O documento discute o animismo e como lidar com comunicações mediúnicas potencialmente influenciadas pelo Espírito do médium. Aborda definições de animismo, exemplos na Codificação Espírita e estratégias para identificar e minimizar influências animísticas nas comunicações de forma fraterna e compassiva.
2. FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ENTIDADE FEDERATIVA E ORIENTADORA DO ESPIRITISMO ESTADUAL
Área de Assistência Espiritual
Departamento de treinamentos
Orientação doutrinária
4. Tópicos que serão abordados:
O papel dos médiuns nas
comunicações espíritas
A educação da faculdade mediúnica
O animismo
A abordagem adequada nos casos de
animismo
O atendimento fraterno diante de
qualquer tipo de comunicação
5. Animismo - Definição
“doutrina explicativa
do funcionamento do
corpo humano
formulada pelo
médico e químico
alemão Georg Ernst
Stahl (1660-1734),
com base no conceito
tradicional de alma”
(Houaiss)
6. Animismo - Definição
“cada uma das doutrinas
que afirmam a existência
da alma humana,
considerada como
princípio e sustentação
de todas as atividades
orgânicas, esp. das
percepções, sentimentos
e pensamentos” (Houaiss)
7. Animismo - Definição
Segundo o etnólogo
Edward B. Tylor (1832 –
1917)
“primeiro estágio da
evolução religiosa da
humanidade”; crença
dos primitivos de que
todas as formas da
natureza têm uma alma
e agem
intencionalmente
(Houaiss)
8. Animismo e o Espiritismo
Alexander Aksakof
(1832 – 1903)
Filósofo e diplomata
russo
“Animismo e
Espiritismo” (1890)
(Eusápia Palladino)
Eduard von Hartmann – “O
Espiritismo” – Teoria do
inconsciente
9. Animismo e o Espiritismo
Ernesto Bozzano
(1862/1947) Filósofo
italiano e pesquisar da
Metapsíquica e do
Espiritismo
“Animismo ou
Espiritismo?” (Qual dos
dois explica o conjunto
dos fatos?) 1937 –
Congresso Espírita
Internacional de Glasgow
(Escócia)
10. Animismo - Definição do Espiritismo
“Para maior brevidade, proponho
designar pela palavra animismo todos os
fenômenos intelectuais e físicos que
deixam supor uma atividade
extracorpórea ou à distância do
organismo humano e mais
especificamente todos os fenômenos
mediúnicos que podem ser explicados por
uma ação que o homem vivo exerce além
dos limites do corpo” (Alexander Aksakof)
11. Animismo - Definição do Espiritismo
“É o estado em que opera o Espírito
do médium e não o do desencarnado.
O médium sob a influência da própria
faculdade (...), fala e obra por si
mesmo, sem interferência do Espírito
encarnado” – Sérgio Biagi Gregório
(http://www.sergiobiagigregorio.com.br/)
12. Animismo, então, é a influência que o médium
exerce na comunicação mediúnica?
Existe mediunidade sem animismo?
“(...) em verdade não há fenômeno
espírita puro, de vez que a manifestação
de seres desencarnados, em nosso
contexto terreno, precisa do médium
encarnado, (...) do veículo da alma e,
portanto, anímicas” – Hermínio C. Miranda
(“Diversidade dos Carismas” – Animismo)
13. Animismo na Codificação Espírita
L.M – Cap. 19 – Item 223 – Questão 10
O médium nunca é inteiramente passivo?
“É passivo quando não mistura suas
ideias com as do Espírito, mas nunca
é inteiramente nulo. Seu concurso é
sempre indispensável, como o de um
intermediário, mesmo quando se
trata dos chamados médiuns
mecânicos”
14. Animismo na Codificação Espírita
“As comunicações escritas ou verbais podem ser
também do próprio Espírito do médium?” (L.M Item
223 – Q. 2)
“A alma do médium pode comunicar-se
como qualquer outra. Se ela goza de um
certo grau de liberdade, recobra então as
suas qualidades de Espírito. Tens a prova
na visita das almas de pessoas vivas (...)
Nesses casos eles te falam como Espíritos
não como homens. Por que o médium não
poderia fazer o mesmo?”
15. Então... As comunicações podem ser
sempre do próprio médium?
