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RESUMO: PASTORAIS, TIMÓTEO E TITO – YANN REDALIE, - ORG. DANIEL
MARGUERAT, HISTÓRIA, ESCRITURA E TEOLOGIA.
ALAN KLEBER DA SILVA
CAMPINAS
2023
1) Introdução:
As cartas pastorais, que consistem nas epístolas de Paulo a Timóteo e
Tito, são um conjunto importante de escritos no Novo Testamento. No entanto,
há alguma controvérsia em relação à autoria dessas cartas, e muitos estudiosos
questionam se Paulo realmente as escreveu. Além disso, as cartas pastorais
apresentam uma estrutura e conteúdo distintos em comparação com outras
epístolas de Paulo, o que levanta questões sobre o gênero literário desses
escritos.
Neste trabalho, iremos explorar as principais questões em torno das
cartas pastorais, incluindo a autoria, estrutura, conteúdo, novas perspectivas e
gênero literário. Vamos analisar as evidências a favor e contra a autoria paulina
das cartas pastorais, examinar a estrutura e o conteúdo desses escritos e discutir
as implicações teológicas e práticas desses textos para a igreja cristã.
Além disso, vamos explorar novas perspectivas sobre as cartas pastorais,
incluindo teorias alternativas sobre a autoria e interpretações inovadoras do
conteúdo das cartas. Vamos também examinar o gênero literário das cartas
pastorais e como isso influencia a forma como devemos interpretar esses
escritos.
No geral, este trabalho tem como objetivo fornecer uma visão abrangente das
cartas pastorais e suas implicações para a teologia e prática cristãs. Ao analisar
cuidadosamente a autoria, estrutura, conteúdo, novas perspectivas e gênero
literário das cartas pastorais, esperamos obter uma compreensão mais profunda
desses textos e seu significado para a fé cristã.
2) Metodologia:
Pesquisa Bibliográfica limitada ao livro: Novo Testamento: história, escritura e
teologia / Daniel Marguerat [org.]; 3ed. – São Paulo: Edições Loyola,2015.
3) Cartas Pastorais:
O autor nos apresenta as epístolas a Timóteo e a Tito, que são direcionadas
a indivíduos, mas contêm principalmente instruções para líderes de
comunidades. Essas epístolas são conhecidas como "epístolas pastorais" e
estão relacionadas não apenas pelo conteúdo e pela composição literária, mas
também pelo "discurso indireto", em que Paulo intervém em suas comunidades
por meio de seus colaboradores, convidando-os a representar um modelo de
vida coerente com a mensagem do apóstolo. As instruções são duradouras e
têm um caráter geral.
A autoria dessas epístolas tem sido questionada, com a maioria dos
comentadores modernos considerando que foram escritas por um discípulo de
Paulo, o que será discutido com mais detalhes no decorrer deste trabalho.
(Marguerat,2015)
4) Apresentação:
a. Primeira carta à Timóteo:
A carta foi escrita por Paulo para ajudar Timóteo a liderar a igreja enquanto
Paulo estava fora, e contém instruções para lidar com falsos ensinamentos e
organizar a comunidade cristã. A carta é composta de seções polêmicas que
denunciam os falsos doutores e instruções sobre a organização da comunidade.
Essas instruções são motivadas por fórmulas tradicionais e pela figura fundadora
de Paulo. Aforma epistolar da carta é discutida, notando-se que a ação de graças
não segue a saudação, mas é precedida por instruções para Timóteo.
b. Segunda carta à Timóteo:
O livro de 2 Timóteo descreve a situação de Paulo na prisão em Roma e seu
iminente fim. A carta é pessoal, com ação de graças e saudação inicial, seguida
de exortações a Timóteo. Não há instruções para os grupos da comunidade, mas
denúncias contra os falsos doutores e exortações a Timóteo para se tornar um
modelo oposto a eles. A motivação teológica é expressa através de enunciados
tradicionais e da figura de Paulo como fundamento e modelo. A carta também
enfatiza o sofrimento de Paulo.
c. Carta à Tito:
A carta de Paulo a Tito, que foi deixado por Paulo em Creta para completar a
organização da igreja local. A carta é caracterizada por uma ampla saudação
que se torna um enunciado teológico e a ausência de ação de graças. O corpo
da carta contém duas sequências centrais de exortações sobre os adversários,
a comunidade, a motivação soteriológica e a tarefa de Tito. O texto discute
também a tradição manuscrita e a ordem das cartas, e como a ausência das
pastorais em alguns manuscritos pode indicar uma redação tardia ou acidentes.
