse da presidenta Dilma, o PT comemora a aprovação da
sociedade brasileira à condução que ela vem dando ao país em continuidade das transfor-
mações ocorridas desde 2003 e que constituem um legado extraordinário para a esquerda
e uma referência progressista e democrática para o mundo. Hoje, o Brasil avança na
igualdade social, no equilíbrio regional, na democracia, com uma economia forte e uma
política internacional soberana para este novo momento da história mundial.
O PT avalia neste Congresso o significado das transformações na história brasileira a
partir do governo Lula, o período já vivido pelo governo Dilma, os desafios com que nos
defrontamos atualmente, bem como as perspectivas que se colocam para o nosso partido,
para o nosso governo e para a população brasileira.
O 4º Congresso Nacional reúne-se às vésperas do dia 7 de setembro, quando se comemora
a proclamação da Independência do Brasil. A construção da Nação brasileira não
começou nem terminou em 1822; tampouco foi obra das elites. O grande artífice do Brasil
foi e segue sendo o povo brasileiro: homens e mulheres de todos os rincões; os indígenas, os
negros, os camponeses, a juventude, a intelectualidade democrática, os trabalhadores e
trabalhadoras que constroem diuturnamente a riqueza e a alegria do nosso País.
Por isso, nosso 4º Congresso começa por homenagear aqueles e aquelas que, dentro ou
fora do PT, dedicaram o melhor de suas vidas para livrar o País da exploração colonial,
da escravidão, da dependência externa, da opressão da ditadura, da chaga do latifúndio,
da opressão e da exploração do homem pelo homem. É em homenagem a estas pessoas que
o Partido dos Trabalhadores reafirma seu total e irrestrito apoio à política de direitos
humanos dos governos Lula e Dilma, em particular à criação da Comissão da Verdade, a
abertura dos arquivos e o direito das famílias dos mortos e “desaparecidos” políticos. O
povo brasileiro tem o dever e o direito de conhecer sua própria história.
O Partido dos Trabalhadores reúne seu 4º Congresso oito anos e oito meses depois da
eleição de Lula presidente. A vitória de 2002 foi conquistada por muitas mãos, ao longo
de muito tempo. E culminou num governo que mudou substancialmente a face do País: no lu-
gar da estagnação prolongada do modelo neoliberal, crescimento econômico; ampliação
e fortalecimento do mercado interno; geração de empregos; expansão do crédito, combate
à pobreza e valorização do salário mínimo; em vez da supressão de direitos, do corte de
salários e do desprezo aos aposentados, mais direitos e melhores condições de vida para a
população.
Desde a vitória do presidente Lula, medidas inovadoras passaram a ser adotadas, graças
à nova compreensão do governo federal com respeito à geração e sustentação do desen -
volvimento econômico com distribuição de renda, com inclusão social, com ampliação da
participação popular e com uma política externa soberana, que priorizou a América do
Sul, tendo o País participação criativa na Unasul, com a valorização dos chamados
BRICs, reconhecidos o multilateralismo e um novo protagonismo nos fóruns internacionais.
Um dos resultados da nova política foi o crescimento com a redução das desigualdades so -
ciais: o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,5% ao ano entre 2003 e 2006; 4,6% entre
2006 e 2010; e alcançou 7,5% em 2010. Ao longo destes oito anos, mais de 30 milhões de
pessoas deixaram a pobreza e ascenderam socialmente.
Após anos de pilhagem do Estado, através de privatarias que legaram ao País o fardo de
uma herança maldita, o governo Lula resgatou o papel do Estado como indutor do desen-
volvimento, recuperou a função do planejamento governamental e fortaleceu o poder
público, inclusive o das empresas estatais, como foi o caso exemplar da Petrobras.

                                                                                               1
Mais q u e isso, fez c e s sar a p ers egui çã o aos m ovi m e ntos s ociais – alguns d eles
cri minalizados no pas sado --, reconh ec e u for malm e nte as c entrais sin dicais d e
trabalhadores e pro m oveu u m di álogo p er man e nte co m as organizaçõ es d o
C o erente co m a nova orientaçã o i m pri mi da ao Paí s, q uan d o u ma das m ais
graves cris e s d o capitalis m o abateu-s e s o bre a ec ono m ia m u n dial, e m 2008, o
governo Lula adotou p olíticas anticí clicas (red u çã o da taxa d e juros, renú ncia fis -
O Brasil foi u m d o s últi m o s paí s e s a s e ntir os efeitos da cris e e co m c erteza as -
s egurou u m m e n or cu sto s ocial e ec on ô mico e ntre as naçõ es d o m u n d o. Para
isso concorrera m vários fatores q u e d e stoara m das p olíticas h eg e m ô nicas no s
paí s e s d o h e m i sfério norte, q u e co m pro m etera m forte m e nte s uas e c ono m ias na -
cionais para pres ervar o s interes s e s d o siste ma financ eiro e m cris e. N o Brasil,
alé m d e res ervas internacionais acu m uladas, m e n or e n divi da m e nto e xterno,

Paralela m e nte, ao instituir a p olítica d e elevaçã o d o valor real d o salário m í ni m o,
o governo Lula criou u ma pres s ã o p o sitiva s o bre todo o m ercado d e trabalho na -
Por s e u lado, o progra ma Bolsa Fa m ília, aliado a outros voltados para a inclusã o
s ocial, provocou u ma i m e n sa transfor maçã o na bas e da s oci e da d e brasileira, ao

O apoio p o p ular ao novo ru m o trilhado p elo Paí s foi o respons ável p ela reeleiçã o

Eleg er u ma m ulh er presi d e nta, co m a história d e vida e d e luta da co m panh eira
D il ma, significou u ma virada histórica e cultural, nu m paí s ain da m arcado p or
preconc eitos, di scri minaçõ es, racis m o, e h eg e m o nizado p elo m ac his m o. D e fato,
e m b ora as m ulheres s eja m m ai s d e m etad e da p o p ulaçã o brasileira, n ã o ch ega

Já no s é culo 1 8, o s s ocialistas dizia m q u e, para m e dir o grau real d e progres so
d e u ma s oci e da d e, era n ec e s s ário verificar as con di çõ es d e vida das m ulheres.

O Partido d o s Trabalhadores realiza s e u 4º C o ngres s o oito m e s e s d e p ois da
p o s s e da co m panh eira D il ma R o u s s eff, q u e ve m cu m prin do d uas m i s s õ e s fun -
da m e ntais e vinculadas e ntre si: as d e dar continui da d e e aprofun dar as m u -
Para atingir e stes objetivos, é preciso e nfrentar e s u p erar ob stáculos m u ito difí-
c eis, e ntre o s q uais s e d e staca m os i m pactos d eletérios da       cris e internacional
d o capitalis m o n e olib eral; a influê ncia d o p e n sa m e nto cons ervador no s m e i o s d e

O s pri m eiros oito m e s e s d o governo D il ma transcorrera m s o b a é gid e da recidi -

                                                                                                       1
va da cris e m u n dial d e 2007-2009, cujos efeitos s e propaga m hoje e m e s cala
global. Mas, tal co m o s o b o governo Lula, no s s o governo n ã o pro m ove rece s s ã o
para co m bater a cris e, n e m tam p o uco corta e m pregos ou redu z gastos s ociais
para d e b elar a inflaçã o.


A e c ono m ia brasileira e ncontra-s e hoje m ai s preparada para e nfrentar a nova ro-
da da da cris e e xterna e m virtud e das e x p eriê ncias d e 2008/2009. As finanças
p ú blicas e stã o s ólidas e as res ervas internacionais brasileiras continua m altas e
cresc e ntes, hoje e m torno d e 350 bilhõ es d e d ólares. Ainda q u e elas nos p er mi -
tam m elhores con di çõ es d e e nfrenta m e nto, s e u cu sto d e carrega m e nto é e x -
traordinaria m e nte elevado, p o d e n d o alcançar e m 20 1 1 e ntre 50 e 60 bilhõ es d e
reais.


Para s u p erar e sta nova etapa da cris e internacional, o Brasil precisa continuar
favorec en d o o d e s e nvolvi m e nto d e s e u m ercado interno, p ortanto g erando e m -
pregos, valorizan do salários, fortalecen d o as p olíticas s ociais, co m o ve m fazen -
d o a presi d e nta D il ma.


A q u e stã o d o s juros e d o câ m bio precisa s er e nfrentada co m m e di das m ai s ou -
sa das. Por isso, sau da m o s a recente d e cis ã o d e baixar a S E LI C e m 0,5 %, na
e x p ectativa d e q u e a ten d ê ncia d e clinante n ã o s eja interro m pi da, a fi m d e q u e
s e p o s sa ch egar ao final d o pri m eiro m a n dato da co m panh eira D il ma co m taxas
q u e d e s e sti m ule m a e s p ec ulaçã o financ eira. O c â m bio elevado é u ma a m eaça à
e c ono m ia brasileira, q u e e xigirá no curto prazo m e di das d e forte i m pacto, ca -
paz e s d e frear o livre ingres s o d e d ólares, os q uais, fantasiado s d e investi m e nto
direto, na verdad e b u sca m lucros financ eiros, obtido s p ela diferen ça das taxas
d e juros d o paí s d e orige m e a S elic. A a m ea ça ca m bial s e torna ain da m aior d e -
vido à p olítica d e “afrouxa m e nto q uantitativo” adotada p elos E stados U ni d o s,
q u e vê m inun dan d o o m u n d o co m d ólares baratos.


A redu çã o d o s juros, o controle da inflaçã o e d o c â m bio s ã o fun da m e ntais para


                                                                                                     1
a elevaçã o da taxa d e investi m e nto (hoje, e m m e n o s d e 1 9 % ), e m e s p ecial para
o cresci m e nto da in d ú stria (entre 2004-20 10,enq uanto o PIB cresc e u 4,4 %, a in -
d ú stria avanç ou ap enas 2,9 %).


E m paralelo à n ec e s s ária redu çã o d o s juros e controle da valorizaçã o ca m bial,
continua na ord e m d o dia a b u sca d e novos instru m e ntos financ eiros capaz e s d e
incorporar as diferentes fontes d e recursos p ú blicas e privadas, nacionais e in -
ternacionais, capaz e s d e co m ple m e ntar a participaçã o d o B N D E S no financia -
m e nto d e longo prazo.


C o ntinua tam b é m pres e nte - ain da m ais s e consi d eradas as novas d e m an das
co m o o Pré-sal, a C o pa d o M u n d o e o s Jogos Olí m picos - o d e safio da g eraçã o
d e recursos para o e nfrenta m e nto d o s gargalos d e infraestrutura h erdado s das
d é cadas d e baixo cresci m e nto e d e s caso co m o d e s e nvolvi m e nto, s o bretu do na
infraestrutura, na e d ucaçã o e na ciê ncia e tecnologia; e o s d e safios d o m e i o a m -
bi ente e d o co m bate ao aqu eci m e nto global q u e - e m b ora n ã o s eja m u m proble -
m a e xclusiva m e nte brasileiro - e xig e m m e di das nacionais pró prias e consi d er-
açã o das diferentes variáveis q u e vis e m a ass egurar u m m e i o a m bi ente s u sten -
tável ao Paí s.


O Progra ma Brasil Maior, q u e prevê investi m e ntos d e R$ 500 bilhõ es, p elo B N -
D E S, até 20 14, d ev e i m p ulsionar a in d ú stria nacional facilitar a agregaçã o d e
valor à prod u çã o das e m presas brasileiras. S e m prejuí zo das correçõ es e
ajustes q u e o pró prio governo apontou s ere m n ec e s s árias, e ntre as q uais o di ál-
ogo co m o m ovi m e nto sin dical, o progra ma constitui u m pas s o no s e ntido d e fa-
vorec er o d e s e nvolvi m e nto d o m ercado interno e d e aprofun dar as p olíticas d e
valorizaçã o da prod u çã o nacional. O s s etores e m presariais direta m e nte b e n efici -
ados co m o progra ma, d ev e m ass u m ir co m pro mi s s o s co m a s oci e da d e, e m par-
ticular no q u e diz resp eito à m a n uten çã o ou a m pliaçã o d o s n íveis d e e m prego e
salário.




                                                                                                 1
A ciê ncia, a tecnologia e a inovaçã o tê m i m p ortâ ncia e stratégica para a s o b era-
nia nacional e para o d e s e nvolvi m e nto ec on ô mico e s ocial. As p olíticas p ú blicas
n e sta área d ev e m s er u sa das para elevar o s n íveis d e e d ucaçã o e saú d e d o
p ovo, d e m o cratizar o aces s o à infor maçã o e ao conh eci m e nto, a m pliar a co m -
p etitividad e das no s sas e m presas frente ao m ercado internacional, e x pan dir
p o stos d e trabalho e pro m over u m d e s e nvolvi m e nto q u e resp eite o m e i o a m bi -
e nte e m elhore a q ualidad e d e vida d o s brasileiros. Cab e ao E stado ter pap el in-
d utor, tratando o s recursos h u manos e orça m e ntários d e m an da d o s n ã o co m o
gastos correntes, m a s co m o investi m e ntos nu m futuro m elhor. S ã o e stes o s
princí pios q u e d efen d e m o s e q u e orientara m a açã o d o governo Lula e orienta m
a açã o d o governo D il ma.


