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Pajés:
a cosmologia de um
encontro
(2015)
shamans:
cosmology of a meeting
(2015)
Este ensaio tem como proposta apresentar a mobilização indígena em Pernambuco, através do "II Encontro dos Pajés - Detentores
dos saberes tradicionais". A ciência produzida pelos Pajés e demais detentores dos saberes tradicionais indígenas está intimamente
relacionada à espiritualidade e à natureza, cujas práticas imbricam-se na afirmação da identidade étnica dos povos indígenas. Esse
evento é importante no sentido de compreender as concepções de saúde, doença e cura dessas comunidades tradicionais e, de modo
geral, as formas de garantia dos princípios da intermedicalidade. É como afirma Luciano (2006): “Cada povo indígena constitui-se
como uma sociedade única, na medida em que se organiza a partir de uma cosmologia particular própria que baseia e fundamenta
toda a vida social, cultural, econômica e religiosa do grupo”. Deste modo, a antropologia visual é uma abordagem fundamental na
reflexão sobre sistemas visuais e na capitação da realidade social, ou seja, como afirma Luis Nicolau Parés, em seu texto “algumas
Considerações em torno da Antropologia Visual” é “uma área da Antropologia Sócio-cultural, que utiliza suportes imagéticos para
descrever uma cultura ou um aspecto particular de uma cultura”.
No ano de 2015, iniciamos o projeto de pesquisa “Complexo da Jurema: práticas de cura e intermedicalidade no Nordeste
brasileiro”, com o objetivo de analisar e compreender as concepções de saúde, doença e cura através das práticas e saberes
tradicionais indígenas, no Nordeste do Brasil, bem como compreender as práticas de auto-atenção através do uso de plantas
medicinais para o cuidado com a saúde. Entende-se aqui complexo da jurema como um modo das populações indígenas do
nordeste de compartilharem um conjunto de práticas e saberes de cura em torno do ritual e da bebida produzida pela árvore
conhecida como Jurema, considerada sagrada e, assim, ter acesso aos seres espirituais (Encantados) e seus ensinamentos. A partir
dessa iniciativa, entramos em contato com profissionais de saúde do Distrito Sanitário Indígena de Pernambuco, lideranças, pajés
e especialistas indígenas, sobretudo, pelo interesse do trabalho de campo nessas etnias e pesquisa sobre as mesmas, procurando
identificar estratégias comunitárias para sustentabilidade dos saberes e práticas tradicionais. Neste sentido, esse projeto tem
como meta obter dados que possam auxiliar a elaboração de propostas para articulação entre os saberes e práticas tradicionais
de cura e a atenção diferenciada implantada pelo SUS junto aos povos indígenas. A intenção é também subsidiar ações dos
profissionais do SUS e colocá-los em sintonia com esses povos. Foi nesse contexto que fomos convidados a participar do II
Encontro de Pajés do Estado de Pernambuco, ocorrido na aldeia Pedra d´água, Terra Indígena Xukuru. Foram dois dias do mês de
novembro de 2015, em que foi possível observar as dinâmicas que estão sendo vivenciadas por esses atores.
Referência
O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje / Gersem dos Santos Luciano – Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.
This essay is proposed to present the indigenous mobilization in Pernambuco, through the "Second Meeting of the Shamans -
holders of traditional knowledge". The science produced by Shamans and other holders of indigenous traditional knowledge is
closely related to spirituality and nature, whose practices it is imbricated in the assertion of ethnic identity of indigenous
peoples. This event is important in order to understand the concepts of health, illness and healing of these traditional
communities and, generally, the ways of guaranteeing the intermedicalidade principles. It is as stated Luciano (2006): "Every
indigenous people was established as a single company, in that it is organized from a very particular cosmology that is based
and founded all the social, cultural, economic and religious group ". Thus, visual anthropology is a fundamental approach in
thinking about visual systems and capitation of social reality, that is, as stated by Luis Nicolau Parés, in his text "some
considerations around the Visual Anthropology" is “an area of ​​Anthropology Socio- cultural, that uses imagistic media to
describe a culture or a particular aspect of a culture. “
In 2015, we started the research project "Complex Jurema: healing practices and intermedicalidade in northeastern Brazil", in
order to analyze and understand the concepts of health, disease and healing through indigenous practices and traditional
knowledge in the Northeast Brazil, as well as understand the practice of self-care through the use of medicinal plants to care
for the health. It is understood here jurema complex as a way of indigenous peoples of northeast share a set of practices and
healing practices around the ritual and drink produced by the tree known as Jurema, considered sacred and thus have access to
spiritual beings (Charmed) and his teachings. From this initiative, we contacted health professionals Indigenous Sanitary
District of Pernambuco, leaders, shamans and indigenous experts, above all, the interests of the field work in these ethnic
groups and research on them, seeking to identify community-based strategies for sustainability of knowledge and traditional
practices. In this sense, this project aims to obtain data that can assist the preparation of proposals for coordination between
traditional knowledge and healing practices and differentiated care implemented by SUS with the indigenous peoples. The
intention is also to support actions of SUS professionals and put them in line with these people. It was in this context that we
were invited to participate in the II Meeting of Shamans of the State of Pernambuco, which occurred in the village Stone
Moorhen, Indigenous Xukuru. There were two days of November 2015, it was possible to observe the dynamics that are being
experienced by these actors.
Referência
O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje / Gersem dos Santos Luciano –
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional,
2006.
Juventude XUKURU. Foto: Luan Arruda
Anotações do jovem XUKURU. Foto: Laís Carvalho
Lideranças. Foto: Hosana Celi
Conexão espiritual. Foto: Luan Arruda
Gean Ramos - Cartão postal PANKARARU. Foto: Vânia Fialho
INFORMAÇÕES TÉCNICAS DA OBRA:
Ano de produção: 2015
Fotos enviadas: 5
Data das fotos: 04/11/2015
Dimensão: 20x30
Instituição de ensino superior a qual o estudante está
vinculada: Universidade de Pernambuco e Universidade
Federal de Pernambuco (UPE/ UFPE)
Cidade e estado de origem do ensaio ou das fotos:
Pesqueira/ PE
CREDITOS :
Orientadora: Vânia Fialho
Orientandos:
Andreza Graciete (UPE/ LACC): Enfermeira e residente
em saúde da família .
Hosana Celi (UFPE/LACC): Doutoranda em antropologia.
Laís Carvalho (UPE/LACC).: Enfermeira.
Luan Arruda (UPE/LACC): Graduando em Ciências
Sociais
Mirela Barbosa (UPE/LACC): Enfermeira e residente em
saúde da família.

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Pajes cosmologia de um encontro

  • 1. Pajés: a cosmologia de um encontro (2015) shamans: cosmology of a meeting (2015)
  • 2. Este ensaio tem como proposta apresentar a mobilização indígena em Pernambuco, através do "II Encontro dos Pajés - Detentores dos saberes tradicionais". A ciência produzida pelos Pajés e demais detentores dos saberes tradicionais indígenas está intimamente relacionada à espiritualidade e à natureza, cujas práticas imbricam-se na afirmação da identidade étnica dos povos indígenas. Esse evento é importante no sentido de compreender as concepções de saúde, doença e cura dessas comunidades tradicionais e, de modo geral, as formas de garantia dos princípios da intermedicalidade. É como afirma Luciano (2006): “Cada povo indígena constitui-se como uma sociedade única, na medida em que se organiza a partir de uma cosmologia particular própria que baseia e fundamenta toda a vida social, cultural, econômica e religiosa do grupo”. Deste modo, a antropologia visual é uma abordagem fundamental na reflexão sobre sistemas visuais e na capitação da realidade social, ou seja, como afirma Luis Nicolau Parés, em seu texto “algumas Considerações em torno da Antropologia Visual” é “uma área da Antropologia Sócio-cultural, que utiliza suportes imagéticos para descrever uma cultura ou um aspecto particular de uma cultura”. No ano de 2015, iniciamos o projeto de pesquisa “Complexo da Jurema: práticas de cura e intermedicalidade no Nordeste brasileiro”, com o objetivo de analisar e compreender as concepções de saúde, doença e cura através das práticas e saberes tradicionais indígenas, no Nordeste do Brasil, bem como compreender as práticas de auto-atenção através do uso de plantas medicinais para o cuidado com a saúde. Entende-se aqui complexo da jurema como um modo das populações indígenas do nordeste de compartilharem um conjunto de práticas e saberes de cura em torno do ritual e da bebida produzida pela árvore conhecida como Jurema, considerada sagrada e, assim, ter acesso aos seres espirituais (Encantados) e seus ensinamentos. A partir dessa iniciativa, entramos em contato com profissionais de saúde do Distrito Sanitário Indígena de Pernambuco, lideranças, pajés e especialistas indígenas, sobretudo, pelo interesse do trabalho de campo nessas etnias e pesquisa sobre as mesmas, procurando identificar estratégias comunitárias para sustentabilidade dos saberes e práticas tradicionais. Neste sentido, esse projeto tem como meta obter dados que possam auxiliar a elaboração de propostas para articulação entre os saberes e práticas tradicionais de cura e a atenção diferenciada implantada pelo SUS junto aos povos indígenas. A intenção é também subsidiar ações dos profissionais do SUS e colocá-los em sintonia com esses povos. Foi nesse contexto que fomos convidados a participar do II Encontro de Pajés do Estado de Pernambuco, ocorrido na aldeia Pedra d´água, Terra Indígena Xukuru. Foram dois dias do mês de novembro de 2015, em que foi possível observar as dinâmicas que estão sendo vivenciadas por esses atores. Referência O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje / Gersem dos Santos Luciano – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.
  • 3. This essay is proposed to present the indigenous mobilization in Pernambuco, through the "Second Meeting of the Shamans - holders of traditional knowledge". The science produced by Shamans and other holders of indigenous traditional knowledge is closely related to spirituality and nature, whose practices it is imbricated in the assertion of ethnic identity of indigenous peoples. This event is important in order to understand the concepts of health, illness and healing of these traditional communities and, generally, the ways of guaranteeing the intermedicalidade principles. It is as stated Luciano (2006): "Every indigenous people was established as a single company, in that it is organized from a very particular cosmology that is based and founded all the social, cultural, economic and religious group ". Thus, visual anthropology is a fundamental approach in thinking about visual systems and capitation of social reality, that is, as stated by Luis Nicolau Parés, in his text "some considerations around the Visual Anthropology" is “an area of ​​Anthropology Socio- cultural, that uses imagistic media to describe a culture or a particular aspect of a culture. “ In 2015, we started the research project "Complex Jurema: healing practices and intermedicalidade in northeastern Brazil", in order to analyze and understand the concepts of health, disease and healing through indigenous practices and traditional knowledge in the Northeast Brazil, as well as understand the practice of self-care through the use of medicinal plants to care for the health. It is understood here jurema complex as a way of indigenous peoples of northeast share a set of practices and healing practices around the ritual and drink produced by the tree known as Jurema, considered sacred and thus have access to spiritual beings (Charmed) and his teachings. From this initiative, we contacted health professionals Indigenous Sanitary District of Pernambuco, leaders, shamans and indigenous experts, above all, the interests of the field work in these ethnic groups and research on them, seeking to identify community-based strategies for sustainability of knowledge and traditional practices. In this sense, this project aims to obtain data that can assist the preparation of proposals for coordination between traditional knowledge and healing practices and differentiated care implemented by SUS with the indigenous peoples. The intention is also to support actions of SUS professionals and put them in line with these people. It was in this context that we were invited to participate in the II Meeting of Shamans of the State of Pernambuco, which occurred in the village Stone Moorhen, Indigenous Xukuru. There were two days of November 2015, it was possible to observe the dynamics that are being experienced by these actors. Referência O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje / Gersem dos Santos Luciano – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.
  • 5. Anotações do jovem XUKURU. Foto: Laís Carvalho
  • 8. Gean Ramos - Cartão postal PANKARARU. Foto: Vânia Fialho
  • 9. INFORMAÇÕES TÉCNICAS DA OBRA: Ano de produção: 2015 Fotos enviadas: 5 Data das fotos: 04/11/2015 Dimensão: 20x30 Instituição de ensino superior a qual o estudante está vinculada: Universidade de Pernambuco e Universidade Federal de Pernambuco (UPE/ UFPE) Cidade e estado de origem do ensaio ou das fotos: Pesqueira/ PE CREDITOS : Orientadora: Vânia Fialho Orientandos: Andreza Graciete (UPE/ LACC): Enfermeira e residente em saúde da família . Hosana Celi (UFPE/LACC): Doutoranda em antropologia. Laís Carvalho (UPE/LACC).: Enfermeira. Luan Arruda (UPE/LACC): Graduando em Ciências Sociais Mirela Barbosa (UPE/LACC): Enfermeira e residente em saúde da família.