1. Filosofia – 3° ano do Ensino Médio
O Homem, a Ciência e a Bioética
2. Não tenho medo que o mundo acabe em
2012. Tenho medo que ele continue igual em
2013...
3.
4.
5. BASES FILOSÓFICAS DA
EDUCAÇÃO
CONCEITOS BÁSICOS DE FILOSOFIA
FILOSOFIA ÉTICA VIRTUDE
PENSAR
VIVER
AGIR
ETHOS
GUARIDA
HOSP. INCON-
DICIONAL
HÁBITO
MODO DE SER
CARÁTER
DEVER-SER
PROCESSO DE
HUMANIZAÇÃO
CAPACIDADE DE
PENSAR O PRÓ-
PRIO PENSAMENTO
PROTEÇÃO
CIDADANIA CIVIL
CIDADANIA SOCIAL
CIDADANIA ECONÔMICA
6. FILOSOFIA:
É a própria sabedoria.
É uma atividade que nos ensina como devemos pensar, como
devemos viver e como devemos agir.
É o desenvolvimento da capacidade de pensar o próprio
pensamento.
É um instrumento de investigação e reflexão sobre as
ciências. (Metáfora da Coruja de Minerva, Hegel).
OBJETO DA FILOSOFIA: A existência humana, o sentido de
vida.
Toda investigação filosófica veicula uma determinada
concepção do que seja existência humana e qual o seu
sentido.
7. OBJETO DA FILOSOFIA
Tem como objeto o homem e sua existência.
A existência humana é “objeto” de investigação.
A filosofia investiga o SER, o sentido de vida.
A educação visa transmitir determinada imagem de ser humano, um
tipo bem concreto de existência.
Debruçar-se sobre os princípios filosóficos é ver qual a imagem de ser
humano veiculada, e, as suas consequências para a educação.
A filosofia nos dará os conceitos de compreensão, por isso é um ótimo
instrumento de reflexão.
8. “... houve um tempo em que nosso poder
perante a morte era muito pequeno, e de fato ela
se apresentava elegantemente. E, por isso, os
homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir a sua
voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver.
Hoje, nosso poder aumentou, a morte foi definida
como a inimiga a ser derrotada, fomos possuídos
pela fantasia onipotente de nos livrarmos de seu
toque.
Ruben Alves
.. a morte não é algo que nos espera no fim. É
companheira silenciosa que fala com voz branda,
sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a
verdade e nos convidando à sabedoria de viver.
Quem não pensa e não reflete sobre a morte, acaba
por esquecer da vida. Morre antes, sem perceber"
10. A Bioética emerge no contexto
científico como uma reflexão
sobre tudo o que interfira no
respeito à qualidade e dignidade
da vida, representando o resgate
da ética, da condição plena de
cidadania e do respeito às
diferenças.
11. BioéticaBioética
como nova ciência ética que combina humildadehumildade, responsabilidade e uma
competência interdisciplinar, intercultural, que potencializa o senso de
humanidade.
HumildadeHumildade
é a consequência apropriada que segue a afirmação "posso estar erradoposso estar errado" e
exige responsabilidade de aprender com as experiências e conhecimentos
disponíveis.
“A humildadehumildade seria necessária como um antídoto para a
ruidosa arrogância tecnológica atual”. (Hans Jonas Ética, medicina
e técnica. Lisboa: Vega Passagens, 1994:65).
EgoísmoEgoísmo
Eu OutroEu Outro
AltruísmoAltruísmo
Eu OutroEu Outro
SolidariedadeSolidariedade
Eu OutroEu Outro
12. “Bioética nada mais é dos que
os deveres do ser humano para com o outro ser
humano e de todos para com a humanidade”.
Bom dia, angústia ! São Paulo: Martins Fontes, 1997:61.
André Comte-Sponville
13. Bioética é a reflexão sobre a adequação ou
inadequação de ações envolvidas com a vida.
Competência
Científica
Conhecimento
Tecnologia
Técnica
Competência
Humanista
Sabedoria
Confiança
Ética
14. Bioética
Interação entre a vida e o universo das normas e valores;
Ela reflete a tensão entre ética e técnica, entre ciência e
consciência;
Constitui-se como uma tentativa de humanizar o progresso
científico e a visão técnico-instrumental que o indivíduo tem
do mundo.
15. Tecnociência
Fonte de complicados dilemas éticos, geradores de
angústia, ambivalência e incertezas.
A modernidade nos fez acreditar que a tecnologia
tornaria mais feliz a nossa vida e menos penosa a
nossa morte.
16. Fatores que contribuíram para o
surgimento da bioética:
Tecnicização das formas de vida;
Hegemonia da razão instrumental;
Avanço material vertiginoso;
Novo modelo de civilização;
Isolamento do homem moderno;
Individualismo burguês.
17. Tal cenário suscitou a necessidade de :
Mudança dos valores sociais
Negação dos avanços desordenados da ciência
Repensar a insuficiência da ética médica para
resolver os problemas postos pela democratização
dos saberes, pelo pluralismo dos valores e pela
secularização dos costumes
18. Garantir os espaços de manifestação da
liberdade;
Conter a ação desordenada do homem sobre o
meio-ambiente;
Criticar o predomínio do modelo instrumental
nas ciências da vida;
Respeito à vida e aos direitos humanos
Negar o modo de vida mecanicista e a
despersonalização do indivíduo no mundo
sistêmico.
19. A bioética, enquanto disciplina ou campo de
reflexão sistemático sobre a relação ciência-
consciência, surge em 1970 com a obra
Bioethics: bridge to the Future de Van
Rensselaer Potter.
1º momento: reflexão aplicada às ciências da
vida.
2º momento: disciplina, domínio, campo de
discussão.
20. Hoje
A bioética é um universo
multidisciplinar
Dimensão pluralista, aberta,
multifacetada
21. Bioética
Ponte entre o saber científico e o saber
humanista;
Reflexão sobre o dever-ser em ciência;
Fruto da evolução do saber e das novas
concepções geradas pela biologia,
sociologia, medicina, teologia, direito,
filosofia...
22. OBJETIVO
Humanizar o progresso científico e a visão técnico-
instrumental que os indivíduos têm do mundo, uma vez a o
uso inapropriado da ciência pode conduzir a uma
desumanização do homem.
A bioética possui um caráter especulativo (crítico-
questionador) e normativo-prescritivo (visa a elaboração de
normas e critérios para resolver problemas específicos).
23. Princípios da BioéticaPrincípios da Bioética
Alguns autores não
distinguem estes dois princípios, mas há
diferença em fazer o bem e evitar fazer o
mal
24. Evitar submeter o paciente a intervenções cujo
sofrimento resultante seja muito maior do que o
benefício eventualmente conseguido.
Evitar intervenções que determinem desrespeito
à dignidade do paciente como pessoa.
Os princípios da bioética
25. O princípio da autonomia, frente ao paciente terminal, está
secundariamente situado em relação à beneficência e à não-maleficência.
Estes pacientes apresentam algumas
peculiaridades em relação à aplicação deste princípio. Alguns
estudos demonstraram que no máximo 23% desses pacientes,
devido ao grave comprometimento de sua doença, apresentam
condições de sensório adequadas para realizar a opção.
O exercício do princípio da autonomia na situação do
paciente terminal, em razão da dificuldade e abrangência de tal decisão, mesmo para
aqueles que não estejam emocionalmente envolvidos, deve ocorrer de uma maneira
evolutiva e com a velocidade adequada a cada caso.
Em nenhum momento, essa decisão deve ser
unilateral, muito pelo contrário, ela deve ser consensual da
equipe e da família.
26. O princípio da justiça deve ser levado em conta na decisão
final, embora não deva prevalecer sobre os princípios da beneficência, da não-
maleficência e da autonomia.
Se é consenso que um paciente, mesmo em estado crítico, será
beneficiado com um determinado tipo de medicação, a despeito de que o produto esteja
escasso no hospital, preservam-se os princípios da beneficência e da autonomia sobre os da
justiça.
Se o paciente está na fase de morte inevitável, e são oferecidos
cuidados desproporcionais, estaremos utilizando recursos que
poderiam ser aplicados em outros pacientes.
27. Questões fundamentais da bioética
Inseminação artificial/fecundação in vitro/ Clonagem/ manipulação
genética/experimento com embriões;
A intervenção sobre o cérebro e a manipulação da personalidade;
A questão da identidade dos indivíduos/ o eugenismo e o ideal de perfeição humano;
O aborto, a eutanásia e a questão acerca do direito de viver e morrer;
A relação entre profissionais de saúde e enfermos/ a mercantilização da medicina;
A relação entre poder-saber-dever/ o surgimento do homem maquinal;
O respeito à dignidade humana e as populações excluídas pelo modelo de
civilização ocidental.
28. A bioética é a expressão teórico-prática da
consciência moral de um novo tipo de homem
no seio de uma nova civilização;
Os problemas morais não encontram
respostas no seio da cultura científica em que
nascem;
A essência do bem escapa a toda
definição científica.
29. A bioética revela:
O conflito entre natureza e cultura;
O fato de que nem tudo que é cientificamente
possível é humanamente desejável;
Que não existem valores universais ou fórmulas
acabadas capazes de resolver todos os dilemas
referentes à relação conhecimento-liberdade-
responsabilidade.
30. Porém, deve-se reconhecer que:
Não se pode eliminar da consciência da
humanidade o desejo de progresso e crescimento
materiais
A razão instrumental, não obstante os malefícios
causados pelo seu mau emprego, é imprescindível
às sociedades humanas modernas.
A dinâmica do progresso científico é irrefreável.
31. Questões
A ciência é responsável pelo cientificismo?
O progresso técnico-científico pode garantir a
liberdade e o respeito à dignidade dos
indivíduos?
Qual o preço que devemos pagar pela vertiginosa
marcha da ciência e pelo seu emprego
desmesurado?
Estamos também progredindo moralmente?
É mesmo admirável esse mundo novo?
32. Impasses e incertezas
Mudança do genótipo repercussões
psico-somáticas e espirituais
Problemas referentes ao modo de
estruturação da personalidade (crise de
identidade)
A reprodução humana tende a tornar-se uma
questão de zootecnia
A era do artifício, do in vitro.
33. Triagem genética de embriões
(fascínio/fascismo do belo)
A questão da purificação étnica
Nem todo direito de escolha é saudável
O controle da natureza e de seus
acidentes
O conhecimento mortífero do ser humano
A ação desmesurada da potência
tecnocientífica
34. Bioética e direitos humanos
O que é a verdade em matéria de ciência
e tratamento?
Certas verdades científicas podem se
sobrepor às verdades sociais e culturais?
É moralmente correto obrigar uma pessoa
a seguir um tratamento que lhe pode
salvar a vida?
Qual a fronteira entre a obrigação
profissional e o direito do indivíduo de
escolher o pior para si mesmo?
35. A vida humana deve ser preservada
independentemente de sua qualidade?
Temos o direito de escolher o modo de
morrer?
Pode o desejo de morrer ser excluído do
projeto humano de viver?
É lícito adiar o morrer prolongando o
sofrer?
Vale a pena prolongar a vida física de
quem já perdeu a dignidade de viver?
36. DignidadeDignidade
“Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia.”
Mário Quintana