A possível compra da Credicard pelo Itaú Unibanco traria ganhos de sinergia na área de processamento de cartões, atualmente terceirizado. A aquisição também representaria um movimento estratégico para o Itaú em cartões de crédito, ampliando sua liderança no mercado e acesso a clientes. Analistas não veem pontos negativos na operação, que pode elevar o market share do Itaú para mais de 40%.
Com possível compra da credicard, ITAU UNIBANCO ganha sinergia em processamento
1. [09/05/2013 - 17:23]
Com possível compra da Credicard, Itaú Unibanco
ganha sinergia em processamento
São Paulo, 09/05/2013 - A aquisição da Credicard pelo Itaú Unibanco, não oficializada, mas
dada como certa pelo mercado, não só ressalta o foco estratégico da instituição em cartões,
como pode trazer ganhos de sinergia na área de processamento, conforme analistas. Como
atualmente este negócio é terceirizado por uma empresa estrangeira, ao comprar o ativo, o
banco traria esse serviço para dentro de casa que poderia ser feito pelo braço de adquirência
do grupo, a Redecard.
"O serviço de processamento de cartões é contratado. Eventualmente numa aquisição,
poderia ser processado pela Redecard, gerando sinergia para o grupo uma vez que a
empresa já desempenha este papel no Itaú", avalia André Riva, analista de bancos do Grupo
Bursátil Mexicano (GBM).
A compra da Credicard também representa, conforme analistas, uma questão estratégica
para o Itaú Unibanco em meio à base de clientes ofertada. Riva, do GBM, lembra que há uma
base maior de correntistas do Itaú neste portfólio. Numa eventual aquisição por um
concorrente, o banco poderia perder clientes da sua carteira. "O segmento de cartões de
crédito funciona como uma boa janela para a vida financeira do cliente. O banco tem acesso
a seus pagamentos, volume de transações e inadimplência, podendo oferecer diversos tipos
de produtos para retê-lo", atenta Riva
Por ter tido uma participação na Credicard, vendida em 2006 para o Citi por R$ 280 milhões,
o banco não só conhece bem o negócio como ajudou a originar parte dele antes de se
desfazer do mesmo.
Além disso, crescer em cartões para o Itaú significa, conforme analistas, se fortalecer no
posto de liderança. Com base nos números divulgados pela Associação Brasileira das
Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o banco tem hoje cerca de 35% deste
mercado, sendo 28% das bandeiras tradicionais mais 7% da Hipercard. Seus principais
concorrentes, Bradesco e Banco do Brasil dividem o segundo lugar com cerca de 21% de
market share cada.
Com sete milhões de clientes, a Credicard possui 4,7 milhões de cartões de crédito e
responde por cerca de 5% do faturamento do setor no País. Com a aquisição, o Itaú poderia
elevar seu market share para mais de 40%.
O analista de bancos da Austin Rating, Luis Miguel Santancreu, lembra que além de a base
de clientes da Credicard ser conhecida, ao incorporá-la, o Itaú Unibanco amplia sua carteira,
porém, elimina custos de prospecção de novos clientes. Também conta a favor, segundo ele,
o atual cenário da economia brasileira, no qual os bancos estão com menos apetite por risco
e, por isso, estão num ritmo de crescimento menor de empréstimos e, consequentemente,
mais capital livre para investir.
"O Itaú tem capital e cultura de parceria. Tradicionalmente, a instituição traz especialistas
para dentro da sua bandeira e desde os anos 70 iniciou um trabalho de fusões e aquisições
que nunca parou", observa Santacreu.
A compra da Credicard, conforme o especialista, entra neste conceito já visto em outras
parcerias como a Porto Seguro, referência em seguro de veículos, e o BMG, especialista em
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09/05/2013http://www.aeconteudo.com.br/negocios/setoriais/financeiro/noticia.htm?d=2013-05-09&id=450