Apresentação no Congresso Mariológico de Aparecida (2018) a respeito do Rosto Mariano da Igreja, a partir do pensamento de Von Balthasar. O texto será publicado
11. Se cada um dos princípios fosse absoluto...
Tiago: a lei e da Tradição -> apego a formas
ultrapassadas;
Pedro: Igreja como mera organização;
Paulo: a liberdade do Espírito -> misticismo e
sucesso;
João: subjetividade da experiência ou o
mero compromisso social
(Dom Murilo Krieger, citando Brendan Leahy)
12. PRINCÍPIO MARIANO
Abraça e unifica os quatro.
Maria personifica a Igreja. Ela é a mãe
que gerou o Verbo, de quem a Igreja
nasce, e é esposa que coopera com
Cristo no evento da Redenção.
13. Os 12 “mistérios” de Maria
1. A Anunciação (Lc 1,26-38)
2. A gravidez (Lc 1; Mt 1)
3. A visita a Isabel e o canto do Magnificat (Lc 1,39-56)
4. O nascimento de Nosso Senhor (Mt 2,1-12; Lc 2,1-20)
5. A apresentação no Templo (Lc 2,21-40)
6. A fuga para o Egito (Mt 2,13-23)
7. O reencontro de Jesus no Templo (Lc 2,41-52)
8. As bodas de Caná (Jo 2,1-11)
9. A rejeição de Maria e dos irmãos (Mt 12,46-50; Mc 3,31-35; Lc 8,19-21)
10. A bênção dos fiéis (Lc 11,28)
11. Maria aos pés da cruz (Jo 19,25-28)
12. Maria em oração com a Igreja (At 1,14)
14. A vocação de cada cristão e da Igreja
inteira é viver como Maria em relação a
Cristo.
A espiritualidade mariana tem a ver com
deixar que Cristo se forme em nós, por
obra do Espírito Santo.
A espiritualidade de Maria está centrada
no seu sim transparente a Deus, e é esse o
elemento comum a todos na Igreja
15. Isso implica:
•Abertura ao mistério do amor
de Deus
• Resposta à Palavra
•Existência materna e “cristófora
16. Que a graça de Deus
Cresça em nós sem cessar
E de Ti, nosso Pai
Venha o Espírito Santo de Amor
Para gerar e formar
Cristo em nós.
18. A estrutura hierárquica da Igreja se
ordena para a santidade dos seus
membros.
E a santidade é medida segundo o
grande mistério em que a Esposa
responde com o amor ao dom do Esposo,
no Espírito Santo.
O Concílio Vaticano II, confirmando a
tradição, recordou que, na hierarquia da
santidade, a mulher Maria de Nazaré, é
figura da Igreja (MD 27).
19. Maria precede a todos no caminho
rumo à santidade. Na sua pessoa a
Igreja já atingiu a perfeição.
Neste sentido, pode-se dizer que a
Igreja é conjuntamente mariana e
apostólico-petrina (Mulieris
dignitatem 27) -> citado no
Catecismo da Igreja, 773
20. Este perfil mariano é tão fundamental e
caracterizante para a Igreja quanto o perfil Apostólico
e petrino, ao qual está profundamente unido. A
dimensão mariana da Igreja antecede à petrina,
embora lhe seja estreitamente unida e complementar.
O tríplice múnus petrino visa formar a Igreja no ideal
de santidade, que já está preformado e prefigurado
em Maria. Como bem disse um teólogo
contemporâneo, Maria é "rainha dos apóstolos sem
pretender para si os poderes apostólicos. Ela tem
outras coisas e muito mais" (MD, nota 55)
21. Rosto mariano da Igreja
Emili Turu
Ex superior Geral
dos Maristas
22. Construir, de forma pessoal,
comunitária e institucional, uma
Igreja inspirada nas atitudes de
Maria..
23. 1.Escuta e medita a Palavra de
Deus e se alimenta dela
2. Oferece Jesus ao mundo de hoje
pela eucaristia.
3.Missionária: vai ao encontro de
homens e mulheres do nosso
tempo.
4. É Comunhão de irmãos e irmãs
24. 5. Canta e louva o seu Senhor, como
no Magnificat
6. Vive da caridade, e a põe em
prática, especialmente para com os
mais pobres
7. É Igreja servidora, que dá a vida.
25. A visão do Papa Francisco,
na Evangelii Gaudium
26. Maria, a peregrina na fé
Ela é a mulher de fé, que vive e caminha na
fé,
Sua excepcional peregrinação da fé
representa um ponto de referência constante
para nós.
Ela deixou-se conduzir pelo Espírito, através
de um itinerário de fé feito de serviço e
fecundidade (EG 287).
27. Contemplativa
Maria conserva cuidadosamente «todas estas
coisas ponderando-as no seu coração» (Lc 2, 19).
Reconhece os vestígios do Espírito de Deus tanto
nos grandes acontecimentos como naqueles que
parecem imperceptíveis.
É contemplativa do mistério de Deus no mundo,
na história e na vida diária de cada um e de
todos.
28. Proativa
Maria é a mulher orante e trabalhadora em
Nazaré, mas é também nossa Senhora da
prontidão, a que sai às pressa (Lc 1, 39) de seu
povoado para ajudar os outros (EG 288).
29. Maria da crise
Na peregrinação evangelizadora, há as fases
de aridez, de ocultação e até de um certo
cansaço, como as que viveu Maria nos anos de
Nazaré enquanto Jesus crescia.
Naquele início, ela experimenta um aperto do
coração, uma noite da fé, e também um
avanço (EG 287).
30. Simplicidade e criatividade
Maria sabe transformar um curral de animais
na casa de Jesus,
com uns pobres paninhos e uma montanha de
ternura (EG 286).
31. Alegria do Louvor
Ela é a serva humilde do Pai,
que transborda de alegria no louvor (EG 286).
32. Resistência e esperança
Como Mãe de todos,
Maria é sinal de esperança para os povos que
sofrem as dores do parto
até que germine a justiça (EG 286).
33. Ternura e Profecia
Sempre que olhamos para Maria, voltamos
a acreditar na força revolucionária da
ternura e do afeto.
Nela, vemos que a humildade e a ternura
não são virtudes dos fracos, mas dos fortes,
que não precisam de maltratar os outros
para se sentir importantes (EG 288).
34. Ternura e Profecia
Fixando-a, descobrimos que aquela que
louvava a Deus porque «derrubou os
poderosos de seus tronos» e «aos ricos
despediu de mãos vazias» (Lc 1, 52.53) é
mesma que assegura o aconchego dum lar
à nossa busca de justiça (EG 288).
35. Maria, nossa amiga
Maria é a amiga sempre solícita para que não
falte o vinho na nossa vida.
Ela, que tem o coração trespassado pela
espada, compreende todas as penas (EG 286).
36. Perseverante na cruz
Na cruz, quando Cristo suportou em sua carne
o dramático encontro entre o pecado do
mundo e a misericórdia divina, viu a seus pés
a presença consoladora da Mãe e do amigo
(EG 285)
37. Mãe da comunidade
Jesus deixa-nos a sua Mãe como nossa Mãe.
Ao pé da cruz, Cristo conduz-nos a Maria.
Leva-nos a Ela, porque quer que caminhemos
com uma mãe; e, nesta imagem materna, o
povo lê todos os mistérios do Evangelho (EG
285).
38. Ícone feminino da Igreja
Há ligação íntima entre Maria, a Igreja e cada
fiel (EG 285).
É do agrado do Senhor que sua Igreja tenha o
ícone feminino. Ela, que o gerou com tanta fé,
também acompanha «o resto da Sua
descendência (Ap 12, 17).
39. Maria: sempre presente
Juntamente com o Espírito Santo, sempre está
Maria no meio do povo. Ela reuniu os
discípulos para o invocarem (At 1, 14), e assim
tornou possível a explosão missionária em
Pentecostes (EG 284).
40. A mãe que caminha com a gente
Ela é a missionária que se aproxima de nós,
para nos acompanhar ao longo da vida,
abrindo os corações à fé com o seu afeto
materno.
Como uma verdadeira mãe, caminha conosco,
luta conosco e aproxima-nos incessantemente
do amor de Deus (EG 286).
41. As “Nossas Senhoras”
Através dos diferentes títulos marianos, Maria
compartilha as vicissitudes de cada povo que
recebeu o Evangelho e entra a formar parte
da sua identidade (EG 286).
42. Olhando para Maria
Hoje fixamos nela o olhar, para que nos ajude
a anunciar a todos a mensagem de salvação e
para que os novos discípulos se tornem
evangelizadores ativos (EG 287).
43. Maria, modelo de evangelizar
Esta dinâmica de justiça e ternura,
de contemplação e de caminho para os outros
faz de Maria um modelo eclesial para a
evangelização (EG 288).
44. Que a Igreja tenha um rosto mariano!
Pedimos-Lhe que nos ajude, com a sua oração
materna, para que a Igreja se torne uma casa
para muitos, uma mãe para todos os povos, e
torne possível o nascimento dum mundo novo.
É o Ressuscitado que nos diz, com uma força
que nos enche de imensa confiança e
firmíssima esperança: «Eu renovo todas as
coisas» (Ap 21, 5) (EG 288).
45. Virgem e Mãe Maria,
Tu que, movida pelo Espírito, acolheste o Verbo da vida
na profundidade da vossa fé humilde, totalmente entregue ao Eterno,
ajudai-nos a dizer o nosso «sim»,
perante a urgência, mais imperiosa do que nunca,
de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.
Alcança-nos agora um novo ardor de ressuscitados
para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte.
Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos
para que chegue a todos o dom da beleza que não se apaga.
46. Estrela da nova evangelização,
ajuda-nos a brilhar com o testemunho da comunhão,
do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres,
para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra
e nenhuma periferia fique privada da sua luz.
Mãe do Evangelho vivente,
manancial de alegria para os pequeninos,
roga por nós. Amém. Aleluia!