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Riscos Ambientais e as questões de segurança dos trabalhadores

                                                               Prof. Eng. Antonio Fernando Navarro


O ambiente de trabalho é sempre um local que trás riscos aos trabalhadores, alguns podem estar
relacionados ao layout adotado pela empresa, outras a fatores de iluminação ou ventilação, ou ainda
aqueles associados à operação e funcionamento dos equipamentos. São os chamados riscos
ambientais.


Riscos ambientais são os provocados pelos agentes dispersos no ambiente de trabalho, que podem
ocasionar danos à saúde do trabalhador. Os agentes podem ser físicos, químicos ou biológicos.

  Agentes físicos:    ruído, vibrações, calor, frio, pressões anormais, radiações ionizantes ou
                      não, iluminação, umidade.
  Agentes             névoas, neblinas, poeiras, fumos, gases e vapores.
  químicos:
  Agentes             bactérias, fungos, parasitas, bacilos, vírus e outros.
  biológicos:

Observações:

1) Considerações gerais:

⇒ o diâmetro das partículas respiráveis pelo homem varia de 0,5 µ a 10 µ. As partículas menores
  do que 0,5 µ não são retidas;
⇒ em trabalhos de galvanoplastia, a neblina expelida de cianeto de cromo provoca o câncer
  respiratório;
⇒ as neblinas de ácido sulfúrico observadas no carregamento de baterias atacam seriamente as
  construções;
⇒ os fumos (diâmetros da ordem de 0,1 µ) formados pelo aquecimento de um metal acima do
  ponto de ebulição dele devem ser observados com cuidado, principalmente o de cloreto de
  amônia (NH4Cl), altamente tóxico;
⇒ o zinco, o alumínio e o antimônio, em doses normais são atóxicos;
⇒ a sílica (SiO2) provoca uma grave doença pulmonar denominada de silicose. ! cm3 de sílica
  polui 2.000 cm3 de ar;
⇒ as partículas de PVC (poeiras) provocam câncer de bexiga;
⇒ toda matéria orgânica, finamente pulverizada e em suspensão no ar oxida-se violentamente,
  quase sempre explosivamente.
2) Doenças profissionais causadas por agentes físico-químicos

Algumas das substâncias causadoras de doenças profissionais encontram-se listadas a seguir.
Destaca-se que os limites máximos de tolerância não devem ser empregados como argumento de
atendimento à lei para a proteção dos trabalhadores. As empresas têm obrigação de eliminar os
riscos existentes antes de disponibilizar aos trabalhadores os equipamentos de proteção coletiva ou
individuais.


Acima dos limites de tolerância especificados em normas os produtos podem causar os seguintes
sintomas, ou os seguintes males, ou atuar ou agir nos órgãos descritos a seguir:

   monóxido de carbono

   • morte súbita, quando em grande concentração e em exposição demorada;
   • cefaléia;
   • perda parcial da capacidade de visão a cores;
   • enjôos, náuseas e vômitos.

   amônia, cloro e seus derivados ácidos, dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio

   • irritação das mucosas respiratórias e oculares;
   • infecções crônicas das vias respiratórias, do tipo: bronquites, pneumonias, tuberculoses e
   supurações pulmonares.

   sulfeto de hidrogênio (H2S)

   • efeito irritante das mucosas oculares, particularmente através de conjuntivites químicas;
   • afeta o sistema nervoso central.

   Sulfeto de Carbono (CS2)

   • provoca alterações no sistema nervoso central;
   • ataca os rins;
   • afeta as arteríolas oculares.

   Benzeno (C6H6)

   • age diretamente sobre a medula óssea, provocando anemia;
   • gera euforia;
   • provoca cefaléia;
   • gera hipertonia;
• produz necrose;
• produz leucopenia.

Chumbo

• atua sobre os ossos;
• atua sobre o estômago;
• atua sobre o sistema nervoso central;
• atua sobre o sistema neuro-muscular.

Mercúrio

• atua sobre o aparelho digestivo;
• provoca a queda de dentes;
• provoca lesões cutâneas;
• gera distúrbios neuro-psiquicos;
• provoca enterocolites hemorrágicas.