O fortaleci m e nto das relaçõ es co m os m ovi m e ntos s ociais na construçã o d e
u ma agen da d e refor mas d e m o cráticas e p o p ulares, contida nas diretrizes g erais
d o Progra ma d o G overno aprovadas na pri m eira fase d e ste 4º. C o ngres s o, é
funda m e ntal e d ev e s er b u scada d e forma d e ci di da tanto p elo P T q uanto p elo
governo. A relaçã o P T, governo e m ovi m e ntos s ociais d ev e s er cultivada co m
vistas à d efiniçã o d e agen das co m u n s, evi d e nte m e nte resp eitada a autono mia
d e cada parte e as ev entuais diferen ças, q u e acu m ule m forças s ociais e p olíti-
cas e m favor das refor mas d e m o cráticas e p op ulares. O P T reafirma s ua di s -
p o si çã o d e di álogo co m a C o ord e naçã o d o s M ovi m e ntos S o ciais (CM S), co m o
m ovi m e nto sin dical, e m particular co m a C e ntral Ú nica d o s Trabalhadores, e
co m o conjunto d o s m ovi m e ntos organizado s, e m b u sca d e s sa agen da co m u m e
da s olidarie da d e e ntre todos os q u e luta m para s u p erar os e ntraves cons er-
vadores q u e no s i m p e d e m d e avançar nos ru m o s das refor mas d e m o cráticas e
p o p ulares.


N o s s o paí s d ev e voltar a utilizar m ais a m pla m e nte o e s paç o e as p olíticas inter-
nacionais, acentuan d o s ua articulaçã o co m os paí s e s e m ergentes e pres sionan -
d o o s paí s e s avançados e as organizaçõ es internacionais, para instituir m e can -
is m o s efetivos d e regulaçã o financ eira e d e co m bate à “guerra ca m bial” alé m d e


                                                                                                    1
iniciar a di scu s s ã o d e u ma alternativa viável ao siste ma financ eiro m u n dial cria-
d o e m Bretton Woo d s. As d e claraçõ es d o s paí s e s d o capitalis m o c entral e m
fóruns co m o o G 20 e outros, d urante a pri m eira fase da atual cris e, d e b u scar a
reforma das instituiçõ es financ eiras e u ma nova regulaçã o d o s m ercado s inter-
nacionais, n ã o fora m m ai s d o q u e cortina d e fu maça para s ocorrer o s bancos e
as m atrize s d e e m presas transnacionais abaladas d e ntro d o m e s m o ord ena-
m e nto n e olib eral.


O C enário Mundial


Ao longo d o s 3 1 anos d o P T, o m u n d o pas so u p or fases di stintas. N o s anos 80
iniciou-s e o pre d o m í nio da globalizaçã o n e olib eral q u e s e fortalec eu ao final
d e s sa d é cada e iní cio d o s anos 90 co m o colapso da U ni ã o S oviética. Ao longo
daq u ela d é cada já co m e ç a m a aparec er sinais d e cris e s advin das da liberaçã o
da m ovi m e ntaçã o internacional d e capitais e da cren ça no m ercado co m o regu -
lador. Na virada para o s é culo 2 1, e s p ecialm e nte a partir d e 2007, o capitalis m o
n e oliberal e ntra e m cris e nos paí s e s c entrais e s e e s palha para as regiõ es q u e
s eguira m id e ológica, p olítica e ec ono m ica m e nte o guia n e olib eral. N ovas trans -
formaçõ es fora m ocorren d o, d e tal forma q u e a atualidad e m u n dial é m arcada
p or tens õ es e di s p utas e ntre d uas grand e s e diferentes linhas d e orientaçã o
p olítica, ec on ô mica e s ocial - ain da q u e nos m arcos d o capitalis m o -, u m proc e s -
s o e m cujos d e s d o bra m e ntos n ó s d ev e m o s inci dir.


H oje, d e u m lado s e apres e nta o d o m í nio d e p olíticas n e olib erais q u e d eixara m
ao capital financ eiro e à s gran d e s corporaçõ es privadas m u n diais o controle d o s
m ovi m e ntos ec on ô micos, intensifican do tecnologia e inovaçã o, e n ec e s saria-
m e nte travando a g eraçã o d e e m pregos, os ganho s d e pro d utividad e d o s trabal-
ha dores, os gastos p ú blicos d e stinados ao b e m-e star s ocial, e nfraqu ec en d o o
E stado e p on d o o s s e u s recursos a s erviç o d o siste ma financ eiro privado e d e
m e ga e m presas.




                                                                                                   1
O utra parte d o m u n d o, na q ual s e inclui o Brasil, rejeitou o n e olib eralis m o co m o
alternativa para s e u s p ovos e naçõ es. C o m vitórias históricas contra a direita, a
m aior parte d o s governos latino-a m ericanos – s o bretu do na Am érica d o S ul –
te m adotado u ma linha progres sista, visan d o a pro m over o cresci m e nto
e c on ô mico, g eraçã o d e e m pregos, di stribuiçã o d e ren da, justiça s ocial e d e m o c -
racia. Ao trilhare m e ste ca minho, tais paí s e s fortalece m, a u m s ó te m p o, a
s o b erania e a integraçã o latino-a m ericana. N e s s e s e ntido, o P T saú da a recente
eleiçã o d e Ollanta H u mala co m o u ma vitória das forças progres sistas d o P eru.


O s paí s e s d o S ul d o m u n d o pas sara m a cresc er m ais e s uas ec ono m ias fora m
s e tornan do m ais fortes d o q u e a d e vários paí s e s ricos d o N orte. A C hina e a Í n -
dia s ã o os principais e n ã o o s ú nicos d e staqu e s d e sta p olítica na Á sia. A África
d o S ul p uxa a fila d e avanç os i m p ortantes d e vários pa í s e s d e s e u continente. E
o Brasil, co m forte integraçã o e s olidarie da d e co m outros paí s e s q u e s e fortale -
c e m na Am érica Latina, pas sa a fazer parte das naçõ es m ai s d e stacadas
e c on ô mica e p olitica m e nte no m u n d o.


O s cha ma d o s ‘paí s e s e m ergentes’ tornara m-s e m otores din â micos e pro mi s -
s ores da e c ono m ia m u n dial. S e u fortaleci m e nto fez tam b é m co m q u e a antiga
di stribuiçã o d e p o d er no s organis m o s internacionais co m e c e a s er ultrapassada.
Trava-s e agora u ma luta d e p o d er nas instituiçõ es internacionais e ntre repres e n -
tantes d e stas d uas linhas d e orientaçã o, e nisto s e ins ere a s u b stituiçã o d o G-8
p elo G-20, a articulaçã o d o s B RI C S, a pretens ã o d o Brasil e da Í n dia d e ass e nto
p er man ente d o C o n s elho d e S e g urança da O N U, e várias outras iniciativas,
co m o a vitória recente d o Brasil para a diretoria da FA O.


M e s m o co m a inevitável concorrência e ntre si d o s e stados nacionais, e co m as
diferen ças resultantes da história e da vida interna d e cada paí s, e sta nova alter-
nativa vai s e d elinean d o no m u n d o. E m b ora os paí s e s ricos d o N orte continu e m
ricos e p o d erosos, e ain da guard e m s u pre macia m ilitar, h á outros novos paí s e s
ricos e p o d erosos na c ena m u n dial apres e ntan do alternativas diferentes aos


                                                                                                    1
p ovos.


O m u n d o pas so u a s ofrer co m m ais gravidad e a partir d e 2008 as cons e q üê n -
cias d e profun d o s d e s e q uilí brios e struturais no s paí s e s d o N orte. O rápido
avanç o científico e tecnológico foi aco m panha do p elo d e s e m prego cresc e nte,
p ela participaçã o m e n or d o s trabalhadores no s ganhos d e prod utividad e, p ela
pres s ã o d e levas h u manas d e i migrantes ap e sar da repres s ã o contí nua contra
elas. O s capitais d e stes paí s e s ricos, e m b u sca d e m ã o d e obra barata, e x p or-
taram s e u s e m pregos para paí s e s d o S ul d o s continentes e d o L e ste E urop e u. O
cons u m o interno nos paí s e s d o N orte tornou-s e cada vez m ai s turbinado p elo
cré dito, geran do u ma e c ono m ia oca, prop en sa a constantes cris e s no siste ma fi-
nanc eiro.


R e s ultou di s s o u ma e stagnaçã o co m o regra nas e c ono m ias antes din â micas,
q u e e stá levan do a u ma nova rece s s ã o, e m s e q üê ncia à qu ela vivida no m o m e n -
to inicial d e sta cris e. O s aconteci m e ntos recentes nas ec ono m ias e urop éias, na
e c ono m ia norte-a m ericana, e os p ersistentes proble mas da ec ono m ia japon e sa,
revelara m a atualidad e, novos d e s d o bra m e ntos e p ersp ectivas d e sta cris e q u e
n ã o foi d e b elada p elas açõ es d o s governos.


O s E stados U ni d o s, a principal e c ono m ia m u n dial, pa d ec e m agora d e d ú vi das
s o bre a capaci da d e d e paga m e nto e m dia da s ua d í vi da p ú blica elevada co m o
s ocorro aos bancos e a grand e s e m presas na pri m eira rodada da cris e e m
2008/2009; d e te m ores d e conta minaçã o d e s e u siste ma financ eiro p elos proble -
m a s d o s governos e bancos e urop e u s; d e conc e s s õ e s d o governo d e m o crata à s
e xig ê ncias d e corte d e gastos s e m au m e nto da receita feitas p ela m aioria repu b -
licana na C â mara; d e p ersp ectivas d e e stagnaçã o, co m retraçã o d e investi m e n -
tos privados e p ersistê ncia d o alto grau d e d e s e m prego (qu e antes da cris e gira-
va p elos 6 % e q u e agora ultrapassa o s 9 %).


Na E uropa, vários governos d e paí s e s e m cris e e stã o i m p o s sibilitados d e q uitar


                                                                                                  1
s ua d í vida p ú blica e tivera m q u e s er s ocorridos p elo Banco C e ntral E urop e u. Lá
tam b é m, a cris e financ eira q u e era privada s e transfor m ou e m cris e da d í vi da
p ú blica, e agora a m eaça voltar ao iní cio co m graves proble mas no siste ma
banc ário, e co m a capaci da d e d e s ocorro d o s E stados m ai s e nfraqu eci da. A
reaçã o d e s e u s governos ao repiqu e da cris e foi cortar s e u s gastos s ociais e d e
investi m e nto, contribuin d o para d e pri mir m ai s s uas ec ono m ias e p ersistin do o s
altos í ndic e s d e d e s e m prego e a redu çã o da ren da d e s e u s trabalhadores.
N o utras palavras: a cris e retorna hoje, principalm e nte p orqu e o governo d o s E s -
tados U ni d o s e os governos e urop e u s optara m p or aplicar re m é dios n e olib erais
para co m bater a cris e d o n e olib eralis m o.


A cris e atual, cuja é d e grand e intensi da d e e d uraçã o ain da inc erta, e stá associ -
ada ao id e ário e ao progra ma n e olib eral q u e, regra geral, no s últi m o s 40 anos
i m p ô s s ua h eg e m o nia preconizan do a redu çã o da pres e n ça d o E stado na
e c ono m ia, a d e sregula m e ntaçã o d o siste ma financ eiro, a redu çã o d e direitos s o -
ciais e refor mas fiscais, tudo para alargar a cha ma da liberdad e d o s m ercado s e
elevar a taxa d e lucro.


As provid ê ncias adotadas s eja p elo governo a m ericano, s eja p elos e urop e u s,
alé m d e n ã o trazere m s oluçõ es d uradouras, ain da au m e nta m a inc erteza s ocial
e p olítica. Tanto na E uropa co m o nos E UA, a direita e x ec uta u ma p olítica m ili-
tarista, d e agres s ã o e ataqu e s coord ena do s, tornan do a d efesa da paz u ma ban -
d eira cada vez m ais atual.


Na E uropa, s etores da s oci e da d e, particularm e nte a juventu d e, b u sca m reagir a
e sta situaçã o responsabilizan do o s partidos p olíticos q u e ad erira m ou s u sten -
taram e s s e id e ário. Mas h á os q u e e ncontra m no nacionalis m o d e e xtre ma-direi -
ta, x en ófobo, racista e preconc eituoso, u ma via para os agu d o s dile mas q u e a
s oci e da d e e nfrenta.


