1. O impacto da depressão
• Estimativas de prevalência na população em 12
meses é de 6,6% e na vida de 16,2%.
• Afeta 340 milhões de pessoas em todo o
mundo.
• mulheres/ homens = 2:1 (diferença tem início
na adolescência).
• Início em qualquer idade, mas o período de
maior incidência é dos 25 aos 30 anos e de
prevalência dos 30 aos 44 anos.
• 0,4 a 2,5% das crianças e adolescentes.
Kessler et al., 2003
2. 2004 2030
Infecçõesrespiratóriasbaixas
1 Depressão
Diarréias
2 Doença cardíaca isquêmica
Depressão
3 Acidentesde trânsito
Doençacardíacaisquêmica
4 Doenças cerebrovasculares
HIV/AIDS
5 DPOC
Doenças cerebrovasculares
6 Infecções respiratórias baixas
Prematuridade e baixo peso ao nascer
7 Perda auditiva iniciadano adulto
Asfixia etraumaao nascer
8 Erros de refração
Acidentes de trânsito
9 HIV/AIDS
Infecçõesneonataise outras
10 Diabetes mellitus
OMS, 2004
Prejuízo global acentuado
3. Impacto econômico
• No Reino Unido o custo direto com a
depressão é maior que o custo com diabetes e
hipertensão juntos.
• Os custos indiretos são ainda maiores e
correspondem a 62% dos custos totais (estes
incluem perda da produtividade no trabalho,
absenteísmo e desemprego).
(Scot and Dickey, 2003; Greenberg et al., 2003)
4. Atenção primária
• Nos serviços de atenção primária a
prevalência da depressão é de 10 a 30% entre
todos pacientes.
• Estes pacientes recebem tratamentos não
psiquiátricos 2 a 4 vezes mais que aqueles
sem depressão.
(Simon e Katzelnick, 1997)
5. Gravidade da depressão
Duração mínima de duas semanas.
1. leve (F32.0): pelo menos 2 sintomas típicos mais
pelo menos dois outros sintomas comuns. Não
causa disfunção psicossocial importante.
2. moderado (F32.1): pelo menos 2 sintomas típicos,
mais pelo menos três outros sintomas comuns.
Prejuízo claro no funcionamento psicossocial.
3. grave (F32.2): todos os 3 sintomas típicos, mais
pelo menos 4 outros sintomas comuns. Em geral
tem incapacidade psicosocial e ideação suicida.
6. Classificação CID-10Classificação CID-10
Transtornos do Humor
• F30 Episódio Maníaco
• F31 Transtorno Afetivo Bipolar
• F 32 Episódio Depressivo
• F 33 Transtorno Depressivo Recorrente
• F34 Transtornos Persistentes do Humor (inclui ciclotimia e
distimia)
• F38.0 Outros Transtornos do Humor (inclui episódio afetivo
misto)
7. Depressão x tristeza normal
Depressão
Mais intensa
Mais duradoura
Não reage aos estímulos positivos
Prejuízo funcional
Piora com o tempo
Sem fator causal necessariamente
Lentificação psicomotora
Tristeza normal
Menos intensa
Menos duradoura
Reage a estímulos positivos
Prejuízo funcional limitado
Melhora com o tempo
Tem fator causal
Sem lentificação psicomotora
8. Avaliação inicial
Depressão
Primária
Sem causa orgânica ou
sem ligação direta com
fator estressante
Secundária ou Transtorno de
ajustamento
- Diretamente ligado a fator
estressante
- Doença física
- Medicamentos
Depressão
Unipolar Bipolar
10. ComorbidadesComorbidades
“Durante essas crises de absoluta falta de
consciência, eu bebia - só Deus sabe o quanto.
Naturalmente, meus inimigos atribuíam a loucura à
bebida ao invés de atribuírem a bebida à loucura”
(Edgar Allan Poe, 1848)
DEPRESSÃO
Dependência de drogas
13%
Dependência de álcool
24%
Abuso de drogas
(sem dependência)
7%
11. Fatores agravantes na depressão
• Presença de psicose
• Ideação suicida
• Gravidade dos sintomas
• Cronicidade dos sintomas
• Presença de comorbidades
• Ausência de resposta a tratamentos prévios
Melhor encaminhar ao psiquiatra!
