O documento descreve a Figura Complexa de Rey, um teste neuropsicológico que avalia funções cognitivas como atenção, memória e raciocínio. A prova envolve copiar e reproduzir de memória figuras geométricas complexas. É usada em avaliações forenses para fornecer insights sobre alterações cognitivas e de comportamento.
1. FIGURA COMPLEXA DE REY E O SEU
PAPEL EM CONTEXTO FORENSE
Ana Sofia Costa nº 21200450
Anabela Pereira nº 21200338
Graça Santos nº 21200439
U.C.: Avaliação Psicológica Forense
Professora: Tânia Borja Manuel
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
2. História da Prova
• André Rey (1942): concebeu a figura para permitir
um “diagnóstico entre a debilidade mental
constitucional e o défice adquirido em consequência
de traumatismo crânio-cerebral”
• Paul Osterrieth (1945): 1ªanálise qualitativa que
desenvolveu o estudo genético da prova, a
possibilidade de caracterizar o grau de atenção na
apreensão dos dados e a eventual insuficiência
mnésica
• Objetivo: estudo da atividade percetiva e da memória
visual
3. Ficha Técnica
• Nome: Teste de cópia de Figuras Complexas
• Autor: André Rey
• Adaptação Portuguesa: CEGOC-TEA, LDA. (Lisboa)
• Material: Manual, lâmina da prova, papel branco, lápis
de cor, lápis preto, cronómetro
• Aplicação: Individual
• Idade: A partir dos 5 anos
• Tempo de Aplicação: variável entre 5 e 25 minutos
• Tempo de correção: 2 minutos
• Aferição portuguesa: diversas amostras de populações
portuguesas a partir dos 5 anos de idade
4. A Prova – Descrição
• Ausência de significado evidente
• Fácil realização gráfica
• Estrutura de conjunto suficientemente complexa de
forma a exigir uma actividade de análise e organização
• Compreende várias figuras geométricas (rectângulo,
círculo, quadrado, triângulo, losango)
• Combina segmentos de linhas rectas (horizontais,
verticais, oblíquas) que se cruzam entre si
5. A Prova – o que avalia
• Atividade Percetiva
• Memória visual
• Apreensão dos dados percetivos e o que foi
conservado espontaneamente pela memória
• Funções Executivas – planeamento, organização e
resolução de problemas
6. A Prova - Procedimentos
• 1. Cópia da figura
• 2. Evocação/memória imediata (imediatamente a seguir
ou 3 minutos depois)
• 3. Evocação/memória diferida (20 – 30 minutos depois
da cópia)
• 4. Reconhecimento (imediatamente após o ensaio de
reprodução de memória diferida, o sujeito deve assinalar
as figuras que fazem parte do desenho copiado)
7. Reprodução - Tipos
De acordo com o método utilizado para desenhar, e com
os erros de cópia e reprodução específicos. Ordenação
do mais racional para o menos racional:
I – Construção sobre Armação
II – Detalhes Englobados na Armação
III – Contorno Geral
IV – Justaposição de Detalhes
V – Detalhes Sobre Fundo Confuso
VI – Redução a um Esquema Familiar
VII – Garatujas
8. Reprodução - Tipos
significativo comprometimento das
habilidades visuo-construtivas
Distorção da configuração global
Incorporação de desenhos num elemento
maior
9. Resultados Quantitativos
• Figura de cópia:
– Idade 25% e no percentil 25;
– Riqueza e exatidão da cópia percentil 20;
– Tempo de cópia encontra-se no percentil 10;
• Figura de memória:
– Idade 30% e no percentil 99;
– Riqueza e exatidão da cópia entre percentil 50 e 40
– Tempo de cópia não existe percentil pois não existe
tempo limite.
10. Resultados Qualitativos - Cópia
• Memória visuo-construtiva:
– Ligeiramente satisfatória;
– Alguma lentificação (tempo: 7; percentil 10).
• Construção em forma de puzzle,
– Iniciou por detalhes (cópia tipo IV), característico crianças entre
os 5 e os 10 anos, mas também, tipo secundário dos adultos;
– Omitiu poucos pormenores.