O Partido d o s Trabalhadores n ã o co m e m ora a cris e internacional: ela cu sta vi -


                                                                                                   1
das, e m pregos, e s p eranças d e c entenas d e m ilhõ es d e p e s s oas, e m todo o
m u n d o. E sta cris e, assi m co m o as outras grand e s cris e s           p or q u e pas s ou o
siste ma capitalista no s é culo 20, n ã o é u m ev ento natural ou inevitável; n ã o s e
trata ap enas da m á ge stã o, d e “erros” ou “desvios”. A cris e q u e teve iní cio e m
2008, assi m co m o a cris e e m q u e e sta m o s i m ersos agora, resulta m da aplicaçã o
das p olíticas n e olib erais: e stí m ulo à e s p ec ulaçã o financ eira, a d e sregula m e n -
taçã o, o e nfraqu eci m e nto d o controle p ú blico, a retirada d e direitos, a redu çã o
no s i m p o stos s o bre as grand e s fortunas.


A cris e global rep ercute co m intensi da d e tam b é m no s paí s e s árabe s e no Ori -
e nte M é dio. O s proble mas e c on ô micos, o s altos í ndic e s d e d e s e m prego, e s p e -
cialm e nte e ntre o s jovens, p otencializara m d e s c ontenta m e ntos históricos co m a
d e sigualdad e s ocial, e d e s e m b ocara m e m m ovi m e ntos p ela d e m o cracia contra
ditaduras d e d é cadas. As revoltas árabes s ã o u m pro d uto regional da cris e inter-
nacional. Abre m o ca minho para p ersp ectivas d e m o cráticas iné ditas naqu ela
regiã o, m a s, p ela falta d e liberdad e d e organizaçã o p olítica ao longo d e d é -
cadas, p o d e m d e saguar e m novas ditaduras ou e m governos cons ervadores e
s u b ordinado s à s velhas p otê ncias capitalistas. E stas s e apres sara m inclusive
p ela força m ilitar, a tirar proveito da cris e q u e elas m e s m a s pro m overa m. N e ste
particular, o P T reafir ma s e u rep ú dio à ing erê ncia e xterna e à m ilitarizaçã o d o s
conflitos p olítico-s ociais.


A e s q u erda d o s paí s e s e urop e u s, q u e tanto influenciou a e s q u erda m u n dial d e s -
d e o s é culo 1 9, n ã o cons eg uiu dar respostas ad e q ua das à cris e e parec e capitu -
lar ao d o m í nio d o n e olib eralis m o. P or isso, h á hoje u m d e sloca m e nto g eográfico
d e liderança id e ológica da e s q u erda no m u n d o. N e ste contexto, a A m érica d o
S ul agora s e d e staca. D e p ois d e ter pas sado p or e stagnaçã o e forte inflaçã o nas
‘d é cadas p erdi das’ d e 1 980 e 90, e d e s e u s governos ad erire m à on da n e oliber-
al, ei s q u e d e s p ertou na d é cada d e 2000 para u ma outra p olítica, progres sista e
d e forte conteú do s ocial. A luta da e s q u erda latino-a m ericana contra as di -
taduras m ilitares fez d o s valores d e m o cráticos parte integrante e s s e ncial n e sta


                                                                                                         1
pro m o çã o d e ci dadania e s o b erania.


N e ste c en ário d e cris e m u n dial, cab e ao Partido d o s Trabalhadores, b e m co m o
à s d e m ais forças d e e s q u erda d o Brasil e da A m érica Latina, aprofun dar s e u
co m pro mi s s o co m o utra vis ã o d e m u n d o e co m outro m o d elo d e d e s e nvolvi m e n -
to, reafirman do a d efesa da construçã o d o s ocialis m o. I m p ortante tam b é m na
etapa atual da cris e d o capitalis m o q u e atinge as principais p otencias i m p erialis-
tas é a integraçã o e c on ô mica, s ocial e p olítica da Am érica Latina. N e s sa nova
situaçã o, a realizaçã o d e eleiçõ es diretas e m 20 14 para o s 75 repres e ntantes
brasileiros no Parlam e nto d o M ercos ul (Parlasul), é u m pas s o fun da m e ntal para
n ã o s ó e nfrentar as cons e q u ê ncias da cris e na Am érica Latina co m o tam b é m
para s ua integraçã o.


E m s í ntes e, a atual situaçã o internacional é m arcada p or três grand e s variáveis:
a cris e d o capitalis m o n e olib eral, o d e clí nio da h eg e m o nia d o s E stados U ni d o s e
o d e sloca m e nto d o eixo g eop olítico m u n dial (do N orte para o S ul, d o O ci d e nte
para o Oriente). D o cruza m e nto d e stas variáveis, resulta u m a m bi ente d e grand e
instabilidad e e c on ô mica, s ocial e p olítica, agravada p elo co m p orta m e nto d o s E s -
tados U ni d o s, q u e para tentar reverter s e u d e clí nio, recorre cada vez m ais a
s oluçõ es m ilitares.
Po d e m o s diz er q u e vive m o s u m p erí o do d e transiçã o, d e d uraçã o inc erta e d e
d e sfecho i m previs ível, q u e d e p e n d erá da correlaçã o d e força q u e s e e stab eleça
d e ntro d e cada paí s e e m â m bito internacional.No terreno m u n dial, h á u ma cres -
c ente di s p uta e ntre d ois blocos d e paí s e s: p or u m lado, o bloco liderado p elos
E stados U ni d o s, q u e h eg e m o nizou a velha ord e m n e olib eral e preten d e contin-
uar h eg e m o nizan d o; p or outro lado, u m bloco m ultipolar liderado p or pa í s e s q u e
ve m recusan d o o m o d elo n e olib eral. N e ste c en ário, a grand e novi da d e e stá na
A m érica Latina. A cresc ente h eg e m o nia da e s q u erda, na regiã o, torna p o s s ível
proteg er no s s o s paí s e s d o s efeitos da cris e e da di s p uta; participar da di s p uta
global contra o m o d elo n e olib eral; e, inclusive, construir u m ca minho para a con -
struçã o d e u ma alternativa ao pró prio capitalis m o.


                                                                                                        1
N e ste s e ntido, a integraçã o latino-a m ericana, e s p ecialm e nte da A m érica d o S ul,
cu m pre u m pap el e stratégico. S e m pre le m bran do q u e as riqu ezas h u manas e
naturais da Am érica d o S ul torna m nos sa regiã o palco da cobi ça e da agres sivi -
da d e das p otê ncias, m otivo p elo q ual é preciso acelerar o pas s o: m ais inte -
graçã o e m ai s rá pido, d ev e s er a p o stura d o Brasil.


O s de s afio s do momento


O s d e safios d o P T e d o governo D il ma n ã o d ev e m s er vistos co m o e xclusiva-
m e nte ec on ô micos, n e m co m o restritos ao cresci m e nto d o Paí s. D efen d e m o s
outro m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto, s ocialm e nte inclusivo, regionalm e nte integra-
d o, tecnologica m e nte avançado e a m bi entalm e nte s u stentado. Tal m o d elo i m pli-
ca criar con di çõ es para refor mas e struturais, articuladas ao aprofun da m e nto da
d e m o cracia e da construçã o d e u ma nova s oci e da d e.


D e ntre e stes d e safios e ncontra m-s e a continui da d e na a m pliaçã o d o m ercado
interno (on d e te m pap el d e cisivo a redu çã o da p o breza e das d e sigualdad e s, a
g eraçã o d e e m pregos e valorizaçã o d o s salários), a elevaçã o d e no s sa capaci -
da d e científica e tecnológica, a u niversalizaçã o da E d ucaçã o co m q ualidad e, o
e q uaciona m e nto d e gargalos q u e tolhe m o avanç o d o S i ste ma Ú nico d e Sa ú d e,
d o Si ste ma d e S e g urança P ú blica, e d o siste ma d e prestaçã o d e Justiça, a con -
s olidaçã o d o Si ste ma Ú nico d e Assistê ncia S ocial e S i ste ma Nacional d e S e g u -
rança P ú blica Ali m e ntar e N utricional, assi m co m o o e nfrenta m e nto d e q uatro
grand e s q u e stõ es d e fun do: a q u e stã o agrária, a q u e stã o urbana, a q u e stã o trib -
utária e a q u e stã o a m bi ental.


A resoluçã o d e tais d e safios ec on ô micos e s ociais e stá ligada a novos avanç os
na d e m o cracia, e ntre o s q uais s e d e staca m a refor ma p olítica, a d e m o cratizaçã o
d o s m e i o s d e co m u nicaçã o, m u dan ças na natureza d o E stado, e a n ec e s si da d e
d e u m siste ma eficiente d e d efesa nacional.

                                                                                                       1
A di stribuiçã o da ren da e a redu çã o das d e sigualdad e s d ev erã o progre dir m a n -
ten do-s e a e x pans ã o d e e m pregos aliada à s ua q ualidad e e à cresc ente val-
orizaçã o d o s salários. N o progra ma d e governo aprovado p elo P T na pri m eira
fase d o 4º C o ngres s o, a redu çã o da jornada d e trabalho para 40 horas s e m re -
d u çã o d e salário faz parte d o elenco d e m e di das n e sta dire çã o. A m u dan ça da
conc e ntraçã o ec on ô mica no S u d e ste e no S ul, co m o m ais avançado d e s e n -
volvi m e nto d o N ord e ste, N orte e C e ntro-O e ste tam b é m é ele m e nto i m p ortante a
pross eg uir na redu çã o da d e sigualdad e, co m o ocorreu intensa m e nte no s oito
anos d o governo Lula. Q uan d o d o recente lança m e nto d o novo progra ma s ocial
d o governo D il ma, o Brasil s e m Mis éria, ficou claro q u e e ntre os 1 6 m ilhõ es d e
brasileiros a s ere m auxiliados a s u p erar a agu da p o breza, a m aior parte e stá no
N ord e ste e no N orte d o paí s.


O utras grand e s frentes d e pro m o çã o da igualdad e d ev e m pros s eguir: direitos da
m ulh er, igualdad e racial, direitos d o s p ovos in d í g enas, d e jovens, idos o s, p e s -
s oas co m d eficiê ncia, LG BT s, e u m conjunto d e outras agen das d e direitos h u -
m a no s. S ã o conq uistas culturais, s ociais, ec on ô micas, d e m o cráticas, q u e
m o stra m u m m u n d o diferente d o m u n d o in divi dualista e cons u m i sta preconizado
p ela id e ologia capitalista n e olib eral.


O m e i o rural brasileiro é e s paç o d e convívio, pro d u çã o e luta d e agricultores fa-
m iliares e trabalhadores rurais s e m terra co m o p o d eroso agron eg ó cio - h erd eiro
m o d erno da antiga aristocracia rural q u e d o m i nou a p olítica brasileira e d ela
nu nca ap eou. Mas os oito anos d e governo d o presi d e nte Lula e e ste iní cio d e
governo da presi d e nta D il ma levara m a cabo i m p ortantes transfor ma çõ es n e sta
e strutura, co m o reforç o d o apoio à agricultura familiar. O fortaleci m e nto d o M DA
e d o IN C RA, e a criaçã o d e u m conjunto d e p olíticas p ú blicas p er man e ntes –
cré dito, assistê ncia técnica, s eguro, garantia d e pre ç o, progra mas d e co m pras
p ú blicas, regularizaçã o fun di ária, co m bate à violência no ca m p o e ass e nta m e n -
tos da refor ma agrária – colocara m e m evi d ê ncia a fun da m e ntal contribuiçã o


                                                                                                   1
d e stes s etores para o cresci m e nto e d e s e nvolvi m e nto e c on ô mico brasileiro.


S etores cons ervadores afirma m q u e a q u e stã o agrária n ã o é m ais c entral no d e -
s e nvolvi m e nto da e c ono m ia nacional, p elo au m e nto da pro d utivida d e d o latifún -
dio e s ua integraçã o à s p olíticas d o agroneg ó cio. N ã o é e sta a visã o d o P T: a re -
forma agrária integra no s s o id e ário, nos s o progra ma d e m o crático e p op ular,
b e m co m o as D iretrizes G erais d o Progra ma d e G overno d o 4º. C o ngres s o Na -
cional d o P T. Ela é vista co m o funda m e ntal para o d e s e nvolvi m e nto ec on ô mico,
a pro d u çã o d e ali m e ntos, o d e s e nvolvi m e nto regional, o fortaleci m e nto d o s p e -
q u e no s c entros urbanos, a inclus ã o s ocial e o co m bate à fo m e e à m i s éria nas
zonas rurais d o paí s.


R efor ma agrária e fortaleci m e nto da agricultura familiar p o d e m co existir co m o
agroneg ó cio, d e ntro d e u m planeja m e nto e c on ô mico orientado p elos interes s e s
nacionais, s e m q u e s eja m con d e na do s ao anacronis m o a q u e lhe d e stina m os
id e ólogos da proprie da d e privada s e m funçã o s ocial. Anacrô nicos s ã o as práti-
cas regres sivas co m o o trabalho e scravo ou s e m i-e scravo, a d e struiçã o d e
bio mas e as agres s õ e s ao m e i o a m bi ente e a co m pra d e i m e n sas e xtens õ e s d e
terras p or e m presas e strangeiras, q u e consi d era m o s fun da m e ntal co m bater.
Para tanto, p olíticas co m o a precis ã o d o s vários critérios e stab eleci do s na C o n -
stituiçã o F e d eral para a d efiniçã o da funçã o s ocial da proprie da d e, a revis ã o d o s
í n dic e s cad ucos d e prod utivida d e hoje vigentes, e a utilizaçã o m a s siva d e terras
p ú blicas no ca m p o para ass e nta m e ntos da refor ma agrária s ã o caras ao PT e
integra m nos sa platafor ma para a pres e nte conjuntura.