A ordem canônica das cartas varia entre os manuscritos, mas muitos seguem a
sequência de Tito, 1 Timóteo e 2 Timóteo.
5) Gêneros Literários:
a. Timóteo e Tito:
O autor demostra que estilo de 1 Timóteo e Tito, pertencem ao gênero de
literatura de exortação. Essas cartas utilizam códigos de virtudes, deveres e
catálogos de vícios para transmitir uma experiência de vida aos destinatários,
que geralmente são jovens de importante situação social ou funcionários
recentemente nomeados. As cartas também enfatizam a legitimação dos
destinatários e seu mandato, tendo sido comparadas a cartas administrativas
enviadas por altos funcionários, reis ou imperadores a seus representantes na
província durante o tempo em que ocupavam seus cargos. As instruções dessas
cartas cobriam o destinatário e indicavam as qualidades que ele deveria
demonstrar.
b. 2 Timóteo:
O autor nos mostra que a carta de 2 Timóteo, embora seja uma carta, é mais
parecido com um testamento, onde uma pessoa que está prestes a morrer
compartilha sua sabedoria com seus filhos. Esse tipo de gênero literário é
comum no judaísmo e tem como objetivo transmitir a tradição e evitar a perda da
salvação. Em 2 Timóteo, os elementos testamentários incluem a doutrina a ser
guardada, a transmissão da mensagem para outros e as advertências sobre
falsos doutores. O autor também destaca o exemplo a ser seguido e os maus
exemplos a serem evitados.
6) Meio Histórico de Produção:
6.1 A questão do Autor:
O autor aborda a questão da autoria das epístolas a Timóteo e Tito
atribuídas a Paulo, que foram questionadas ao longo dos últimos duzentos
anos. As pesquisas indicaram diferenças na linguagem e estilo em relação às
outras epístolas de Paulo, presença de termos-chave ausentes em outras
epístolas e uso diferente das preposições e construções sintáticas. As
contradições internas nas situações supostas pelas pastorais e as dificuldades
em enquadrar os dados biográficos de Paulo também foram apontadas como
argumentos contra a autenticidade dessas epístolas. Além disso, não há
debate sobre o conteúdo do ensinamento dos adversários, ao contrário das
outras epístolas de Paulo. A apresentação da encarnação como epifania e a
designação de Cristo como Salvador são novidades terminológicas em uma
linguagem teológica marcada pelo helenismo. Há inúmeros indícios que
refletem uma Igreja com estado de desenvolvimento mais avançado do que as
comunidades às quais Paulo se dirige em outras cartas.
Os defensores da autenticidade das pastorais atribuem as diferenças a
uma evolução interna do ministério de Paulo, enquanto outros comentadores
propõem a hipótese de um "secretário" responsável pela redação dos textos ou
de "fragmentos autênticos" de cartas de Paulo conservados. Há concordância
quanto às diferenças entre as pastorais e as epístolas cuja autenticidade
paulina não é mais questionada.
Existem vários autores que discordam da autoria paulina das cartas pastorais.
Alguns dos mais conhecidos são:
A) Bart Ehrman: um estudioso do Novo Testamento que argumenta
que as cartas pastorais foram escritas por um discípulo de Paulo em
seu nome após a morte do apóstolo.
B) Raymond E. Brown: um erudito católico que argumenta que as
cartas pastorais foram escritas por um seguidor de Paulo que usou
seu nome para dar autoridade às suas ideias.
C) John Knox: um estudioso do Novo Testamento que argumenta que
as cartas pastorais foram escritas por um autor desconhecido que
estava tentando estabelecer a autoridade do episcopado sobre a
liderança da igreja.