Manganês

    Causa mal de Parkinson.

Benzol, fósforo e sulfeto de carbono

    Causam quando em contato direto com o corpo humano:

• lesões na pele;
• anemias;
• hemorragias;
• leucopenia;
• plaquetopenia.

Benzopireno, dietilsulfato, metilcolantreno, dimetilsulfato, metilbenzilidrazina

    Podem apresentar efeitos carcinogênicos pré-natal.

Agentes de limpeza à base de hipoclorito

• provocam irritação ou corrosão da pele, quando em contato;
• dores na boca, esôfago e estômago; sialorréia; vômitos; edema de glote, quando ingerido.

Agentes de limpeza à base de amônia

• quando em contato direto provocam:
→ queimaduras;
  → dermatites intensas, etc.

• quando ingerido, provocam:
  → dores na boca, esôfago e estômago;
  → sialorréia;
  → vômitos intensos;
  → hematênese;
  → distúrbios circulatórios;
  → pneumonias químicas.

Agentes de limpeza à base de óleo de pinho

• provoca irritações e dores no estômago;
• gera gastrite hemorrágica;
• induz a depressão do sistema nervoso central;
• provoca hipotermia;
• provoca distúrbios respiratórios.

Produtos de limpeza à base de ácido clorídrico ou fosfórico, oxalatos, carbonatos, silicatos,
compostos fenólicos

    Geram graves lesões cáusticas e distúrbios gastrointestinais.

Acetona

    O contato direto com a substância gera:

• dermatites;
• cefaléias;
• náuseas;
• hematênese;
• narcose;
• coma.

Bórax

    Os efeitos do Bórax sobre o corpo humano são:

• eritema;
• lesões renais;
• lesões hepáticas;
• distúrbios neurológicos;
• hipotensão.
Cânfora

    A cânfora, quando em contato com o corpo humano pode provocar:

• cefaléia;
• tonturas;
• distúrbios psíquicos;
• espasmos musculares.

Fenol

    Os efeitos que se manifestam na presença do fenol são:

• cefaléia;
• anorexia;
• tremores;
• convulsões;
• sudorese.

Formaldeído

    O contato com o formaldeído pode produzir:

• dores intensas na boca e faringe;
• diarréia;
• vertigens;
• convulsões;
• torpor;
• coma.

Hexano

    O hexano quando aspirado ou em contato direto produz:

• depressão no sistema nervoso central;
• asfixia.

Tolueno

    O produto, acima dos limites de tolerância, pode ser causador de:

• bronquite;
• pneumonia;
• náuseas;
  • vômitos;
  • lesões renais.

  Agentes cancerígenos

       São considerados agentes cancerígenos:

    • carvão (ataca a pele);
    • alcatrão (provoca sarcomas);
    • dibenzoantraceno e benzopireno (provoca câncer nas mãos, lábios, face e escroto);
    • hidrocarbonetos obtidos entre 270ºC e 360ºC - parafinas; óleos pesados; graxas;
     lubrificantes; óleos isolantes;
    • éter.

A empresa deve disponibilizar aos trabalhadores, quando técnicamente não há como evitar-se o
contato direto ou acidental dos trabalhadores com esses produtos, dispositivos de proteção
individual que sejam os mais adequados. Torna-se importante salientar que o simples fato de a
empresa disponibilizar os EPIs não tira a responsabilidade da empresa pelos acidentes que possam
ocorrer. É importante que o emprego dos EPIs seja acompanhado pelos profissionais de segurança
da empresa e que os trabalhadores saibam como utilizá-los adequadamente.


  Bibliografia Suplementar

       Como leitura suplementar recomendamos:

  Produtos Químicos Agressivos - Weyne, G.R. de Sá - Nobel - São Paulo - 1982.
  Chemical Proses Industries - Shreve,N. - McGraw Hill.
  Back,C.K. & Van Stee E.W. - Toxicology of Haloalkane Propellants and Fire
  Extinguishants - Pharmacol Toxicol - 1977.
  Gosselin,R.E. , Hodge,H.C. , Smith,R. & Gleason,M.N. - Clinical Toxicology of
  Commercial Products - Willians & Wilkins - 1977.
  Christensen,H.E. & Cols - The Toxic Substance List - US Depto Health Educational Welf.
  - 1974.
  Schvartsman,S. - Produtos Químicos de Uso Domiciliar - Segurança e Riscos
  Toxicológicos - Almed - 1980.

