O documento discute os seguintes tópicos:
1) A semiótica estuda os modos como o homem significa o que o rodeia através de sistemas de signos;
2) A semiótica analisa diversos sistemas sígnicos como artes visuais, música, fotografia, cinema, entre outros;
3) Ao longo da história, diferentes teóricos desenvolveram abordagens à semiótica, como a visão triádica dos estoicos e as teorias de Saussure, Peirce e Greimas.
2. O que é semiótica ?
A Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") é
a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos
os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos,
isto é, sistemas de significação.
3. SEMIOSE
• Dentro da ciência dos signos (Semiologia;
Semiótica), semiose foi o termo introduzido por
Charles Sanders Peirce para designar o processo
de significação, ..
4. Ocupa-se do estudo do processo de significação ou
representação, na natureza e na cultura, do
conceito ou da idéia. Mais abrangente que a
lingüística, a qual se restringe ao estudo dos
signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da
linguagem verbal, esta ciência tem por objeto
qualquer sistema sígnico
6. Música
Quando se questiona qual é o significado da
música pode-se encontrar diversas respostas, tais como:
'a música não tem significado', 'a música significa formas
e sentimentos', 'a música significa as emoções', etc.
Semiótica da música é a ciência que estuda o
significado musical: das bases acústicas à composição,
das obras à percepção; da estética à musicologia, etc. Na
verdade, questões de significação são tão antigas como
a própria música.
7. Fotografia
Não é fácil, definir semioticamente, a
foto. No entanto, o que se pode afirmar
é que ela se baseia na imagem que
funciona como ícone e índice: como
representação da realidade e relação
causal com a realidade,
respectivamente.
A imagem fotográfica ou a semiótica da fotografia atua
como uma mensagem multicodificada representando
suas próprias codificações biossociais, psicossociais,
simbólicas, retóricas ou lingüísticas no nível da realidade
representada, assim como a verbalização da imagem.
8. Dança
Para uma semiótica da dança, o principal objeto de
estudo é a dança como signo, como complexo e
rede de signos; seus criadores e realizadores são
designers de signos; e seus espectadores são
leitores de signos. Um desenvolvimento de
ferramentas inéditas em domínios de crítica e teoria
da dança deve potencialmente fornecer a
realizadores, criadores e professores um acervo
novo de idéias e conceitos sobre suas tarefas e
concepções sobre dança. Deve-se supor que uma
compreensão de que a dança é um fenômeno
complexo de linguagem, e o conhecimento dos
processos estruturais que envolve, interfere
diretamente nas ações pedagógicas e criativas de
professores e artistas.
9. Religião
As pessoas acreditam, seguem, idolatram, morrem e matam
por Jesus, Deus, Alá, Moises, etc. Nunca questionam as
ordens e os ensinamentos que são passadas de pai para filho
de geração em geração e ao longo do tempo vão se
espalhando em torno do mundo. A semiótica da paixão
se faz presente nessas religiões pelo modo como uma grande
parte das pessoas age influenciada ou em defesa dessas
religiões. Ao longo da evolução do mundo varias divergências
foram criadas, guerras iniciadas, avanços tecnológicos foram
atrasados, tudo isso em nome da religião, dos dogmas e
regras estipuladas pelas mesmas.
10. “ A semiótica é um saber muito antigo, que
estuda os modos como o homem significa o
que o rodeia. ”
11. História da semiótica e de suas teorias
1. História terminológica
2. História epistemológica
12. 1. História terminológica
Sema = sinal, signo
Semeîon (sing.) = signo; semeia (pl.) = signos
Semeîo- = radical do termo designativo semeiotica e
semeiologia
Semeiotics (semeiötiké) = ciência das relações das funções dos
signos: significação e geração de interpretantes.
Semio- de semiótica e de semiologia é transliteração latinizada
de semeîo
Semiotics e Semiology = derivações terminológicas da
analogia com outras denominações científicas na língua
inglesa: Linguistics, Mathematics, Physics.
13. Semaîno: verbo utilizado pelo grego para significar a
revelação dos deuses no tempo e no espaço.
No Timaeus de Platão, trata-se de um semeîon que
refere-se à coisa dita e à visão que ela provoca na
mente.
14. 2. História epistemológica
Antigüidade
Idade Média e Renascimento
Empirismo (sécs. XVII e XVIII)
Século XX: Semiótica lingüística, lógica, biológica,
cognitiva e desdobramentos.
