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25 de
abril
 de
1974    entrevistas
1) Onde estava no dia 25 de Abril de 1974?

-Estava no Luxemburgo, vimos na televisão muitos soldados na rua. (Jerónima
Barradas)

-Estava em casa. (Mário Sameiro)

-Estava a trabalhar numa plantação de eucaliptos. (Leonor Xavier).

-Estava em casa, levantei-me cedo para ir trabalhar. (João Carreiras)

-Em Avis. (Senhorinha Ferreira)

-Nos Covões a morar lá, e tinha uma telefonia que dizia que se tinha dado o 25 de
Abril. (Francisca Rosa)

-Em casa. (Vitória Martins)

-Estava em casa. (Manuel Traquinas Pires)

-Em Aldeia Velha, no Monte Novo .(Edite Rodrigues)

- Estava na escola, ainda era estudante. (António Prates)
2) O que fez nesse dia?


- Trabalhava   num aviário. (Jerónima Barradas)

-Ficámos em casa, pois ninguém sabia ao certo o
 que tinha acontecido. (Mário Sameiro)

-Nesse dia soube pela rádio que tinha havido uma
-revolução cujo objetivo era derrubar a ditadura. (Leonor Xavier).

-Trabalhei (pedreiro) e ouvia as notícias na rádio sobre o golpe de estado feito pelos
militares. (João Carreiras)

-Fiquei cheia de medo porque pensava que havia guerra em Lisboa. (Senhorinha
Ferreira)
-Liguei o rádio e dava sempre a mesma música e estava ansiosa por não
saber o que se passava. (Vitória Martins)

-Foi um dia normal. (Manuel Traquinas Pires)

-Não fiz nada. (Edite Rodrigues)

-Estudei. (António Prates)
3) Como se vivia antes do 25 de Abril de 74?


 -Vivíamos mal, não havia trabalho, não tínhamos férias, nem feriados.
(Jerónima Barradas)

  - Passava-se muita necessidade e vivia-se oprimido, pois vivíamos numa
ditadura que nos impedia de manifestar as nossas vontades. (Mário Sameiro)

 -Vivia-se mal, não havia liberdade, nem direitos. (Leonor Xavier).

 - Mal, não havia trabalho nem condições de sobrevivência. (João Carreiras)
- Vivia-se mal, não havia liberdade de expressão. (Senhorinha Ferreira)

-Vivia-se muito mal, ganhava-se muito pouco. (Francisca Rosa)

- Vivíamos mais pobres. (Vitória Martins)

-Era melhor que presentemente (Manuel Traquinas Pires)

-Vivia-se mal e com muito medo. (Edite Rodrigues)

- Vivia-se com dificuldade e sem as liberdades de agora. (António Prates)
4) Andou ou conhece alguém que tivesse combatido nas guerras do
ultramar? Como era a guerra?

-O meu marido esteve 2 anos (veio em 1970) em Moçambique. A guerra era uma
injustiça era matar os pretos. (Jerónima Barradas)

-Eu não, mas todos os meus tios andaram. Era uma guerra violenta e injusta.
(Mário Sameiro)

-Não fui mas conheço, foram dois irmãos meus. Matavam-se uns aos outros. (João
Carreiras)

-Conheceu pessoas que combateram numa guerra
injusta e cruel. Portugal pretendia colonizar os povos
 daqueles países sem lhe dar liberdade de eles
decidirem por eles próprios. (Leonor Xavier).
-Conheci. A guerra era dar tiros uns aos outros. (Vitória Martins)

-Não fui à guerra. (Manuel Traquinas Pires)

-Fui militar e fui à guerra de Angola. Nos anos de 1965 a 1967. (Francisco
Rosado)

-O meu marido. Andava aos tiros e a matar na Guiné. (Edite Rodrigues)

- Conheço o meu tio. A guerra era cruel (António Prates)
5) Qual foi o(s) sentimento(s) que viveu nesses tempos (25 de Abril)?

-Fomos sabendo pelos familiares notícias de Portugal, voltamos no ano seguinte.
Formaram-se as cooperativas, começou a haver mais trabalho e as pessoas
passaram a ter mais liberdade. (Jerónima Barradas)

-Um sentimento de liberdade, pois com o 25 de Abril e pôs-se fim a um regime de
ditadura. Passamos a ter liberdade para fazer e pensarmos sem medo da ditadura.
(Mário Sameiro)

-Alegria, liberdade, confiança, paz e criou-se um país
  novo com direitos e trabalho, saúde para todos,
 direito à educação, conquistou-se o Poder Local
 Democrático e realizou-se a Reforma Agrária.
 (Leonor Xavier).

-Foi uma alegria porque tinha esperança de viver
 melhor. (João Carreiras)
-Com medo porque pensava que não ia dar em nada (Senhorinha Ferreira)

-Muitos bons, muito bonitos. A festa dos cravos
 foi a coisa mais linda. (Francisca Rosa)

-Com muita alegria. (Vitória Martins)

-De alegria e agora é de tristeza.
 (Manuel Traquinas Pires)

- Com esperança e alegria. (Edite Rodrigues)

-Liberdade e alegria. (António Prates)

- Fiquei muito contente, foi uma coisa muito
boa para toda a gente. Havia muito trabalho.
(Francisca Rosa)

                                                    “E depois do adeus”- Paulo de Carvalho

  Trabalho realizado pela turma de 4º Ano de Avis

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25 de abril 1974 (1)

  • 1. 25 de abril de 1974 entrevistas
  • 2. 1) Onde estava no dia 25 de Abril de 1974? -Estava no Luxemburgo, vimos na televisão muitos soldados na rua. (Jerónima Barradas) -Estava em casa. (Mário Sameiro) -Estava a trabalhar numa plantação de eucaliptos. (Leonor Xavier). -Estava em casa, levantei-me cedo para ir trabalhar. (João Carreiras) -Em Avis. (Senhorinha Ferreira) -Nos Covões a morar lá, e tinha uma telefonia que dizia que se tinha dado o 25 de Abril. (Francisca Rosa) -Em casa. (Vitória Martins) -Estava em casa. (Manuel Traquinas Pires) -Em Aldeia Velha, no Monte Novo .(Edite Rodrigues) - Estava na escola, ainda era estudante. (António Prates)
  • 3. 2) O que fez nesse dia? - Trabalhava num aviário. (Jerónima Barradas) -Ficámos em casa, pois ninguém sabia ao certo o que tinha acontecido. (Mário Sameiro) -Nesse dia soube pela rádio que tinha havido uma -revolução cujo objetivo era derrubar a ditadura. (Leonor Xavier). -Trabalhei (pedreiro) e ouvia as notícias na rádio sobre o golpe de estado feito pelos militares. (João Carreiras) -Fiquei cheia de medo porque pensava que havia guerra em Lisboa. (Senhorinha Ferreira)
  • 4. -Liguei o rádio e dava sempre a mesma música e estava ansiosa por não saber o que se passava. (Vitória Martins) -Foi um dia normal. (Manuel Traquinas Pires) -Não fiz nada. (Edite Rodrigues) -Estudei. (António Prates)
  • 5. 3) Como se vivia antes do 25 de Abril de 74? -Vivíamos mal, não havia trabalho, não tínhamos férias, nem feriados. (Jerónima Barradas) - Passava-se muita necessidade e vivia-se oprimido, pois vivíamos numa ditadura que nos impedia de manifestar as nossas vontades. (Mário Sameiro) -Vivia-se mal, não havia liberdade, nem direitos. (Leonor Xavier). - Mal, não havia trabalho nem condições de sobrevivência. (João Carreiras)
  • 6. - Vivia-se mal, não havia liberdade de expressão. (Senhorinha Ferreira) -Vivia-se muito mal, ganhava-se muito pouco. (Francisca Rosa) - Vivíamos mais pobres. (Vitória Martins) -Era melhor que presentemente (Manuel Traquinas Pires) -Vivia-se mal e com muito medo. (Edite Rodrigues) - Vivia-se com dificuldade e sem as liberdades de agora. (António Prates)
  • 7. 4) Andou ou conhece alguém que tivesse combatido nas guerras do ultramar? Como era a guerra? -O meu marido esteve 2 anos (veio em 1970) em Moçambique. A guerra era uma injustiça era matar os pretos. (Jerónima Barradas) -Eu não, mas todos os meus tios andaram. Era uma guerra violenta e injusta. (Mário Sameiro) -Não fui mas conheço, foram dois irmãos meus. Matavam-se uns aos outros. (João Carreiras) -Conheceu pessoas que combateram numa guerra injusta e cruel. Portugal pretendia colonizar os povos daqueles países sem lhe dar liberdade de eles decidirem por eles próprios. (Leonor Xavier).
  • 8. -Conheci. A guerra era dar tiros uns aos outros. (Vitória Martins) -Não fui à guerra. (Manuel Traquinas Pires) -Fui militar e fui à guerra de Angola. Nos anos de 1965 a 1967. (Francisco Rosado) -O meu marido. Andava aos tiros e a matar na Guiné. (Edite Rodrigues) - Conheço o meu tio. A guerra era cruel (António Prates)
  • 9. 5) Qual foi o(s) sentimento(s) que viveu nesses tempos (25 de Abril)? -Fomos sabendo pelos familiares notícias de Portugal, voltamos no ano seguinte. Formaram-se as cooperativas, começou a haver mais trabalho e as pessoas passaram a ter mais liberdade. (Jerónima Barradas) -Um sentimento de liberdade, pois com o 25 de Abril e pôs-se fim a um regime de ditadura. Passamos a ter liberdade para fazer e pensarmos sem medo da ditadura. (Mário Sameiro) -Alegria, liberdade, confiança, paz e criou-se um país novo com direitos e trabalho, saúde para todos, direito à educação, conquistou-se o Poder Local Democrático e realizou-se a Reforma Agrária. (Leonor Xavier). -Foi uma alegria porque tinha esperança de viver melhor. (João Carreiras)
  • 10. -Com medo porque pensava que não ia dar em nada (Senhorinha Ferreira) -Muitos bons, muito bonitos. A festa dos cravos foi a coisa mais linda. (Francisca Rosa) -Com muita alegria. (Vitória Martins) -De alegria e agora é de tristeza. (Manuel Traquinas Pires) - Com esperança e alegria. (Edite Rodrigues) -Liberdade e alegria. (António Prates) - Fiquei muito contente, foi uma coisa muito boa para toda a gente. Havia muito trabalho. (Francisca Rosa) “E depois do adeus”- Paulo de Carvalho Trabalho realizado pela turma de 4º Ano de Avis