D) David Trobisch: um estudioso do Novo Testamento que argumenta
que as cartas pastorais foram escritas em um contexto pós-
apostólico, quando a igreja estava se organizando em uma estrutura
hierárquica.
a. Os destinatários, Timóteo e Tito:
O autor descreve Timóteo como o colaborador mais conhecido de Paulo,
mencionando suas missões em Tessalônica, Filipos e Corinto. Ele é apresentado
como um "filho querido e fiel no Senhor" e é mencionado em várias cartas do
Novo Testamento. Timóteo nasceu de pai grego e mãe judia e se tornou
colaborador de Paulo após a separação de Barnabé. Embora grego, ele não foi
obrigado a se submeter à circuncisão. Nas pastorais, a relação de Timóteo com
Paulo muda e ele é deixado como um ministro residente em várias comunidades.
A perspectiva pseudepigráfica sugere que Timóteo e Tito se tornaram figuras
importantes na presença do apóstolo quando ele estava ausente e modelos de
ministros fiéis à origem apostólica.
b. Cristão da Terceira geração:
O autor fala sobre as epístolas pastorais, que são consideradas escritos
pseudepigráficos, provavelmente escritos por alguém ligado às comunidades
paulinas na Ásia Menor no final do século I. Esses escritos mostram uma forte
consciência do tempo e da necessidade de consolidar a comunidade à medida
que se distancia de sua origem e fundador. Eles também reagem contra
ameaças percebidas, como falsos doutores e heréticos que criam disputas e
fazem trabalho de sapa nas famílias. A questão dos comportamentos também é
abordada, já que as comunidades se diversificam e precisam se inscrever na
sociedade que as envolve.
7) Fontes e Tradições:
O autor nos fala sobre a tradição paulina, que se expressa em suas epístolas
literárias, que são cartas escritas por Paulo e enviadas a várias comunidades
cristãs. Essas cartas têm características específicas, como uma saudação inicial,
agradecimentos, uma seção doutrinária, instruções e exortações finais.
O autor destaca que as cartas autênticas de Paulo (como Romanos e 1
Coríntios) têm um valor literário e teológico indiscutível, mas algumas epístolas
cuja autenticidade é questionada (como 1 Timóteo e Tito) também apresentam
temas e ideias semelhantes às cartas autênticas. Alguns desses temas são a
autodesignação de Paulo como apóstolo, a proposta de imitar seu exemplo, sua
relação íntima com o Evangelho, seus sofrimentos e sua vontade de estar
presente junto às comunidades.
O autor também cita algumas referências e alusões nas epístolas
paulinas, como a expressão "falo a verdade, não minto" (1 Timóteo 2,7 e
Romanos 9,1), a posição das mulheres na assembleia (1 Timóteo 2,11-15 e 1
Coríntios 14,33b-36) e o tema de morrer e viver em Cristo (2 Timóteo 2,11-13 e
Romanos 6,3 s.). Além disso, o autor menciona "slogans paulinos", que são
fórmulas breves de vulgarização do paulinismo, como "A Lei é boa" (1 Timóteo
1,8) e "Tudo é puro para os que são puros" (Tito 1,15).
O destaque aqui é a importância das epístolas paulinas como fontes literárias e
teológicas, e apresenta alguns temas e referências que aparecem nelas,
enfatizando a continuidade da tradição paulina em suas várias epístolas.
a. As tradições parenéticas:
O autor nos mostra fala sobre as semelhanças entre as tradições éticas
helenísticas e as Pastorais de Paulo na Bíblia cristã. Os requisitos para o
ministério eclesiástico mencionados nas Pastorais lembram os perfis
profissionais exigidos na época helenística, que se preocupavam mais com as
virtudes morais do que com a competência. Além disso, as listas de vícios e
virtudes e os deveres para diferentes categorias sociais encontrados nas
Pastorais são semelhantes às polêmicas entre escolas filosóficas da época.
b. As tradições soteriológicas:
Nesta parte o autor menciona que os enunciados soteriológicos e teológicos
presentes nas Pastorais têm origem em tradições religiosas e incluem hinos,
fórmulas catequéticas, confissões de fé e ditos sapienciais. A cristologia das
Pastorais inclui elementos que são parte do Símbolo dos Apóstolos, como a
encarnação, a paixão sob Pôncio Pilatos, a ressurreição e a manifestação final.
