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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS - BACHARELADO
MARIANA FLÁVIO DOS SANTOS
ARTE E TECNOLOGIA:
MAPEANDO UM ESPETÁCULO
CAMPO GRANDE
2016
MARIANA FLÁVIO DOS SANTOS
ARTE E TECNOLOGIA:
MAPEANDO UM ESPETÁCULO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de Artes Visuais - Bacharelado, da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como
requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Artes Visuais.
Orientador: Profº. Renan Carvalho Kubota
CAMPO GRANDE
2016
MARIANA FLAVIO DOS SANTOS
ARTE E TECNOLOGIA:
MAPEANDO UM ESPETÁCULO
BANCA EXAMINADORA
Campo Grande, ____ de _______________ de 2016
___________________________________
Profº Renan Carvalho Kubota
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
___________________________________
Profª Maria Alice Porto Rossi
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
___________________________________
Profº Joaquim Sérgio Borgato
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que me ajudou a me manter focada neste
projeto e nos momentos de desespero me trouxe a calma para seguir em frente.
Aos meus pais que me apoiam em todas minhas escolhas e em todos os
meus sonhos, que estão sempre comigo me dando força, fazendo de mim quem eu
sou.
A toda minha família, meu irmão, avós, tios, tias e primos, por todo o apoio e
carinho de sempre, e por se alegrarem a cada conquista minha.
Aos meus amigos de Campo Grande que formaram uma nova família de
coração. Que me inspiram como pessoas e como artistas, que me confortam.
Aos meus amigos de Minas Gerais, pela confiança no meu trabalho, amor,
carinho e apoio.
Ao Gabriel Araújo que me apoiou e me ajudou nesse projeto como ninguém,
que quando eu me perdia ele me encontrava, foi meu parceiro, me ajudou com o
transporte da obra, foi um irmão. Agradeço a parceria e a amizade.
Ao Edgar Fernandes e ao Mário Matias pelas gravações dos áudios.
Ao Israel Zayed que me emprestou os DVD do Cirque du Soleil, que foi de
suma importância no projeto.
Ao Profº Renan Carvalho Kubota por ter a calma que eu precisava para me
orientar nesse trabalho, pelo apoio, pelos ensinamentos.
A todos os Professores de Artes Visuais da UFMS, que me prepararam para
esse momento e proporcionaram todo o conhecimento que adquiri durante esses
quatro anos. Sou muito grata.
Ao Profº Joaquim Sérgio Borgato e a Profª Maria Alice Porto Rossi pelas
sugestões e auxílios durante o desenvolver do projeto.
A todos que de forma direta ou indiretamente contribuiram para o
desenvolvimento desse trabalho.
RESUMO
No presente trabalho de conclusão de curso de bacharelado em Artes Visuais
pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, construo uma obra de arte e
tecnologia no formato de vídeo instalação onde trabalho com a técnica de vídeo
mapping abordando a temático do circo. A obra final foi uma projeção de vídeos
sobre as esculturas de dois bonecos. Onde através da criação de animações
trabalhei a arte circense dentro de sua essência tratando de suas atrações, formas
de apresentação, elementos utilizados em cenas como bolas, fogo, cartas, lenços
entre outros. Assim como explorei aplicação de um trilha sonora para dar mais vida
a obra. Usei como referência alguns artistas que trabalharam com a mesma temática
como Richard Mcdonald e também filmes do espetáculos do Cirque du Soleil,
Truque de Mestre e I’llusionniste. Estes são alguns dos que contribuíram para a
criação deste novo espetáculo.
Palavras-chave: Vídeo mapping. Arte circense. Animações.
LISTA DE IMAGEM
Figura 1: Lanterna Mágica, 1671...............................................................................12
Figura 2: Gravura Fantasmagoria. ............................................................................13
Figura 3: Editor de máscaras VPT, 2012. .................................................................18
Figura 4: Projeção no Páteo do Colégio, realizada na Virada Cultural 2010.............19
Figura 5: Sydney Opera House.................................................................................22
Figura 6: Projeção Mapeada Sydney Opera House, do grupo Urbanscreen, 2012...22
Figura 7: Registro da projeção “Abraço do Cristo” 2, 2010. ......................................23
Figura 8: Registro da projeção “Abraço do Cristo”, executada pela Visualfarm, 2010.
..................................................................................................................................23
Figura 9: Projeção Mapeada do projeto Symbiosis, de Roberta de Carvalho, 2012 .23
Figura 10: Espetáculo de dança, D.A.V.E, de Klaus Obermaier, 1998-2000. ...........25
Figura 11: Parte das atrações da Haunted Mansion, na Disneylandia, 1969............26
Figura 12: Instalação Judy, de Tony Ousler, 1994....................................................27
Figura 13: La famille de saltimbanques,1905,...........................................................34
Figura 14: Pintura parte da série Circus de Fernando Botero, 2006 .........................35
Figura 15: Pintura parte da série Circus de Fernando Botero, 2006 .........................35
Figura 16: Pintura En el circo Fernando, Toulouse-Lautrec, 1888 ............................36
Figura 17: Pintura O Circo, Georges Seurat, 1891....................................................37
Figura 18: Escultura Cirque Calder, Alexander Calder, 1926-1931...........................38
Figura 19: Escultura, Uncle Edgar, Kira Shaimanova, 2013-2014 ............................39
Figura 20: Escultura, The Bearded Helena, Kira Shaimanova, 2013-2014 ..............39
Figura 21: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 .....39
Figura 22: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 .....40
Figura 23: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 .....40
Figura 24: Escultura, parte da série Cirque, Richard Mcdonald, 2010. .....................40
Figura 25: Escultura, Transcendence, Richard Mcdonald, 2008...............................41
Figura 26: Escultura, Elena III, Richard Mcdonald, 2010. .........................................41
Figura 27: Gravuras na temática do Circo.................................................................42
Figura 28: Escultura na temática do Circo ................................................................42
Figura 29: Estudo das vistas do Palhaço ..................................................................43
Figura 30: Estudo das vistas do Mágico....................................................................43
Figura 31: Protótipos dos Bonecos ...........................................................................43
Figura 32: Bloco com as vistas do Mágico desenhadas............................................44
Figura 33: Esculpindo o Mágico do bloco..................................................................44
Figura 35: Esculpindo o Palhaço...............................................................................44
Figura 34: Bloco com as vistas do Palhaço desenhadas. .........................................44
Figura 36: Bonecos finalizados .................................................................................45
Figura 37: Teste de Mapeamento dos Bonecos........................................................45
Figura 38: Máscara dos Bonecos..............................................................................45
Figura 39: Referencia maquiagem e figurino de Palhaço dentro de um estilo
tradicional..................................................................................................................46
Figura 40: Referência de Maquiagem e cenário de Palhaço do Cirque du Soleil......47
Figura 41: Referencia para o figurino e maquiagem do Mágico. (Kurious – Cirque du
Soleil) ........................................................................................................................47
Figura 42: Criação dos figurinos fixos dos bonecos no Photoshop...........................48
Figura 43: Uma das mudanças de cores dos figurinos I ...........................................49
Figura 44: Uma das mudanças de cores dos figurinos II ..........................................49
Figura 45: Desenhos formados pelo movimento dos acrobatas e trapezistas. .........50
Figura 46: Todos os quadradinhos do colete aparecendo e desenhos formados pelo
equilibrista na blusa...................................................................................................51
Figura 47: Todos os quadradinhos e todas as bolinhas do colete e do kilt
aparecendo. ..............................................................................................................51
Figura 48: Cena do filme “Truque de Mestre”.I..........................................................52
Figura 49: Cena do filme “Truque de Mestre” II.........................................................52
Figura 50: Cena do filme “L’Illusionniste”. .................................................................53
Figura 51: Parte da animação do Mágico – Cartas ...................................................53
Figura 52: Parte da animação do Mágico – Cartas e Lenços....................................54
Figura 53: Parte da animação do Mágico – Pomba Branca .....................................54
Figura 54: Parte da animação do Mágico – Coelho .................................................55
Figura 55: Parte da animação do Mágico – Coelho e Varinha Mágica......................55
Figura 56: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: malabares.............................56
Figura 57: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: cuspindo fogo .......................56
Figura 58: Animação final – Explosão em partículas.................................................57
Figura 59: Edição e Sincronização do áudio Adobe Premiere. .................................58
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................9
1. VIDEO MAPPING/PROJEÇÃO MAPEADA E SEUS ANTECESSORES.............11
1.1 LANTERNAS MÁGICAS, FANTASMAGORIA E CINEMATOGRAFIA.............11
1.2 VÍDEO MAPPING ............................................................................................17
1.2.1 PROJEÇÃO MAPEADA AO AR LIVRE/ARQUITETÔNICA.......................21
1.2.2 PROJEÇÃO MAPEADA NO/DO CORPO: INTERATIVIDADE ..................24
1.2.3 PROJEÇÃO MAPEADA EM OBJETOS: INSTALAÇÕES..........................25
1.3 SOFTWARES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA O
DESENVOLVIMENTO DAS PROJEÇÕES MAPEADAS.......................................27
2. POÉTICAS VISUAIS DO UNIVERSO CIRCENSE ...............................................29
2.1 CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CIRCO: CIRQUE DU SOLEIL........................29
2.2 ANÁLISES DO INTERESSE A ARTE CIRCENSE...........................................30
2.3 EXPRESSÕES ARTÍSTICA.............................................................................32
2.4 REFERENCIAS ARTÍSTICAS..........................................................................33
3. O CIRCO CHEGOU! – CIRCO VOADOR.............................................................42
3.1 A TELA.............................................................................................................42
3.2 ANIMAÇÕES E VÍDEOS..................................................................................46
3.2.1 PALHAÇO..................................................................................................48
3.2.2 MÁGICO ....................................................................................................52
3.3 TRILHA SONORA............................................................................................57
3.4 ERGUENDO A LONA (MONTAGEM)..............................................................59
CONCLUSÃO ...........................................................................................................60
REFERENCIAS.........................................................................................................61
9
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa de conclusão de curso tem como objetivo aprofundar
meus conhecimentos sobre parte da mídia contemporânea digital através do vídeo
mapping. Apresentada em forma de vídeo instalação, a temática se direciona à
reflexões dos movimentos, cores, luzes e às atrações das artes circenses.
