Algunas ideas fundamentales de piaget em torno a la didactica
1. Algunas ideas fundamentales de
Piaget em torno de la didáctica
Gerard Vergnaud
Perspectivas, vol. XXVI, nº 1, março de 1996.
“A Piaget no le interesaba la didáctica, y sin embargo, a los didácticos les interesa mucho Piaget”
2. O conhecimento é um processo de
adaptação
• Para compreender o conhecimento é necessário
estudar seu desenvolvimento (evolução
adaptativa);
• Os conhecimentos procedem da interação entre a
experiência do sujeito e seus conhecimentos
anteriores;
• O conhecimento existe a partir da ação sobre o
mundo;
• Tese operatória: é, sobretudo, mediante a ação
que o sujeito põe à prova seus conhecimentos e
os modifica.
3. Consequência direta das teses
interacionistas e operatórias
• A didática se debruça sobre formas de
proporcionar a evolução adaptativa dos
conhecimentos dos estudantes;
• Piaget não se debruçou sobre a possibilidade
de orientar as aprendizagens mediante
situações adequadas;
• Brosseau – didático matemático –
sistematizou esta ideia:
4. Consequência direta das teses
interacionistas e operatórias
• Brosseau distinguiu entre:
A. As situações de ação: sua finalidade é fazer e
conseguir;
B. As situações de formulação: sua finalidade é
produzir mensagem e comunicação;
C. As situações de validação: demonstrar a
verdade de um enunciado ou uma teoria e
conseguir a adesão dos demais.
Estas três categorias entram em jogo nos processos adaptativos, e em primeiro lugar na
ação, origem e critério do conhecimento operatório.
5. A didática das situações
• A definição das situações não depende da psicologia,
mas sim da epistemologia da disciplina;
• A epistemologia define claramente o tema das relações
entre os conhecimentos, assim como os problemas
práticos e teóricos que podem aportar respostas destes
conhecimentos;
• A utilização da psicologia se dá para proporcionar a
relação fundamental entre problemas e conhecimento
em cada uma das fases em que podem passar os
estudantes.
6. Obstáculos epistemológicos
• A evolução dos conhecimentos dos estudantes
precede, em grande parte, de sua própria
ação, de sua experiência e sua reflexão
pessoal, porém sem a ajuda do professor, essa
evolução não ocorreria adequadamente.
• A emergência de conhecimentos novos e a
adoção de conhecimentos mais adequados
tropeçam nos obstáculos epistemológicos.
7. Obstáculos Epistemológicos
• A ideia de obstáculo epistemológico de Bachelard
comporta a tese fundamental de que um
conhecimento formado e experimentado na ação
e reforçado na experiência faz com que a
aprendizagem de alguns conceitos sejam mais
completas que a ausência do conhecimento.
• Piaget não trabalhou essas ideias, no entanto
suas ideias de desequilíbrios cognitivos e de
reequilibração vão neste sentido.
8. Como analisar a ação em situação e a
conceitualização subjacente à ação?
• A maior parte dos nossos conhecimentos são
competências e estas se formam, se
desenvolvem, se diferenciam e, eventualmente,
se deterioram ao longo de nossa experiência,
dependendo das situações que enfrentamos;
• Com o conceito de esquema, Piaget desenvolveu
a parte mais decisiva de seu trabalho.
9. Os esquemas de Piaget
• Um esquema é uma totalidade dinâmica
funcional;
• Devemos buscar bons exemplos de esquema na
atividade chamada de sensório-motora
(perceptivo-gestual);
• Os esquemas não só compreendem as atividades
sensório-motoras mas também a atividade
intelectual.
10. Conceito de esquema
• Um esquema é uma organização invariante da
conduta para uma determinada classe de
situações determinadas, e se baseia em 4
classes:
1. Objetivos e antecipações;
2. Regras de ação, apoio e controle da situação;
3. Invariantes operatórios;
4. Possibilidades de inferência.
11. Objetivos e antecipações
• Um esquema se dirige sempre a uma classe de
situações nas quais o sujeito pode descobrir
uma possível finalidade da sua atividade;
• Eventualmente, pode-se descobrir sub-
objetivos;
• São as estratégias mentais de resolução do
problema.
12. Regras de ação
• Formam a parte verdadeiramente geradora do
esquema;
• Permitem gerar a continuação das ações de
transformação do real, de coleta de
informação e dos controles do resultado da
ação;
• Permitem garantir o êxito da atividade em um
contexto que pode estar em constante
evolução.
13. Os invariantes operatórios
• Constituem a base conceitual implícita ou
explícita que permite obter a informação
pertinente, e deduzir quais as regras de ação
mais importantes em função destas
informações e dos objetivos a alcançar;
• Possuem duas categorias:
1. Conceitos em ação;
2. Teoremas em ação.
14. Possibilidades de inferência
• Permitem calcular as regras e as antecipações
a partir das informações presentes e dos
invariantes;
• Toda a atividade de mobilização de esquemas
para resolver um problema específico requer
cálculos em situação.
15. Abrangência dos esquemas
• Os esquemas se relacionam a todos os registros
possíveis de conduta, incluídas as competências
distintas, como os gestos físicos, as atividades
intelectuais, científicas e técnicas, a afetividade, as
condutas linguísticas, além da interação entre estes.
• O principal interesse teórico do conceito de esquema é
proporcionar o vínculo imprescindível entre a conduta
e a representação.
• São os invariante operatórios que as articulam, pois a
percepção e a busca e seleção de informação se
baseiam no sistema de invariantes.
16. Os invariantes operatórios
• Teorema-em-ação: é uma proposição considerada
como verdadeira sobre o real;
• Conceito-em-ação: é uma categoria de pensamento
considerada como pertinente.
Por exemplo: um gás confinado em um recipiente. Como
inferir sobre suas propriedades?
Conceito-em-ação: as moléculas são como bolas de
bilhar.
Teorema em ação: as colisões entre as moléculas e delas
com a parede do recipiente são elásticas
17. Alcance para a formação dos alunos
• O desenvolvimento cognitivo consiste no
desenvolvimento de um vasto repertório de
esquemas;
• Esse repertório afeta distintas esferas da
atividade humana: competências profissionais,
técnicas e científicas, sociais e afetivas;
• A educação e a formação dos jovens precisa
contribuir a formar um repertório diversificado
de esquemas.
18. Herança para a didática
• A referência explícita às disciplinas e suas
epistemologias são elementos decisivos
(didática das ciências e das matemáticas);
• A reflexão sobre a prática dos docentes,
partindo das dificuldades que estes
encontram na sua prática;
• O trabalho de experimentação em sala de
aula, com situações adequadas.
19. Principais conclusões
• A teoria de Piaget, sobre os estágios de desenvolvimento,
mais atrapalha do que avança para o desenvolvimento da
didática, pois há uma tendência à reduzir as operações
lógicas gerais umas conceitualizações irredutíveis à lógica;
• Por esse motivo, a herança de Piaget requer uma análise
cuidadosa e crítica;
• Piaget contribuiu muito com os conceitos de adaptação,
desequilibração e reequilibração, mas sua maior
contribuição foi no desenvolvimento do conceito de
esquemas.