O utro d e safio a venc er é o da realizaçã o da refor ma tributária, q u e, co m o a re -
forma agrária, te m s ua viabilidad e até aqui i m p e di da p elas elites ricas. Ela d ev e
conte m plar o princí pio da progres sivida d e d o s tributos s o bre a ren da, au m e ntan -
d o a taxaçã o s o bre as fortunas, s o bre as h eranças, e s o bre o s lucros, frean do a
e s p ec ulaçã o financ eira, fortalecen d o a prod u çã o, d e s on eran do a c e sta b á sica, e
facilitando a for malizaçã o d o trabalho. A refor ma tributária d ev e igualm e nte co m -


                                                                                                      1
bater a gu erra fiscal, q u e transfere recursos p ú blicos ao capital.


N ã o m e n o s i m p ortantes s ã o os d e safios d o m e i o a m bi ente. O Brasil ain da vive a
transiçã o d e u m conc eito d e d e s e nvolvi m e nto q u e d e stacava o cresci m e nto in -
d u strial e a urbanizaçã o, para u m conc eito d e d e s e nvolvi m e nto s ocial e e c ologi -
ca m e nte s u stentável. A atual cris e ec on ô mica m u n dial reitera q u e o pa drã o vi-
g ente d e prod u çã o, financia m e nto e cons u m o é ins u stentável. A cris e d o n e olib -
eralis m o e x pres sa s ua incapaci da d e d e respon d er aos d e safios s ociais h á m u ito
te m p o p o stos p elo s ocialis m o, m a s tam b é m aos d e safios a m bi entais d e q u e o
m u n d o adquiriu consciê ncia nas últi mas d é cadas. A di m e n s ã o a m bi ental d e sta
cris e internacional d o capital é dra m ática, p elo fortí ssi m o i m pacto da d e sregula-
m e ntaçã o d o capital no s recursos naturais d o planeta e d o s paí s e s d o h e m i s -
fério S ul, e m particular. Ca da dia m ais, a reflexã o s o bre nos s o projeto d e d e s e n -
volvi m e nto no Brasil d ev e incorporar a di m e n s ã o da s u stentabilidad e a m bi e ntal,
s e m o q u e rep etire m o s o s e q u ívocos d e n u nciados no 3º. C o ngres so Nacional d o
PT e m c ertas tradiçõ es d e s e nvolvi m e ntistas d e paí s e s capitalistas e d o s ocialis -
m o real. O Brasil, tanto p or s ua i m e n sa diversi da d e natural, q uanto p elos co m -
pro mi s s o s q u e d e for ma s o b erana e u nilateral assu m i u p erante a co m u ni da d e
internacional, n ã o tratará a q u e stã o a m bi e ntal co m o ap ê n dic e, s e n ã o co m o
parte e s s e ncial, d e s e u projeto d e d e s e nvolvi m e nto.


À s vé sp eras d o q u e a presi d e nte D il ma d efiniu co m o o m aior ev ento p olítico in -
ternacional d e s e u m a n dato, a Rio + 20, e s o b a m eaça p er man e nte no C o ngres -
s o Nacional d e retroce s s o s e m nos sa p olítica a m bi e ntal - C ó digo Florestal e
U ni da d e s d e C o n s ervaçã o-, nos s o Partido p erfila-s e co m o s q u e d efen d e m u m
m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto q u e co m bin e inclus ã o s ocial e u s o s u stentável da
no s sa riqu eza e m bio diversi da d e. Na Rio + 20, nos s o governo te m m u ito a apre-
s e ntar na d efesa d e u m m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto para o planeta, q u e co m -
bin e erradicaçã o da m i s éria co m baixa nas e m i s s õ e s d e carbono e salvaguarda
d o s recursos naturais. O Brasil te m d e s e u nir aos paí s e s p o bres e e m d e s e n -
volvi m e nto, para coop erare m e ntre si e e xigire m d o s paí s e s ricos q u e con -


                                                                                                     1
tribua m d e forma proporcional ao e strago q u e s e u s pa drõ es d e cons u m o e for-
m a s d e prod u çã o fizera m e continua m fazen d o no planeta.


D o p onto d e vista da s u stentabilidad e s ocial é n ítida a divergê ncia e ntre a alter-
nativa liderada p elos paí s e s d o S ul frente à qu ela pre d o m i nante nos paí s e s d o
N orte. Na q u e stã o da s u stentabilidad e a m bi ental, rep etiu-s e na C o nferê ncia
M u n dial s o bre M u dan ça d o Cli ma e m C o p e n hagu e, e m 2009, e sta divergê ncia
co m o s E stados U ni d o s e outros paí s e s d o N orte. Lá, Brasil, África d o S ul, Í n dia,
C hina e outros paí s e s d o S ul m o strara m convergê ncia d e propostas tam b é m
n e ste ca m p o. As p o si çõ es d o Brasil apres e ntadas p elo e ntã o presi d e nte Lula, e
p ela atual presi d e nta D il ma, q u e e ntã o m i nistra ch efiava nos sa d elegaçã o, s ã o
bastante avançadas e constituíra m-s e e m co m pro mi s s o s u nilaterais d e nos s o
paí s, para a redu çã o das e m i s s õ e s d e carbono, q u e conté m, m a s n ã o s e limita à
redu çã o d o d e s m ata m e nto.


Na recente di s p uta ain da e m curso no C o ngres s o Nacional brasileiro e ntre d e -
s e nvolvi m e nto versus d e s e nvolvi m e nto co m s u stentabilidad e a m bi ental, o gover-
no D il ma e a bancada parla m e ntar d o P T assu m ira m a liderança da d efesa d e s -
ta s eg u n da alternativa, m ais ad eq ua da aos interes s e s e stratégicos d o paí s e d o
m u n d o.


Mas h á m u ito a avançar no s e ntido d e u m novo m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto q u e
conte m ple o s ocial e o a m bi ental, s eja na área rural, s eja nas no s sas ci da d e s,
on d e s ã o e n or m e s as cons e q u ê ncias fune stas d e sta dicoto mia.


Nas ci da d e s, on d e vive m 80 % da p o p ulaçã o brasileira, i m p õ e-s e venc er o d e -
safio da refor ma urbana. N elas, convive m a violência urbana e o aparthei d s o -
cial. A e s p ec ulaçã o i m o biliária agrava as con di çõ es d e vida e o caos nas
m etró poles, tornan do urgentes refor mas radicais na ocu paçã o e s pacial, a fi m d e
eli minar as situaçõ es d e risco a m bi e ntal. É preciso au m e ntar as áreas verd e s
nas ci dad e s, alterar a m atriz da m o bilidad e urbana, priorizan d o os transportes


                                                                                                    1

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTResolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTPT Paraná
 
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...Edinho Silva
 
Cartilha de realizações no governo Lula
Cartilha de realizações no governo LulaCartilha de realizações no governo Lula
Cartilha de realizações no governo LulaMarcelo Bancalero
 
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do período
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do períodoGoverno Lula-Dilma: Uma análise Econômica do período
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do períodoManoel Romão
 
13 compromisso dilma
13 compromisso dilma13 compromisso dilma
13 compromisso dilmaDaniel Guedes
 
Proposta resolução politica_4_congresso_versao_final
Proposta resolução politica_4_congresso_versao_finalProposta resolução politica_4_congresso_versao_final
Proposta resolução politica_4_congresso_versao_finalLuis Nassif
 
Discurso senador armando monteiro neto
Discurso senador armando monteiro netoDiscurso senador armando monteiro neto
Discurso senador armando monteiro netoDaniel Guedes
 
A economia política do governo lula
A economia política do governo lulaA economia política do governo lula
A economia política do governo lulaGisele Spinosa
 
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de LulaBrasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lulahistoriando
 
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)Miguel Rosario
 
Lula segundo mandato
Lula segundo mandatoLula segundo mandato
Lula segundo mandatoKerol Brombal
 
Legado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussef
Legado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussefLegado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussef
Legado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussefFernando Alcoforado
 
Luiz inácio lula da silva
Luiz inácio lula da silvaLuiz inácio lula da silva
Luiz inácio lula da silvaBeatriz Henkels
 
Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair Aguilar
  Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair Aguilar  Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair Aguilar
Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 

Was ist angesagt? (20)

Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTResolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
 
13pontos.
13pontos.13pontos.
13pontos.
 
O medo venceu a esperança
O medo venceu a esperançaO medo venceu a esperança
O medo venceu a esperança
 
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...
 
Cartilha de realizações no governo Lula
Cartilha de realizações no governo LulaCartilha de realizações no governo Lula
Cartilha de realizações no governo Lula
 
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do período
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do períodoGoverno Lula-Dilma: Uma análise Econômica do período
Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do período
 
13 compromisso dilma
13 compromisso dilma13 compromisso dilma
13 compromisso dilma
 
Governo lula
Governo lulaGoverno lula
Governo lula
 
Proposta resolução politica_4_congresso_versao_final
Proposta resolução politica_4_congresso_versao_finalProposta resolução politica_4_congresso_versao_final
Proposta resolução politica_4_congresso_versao_final
 
Discurso senador armando monteiro neto
Discurso senador armando monteiro netoDiscurso senador armando monteiro neto
Discurso senador armando monteiro neto
 
A economia política do governo lula
A economia política do governo lulaA economia política do governo lula
A economia política do governo lula
 
Os fracassados governos do pt
Os fracassados governos do ptOs fracassados governos do pt
Os fracassados governos do pt
 
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de LulaBrasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
Brasil - 1994 até primeiro mandato de Lula
 
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
 
A era Lula
A era Lula A era Lula
A era Lula
 
Governo lula
Governo lulaGoverno lula
Governo lula
 
Lula segundo mandato
Lula segundo mandatoLula segundo mandato
Lula segundo mandato
 
Legado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussef
Legado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussefLegado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussef
Legado econômico dos governos neoliberais de fhc, lula e dilma roussef
 
Luiz inácio lula da silva
Luiz inácio lula da silvaLuiz inácio lula da silva
Luiz inácio lula da silva
 
Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair Aguilar
  Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair Aguilar  Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair Aguilar
Luiz Inácio Lula da Silva - Prof. Altair Aguilar
 

Ähnlich wie Resolução politica 4_congresso_versao_final

Resolucao politica
Resolucao politicaResolucao politica
Resolucao politicaJamildo Melo
 
Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...
Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...
Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...Edinho Silva
 
Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)
Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)
Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)Upiara Boschi
 
Brasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à Corrupção
Brasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à CorrupçãoBrasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à Corrupção
Brasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à CorrupçãoEdinho Silva
 
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...Fernando Alcoforado
 
Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”
Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”
Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”Gleisi Hoffmann
 
Dilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciais
Dilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciaisDilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciais
Dilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciaisFernando Alcoforado
 
Dilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciais
Dilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciaisDilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciais
Dilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciaisRoberto Rabat Chame
 
Como construir a paz social no brasil
Como construir a paz social no brasilComo construir a paz social no brasil
Como construir a paz social no brasilFernando Alcoforado
 
Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...
Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...
Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...Fernando Alcoforado
 
Boletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Informativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela VermelhaInformativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela Vermelhaestrela13vermelha
 
Informativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela VermelhaInformativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela Vermelhaestrela13vermelha
 
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasilEm marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasilFernando Alcoforado
 
Compromissos de Aécio para Marina
Compromissos de Aécio para MarinaCompromissos de Aécio para Marina
Compromissos de Aécio para MarinaPaulo Veras
 
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futurosO gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futurosFernando Alcoforado
 
Resolucao politica do diretorio nacional do pt
Resolucao politica do diretorio nacional do ptResolucao politica do diretorio nacional do pt
Resolucao politica do diretorio nacional do ptJamildo Melo
 
Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil
Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil
Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil Fernando Alcoforado
 

Ähnlich wie Resolução politica 4_congresso_versao_final (20)

Resolucao politica
Resolucao politicaResolucao politica
Resolucao politica
 
Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...
Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...
Brasil em Debate - volume 4: Governo Lula e a construção de um Brasil mais ju...
 
Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)
Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)
Plano de governo Afrânio Boppré (PSOL)
 
Brasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à Corrupção
Brasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à CorrupçãoBrasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à Corrupção
Brasil em Debate - volume 1: O Governo Lula e o Combate à Corrupção
 
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
 
Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”
Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”
Revista do PT - “O Partido que Mudou o Brasil”
 
Dilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciais
Dilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciaisDilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciais
Dilma roussef x aécio neves no 2º turno das eleições presidenciais
 
Dilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciais
Dilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciaisDilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciais
Dilma roussef x aecio neves no 2 turno das eleicoes presidenciais
 
Revista Avon.pdf
Revista Avon.pdfRevista Avon.pdf
Revista Avon.pdf
 
Como construir a paz social no brasil
Como construir a paz social no brasilComo construir a paz social no brasil
Como construir a paz social no brasil
 
Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...
Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...
Brasil rumo a uma reestruturação profunda ou ao colapso dos sistemas político...
 
Boletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 34 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Informativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela VermelhaInformativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela Vermelha
 
Informativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela VermelhaInformativo Estrela Vermelha
Informativo Estrela Vermelha
 
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasilEm marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
 
Jose Serra Progama Gov 2006
Jose Serra Progama Gov 2006Jose Serra Progama Gov 2006
Jose Serra Progama Gov 2006
 
Compromissos de Aécio para Marina
Compromissos de Aécio para MarinaCompromissos de Aécio para Marina
Compromissos de Aécio para Marina
 
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futurosO gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
 
Resolucao politica do diretorio nacional do pt
Resolucao politica do diretorio nacional do ptResolucao politica do diretorio nacional do pt
Resolucao politica do diretorio nacional do pt
 
Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil
Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil
Nova constituinte para reconstruir as falidas instituições políticas do brasil
 

Mehr von Daniel Guedes

Recurso Eduardo Cunha
Recurso Eduardo CunhaRecurso Eduardo Cunha
Recurso Eduardo CunhaDaniel Guedes
 
Relatório da comissão1
Relatório da comissão1Relatório da comissão1
Relatório da comissão1Daniel Guedes
 
Balanço carnaval multicultural recife 2012
Balanço carnaval multicultural recife 2012Balanço carnaval multicultural recife 2012
Balanço carnaval multicultural recife 2012Daniel Guedes
 
Gvpk auditoria fccr tce modificado 2
Gvpk auditoria fccr tce modificado 2Gvpk auditoria fccr tce modificado 2
Gvpk auditoria fccr tce modificado 2Daniel Guedes
 
Parecer ministério público de pernambuco
Parecer ministério público de pernambucoParecer ministério público de pernambuco
Parecer ministério público de pernambucoDaniel Guedes
 
Sond serviços pernambuco jan12 (1)
Sond  serviços pernambuco jan12 (1)Sond  serviços pernambuco jan12 (1)
Sond serviços pernambuco jan12 (1)Daniel Guedes
 
Startups escaláveis e a experimentação com modelos de negócio
Startups escaláveis e a experimentação com modelos de negócioStartups escaláveis e a experimentação com modelos de negócio
Startups escaláveis e a experimentação com modelos de negócioDaniel Guedes
 
O novo painho da politica do ne
O novo painho da politica do neO novo painho da politica do ne
O novo painho da politica do neDaniel Guedes
 
FBC_O_Globo_12_jan_12
FBC_O_Globo_12_jan_12FBC_O_Globo_12_jan_12
FBC_O_Globo_12_jan_12Daniel Guedes
 
Materia projetec 18_setembro_2011
Materia projetec 18_setembro_2011Materia projetec 18_setembro_2011
Materia projetec 18_setembro_2011Daniel Guedes
 
Materia projetec 18_setembro_2011_2
Materia projetec 18_setembro_2011_2Materia projetec 18_setembro_2011_2
Materia projetec 18_setembro_2011_2Daniel Guedes
 
Balanço gestão 2011 07-12-2011
Balanço gestão 2011   07-12-2011Balanço gestão 2011   07-12-2011
Balanço gestão 2011 07-12-2011Daniel Guedes
 
Relatório_Refinaria
Relatório_RefinariaRelatório_Refinaria
Relatório_RefinariaDaniel Guedes
 

Mehr von Daniel Guedes (20)

Recurso Eduardo Cunha
Recurso Eduardo CunhaRecurso Eduardo Cunha
Recurso Eduardo Cunha
 
Acp tim
Acp timAcp tim
Acp tim
 
Relatório da comissão1
Relatório da comissão1Relatório da comissão1
Relatório da comissão1
 
Balanço carnaval multicultural recife 2012
Balanço carnaval multicultural recife 2012Balanço carnaval multicultural recife 2012
Balanço carnaval multicultural recife 2012
 
Gvpk auditoria fccr tce modificado 2
Gvpk auditoria fccr tce modificado 2Gvpk auditoria fccr tce modificado 2
Gvpk auditoria fccr tce modificado 2
 
Parecer ministério público de pernambuco
Parecer ministério público de pernambucoParecer ministério público de pernambuco
Parecer ministério público de pernambuco
 
Carnival in recife
Carnival in recifeCarnival in recife
Carnival in recife
 
Sond serviços pernambuco jan12 (1)
Sond  serviços pernambuco jan12 (1)Sond  serviços pernambuco jan12 (1)
Sond serviços pernambuco jan12 (1)
 
Startups escaláveis e a experimentação com modelos de negócio
Startups escaláveis e a experimentação com modelos de negócioStartups escaláveis e a experimentação com modelos de negócio
Startups escaláveis e a experimentação com modelos de negócio
 
O novo painho da politica do ne
O novo painho da politica do neO novo painho da politica do ne
O novo painho da politica do ne
 
Lh+dem+adpf[2]
Lh+dem+adpf[2]Lh+dem+adpf[2]
Lh+dem+adpf[2]
 
FBC_O_Globo_12_jan_12
FBC_O_Globo_12_jan_12FBC_O_Globo_12_jan_12
FBC_O_Globo_12_jan_12
 
Capaem3
Capaem3Capaem3
Capaem3
 
Materia projetec 18_setembro_2011
Materia projetec 18_setembro_2011Materia projetec 18_setembro_2011
Materia projetec 18_setembro_2011
 
Materia projetec 18_setembro_2011_2
Materia projetec 18_setembro_2011_2Materia projetec 18_setembro_2011_2
Materia projetec 18_setembro_2011_2
 
Nota psb
Nota psbNota psb
Nota psb
 
Balanço gestão 2011 07-12-2011
Balanço gestão 2011   07-12-2011Balanço gestão 2011   07-12-2011
Balanço gestão 2011 07-12-2011
 
