1) O documento descreve um trecho da primeira epístola de Paulo aos Coríntios no capítulo 10, alertando sobre os perigos da idolatria e da tentação.
2) Paulo usa exemplos bíblicos como o povo de Israel para mostrar como muitos foram castigados por idolatria, adultério e outras falhas.
3) O objetivo é que os coríntios evitem esses mesmos erros e permaneçam fiéis a Deus.
2. 1ª Epístola de S. Paulo aos Coríntios
CAPÍTULO 10
10 Porque não quero que vós ignoreis, irmãos, que nossos pais estiveram todos debaixo da
nuvem, ( † ) e que todos passaram o mar.
2 E todos foram batizados sob Moisés, na nuvem e no mar;
3 E todos comeram dum mesmo alimento espiritual. ( † )
4 E todos beberam duma mesma bebida espiritual, ( † ) (porque todos bebiam da pedra espiritual que os
seguia, e esta pedra era Cristo).
5 Mas muitos deles não tiveram o beneplácito de Deus, pelo que foram prostrados no deserto. ( † )
6 Isto, porém, foi simbólico para nós, para que não cobicemos o mal, como eles cobiçaram.
7 Nem vos façais idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo se assentou para comer
e beber, e depois se levantaram para brincar. ( † )
8 Nem adulteremos, como alguns deles foram adúlteros, e num dia morreram vinte e três mil. ( † )
9 Nem tentemos o Cristo, como alguns deles o tentaram e pereceram pelas mordeduras das
serpentes. ( † )
10 Nem murmureis, como alguns deles murmuram e pereceram pelo exterminador. ( † )
11 Tudo isto, porém, que alegoricamente lhes aconteceu, foram escritas para nosso escarmento, a
quem os fins dos séculos chegaram.
3. 2 Aquele pois que crê estar em pé, veja não caia.
13 Vós ainda não experimentastes senão tentações humanas, mas Deus é fiel, o qual não permitirá
que vós sejais tentados mais do que podem as vossas forças; antes fará que tireis ainda vantagem
da mesma tentação, para o poderdes suportar.
14 Pelo que, meus caríssimos, fugi do culto idólatra.
15 Aos prudentes falo, julgai vós mesmos o que vos digo.
16 O cálice da benção, que bendizemos, não é a comunhão do sangue do Cristo? E o pão que
partimos, não é a participação do corpo do Senhor?
17 Porque nós todos somos um pão e um corpo, nós todos que participamos dum mesmo pão.
18 Considerai a Israel segundo a carne; não são partícipes do altar os que comem os sacrifícios?
19 Que digo então? Que o que foi sacrificado aos ídolos é alguma coisa, ou que o ídolo é alguma
coisa?
20 Mas o que os gentios imolam, imolam-no aos demônios e não a Deus. Não vos façais portanto
sócios dos demônios; não podeis beber o cálice do Senhor, e o cálice dos demônios.
21 Não podeis ser partícipes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
22 Acaso nos emularíamos ao Senhor? Somos porventura mais fortes do que ele? Tudo me é lícito,
mas nem tudo me convém.
23 Tudo me é lícito, mas nem tudo edifica.
4. 24 Ninguém queira para si o que é do outro.
25 Tudo quanto se vende no mercado comei, sem nada perguntar por motivos conscienciais.
26 Porque do Senhor é a Terra, e tudo quanto nela há. ( † )
27 Se alguém que não partilha vossa fé vos convida, e quereis ir, tudo aquilo que vos sirva comei,
não perguntando nada por motivos conscienciais.
28 Mas, se alguém disser: Isto foi sacrificado aos ídolos. Não comais, em atenção àquele que vos
advertiu, e por motivos conscienciais;
29 Não digo pela tua consciência, mas a do outro. Porque, a que fim a minha liberdade é julgada
pela consciência alheia?
30 Se eu, ao comer, dou graças, por que serei vilipendiado por algo que dou graças?
31 Portanto, quer comendo ou bebendo, ou algo fazendo, fazei tudo para glória de Deus.
32 Sem causar escândalo a judeus e gentios, e à Igreja de Deus.
33 Como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o que me é de proveito,
senão o de muitos, para que sejam salvos.
5. Pão nosso — Emmanuel
52 -Perigos sutis
“Não vos façais, pois, idólatras.” — PAULO (1 Coríntios, 10.7)
1 A recomendação de Paulo aos coríntios deve ser lembrada e aplicada em qualquer tempo, nos
serviços de ascensão religiosa do mundo.
2 É indispensável evitar a idolatria em todas as circunstâncias. Suas manifestações sempre
representaram sérios perigos para a vida espiritual.
3 As crenças antigas permanecem repletas de cultos exteriores e de ídolos mortos.
4 O Consolador, enviado ao mundo, na venerável missão espiritista, vigiará contra esse venenoso
processo de paralisia da alma.
5 Aqui e acolá, surgem pruridos de adoração que se faz imprescindível combater. Não mais imagens
dos círculos humanos, nem instrumentos físicos supostamente santificados para cerimônias
convencionais, mas entidades amigas e médiuns terrenos que a inconsciência alheia vai entronizando,
inadvertidamente, no altar frágil de honrarias fantasiosas. É necessário reconhecer que aí temos um
perigo sutil, através do qual inúmeros trabalhadores têm resvalado para o despenhadeiro da inutilidade.
6 As homenagens inoportunas costumam perverter os médiuns dedicados e inexperientes, além de
criarem certa atmosfera de incompreensão que impede a exteriorização espontânea dos verdadeiros
amigos do bem, no Plano espiritual.
