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O Mito da Caverna 
Extraído de "A República" de Platão . 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291 
SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à 
ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em 
morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a 
infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e 
só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. 
Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos 
imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os 
tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos 
bonecos maravilhosos que lhes exibem. 
GLAUCO - Imagino tudo isso. 
SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos 
que se 
elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou 
madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam 
em silêncio. 
GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos! 
SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver 
de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do 
fogo, na parede que lhes fica fronteira? 
GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida. 
SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as 
sombras? 
GLAUCO - Não. 
SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das 
sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam? 
GLAUCO - Sem dúvida. 
SÓRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, 
não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?
GLAUCO - Claro que sim. 
SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das 
figuras que desfilaram. 
GLAUCO - Necessariamente. 
SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e 
do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se 
de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer 
tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de 
discernir os objetos cuja sombra antes via. 
Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto 
fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via 
com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam 
ante os olhos, o obrigasse a dizer o 
que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via 
era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados? 
GLAUCO - Sem dúvida nenhuma. 
SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras 
que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora 
mostrados? 
GLAUCO - Certamente. 
SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, 
para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos 
lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor 
ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem 
reais? 
GLAUCO - A princípio nada veria. 
SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior. 
Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros 
seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, 
contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia. 
GLAUCO - Não há dúvida.
SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, 
primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio 
lugar, tal qual é. 
GLAUCO - Fora de dúvida. 
SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que 
produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa 
de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna. 
GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões. 
SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de 
escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança 
sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram? 
GLAUCO - Evidentemente. 
SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e 
mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão 
dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em 
lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no 
cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de 
Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras 
ilusões e viver a vida que antes vivia? 
GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a 
viver da maneira antiga. 
SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a 
caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à 
obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas? 
GLAUCO - Certamente. 
SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria 
antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as 
sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em 
cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, 
cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o 
mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto? 
GLAUCO - Por certo que o fariam. 
SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta 
imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo
visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a 
contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que 
o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é 
verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo 
inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, 
conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da 
luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e 
sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos 
negócios particulares e públicos.

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  • 1. O Mito da Caverna Extraído de "A República" de Platão . 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291 SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que lhes exibem. GLAUCO - Imagino tudo isso. SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio. GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos! SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica fronteira? GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida. SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as sombras? GLAUCO - Não. SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam? GLAUCO - Sem dúvida. SÓRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?
  • 2. GLAUCO - Claro que sim. SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das figuras que desfilaram. GLAUCO - Necessariamente. SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via. Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigasse a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados? GLAUCO - Sem dúvida nenhuma. SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados? GLAUCO - Certamente. SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem reais? GLAUCO - A princípio nada veria. SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior. Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia. GLAUCO - Não há dúvida.
  • 3. SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal qual é. GLAUCO - Fora de dúvida. SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna. GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões. SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram? GLAUCO - Evidentemente. SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras ilusões e viver a vida que antes vivia? GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a viver da maneira antiga. SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas? GLAUCO - Certamente. SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto? GLAUCO - Por certo que o fariam. SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo
  • 4. visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos.