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Margarita Fernandes - "Pedro Alecrim, e depois de ser ferreiro?"
1. «Pedro Alecrim, e depois de aprender a ser ferreiro?»
Pedro Alecrim tinha agora 18 anos. Era ferreiro, trabalhava na oficina
do tio Trindade. Davam-se muito bem. O Alecrim aos molhos até se tinha
tornado o braço direito do tio, eram como unha e carne.
Para a Oficina levavam todos os dias o cavaquinho e a guitarra, pois
quando estavam já estafados e o trabalho estava adiantado descansavam
um pouquinho, tocando um fadinho.
Certa manhã, Alecrim que já havia casado e que já havia tido uma
filha, acordou, vestiu-se, tomou o pequeno- almoço e foi para a oficina
como em todas as manhãs.
A surpresa foi quando chegou à oficina e por espanto reencontrou, à
porta da oficina o seu grande e velho amigo Nicolau, que tinha em miúdo,
partido para a cidade e que nunca mais vira. Abraçaram-se,
cumprimentaram-se e puseram a conversa em dia.
- Então Alecrim, como vai isso? – Perguntou Nicolau.
- Muito bem, arranjei trabalho, mas o que estás tu a fazer aqui? –
Respondeu Alecrim.
- Vim à procura de trabalho! – Disse o Nicolau. Cansei-me da agitação da
cidade!
- Então tens uma sorte, aqui estamos à procura de um novo ferreiro! –
Exclamou.
- Oh, então será que posso trabalhar aqui? Vou ser um aprendiz de
ferreiro! – Disse empolgado.
- Por mim podes, mas tens de falar com o tio Trindade! – Afirmou.
O tio Trindade, que já conhecia o Nicolau e sabia que ele era bom rapaz
aceitou a sua proposta. Agora Nicolau já tinha trabalho. Os dois
conversaram sobre o seu horário de trabalho, ordenado e quando iria
começar a trabalhar. Alecrim perguntou ainda se o amigo já tinha local para
se instalar e o amigo respondeu-lhe que iria ficar alojado na casa de uma
das suas primas.
No dia seguinte, Alecrim e Nicolau encontraram-se à porta da oficina já
prontos para trabalhar, encontrando o tio Trindade. Abriram a oficina e
esperam o primeiro cliente. O Zé Maria Coxo, que todos os dias ia lá para
lhe arranjarem a ferradura do seu cavalo, o «Veloz».
2. Nicolau, que estava a acabar um trabalho que o tio Trindade lhe pedira,
mal viu o Zé Maria Coxo, cumprimentou-o e marcaram um encontro, pois
naquela hora não podia conversar, estava a trabalhar. Zé Maria Coxo
entregou a ferradura e foi-se embora.
Depois apareceu outro cliente e outro e outro…Quando atenderam o
último já era noite, estavam exaustos mas ainda tinham de tocar um
fadinho que era tradição obrigatória. Começaram a tocar e mal Nicolau os
viu cada um com o seu instrumento ficou ansioso para que a música
acabasse. Mal acabou disparou:
- E eu sei tocar viola braguesa! Para a próxima trago-a e junto-me a
vocês! Exclamou.
- Claro!- Respondera os outros dois em coro.
Foram para casa e caíram no sono tal como pedras.
O dia seguinte era sábado e Alecrim teve a ideia de fazer uma festa de
boas vindas ao Nicolau, convidando o máximo de gente conhecida. Foi uma
festa e pêras, toda a gente gritava:
- Nicolau! Nicolau! Nicolau!
Houve bebidas, petiscos e jogaram-se jogos tradicionais- Foi a melhor
festa de boas vindas de que alguém se pôde recordar.
Margarita Fernandes