1) As preferências dos consumidores americanos mudaram para opções de carne bovina mais baratas e convenientes, como carne moída. Isso levou a uma queda no consumo de cortes caros.
2) A carne moída agora representa cerca de 62% do consumo total de carne bovina nos EUA, em vez dos 50% anteriormente estimados.
3) A indústria pecuária precisa adaptar seus modelos de produção para atender à demanda por carne moída de forma mais eficiente.
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Como a mudança nos gostos dos consumidores afeta a indústria bovina dos EUA
1. Quais os efeitos da mudança no gosto e preferências dos consumidores
na indústria pecuária dosEUA? [Relatório Rabobank]
Introdução
No final dos anos noventa, em um esforço para melhorar a imagem da carne bovina junto
aos consumidores, a indústria americana adotou a meta de garantir uma experiência de
qualidade ao consumo cada vez que um produto de carne bovina era consumido. Essa
mudança para uma mentalidade focada no consumidor, junto com a introdução e a
popularidade da dieta Atkins, são em grande parte responsabilizadas por conter o declínio na
demanda por carne bovina que vinha ocorrendo desde meados dos anos setenta.
Apesar do fato de os Estados Unidos terem desde então se tornado esmagadoramente uma
“nação de carne moída”, o modelo de produção de carne bovina mudou muito pouco ao
longo dos anos. Pouca consideração tem sido dada a quais cortes os consumidores de carne
bovina estão selecionando e porque.
As preferências e os hábitos de compras dos consumidores de carne bovina dos Estados
Unidos mudaram de forma significativa desde os anos setenta. Os consumidores estão cada
vez mais buscando ingredientes para refeições rápidas, pegando um hambúrguer rápido ou
simplesmente comprando pelo baixo valor. O modelo de produção da indústria precisa seguir
o exemplo.
O modelo de produção focado na qualidade significa que a maioria dos bovinos são
atualmente manejados para atingir o padrão de classificação choice, com pouca
consideração pelas mudanças nos gostos e preferências dos consumidores do país. Para
manter-se competitiva nesse país da carne moída, a indústria precisa mudar com o tempo
para um modelo de produção que alinhe de forma mais cuidadosa o produto com sua
intenção de uso final. Essa mudançana produção do produto final poderá influenciar a
seleção de bezerros, o manejo dos bovinos, os custos de produção e os regimes de
alimentação em toda a vida do animal.
Consumidores estão selecionando menos carne bovina
No meio dos anos setenta, os números de bovinos eram altos e os americanos estavam
comendo uma quantidade substancial de carne bovina. Entretanto, em 1974, o tamanho do
rebanho nos Estados Unidos alcançou seu pico, com o rebanho total estimado em 134
milhões de cabeças e, imediatamente em seguida, o consumo per capita nos Estados
Unidos alcançou o pico de pouco menos de 43 quilos por ano. De 1974 até 2008, o consumo
per capita caiu para cerca de 30,4 quilos. De 1993 a 2007, o consumo per capita se
estabilizou e até mesmo se recuperou levemente de 29,5 quilos a 30,4 quilos.
Em 2008, os consumidores dos Estados Unidos sofreram um golpe na forma de uma crise
imobiliária e recessão. Também nesse ano, os criadores de bovino lidaram com a seca que
forçou uma liquidação acelerada nos números totais de bovinos e um aumento nos preços
dos grãos usados na alimentação animal que reduziram as ofertas e aumentaram os preços.
Como resultado, os hábitos de consumo de carne bovina retomaram a espiral descendente,
caindo em 1,36 quilos naquele ano. Desde 2008, o consumo vem caindo continuamente e
deverá cair de 24,5 quilos por ano em 2013 para 24,04 quilos em 2014 (Figura 1).
2. Carne bovina: o preço a colocou fora do mercado de proteína?
Apesar de não ser tão simples apontar a razão exata para o dramático declínio no consumo
de carne bovina dos Estados Unidos, pode-se atribuir a alguns importantes fatores
direcionadores como custos, conveniência e qualidade.
Argumenta-se que o declínio no consumo de carne bovina dos Estados Unidos foi devido à
qualidade. Entretanto, esse argumento não é apoiado por medidas objetivas de qualidade,
como a porcentagem de bovinos choice e prime no mix de classificação, que vem
aumentando firmemente apesar do declínio inexorável no consumo per capita de carne
bovina (Figura 2).