A pesquisa contou com uma busca histórica sobre a projeção, desde seus
primeiros experimentos até os dias atuais; com as referências do Cirque du Soleil e
de artistas plásticos que trabalharam com a temática.
A execução da obra foi realizada através da criação de dois bonecos: um
representando o palhaço e outro o mágico. Os quais serviram de suporte para a
projeção de vídeos e animações criadas a partir da referência de atividades
circenses. Para isso foram utilizados alguns softwares de edição de vídeo, imagem e
áudio, como Adobe Photoshop, Adobe Illustrator, Adobe After Effects, Adobe
Premiere, e Adobe Audition; e para projeção, Resolume Arena.
A organização da pesquisa foi dividida em capítulos em que separadamente
trata-se do vídeo mapping, seguindo da poética visual do circo e por fim o conceito e
a execução da obra final, tratando da forma como o circo foi escolhido como tema e
justificando a escolha do vídeo mapping como forma de representar a temática.
Como todas as ramificações circenses, tratam de uma arte alegre, colorida e
acrobática. Concluí que esse tema seria interessante para aplicar na técnica do
Vídeo Mapping, de forma que a aplicação da luz é necessário dentro da
originalidade circense e é na imagem-luz que a projeção mapeada se fundamenta. O
vídeo mapping também permite Trabalhar com um hibridismo, incluindo: escultura
(suporte onde a animação será projetada), fotografia (para registro deste suporte e
consequentemente o mapeamento) e arte digital (em que entra o vídeo e as
animações criadas).
O trabalho foi desenvolvido de forma que explorasse o conhecimento
adquirido durante o curso de Artes Visuais, com um foco maior na área digital, para
10
aprimorar na área e através desta mostrar um novo olhar na forma de fazer esta
arte.
11
1. VIDEO MAPPING/PROJEÇÃO MAPEADA E SEUS
ANTECESSORES
1.1 LANTERNAS MÁGICAS, FANTASMAGORIA E
CINEMATOGRAFIA.
Instrumentos arqueológicos como a lanterna mágica, são registros históricos
que antecedem o cinema, a mais famosa forma de projeção. A lanterna mágica é
uma caixa óptica que projeta imagens pintadas sobre placas de vidro móveis postas
de forma sequencial (MANNONI, 2003) que alcança sua popularização a partir do
XVIII e é através disso que se desenvolvem diversos experimentos por projeção.
Advinda da câmara escura, a lanterna mágica traz em seus registros alguns
de seus inventores: Athanasius Kircher, Christiaan Huygens, John Reeves e Thomas
Rasmunssen Walgenstein, um dos precursores da fantasmagoria. Ainda segundo
Marcio Mota foi Étienne Gaspard Robertson, no século XVIII que popularizou os
espetáculos de fantasmagoria. Tanto nos espetáculos com a câmara escura quanto
nos fantasmagórico tinham o objetivo de criar ilusões perceptivas, o que levava o
espectador a uma imersão ilusória, nascendo a magia do nome do aparato lanterna
mágica.
A pesquisa em torno das possibilidades de gerar simulacros ou virtualidades
por meio da projeção da materialidade luminosa é antiga. A câmara escura,
no século XVI, foi utilizada para criar os teatros ópticos, “[...] um método de
iluminação capaz de projetar histórias, cenários fictícios, visões
fantasmagóricas. Deixou os domínios da ciência e da astronomia para
mergulhar nos do artifício, da representação, do maravilhoso, da ilusão”
(MANNONI, 2003, p. 37).
12
A fantasmagoria é um gênero baseado no ilusionismo, que tinha como forte o
que o próprio nome já diz, os fantasmas, o mundo do além. As projeções eram feitas
através de um aperfeiçoamento da lanterna mágica, onde agora se encontrava com
rodas para que fosse possível um fácil deslocamento pelo local e foi chamado de
“fantascópio”. As apresentações faziam uso de total escuridão para além de fazer
com que o expectador imergisse dentro das obras, faria com que este não visse todo
o maquinário utilizado para construir as ilusões. Os sons eram espalhados pelos
espaços, com uma característica sinistra, e o local era tomado por uma fumaça que
causava a ilusão do caminhar dos fantasmas (MANNONI, 2003).
Paul Philidor, foi o “lanternista” responsável pela estreia dos espetáculos de
fantasmagoria na França e a respeito diz:
“PHANTASMAGORIA, aparição de espectros e invocação das sombras de
pessoas célebres, tal como as realizam os rosa-cruzes, os iluminados de
Berlim, os teósofos e os martinistas. Os que desejam ser testemunhas
destas invocações tenham a bondade de se apresentar a Paul Philidor, à
Rue Richelieu, Hôtel de Chartres, n° 31. Ele realizará essas invocações
duas vezes ao dia, a primeira às cinco horas e meia da tarde e a segunda
às nove horas, à saída dos espetáculos. O preço do ingresso é 3 livres.”
(ROBERTSON apud MANONNI, 2003 P. 156)
Figura 1: Lanterna Mágica, 1671.
Fonte: http://www.marcopucci.it/wp-
content/uploads/2014/01/Lanterna-Magica-638x425.jpg
13
O cientista-artista Etienne Gaspard Robertson é o maior destaque dentro da
fantasmagoria. Dentre seus feitos para o espetáculo destacam-se o aperfeiçoamento
do sistema sonoro e de projeção. No sistema sonoro o artista faz com que um
sonoplasta espalhe uma voz ecoada, na qual é emitida por assistentes, por vários
cantos do espaço; na projeção utilizou espelhos para a técnica de reflexão de luz.
Planejou apresentações por toda a Europa. Segundo o artista pesquisador Mateus
Knelsen (2010) Robertson pintava as bordas dos círculos de vidro que continham as
imagens, no intuito de tornar as figuras mais presentes, próximas e assustadoras.
Alcançava o objetivo com projeções de imagens sobre-humanas que transitava pelo
espaço e sobre o público.
Knelsen (2010) ainda aponta que Robertson é um dos primeiros artistas a
usar a máscara e a usava juntamente a uma série de experimentações de aparição
da imagem no espaço.
Mannoni (2003) aponta Robert Barker como inovador de outra técnica que
também dialoga com a produção contemporânea de cinemas expandidos, o
dispositivo “Panorama”, que traziam enormes pinturas arquiteturais nas quais definiu
uma proposta básica de que as arquiteturas tivessem uma passagem subterrânea
em que através da escuridão os espectadores perdessem a referência de luz, até
chegarem ao ponto central da obra onde se deparavam com uma sala circular
iluminada que permite o deslumbre de uma enorme paisagem panorâmica.
Figura 2: Gravura Fantasmagoria.
Fonte:
https://aguaeazeite.files.wordpress.com/2010/10/fantasmagoria_003.jpg
14
Seguindo o trabalho de Barker surgem novos experimentos que segundo
Marcio Mota (2014) vale seu destaque, como a criação de Louis Jacques Mandé
Daguerre e Charles Marie Bouton, o Diorama no qual dava uma sensação de
movimento as tais paisagens.
