2. RESUMO
Como muitos dos movimentos culturais, o Parnasianismo teve sua inspiração
na França, de uma antologia poética intitulada O Parnaso contemporâneo,
publicada em 1866. Parnaso era o nome de um monte, na Grécia,
consagrado a Apolo (deus da luz e das artes) e às musas (entidades
mitológicas ligadas às artes).
No Brasil, em 1878, em jornais cariocas, um ataque à poesia do Romantismo
gerou uma polêmica em versos que ficou conhecida como a Batalha do
Parnaso. Entretanto, considera-se como marco inicial do Parnasianismo no
país o livro de poesias Fanfarras, de Teófilo Dias, publicado em 1882. O
Parnasianismo prolongou-se até a Semana de Arte Moderna, em 1922.
3. CARACTERÍSTICAS
- Formas poéticas tradicionais: com esquema métrico rígido, rima, soneto.
-Purismo e preciosismo vocabular, com predomínios de termos eruditos, raros,
visando à máxima precisão, e de construções sintáticas refinadas. Escolha de
palavras no dicionário para escrever o poema com palavras difíceis.
- Tendência descritivista, - Postura antirromântica, baseada no binômio
objetividade temática/culto da forma.
- Destaque ao erotismo e à sensualidade feminina.
4. CARACTERÍSTICAS(CONT.)
- Referências à mitologia greco-latina.
- O esteticismo, a depuração formal, o ideal da “arte pela arte”. O tema não é
importante, o que importa é o jeito de escrever, a forma.
- A visão da obra como resultado do trabalho, do esforço do artista, que se coloca
como um ourives que talha e lapida a joia.
- Transpiração no lugar da inspiração romântica. O escritor precisa trabalhar muito,
“suar a camisa”, para fazer uma boa obra. O poeta é comparado a um ourives.
6. QUARTETO PARNASIANO
- Alberto de Oliveira (1857-1937) – autor de Canções românticas,
Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas.
- Raimundo Correia (1860-1911) – autor de Primeiros sonhos, Sinfonias,
Versos e versões, Aleluias, Poesias.
- Olavo Bilac (1865-1918) – autor de Via Láctea, Sarças de fogo, Alma
inquieta, O Caçador de esmeraldas, Tarde.
- Vicente de Carvalho (1866-1924) – autor de Ardentias, Relicário,
Rosa, rosa de amor, Poemas e Canções.
7. POESIA PARA SER COMENTADA
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício.
Porque a beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
(Olavo Bolac)