Eduardo o globo
Eduardo o globoEduardo o globo
Eduardo o globo
 
Eduardo o globo
Eduardo o globoEduardo o globo
Eduardo o globo
 
Relatório_Refinaria
Relatório_RefinariaRelatório_Refinaria
Relatório_Refinaria
 

Resolução politica 4_congresso_versao_final

  • 1. Resolução Política RESOLUÇÃO POLÍTICA APROVADA NO 4º . CONGRESSO EX- TRAORDINÁRIO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES 1
  • 2. O Partido dos Trabalhadores inicia hoje, 2 de setembro de 2011, a segunda fase de seu 4° Congresso, convocada para uma reforma estatutária que atualize a estrutura par - tidária à luz da nossa experiência, de nossos êxitos, e dos desafios a superar. A primeira fase deste Congresso, em fevereiro de 2010, marcou o início de um momento inédito na história brasileira: Dilma Rousseff foi aprovada pelos delegados e delegadas eleitos pelo voto direto dos filiados e filiadas do partido em todo o país, como candidata a presidenta da República, para suceder o exitoso governo do presidente Lula. A vitória eleitoral que se seguiu significou uma profunda mudança democrática, uma ruptura com o passado, em que só homens haviam chegado ao posto principal da nossa República. O PT aprovou tam- bém, naquela fase do 4º Congresso, as Diretrizes do Programa de Governo, que propôs à aliança vitoriosa que viria a se formar em torno de nossa candidata. Agora, oito meses depois da posse da presidenta Dilma, o PT comemora a aprovação da sociedade brasileira à condução que ela vem dando ao país em continuidade das transfor- mações ocorridas desde 2003 e que constituem um legado extraordinário para a esquerda e uma referência progressista e democrática para o mundo. Hoje, o Brasil avança na igualdade social, no equilíbrio regional, na democracia, com uma economia forte e uma política internacional soberana para este novo momento da história mundial. O PT avalia neste Congresso o significado das transformações na história brasileira a partir do governo Lula, o período já vivido pelo governo Dilma, os desafios com que nos defrontamos atualmente, bem como as perspectivas que se colocam para o nosso partido, para o nosso governo e para a população brasileira. O 4º Congresso Nacional reúne-se às vésperas do dia 7 de setembro, quando se comemora a proclamação da Independência do Brasil. A construção da Nação brasileira não começou nem terminou em 1822; tampouco foi obra das elites. O grande artífice do Brasil foi e segue sendo o povo brasileiro: homens e mulheres de todos os rincões; os indígenas, os negros, os camponeses, a juventude, a intelectualidade democrática, os trabalhadores e trabalhadoras que constroem diuturnamente a riqueza e a alegria do nosso País. Por isso, nosso 4º Congresso começa por homenagear aqueles e aquelas que, dentro ou fora do PT, dedicaram o melhor de suas vidas para livrar o País da exploração colonial, da escravidão, da dependência externa, da opressão da ditadura, da chaga do latifúndio, da opressão e da exploração do homem pelo homem. É em homenagem a estas pessoas que o Partido dos Trabalhadores reafirma seu total e irrestrito apoio à política de direitos humanos dos governos Lula e Dilma, em particular à criação da Comissão da Verdade, a abertura dos arquivos e o direito das famílias dos mortos e “desaparecidos” políticos. O povo brasileiro tem o dever e o direito de conhecer sua própria história. O Partido dos Trabalhadores reúne seu 4º Congresso oito anos e oito meses depois da eleição de Lula presidente. A vitória de 2002 foi conquistada por muitas mãos, ao longo de muito tempo. E culminou num governo que mudou substancialmente a face do País: no lu- gar da estagnação prolongada do modelo neoliberal, crescimento econômico; ampliação e fortalecimento do mercado interno; geração de empregos; expansão do crédito, combate à pobreza e valorização do salário mínimo; em vez da supressão de direitos, do corte de salários e do desprezo aos aposentados, mais direitos e melhores condições de vida para a população. Desde a vitória do presidente Lula, medidas inovadoras passaram a ser adotadas, graças à nova compreensão do governo federal com respeito à geração e sustentação do desen - volvimento econômico com distribuição de renda, com inclusão social, com ampliação da participação popular e com uma política externa soberana, que priorizou a América do Sul, tendo o País participação criativa na Unasul, com a valorização dos chamados BRICs, reconhecidos o multilateralismo e um novo protagonismo nos fóruns internacionais. Um dos resultados da nova política foi o crescimento com a redução das desigualdades so - ciais: o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,5% ao ano entre 2003 e 2006; 4,6% entre 2006 e 2010; e alcançou 7,5% em 2010. Ao longo destes oito anos, mais de 30 milhões de pessoas deixaram a pobreza e ascenderam socialmente. Após anos de pilhagem do Estado, através de privatarias que legaram ao País o fardo de uma herança maldita, o governo Lula resgatou o papel do Estado como indutor do desen- volvimento, recuperou a função do planejamento governamental e fortaleceu o poder público, inclusive o das empresas estatais, como foi o caso exemplar da Petrobras. 1
  • 3. Mais q u e isso, fez c e s sar a p ers egui çã o aos m ovi m e ntos s ociais – alguns d eles cri minalizados no pas sado --, reconh ec e u for malm e nte as c entrais sin dicais d e trabalhadores e pro m oveu u m di álogo p er man e nte co m as organizaçõ es d o C o erente co m a nova orientaçã o i m pri mi da ao Paí s, q uan d o u ma das m ais graves cris e s d o capitalis m o abateu-s e s o bre a ec ono m ia m u n dial, e m 2008, o governo Lula adotou p olíticas anticí clicas (red u çã o da taxa d e juros, renú ncia fis - O Brasil foi u m d o s últi m o s paí s e s a s e ntir os efeitos da cris e e co m c erteza as - s egurou u m m e n or cu sto s ocial e ec on ô mico e ntre as naçõ es d o m u n d o. Para isso concorrera m vários fatores q u e d e stoara m das p olíticas h eg e m ô nicas no s paí s e s d o h e m i sfério norte, q u e co m pro m etera m forte m e nte s uas e c ono m ias na - cionais para pres ervar o s interes s e s d o siste ma financ eiro e m cris e. N o Brasil, alé m d e res ervas internacionais acu m uladas, m e n or e n divi da m e nto e xterno, Paralela m e nte, ao instituir a p olítica d e elevaçã o d o valor real d o salário m í ni m o, o governo Lula criou u ma pres s ã o p o sitiva s o bre todo o m ercado d e trabalho na - Por s e u lado, o progra ma Bolsa Fa m ília, aliado a outros voltados para a inclusã o s ocial, provocou u ma i m e n sa transfor maçã o na bas e da s oci e da d e brasileira, ao O apoio p o p ular ao novo ru m o trilhado p elo Paí s foi o respons ável p ela reeleiçã o Eleg er u ma m ulh er presi d e nta, co m a história d e vida e d e luta da co m panh eira D il ma, significou u ma virada histórica e cultural, nu m paí s ain da m arcado p or preconc eitos, di scri minaçõ es, racis m o, e h eg e m o nizado p elo m ac his m o. D e fato, e m b ora as m ulheres s eja m m ai s d e m etad e da p o p ulaçã o brasileira, n ã o ch ega Já no s é culo 1 8, o s s ocialistas dizia m q u e, para m e dir o grau real d e progres so d e u ma s oci e da d e, era n ec e s s ário verificar as con di çõ es d e vida das m ulheres. O Partido d o s Trabalhadores realiza s e u 4º C o ngres s o oito m e s e s d e p ois da p o s s e da co m panh eira D il ma R o u s s eff, q u e ve m cu m prin do d uas m i s s õ e s fun - da m e ntais e vinculadas e ntre si: as d e dar continui da d e e aprofun dar as m u - Para atingir e stes objetivos, é preciso e nfrentar e s u p erar ob stáculos m u ito difí- c eis, e ntre o s q uais s e d e staca m os i m pactos d eletérios da cris e internacional d o capitalis m o n e olib eral; a influê ncia d o p e n sa m e nto cons ervador no s m e i o s d e O s pri m eiros oito m e s e s d o governo D il ma transcorrera m s o b a é gid e da recidi - 1
  • 4. va da cris e m u n dial d e 2007-2009, cujos efeitos s e propaga m hoje e m e s cala global. Mas, tal co m o s o b o governo Lula, no s s o governo n ã o pro m ove rece s s ã o para co m bater a cris e, n e m tam p o uco corta e m pregos ou redu z gastos s ociais para d e b elar a inflaçã o. A e c ono m ia brasileira e ncontra-s e hoje m ai s preparada para e nfrentar a nova ro- da da da cris e e xterna e m virtud e das e x p eriê ncias d e 2008/2009. As finanças p ú blicas e stã o s ólidas e as res ervas internacionais brasileiras continua m altas e cresc e ntes, hoje e m torno d e 350 bilhõ es d e d ólares. Ainda q u e elas nos p er mi - tam m elhores con di çõ es d e e nfrenta m e nto, s e u cu sto d e carrega m e nto é e x - traordinaria m e nte elevado, p o d e n d o alcançar e m 20 1 1 e ntre 50 e 60 bilhõ es d e reais. Para s u p erar e sta nova etapa da cris e internacional, o Brasil precisa continuar favorec en d o o d e s e nvolvi m e nto d e s e u m ercado interno, p ortanto g erando e m - pregos, valorizan do salários, fortalecen d o as p olíticas s ociais, co m o ve m fazen - d o a presi d e nta D il ma. A q u e stã o d o s juros e d o câ m bio precisa s er e nfrentada co m m e di das m ai s ou - sa das. Por isso, sau da m o s a recente d e cis ã o d e baixar a S E LI C e m 0,5 %, na e x p ectativa d e q u e a ten d ê ncia d e clinante n ã o s eja interro m pi da, a fi m d e q u e s e p o s sa ch egar ao final d o pri m eiro m a n dato da co m panh eira D il ma co m taxas q u e d e s e sti m ule m a e s p ec ulaçã o financ eira. O c â m bio elevado é u ma a m eaça à e c ono m ia brasileira, q u e e xigirá no curto prazo m e di das d e forte i m pacto, ca - paz e s d e frear o livre ingres s o d e d ólares, os q uais, fantasiado s d e investi m e nto direto, na verdad e b u sca m lucros financ eiros, obtido s p ela diferen ça das taxas d e juros d o paí s d e orige m e a S elic. A a m ea ça ca m bial s e torna ain da m aior d e - vido à p olítica d e “afrouxa m e nto q uantitativo” adotada p elos E stados U ni d o s, q u e vê m inun dan d o o m u n d o co m d ólares baratos. A redu çã o d o s juros, o controle da inflaçã o e d o c â m bio s ã o fun da m e ntais para 1
  • 5. a elevaçã o da taxa d e investi m e nto (hoje, e m m e n o s d e 1 9 % ), e m e s p ecial para o cresci m e nto da in d ú stria (entre 2004-20 10,enq uanto o PIB cresc e u 4,4 %, a in - d ú stria avanç ou ap enas 2,9 %). E m paralelo à n ec e s s ária redu çã o d o s juros e controle da valorizaçã o ca m bial, continua na ord e m d o dia a b u sca d e novos instru m e ntos financ eiros capaz e s d e incorporar as diferentes fontes d e recursos p ú blicas e privadas, nacionais e in - ternacionais, capaz e s d e co m ple m e ntar a participaçã o d o B N D E S no financia - m e nto d e longo prazo. C o ntinua tam b é m pres e nte - ain da m ais s e consi d eradas as novas d e m an das co m o o Pré-sal, a C o pa d o M u n d o e o s Jogos Olí m picos - o d e safio da g eraçã o d e recursos para o e nfrenta m e nto d o s gargalos d e infraestrutura h erdado s das d é cadas d e baixo cresci m e nto e d e s caso co m o d e s e nvolvi m e nto, s o bretu do na infraestrutura, na e d ucaçã o e na ciê ncia e tecnologia; e o s d e safios d o m e i o a m - bi ente e d o co m bate ao aqu eci m e nto global q u e - e m b ora n ã o s eja m u m proble - m a e xclusiva m e nte brasileiro - e xig e m m e di das nacionais pró prias e consi d er- açã o das diferentes variáveis q u e vis e m a ass egurar u m m e i o a m bi ente s u sten - tável ao Paí s. O Progra ma Brasil Maior, q u e prevê investi m e ntos d e R$ 500 bilhõ es, p elo B N - D E S, até 20 14, d ev e i m p ulsionar a in d ú stria nacional facilitar a agregaçã o d e valor à prod u çã o das e m presas brasileiras. S e m prejuí zo das correçõ es e ajustes q u e o pró prio governo apontou s ere m n ec e s s árias, e ntre as q uais o di ál- ogo co m o m ovi m e nto sin dical, o progra ma constitui u m pas s o no s e ntido d e fa- vorec er o d e s e nvolvi m e nto d o m ercado interno e d e aprofun dar as p olíticas d e valorizaçã o da prod u çã o nacional. O s s etores e m presariais direta m e nte b e n efici - ados co m o progra ma, d ev e m ass u m ir co m pro mi s s o s co m a s oci e da d e, e m par- ticular no q u e diz resp eito à m a n uten çã o ou a m pliaçã o d o s n íveis d e e m prego e salário. 1
  • 6. A ciê ncia, a tecnologia e a inovaçã o tê m i m p ortâ ncia e stratégica para a s o b era- nia nacional e para o d e s e nvolvi m e nto ec on ô mico e s ocial. As p olíticas p ú blicas n e sta área d ev e m s er u sa das para elevar o s n íveis d e e d ucaçã o e saú d e d o p ovo, d e m o cratizar o aces s o à infor maçã o e ao conh eci m e nto, a m pliar a co m - p etitividad e das no s sas e m presas frente ao m ercado internacional, e x pan dir p o stos d e trabalho e pro m over u m d e s e nvolvi m e nto q u e resp eite o m e i o a m bi - e nte e m elhore a q ualidad e d e vida d o s brasileiros. Cab e ao E stado ter pap el in- d utor, tratando o s recursos h u manos e orça m e ntários d e m an da d o s n ã o co m o gastos correntes, m a s co m o investi m e ntos nu m futuro m elhor. S ã o e stes o s princí pios q u e d efen d e m o s e q u e orientara m a açã o d o governo Lula e orienta m a açã o d o governo D il ma. O fortaleci m e nto das relaçõ es co m os m ovi m e ntos s ociais na construçã o d e u ma agen da d e refor mas d e m o cráticas e p o p ulares, contida nas diretrizes g erais d o Progra ma d o G overno aprovadas na pri m eira fase d e ste 4º. C o ngres s o, é funda m e ntal e d ev e s er b u scada d e forma d e ci di da tanto p elo P T q uanto p elo governo. A relaçã o P T, governo e m ovi m e ntos s ociais d ev e s er cultivada co m vistas à d efiniçã o d e agen das co m u n s, evi d e nte m e nte resp eitada a autono mia d e cada parte e as ev entuais diferen ças, q u e acu m ule m forças s ociais e p olíti- cas e m favor das refor mas d e m o cráticas e p op ulares. O P T reafirma s ua di s - p o si çã o d e di álogo co m a C o ord e naçã o d o s M ovi m e ntos S o ciais (CM S), co m o m ovi m e nto sin dical, e m particular co m a C e ntral Ú nica d o s Trabalhadores, e co m o conjunto d o s m ovi m e ntos organizado s, e m b u sca d e s sa agen da co m u m e da s olidarie da d e e ntre todos os q u e luta m para s u p erar os e ntraves cons er- vadores q u e no s i m p e d e m d e avançar nos ru m o s das refor mas d e m o cráticas e p o p ulares. N o s s o paí s d ev e voltar a utilizar m ais a m pla m e nte o e s paç o e as p olíticas inter- nacionais, acentuan d o s ua articulaçã o co m os paí s e s e m ergentes e pres sionan - d o o s paí s e s avançados e as organizaçõ es internacionais, para instituir m e can - is m o s efetivos d e regulaçã o financ eira e d e co m bate à “guerra ca m bial” alé m d e 1