As produções de panoramas do século XIX utilizavam técnicas de
representação ópticas como perspectiva, profundidade de campo, efeitos de
chiaroscuro, prenunciando as experiências cinematográficas do século XX,
como o Imax, o Omnimax e o cinema de 360º (MANNONI, p. 187).
A época do pré-cinemas foi um tempo de descobertas de aparatos e novas
tecnologias que estendiam da ciência para uma estética de movimento imagético, de
imersão. Acabando por causar problemas no sentido do maquinário a cada
surgimento de uma nova ideia. A geração de técnicas de movimentos mecânicos
levou ao movimento da imagem.
Advindo desses aparatos, surge a cinematografia com novas tecnologias de
captação de imagem dentre elas o cinescópio (1891) de Thomas Edison, o
cinematógrafo (1895) dos irmãos Louis e Auguste Lumière e o bioscópio dos irmãos
Marx e Skladanowsky. Utilizam da linguagem cinematográfica, em que se encontra
sua maior forma de apresentação, desenvolvendo assim suas técnicas de
montagem na construção de narrativas ficcionais. (MOTA, 2014)
Louis Le Prince1 para alguns historiadores é considerado o verdadeiro
inventor do cinema que filmou sequencias de imagens em movimento utilizando uma
câmara de lente única com uma película de papel. Porém quem é oficialmente
reconhecido como inventor são os irmãos Lumière, que criaram além do
cinematógrafo como aparato de projeção, uma câmara portátil para a captação de
imagens em movimento com uma unidade de revelação do filme. (CAMPOS, 2009)
Com relação à projeção, Mateus Knelsen (2010) aponta Raul Griomion-Sanso
no Cineorama (1897)
1
Mais conhecido como Louis Le Prince, Louis Aimé Augustin Le Prince nasceu em Metz, França, no
dia 28 de agosto de 1842. Se vê, trabalhando em um experimento de maquinas de imagens em
movimento, nas oficinas do Instituto para Surdos de Nova York, onde sua esposa ensinou, e em 1886
ele se candidatou para uma patente americana para uma máquina usando uma ou mais lentes -
ilustrando a proposição mais difícil, com lentes de dezesseis mm. A patente foi concedida em Janeiro
de 1888, mas foi excluído das reivindicações para máquinas com uma ou duas lentes, como tendo
sido já abrangidos por outros.
15
Desenvolve um experimento em que sincroniza 10 projetores
cinematográficos, de forma a obter uma imagem única e panorâmica de 300
metros em uma sala circular, simulando a subida de um balão de gás. Nesta
impressionante instalação, Grimoin‐Samson utiliza de outro recurso técnico
bastante utilizado na projeção mapeada: o chamado frame blending, ou a
suavização das arestas da imagem para que, ao se justapor com outras
imagens com o mesmo recurso aplicado, possa‐se formar uma imagem
única a partir de diversos projetores. (p. 9)
Pelo fato da suavização das arestas possibilitarem uma imagem de ficção
espacial devido ao seu tamanho, o Cinéorama assim como os Panoramas são bons
exemplos de experimentos imersivos que antecedem a projeção mapeada com certa
proximidade de objetivos.
Dentro da prática do cinema convencional, suas primeiras projeções não
possuíam local fixo de apresentação, sendo exibidas em locais públicos de
entretenimento, dividindo-se em três categorias: o cinema de atrações, que
aconteciam em feiras, parques de diversões, onde a exibição acontecia paralela a
outros acontecimentos; os nickelodeons (grego: Odeon/Níquel: moeda), locais que
passavam exclusivamente os filmes e os tratavam de forma comercial; e os palácios
de filmes, tratados como um evento cultural. (CAMPOS, 2007)
A mestra em multimídia Patrícia aponta ainda que os nickelodeons foram a
categoria que criou seu próprio público, a população das classes laborais, que
frequentavam o lugar em busca de socialização. A projeção funcionava como um
ambiente. Ao longo do tempo, a audiência das exposições foi crescendo e foi isso
que levou os nickelodeons a serem os responsáveis por estabelecer um padrão na
distribuição cinematográfica. Este público que tinham como objetivo maior a
socialização e não a atenção aos conteúdos projetados, traz uma imagem
semelhante ao vídeo mapping, em que a projeção muitas vezes acontece em locais
que não possuem a função dessa exibição. Além da semelhança pelo controle da
execução das projeções.
Os fabricantes de aparelhos cinematográficos, não faziam somente os
filmes para os seus equipamentos, mas também assumiam o papel de
projeccionistas. Para, além disso, os projeccionistas tinham um controle
criativo sobre uma variedade de elementos que agora chamamos de pós-
produção. (CAMPOS, 2007, p. 10)
16
Thomas Edison em suas idealizações sobre o cinema utiliza de uma de suas
invenções, o fonografo (1877) como um caminho para a criação do cinescópio, que
tinha como ideia a capitação do movimento e com isso construiria um espetáculo
completo do sonoro ao visual. “De início, ao contrário do que se pode esperar, o
cinema não procurou imitar o real e dar a essa imitação uma forma real. Em lugar
disso, foi movido por uma crença animista em relação à sobrevivência dos corpos”
(MICHAUD, 2013, p.5). Nesta ideia o autor coloca o animismo como pioneiro das
holografias 3D de artistas e cantores que já morreram apresentadas na
contemporaneidade em tantos lugares do mundo.
As técnicas de vídeo mapping facilitam a corporificação imagética do
espaço. Trata-se de uma área que especula as possibilidades de
agenciamento entre imagem e mundo em um sentido amplo e relacional.
Portanto, o campo da projeção mapeada faz parte do universo do cinema
expandido e, de certa forma, tem contribuído para expandir esse tipo de
cinema. (MOTA, 2014, p. 44)
O autor Gene Yongblood em seu livro Expanded Cinema aponta que o
surgimento da televisão, do vídeo e do computador, causou uma quebra nos
conceitos clássicos e o conceito tradicional de cinema foi desmistificado, nascendo o
chamado Cinema Expandido. A concepção deste conceito nasce da ruptura do
tradicional, no extrapolar a concepção inaugural, utilizando mídias como a música e
o vídeo para modificar a forma de fazer cinema. Uma das formas citadas pelo autor
é a vídeo arte e a arte computacional argumentando que a junção da arte e da
tecnologia expande as possibilidades de ferramentas para o artista. “Cinema
expandido é uma tese radical e política que idealiza a emancipação física e
metafísica do ser humano por via da tecnologia.” (MOTA, p. 50). Essa perspectiva
do cinema sem qualquer limite formal abre caminho para que através da arte e da
tecnologia surjam técnicas como a projeção mapeada, trabalhando a relação da
imagem em movimento com relação ao objeto projetado e seu espaço físico.
Quando dizemos cinema expandido queremos dizer consciência expandida.
Cinema expandido não refere-se a filmes de computador, vídeo de fósforos,
17
luzes atômicas ou projeções esféricas. Cinema expandido não é um filme
em tudo: assim como a vida, é um processo de se tornar unidade
permanente do homem histórico para manifestar a sua consciência para
fora da mente, para frente dos olhos. Não se pode mais se especializar em
uma única disciplina e espero, sinceramente, expressar uma visão clara de
suas relações no ambiente. Isso é especialmente verdadeiro no caso das
redes intermídia de cinema e televisão, que agora funcionam, nada mais
nada menos, como o sistema nervoso da humanidade (YOUNGBLOOD,
2001, p. 41, tradução nossa).
1.2 VÍDEO MAPPING
Conhecida como projeção mapeada, o video mapping é uma técnica que
permite a projeções de imagens bidimensionais e tridimensionais em superfícies
volumétricas como prédios, objetos ou pessoas (LESSA, 2012).
A técnica se fundamenta na criação de máscaras de imagens em movimento
ou não, que tem como objetivo limitar a área de projeção sobre uma determinada
superfície. Em uma instalação de vídeo mapping não interativa esta máscara é
criada através de uma análise da área a ser mapeada. Já na instalação de um
projeto interativo só é possível através de programação computacional e sensores, o
que torna possível a modificação da obra por meio do movimento do espectador
(MOTA, 2014). Visto que este trabalho conta com uma instalação não interativa, me
limitarei às mascaras para a instalação não interativa.
Para a criação da máscara utiliza-se de uma imagem matriz (blueprint) para
obter as coordenadas dos limites da superfície de projeção. E é a criação dessas
mascaras que constrói as características estéticas da projeção mapeada, como por
exemplo, o efeito de volume e a quebra da moldura e dos limites da projeção, que
segundo o mestre Marcio Mota (2014) possibilita um aprofundamento na relação
criativa da produção do vídeo que se encontra em um espaço, em uma superfície e
em um tempo diferente.
18
A projeção mapeada é produzida em diversas áreas como nas artes visuais,
na dança e no teatro, e são desenvolvidas por diversos profissionais. Como dentro
da área audiovisual a exploração imagética é diversificada, com o mapeamento, é
possível categoriza-lo em: projeção mapeada ao ar livre que são as projeções
arquitetônicas; projeção mapeada em ambientes fechados que são instalações ou
cenários em ambientes fechados; projeção mapeada no/do corpo que são
performance, dança e interatividade (MOTA, 2014).
Uma das principais características dos trabalhos recentes em projeção
mapeada é a multiplicidade de empregos de aparatos, softwares,
combinações entre visualidade e suporte. Esta variedade de possibilidades
implica, consequentemente, em trabalhos com diferentes abordagens, tanto
no âmbito da linguagem como da técnica.
Os trabalhos que ganham maior popularidade tendem a ser aqueles que
exploram o espaço arquitetônico, projeções magnânimas que requerem
produções enormes e que resignificam espaços inteiros (KNELSEN, 2010,
p. 11).
Figura 3: Editor de máscaras VPT, 2012.
Fonte: http://www.discombobulate.me/PDF/videomapping_trackers_2012.pdf
19
De acordo com as conclusões Marcio Mota (2014) a diversidade de
disciplinas aplicadas dentro da projeção mapeada favorece uma complexa
experimentação na relação ao trabalho com a luz como a perspectiva advinda da
pintura ou a imagem em movimento do cinema:
[...] se intercalam no processo que favorece a criação de
dispositivos audiovisuais que transmutam, misturam e rompem as fronteiras
entre materialidades físicas (suportes topológicos), materialidade luminosa
(luz projetada e suas propriedades comportamentais) e imaterialidades
(imagens projetadas) (MOTA, 2014, p. 55).
Tal fato faz com que essa interdisciplinaridade se encaixe perfeitamente nos
conceitos de cinema expandido (Yongblood) e ainda aponta que a técnica do vídeo
mapping vem sendo utilizada em produções que exploram as próprias
especificidades da projeção luminosa tanto no uso de vários materiais como no
possuir um suporte volumétrico. O autor coloca ainda que o encontro da matéria
luminosa sobre tal superfície volumétrica resulta em um acontecimento mítico, uma
sensação ilusória. Característica esta que o cinema normativo também contempla,
Figura 4: Projeção no Páteo do Colégio, realizada na Virada Cultural 2010.
Fonte:
http://www.flickr.com/photos/thiagoamaralcavalcanti/4616558950/sizes/l/in/photostream/
20
mas de forma diferente, visto que a tela retangular posta de forma centralizada para
o espectador, o afeta diretamente de forma psicológica; enquanto na projeção
mapeada o material escultórico dentro de uma composição espacial da a sensação
de partilha do mesmo espaço e tempo físico dos espectadores.
O rompimento do suporte da tela plana do cinema normativo para o
escultórico, tridimensional dessa nova técnica, não serviu apenas na colocação
espacial, mas também para fortalecer as experimentações no aspecto abstrato, que
poderiam ser trabalhadas de maneira impactante por ser apresentada em suportes
volumétricos, “onde podem ser explorados aspectos de ritmos formais, volumetrias,
cromatismos, luzes e sombras em uma perspectiva escultórica, ‘instalativa’,
espacial” (MOTA, 2014, p. 59).
Segundo Marcio (2014) a ilusão das imagens produzidas e exibidas em
trabalhos de projeção mapeada podem ser analisados de duas maneiras: a primeira
vem do lúdico, do prazer estético da ilusão e a segunda vem do fascínio da
consciência, que se apresenta como algo que a percepção da realidade não
conhece.
Pensar a imagem como algo a ser vivenciado, possuidor de autonomia e de
descontrole semântico, em que se acentua o irracional, o mágico e o
espiritual, de alguma maneira parece nos aferir um estado de
atravessamento. Como se a imagem fosse ela mesma um universo
projetado capaz de nos atravessar e, no atravessamento, nos destituir de
um espaço-tempo seguro, fazendo deste quiasma a guinada
desestabilizadora de um universo íntimo. De alguma maneira, o dispositivo
da projeção mapeada nos possibilita fazer construções
cinematográficas/videográficas de espaços-tempos abertos, nas quais o
índice do tempo-espaço, modelado em superfícies, é um pilar para fundir,
atravessar e romper uma realidade aparente, abrindo para o campo do
lúdico e do fantástico (MOTA, 2014, p. 60-61).
Em obras de video mapping a imagem-luz é trabalhada de diversas maneiras,
com formas geométricas, grafismos, animações, ou simplesmente a luz que revela a
superfície. Sendo assim é um trabalho que ganha seu espaço em diversos meios
profissionais como em shows, peças de teatro e dança, compondo um cenário
desenhado pela luz de projeção. (MOTA, 2014)
21
O video mapping vem criar uma problematização a mais no mundo das
projeções, pelo fato de não se prender a representação do real e sendo que ainda
conta com a liberdade de suporte, podendo ser projetada em objetos e arquiteturas.
Quanto ao ponto de vista, se na tela plana de cinema é possível passar a sensação
de primeiro e segundo plano, no vídeo mapping o feito é completo sendo que este
conta com um suporte tridimensional (MOTA, 2014). A projeção mapeada conta
ainda com a possibilidade de trabalhos abstratos com a utilização de formas
geométricas que se animam e ganham vida.
1.2.1 PROJEÇÃO MAPEADA AO AR LIVRE/ARQUITETÔNICA
É na projeção ao ar livre que a técnica do vídeo mapping mais conhecida por
sua presença em fachadas de edifícios que de uma forma única cumpre com varias
possibilidades, a criação de contrastes e sombras na estrutura, como fontes de luz
ou projetor de imagem. (MARTINS, 2014)
Um dos primeiros artistas a utilizar o espaço público para a projeção de
vídeo foi o polaco Krysztof Wodikzco. O seu primeiro trabalho data de 1980,
no metro de Toronto, interrompido pelas autoridades por falta de autor-
izações, considerado pela autora, como sendo o início da história do Vídeo
Mapping. (MARTINS, 2014, p.123)
Segundo a pesquisadora Patrícia (2007) a empresa NuFormer Digital é uma
das maiores especialistas no mapeamento de vídeos 3D em edifícios ou objetos.
Basicamente a transformação dos ambientes é feito através da aplicação de um
videoclipe sobre a área mapeada. Sendo possível a criação de diferentes tipos de
efeitos, como a destruição do prédio, uma distorção, rotação. E através do projetor
toda a criação é exibida sob a arquitetura do prédio.
22
Encontram-se também inserido na projeção mapeada ao ar livre as
intervenções em monumentos e as interferências na paisagem em geral.
A criação da ilusão é algo explorado pela maioria dos profissionais que
trabalham com a técnica do vídeo mapping, principalmente pelos VJ2 (Vídeo
Jokeys). Visto que a base do ilusionismo neste caso vem do forjar uma
materialidade diferente da original. Por exemplo, o mármore ganhar uma aparência
de pele ou de tecido. Um trabalho que vivencia isso é a projeção feita na campanha
Carinho de verdade, que foi feita sobre o Cristo Redentor, onde foram projetados
vídeos da cidade do Rio de Janeiro. A apresentação foi premiada por seu ponto forte
do trabalho onde o cristo se abraça. Para que o efeito funcionasse e os braços
esticados originais do cristo não aparecessem aos olhos do público, refletores foram
direcionados para os olhos das pessoas, o que fazia com que suas pupilas
dilatassem e sob a imagem do cristo só era possível ver o que estava sendo
projetada, uma técnica utilizada por mágicos em shows de ilusionismo (MOTA,
2014).
2
Os VJ são artistas que visam o uso de mixagem de imagens e projeção de vídeos, associado a
músicas diversas e animações em tempo real ou simplesmente para a projeção de superfícies
mapeadas.
Figura 5: Sydney Opera House.
Fonte:
http://beaconholidays.com/beacons/userf
iles/image/Australia/SYD%202.jpg
Figura 6: Projeção Mapeada Sydney Opera House, do
grupo Urbanscreen, 2012
Fonte: http://www.urbanscreen.com/wp-
content/uploads/2012/05/OUT_WORKS_Sydney_08-
830x466.jpg
23
Ultrapassando os monumentos e os meios arquitetônicos dentro deste meio
de produção imagética, existe o projeto Symbiosis da artista paraense Roberta de
Carvalho. O projeto visa na projeção de fotografias dos rostos das pessoas
originarias do local onde a apresentação ocorrerá. As projeções aconteciam sempre
sobre as copas das arvores.
Figura 8: Registro da projeção “Abraço
do Cristo”, executada pela Visualfarm,
2010.
Fonte:
http://www.estadao.com.br/fotos/Cristo-
Abraco_REP_p.jpg
Figura 7: Registro da projeção “Abraço do Cristo”
2, 2010.
Fonte: http://www.visualfarm.com.br/blog/wp-
content/uploads/2011/05/CRISTO-ALTA-
ABRA%C3%87O-OK.jpg
Figura 9: Projeção Mapeada do projeto Symbiosis, de Roberta de Carvalho, 2012
Fonte: http://og.infg.com.br/in/4262675-931-
be9/FT1500A/550/cult_symbiosis.jpeg.jpg
24
Não é por acaso que nessa área há destaque da atuação de grupos e
coletivos que convergem para si profissionais com diferentes qualidades
(músicos, arquitetos, designers, VJs, artistas plásticos, produtores), de
forma a substanciar um corpo técnico-criativo capaz de desenvolver
projetos poéticos e, também, de os articular financeiramente, suprindo as
demandas do mercado. Entre os grupos38 coletivos/empresas podemos
destacar: Urbascreen, Antivj, Units VJ, Visualfarm, Macula, NuForme, Bijari
e Seeper (MOTA, 2014, 85).
1.2.2 PROJEÇÃO MAPEADA NO/DO CORPO: INTERATIVIDADE
As projeções ligadas ao corpo estão sempre ligadas ao uso de sensores para
a captação de movimentos corporais ou sonoros. A interatividade se encontra mais
presente neste tipo de mapeamento, onde o corpo do espectador faz parte da obra.
“As formas de interação vão desde a possibilidade de desenhar, com as mãos [...]
até a possibilidade de se relacionar com objetos, bichos, paisagens e elementos
virtuais” (MOTA, 2014, p. 96).
Também conhecida como body mapping, a projeção sobre é muito utilizado
em espetáculos de dança e performance, onde a coreografia é feita de acordo com o
ocorrerá na projeção e não ao contrário como é o caso dos outros tipos de projeção
mapeada em que a superfície volumétrica que recebe a projeção é algo estático.
O mapeamento do corpo abre caminho para outra possibilidade em que
através de programação computacional e sensores encontra-se a possibilidade do
corpo ser interpretado e ter captura de suas atividades gestuais, o que leva assim a
uma participação interativa maior. É uma técnica também utilizada em
apresentações performáticas.
Quando tratamos de projeção mapeada sobre o corpo de uma pessoa em
movimento temos a necessidade de um cálculo constante de
reordenamento da aparição das imagens projetadas no espaço projetivo do
corpo. Para criar um sistema capaz de interpretar tais informações são
utilizadas câmeras46 específicas de captura de imagem, combinadas a
25
sensores de profundidade, o que permite uma espécie de escaneamento 3D
dinâmico do espaço, capaz de interpretar dados espaciais de largura, altura
e profundidade de um dado objeto ou corpo humano em um dado ambiente.
(MOTA, 2014, p. 99).
A imagem ao lado
representa um trabalho
desenvolvido pelo diretor,
coreógrafo e compositor Klaus
Obermaier em parceria com o
dançarino Cris Haring, onde o
diretor sem o uso de técnicas de
interatividade, criou um sistema de
projeção de vídeo sobre performers
e cenários.
É nesta categoria de projeção mapeada que os profissionais da área passam
a desenvolver seus próprios softwares para a melhor adequação a seus
determinados projetos.
Produtos que não só fazem parte de nosso cotidiano, mas que também são
verdadeiras plataformas de realidades, afinal, o termo projeção dilata-se em
muitos sentidos, um deles aponta para a ubiquidade das tecnologias, que
projetam na realidade outras modalidades de cinemas interativos, sistemas
de mediações de narrativas que de fato deflagram imagem-relações entre
nossos corpos, o ciberespaço e o mundo. (MOTA. 2014, 104).
1.2.3 PROJEÇÃO MAPEADA EM OBJETOS: INSTALAÇÕES
No campo das videoinstalações, o vídeo mapping é hoje algo muito explorado
pela liberdade de modelar a imagem projetada no espaço, e pelas diversas
Figura 10: Espetáculo de dança, D.A.V.E, de Klaus
Obermaier, 1998-2000.
Fonte:
http://uncoy.com/images/austriantrance/DAVE_KlausObe
rmaier.jpg
26
possibilidades de objetos como superfície e imagens a serem criadas sobre os
objetos.
A aplicação da projeção mapeada nesta categoria passa pela criação de
personagens, e por dar vida a seres inanimados. Estes pontos vêm referenciar todas
as linhas do cinema na questão estética e na narrativa. Ultrapassando a questão
estrutural do cinema, a projeção e o objeto no vídeo mapping colocam o espaço e o
espectador em uma relação mais próxima. (MOTA, 2014)
Em 1969 a inauguração de Haunted Mansion na Disneylandia, foi a primeira
projeção “instalativa” sobre uma superfície não plana. Era composta por uma cabeça
sem corpo e mais cinco bustos de fantasmas cantantes nas quais foram projetadas,
em 16 mm, filmes das faces dos atores sobre as esculturas.
Tony Oursler foi um destaque no campo das videoinstalações com video
mapping, começa seu trabalho com mapeamento a partir da década de 1990.
Trabalha com temas como sadismo, distúrbios psicológicos, sexualidade, frustração
e crueldades somadas a um humor bizarro e elementos de estranhamento.
Figura 11: Parte das atrações da Haunted Mansion, na Disneylandia, 1969.
Fonte: http://projection-mapping.org/the-history-of-projection-mapping/
27
No trabalho da figura acima Oursler se baseou em sua pesquisa sobre o
distúrbio de múltiplas personalidades. São gestos como chorar, rir e ter tiques
nervosos que o artista utiliza como formas de comunicação quando interpretados
exageradamente, como chorar compulsivamente, que se tornam a oportunidade de
mostrar a alteração emocional.
Dentre esses, a lista artistas que exploram a técnica é grande e se torna cada
vez maior devido a intensa busca de inserção da tecnologia digital dentro da arte
contemporânea e a imensa possibilidade que a projeção mapeada contem, tanto de
criação, quanto ao seu hibridismo no uso de diferentes áreas desde a programação
computacional, as demais áreas das artes como a fotografia, o vídeo e a escultura.
1.3 SOFTWARES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA O
DESENVOLVIMENTO DAS PROJEÇÕES MAPEADAS
O equipamento utilizado para o mapeamento é basicamente: um projetor
LED, um laptop e softwares adequados para a produção dos vídeos. Quanto a
Figura 12: Instalação Judy, de Tony Ousler, 1994.
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-
PV5XXRWW8zo/TdvJKlcoR4I/AAAAAAAAABk/tX1YCKsvvAI/s1600/instalacao-judy-1994-
tecnica-mista-do-videoartista-norte-americano-tony-ousler-1290179303328_560x400.jpg
28
softwares existem vários tipos que facilitam a correção de imagem e o mapeamento.
De acordo com Mateus Knelsen (2012) são: Módulo8, ferramenta especifica para
VJing; Resolume, ferramenta especifica para imagem em tempo real e mapeamento
da projeção; VPT, é uma ferramenta específica para mapeamento de projeção, com
32 layers, presets reconfiguráveis, entrada para duas câmeras e duas ferramentas
de mapeamento: mesh distort e editor de máscaras; MadMapper, é uma ferramenta
específica para mapeamento de projeção, voltada exclusivamente para o uso com o
servidor virtual de vídeo Syphon. Ou seja, não se carregam arquivos de vídeo
diretamente no MadMapper: o gerador de imagens deve ser outro software que
suporte Syphon, como Modul8, Quartz Composer, VDMX, etc. O conceito do
software é simplificar o processo de mapeamento; LPMT (Little Projection Mapping
Tool), é uma ferramenta simples para mapeamento de projeção por meio das duas
técnicas principais de distorção: por Corner Pins ou por Mesh Distort; Quase
Cinema, é um projeto do artista e pesquisador brasileiro Alexandre Rangel, e é uma
ferramenta voltada para VJing, mas que pode ser utilizada para mapeamentos
simples utilizando da técnica de máscaras.
Lessa e Cassetari (2012) apontam ainda alguns softwares de animação e
finalização: Adobe After Effects, é extensamente usado em pós-produção de vídeo,
filmes, DVDs e produções da plataforma Flash; e o Cinema 4D, é um programa de
computador comercial multiplataforma para modelagem 3D, texturização, iluminação
e animação e renderização 3D, desenvolvido pela empresa alemã MAXON
Computer.
Em meu trabalho desenvolvo uma apresentação de projeção mapeada que se
insere na categoria de instalação em que produzi os suportes, no qual esculpi dois
bonecos sendo personagens circenses, já que o circo é a temática do trabalho e é
desta temática o próximo capítulo abordará.
29
2. POÉTICAS VISUAIS DO UNIVERSO CIRCENSE
2.1 CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CIRCO: CIRQUE DU SOLEIL
O chamado novo circo hoje encontra como seu ponto alto o Cirque du soleil3
(circo do sol). Espetáculo que ganha esse nome porque “O sol simboliza juventude,
energia e força” (Guy Laliberté). Descrito como um circo moderno com seus
grandes números performático abrange shows fixos e shows que rodam o
mundo.
Dentre seus artistas estão pessoas das mais diversas nacionalidades e
áreas artísticas. Contam:
[...] com cerca de 400 artesãos e especialistas em todos os
tipos de campos que trazem a vida mais de 25.000 elementos para
nossos shows ao redor do mundo. Cada show começa com inspiração
e ideias de uma equipe criativa. Núcleo composto por um diretor
criativo, escritor e diretor, coreógrafo e designers dos trajes, iluminação
e conjuntos. (SOLEIL, 2015, p.4)
Cada artista compõe com originalidade cada produção e suas presenças são
essenciais para que tudo seja um sucesso. A área do cenário e do figurino são
pontos extremamente importantes dentro da composição dos espetáculos. No
primeiro utilizam as mais diversas tecnologias de projeção cênica para que tudo seja
minuciosamente testado quanto à instalação e a segurança. O segundo conta com
uma equipe de design têxtil que utiliza diversas formas de trabalhar o tecido como
banho de tingimento, serigrafia4 e pintura. Os designers cuidam desses figurinos na
criação de efeitos especiais e texturas, que vão se renovando diariamente. Instalam-
se diversos dispositivos nas roupas para que esses efeitos fiquem ainda mais
interessantes como luzes, baterias e adesivos.
Os espetáculos buscam suas referências no teatro, na própria atividade
circense, no rock, no ballet e na ópera. Encontra-se malabarismo, contorcionismo,
trapezistas e palhaços fazendo um show com roupas extremamente coloridas e
maquiagens que demonstram traços medievais e barrocos. Envolto de um cenário
3 História e Processo criativo retirado deste link: <https://www.cirquedusoleil.com/about/history>
4 Serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um
rodo ou puxador – através de uma tela preparada.
30
que assim como a sua trilha sonora varia de acordo com a temática abordada em
cada show. Eles utilizam a música ao vivo e contam sempre com um compositor
para trabalhar cada espetáculo, e os músicos e cantores ficam com o papel de
executar a trilha sonora ao vivo, sendo capaz de ajustar o tempo ou de improvisar
buscando sempre estar no mesmo ritmo dos artistas no palco.
Guy Laliberte (2015) criador e hoje dono de 95% do Cirque du Soleil diz, por
fim, que seus shows tem sempre o objetivo de aproximar a performance com seu
expectador e faz isso na ausência de um picadeiro e de animais.
Os animais dentro do circo tradicional foi um motivo de atração do público por
muito tempo. Hoje há a proibição do uso de animais em espetáculos, com isso os
circos que mantem os valores tradicionais de apresentação, com a estrutura da lona
e o nomadismo, apresentam seus artistas sob um picadeiro como palco de sua arte.
Dentro dessa estrutura o picadeiro é colocado de forma central envolto de
arquibancadas onde se recebe o público, mantinha os artistas a certa distância de
sua plateia. Neste contexto a intensão de Guy sempre foi que seus espetáculos
buscassem o diferencial na proximidade com seu público. O que considera resultar
em um show em que as pessoas sentem perfeitamente e mais de perto tudo o que o
espetáculo tem a oferecer.
2.2 ANÁLISES DO INTERESSE A ARTE CIRCENSE
Segundo Rosa (2010), o circo é uma manifestação artística que se
desenvolve acompanhando a história das sociedades medievais, modernas e
contemporâneas. Uma arte que nasce no intuito de entreter as pessoas e é assim
que vem em forma de um espetáculo, um mundo lúdico, fantástico em que
encantam os povos desde a Idade Média até os dias de hoje.
Seja sobre uma lona colorida, como nos circos que viajam de cidade em
cidade para encantar com sua arte ou sobre a mais alta tecnologia como é a
aplicada nos grandes shows do Cirque du Soleil, é:
[...] o amor dos artistas pela arte faz com que o circo permaneça vivo de
geração a geração. Neste contexto, o saber e o fazer artísticos, produz
valores culturais, estéticos, ideológicos que emociona e encanta. [...] Neste
31
contexto o conteúdo dos interesses artísticos está associado às imagens, às
emoções, a busca do belo e do encantamento. (SIMÕES, 2010, p. 1 e 2)
Para esse trabalho, busco a pesquisa da expressão artística circense, a forma
como toda a arte envolvida dentro de um espetáculo (música, dança, teatro,
cenografia, figurino) faz com que as pessoas incluindo eu mesma, se atraia e se
interesse por isso. E então aplicar os fatores de envolvimento pessoal dentro da
montagem da animação, aplicando a minha poética artística da visão de um tema
tão rico visualmente que serão mostradas as pessoas que podem ter passado ou
não pela mesma experiência.
A forma como o circo faz a sua divulgação, o seu convite a população de sua
determinada apresentação, nos circos tradicionais se dão da seguinte forma: “pela
primeira vez”, “jamais vistos antes”, que sejam “incríveis” ou “verdadeiramente
impossíveis”.
Os artistas do circo não executam de fato números impossíveis no
picadeiro, mas antes mostram o impossível, isto é, fazem ver a
impossibilidade do impossível. Assim, os artistas ambulantes fornecem,
periodicamente, aos cidadãos uma oportunidade de confrontar as bases e
os limites da ordem estabelecida e de refletir sobre os limites de sua
personalidade. (CARMELI, 2012, p. 2)
As apresentações circenses contam com uma programação de atrações bem
diversificadas, que faz com que a plateia ria, suspire, se emocione, se assuste, e
isso culturalmente são reações que continuam atraindo pessoas do mundo inteiro
pra espetáculos deste gênero. Isso desde que o circo era a única maneira do povo
grego se divertir na idade Média. “Acompanhando a história da humanidade, vê-se
que os seres humanos, desde os seus primórdios, sempre buscaram formas de
diversão, quer seja em seu ambiente de trabalho, de religiosidade, ou familiar. E
porque não no circo?” (SIMÕES, 2010, p.4).
Pensando no circo como uma forma de diversão é inevitável uma expectativa
de alguma forma de prazer, e essa sensação se inicia desde quando nos
programamos para ir ao circo, já por sua ideia cultural que nos é posta do que
acontece em um espetáculo, com piadas e movimentos performáticos de dança ou
32
teatro. Além disso, e de toda a carga artística que os espetáculos, ainda te
proporcionam um público que está ali atraído pelo mesmo evento que você, rindo
das mesmas coisas que você. Possibilitando assim, a oportunidade de discutir e
compartilhar da mesma experiência estética e das mesmas sensações.
Outro aspecto interessante que se pode observar, é que, ao ter contato com
o circo, o indivíduo desenvolve novas sensibilidades e tem acesso a novos
valores ou questionamentos de valores vigentes em relação a vivenciar um
programa de riqueza artística e não tão presente em muitas cidades. O
importante é que cada participante potencialize o seu prazer e suas
descobertas pelo contato direto com uma das mais diferentes
manifestações artísticas e cada um ao seu modo desenvolva suas
sensações. (SIMÕES, 2010, p.5)
Em um dos pontos de interesse artístico está a contemplação do belo e o
campo que o domina é o imaginário, as imagens, as emoções e sentimentos, a
busca da beleza, do encantamento. E é neste ponto que o circo se insere.
A conclusão é que atração por essa arte está na experiência visual que a
junção de tantas áreas artísticas proporciona ao público. E como elas são
apresentadas harmoniosamente funcionais dentro deste tipo de espetáculo. É
através desses pontos estéticos que a minha intenção é transmitir para a minha obra
o que o circo possibilita, tanto na execução dela quanto no que ela pretende
significar.
2.3 EXPRESSÕES ARTÍSTICA
O circo é um espaço privilegiado, onde os artistas usam os seus corpos para
expressar vivencias e manifestações de formas não convencionais como: “serrar o
corpo de uma mulher ao meio”, andar por um fio na corda bamba, ficar em posição
invertida de cabeça para baixo, felicitados pela simples emoção de um
transformismo sem fim.