6. 7 Ninguém se esqueça da condição de aperfeiçoamento relativo dos mensageiros desencarnados
que se comunicam e do quadro de necessidades imediatas da vida dos medianeiros humanos.
8 Combatamos os ídolos falsos que ameaçam o Espiritismo cristão. Utilize cada discípulo os amplos
recursos da lei de cooperação, atire-se ao esforço próprio com sincero devotamento à tarefa e
lembremo-nos todos de que, no apostolado do Mestre Divino, o amor e a fidelidade a Deus
constituíram o tema central.
Emmanuel
7. Bênção de paz — Emmanuel
40 -No zelo fraternal
“Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia.” — PAULO (1 Coríntios, 10.12)
1 Observaste com pesar todos os irmãos do caminho que se arrojaram em situações aflitivas, angariando
para si mesmos complicados problemas na sombra:
2 os que perderam a confiança na Providência Divina e se desbordaram nos precipícios da rebeldia;
3 os que desanimaram à frente das tentações e caíram no logro da morte voluntária;
4 os que abandonaram as obrigações santificantes que lhes competiam, a pretexto de fadiga ou
dificuldade;
5 os que esmoreceram no serviço de elevação espiritual e buscaram repouso nos refúgios da ilusão;
6 os que se aprisionaram nas armadilhas da delinquência;
7 os que se enrodilharam nas teias da obsessão; os que se cansaram de fazer o bem;
8 os que trocaram os percalços do trabalho pelos enganos do comodismo.
9 Diante de todos eles, os nossos irmãos que entraram no cipoal dos obstáculos maiores, não pronuncies
censura ou condenação. Ao invés disso, ora por eles.
10 Recordemos a sábia advertência do apóstolo Paulo: — “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não
caia.”
8. ESTUDANDO O EVANGELHO
MARTINS PERALVA
12 -Convivência
Eu não vim chamar os justos...
Foi o banquete em casa de Levi, o futuro evangelista Mateus, que ensejou ao Mestre as palavras em epígrafe.
Palavras que venceriam os séculos, os milênios...
Levi era publicano, o que, na antiga Roma, significava “cobrador de impostos”. Os publicanos eram detestados
pelos judeus, que não gostavam de pagar tributos a César, especialmente porque os misteres de arrecadação
favoreciam, da parte de funcionários inescrupulosos, já àquele tempo, extorsões duras e polpudas.
De maneira geral, portanto, eram mal vistos os publicanos, na comunidade israelita, embora entre eles houvesse
homens de bem, inatacáveis por sua probidade.
Prevalecia, contudo, o conceito genérico: os publicanos eram espoliadores do povo.
O convite a Levi Mateus; a presença de Jesus em sua casa; o lauto banquete por ele oferecido ao Mestre, tudo
isso constituiu motivo para censuras e comentários mordazes.
O mesmo acontecera na visita do Senhor a Zaqueu, também publicano.
A atitude caridosa do Amigo Celeste produziu tamanha celeuma entre fariseus e escribas, fiéis e inconfundíveis
representantes do formalismo e da hipocrisia, que eles não se contiveram, interpelando o Justo dos Justos:
9. “Porque comeis e bebeis com publicanos e pecadores ?“ E o Mestre, sem trair a grandeza, a excelsitude do seu
incompreendido apostolado, apostolado de luz e de misericórdia, responde-lhes, com firmeza, que os sadios “não
precisam de médico, e, sim, os doentes”.
E conclui, incisivo, categórico: — “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.”
Tais palavras revelam não só infinita compaixão pelos infelizes, que são os que pecam, mas, também,
incomensurável sentimento de tolerância.
A advertência do Cristo, emudecendo, naquele dia, os loquazes fariseus, ecoa, ainda hoje, em nossa consciência,
estabelecendo linhas diferentes para a nossa caminhada.
O Espiritismo tornou suas as palavras de Jesus, cujo pensamento sintetiza na atualidade.
E os Espíritas de boa vontade, esclarecidos e fraternos, esforçam-se no sentido de dar-lhes aplicação.
Os Espíritas, procurando assimilar e exemplificar o ensino, reconhecem que, se é realmente agradável o convívio
com irmãos superiores, profundamente fraterno e meritório é o acolhimento àqueles que ocupam, na escala
evolutiva, posição menos segura que a nossa.
Os companheiros mais esclarecidos têm muito para nos dar, através da palavra e, sobretudo, da exemplificação.
Aos mais atrasados do que nós, podemos oferecer algo de nosso coração, de nosso entendimento.
Assimilar dos mais evoluídos a bondade e a sabedoria, é realmente proveitoso às nossas experiências.
Proveitoso e bom, agradável e envolvente, convenhamos.
10. No entanto, abraçar os que aceitaram, por equívoco, as sugestões do erro e do crime, constitui valioso programa
evangélico, tal como fêz Jesus em casa de Zaqueu ou no banquete de Levi.
Por meio desse regime de interdependência, afetiva e cultural, é que se movimentam os carros do progresso,
conduzindo a Humanidade, com segurança, para os seus alevantados objetivos.
“A mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se constantemente para o alto destino
que lhe compete atingir” — esclarece o nobre Emmanuel. Recolhendo de Jesus, na inesquecida hora do
banquete mundano, o verbo reajustador, Levi Mateus soube multiplicar, a cento por um, através de suas
anotações, o benefício do precioso minuto de convivência com o Mestre.
E somos nós, os aprendizes da atualidade, os beneficiários daquela convivência tão acremente censurada...
Somos nós os legatários dos sublimes apontamentos.