8) Uma linha teológica:
O autor argumenta que as Pastorais têm recebido pouca atenção nas
teologias do Novo Testamento devido à ênfase em suas instruções práticas e
éticas, bem como à dúvida de que suas fórmulas soteriológicas constituam uma
teologia. No entanto, estudos recentes destacam a importância da articulação
entre exortação e soteriologia nas Pastorais e a apresentação da teologia das
Pastorais como uma transmissão fiel da doutrina do apóstolo. Além disso, as
Pastorais não apenas utilizam tradições, mas também pretendem ser a tradição.
a. Epifania da Salvação:
O autor discute as três cartas pastorais de Timóteo e Tito, que apresentam
um plano divino de Deus como um Deus Salvador que oferece sua graça desde
toda a eternidade. A comunicação entre Deus e a história é expressa pelo termo
epifania, que indica a irrupção do divino na história. O autor também destaca a
importância de Paulo nas exortações da salvação e como ele é apresentado
como a passagem obrigatória do anúncio da salvação. Por fim, o texto enfatiza
a importância da transmissão correta do conhecimento da salvação, destacando
a genealogia comunicativa de origem controlada como essencial para evitar o
erro.
b. Paulo, arauto apóstolo e doutor:
Redalie, dá um destaque sobre a importância de Paulo como anunciador da
salvação e centro da transmissão correta. O conflito com seus adversários é
sobre conhecimento, e as pastorais tentam traçar uma linha clara que vai de
Deus até a comunidade. O saber da salvação não é misterioso e é baseado na
decisão de Deus de salvar os homens, tornada realidade em Cristo. Paulo ensina
a Timóteo e Tito a importância de escolher pessoas justas para continuar a
mensagem e evitar a pesquisa vã e o erro. O canal é a mensagem.
c. Paulo o primeiro Salvo:
O autor nesta temática o autor busca mostrar como a salvação de Deus se torna
ligada a Paulo e como sua experiência é usada como modelo para os que vão
crer em Cristo em vista da vida eterna. Paulo é apresentado como o primeiro
pecador justificado e como docente, e também é o paradigma do cristão
responsável recompensado e o modelo a ser seguido por aqueles que sofrem
pela pregação do Evangelho. Paulo já passou por todas as etapas do percurso
indicado na exortação.
9) Como se comportar na casa de Deus:
Aqui o autor nos fala sobre a ausência de Paulo e como a prática ministerial
ocupa o lugar que ele deixou. A casa de Deus é apresentada como o lugar
concreto da articulação entre parênese e teologia, onde comportar-se segundo
as instruções de Paulo é a maneira de afirmar a ligação viva com o apóstolo em
sua ausência. A ética das pastorais se apresenta como uma moral social que
organiza o comportamento conforme a articulação dos espaços: a casa
particular, a Igreja como casa de Deus e a sociedade que observa e julga.
10) Novas perspectivas:
O autor aborda diferentes perspectivas de estudo das tradições paulinas e
das epístolas pastorais. Alguns estudos recentes se concentram na
pseudepigrafia e no deuteropaulinismo das pastorais, enquanto outros
examinam o contexto sócio-histórico que deu origem a essas cartas. Há também
uma leitura feminista das epístolas, que aborda a questão do patriarcalismo na
Igreja e no ministério. Além disso, o texto destaca a importância de estudar cada
uma das três cartas separadamente e sugere uma análise particular de 2
Timóteo em relação às outras duas epístolas.
11) Bibliografia:
Questões de Autoria:
Bart Ehrman: Ehrman, Bart D. "Forged: Writing in the Name of God--Why
the Bible's Authors Are Not Who We Think They Are." HarperOne, 2011.
Raymond E. Brown: Brown, Raymond E. "An Introduction to the New
Testament." Yale University Press, 1997.
