O documento resume três tópicos: (1) métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis, (2) hereditariedade e (3) engenharia genética. Aborda diferentes métodos contraceptivos, doenças como SIDA e herpes, conceitos de hereditariedade como genes e cromossomas, e aplicações e problemas da engenharia genética como organismos geneticamente modificados.
1. Resumos Ciências
1. Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
Métodos contraceptivos processos que permitem evitar uma gravidez não desejada e/ou DST. Podem ser usados por
qualquer pessoa que tenha iniciado a sua vida sexual e que não deseje engravidar. O método contraceptivo deve ser
adequado à situação (idade, frequência de actividade sexual,...).
Métodos naturais baseiam-se no conhecimento do período fértil da mulher (período durante o qual pode ocorrer a
fecundação) e na abstenção de relações sexuais durante esse período. São menos eficazes que os métodos não
naturais.
Métodos tecnológicos impedem a ovulação, o acesso dos espermatozóides ao ovócito ou a nidação do ovo,
recorrendo a diferentes materiais e técnicas, e podem ser classificados em métodos de barreira, hormonais e cirúrgicos.
Métodos naturais
Método do calendário ou de Ogino tenta determinar o período fértil da mulher conhecendo a data da próxima
menstruação; é relativamente eficaz se a mulher for regular.
Método da temperatura determinação da ovulação por meio da temperatura medida na vagina ou no recto ao
acordar. Imediatamente a seguir à ovulação, a temperatura sofre um ligeiro aumento. Só depois do terceiro dia após
esta subida de temperatura se considera que o período fértil chegou ao fim.
Método de Billings ou do muco cervical o muco é uma substância gelatinosa, produzida pelas glândulas do colo do
útero, que sofre alterações ao longo do ciclo menstrual. Na altura da ovulação, adquire uma aparência diferente, com
grande elasticidade. Para utilizar este método, a mulher deverá, todas as manhãs, observar a aparência e elasticidade
do seu muco.
Método do coito interrompido o homem controla a ejaculação evitando que esta aconteça no interior do corpo
feminino. A sua eficácia é baixa dado que nas gotas de líquido pré-ejaculatório pode haver espermatozóides que
fiquem na vagina antes da interrupção da relação sexual.
Métodos tecnológicos de barreira
Dispositivo Intra-Uterino (DIU) pequeno objecto metálico ou de plástico que, uma vez colocado no interior do
útero, impede a gravidez. O DIU dificulta a progressão dos espermatozóides e a nidação do ovo. Apesar de muito
seguro na prevenção da gravidez, pode facilitar o aparecimento de infecções que podem dificultar uma gravidez
futura, pelo que deve ser utilizado apenas por mulheres que já tiveram filhos. O DIU é colocado e retirado pelo
médico e é eficaz por um período de 3 a 5 anos.
Diafragma membrana fina e redonda de látex ou silicone, rodeada por um aro flexível que se coloca no fundo da
vagina, antes da relação sexual, de modo a impedir que os espermatozóides alcancem o útero. A eficácia do
diafragma aumenta quando usado em simultâneo com um espermicida.
Preservativo saco de borracha muito fino (látex), descartável, que é desenrolado sobre o pénis erecto, antes da
relação sexual. É o único método contraceptivo que evita o contágio das DST. Também existe preservativo feminino.
Métodos tecnológicos hormonais
Pílula medicamento com hormonas semelhantes às produzidas no organismo da mulher que tem como principal
finalidade impedir a ovulação. É eficaz desde que não existam esquecimentos, a ingestão de outros medicamentos
que possam anular o seu efeito e a ocorrência de vómitos ou diarreia.
Pílula do dia seguinte pílula especial tomada nas 72 horas seguintes ao acto sexual. Quanto mais cedo for o início
do tratamento, maiores serão as probabilidades de sucesso. Pode ter muitos e fortes efeitos secundários. Não deve
ser utilizada como método contraceptivo mas apenas numa situação de emergência, por causa da elevada
concentração de hormonas.
Injecções hormonais injecções constituídas por hormonas que se vão libertando de modo contínuo durante um
determinado tempo (geralmente são de três meses).
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2. Implante pequena vareta do tamanho de um fósforo que é colocada sob a pele, no lado interno da parte superior
do braço. Vai libertando lentamente uma hormona que evita a libertação mensal de ovócitos do ovário. A sua
eficácia mantém-se por um período de três anos.
Adesivo adesivo fino que pode ser usado em quatro áreas do corpo: as nádegas, peito, costas ou parte externa do
braço. Contém hormonas que são rapidamente libertadas através da pele para a corrente sanguínea durante sete
dias. Cada adesivo deve ser mudado semanalmente durante três semanas, seguido por uma semana “sem adesivo”,
quando aparece a menstruação.
Espermicidas substâncias químicas que eliminam os espermatozóides depositados na vagina evitando que possam
chegar ao útero. Existem espermicidas sob a forma de creme, espuma, geleia ou spray. Têm baixa eficácia quando
utilizados isoladamente.
Métodos tecnológicos cirúrgicos
Vasectomia intervenção cirúrgica em que se faz um pequeno corte nos canais deferentes, impedindo a passagem
dos espermatozóides dos testículos para a uretra.
Laqueação das trompas corte e sutura das trompas de Falópio, impedindo que os espermatozóides alcancem o
ovócito.
Doenças sexualmente transmissíveis
SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) enfraquecimento do sistema imunitário (diminui a capacidade de
defesa em relação a muitas doenças) causado por um agente patogénico transmissível, o vírus da imunodeficiência
humana (VIH ou HIV na língua inglesa). A pessoa infectada pode contrair várias doenças como a pneumonia e a
tuberculose, que o podem levar à morte. O vírus pode permanecer adormecido no organismo humano durante vários
anos. Neste período, as pessoas são seropositivas e não apresentam sintomas da doença, mas estão infectados.
Devem tomar precauções para diminuir os riscos de evolução da doença e para evitar transmitir o vírus a outras
pessoas.
Herpes Genital manifesta-se pela formação de vesículas na zona genital, que se podem transformar em úlceras
dolorosas. Embora raramente, o herpes genital pode originar complicações graves, nomeadamente nas meninges,
encéfalo, boca, faringe ou pulmões. Actualmente, não existe cura nem vacina para o herpes genital. Contudo, quando
atempado, o tratamento com antivirais específicos pode reduzir a gravidade da situação e acelerar a recuperação.
Hepatite B provocada por um vírus que se transmite da mesma forma que o vírus que provoca a SIDA. Os
portadores podem desenvolver doenças hepáticas graves, como a cirrose e o cancro do fígado. A prevenção contra
este vírus está, no entanto, ao nosso alcance, através de uma vacina que tem uma eficácia de 95% e que está incluída
no Programa Nacional de Vacinação.
2. Hereditariedade
Hereditariedade conjunto de características que se transmitem de geração em geração.
Genética ciência que estuda a transmissão dos caracteres hereditários
Gene parte de um cromossoma que contém informação sobre uma dada característica
Genoma conjunto de genes que caracteriza uma espécie ou individuo
Cromossoma estrutura organizada formada por cromatina condensada, presente no núcleo.
Cromatina complexo formado pelo DNA e proteínas.
Localização da informação genética
Informação genética Cromossomas Cromatina (DNA condensado)
Localizados no núcleo
Características do ADN
O DNA é uma molécula constituída por duas cadeias enroladas em dupla hélice
Cada cadeia segue a sequência: base azotada – grupo fosfato - pentose.
As bases azotadas ligam-se com as bases complementares correspondentes (a-t / g-c)
As cadeias têm sentidos de formação opostos
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3. Cariótipo Humano
O cariótipo humano contém 46 cromossomas distribuídos por 23 pares. Apenas o par 23 (cromossomas sexuais)
distingue o homem da mulher. Enquanto na mulher o par 23 é constituído por dois cromossomas sexuais idênticos,
designados por cromossomas X, no homem, este par é formado por um cromossoma X e um Y.
Transmissão de caracteres hereditários
Para cada gene existe uma cópia - alelo.
Cada alelo tem origem em cada um dos progenitores, e ambos os alelos de um gene ocupam uma posição idêntica
nos dois cromossomas homólogos.
Cada alelo pode conter informação diferente para a mesma característica, por exemplo, cabelo liso vs cabelo
ondulado.
Genótipo constituição genética de um indivíduo, relativamente a uma dada característica.
Fenótipo características observáveis do indivíduo que são a expressão do genótipo.
Xadrez Mendeliano permite caracterizar os descendentes, a partir do cruzamento de gâmetas.
Árvores genealógicas diagramas que evidenciam a transmissão de uma determinada característica ao longo de
várias gerações, o que permite determinar a origem de certas características e perceber a possibilidade de
transmissão a gerações futuras
Exemplos:
Supondo que a geração I é de linhagem pura indica:
O número de gerações.
Existem 3 gerações.
A característica dominante e recessiva. Justifica
A característica dominante é o raquitismo e a recessiva é a ausência do mesmo. No cruzamento dos indivíduos 3 e
4 (ambos raquíticos) resultou um indivíduo normal.
O fenótipo dos indivíduos 6 e 4.
O indivíduo 6 é normal e o 4 é raquítico.
O genótipo de todos os indivíduos.
1. RR 4. Rr 7. rr 10. Rr
2. rr 5. R_ 8. R_ 11. Rr
3. Rr 6. rr 9. rr 12. Rr
3. Engenharia genética
Engenharia genética ramo da biotecnologia dedicado á manipulação dos genes de um organismo, geralmente fora
do seu processo reprodutivo.
Aplicações
Organismos geneticamente modificados (OGMs) (produção de medicamentos, melhoramento de alimentos
e aplicações ambientais
Procedimentos médicos
Clonagem
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4. Clonagem consiste na criação de organismos geneticamente semelhantes a outros. Insere-se o núcleo do ser que se
pretende clonar no interior de um ovócito do ser portador. Após a fusão, desenvolve-se um embrião que será dado á
luz pelo portador, mas que é geneticamente semelhante a outro.
Organismos geneticamente modificados organismos nos quais forma inseridos genes estranhos com finalidade de
os levar a adquirir uma determinada característica.
Técnica do DNA recombinante
Insere-se o gene que se prende num plasmídeo bacteriano. As bactérias modificadas podem depois infectar numa
cultura de células que passam a adquirir características codificadas pelo gene.
Aplicações
Produção de medicamentos
Melhoria da qualidade alimentar (aumento do valor nutritivo, resistência a doenças e pragas, resistência a
condições ambientais e melhoramento da qualidade)
Aplicações ambientais (bactérias que degradam o crude da água e cana do açúcar que produz biogás)
Problemas
Resistência a antibióticos
Introdução de genes nocivos indesejados
Perda de controlo da dispersão dos genes
Passagem dos genes de resistência a espécies infestantes
Monopólio da produção de comida por um numero reduzido de empresas
Questões éticas
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