As carcaças de classificação choice e prime aumentaram de pouco mais de 50% do boi
gordo em 2006 para mais de 70% em 2013. Apesar de alguns argumentarem que o declínio
no consumo de carne bovina seria ainda mais dramático se a qualidade não tivesse
melhorado, é óbvio que há mais coisas direcionando o declínio no consumo.
3. O custo é um direcionador mais provável do contínuo declínio no consumo de carne bovina,
especialmente quando comparado com outras proteínas concorrentes. As indústrias de
carne suína e de frango têm crescido em escala e eficiência, o que tem tornado seus
produtos mais prontamente disponíveis a preços competitivos.
Os preços relativos são um importante fator direcionador para que os consumidores
substituam a carne bovina por outras proteínas. O aumento nos preços da carne bovina no
varejo com relação aos preços das carnes concorrentes tem simplesmente direcionado os
consumidores a opções de proteínas com preços mais competitivos.
Usando preços não deflacionados a partir de 2000 como base, os preços compostos da
carne de frango aumentaram uma média de 2% por ano durante o período de 13 anos, para
um total de 24%. Os preços varejistas da carne suína viram um aumento médio de 2,7% por
ano durante o mesmo período, com um aumento total de 41%. Os preços da carne bovina
choice, em comparação, aumentaram a uma taxa média anual de 4,4%, com um aumento
total de 72%, enquanto os preços médios de todas as carnes bovinas apresentaram um
aumento total de 78% ou 4,6% anualmente (Figura 3).
Embora a comparação de preços das diferentes proteínas claramente ilustre uma razão para
o declínio na demanda total de carne bovina, isso está longe de ser a história inteira. Os
preços médios de todas as carnes bovinas, medidos pelo Serviço de Estatísticas
Trabalhistas (BLS) vêm aumentando a uma taxa mais rápida do que os preços da carne
Choice, indicando que, embora os consumidores continuem demandando carne bovina, eles
estão cada vez mais selecionando opções de carne com menor preço.
4. Carne moída ganha interesse dos consumidores
A mudança nos gostos e preferências dos consumidores levaram os americanos agastar seu
dinheiro para alimentos que possuam menos carnes de alta qualidade. Embora a demanda
por carne bovina tenha se mantido razoavelmente bem, a mudança nos gostos e
preferências estão levando as pessoas a escolher itens mais competitivos em termos de
preços quando compram carne bovina.
Dados publicados pelo BeefCheckoff indicam que em 2012, o consumo doméstico de carne
bovina em uma base pronto para comer foi de pouco mais de 6,8 bilhões de quilos. Quase
3,63 bilhões de quilos, ou 52,66%, foram consumidos no setor de foodservice e 3,23 bilhões
de quilos foi através de compras varejistas.
Os dados também mostraram que 63,8% da carne bovina consumida no setor de foodservice
foi alguma forma de carne moída, enquanto no setor de varejo, que representa 46,9% do
consumo total de carne bovina, 49% da carne consumida foi na forma de carne moída.
De acordo com o estudo, o consumo combinado de carne bovina em ambos os setores foi de
57% de produtos moídos. Entretanto, de acordo com relatórios de fontes no setor varejista, o
Rabobank acredita que o consumo de carne moída no varejo pode ter sido, de fato, de até
60% de todas as vendas de carne bovina varejistas.
Com base nos dados centrais do BeefCheckoff e pesquisas adicionais de vendas de carne
bovina no varejo do Rabobank, a estimativa é que a carne moída como uma porcentagem de
todo o consumo doméstico de carne bovina fica próxima a 62%. A sabedoria convencional é
de que a carne moída representa cerca de 50% do consumo total. Sob qualquer análise,
essa proporção de consumo de carne moída é surpreendente e apresenta implicações
enormes para a indústria pecuária dos Estados Unidos.
Custo e conveniência direcionando a demanda por carne moída
Então, por que os consumidores dos Estados Unidos estão mudando tão rapidamente em
direção ao consumo de carne bovina na forma moída? Vários fatores explicam esse grande
aumento no consumo de carne moída.
5. - Diferenciação de preços entre cortes de carne bovina é um direcionador primário por trás
da tendência dos consumidores de comprar carne bovina mais barata.
- Além das churrascarias tradicionais, as opções de carne bovina fora de casa não são
radicalmente diferentes daquelas preparadas e consumidas em casa.
- A vasta maioria dos consumidores não planeja previamente as refeições, decidindo o que
terá na refeição noturna um pouco antes de preparar. Isso leva os consumidores a comprar
itens de proteína que podem ser preparados em um espaço limitado de tempo. A carne
moída é bem adequada para refeições de preparo rápido.
- Escassas habilidades de preparo levam os consumidores a comprar um número limitado de
cortes.
Crescente demanda por carne moída altera relações de preços da carne
Dados varejistas publicados pelo BLS e pelo USDA iluminam uma mudança radical na
relação de preços entre todos os bifes e toda a carne moída. Historicamente, todos os
preços dos bifes eram comercializados em uma faixa de 2,3 a 2,7 vezes o preço da carne
moída (Figura 4).
Entretanto, em 2004, a relação de preços entre os bifes e a carne moída começou a se
estreitar. A partir de 2013, o preço de todos os bifes estavam pouco menos de 1,7 vezes o
preço de toda a carne moída. É interessante notar que, embora os preços de todas as
carnes em média tenham aumentado, a mudança na relação tem sido direcionado totalmente
pelo fortalecimento dos preços da carne moída.
O estreitamento na relação de preços está longe de ser resolvida e o Rabobank espera que
a tendência continue em um futuro previsível, destacando que conveniência e preço estão se
tornando tão importantes quanto qualidade para o consumidor americano de carne bovina.
O pensamento convencional de longa data sobre o manejo de bovinos e práticas de
produção é que os bovinos precisam ser alimentados para cumprir com a taxa ótima de
classificação visando capturar o valor das carnes médias. Como resultado, as decisões de
manejo do gado e os regimes de alimentação são estruturados para dar suporte aos 20% da
carcaça que são Rib (costela) e Loin (lombo), ou 27% que são Rib, Loin e Sirloin.
No que se refere aos 73% a 80% da carcaça restantes, o requerimento para cumprir com a
classificação choice ou melhor é normalmente irrelevante e, no caso de algumas carnes
primárias, podem ser prejudiciais.
6. Historicamente, os trimmings (recortes) de carne bovina, componentes de fontes de carne
bovina magra, e os trimmings de gordura compõem a oferta de carne moída,
consistentemente vendida a um desconto com relação aos os cutoutsabrangentes (valor
derivado de uma fórmula que estima o valor da carcaça usando médias ponderadas dos
cortes).
A combinação de trimmings magros e 50% de trimmings que são usados para suprir todos
os pontos de mistura combinados da carne moída são vistos como componentes de menor
valor (Figura 5).
Entretanto, nos últimos cinco a seis anos, o valor dos trimmings magros foi consistentemente
comercializado a um premium com relação aos cortes gerais. Esse premium indica que tem
havido mudanças no que os consumidores querem e em quanto desejam pagar.
Isso também sugere que se os produtos de carne moída estão consistentemente sendo
vendidos a um premium, há um claro incentivo econômico para a indústria se ajudar e
fornecer esses produtos desejáveis da forma mais economicamente eficiente possível.
Cortes caros estão cada vez mais suprindo a demanda por carne moída
Um dos maiores fatores que inibem a maior eficiência na indústria de carne bovina e limita
sua capacidade de competir com proteínas concorrentes é a crescente porcentagem de
cortes que terminam no mercado como carne moída.
Como discutido anteriormente, hoje cerca de 62% do consumo de carne bovina é feito em
alguma forma de carne moída, enquanto somente 20% é de costela e lombo. Dos 18%
restantes, cerca de metade virá de itens populares, como sirloin, briskets, flanks e short ribs,
com o restante na mesma forma de cortes de músculos não médios, que em muitos casos
acabarão vendidos como produto moído.
O ponto é que embora mais de 60% da carcaça possa encontrar seu caminho para um valor
menor ou produtos moídos, o modelo de produção requer que a maioria desses animais
sejam alimentados com uma ração cara que visa a perfeição da qualidade em, no máximo,
30% da carcaça. Essencialmente, a indústria está produzindo um produto
extraordinariamente de alta classificação para consumidores que desejam comprar uma
7. commodity. Esse é o ponto crucial do problema. A carne bovina é cara para produzir e está
se tornando cada vez mais não competitiva.