John Knox: Knox, John. "The Pastoral Epistles." SCM Press, 1950.
David Trobisch: Trobisch, David. "The First Edition of the New
Testament." Oxford University Press, 2000

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Análise das Cartas Pastorais

  • 1. RESUMO: PASTORAIS, TIMÓTEO E TITO – YANN REDALIE, - ORG. DANIEL MARGUERAT, HISTÓRIA, ESCRITURA E TEOLOGIA. ALAN KLEBER DA SILVA CAMPINAS 2023
  • 2. 1) Introdução: As cartas pastorais, que consistem nas epístolas de Paulo a Timóteo e Tito, são um conjunto importante de escritos no Novo Testamento. No entanto, há alguma controvérsia em relação à autoria dessas cartas, e muitos estudiosos questionam se Paulo realmente as escreveu. Além disso, as cartas pastorais apresentam uma estrutura e conteúdo distintos em comparação com outras epístolas de Paulo, o que levanta questões sobre o gênero literário desses escritos. Neste trabalho, iremos explorar as principais questões em torno das cartas pastorais, incluindo a autoria, estrutura, conteúdo, novas perspectivas e gênero literário. Vamos analisar as evidências a favor e contra a autoria paulina das cartas pastorais, examinar a estrutura e o conteúdo desses escritos e discutir as implicações teológicas e práticas desses textos para a igreja cristã. Além disso, vamos explorar novas perspectivas sobre as cartas pastorais, incluindo teorias alternativas sobre a autoria e interpretações inovadoras do conteúdo das cartas. Vamos também examinar o gênero literário das cartas pastorais e como isso influencia a forma como devemos interpretar esses escritos. No geral, este trabalho tem como objetivo fornecer uma visão abrangente das cartas pastorais e suas implicações para a teologia e prática cristãs. Ao analisar cuidadosamente a autoria, estrutura, conteúdo, novas perspectivas e gênero literário das cartas pastorais, esperamos obter uma compreensão mais profunda desses textos e seu significado para a fé cristã. 2) Metodologia: Pesquisa Bibliográfica limitada ao livro: Novo Testamento: história, escritura e teologia / Daniel Marguerat [org.]; 3ed. – São Paulo: Edições Loyola,2015. 3) Cartas Pastorais: O autor nos apresenta as epístolas a Timóteo e a Tito, que são direcionadas a indivíduos, mas contêm principalmente instruções para líderes de
  • 3. comunidades. Essas epístolas são conhecidas como "epístolas pastorais" e estão relacionadas não apenas pelo conteúdo e pela composição literária, mas também pelo "discurso indireto", em que Paulo intervém em suas comunidades por meio de seus colaboradores, convidando-os a representar um modelo de vida coerente com a mensagem do apóstolo. As instruções são duradouras e têm um caráter geral. A autoria dessas epístolas tem sido questionada, com a maioria dos comentadores modernos considerando que foram escritas por um discípulo de Paulo, o que será discutido com mais detalhes no decorrer deste trabalho. (Marguerat,2015) 4) Apresentação: a. Primeira carta à Timóteo: A carta foi escrita por Paulo para ajudar Timóteo a liderar a igreja enquanto Paulo estava fora, e contém instruções para lidar com falsos ensinamentos e organizar a comunidade cristã. A carta é composta de seções polêmicas que denunciam os falsos doutores e instruções sobre a organização da comunidade. Essas instruções são motivadas por fórmulas tradicionais e pela figura fundadora de Paulo. Aforma epistolar da carta é discutida, notando-se que a ação de graças não segue a saudação, mas é precedida por instruções para Timóteo. b. Segunda carta à Timóteo: O livro de 2 Timóteo descreve a situação de Paulo na prisão em Roma e seu iminente fim. A carta é pessoal, com ação de graças e saudação inicial, seguida de exortações a Timóteo. Não há instruções para os grupos da comunidade, mas denúncias contra os falsos doutores e exortações a Timóteo para se tornar um modelo oposto a eles. A motivação teológica é expressa através de enunciados tradicionais e da figura de Paulo como fundamento e modelo. A carta também enfatiza o sofrimento de Paulo. c. Carta à Tito: A carta de Paulo a Tito, que foi deixado por Paulo em Creta para completar a organização da igreja local. A carta é caracterizada por uma ampla saudação que se torna um enunciado teológico e a ausência de ação de graças. O corpo
  • 4. da carta contém duas sequências centrais de exortações sobre os adversários, a comunidade, a motivação soteriológica e a tarefa de Tito. O texto discute também a tradição manuscrita e a ordem das cartas, e como a ausência das pastorais em alguns manuscritos pode indicar uma redação tardia ou acidentes. A ordem canônica das cartas varia entre os manuscritos, mas muitos seguem a sequência de Tito, 1 Timóteo e 2 Timóteo. 5) Gêneros Literários: a. Timóteo e Tito: O autor demostra que estilo de 1 Timóteo e Tito, pertencem ao gênero de literatura de exortação. Essas cartas utilizam códigos de virtudes, deveres e catálogos de vícios para transmitir uma experiência de vida aos destinatários, que geralmente são jovens de importante situação social ou funcionários recentemente nomeados. As cartas também enfatizam a legitimação dos destinatários e seu mandato, tendo sido comparadas a cartas administrativas enviadas por altos funcionários, reis ou imperadores a seus representantes na província durante o tempo em que ocupavam seus cargos. As instruções dessas cartas cobriam o destinatário e indicavam as qualidades que ele deveria demonstrar. b. 2 Timóteo: O autor nos mostra que a carta de 2 Timóteo, embora seja uma carta, é mais parecido com um testamento, onde uma pessoa que está prestes a morrer compartilha sua sabedoria com seus filhos. Esse tipo de gênero literário é comum no judaísmo e tem como objetivo transmitir a tradição e evitar a perda da salvação. Em 2 Timóteo, os elementos testamentários incluem a doutrina a ser guardada, a transmissão da mensagem para outros e as advertências sobre falsos doutores. O autor também destaca o exemplo a ser seguido e os maus exemplos a serem evitados. 6) Meio Histórico de Produção: 6.1 A questão do Autor: O autor aborda a questão da autoria das epístolas a Timóteo e Tito atribuídas a Paulo, que foram questionadas ao longo dos últimos duzentos anos. As pesquisas indicaram diferenças na linguagem e estilo em relação às outras epístolas de Paulo, presença de termos-chave ausentes em outras
  • 5. epístolas e uso diferente das preposições e construções sintáticas. As contradições internas nas situações supostas pelas pastorais e as dificuldades em enquadrar os dados biográficos de Paulo também foram apontadas como argumentos contra a autenticidade dessas epístolas. Além disso, não há debate sobre o conteúdo do ensinamento dos adversários, ao contrário das outras epístolas de Paulo. A apresentação da encarnação como epifania e a designação de Cristo como Salvador são novidades terminológicas em uma linguagem teológica marcada pelo helenismo. Há inúmeros indícios que refletem uma Igreja com estado de desenvolvimento mais avançado do que as comunidades às quais Paulo se dirige em outras cartas. Os defensores da autenticidade das pastorais atribuem as diferenças a uma evolução interna do ministério de Paulo, enquanto outros comentadores propõem a hipótese de um "secretário" responsável pela redação dos textos ou de "fragmentos autênticos" de cartas de Paulo conservados. Há concordância quanto às diferenças entre as pastorais e as epístolas cuja autenticidade paulina não é mais questionada. Existem vários autores que discordam da autoria paulina das cartas pastorais. Alguns dos mais conhecidos são: A) Bart Ehrman: um estudioso do Novo Testamento que argumenta que as cartas pastorais foram escritas por um discípulo de Paulo em seu nome após a morte do apóstolo. B) Raymond E. Brown: um erudito católico que argumenta que as cartas pastorais foram escritas por um seguidor de Paulo que usou seu nome para dar autoridade às suas ideias. C) John Knox: um estudioso do Novo Testamento que argumenta que as cartas pastorais foram escritas por um autor desconhecido que estava tentando estabelecer a autoridade do episcopado sobre a liderança da igreja. D) David Trobisch: um estudioso do Novo Testamento que argumenta que as cartas pastorais foram escritas em um contexto pós- apostólico, quando a igreja estava se organizando em uma estrutura hierárquica. a. Os destinatários, Timóteo e Tito: O autor descreve Timóteo como o colaborador mais conhecido de Paulo, mencionando suas missões em Tessalônica, Filipos e Corinto. Ele é apresentado como um "filho querido e fiel no Senhor" e é mencionado em várias cartas do Novo Testamento. Timóteo nasceu de pai grego e mãe judia e se tornou colaborador de Paulo após a separação de Barnabé. Embora grego, ele não foi
  • 6. obrigado a se submeter à circuncisão. Nas pastorais, a relação de Timóteo com Paulo muda e ele é deixado como um ministro residente em várias comunidades. A perspectiva pseudepigráfica sugere que Timóteo e Tito se tornaram figuras importantes na presença do apóstolo quando ele estava ausente e modelos de ministros fiéis à origem apostólica. b. Cristão da Terceira geração: O autor fala sobre as epístolas pastorais, que são consideradas escritos pseudepigráficos, provavelmente escritos por alguém ligado às comunidades paulinas na Ásia Menor no final do século I. Esses escritos mostram uma forte consciência do tempo e da necessidade de consolidar a comunidade à medida que se distancia de sua origem e fundador. Eles também reagem contra ameaças percebidas, como falsos doutores e heréticos que criam disputas e fazem trabalho de sapa nas famílias. A questão dos comportamentos também é abordada, já que as comunidades se diversificam e precisam se inscrever na sociedade que as envolve. 7) Fontes e Tradições: O autor nos fala sobre a tradição paulina, que se expressa em suas epístolas literárias, que são cartas escritas por Paulo e enviadas a várias comunidades cristãs. Essas cartas têm características específicas, como uma saudação inicial, agradecimentos, uma seção doutrinária, instruções e exortações finais. O autor destaca que as cartas autênticas de Paulo (como Romanos e 1 Coríntios) têm um valor literário e teológico indiscutível, mas algumas epístolas cuja autenticidade é questionada (como 1 Timóteo e Tito) também apresentam temas e ideias semelhantes às cartas autênticas. Alguns desses temas são a autodesignação de Paulo como apóstolo, a proposta de imitar seu exemplo, sua relação íntima com o Evangelho, seus sofrimentos e sua vontade de estar presente junto às comunidades. O autor também cita algumas referências e alusões nas epístolas paulinas, como a expressão "falo a verdade, não minto" (1 Timóteo 2,7 e Romanos 9,1), a posição das mulheres na assembleia (1 Timóteo 2,11-15 e 1 Coríntios 14,33b-36) e o tema de morrer e viver em Cristo (2 Timóteo 2,11-13 e
  • 7. Romanos 6,3 s.). Além disso, o autor menciona "slogans paulinos", que são fórmulas breves de vulgarização do paulinismo, como "A Lei é boa" (1 Timóteo 1,8) e "Tudo é puro para os que são puros" (Tito 1,15). O destaque aqui é a importância das epístolas paulinas como fontes literárias e teológicas, e apresenta alguns temas e referências que aparecem nelas, enfatizando a continuidade da tradição paulina em suas várias epístolas. a. As tradições parenéticas: O autor nos mostra fala sobre as semelhanças entre as tradições éticas helenísticas e as Pastorais de Paulo na Bíblia cristã. Os requisitos para o ministério eclesiástico mencionados nas Pastorais lembram os perfis profissionais exigidos na época helenística, que se preocupavam mais com as virtudes morais do que com a competência. Além disso, as listas de vícios e virtudes e os deveres para diferentes categorias sociais encontrados nas Pastorais são semelhantes às polêmicas entre escolas filosóficas da época. b. As tradições soteriológicas: Nesta parte o autor menciona que os enunciados soteriológicos e teológicos presentes nas Pastorais têm origem em tradições religiosas e incluem hinos, fórmulas catequéticas, confissões de fé e ditos sapienciais. A cristologia das Pastorais inclui elementos que são parte do Símbolo dos Apóstolos, como a encarnação, a paixão sob Pôncio Pilatos, a ressurreição e a manifestação final. 