15. Antigüidade (Grécia e Mesopotâmia)
Advinhação – Revelação – Medicina: Platão e Aristóteles –
Estóicos – Epicuristas – Agostinho
concepção de semiótica como processo cognitivo para a
interpretação dos signos enviados por deuses.
signo (semeîon) como instrumento de mediação entre o
conhecimento ilimitado dos deuses e o conhecimento
limitado dos homens
os deuses não falam a mesma linguagem que os homens;
os sons das palavras podem sem humanos mas os
significados situam-se em esferas divinas
16. invenção da escrita
prática da medicina a partir do modelo semiótico de
conhecimento
Platão: distingue entre teoria dos signos (percepção) e teoria
da linguagem (nomeação)
Aristóteles: a teoria da linguagem refere-se ao mundo verbal
em sua expressão lingüística; a teoria dos signos foi
desenvolvida pelos silogismos de caráter lógico e
epistemológico. A noção de semeîon pertence a uma esfera
diferente de teoria.
17. Estoicos (300 aC – 200 dC): desenvolvem a noção do
triângulo semiótico examinando a relação entre a
linguagem, o pensamento e o objeto exterior.
Enunciação
semaînon: o que se percebe como signo (significante)
semainomenon: refere-se à significação (significado)
semeîon: elemento ao que o signo se refere sem
coincidir com ele
Contra este modelo triádico se opõe o modelo diádico dos epicuristas
que não reconhecem o significado material do signo.
18. Agostinho (Aurelio – 354-430)
Considerado o fundador da semiótica com suas obras: De Magisto (389),
De Doctrina Christiana (397), Principia Dialecticae (384).
Semiótica teológica.
Signa: signo verbal, gestos, insígnias militares, fala.
Fusão entre teoria dos signos e teoria da linguagem.
Enunciação: expressão lingüística = verbum (palavra) onde: significante
e significado operam juntamente.
19. Definições de signo em Agostinho:
O signo é, portanto, uma coisa que, além da impressão que produz nos
sentidos, faz com que outra coisa venha à mente como conseqüência
de si mesmo (De Doctrina Christiana).
Todo signo é, ao mesmo tempo, alguma coisa, visto que se não fosse
alguma coisa não existiria. Porém, não são todas as coisas signos ao
mesmo tempo (ibidem).
Em De Magistro afirma a linguagem como sistema de representação
mediada pela mente a partir da qual uma diversidade de sistemas de
signos podem ser gerados. A linguagem desempenha uma função
informativa uma vez que o signo, em si, não é capaz de produzir a
informação.
20. Idade Média e Renascimento
Semiótica é uma das três ciências escolásticas: Philosophia Naturalis,
Philosophia Moralis e Scientia de Signis.
Jean Poinsot (1589-1644)
signo como instrumento cognitivo e de comunicação
Roger Bacon (1215-1294): tratado De Signis.
21. Empirismo inglês (sécs. XVII e XVIII)
John Locke (1632-1704): formulou a doutrina dos signos como
Semeiotiké (An Essay on Human Understanding, 1690) em que os
signos são focalizados como instrumentos cognitivos e os divide em
duas classes: palavras e idéias.
Com palavras e idéias acreditava ser possível um outro tipo de lógica.
22. Século XX
Semiologia: Ferdinand Saussure (1857-1913).
Ciência para o estudo da vida dos signos na vida social da qual a
Lingüística seria apenas uma parte.
Semiologia tem por objeto o signo verbal – aquele que é dotado
capacidade de se referir a signos de outra natureza num processo a que
damos o nome de significação.
O signo lingüístico é a palavra que, por natureza, possui dois códigos
diferentes: oral e escrito. A palavra é um signo que articula duas
esferas independentes: o significante e o significado.
Signo lingüístico = significante + significado
Signo = palavra falada ou escrita
Significante = imagem sensorial ou conjunto de sons
Significado = imagem mental ou conceito
A relação entre significante e significado é arbitrária.
23. Semeiotics: Charles Sanders Peirce (1839-1914)
Objeto de estudo: signo e semiose
Signo (ou representamen): qualquer coisa que está para
quem quer que seja no lugar de qualquer coisa em certas
circunstâncias.