• A participante encontra-se na normatividade, podemos
dizer que existe uma eventual insuficiência na
apreensão percetiva.
11. Resultados Qualitativos - Memória
• Desempenho superior à cópia,
– Inicio pela armação base;
– Reevocação das particularidades maiores da imagem;
– Seguindo-se dos detalhes;
– Dificuldade na reprodução com omissão diversos pormenores
da figura;
– Encontra-se no percentil adequado para a sua idade.
• Este resultado pode ser explicado por:
– Falta de atenção durante a execução da tarefa,
– Alguma distração,
– Preconceitos quanto à sua própria capacidade de
memorização.
12. Aplicação em Contexto Forense
• Saber explicar como o sujeito representa os
acontecimentos vividos, agidos e na forma como este os
transforma em acontecidos, seja o avaliado vitima,
agressor ou testemunha (Poiares, 2003).
• O direito tem como base a produção da verdade única e
inquestionável sobre o acontecimento e sobre o sujeito,
enquanto, para a psicologia uma dada verdade será
apenas uma hipóteses de trabalho, um instrumento que
orienta a ação, mas que pode e deve ser revisto quando
não se tornar útil ao trabalho do psicólogo (Machado &
Gonçalves, 2005).
13. Aplicação em Contexto Forense
• Problemas:
• Cooperação e veracidade das alegações dos avaliados;
• A mentira e a resistência;
• Constrangimentos em contexto de reclusão ou
internamento, setting ou ainda estado psicológico do
sujeito;
• Risco de faltar validade ecológica à avaliação causada
pelo viés cultural;
• Dificuldade em apresentar instrumentos psicométricos.
14. Escolha da Prova
• Aplicação da Figura de Rey tem como objetivo:
– Avaliar diversas funções cognitivas,
– Caracterizar o tipo percetivo do sujeito, tipo de apreensão
efetuada, a forma como retém essa mesma perceção,
– As associações que ele faz para desenhar a figura de memória.
Em contexto forense perceber as alterações percetivas,
pode permitir compreender alterações de
comportamento e de personalidade.
15. Vantagens e Desvantagens
• Vantagens:
– A Figura Complexa de Rey, para além de outras, tem
a vantagem de ser facilmente aceite por indivíduos
iletrados, tímidos, inibidos ou com dificuldades de
linguagem
– Aferida para a população portuguesa
• Desvantagem: complexidade da figura
16. Conjugação da Prova
• Conjugada com outros instrumentos permitirá confirmar
o diagnóstico feito pela Entrevista:
• Toulouse-Piéron: atenção, hipertrofia “hiperprosexia”, a atrofia
“hipoprosexia”;
• WAIS: sintomas de demência ou loucura, idiotismo ou psicastenia,
funções cognitivas que se revelam pelo enfraquecimento da função
do real, do poder de seleção ou síntese
• Wechsler-R: Dismnésia, Amnésia, Hipermnesias e Paramnésia
• Bender Gestáltico: capacidades grafo-percetivas, o desempenho
motor com base na maturação incluindo fatores percetivos como o
movimento, a direção e o todo, tentando ainda perceber se existem
perturbações na organização espacial.
17. Criticas à Prova
• A escolha do tipo de aplicação (versão)
• A escolha do método de aplicação (cores)
• A interpretação dos dados (Quanti e Qualitativamente)
• A escolha da prova vs aferição portuguesa
18. Bibliografia
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• CEGOC-TEA, LDA. Teste de cópia de figuras complexas. 1ª Edição, Lisboa, 1988.
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• Simões, M., Pinho, M.S., Lopes, A.F., Sousa, L.B., e Lopes, C.A. (2011). Instrumentos e Contextos de Avaliação
Psicológica Volume I. Edições Almedina.
19. Obrigada!
Ana Sofia Costa nº 21200450
Anabela Pereira nº 21200338
Graça Santos nº 21200439
U.C.: Avaliação Psicológica Forense
Professora: Tânia Manuel
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias