1. Curso Vocacional 1º ano Ano Letivo: 2014/ 2015
PORTUGUÊS
MÓDULO I: TEXTOS NÃO-LITERÁRIOS
FICHA INFORMATIVA 6
O AVISO
A língua é um instrumento de interação social e a realização comunicativa de textos são
eventos discursivos.
O aviso é um género de texto muito utilizado por todas as comunidades discursivas com o
propósito de dar uma informação com eficácia, sendo assim deve ter um texto breve e uma linguagem
clara. É um tipo de texto expositivo informativo, pois procura comunicar, informar, noticiar, levar o
conhecimento de algo a um membro da comunidade discursiva em que ocorre.
Quanto à sua forma estrutural o aviso poderá apresentar-se de diversas formas, algumas mais
formais que outras, como estão demonstradas a seguir.
Exemplo 01: Aviso modelo do Manual de Redação da Presidência da República.
O aviso encontrado no Manual de Redação da Presidência da República apresenta uma organização
mais formal, seguindo o modelo padrão do ofício, com acréscimo de vocativo, seguido do nome e cargo
do destinatário. Deve constar o número do aviso e a sigla do órgão ou setor emitente alinhados à
esquerda, bem como o vocativo, o assunto do aviso e a fórmula de respeito. O local e a data devem vir
alinhados à direita logo abaixo do número do aviso e a assinatura centralizada ao final do texto. Todas
estas características e alinhamentos têm medidas previamente definidas, como vê-se no exemplo
abaixo:
EXEMPLO 01
2. Exemplos 02 e 03: Avisos encontrados na Universidade do Estado da Bahia – Departamento
de Ciências Humanas e Tecnologia – Campus XIX – Camaçari.
EXEMPLO 02
EXEMPLO 03
No segundo exemplo, apresentado pode perceber-se uma certa formalidade na
estrutura, porém com ausência do número do aviso e da sigla do órgão emitente e com falhas
no que se refere ao alinhamento e localização de elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais
quando comparado com o exemplo nº 01, considerado como uma espécie de padrão.
Já no terceiro exemplo existe uma informalidade quanto à forma de apresentação do aviso,
onde não existem elementos pré-textuais e pós-textuais, apenas um texto informando sobre
determinado assunto, sem indicar o destinatário.
Ambos os avisos ocorrem numa mesma comunidade discursiva, e, apesar das diferenças nas
suas características, conseguem transmitir a informação desejada com eficácia.
3. Leis de Grice
Para que exista a comunicação entre os membros da comunidade na qual o género de
texto está inserido faz-se necessária a utilização de regras, que são as chamadas Leis de
Grice. São quatro: pertinência, sinceridade, informatividade e exaustividade.
Serão utilizados os exemplos 02 e 03 nesta análise com base nas Leis de Grice. Estes
exemplos estão de acordo com a lei da pertinência, pois a informação contida é pertinente
onde se encontra (murais do campus da Univ. de Camaçari), do modo como se encontra (no
que diz respeito ao seu aspeto estrutural) e para o público ao qual se destina (membros do
centro académico e estudantes de Ciências Contabilísticas); a lei da sinceridade também é
respeitada, pois os emitentes passam informações verdadeiras e em conformidade com o
contexto no qual os avisos estão inseridos. Nos avisos exemplificados são dadas contribuições
informativas novas e necessárias ao público-alvo cumprindo assim a lei da informatividade. A
lei da exaustividade também é atendida nos avisos 02 e 03 apresentados, pois os textos dão a
informação máxima, não escondendo nada de importante e do interesse dos usuários.
A arquitetura global do texto
A estrutura geral dos avisos de texto é constituída por elementos textuais e
paratextuais.
Os elementos textuais são a essência do texto global e são responsáveis pelos
propósitos comunicativos principais. Abrangem do primeiro ao último parágrafo do enunciado
textual.
Os elementos paratextuais são os que contribuem para formar o sentido global do texto.
Existem elementos paratextuais pré-textuais e pós-textuais. Os pré-textuais são os que
precedem o texto e os pós-textuais são os que complementam e finalizam o texto. No que diz
respeito ao género de texto correspondência, os elementos pré-textuais são compostos,
geralmente, por: identificadores, localizadores (rua, número, bairro, cidade, estado, país,
CP), elementos de contato (telefone, email, fax, site), local e data, índice e número,
epígrafe e vocativo; e os pós-textuais, na sua maioria, compõem-se de frase de fechamento,
fórmula de respeito, assinatura, iniciais, P.S., aviso de cópias, aviso de anexos e rodapé.
Diante deste contexto de elementos que participam da estrutura das correspondências, será
demonstrada a seguir a arquitetura global de alguns avisos, os quais serão utilizados para
fundamentar o trabalho.
Exemplo 01: Aviso modelo do Manual de Redação da Presidência da República.
Este aviso, por consequência da sua formalidade, contém inúmeros elementos paratextuais
pré-textuais e pós-textuais, conforme vemos na tabela a seguir:
4. Exemplo 02: Aviso encontrado na Universidade do Estado da Bahia – Departamento de
Ciências Humanas e Tecnologia – Campus XIX – Camaçari.
O segundo aviso demonstrado também apresenta elementos paratextuais, mas difere
do primeiro exemplo quanto à localização do “local e data” como elemento pós-textual, fato
este que não prejudica a estrutura do género nem o entendimento do público-alvo. Segue a
estrutura do aviso 02:
5. Exemplo 03: Aviso encontrado na Universidade do Estado da Bahia – Departamento de
Ciências Humanas e Tecnologia – Campus XIX – Camaçari.
Por conta da informalidade quanto à forma de apresentação do aviso 03, nota-se que o
mesmo não apresenta elementos paratextuais, somente a identificação do gênero e o
enunciado textual, diferenciando-se assim dos exemplos 01 e 02.
6. Exemplo 03: Aviso encontrado na Universidade do Estado da Bahia – Departamento de
Ciências Humanas e Tecnologia – Campus XIX – Camaçari.
Por conta da informalidade quanto à forma de apresentação do aviso 03, nota-se que o
mesmo não apresenta elementos paratextuais, somente a identificação do gênero e o
enunciado textual, diferenciando-se assim dos exemplos 01 e 02.