Sobre a liberdade corporal herdada e representada no circo tradicional Baroni
(2006) diz:
Caracterizado por uma falta de forma, o corpo circense multifacetado em
contorções, desaparecimentos ilusionistas com jeito de bichos e sem
33
parada fixa, percorria dos territórios emocionando, fazendo rir e
surpreendendo plateias que se extasiavam com as peripécias de um corpo
ágil, alegre, com linguagem e expressão próprias resistentes a regras e
normas e, sobretudo com liberdade. (BARONI, 2006, p. 7).
A arte do circo contemporâneo é conhecida como o circo do homem, por ser
totalmente performático.
O espetáculo do circo contemporâneo caracteriza-se por misturar, em
partes iguais, a dança, o circo, o teatro, a técnica, a estética e os elementos
da tecnologia como a luz e som, para a performance de um artista onde,
não basta ser hábil, mas tem que ter algo a contar, e para isso esse novo
modelo requer artistas polivalentes, como por exemplo, malabaristas-
acrobatas, acrobatas-clown, clown-musico, etc., no circo novo não significa
o mais complicado, mais arriscado ou mais sobre-humano, senão o mais
belo, plástico, visual, estético, etc. (BARONI, 2006, p. 10)
A arte circense presente no circo contemporâneo possui um treinamento
técnico de uma disciplina das exigidas em esportes, suas performances possuem
um alto nível técnico dos gestos, mas em seu objetivo final se distancia de seu lado
esportivo e se vê um espetáculo artístico a ser representado e trocado para com o
público.
Portanto, com toda a técnica reforçada dentro deste novo circo é a arte que
prevalece, e toda a técnica que acaba por se adaptar ao estilo artístico.
Como citado na primeira parte deste capítulo o maior representante deste
novo circo é o Cirque du Soleil e para este trabalho é alguns de seus espetáculos e
parte de minha experiência com circos tradicionais e acrobático que usarei para
compor minhas animações. O mundo fantástico, cheios de possibilidades que o circo
inseriu e contribuiu para a minha imaginação serão inseridas na minha obra. Além
de toda a referência visual do próprio Cirque du Soleil, conto com a referência de
artistas plásticos que também já trataram deste mesmo tema.
2.4 REFERENCIAS ARTÍSTICAS
Alguns artistas plásticos dentro da história da arte manifestaram seu interesse
pela temática do circo, atraídos pela espirito da diversão inserida nos espetáculos,
34
esses artistas o retratam cada um em suas particularidades e estilo. Tais como
Pablo Picasso, Fernando Botero, Toulouse-Lautrec, George Seurat, entre outros.
A obra acima se encontra na passagem da fase azul para a fase rosa, do
artista espanhol Pablo Picasso, momento em que se apaixonou por Fernande Oliver.
Passando de um predomínio dos tons azuis para tons rosados e avermelhados, o
artista começa a se atrair e retratar bailarinos, acrobatas e personagens de circo.
La famille de saltimbanques5 (A família de Saltimbancos, em português), retrata uma
família de saltimbancos em um ambiente triste, imagem na qual o circo tradicional
que contava integrantes apenas membros da família, passava fora dos picadeiros.
Fernando Botero6, artista colombiano, representou o circo em pinturas a óleo
e desenhos, após ir ao México e se deparar com circos populares onde se
identificou exatamente com os espetáculos que viu na sua infância. O próprio artista
5 Informações retiradas do seguinte link: <https://pt.wikipedia.org/wiki/La_famille_de_saltimbanques>
6
Informações retiradas do seguinte link: <https://www.museodeantioquia.co/exposicion/el-circo-
fernando-botero/>
Figura 13: La famille de saltimbanques,1905, Pablo Picasso
Fonte: http://pedago.iut.univ-lille3.fr/~marie.guebey/wordpress/wp-
content/uploads/2015/11/Les-saltimbanques.jpg
35
diz: “Ele era pobre e cheia de animais famintos. Todas as suas roupas foram
penduradas nos carros alegóricos usados. Eu encontrei uma grande poesia lá,
conversei com artistas e vi muitas possibilidades para minha pintura.”.
O artista se identifica com o tema não apenas pela lembrança pessoal de sua
infância, mas também por se tratar de algo tão colorido e vivo, assim como já era
seu próprio estilo de pinturas, com seu uso de uma paleta de cores impecável e ao
seu incrível uso do volume. No circo o artista viu uma forma de trabalhar livremente
com suas cores e formas e expressões de alegria e otimismo.
Toulouse-Lautrec7, pintor pós-impressionista, representa o circo, por exemplo,
em sua obra el circo Fernando. Assim como Lautrec, Picasso e Seurat buscaram
nessa temática um refúgio para escapar de problemas sociológicos da época. Nesta
pintura o artista representa uma dançarina desfilando sob um cavalo dominado por
seu adestrador. Mostra um momento típico dos primeiros circos e mantido em alguns
até a proibição do uso de animais. Em que contavam com animais equestres como
uma das maiores atrações.
7
Informações retiradas do seguinte site: <http://valiteratura.blogspot.com.br/2011/02/pintura-pos-
impressionista-toulouse.html>
Figura 14: Pintura parte da série Circus de
Fernando Botero, 2006
Fonte: http://www.eldiariodeguadalajara.net/wp-
content/uploads/2015/12/1Botero.jpg
Figura 15: Pintura parte da série Circus de Fernando
Botero, 2006
Fonte: http://www.eldiariodeguadalajara.net/wp-
content/uploads/2015/12/1Botero.jpg
Figura 14: Pintura parte da série Circus de
Fernando Botero, 2006
Fonte: http://www.artemagazine.it/wp-
content/uploads/2015/02/botero-il-circo.jpg
36
Georges Seurat8, pintor francês, pioneiro do movimento pontilhista, teve O
Circo como sua última obra, inacabada, pois acabou por falecer antes finaliza-la.
Dizia que o mais importante em sua obra era o seu método e não sua poesia. Esta
obra em especial apresenta a predominância de cores claras, mas aparecem
também o vermelho, o amarelo e o violeta. Trabalha com um desfoque da plateia
para que os personagens sejam o primeiro plano, como a bailarina mostrando o
equilíbrio, o acrobata que vibra com os saltos que dá e o palhaço observando tudo
expressando sentimento de alegria.
8
Informações retiradas do seguinte site: < http://seuratvisuais.blogspot.com.br/2012/11/o-circo.html>
Figura 16: Pintura En el circo Fernando, Toulouse-Lautrec, 1888
Fonte: https://3d-car-shows.com/wp-content/uploads/2014/11/Henri-de-Toulouse-Lautrec-
Paintings.jpg
37
Alexander Calder, pintor e escultor estadunidense, ficou conhecido por seus
mobiles. Famoso por suas esculturas de grande porte, ele produziu numerosas
figuras de arame, nomeadamente para circos em miniatura.
Sua famosa obra, Cirque Calder9, são modelos de arame que representam as
funções de cada artista circense. Desde contorcionistas a domadores de leões. São
feitos geralmente de arame, madeira, cortiça e tecidos. O artista também fazia
performances de circo durante o tempo que ficou em Paris.
9
Informações retiradas do seguinte site: <https://en.wikipedia.org/wiki/Cirque_Calder>
Figura 17: Pintura O Circo, Georges Seurat, 1891
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-
d2qtjopw3Rs/UK1sVZ1V00I/AAAAAAAAAAg/bTMScj7vcIU/s1600
/o-circo-seurat.jpg
38
Kira Shaimanova10, é uma escultora e ilustradora, trabalha com o lado do
circo do horror com mini esculturas. São representações de artistas com
deformidades físicas e esquisitices humanas. Foi inspirada pelos cartazes de circo
do final do século XIX, pela moda vitoriana e cabinet card (um estilo de fotografia
que foi amplamente utilizado para retratos fotográficos após 1870). Criou os
personagens baseados em pessoas reais, que participavam do Freak show (show
de horrores) durante o final de 1800. Trabalha com esculturas caricaturais. Sobre
seu processo a própria artista diz:
Olhe os bastidores para o processo de criação e os muitos detalhes que
entrou em criar esta longa série anual. Os personagens são criados a partir
de argila, os trajes são costurados ou pintado, conjuntos são construídos e,
finalmente, eles são fotografados. Às vezes as pessoas pensam que o meu
trabalho é digital ou criado em um formato diferente de escultura. Eu queria
mostrar que ele está em não criada digitalmente de forma alguma, apenas
um monte de tempo consumindo as mãos no trabalho escultura.