Fontes de material adicional para moer são limitadas
A tendência em direção a cortes de músculos moídos deverá continuar em um futuro
previsível, à medida que vemos poucas chances de ofertas adicionais convencionais de
produtos de carne bovina magra chegando ao mercado. A fonte convencional de carne
moída nos Estados Unidos é de 50% de trimmings magros (CL) da gordura produzida na
produção da carne bovina, combinado com trimmings 90% CL de carne bovina de vacas,
outros ou de trimmings importados da Austrália, Nova Zelândia e outros poucos mercados.
Os abates de vacas nos Estados Unidos nos últimos anos surgiram da liquidação de longo
prazo de vacas e touros devido à situação econômica ruim. Desde 2011 que a oferta de
vacas e touros tem acelerado a taxa de liquidação devido à seca em grande parte de áreas
produtoras de bovinos dos Estados Unidos.
A combinação de preços recordes de bezerros e as condições muito melhores de pastagens
tem encurtado a liquidação do rebanho de cria. Durante a segunda metade de 2013, os
abates semanais de vacas tiveram em média uma queda de 14% com relação à segunda
metade de 2012. A redução nos abates de vacas foi resultado da retenção pelos produtores
com propostas de reconstrução dos rebanhos (Figura 6). Consequentemente, as
expectativas são de que os abates de bovinos de corte pudessem ver declínios de duplos
dígitos com relação ao ano anterior em 2014, o que poderiam transitar bem em 2015.
Existem três opções realistas para aumentar as ofertas de carne bovina magra: processar
mais vacas e touros, aumentar a quantidade de carne bovina magra importada ou moer mais
cortes de músculos da oferta de carne bovina. Qualquer liquidação adicional do rebanho de
cria é improvável de acontecer dadas às condições climáticas próximas das normais, bem
como por ser desaconselhável pela estabilidade de longo prazo da indústria.
Maiores importações de carne bovina magra são provavelmente uma possibilidade. A
Austrália e a Nova Zelândia sofreram condições de seca em 2013 e a seca na Austrália
continua em 2014. As condições de clima na Nova Zelândia estabilizaram e melhoraram no
final do ano e isso permitiu que as condições estabilizassem. A Austrália sofreu uma seca
severa, que levou aos maiores abates anuais em 34 anos. As importações da Nova Zelândia
de carne bovina para 2013 aumentaram em 8% e provavelmente ficarão quase sem
mudanças em 2014. Os envios australianos de carne bovina aos Estados Unidos caíram em
7% para 2013 e deverão ser menores em 2014. As exportações australianas de carne bovina
à China aumentaram em mais de 623% para o ano. A combinação da liquidação e a relação
comercial estabilizada para a China provavelmente levará a menores envios aos Estados
Unidos nos próximos anos.
8. Uma previsão que oferece alguma chance de melhora nas ofertas em médio prazo vem dos
anúncios nas últimas semanas de que poderia haver mudanças notáveis nas importações de
carne bovina dos Estados Unidos. O Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal
(APHIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciaram em
dezembro e publicaram no Registro Federal uma proposta pela qual os Estados Unidos
aceitariam carne bovina fresca de 14 estados brasileiros, com os primeiros envios devendo
ser feitos no meio de 2014.
Essa é a primeira vez que carne bovina brasileira não processada tem permissão para entrar
nos Estados Unidos. No momento, a proposta para aceitação do produto brasileiro fresco
está aberta para comentários e recebendo uma forte oposição de grupos da indústria devido
aos medos de que os lotes de carne bovina importada possam levar a febre aftosa aos
Estados Unidos.
Além disso, no final de dezembro, houve um anúncio de que a indústria privada, com auxílio
econômico dos governos federal do México e do Estado de Durango, está planejando
construir um grande complexo de engorda e processamento de bovinos em Durango,
designado a exportar 60% da produção da planta. A implementação dessas duas iniciativas
provavelmente mudarão o jogo das importações e exportações de carne bovina dos Estados
Unidos nos próximos anos.
A questão é que as importações de carne bovina de canais convencionais deverão ser
limitadas e provavelmente mais caras. Novos desenvolvimentos comerciais e políticos
deverão abrir os Estados Unidos a ofertas de carne bovina da América Central e do Sul.
Alternativamente, os Estados Unidos podem adaptar as práticas de produção tradicional e
fornecer o produto que supre as demandas dos consumidores que mudaram no mercado
doméstico.
