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A Carta é exemplo do deslumbramento do europeu 
diante do Novo Mundo. Contudo, apresenta 
informações equivocadas. 
Em princípio, Caminha se desculpa pela Carta, a 
qual considera "inferior". O escrevente documenta 
os traços de terra e o momento de vista da terra 
(quando se avistou o Monte Pascoal, a que deu-se o 
nome de Terra de Vera Cruz). 
Os portugueses seguem até à praia, onde acontece 
o primeiro contato com os índios, quando os 
portugueses praticam o primeiro escambo com os 
índios brasileiros. Menciona-se também o pau-brasil 
e é narrada a Primeira Missa na nova terra.
A Carta de Pêro Vaz de Caminha é o documento no qual Pero Vaz de 
Caminha registrou as suas impressões sobre a terra que posteriormente viria a ser 
chamada de Brasil. É o primeiro documento escrito da história do Brasil sendo, 
portanto, considerado o marco inicial da obra literária no país. 
Escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, Caminha redigiu a carta para o reiD. 
Manuel I (1469-1521) para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras. Datada 
de Porto Seguro, no dia 1 de Maio de 1500, foi levada a Lisboa por Gaspar de Lemos, 
comandante do navio de mantimentos da frota. 
A carta conservou-se inédita por mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre 
do Tombo, em Lisboa. Foi descoberta em 1773 por José de Seabra da Silva e publicada, 
pela primeira vez no Brasil, pelo padre Manuel Aires de Casal na sua Corografia 
Brasílica (1817). 
Em 2005 este documento foi inscrito no Programa Memória do 
Mundo daOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura(UNESCO).
A Carta é exemplo do deslumbramento do europeu diante 
do Novo Mundo. Contudo, apresenta informações 
equivocadas. 
Em princípio, Caminha se desculpa pela Carta, a qual 
considera "inferior". O escrevente documenta os traços de 
terra e o momento de vista da terra (quando se avistou 
o Monte Pascoal, a que deu-se o nome de Terra de Vera Cruz). 
Os portugueses seguem até à praia, onde acontece o primeiro 
contato com os índios, quando os portugueses praticam o 
primeiro escambo com os índios brasileiros. Menciona-se 
também o pau-brasil e é narrada a Primeira Missa na nova 
terra.
 "Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim 
pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. 
Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que 
assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, 
do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e 
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as 
curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão 
nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso 
desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; 
assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de 
fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da 
largura de dois dedos.
 Além da Carta de Pero Vaz de Caminha, importante 
documento na historiografia do país, o primeiro texto impresso 
que se refere exclusivamente ao descobrimento do Brasil é o 
panfleto anônimo, escrito em italiano, "Copia di una lettera del 
Re di Portogallo mandata al Re di Castella del viaggio & successo 
dell' India" (Cópia de uma carta do Rei de Portugal mandada ao 
Rei de Castela acerca da viagem e sucesso da Índia), publicada 
inicialmente em Roma, em 23 de outubro de 1505, por mestre 
João de Basicken1 e logo a seguir em Milão, no mesmo ano: 
 "Lembra William Brooks Greenlee que 'a autenticidade desta 
carta é contestável, mas é o mais antigo relato impresso da 
viagem de Cabral hoje existente.' Apesar disso, como já 
ressaltou Rubens Borba de Moraes, 'para os brasileiros este 
panfleto guarda grande interesse, visto que contém as primeiras 
notícias impressas da descoberta do Brasil pelo "Capitano 
Generale Petro Alves Cabrale...alla quale terra d'Santa Croce pose 
il nome..." " (in:Brasiliana da Biblioteca Nacional. p. 33)
 O pedido que Caminha faz no último parágrafo da Carta é 
muitas vezes tido como a primeira tentativa de nepotismo 
em território brasileiro. O que se verifica é que, na verdade, 
Caminha apelou a D. Manuel para que libertasse do cárcere 
o seu genro, casado com sua filha Isabel, preso por assalto e 
agressão2 . Eis o trecho final no qual o cronista faz o 
pedido: 
 "E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo 
como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, 
Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela 
peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha 
de São Toméa Jorge de Osório, meu genro-o que d'Ela 
receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza. 
Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz, hoje, sexta-feira, 
1º dia de maio de 1500."
A carta de Pero Vaz de Caminha - Prof.Altair Aguilar

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  • 1. A Carta é exemplo do deslumbramento do europeu diante do Novo Mundo. Contudo, apresenta informações equivocadas. Em princípio, Caminha se desculpa pela Carta, a qual considera "inferior". O escrevente documenta os traços de terra e o momento de vista da terra (quando se avistou o Monte Pascoal, a que deu-se o nome de Terra de Vera Cruz). Os portugueses seguem até à praia, onde acontece o primeiro contato com os índios, quando os portugueses praticam o primeiro escambo com os índios brasileiros. Menciona-se também o pau-brasil e é narrada a Primeira Missa na nova terra.
  • 2. A Carta de Pêro Vaz de Caminha é o documento no qual Pero Vaz de Caminha registrou as suas impressões sobre a terra que posteriormente viria a ser chamada de Brasil. É o primeiro documento escrito da história do Brasil sendo, portanto, considerado o marco inicial da obra literária no país. Escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, Caminha redigiu a carta para o reiD. Manuel I (1469-1521) para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras. Datada de Porto Seguro, no dia 1 de Maio de 1500, foi levada a Lisboa por Gaspar de Lemos, comandante do navio de mantimentos da frota. A carta conservou-se inédita por mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Foi descoberta em 1773 por José de Seabra da Silva e publicada, pela primeira vez no Brasil, pelo padre Manuel Aires de Casal na sua Corografia Brasílica (1817). Em 2005 este documento foi inscrito no Programa Memória do Mundo daOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura(UNESCO).
  • 3. A Carta é exemplo do deslumbramento do europeu diante do Novo Mundo. Contudo, apresenta informações equivocadas. Em princípio, Caminha se desculpa pela Carta, a qual considera "inferior". O escrevente documenta os traços de terra e o momento de vista da terra (quando se avistou o Monte Pascoal, a que deu-se o nome de Terra de Vera Cruz). Os portugueses seguem até à praia, onde acontece o primeiro contato com os índios, quando os portugueses praticam o primeiro escambo com os índios brasileiros. Menciona-se também o pau-brasil e é narrada a Primeira Missa na nova terra.
  • 4.  "Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8.  Além da Carta de Pero Vaz de Caminha, importante documento na historiografia do país, o primeiro texto impresso que se refere exclusivamente ao descobrimento do Brasil é o panfleto anônimo, escrito em italiano, "Copia di una lettera del Re di Portogallo mandata al Re di Castella del viaggio & successo dell' India" (Cópia de uma carta do Rei de Portugal mandada ao Rei de Castela acerca da viagem e sucesso da Índia), publicada inicialmente em Roma, em 23 de outubro de 1505, por mestre João de Basicken1 e logo a seguir em Milão, no mesmo ano:  "Lembra William Brooks Greenlee que 'a autenticidade desta carta é contestável, mas é o mais antigo relato impresso da viagem de Cabral hoje existente.' Apesar disso, como já ressaltou Rubens Borba de Moraes, 'para os brasileiros este panfleto guarda grande interesse, visto que contém as primeiras notícias impressas da descoberta do Brasil pelo "Capitano Generale Petro Alves Cabrale...alla quale terra d'Santa Croce pose il nome..." " (in:Brasiliana da Biblioteca Nacional. p. 33)
  • 9.  O pedido que Caminha faz no último parágrafo da Carta é muitas vezes tido como a primeira tentativa de nepotismo em território brasileiro. O que se verifica é que, na verdade, Caminha apelou a D. Manuel para que libertasse do cárcere o seu genro, casado com sua filha Isabel, preso por assalto e agressão2 . Eis o trecho final no qual o cronista faz o pedido:  "E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Toméa Jorge de Osório, meu genro-o que d'Ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz, hoje, sexta-feira, 1º dia de maio de 1500."