  • 7. iniciar a di scu s s ã o d e u ma alternativa viável ao siste ma financ eiro m u n dial cria- d o e m Bretton Woo d s. As d e claraçõ es d o s paí s e s d o capitalis m o c entral e m fóruns co m o o G 20 e outros, d urante a pri m eira fase da atual cris e, d e b u scar a reforma das instituiçõ es financ eiras e u ma nova regulaçã o d o s m ercado s inter- nacionais, n ã o fora m m ai s d o q u e cortina d e fu maça para s ocorrer o s bancos e as m atrize s d e e m presas transnacionais abaladas d e ntro d o m e s m o ord ena- m e nto n e olib eral. O C enário Mundial Ao longo d o s 3 1 anos d o P T, o m u n d o pas so u p or fases di stintas. N o s anos 80 iniciou-s e o pre d o m í nio da globalizaçã o n e olib eral q u e s e fortalec eu ao final d e s sa d é cada e iní cio d o s anos 90 co m o colapso da U ni ã o S oviética. Ao longo daq u ela d é cada já co m e ç a m a aparec er sinais d e cris e s advin das da liberaçã o da m ovi m e ntaçã o internacional d e capitais e da cren ça no m ercado co m o regu - lador. Na virada para o s é culo 2 1, e s p ecialm e nte a partir d e 2007, o capitalis m o n e oliberal e ntra e m cris e nos paí s e s c entrais e s e e s palha para as regiõ es q u e s eguira m id e ológica, p olítica e ec ono m ica m e nte o guia n e olib eral. N ovas trans - formaçõ es fora m ocorren d o, d e tal forma q u e a atualidad e m u n dial é m arcada p or tens õ es e di s p utas e ntre d uas grand e s e diferentes linhas d e orientaçã o p olítica, ec on ô mica e s ocial - ain da q u e nos m arcos d o capitalis m o -, u m proc e s - s o e m cujos d e s d o bra m e ntos n ó s d ev e m o s inci dir. H oje, d e u m lado s e apres e nta o d o m í nio d e p olíticas n e olib erais q u e d eixara m ao capital financ eiro e à s gran d e s corporaçõ es privadas m u n diais o controle d o s m ovi m e ntos ec on ô micos, intensifican do tecnologia e inovaçã o, e n ec e s saria- m e nte travando a g eraçã o d e e m pregos, os ganho s d e pro d utividad e d o s trabal- ha dores, os gastos p ú blicos d e stinados ao b e m-e star s ocial, e nfraqu ec en d o o E stado e p on d o o s s e u s recursos a s erviç o d o siste ma financ eiro privado e d e m e ga e m presas. 1
  • 8. O utra parte d o m u n d o, na q ual s e inclui o Brasil, rejeitou o n e olib eralis m o co m o alternativa para s e u s p ovos e naçõ es. C o m vitórias históricas contra a direita, a m aior parte d o s governos latino-a m ericanos – s o bretu do na Am érica d o S ul – te m adotado u ma linha progres sista, visan d o a pro m over o cresci m e nto e c on ô mico, g eraçã o d e e m pregos, di stribuiçã o d e ren da, justiça s ocial e d e m o c - racia. Ao trilhare m e ste ca minho, tais paí s e s fortalece m, a u m s ó te m p o, a s o b erania e a integraçã o latino-a m ericana. N e s s e s e ntido, o P T saú da a recente eleiçã o d e Ollanta H u mala co m o u ma vitória das forças progres sistas d o P eru. O s paí s e s d o S ul d o m u n d o pas sara m a cresc er m ais e s uas ec ono m ias fora m s e tornan do m ais fortes d o q u e a d e vários paí s e s ricos d o N orte. A C hina e a Í n - dia s ã o os principais e n ã o o s ú nicos d e staqu e s d e sta p olítica na Á sia. A África d o S ul p uxa a fila d e avanç os i m p ortantes d e vários pa í s e s d e s e u continente. E o Brasil, co m forte integraçã o e s olidarie da d e co m outros paí s e s q u e s e fortale - c e m na Am érica Latina, pas sa a fazer parte das naçõ es m ai s d e stacadas e c on ô mica e p olitica m e nte no m u n d o. O s cha ma d o s ‘paí s e s e m ergentes’ tornara m-s e m otores din â micos e pro mi s - s ores da e c ono m ia m u n dial. S e u fortaleci m e nto fez tam b é m co m q u e a antiga di stribuiçã o d e p o d er no s organis m o s internacionais co m e c e a s er ultrapassada. Trava-s e agora u ma luta d e p o d er nas instituiçõ es internacionais e ntre repres e n - tantes d e stas d uas linhas d e orientaçã o, e nisto s e ins ere a s u b stituiçã o d o G-8 p elo G-20, a articulaçã o d o s B RI C S, a pretens ã o d o Brasil e da Í n dia d e ass e nto p er man ente d o C o n s elho d e S e g urança da O N U, e várias outras iniciativas, co m o a vitória recente d o Brasil para a diretoria da FA O. M e s m o co m a inevitável concorrência e ntre si d o s e stados nacionais, e co m as diferen ças resultantes da história e da vida interna d e cada paí s, e sta nova alter- nativa vai s e d elinean d o no m u n d o. E m b ora os paí s e s ricos d o N orte continu e m ricos e p o d erosos, e ain da guard e m s u pre macia m ilitar, h á outros novos paí s e s ricos e p o d erosos na c ena m u n dial apres e ntan do alternativas diferentes aos 1
  • 9. p ovos. O m u n d o pas so u a s ofrer co m m ais gravidad e a partir d e 2008 as cons e q üê n - cias d e profun d o s d e s e q uilí brios e struturais no s paí s e s d o N orte. O rápido avanç o científico e tecnológico foi aco m panha do p elo d e s e m prego cresc e nte, p ela participaçã o m e n or d o s trabalhadores no s ganhos d e prod utividad e, p ela pres s ã o d e levas h u manas d e i migrantes ap e sar da repres s ã o contí nua contra elas. O s capitais d e stes paí s e s ricos, e m b u sca d e m ã o d e obra barata, e x p or- taram s e u s e m pregos para paí s e s d o S ul d o s continentes e d o L e ste E urop e u. O cons u m o interno nos paí s e s d o N orte tornou-s e cada vez m ai s turbinado p elo cré dito, geran do u ma e c ono m ia oca, prop en sa a constantes cris e s no siste ma fi- nanc eiro. R e s ultou di s s o u ma e stagnaçã o co m o regra nas e c ono m ias antes din â micas, q u e e stá levan do a u ma nova rece s s ã o, e m s e q üê ncia à qu ela vivida no m o m e n - to inicial d e sta cris e. O s aconteci m e ntos recentes nas ec ono m ias e urop éias, na e c ono m ia norte-a m ericana, e os p ersistentes proble mas da ec ono m ia japon e sa, revelara m a atualidad e, novos d e s d o bra m e ntos e p ersp ectivas d e sta cris e q u e n ã o foi d e b elada p elas açõ es d o s governos. O s E stados U ni d o s, a principal e c ono m ia m u n dial, pa d ec e m agora d e d ú vi das s o bre a capaci da d e d e paga m e nto e m dia da s ua d í vi da p ú blica elevada co m o s ocorro aos bancos e a grand e s e m presas na pri m eira rodada da cris e e m 2008/2009; d e te m ores d e conta minaçã o d e s e u siste ma financ eiro p elos proble - m a s d o s governos e bancos e urop e u s; d e conc e s s õ e s d o governo d e m o crata à s e xig ê ncias d e corte d e gastos s e m au m e nto da receita feitas p ela m aioria repu b - licana na C â mara; d e p ersp ectivas d e e stagnaçã o, co m retraçã o d e investi m e n - tos privados e p ersistê ncia d o alto grau d e d e s e m prego (qu e antes da cris e gira- va p elos 6 % e q u e agora ultrapassa o s 9 %). Na E uropa, vários governos d e paí s e s e m cris e e stã o i m p o s sibilitados d e q uitar 1
  • 10. s ua d í vida p ú blica e tivera m q u e s er s ocorridos p elo Banco C e ntral E urop e u. Lá tam b é m, a cris e financ eira q u e era privada s e transfor m ou e m cris e da d í vi da p ú blica, e agora a m eaça voltar ao iní cio co m graves proble mas no siste ma banc ário, e co m a capaci da d e d e s ocorro d o s E stados m ai s e nfraqu eci da. A reaçã o d e s e u s governos ao repiqu e da cris e foi cortar s e u s gastos s ociais e d e investi m e nto, contribuin d o para d e pri mir m ai s s uas ec ono m ias e p ersistin do o s altos í ndic e s d e d e s e m prego e a redu çã o da ren da d e s e u s trabalhadores. N o utras palavras: a cris e retorna hoje, principalm e nte p orqu e o governo d o s E s - tados U ni d o s e os governos e urop e u s optara m p or aplicar re m é dios n e olib erais para co m bater a cris e d o n e olib eralis m o. A cris e atual, cuja é d e grand e intensi da d e e d uraçã o ain da inc erta, e stá associ - ada ao id e ário e ao progra ma n e olib eral q u e, regra geral, no s últi m o s 40 anos i m p ô s s ua h eg e m o nia preconizan do a redu çã o da pres e n ça d o E stado na e c ono m ia, a d e sregula m e ntaçã o d o siste ma financ eiro, a redu çã o d e direitos s o - ciais e refor mas fiscais, tudo para alargar a cha ma da liberdad e d o s m ercado s e elevar a taxa d e lucro. As provid ê ncias adotadas s eja p elo governo a m ericano, s eja p elos e urop e u s, alé m d e n ã o trazere m s oluçõ es d uradouras, ain da au m e nta m a inc erteza s ocial e p olítica. Tanto na E uropa co m o nos E UA, a direita e x ec uta u ma p olítica m ili- tarista, d e agres s ã o e ataqu e s coord ena do s, tornan do a d efesa da paz u ma ban - d eira cada vez m ais atual. Na E uropa, s etores da s oci e da d e, particularm e nte a juventu d e, b u sca m reagir a e sta situaçã o responsabilizan do o s partidos p olíticos q u e ad erira m ou s u sten - taram e s s e id e ário. Mas h á os q u e e ncontra m no nacionalis m o d e e xtre ma-direi - ta, x en ófobo, racista e preconc eituoso, u ma via para os agu d o s dile mas q u e a s oci e da d e e nfrenta. O Partido d o s Trabalhadores n ã o co m e m ora a cris e internacional: ela cu sta vi - 1
  • 11. das, e m pregos, e s p eranças d e c entenas d e m ilhõ es d e p e s s oas, e m todo o m u n d o. E sta cris e, assi m co m o as outras grand e s cris e s p or q u e pas s ou o siste ma capitalista no s é culo 20, n ã o é u m ev ento natural ou inevitável; n ã o s e trata ap enas da m á ge stã o, d e “erros” ou “desvios”. A cris e q u e teve iní cio e m 2008, assi m co m o a cris e e m q u e e sta m o s i m ersos agora, resulta m da aplicaçã o das p olíticas n e olib erais: e stí m ulo à e s p ec ulaçã o financ eira, a d e sregula m e n - taçã o, o e nfraqu eci m e nto d o controle p ú blico, a retirada d e direitos, a redu çã o no s i m p o stos s o bre as grand e s fortunas. A cris e global rep ercute co m intensi da d e tam b é m no s paí s e s árabe s e no Ori - e nte M é dio. O s proble mas e c on ô micos, o s altos í ndic e s d e d e s e m prego, e s p e - cialm e nte e ntre o s jovens, p otencializara m d e s c ontenta m e ntos históricos co m a d e sigualdad e s ocial, e d e s e m b ocara m e m m ovi m e ntos p ela d e m o cracia contra ditaduras d e d é cadas. As revoltas árabes s ã o u m pro d uto regional da cris e inter- nacional. Abre m o ca minho para p ersp ectivas d e m o cráticas iné ditas naqu ela regiã o, m a s, p ela falta d e liberdad e d e organizaçã o p olítica ao longo d e d é - cadas, p o d e m d e saguar e m novas ditaduras ou e m governos cons ervadores e s u b ordinado s à s velhas p otê ncias capitalistas. E stas s e apres sara m inclusive p ela força m ilitar, a tirar proveito da cris e q u e elas m e s m a s pro m overa m. N e ste particular, o P T reafir ma s e u rep ú dio à ing erê ncia e xterna e à m ilitarizaçã o d o s conflitos p olítico-s ociais. A e s q u erda d o s paí s e s e urop e u s, q u e tanto influenciou a e s q u erda m u n dial d e s - d e o s é culo 1 9, n ã o cons eg uiu dar respostas ad e q ua das à cris e e parec e capitu - lar ao d o m í nio d o n e olib eralis m o. P or isso, h á hoje u m d e sloca m e nto g eográfico d e liderança id e ológica da e s q u erda no m u n d o. N e ste contexto, a A m érica d o S ul agora s e d e staca. D e p ois d e ter pas sado p or e stagnaçã o e forte inflaçã o nas ‘d é cadas p erdi das’ d e 1 980 e 90, e d e s e u s governos ad erire m à on da n e oliber- al, ei s q u e d e s p ertou na d é cada d e 2000 para u ma outra p olítica, progres sista e d e forte conteú do s ocial. A luta da e s q u erda latino-a m ericana contra as di - taduras m ilitares fez d o s valores d e m o cráticos parte integrante e s s e ncial n e sta 1
  • 12. pro m o çã o d e ci dadania e s o b erania. N e ste c en ário d e cris e m u n dial, cab e ao Partido d o s Trabalhadores, b e m co m o à s d e m ais forças d e e s q u erda d o Brasil e da A m érica Latina, aprofun dar s e u co m pro mi s s o co m o utra vis ã o d e m u n d o e co m outro m o d elo d e d e s e nvolvi m e n - to, reafirman do a d efesa da construçã o d o s ocialis m o. I m p ortante tam b é m na etapa atual da cris e d o capitalis m o q u e atinge as principais p otencias i m p erialis- tas é a integraçã o e c on ô mica, s ocial e p olítica da Am érica Latina. N e s sa nova situaçã o, a realizaçã o d e eleiçõ es diretas e m 20 14 para o s 75 repres e ntantes brasileiros no Parlam e nto d o M ercos ul (Parlasul), é u m pas s o fun da m e ntal para n ã o s ó e nfrentar as cons e q u ê ncias da cris e na Am érica Latina co m o tam b é m para s ua integraçã o. E m s í ntes e, a atual situaçã o internacional é m arcada p or três grand e s variáveis: a cris e d o capitalis m o n e olib eral, o d e clí nio da h eg e m o nia d o s E stados U ni d o s e o d e sloca m e nto d o eixo g eop olítico m u n dial (do N orte para o S ul, d o O ci d e nte para o Oriente). D o cruza m e nto d e stas variáveis, resulta u m a m bi ente d e grand e instabilidad e e c on ô mica, s ocial e p olítica, agravada p elo co m p orta m e nto d o s E s - tados U ni d o s, q u e para tentar reverter s e u d e clí nio, recorre cada vez m ais a s oluçõ es m ilitares. Po d e m o s diz er q u e vive m o s u m p erí o do d e transiçã o, d e d uraçã o inc erta e d e d e sfecho i m previs ível, q u e d e p e n d erá da correlaçã o d e força q u e s e e stab eleça d e ntro d e cada paí s e e m â m bito internacional.No terreno m u n dial, h á u ma cres - c ente di s p uta e ntre d ois blocos d e paí s e s: p or u m lado, o bloco liderado p elos E stados U ni d o s, q u e h eg e m o nizou a velha ord e m n e olib eral e preten d e contin- uar h eg e m o nizan d o; p or outro lado, u m bloco m ultipolar liderado p or pa í s e s q u e ve m recusan d o o m o d elo n e olib eral. N e ste c en ário, a grand e novi da d e e stá na A m érica Latina. A cresc ente h eg e m o nia da e s q u erda, na regiã o, torna p o s s ível proteg er no s s o s paí s e s d o s efeitos da cris e e da di s p uta; participar da di s p uta global contra o m o d elo n e olib eral; e, inclusive, construir u m ca minho para a con - struçã o d e u ma alternativa ao pró prio capitalis m o. 1
  • 13. N e ste s e ntido, a integraçã o latino-a m ericana, e s p ecialm e nte da A m érica d o S ul, cu m pre u m pap el e stratégico. S e m pre le m bran do q u e as riqu ezas h u manas e naturais da Am érica d o S ul torna m nos sa regiã o palco da cobi ça e da agres sivi - da d e das p otê ncias, m otivo p elo q ual é preciso acelerar o pas s o: m ais inte - graçã o e m ai s rá pido, d ev e s er a p o stura d o Brasil. O s de s afio s do momento O s d e safios d o P T e d o governo D il ma n ã o d ev e m s er vistos co m o e xclusiva- m e nte ec on ô micos, n e m co m o restritos ao cresci m e nto d o Paí s. D efen d e m o s outro m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto, s ocialm e nte inclusivo, regionalm e nte integra- d o, tecnologica m e nte avançado e a m bi entalm e nte s u stentado. Tal m o d elo i m pli- ca criar con di çõ es para refor mas e struturais, articuladas ao aprofun da m e nto da d e m o cracia e da construçã o d e u ma nova s oci e da d e. D e ntre e stes d e safios e ncontra m-s e a continui da d e na a m pliaçã o d o m ercado interno (on d e te m pap el d e cisivo a redu çã o da p o breza e das d e sigualdad e s, a g eraçã o d e e m pregos e valorizaçã o d o s salários), a elevaçã o d e no s sa capaci - da d e científica e tecnológica, a u niversalizaçã o da E d ucaçã o co m q ualidad e, o e q uaciona m e nto d e gargalos q u e tolhe m o avanç o d o S i ste ma Ú nico d e Sa ú d e, d o Si ste ma d e S e g urança P ú blica, e d o siste ma d e prestaçã o d e Justiça, a con - s olidaçã o d o Si ste ma Ú nico d e Assistê ncia S ocial e S i ste ma Nacional d e S e g u - rança P ú blica Ali m e ntar e N utricional, assi m co m o o e nfrenta m e nto d e q uatro grand e s q u e stõ es d e fun do: a q u e stã o agrária, a q u e stã o urbana, a q u e stã o trib - utária e a q u e stã o a m bi ental. A resoluçã o d e tais d e safios ec on ô micos e s ociais e stá ligada a novos avanç os na d e m o cracia, e ntre o s q uais s e d e staca m a refor ma p olítica, a d e m o cratizaçã o d o s m e i o s d e co m u nicaçã o, m u dan ças na natureza d o E stado, e a n ec e s si da d e d e u m siste ma eficiente d e d efesa nacional. 1
  • 14. A di stribuiçã o da ren da e a redu çã o das d e sigualdad e s d ev erã o progre dir m a n - ten do-s e a e x pans ã o d e e m pregos aliada à s ua q ualidad e e à cresc ente val- orizaçã o d o s salários. N o progra ma d e governo aprovado p elo P T na pri m eira fase d o 4º C o ngres s o, a redu çã o da jornada d e trabalho para 40 horas s e m re - d u çã o d e salário faz parte d o elenco d e m e di das n e sta dire çã o. A m u dan ça da conc e ntraçã o ec on ô mica no S u d e ste e no S ul, co m o m ais avançado d e s e n - volvi m e nto d o N ord e ste, N orte e C e ntro-O e ste tam b é m é ele m e nto i m p ortante a pross eg uir na redu çã o da d e sigualdad e, co m o ocorreu intensa m e nte no s oito anos d o governo Lula. Q uan d o d o recente lança m e nto d o novo progra ma s ocial d o governo D il ma, o Brasil s e m Mis éria, ficou claro q u e e ntre os 1 6 m ilhõ es d e brasileiros a s ere m auxiliados a s u p erar a agu da p o breza, a m aior parte e stá no N ord e ste e no N orte d o paí s. O utras grand e s frentes d e pro m o çã o da igualdad e d ev e m pros s eguir: direitos da m ulh er, igualdad e racial, direitos d o s p ovos in d í g enas, d e jovens, idos o s, p e s - s oas co m d eficiê ncia, LG BT s, e u m conjunto d e outras agen das d e direitos h u - m a no s. S ã o conq uistas culturais, s ociais, ec on ô micas, d e m o cráticas, q u e m o stra m u m m u n d o diferente d o m u n d o in divi dualista e cons u m i sta preconizado p ela id e ologia capitalista n e olib eral. O m e i o rural brasileiro é e s paç o d e convívio, pro d u çã o e luta d e agricultores fa- m iliares e trabalhadores rurais s e m terra co m o p o d eroso agron eg ó cio - h erd eiro m o d erno da antiga aristocracia rural q u e d o m i nou a p olítica brasileira e d ela nu nca ap eou. Mas os oito anos d e governo d o presi d e nte Lula e e ste iní cio d e governo da presi d e nta D il ma levara m a cabo i m p ortantes transfor ma çõ es n e sta e strutura, co m o reforç o d o apoio à agricultura familiar. O fortaleci m e nto d o M DA e d o IN C RA, e a criaçã o d e u m conjunto d e p olíticas p ú blicas p er man e ntes – cré dito, assistê ncia técnica, s eguro, garantia d e pre ç o, progra mas d e co m pras p ú blicas, regularizaçã o fun di ária, co m bate à violência no ca m p o e ass e nta m e n - tos da refor ma agrária – colocara m e m evi d ê ncia a fun da m e ntal contribuiçã o 1
  • 15. d e stes s etores para o cresci m e nto e d e s e nvolvi m e nto e c on ô mico brasileiro. S etores cons ervadores afirma m q u e a q u e stã o agrária n ã o é m ais c entral no d e - s e nvolvi m e nto da e c ono m ia nacional, p elo au m e nto da pro d utivida d e d o latifún - dio e s ua integraçã o à s p olíticas d o agroneg ó cio. N ã o é e sta a visã o d o P T: a re - forma agrária integra no s s o id e ário, nos s o progra ma d e m o crático e p op ular, b e m co m o as D iretrizes G erais d o Progra ma d e G overno d o 4º. C o ngres s o Na - cional d o P T. Ela é vista co m o funda m e ntal para o d e s e nvolvi m e nto ec on ô mico, a pro d u çã o d e ali m e ntos, o d e s e nvolvi m e nto regional, o fortaleci m e nto d o s p e - q u e no s c entros urbanos, a inclus ã o s ocial e o co m bate à fo m e e à m i s éria nas zonas rurais d o paí s. R efor ma agrária e fortaleci m e nto da agricultura familiar p o d e m co existir co m o agroneg ó cio, d e ntro d e u m planeja m e nto e c on ô mico orientado p elos interes s e s nacionais, s e m q u e s eja m con d e na do s ao anacronis m o a q u e lhe d e stina m os id e ólogos da proprie da d e privada s e m funçã o s ocial. Anacrô nicos s ã o as práti- cas regres sivas co m o o trabalho e scravo ou s e m i-e scravo, a d e struiçã o d e bio mas e as agres s õ e s ao m e i o a m bi ente e a co m pra d e i m e n sas e xtens õ e s d e terras p or e m presas e strangeiras, q u e consi d era m o s fun da m e ntal co m bater. Para tanto, p olíticas co m o a precis ã o d o s vários critérios e stab eleci do s na C o n - stituiçã o F e d eral para a d efiniçã o da funçã o s ocial da proprie da d e, a revis ã o d o s í n dic e s cad ucos d e prod utivida d e hoje vigentes, e a utilizaçã o m a s siva d e terras p ú blicas no ca m p o para ass e nta m e ntos da refor ma agrária s ã o caras ao PT e integra m nos sa platafor ma para a pres e nte conjuntura. O utro d e safio a venc er é o da realizaçã o da refor ma tributária, q u e, co m o a re - forma agrária, te m s ua viabilidad e até aqui i m p e di da p elas elites ricas. Ela d ev e conte m plar o princí pio da progres sivida d e d o s tributos s o bre a ren da, au m e ntan - d o a taxaçã o s o bre as fortunas, s o bre as h eranças, e s o bre o s lucros, frean do a e s p ec ulaçã o financ eira, fortalecen d o a prod u çã o, d e s on eran do a c e sta b á sica, e facilitando a for malizaçã o d o trabalho. A refor ma tributária d ev e igualm e nte co m - 1
  • 16. bater a gu erra fiscal, q u e transfere recursos p ú blicos ao capital. N ã o m e n o s i m p ortantes s ã o os d e safios d o m e i o a m bi ente. O Brasil ain da vive a transiçã o d e u m conc eito d e d e s e nvolvi m e nto q u e d e stacava o cresci m e nto in - d u strial e a urbanizaçã o, para u m conc eito d e d e s e nvolvi m e nto s ocial e e c ologi - ca m e nte s u stentável. A atual cris e ec on ô mica m u n dial reitera q u e o pa drã o vi- g ente d e prod u çã o, financia m e nto e cons u m o é ins u stentável. A cris e d o n e olib - eralis m o e x pres sa s ua incapaci da d e d e respon d er aos d e safios s ociais h á m u ito te m p o p o stos p elo s ocialis m o, m a s tam b é m aos d e safios a m bi entais d e q u e o m u n d o adquiriu consciê ncia nas últi mas d é cadas. A di m e n s ã o a m bi ental d e sta cris e internacional d o capital é dra m ática, p elo fortí ssi m o i m pacto da d e sregula- m e ntaçã o d o capital no s recursos naturais d o planeta e d o s paí s e s d o h e m i s - fério S ul, e m particular. Ca da dia m ais, a reflexã o s o bre nos s o projeto d e d e s e n - volvi m e nto no Brasil d ev e incorporar a di m e n s ã o da s u stentabilidad e a m bi e ntal, s e m o q u e rep etire m o s o s e q u ívocos d e n u nciados no 3º. C o ngres so Nacional d o PT e m c ertas tradiçõ es d e s e nvolvi m e ntistas d e paí s e s capitalistas e d o s ocialis - m o real. O Brasil, tanto p or s ua i m e n sa diversi da d e natural, q uanto p elos co m - pro mi s s o s q u e d e for ma s o b erana e u nilateral assu m i u p erante a co m u ni da d e internacional, n ã o tratará a q u e stã o a m bi e ntal co m o ap ê n dic e, s e n ã o co m o parte e s s e ncial, d e s e u projeto d e d e s e nvolvi m e nto. À s vé sp eras d o q u e a presi d e nte D il ma d efiniu co m o o m aior ev ento p olítico in - ternacional d e s e u m a n dato, a Rio + 20, e s o b a m eaça p er man e nte no C o ngres - s o Nacional d e retroce s s o s e m nos sa p olítica a m bi e ntal - C ó digo Florestal e U ni da d e s d e C o n s ervaçã o-, nos s o Partido p erfila-s e co m o s q u e d efen d e m u m m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto q u e co m bin e inclus ã o s ocial e u s o s u stentável da no s sa riqu eza e m bio diversi da d e. Na Rio + 20, nos s o governo te m m u ito a apre- s e ntar na d efesa d e u m m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto para o planeta, q u e co m - bin e erradicaçã o da m i s éria co m baixa nas e m i s s õ e s d e carbono e salvaguarda d o s recursos naturais. O Brasil te m d e s e u nir aos paí s e s p o bres e e m d e s e n - volvi m e nto, para coop erare m e ntre si e e xigire m d o s paí s e s ricos q u e con - 1
  • 17. tribua m d e forma proporcional ao e strago q u e s e u s pa drõ es d e cons u m o e for- m a s d e prod u çã o fizera m e continua m fazen d o no planeta. D o p onto d e vista da s u stentabilidad e s ocial é n ítida a divergê ncia e ntre a alter- nativa liderada p elos paí s e s d o S ul frente à qu ela pre d o m i nante nos paí s e s d o N orte. Na q u e stã o da s u stentabilidad e a m bi ental, rep etiu-s e na C o nferê ncia M u n dial s o bre M u dan ça d o Cli ma e m C o p e n hagu e, e m 2009, e sta divergê ncia co m o s E stados U ni d o s e outros paí s e s d o N orte. Lá, Brasil, África d o S ul, Í n dia, C hina e outros paí s e s d o S ul m o strara m convergê ncia d e propostas tam b é m n e ste ca m p o. As p o si çõ es d o Brasil apres e ntadas p elo e ntã o presi d e nte Lula, e p ela atual presi d e nta D il ma, q u e e ntã o m i nistra ch efiava nos sa d elegaçã o, s ã o bastante avançadas e constituíra m-s e e m co m pro mi s s o s u nilaterais d e nos s o paí s, para a redu çã o das e m i s s õ e s d e carbono, q u e conté m, m a s n ã o s e limita à redu çã o d o d e s m ata m e nto. Na recente di s p uta ain da e m curso no C o ngres s o Nacional brasileiro e ntre d e - s e nvolvi m e nto versus d e s e nvolvi m e nto co m s u stentabilidad e a m bi ental, o gover- no D il ma e a bancada parla m e ntar d o P T assu m ira m a liderança da d efesa d e s - ta s eg u n da alternativa, m ais ad eq ua da aos interes s e s e stratégicos d o paí s e d o m u n d o. Mas h á m u ito a avançar no s e ntido d e u m novo m o d elo d e d e s e nvolvi m e nto q u e conte m ple o s ocial e o a m bi ental, s eja na área rural, s eja nas no s sas ci da d e s, on d e s ã o e n or m e s as cons e q u ê ncias fune stas d e sta dicoto mia. Nas ci da d e s, on d e vive m 80 % da p o p ulaçã o brasileira, i m p õ e-s e venc er o d e - safio da refor ma urbana. N elas, convive m a violência urbana e o aparthei d s o - cial. A e s p ec ulaçã o i m o biliária agrava as con di çõ es d e vida e o caos nas m etró poles, tornan do urgentes refor mas radicais na ocu paçã o e s pacial, a fi m d e eli minar as situaçõ es d e risco a m bi e ntal. É preciso au m e ntar as áreas verd e s nas ci dad e s, alterar a m atriz da m o bilidad e urbana, priorizan d o os transportes 1