8) Uma linha teológica: O autor argumenta que as Pastorais têm recebido pouca atenção nas teologias do Novo Testamento devido à ênfase em suas instruções práticas e éticas, bem como à dúvida de que suas fórmulas soteriológicas constituam uma teologia. No entanto, estudos recentes destacam a importância da articulação entre exortação e soteriologia nas Pastorais e a apresentação da teologia das Pastorais como uma transmissão fiel da doutrina do apóstolo. Além disso, as Pastorais não apenas utilizam tradições, mas também pretendem ser a tradição. a. Epifania da Salvação:
  • 8. O autor discute as três cartas pastorais de Timóteo e Tito, que apresentam um plano divino de Deus como um Deus Salvador que oferece sua graça desde toda a eternidade. A comunicação entre Deus e a história é expressa pelo termo epifania, que indica a irrupção do divino na história. O autor também destaca a importância de Paulo nas exortações da salvação e como ele é apresentado como a passagem obrigatória do anúncio da salvação. Por fim, o texto enfatiza a importância da transmissão correta do conhecimento da salvação, destacando a genealogia comunicativa de origem controlada como essencial para evitar o erro. b. Paulo, arauto apóstolo e doutor: Redalie, dá um destaque sobre a importância de Paulo como anunciador da salvação e centro da transmissão correta. O conflito com seus adversários é sobre conhecimento, e as pastorais tentam traçar uma linha clara que vai de Deus até a comunidade. O saber da salvação não é misterioso e é baseado na decisão de Deus de salvar os homens, tornada realidade em Cristo. Paulo ensina a Timóteo e Tito a importância de escolher pessoas justas para continuar a mensagem e evitar a pesquisa vã e o erro. O canal é a mensagem. c. Paulo o primeiro Salvo: O autor nesta temática o autor busca mostrar como a salvação de Deus se torna ligada a Paulo e como sua experiência é usada como modelo para os que vão crer em Cristo em vista da vida eterna. Paulo é apresentado como o primeiro pecador justificado e como docente, e também é o paradigma do cristão responsável recompensado e o modelo a ser seguido por aqueles que sofrem pela pregação do Evangelho. Paulo já passou por todas as etapas do percurso indicado na exortação. 9) Como se comportar na casa de Deus: Aqui o autor nos fala sobre a ausência de Paulo e como a prática ministerial ocupa o lugar que ele deixou. A casa de Deus é apresentada como o lugar concreto da articulação entre parênese e teologia, onde comportar-se segundo as instruções de Paulo é a maneira de afirmar a ligação viva com o apóstolo em sua ausência. A ética das pastorais se apresenta como uma moral social que
  • 9. organiza o comportamento conforme a articulação dos espaços: a casa particular, a Igreja como casa de Deus e a sociedade que observa e julga. 10) Novas perspectivas: O autor aborda diferentes perspectivas de estudo das tradições paulinas e das epístolas pastorais. Alguns estudos recentes se concentram na pseudepigrafia e no deuteropaulinismo das pastorais, enquanto outros examinam o contexto sócio-histórico que deu origem a essas cartas. Há também uma leitura feminista das epístolas, que aborda a questão do patriarcalismo na Igreja e no ministério. Além disso, o texto destaca a importância de estudar cada uma das três cartas separadamente e sugere uma análise particular de 2 Timóteo em relação às outras duas epístolas. 11) Bibliografia: Questões de Autoria: Bart Ehrman: Ehrman, Bart D. "Forged: Writing in the Name of God--Why the Bible's Authors Are Not Who We Think They Are." HarperOne, 2011. Raymond E. Brown: Brown, Raymond E. "An Introduction to the New Testament." Yale University Press, 1997. John Knox: Knox, John. "The Pastoral Epistles." SCM Press, 1950. David Trobisch: Trobisch, David. "The First Edition of the New Testament." Oxford University Press, 2000