“(...) é certo que o
Espírito do médium
pode agir por si, mas
isso não é razão para
que outros Espíritos
não pudessem agir
também por seu
intermédio” – L.M Item
223 – Questão 2.a
16. Animismo é mistificação?
Mistificação = Engodo, engano, dolo,
mentira. Pode ser produzida por
Espíritos desencarnados, assim como
pelo médium. Má-fé.
18. Forma consciente: médium intuitivo (L.M
Item 180)
“(...)O Espírito comunicante não
substitui a alma do médium, porque não
poderia deslocá-la do corpo: domina-a,
sem que isso dependa da vontade dela, e
lhe imprime a sua vontade própria (...) O
médium tem consciência do que escreve,
embora não se trate de seu próprio
pensamento (...)”
19. “(...) Sendo dessa maneira, dir-
se-ia, nada prova que seja outro
Espírito e não o do médium que
escreve. A distinção é às vezes
bastante difícil de se fazer, mas
pode ser que isso pouco importe”
20. Como saber se a mensagem é do Espírito e
não a sua própria? L.M – Item 180
O pensamento não foi preconcebido
O pensamento surge à medida que se
transmite a comunicação
Muitas vezes, a ideia central é muito
contrária a que se tinha anteriormente
sobre o assunto
Pode estar muito além dos conhecimentos e
da capacidade do médium
21. Como diferenciar a comunicação que vem
do médium com a do Espírito comunicante?
“Pela natureza das comunicações.
Estuda as circunstâncias e a linguagem
e distinguirás. É sobretudo no estado
sonambúlico ou de êxtase que o
Espírito do médium se manifesta, pois
se encontra mais livre. No estado
normal é mais difícil (...)” – L.M Item
223 – Q.3
22. “O fantasma do animismo”
“Muitos companheiros
matriculados no serviço
de implantação da Nova
Era, sob a égide do
Espiritismo, vem
convertendo a teoria
animista num travão
injustificável a lhes
congelarem preciosas
oportunidades de
realização do bem” –
Áulus (NDM – Cap.22)
23. Um caso de comunicação
anímica
Cap. 22 –
“Emersão do
passado”
24. A senhora e seu desafeto desencarnado
“(...) A manifestação decorre dos próprios
sentimentos de nossa amiga, arrojada ao
pretérito (...) E efetua isso quase na posição
de sonâmbula, porquanto se concentra
totalmente nas recordações (...), como se
reunisse todas as energias da memória numa
simples ferida (...)” - Áulus
25. Animismo e processos provacionais ou em
decorrência de obsessão
“Muitas vezes (...), qual ocorre no fenômeno
hipnótico isolado, pode cair a mente nos estados
anômalos de sentido inferior, dominada por
forças retrógradas que a imobilizam,
temporariamente, em atitudes estranhas ou
indesejáveis” – André Luiz (“Mecanismos da
Mediunidade” – Cap.23)
Fixação mental
26. A falsa ideia de que todos devem ser
médiuns inconscientes
Compreendamos, de vez, que:
“se a ideia central transmitida pelo
Espírito não foi modificada,
deturpada, a comunicação é
autêntica e perfeitamente aceitável”
Edgard Armond (“Mediunidade” – 1ª
Parte - Cap.11)
27. A falsa ideia de que todos devem ser
médiuns inconscientes
Recordemos ainda que:
Espíritos elevados preferem médiuns com
o cérebro povoado de “conhecimentos
adquiridos na vida atual e de
conhecimentos anteriores latentes (...)