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Riscos ambientais e as questões de segurança dos trabalhadores

  • 1. Riscos Ambientais e as questões de segurança dos trabalhadores Prof. Eng. Antonio Fernando Navarro O ambiente de trabalho é sempre um local que trás riscos aos trabalhadores, alguns podem estar relacionados ao layout adotado pela empresa, outras a fatores de iluminação ou ventilação, ou ainda aqueles associados à operação e funcionamento dos equipamentos. São os chamados riscos ambientais. Riscos ambientais são os provocados pelos agentes dispersos no ambiente de trabalho, que podem ocasionar danos à saúde do trabalhador. Os agentes podem ser físicos, químicos ou biológicos. Agentes físicos: ruído, vibrações, calor, frio, pressões anormais, radiações ionizantes ou não, iluminação, umidade. Agentes névoas, neblinas, poeiras, fumos, gases e vapores. químicos: Agentes bactérias, fungos, parasitas, bacilos, vírus e outros. biológicos: Observações: 1) Considerações gerais: ⇒ o diâmetro das partículas respiráveis pelo homem varia de 0,5 µ a 10 µ. As partículas menores do que 0,5 µ não são retidas; ⇒ em trabalhos de galvanoplastia, a neblina expelida de cianeto de cromo provoca o câncer respiratório; ⇒ as neblinas de ácido sulfúrico observadas no carregamento de baterias atacam seriamente as construções; ⇒ os fumos (diâmetros da ordem de 0,1 µ) formados pelo aquecimento de um metal acima do ponto de ebulição dele devem ser observados com cuidado, principalmente o de cloreto de amônia (NH4Cl), altamente tóxico; ⇒ o zinco, o alumínio e o antimônio, em doses normais são atóxicos; ⇒ a sílica (SiO2) provoca uma grave doença pulmonar denominada de silicose. ! cm3 de sílica polui 2.000 cm3 de ar; ⇒ as partículas de PVC (poeiras) provocam câncer de bexiga; ⇒ toda matéria orgânica, finamente pulverizada e em suspensão no ar oxida-se violentamente, quase sempre explosivamente.
  • 2. 2) Doenças profissionais causadas por agentes físico-químicos Algumas das substâncias causadoras de doenças profissionais encontram-se listadas a seguir. Destaca-se que os limites máximos de tolerância não devem ser empregados como argumento de atendimento à lei para a proteção dos trabalhadores. As empresas têm obrigação de eliminar os riscos existentes antes de disponibilizar aos trabalhadores os equipamentos de proteção coletiva ou individuais. Acima dos limites de tolerância especificados em normas os produtos podem causar os seguintes sintomas, ou os seguintes males, ou atuar ou agir nos órgãos descritos a seguir: monóxido de carbono • morte súbita, quando em grande concentração e em exposição demorada; • cefaléia; • perda parcial da capacidade de visão a cores; • enjôos, náuseas e vômitos. amônia, cloro e seus derivados ácidos, dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio • irritação das mucosas respiratórias e oculares; • infecções crônicas das vias respiratórias, do tipo: bronquites, pneumonias, tuberculoses e supurações pulmonares. sulfeto de hidrogênio (H2S) • efeito irritante das mucosas oculares, particularmente através de conjuntivites químicas; • afeta o sistema nervoso central. Sulfeto de Carbono (CS2) • provoca alterações no sistema nervoso central; • ataca os rins; • afeta as arteríolas oculares. Benzeno (C6H6) • age diretamente sobre a medula óssea, provocando anemia; • gera euforia; • provoca cefaléia; • gera hipertonia;
