2. A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ
TELEVIOSONADA
O documentário foi filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e
Donnacha O’Briain, e apresenta os acontecimentos do golpe contra o
governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela.
A Venezuela está entre os cinco maiores países produtores de petróleo do
mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos. Ao
assumir a presidência, em 1998, Hugo Chávez passou a defender a
distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos
sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas
liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes
locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos
3. O SENTIDO DE REVOLUÇÃO
Revolução Venezuelana ou Processo Revolucionário Venezuelano?
Pensamento Liberal – Fim das Revoluções
Chávez traz a tona a palavra maldita: REVOLUÇÃO
“A América Latina não tem outro caminho se não a revolução.” (Chávez)
Revolução ou Reforma?
4. O SENTIDO DE REVOLUÇÃO
“Revolução, em seu sentido real e profundo, significa o processo
histórico assinalado por reformas e modificações econômicas, sociais
e políticas sucessivas que, concentradas em períodos históricos
relativamente curto, vão dar em transformações estruturais da
sociedade, e em especial das relações econômicas e do equilíbrio
recíproco das diferentes classes e categorias sociais.” (PRADO, 1987
apud, MARINGONI, pág. 20)
5. O SENTIDO DE REVOLUÇÃO
“As limitações da ação do governo Chávez são as limitações da
esquerda mundial pós – 1989. (...) É um quadro complicado e
fascinante. Se essa situação pode desemborcar em uma crise
revolucionária ou não, no sentido de uma radical mudança nos
fundamentos da sociedade, é algo que só o tempo - e a luta política -
dirá. A revolução venezuelana ainda está por acontecer.” (MARINGONI,
pág. 26)
6. REFERENDO DE 2007 – ALTERAÇÃO
SUBSTANCIAL DA CONSTITUIÇÃO
Chávez amarga a sua primeira derrota política desde que assumiu a
presidência da Venezuela em 1999.
Não perde para a direita golpista, perde para o povo (abstenções).
7. PONTOS CAUSADORES DA
DERROTA
1 – Não renovação da concessão para RCTV
“O receio é que este exemplo de soberania dado pela Venezuela
se multiplique por outros países, nos quais os meios comentem
tantos abusos como aqui.” (IZARRA, apud MARINGONI, pág. 33)
8. PONTOS CAUSADORES DA
DERROTA
2 – Anúncio da formação do Partido Socialista Unificado da Venezuela
(PSUV).
“O ato de lançamento do novo partido ocorreu em 14 de dezembro
de 2006. (...) Em logo discurso o presidente disse: “Declaro hoje que
vou criar um novo partido. Convido a quem queira acompanhar que
venha comigo”. Logo depois emendou: “Os partidos que quiserem,
continuem como estão, mas saiam do governo. E, contestando a ideia
de que todos contribuíram para a sua vitória eleitoral, doze dias antes,
o mandatário sentenciou: “Os votos não são de nenhum partido, são
9. PONTOS CAUSADORES DA
DERROTA
3 – Ataque direto a cúpula da Igreja Católica.
“São o demônio, defensores dos mais podres interesses, são
verdadeiros vagabundos, do cardeal para baixo.” (CHÁVEZ, apud
MARINGONI, pág. 36)
“A igreja venezuelana não tem nada de democrática, como toda
organização religiosa.” (MARINGONI, pág. 36)
10. REFERENDO DE 2007
Construção involuntária da derrota pelo governo.
“A população, que foi submetida praticamente a uma chantagem política
(escolher entre Chávez e Bush), demonstrou ter autonomia e capacidade
para, através da abstenção, manifestar um estado de mal-estar e fazer um
chamado de alerta.” (LANDER, apud MARINGONI, pág. 37)
“(...) Nenhum governo Venezuelano recorreu tantas vezes a consultas
populares. E, derrotado, Chávez fez o que se esperava: acatou os resultados,
apesar das constantes acusações da mídia internacional de que seria um
ditador.” (MARINGONI, pág. 38)
11. PERSPECTIVA POLÍTICA
“Chávez suscita amores e ódio extremados. Talvez tenha algo a ver
com os ares do Caribe e sua tradição de boleros derramados de
sentimentos exagerados. Mas há um argumento indiscutível a
sustentar essa popularidade. É que a vida melhorou para a maioria da
população ao longo desses anos.” (MARINGONI, pág. 39)
12. PERSPECTIVA POLÍTICA
“Nada disso acontece por mágica. É o aumento do preço internacional
do petróleo que sustenta o crescimento venezuelano. Mas, os
petrodólares não explicam tudo. Quem busca compreender o governo
Chávez examinando apenas os seus anos de governo, com frequência
se confunde. Para entender as idas e vindas e as contradições dessa
ruidosa administração, é necessário olhar para trás, bem para trás.
Mais exatamente para o início do século XX, para uma região do
Caribe com reduzido peso na geopolítica mundial da época.”
(MARINGONI, pág. 42)
13. HISTÓRIA POLÍTICA DA VENEZUELA
– SÉCULO XX
“As disputas na Venezuela, ao longo dos últimos cem anos,
ocorreram em torno do grande combustível da sociedade local e da
economia internacional: o petróleo. Tais enfrentamentos também
moldaram o pano de fundo por onde se movimentam o governo de
Hugo Chávez, seus oponentes e parceiros, tanto no plano interno
quanto no contexto mundial.” (MARINGONI, pág. 43)
14. HISTÓRIA POLÍTICA DA VENEZUELA
– SÉCULO XX
Influência norte-americana na Venezuela
A questão econômica central do país, que se vincula principalmente
à extração do petróleo.
15. PACTO DE PUNTO FIJO (PERÍODO
DEMOCRÁTICO)
O Pacto de Punto Fijo foi um acordo político firmado em 31 de
outubro de 1958, entre os três grandes partidos venezuelanos - a
Acción Democrática (AD) e a Unión Republicana Democrática (URD),
de centro-esquerda, e o social-cristão Comité de Organización
Política Electoral Independiente (Copei) -, para assegurar estabilidade
ao país, após a derrocada da ditadura de Marcos Pérez Jiménez e
alguns meses antes das eleições de dezembro do mesmo ano. Seus
efeitos se fizeram sentir até o início dos anos 1990.
16. PACTO DE PUNTO FIJO
O pacto permitiu à Venezuela trinta anos de democracia e, embora a
alternância de poder se restringisse aos dois principais partidos do
país, assegurou uma grande estabilidade política, contrariamente ao
que se verificava nos países vizinhos, e permitiu integrar as classes
populares através de um sistema de redistribuição. O equilíbrio se
rompeu com o desenvolvimento de um forte clientelismo,
acompanhado de intensa corrupção, e a diminuição dos rendimentos
advindos do petróleo. Afinal, a insatisfação diante da política de
austeridade fiscal adotada pelo Carlos Andrés Pérez culminou com a
17. CARACAZO
“O período que vai de 1989 a 1993 é um dos mais críticos da história política
contemporânea da Venezuela. Além dos problemas de déficit e de dívida
externa e interna, a partir de 1986 os preços do petróleo haviam começado a
cair, debilitando ainda mais as já frágeis contas nacionais. A opção de Andrés
Pérez para recuperar as finanças do país foi adotar o receituário do Fundo
Monetário Internacional, que incluía, entre outras medidas, aumentar os
preços públicos, até então subsidiados pelas rendas do petróleo, e suspender
várias ações de subsídio, para economizar recursos, era a “Grande Virada”.
Estoura o movimento Caracazo, no qual morreram cerca de 300 pessoas
durante a repressão da população, gerando uma onda de protestos por todo
o país, entre 1989 e 1992, ocorreram cerca de 130 protestos por mês no
país.” (NEVES, pág. 49)
19. CONTEXTO EM QUE CHÁVEZ
SURGE NA HISTÓRIA DA
VENEZUELA
“O descontentamento era claro entre civis e militares de baixa patente
e o recurso à força prevaleceu sobre a tentativa de conciliação. Apesar
de a situação explodir primeiramente com os civis, eram os militares
que preparavam, havia alguns anos, uma rebelião. A instabilidade
política estimulou, assim, a tentativa de golpe de Estado liderada por
militares da baixa oficialidade, em fevereiro de 1992, da qual Hugo
Chávez era um dos líderes.” (NEVES, pág. 49)
20. REVOLUÇÃO VENEZUELANA –
PROCESSO HISTÓRICO
1) A esquerda venezuelana.
2) Agitação nos quarteis
●Movimento Bolivariano Revolucionário
3) Hugo Chávez
●Duas experiências marcantes do jovem militar:
a) General Omar Torijos , no Panamá( 1968-19780)
b) General Júan Valesco Alvorada, Peru, 1974.
4) Crise do Governo Carlos Pérez
● Dia e hora marcada do levante contra o governo
● Traição
21. REVOLUÇÃO VENEZUELANA –
PROCESSO HISTÓRICO
5) A repressão
●Uma pequena pronuncia do líder golpista antes da rendição
● A crise provocou um entendimento entre os partidos A.D. e COPIE
●Medidas extremas contra os golpistas, a suspensão das garantias
Constitucionais.
● Fim do Pacto de Punjo Fijo.
● Campanha do então, desconhecido, Hugo Chávez, após o golpe a
abstenção do voto.
●Eleição de Chávez para presidência da República
6) O governo Chávez
24. REFERÊNCIAS
MARINGONI, Gilberto. A Revolução Venezuelana. São Paulo. Editora
UNESP 2009.
NEVES, Rômulo Figueira. Cultura política e elementos de análise da
política venezuelana. Brasília. FUNAG, 2010.