2. A Neve – A neve é símbolo de castidade, de pureza. Faz
parte da renovação do mundo, para que outro novo e melhor
possa surgir.
‘’A neve esterilizou a vida numa pureza excessiva e sem tempo
como a de um estranho mundo artificial de plástico, de Ersatz.’’ –
(Capítulo XII)
A Música – A música é vista como uma forma de atingir a
perfeição e a plenitude. Em ‘’A Aparição’’ podemos concluir que
os coros de natal e o canto de Sofia tinham algo de trágico. A
música de Cristina simbolizava a busca de um novo mundo, um
mundo melhor e pacifico. Cristina era comparada a Anfião.
‘’Talvez a tua música, Cristina, ajude a mover as pedras, como
certa lira de outrora… Eu a sonho, pelo menos, como o ar
respirável de um dia, aberto às alturas de um triunfo
apaziguado.’’ – (Epílogo)
3. A Montanha – Encontro do céu com a Terra. É vista como
o centro do mundo quando Estamos no topo da mesma.
Símbolo de paz, recordação dos tempos de infância. Alberto
Soares sempre retorna à montanha nas suas férias e depois do
final da sua carreira como professor.
‘’ Ao fundo, barrando o horizonte, ergue-se a montanha, que
recua, vagarosamente, diante de nós, como para nos atrair à
sua verdadeira génese.’’ – (Capítulo XI)
A Planície – Símbolo do final das limitações terrestres, do
espaço e da imensidão. Tem como significado a reflexão e a
harmonia, mas também a tragédia.
‘’ Olho a planície do alto da rampa e sinto-me invadido dessa
plenitude de quem olha o mar do alto de uma falésia.’’ –
(Capítulo II)
4. O Sol – O sol tem 2 simbologias neste livro, pois ele tem o
poder de gerar vida e tem igualmente o poder de tira-la.
É um símbolo de fecundidade e de imortalidade, mas também
um símbolo de seca e morte.
‘’ Ah, o sol ilude e reconforta’’ – (Capítulo II)
O Fogo - Este elemento tem o poder de regeneração e
purificação, porém seu significado é ambivalente, pois o fogo
pode gerar dor e sofrimento.
‘’ O campo arde vastamente, como numa destruição universal.
Quase ouço o crepitar das chamas como o fervor final de uma
inundação’’ – (Epílogo)
5. A Chuva - Significa a renovação dos solos, a criação de vida.
A chuva aparece-nos no livro como símbolo de viagem ao
passado de Alberto.
‘’Lembro-me bem dessa primeira chuva de Inverno, porque a
chuva tem para mim o abalo da revelação e abre como auréola
o halo da memória ao que aconteceu’’ – (Capítulo VII)
O Espelho – O espelho tem ambiguidade de simbologia.
Quando está limpo significa harmonia e plenitude, e quando
sujo significa tristeza e separação. É também símbolo de
revelação e descoberta.
‘’Mas no outro dia, assim que me levantei, coloquei-me no sítio
donde me vira ao espelho e olhei. Diante de mim estava uma
pessoa que me fitava […] E vi, vi os olhos, a face desse alguém
que me habitava, que me era’’ – (Capítulo VI)
6. A Lua – Sendo ela um reflexo do Sol, ela simboliza o
conhecimento refletido, o conhecimento indireto.
Com as suas diferentes fases, mostra o tempo que passa e as novas
evoluções do ser.
‘’ A lua subiu-me agora pelo corpo. Lavo nela as minhas mãos e é
como se me purificasse num tempo anterior à vida num luminoso
halo de coisas por nascerem’’ – (Prólogo)
A Noite - Tempo favorável a interrogações. É ligada ao
inconsciente, visto que este se liberta no sono da noite. A noite surge
na obra sobretudo em momentos de dúvidas, angústias e solidão. É
no tempo noturno que Alberto reflete e escreve o seu livro.
‘’ Mergulhamos no silêncio noturno, sentimo-nos não existir. O que
existe é como que o absoluto do mundo, a presença aguda das
coisas.’’ – (Capítulo III)