  • 3. • produz necrose; • produz leucopenia. Chumbo • atua sobre os ossos; • atua sobre o estômago; • atua sobre o sistema nervoso central; • atua sobre o sistema neuro-muscular. Mercúrio • atua sobre o aparelho digestivo; • provoca a queda de dentes; • provoca lesões cutâneas; • gera distúrbios neuro-psiquicos; • provoca enterocolites hemorrágicas. Manganês Causa mal de Parkinson. Benzol, fósforo e sulfeto de carbono Causam quando em contato direto com o corpo humano: • lesões na pele; • anemias; • hemorragias; • leucopenia; • plaquetopenia. Benzopireno, dietilsulfato, metilcolantreno, dimetilsulfato, metilbenzilidrazina Podem apresentar efeitos carcinogênicos pré-natal. Agentes de limpeza à base de hipoclorito • provocam irritação ou corrosão da pele, quando em contato; • dores na boca, esôfago e estômago; sialorréia; vômitos; edema de glote, quando ingerido. Agentes de limpeza à base de amônia • quando em contato direto provocam:
  • 4. → queimaduras; → dermatites intensas, etc. • quando ingerido, provocam: → dores na boca, esôfago e estômago; → sialorréia; → vômitos intensos; → hematênese; → distúrbios circulatórios; → pneumonias químicas. Agentes de limpeza à base de óleo de pinho • provoca irritações e dores no estômago; • gera gastrite hemorrágica; • induz a depressão do sistema nervoso central; • provoca hipotermia; • provoca distúrbios respiratórios. Produtos de limpeza à base de ácido clorídrico ou fosfórico, oxalatos, carbonatos, silicatos, compostos fenólicos Geram graves lesões cáusticas e distúrbios gastrointestinais. Acetona O contato direto com a substância gera: • dermatites; • cefaléias; • náuseas; • hematênese; • narcose; • coma. Bórax Os efeitos do Bórax sobre o corpo humano são: • eritema; • lesões renais; • lesões hepáticas; • distúrbios neurológicos; • hipotensão.
  • 5. Cânfora A cânfora, quando em contato com o corpo humano pode provocar: • cefaléia; • tonturas; • distúrbios psíquicos; • espasmos musculares. Fenol Os efeitos que se manifestam na presença do fenol são: • cefaléia; • anorexia; • tremores; • convulsões; • sudorese. Formaldeído O contato com o formaldeído pode produzir: • dores intensas na boca e faringe; • diarréia; • vertigens; • convulsões; • torpor; • coma. Hexano O hexano quando aspirado ou em contato direto produz: • depressão no sistema nervoso central; • asfixia. Tolueno O produto, acima dos limites de tolerância, pode ser causador de: • bronquite; • pneumonia;
  • 6. • náuseas; • vômitos; • lesões renais. Agentes cancerígenos São considerados agentes cancerígenos: • carvão (ataca a pele); • alcatrão (provoca sarcomas); • dibenzoantraceno e benzopireno (provoca câncer nas mãos, lábios, face e escroto); • hidrocarbonetos obtidos entre 270ºC e 360ºC - parafinas; óleos pesados; graxas; lubrificantes; óleos isolantes; • éter. A empresa deve disponibilizar aos trabalhadores, quando técnicamente não há como evitar-se o contato direto ou acidental dos trabalhadores com esses produtos, dispositivos de proteção individual que sejam os mais adequados. Torna-se importante salientar que o simples fato de a empresa disponibilizar os EPIs não tira a responsabilidade da empresa pelos acidentes que possam ocorrer. É importante que o emprego dos EPIs seja acompanhado pelos profissionais de segurança da empresa e que os trabalhadores saibam como utilizá-los adequadamente. Bibliografia Suplementar Como leitura suplementar recomendamos: Produtos Químicos Agressivos - Weyne, G.R. de Sá - Nobel - São Paulo - 1982. Chemical Proses Industries - Shreve,N. - McGraw Hill. Back,C.K. & Van Stee E.W. - Toxicology of Haloalkane Propellants and Fire Extinguishants - Pharmacol Toxicol - 1977. Gosselin,R.E. , Hodge,H.C. , Smith,R. & Gleason,M.N. - Clinical Toxicology of Commercial Products - Willians & Wilkins - 1977. Christensen,H.E. & Cols - The Toxic Substance List - US Depto Health Educational Welf. - 1974. Schvartsman,S. - Produtos Químicos de Uso Domiciliar - Segurança e Riscos Toxicológicos - Almed - 1980.