15. Neuroquímica
Hipótese Monoaminérgica
• Baseava-se no mecanismo de ação das drogas
Limitações:
– Apesar da ação dos ADs nos receptores pós-sinápticos ser
imediata, a resposta clínica só ocorre de 2 a 3 semanas
depois.
– Medidas de metabólitos de NA e 5-HT não mostravam
padrão consistente
– Tentativas de definir subgrupos falharam
– Não é possível predizer com certeza a resposta ao
tratamento
16. Segundos mensageiros e expressão gênica
(Belmaker e Agam, 2008)
CREB = fator de transcrição
17. Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal
(Belmaker e Agam, 2008)
Níveis de cortisol estão
aumentados em depressão
grave e também o tamanho da
hipófise anterior e do cortex
da adrenal.
Níveis aumentados de HCR no
líquor e da expresão gênica
do HCR no sistema límbico
Diminuição do hipocampo e
do número de neurônios e
glia, possivelmente devido à
redução na neurogênese
devido a níveis elevados de
cortisol ou diminuição de
BDNF (fator neurotrófico).
Antideprssivos aumentam
DNF
Níveis de cortisol estão
aumentados em depressão
grave e também o tamanho da
hipófise anterior e do cortex
da adrenal.
Níveis aumentados de HCR no
líquor e da expresão gênica
do HCR no sistema límbico
Diminuição do hipocampo e
do número de neurônios e
glia, possivelmente devido à
redução na neurogênese
devido a níveis elevados de
cortisol ou diminuição de
BDNF (fator neurotrófico).
Antideprssivos aumentam
DNF
HCR = Hormônio
liberador da
corticotropina
STRESS
HCR
ACTH
CORTISOL
18. Antidepressivos - eficácia
• Entre 30 e 50% dos pacientes depressivos têm
uma resposta inadequada ao primeiro
antidepressivo utilizado
• Razões para falta de eficácia:
– Dosagem muito baixa
– Duração muito curta
– Falta de aderência
– Efeitos colaterais intoleráveis
19. Antidepressivos – qual escolher?
• Eficácia
Evidência clínica
Resolução de sintomas emocionais e somáticos
• Mecanismo de ação
• Tolerabilidade
• Segurança
• Facilidade de admnistração
• Custo (direto e indireto)
• História pessoal e familiar de tratamento
• Comorbidades
A depressão é uma doença altamente prevalente, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Ha predomínio entre as mulheres e pode afetar desde crianças até idosos.
No final dos anos 90 a OMS passou a avaliar a gravidade das doenças não apenas pela taxa de mortalidade, mas levando em conta a morbidade associada à doença. Criou o indice DALY, que representa a quantidade de anos vividos com disfunção psicosocial + o risco de morte prematura. que Quando avaliado
Terceira causa de prejuízo global no mundo hoje, perdendo apenas para as infecções respiratórias baixas e diarréias.
Em 2030 será a primeira causa de prejuízo global.
Portanto a depressão é uma doença altamente prevalente, incapacitante, que tem um impacto econômico direto e indireto extremo e que está presente na atenção primária e portanto será vista constantemente pelos médicos generalistas.
Pela cid 10 os transtornos depressivos estão localizados entre os transtornos do humor. Os transtornos depressivos podem ser divididos em episódio depressivo, episódio depressivo recorrente que se caracteriza pela ocorrência repetida de episódios depressivos e pela distimia que se trata de um rebaixamento crônico do humor que persiste por vários anos, mas não é grave o suficiente para preencher critérios para episódio depressivo. Nessa apresentação vamos nos referi principalmente ao episódio depressivo.
Cuidado para não considerar que os fatores estressores “explicam” o estado depressivo e que o caso não é médico e sim apenas social. Conta muito o entendimento do que veio primeiro. Se a pessoa tem fatores como pobreza, más condições de moradia, péssimo relacionamento com o conjuge
FALAR DA IMIPRAMINA E DA RESERPINA
The monoamine hypothesis of depression postulates
a deficiency in serotonin or norepinephrine neurotransmission
in the brain. Monoaminergic neurotransmission
is mediated by serotonin (5-hydroxytryptamine
1A [5-HT1A] and 5-hydroxytryptamine 1B [5-HT1B]) or
norepinephrine (noradrenaline) released from presynaptic
neurons (serotonergic neuron, shown on the left
side, and noradrenergic neuron, shown on the right
side [condensed virtually]). Serotonin is synthesized
from tryptophan, with the first step in the synthetic
pathway catalyzed by tryptophan hydroxylase; norepinephrine
is synthesized from tyrosine, with the first
step catalyzed by tyrosine hydroxylase. Both monoamine
transmitters are stored in vesicles in the presynaptic
neuron and released into the synaptic cleft, thereby
affecting both presynaptic and postsynaptic
neurons. Cessation of the synaptic action of the neurotransmitters
occurs by means of both reuptake
through the specific serotonin and norepinephrine
transporters and feedback control of release through
the presynaptic 5-HT1A and 5-HT1B regulatory autoreceptors
for serotonin and the α2-noradrenergic autoreceptors
for norepinephrine. Monoamine oxidase A
(MAO-A) catabolizes monoamines presynaptically and
thereby indirectly regulates vesicular content. The protein
p11, which interacts with 5-HT1B receptors, increases
their function. Postsynaptically, both serotonin
and norepinephrine bind two kinds of guanine nucleotide
triphosphate–binding protein (G protein)–coupled
receptors: cyclic AMP (cAMP)–coupled receptors,
which activate adenylate cyclase (AC) to generate
cAMP, and phosphatidylinositol (PI)–coupled receptors,
which activate phospholipase C (PLC). PLC generates
inositol triphosphate (IP3) and diacylglycerol
(DAG); cAMP activates protein kinase A (PKA), and IP3
and DAG activate protein kinase C (PKC). The two protein
kinases affect the cAMP response element–binding
protein (CREB). Findings in patients with depression
that support the monoamine-deficiency
hypothesis include a relapse of depression with inhibition
of tyrosine hydroxylase or depletion of dietary
tryptophan, an increased frequency of a mutation affecting
the brain-specific form of tryptophan hydroxylase
(TPH-2), increased specific ligand binding to
MAO-A, subsensitive 5-HT1A receptors, malfunctioning
5-HT1B receptors, decreased levels of p11, polymorphisms
of the serotonin-reuptake transporter associated
with depression, an inadequate response of G
proteins to neurotransmitter signals, and reduced levels
of cAMP, inositol, and CREB in postmortem brains.
Figure 2. The Hypothalamic–Pituitary–Cortisol System in Depression.
The hypothalamic–pituitary–cortisol hypothesis of depression postulates that abnormalities in the cortisol response
to stress may underlie depression. The black arrows show that in response to stress, which is perceived by the brain
cortex and the amygdala and transmitted to the hypothalamus, corticotropin-releasing hormone (CRH) is released,
inducing the anterior pituitary gland to secrete corticotropin into the bloodstream. Corticotropin stimulates the adrenal
cortexes to secrete the glucocorticoid hormone cortisol. The red lines show that cortisol, in turn, induces feedback
inhibition in the hypothalamus and the pituitary, suppressing the production of CRH and corticotropin, respectively.
Findings in patients with depression that support the hypothalamic–pituitary–cortisol hypothesis include the
following: cortisol levels are sometimes increased in severe depression, the size of the anterior pituitary and adrenal
cortex is increased, and CRH levels in the cerebrospinal fluid and CRH expression in the limbic brain regions are increased.
Hippocampal size and the numbers of neurons and glia are decreased, possibly reflecting reduced neurogenesis
due to elevated cortisol levels or due to reduced brain-derived neurotrophic factor.