Ou seja: o signo diz respeito a associações e representações
de algo para alguém, sob certos aspectos e em certa medida.
Nesse sentido, o signo é um primeiro que se relaciona com
um segundo – seu objeto – e que gera um terceiro, o
interpretante.
Semiose: atividade (ação do signo) no processo de geração
de interpretantes e Semiótica a ciência para seu estudo.
24. Doutrina dos signos:
Signo como relação triádica: signo, objeto, interpretante.
Classes de signos e geração de interpretantes: tricotomias
Categorias universais para o estudo da lógica das relações
triádicas: primeiridade, secundidade, terceiridade
Pragmatismo: variedades de semioses emergentes do
processamento da inteligência ou da inteligência capz de
aprender com a experiência.
25. Semiótica discursiva: Algirdas Julien Greimas
(1917-1992) e a Escola de Paris.
Semiótica como teoria da significação a partir do estudo da dinâmica da
geração de sentido em planos de expressão e de conteúdo; da relação
opositiva elementar entre termos semânticos; da figurativização;
relações lógicas de complementaridade e contrariedade (quadrado
semiótico); das isotopias
Estudo do discurso com base no estudo da estrutura narrativa que se
manifesta em qualquer texto.
Semiótica narrativa e modalização.
26. Semiótica da cultura: Escola de Tártu-Moscou
• Estudo das relações entre sistemas de signos da cultura em sua
capacidade de comunicação.
• Sistema de signos como construção de linguagem desenvolvido por
códigos.
• Relações entre os sistemas de signos da cultura se dá por processos de
modelização.
• Cultura e sistemas de signos constituem textos.
• Cultura se desenvolve com a diversificação de suas linguagens.
27. Semiótica cognitiva: Jakob von Uexküll (1899-
1940)
Estudo da semiose como processo de significação em diferentes esferas
da vida, do bios.
Categoria central: Umwelt – estrutura de experiência em termos de
subjetivação que é comum a seres vivos.
28. História textual da semiótica
Objeto da indagação: textos culturais ou sistemas
semióticos.
Construção de metalinguagens científicas a partir da
experiência: os sistemas semióticos não são dados mas
construídos.
Problematização de conceitos (em autores e teorias) na
perspectiva da Poética Sincrônica segundo Roman Jakobson
e Haroldo de Campos.
Observação da evolução das formas nas dimensões de
temporalidades.
30. História textual: textos culturais em sistemas
semióticos organizados segundo a lógica interna
da cultura:
1. transformação da informação em texto
2. desenvolvimento de memória
3. produção de inteligência
Códigos
Programas de ação
Emergência da Informação nova
31.
32.
33. Transformação da informação em texto:
Codificação = Transdução ( transformação de energia)
transmissão no espaço (físico)
transformação no tempo (ambiente)
34. A FENOMENOLOGIA E A
SEMIÓTICA
DIFERENTES PONTOS DE VISTA PARA
DIFERENTES SITUAÇÕES
35. ALGUNS EXEMPLOS
UM GRITO
• Devido a propriedades ou qualidades que lhe
são próprias ele representa algo (um grito não
é um murmúrio) que não é o próprio
grito, isto é, indica que aquele que grita está,
naquele exato momento, em apuros ou sofre
alguma dor ou regozija-se na alegria (essas
diferenças dependem da qualidade específica
do grito).
36. TERÍA-SE ENTÃO:
OBJETO DO SIGNO
SIGNO
GRITO Representa uma outra coisa
APURO,
SOFRIMENTO OU
ALEGRIA
EFEITO INTERPRETATIVO: Correr para ajudar,
ignorar, gritar junto, etc.
INTERPRETANTE
37. • Tanto quanto o próprio signo, o objeto do
signo também pode ser qualquer coisa de
qualquer espécie. Essa “coisa” qualquer está
na posição de objeto porque é representada
pelo signo.
O que define signo, objeto e interpretante, portanto, é a posição lógica que cada um
desses três elementos ocupa no processo representativo.
38. MAIS ALGUNS EXEMPLOS
• Escrevo um e-mail para minha irmã.
SIGNO
OBJETO DO SIGNO
E-MAIL Representa uma outra coisa
O QUE DESEJO LHE
TRANSMITIR
EFEITO INTERPRETATIVO: consiste no efeito que a mensagem produz em minha irmã.