Como manter uma nação da carne moída competitiva?
Os consumidores dos Estados Unidos querem carne moída. De acordo com o modelo
existente da indústria, a indústria pecuária dos Estados Unidos administra quase toda a
carne bovina como se fosse destinada para o centro do prato em um restaurante sofisticado.
Entretanto, os dados mostram que mais de 60% do consumo total de carne bovina chegam
ao consumidor em alguma forma de carne moída. Se a indústria quer se manter saudável,
seria sensato ouvir o cliente e se adaptar à nova realidade. Continuar produzindo carne
9. moída em um modelo de negócios designado a cortes de alto valor resultará na contínua
erosão da participação de mercado da carne bovina dos Estados Unidos, domesticamente e
no exterior.
O futuro para a indústria de carne bovina dos Estados Unidos é um modelo de produção que
otimiza melhor os insumos para fornecer o melhor produto no melhor preço para um dado
mercado. Nos Estados Unidos, o consumidor quer carne moída com preço mais competitivo
e mais conveniente. Os produtores e confinadores de bovinos dos Estados Unidos precisam
produzir um produto para esse mercado e isso significa uma identificação precoce do
potencial genético do animal e uma gestão sob medida desse animal para suprir os
requerimentos do mercado final. Identificando melhor metade a dois terços da safra de
bezerros o mais precoce no processo possível, esses animais continuariam a ser manejados
como são hoje, mirando seu uso final para os mercados de carne de alta qualidade.
O Rabobank estima que o número de bovinos nas classificações superiores de Choice e
Prime não mudaria significativamente. Garantindo que genéticas de menor qualidade não
entrem no sistema de alta qualidade, o desempenho seria melhorado através de ganhos de
eficiência.
Para o segmento da população de bovinos que não são selecionados para o mercado
Choice e Prime, uma abordagem diferente de manejo é necessária. Essa parte da safra de
bezerros deve ser deixada em algum tipo de forragem natural por um período mais longo
para capitalizar nos menores custos do ganho. Esse não é um modelo de produção a pasto
que é usado em muitas outras partes do mundo, mas uma abordagem de engorda
modificada. Essa abordagem usa um período mais curto de engorda e provavelmente
envolverá uma ração de menor energia para reduzir os custos no processo de produção.
Como resultado, a indústria não estaria mais colocando animais de menor qualidade em uma
porcentagem de classificação que eles não podem de forma realista ou eficiente cumprir nem
haveria um excesso de alimentação do animal na esperança de alcançar uma classificação
mais alta. Esse animal será, em teoria, terminado a um preço marginalmente menor, com
uma carcaça em que costela e lombo podem confortavelmente alcançar as classificações
Select e Choice baixo. Para a parte restante da carcaça, alcançar a meta de 90% CL trim e
moer o resto da carcaça para suprir as crescentes demandas por carne moída no mercado
doméstico seria o melhor uso.
Desenvolver-se para um modelo de produção alternativa ampliaria as diferenças de preços
dos bezerros e dos bovinos para engorda e provavelmente forçaria os produtores de cria a
determinar melhor seus respectivos mercados meta e produzir para eles. Isso provavelmente
melhoraria o valor do setor, porque os animais no perfil de carne moída estariam sendo
produzidos a pesos maiores com rações de menor custo.
As mudanças no setor comercial de engorda poderiam ser mínimas. Os bovinos no modelo
alternativo ainda seriam engordados, possivelmente por um período de tempo menor e com
rações com menor teor energético. Os abates de bovinos seriam maiores. A maior mudança
seria nos frigoríficos, porque esses alterariam a forma como são atualmente determinados os
preços dos bovinos. Isso também potencialmente forçaria mudança radicais no processo de
fabricação.
Um modelo como esse beneficia os varejistas e usuários finais à medida que produz uma
oferta maior de produtos que atualmente têm maior grau de demanda e taxa de crescimento,
enquanto ao mesmo tempo, não rompe radicalmente a oferta de produtos para aqueles que
buscam produtos convencionais ou de maior qualidade.
A questão é que o atual modelo existente de negócios vem apresentando queda na
contagem de cabeças e perdendo participação de mercado nos últimos 40 anos. Embora
uma mudança normalmente seja difícil, a indústria pode sempre se adaptar às realidades do
mercado final moderno ou continuar com o status quo de menores ofertas e redução da
demanda.