porque então o fenômeno da comunicação
será muito mais fácil” – Erasto e Timóteo
(L.M – Item 225)
28. O alerta de André Luiz
“(...) há médiuns psicofônicos para quem
os Amigos Espirituais designam
determinados tipos de manifestantes que
lhe correspondam às tendências,
caracteres, formação moral e cultural,
especializando-lhes as possibilidades
mediúnicas”
Necessário não confundir tal situação com
animismo ou mistificações inconscientes
“Desobsessão” – André Luiz – Capítulo35
29. O grande entrave à fidelidade nas
comunicações mediúnicas: o problema
moral
“(...)onde a influência moral do médium se faz
realmente sentir é quando ele substitui pelas
suas ideias pessoais aquelas que os Espíritos se
esforçam por lhe sugerir. É ainda quando ele tira,
da sua própria imaginação, as teorias fantásticas
que ele mesmo julga, de boa fé, resultar de uma
comunicação intuitiva. Nesse caso, há mil
possibilidades contra uma de que isso não passe
de reflexo do Espírito pessoal do médium” –
Erasto (L.M – Item 230)
30. Fatores que podem desencadear o animismo
Cultivo de ideias desordenadas e aspirações
mal contidas que desequilibram a mente
Imaginação superexcitada
Inspiração de Espíritos levianos e zombeteiros
“Qualidade na prática mediúnica” – Animismo
(Projeto Manoel Philomeno de Miranda)
Conflitos e hábitos psicológicos indesejáveis
31. O desenvolvimento da moral: o caminho para a
fidelidade e aperfeiçoamento das comunicações
“(...) a educação moral e psíquica
concederá (ao médium) recursos hábeis
para um intercâmbio correto (...)
inúmeros impedimentos se apresentam
durante o fenômeno, que somente o
exercício prolongado e bem dirigido
consegue eliminar. Em si mesmo, o
animismo é ponte para o mediunismo, que
a prática do intercâmbio termina por
superar” – (“Qualidade na prática
mediúnica”)
32. Como diminuir o animismo nas
manifestações?
“Indispensável muito cuidado, exame
contínuo dos problemas íntimos e zelo
pelas letras espíritas, a fim de
discernir com acerto e atuar com
segurança” (“Qualidade na prática
mediúnica”)
33. Como ser intérprete relativamente exato?
“(...) é imprescindível (ao médium) haver
aprendido a ceder, e nem todos os
artífices da oficina mediúnica realizam, a
breve trecho, tal aquisição” – Instrutor
Calderaro (“No Mundo Maior” – Cap.9)
34. O que é ceder ? Segundo o Instrutor Calderaro:
Devoção à felicidade do próximo
Elevada compreensão do bem coletivo
Avançado espírito de concurso fraterno
Serena superioridade nos atritos com a
opinião alheia
Refúgio frequente à “moradia dos princípios
superiores”
35. Medianeiro comum
Servirá com a matéria mental que
lhe é própria, sofrendo a influência
das imprecisões naturais terrestres
36. Quando transformado
Adaptado aos imperativos da renúncia
pessoal, com trabalho incessante,
edificará o templo interior de serviço,
reconhecendo o programa Divino
acima de seus caprichos pessoais
Instrutor Calderaro
37. O exemplo de Otávia
Capítulo 16 –
“Incorporação”
38. Incorporação semiconsciente – Enxertia
de árvore frutífera
“A planta estranha revela suas
características e oferece seus frutos
particulares, mas a árvore enxertada
não perde sua personalidade e
prossegue operando em sua
vitalidade própria” – André Luiz
39. O que é ser um bom médium?
O bom médium “não é aquele que tem
facilidade de comunicação, mas o que
é simpático aos Bons Espíritos e só
por eles é assistido. É neste sentido
que a excelência das qualidades
morais é de importância absoluta
para a mediunidade” – Allan Kardec
(E.S.E – Cap.24 – Item 12)
40. Como proceder nos casos de animismo nas
diversas assistências?
“Os problemas de
animismo que porventura
surjam no grupo, devem ser
analisados sem espírito de
censura ou de escândalo,
cabendo ao dirigente fazer
todo o possível para
esclarecer com caridade os
médiuns e os
desencarnados envolvidos”
(“Desobsessão” – André
Luiz) Capítulo 15
42. Regras de ouro nos atendimentos
Manter a sintonia com os mentores da tarefa
Não julgar e alimentar profundo sentimento de
compaixão frente aos enganos e erros
apresentados
Ser firme sem ser cruel ou agressivo
Evitar o tom de discursos e sermões
Ser claro e objetivo em sua fala, escolhendo
as palavras mais adequadas para não ferir
43. Acima de tudo, desmistifiquemos o preconceito ao
animismo
“indispensável lembrar que somos
mais ricos do que geralmente
julgamos. Abaixo da consciência jaz
um maravilhoso depósito de
documentos inexplorados que tem
algo a ensinar-nos sobre o próprio
substrato da individualidade (...)” –
Gabriel Delanne (“Pesquisas sobre
mediunidade”)