Ao fim e ao cabo, é um mediador entre aquilo que desejo transmitir a minha irmã e
o efeito que esse desejo nela produz através da carta.
INTERPRETANTE
39. LÓGICA TRIÁDICA DE PEIRCE
• A definição peirceana do signo inclui três
categorias:
1 – A da significação;
2 – A da objetivação;
3 – A da interpretação
40. DA SIGNIFICAÇÃO
• Da relação do signo consigo mesmo, isto é, da
natureza do seu fundamento, ou daquilo que
lhe dá capacidade para funcionar como tal,
que pode ser sua qualidade, sua existência
concreta ou seu caráter de lei, advém uma
teoria das potencialidades e limites da
significação.
41. DA OBJETIVAÇÃO
• Da relação do fundamento com o objeto, ou
seja, com aquilo que determina o signo e que
é, ao mesmo tempo, aquilo que o signo
representa e ao qual se aplica, e que pode ser
tomado em sentido genérico como o contexto
do signo, extrai-se uma teoria da objetivação,
que estuda todos os problemas relativos à
denotação, à realidade e referência, ao
documento e ficção, à mentira e decepção.
42. DA INTERPRETAÇÃO
• Da relação do fundamento com o
interpretante, deriva-se uma teoria da
interpretação, com as implicações quanto aos
seus efeitos sobre o intérprete, individual ou
coletivo.
43. EM RESUMO:
• Daí termos interpretações de primeira
categoria (meros sentimentos e emoções), de
segunda categoria (percepções, ações e
reações) e de terceira categoria (discursos e
pensamentos abstratos), que tornam muito
próximos o sentir, o reagir, o experimentar e o
pensar.
44. “Cada tipo de signo serve para trazer à mente objetos de
espécies diferentes daqueles revelados por um outro tipo
de signo”.
(Lúcia Santaella)
“As classes de signos revelam de que espécie um signo
deve ser para ser capaz de representar a espécie de
objeto que ele representa”.
(Lúcia Santaella)
52. "Vidas Cks - Graciliano Ramos. Não espere os livros virem
assim para você ler um.
Quem lê aprende mais".
Anunciante: Grupo Unificado
Anúncio: Graciliano Ramos
Agência: Martins + Andrade
Criativos: Gerson Lattuada, Gustavo Spanholi, Roberto
Menuzzi, Daniel Lemos e Sandro Pinto
Mídias: Beatriz Matte e Vanessa Bussolin de Freitas
Veiculação: Jornal O Sul (RS), em 4/11/2005
Coordenação: Jornal Zero Hora (RS)
Coordenadores: Renato Mesquita, Andrezza Moreira, Maira
Franz e Carolina Morsch
PRÊMIO ANJ DA
COMUNICAÇÃO
62. O Papel da Semiótica na
Propaganda.
Equipe: Diego,
Eduardo Bruno,
Leonardo,
Teófilo e Michel.
63. O que é propaganda?
• A propaganda pode ser conceituada como
"o conjunto de técnicas e atividades de
informação e persuasão destinadas a
influenciar, num
determinado sentido, as opiniões, os
sentimentos a as atividades - do público
receptor."
A propaganda moderna está presente em
todos os setores da vida: econômico, social,
político, religioso etc.
64. Tipos de Propaganda.
• Propaganda ideológica
• Propaganda política
• Propaganda eleitoral
• Propaganda governamental
• Propaganda institucional
65. Tipos de Propaganda.
• Propaganda corporativa
• Propaganda religiosa
• Propaganda social
• Propaganda de produto
• Propaganda de serviços
66. Tipos de Propaganda.
• Propaganda de varejo
• Propaganda comparativa
• Propaganda de promoção
67. O Que é Semiótica?
• A palavra semiótica tem sua origem no
grego semeion, que significa 'signo',
sinal'. A Semiótica é definida como a
ciência dos signos e dos processos
significativos (semiose) na natureza e na
cultura.
68. Signo
• Um signo ou representâmen é algo que,
sob certo aspecto ou de algum modo,
representa alguma coisa para alguém.
Dirige-se a alguém, isto é, cria na mente
dessa pessoa um signo equivalente ou
talvez um signo melhor desenvolvido. Ao
signo assim criado denomina
interpretante do primeiro signo. 0 signo
representa alguma coisa, seu objeto.