10
Informações retiradas do seguinte site: <http://kirasillustration.blogspot.com.br/>
Figura 18: Escultura Cirque Calder, Alexander Calder, 1926-
1931
Fonte:
http://whitney.org/image_columns/0058/9133/calder_1140.jp
g?1401809616
39
Francesca Balaguer, fotógrafa residente em
São Francisco, trabalha com a temática circense em
um ensaio feito para Gregangelo Herrera e sua
empresa The Velocity Circus, chamado The
Majestic11. Tratando-se de uma empresa de arte e
entretenimento a artista busca mostrar toda a
dedicação de Gregangelo em seu trabalho, a
fotógrafa diz: “Cada imagem é um esforço para
capturar a magia e majestade de seu mundo, do jeito
que eu experimentei estar em sua presença
inspiradora.”.
11
Informações retiradas do seguinte site: <http://francescabalaguer.format.com/the-majestic>
Figura 21: Fotografia, parte do
ensaio The Majestic, Francesca
Balaguer, 2009
Figura 19: Escultura, Uncle Edgar, Kira
Shaimanova, 2013-2014
Fonte:
http://kirasillustration.blogspot.com.br/2014/0
7/the-making-of-curious-collection-
series.html
Figura 20: Escultura, The Bearded Helena,
Kira Shaimanova, 2013-2014
Fonte:
http://kirasillustration.blogspot.com.br/2014/0
7/the-making-of-curious-collection-
series.html
40
Richard Mcdonald12, um escultor
figurativo contemporâneo, conhecido por suas
esculturas em bronze. Em sua série Cirque, o
artista capta e amplia as complexas relações
entre técnica e jogar; atletismo e graça;
imaginação e concepção. O artista aponta a
respeito: “Estes são os tópicos inumeráveis
que se entrelaçam para formar o tecido do
circo; um tecido etéreo que, quando
reinterpretado em bronze, traz consigo um
realismo mágico singular e universal.”. Sua
obra retrata a beleza do corpo humano e do
espirito que o impulsiona. Seu trabalho é feito
da observação de modelos vivos muitas vezes
12
Informações retiradas do seguinte site: <http://richardmacdonald.com/artwork/cirque/>
Figura 23: Fotografia, parte do ensaio The
Majestic, Francesca Balaguer, 2009
Figura 22: Fotografia, parte do ensaio The
Majestic, Francesca Balaguer, 2009
Figura 24: Escultura, parte da série Cirque,
Richard Mcdonald, 2010.
Fonte: http://cdn.inside.vision/wp-
content/uploads/2015/01/16_rain_half_life.j
pg
41
dançarinos, artistas e atletas.
Concluo assim, as referências dos artistas que assim como eu, cada um em
suas particularidades se interessaram pelo tema do circo para tratar em suas obras.
Figura 25: Escultura,
Transcendence, Richard
Mcdonald, 2008.
Fonte:
http://richardmacdonald.co
m/artwork/cirque/
Figura 26: Escultura, Elena III, Richard Mcdonald, 2010.
Fonte: http://richardmacdonald.com/artwork/cirque/
42
3. O CIRCO CHEGOU! – CIRCO VOADOR
A obra nasce de uma paixão nascida na infância que a magia do universo
circense desperta em mim. A instalação recebe o nome de Circo Voador por exibir
movimentos livres e extremamente ligados ao ato de voar. O tema se manifesta
muito forte em toda a minha trajetória pela faculdade. Foi assim que descobri qual a
melhor forma de trabalhar esse tema nesse projeto, passando por experiências com
as mais diversas técnicas.
Procurei explorar neste trabalho final, o que a escultura somado a técnicas de
vídeo e animação digital poderiam me possibilitar uma melhor representação dos
movimentos, das cores, da luz junto à energia de uma trilha sonora referenciada dos
grandes espetáculos do Cirque du Soleil.
3.1 A TELA
Como disse no primeiro capítulo deste trabalho o vídeo mapping é projetado
em uma estrutura tridimensional e neste caso escolhi como tela para essa obra a
escultura de dois bonecos feitos de isopor e revestido de massa PVA. Servindo de
suporte para a projeção fiz a escolha de representar dois personagens distintos e
Figura 27: Gravuras na temática do Circo
Fonte: da autoraFigura 28: Escultura na temática
do Circo
Fonte: da autora
43
que dessem conta de abordar a maioria das atrações circenses: o palhaço e o
mágico.
Os bonecos foram criados em estilo de escultura chamado toy art, que
aprendi em uma oficina de projeto de extensão, e comecei a criar esboços para
testar a ideia. Conclui que o estilo funcionaria perfeitamente ao tema e como suporte
de projeção por ser uma escultura de poucos detalhes daria mais liberdade a
produção digital.
Logo após os estudos em desenhos, comecei a reproduzi-los em 3D mas em
tamanho menor para ver melhor como ficariam, e para facilitar na hora de extrair a
imagem de um bloco de isopor.
Figura 31: Protótipos dos Bonecos
Fonte: da autora
Figura 29: Estudo das vistas do Palhaço
Fonte: da autora
Figura 30: Estudo das vistas do Mágico
Fonte: da autora
44
Então iniciei o processo da escultura final. Escolhi o isopor como material pela
facilidade de manusear o material, pela leveza e pelo baixo custo. Primeiramente
desenhei as vistas nos seis lados do cubo para facilitar na hora de esculpir. A partir
disso comecei a tirar as partes vazias e aos poucos os bonecos foram tomando
forma. Optei pela massa PVA para dar acabamento por deixar a superfície dos
bonecos lisa e não deixá-los muito mais pesado do que eram.
Figura 33: Esculpindo o
Mágico do bloco
Fonte: da autora
Figura 35: Bloco com as
vistas do Palhaço
desenhadas.
Fonte: da autora
Figura 32: Bloco com as
vistas do Mágico
desenhadas.
Fonte: da autora
Figura 34: Esculpindo o
Palhaço.
Fonte: da autora.
45
A partir da conclusão dos bonecos, antes de iniciar a criação das animações e
dos vídeos, fiz um teste das posições do suporte e do projetor. Já iniciando inclusive
o processo do mapeamento do suporte, através da criação das máscaras. Posicionei
os dois bonecos a cerca de 60cm de distância um do outro e a 3,27m do projetor.
Logo em seguida fiz o mapeamento no software Resolume Arena e fotografei o
posicionamento exato dos suporte em relação ao projetor para criar uma máscara
externa no Photoshop.
Figura 37: Teste de Mapeamento dos Bonecos
Fonte: da autora
Figura 38: Máscara dos Bonecos
Fonte: da autora
Figura 36: Bonecos finalizados
Fonte: da autora
46
3.2 ANIMAÇÕES E VÍDEOS
Para executar a criação das animações e da imagem dos bonecos, me guiei
através de filmes de referência: “Cirque du Soleil: La Nouba” (2003), “Cirque du
Soleil: Varekai” (2002), “Cirque du Soleil: Saltimbanco” (1994), “Cirque du Soleil:
Outros Mundos” (2012), “O Palhaço” (2011), “Truque de Mestre” (2013) e
“L’Illusionniste” (2010). Na animação do palhaço tentei seguir imagens tanto dos
palhaços tradicionais, como os contemporâneos, mesclei isso através do figurino e
da maquiagem. No mágico desconstruí o seu figurino clássico colocando ele em
trajes que não desse um ar tão sério quanto o tradicional. A ideia veio de um
personagem do Cirque du Soleil que interpreta um inventor de coisas malucas.
Figura 39: Referencia maquiagem e figurino de Palhaço dentro de um estilo tradicional
Fonte: http://www.cultura.pe.gov.br/wp-content/uploads/2015/11/cavaco-e-sua-pulga-
adestrada-com-caravana-tapioca-foto-credito-marilia-chalegre.jpg
47
A criatividade do personagem me inspirou a inventar esse novo modelo para
o mágico, com uma cartola sanfonada e uma roupa em formato de losango.
Figura 40: Referência de Maquiagem e cenário de Palhaço do Cirque du
Soleil
Fonte: http://www.extracafe.rs/_pu/222/68948200.jpg
Figura 41: Referência para o figurino e maquiagem do Mágico. (Kurious –
Cirque du Soleil).
Fonte: http://theeyeopener.com/wp-
content/uploads/2014/09/10157335_231295027061048_84621568853115
45450_n.jpg
48
Durante a criação das animações me propus a fazer um roteiro para me guiar
conforme as ideias fossem vindo. A ideia inicial foi de criar uma apresentação dando
as boas-vindas ao público, com cortinas se abrindo e os personagens dando início
ao grande espetáculo. Optando pelo palhaço para dar início a apresentação, o
mágico desaparece.
3.2.1 PALHAÇO
Estabeleci que dentro do boneco do palhaço brincaria com a alteração do
figurino. Colocaria outros personagens circenses brincando dentro dele e conforme
cada brincadeira acontecesse formariam desenhos. Como o palhaço é uma figura
que permanece em cena durante apresentações de trapézio e equilíbrio dentro dos
espetáculos de referência, inseri trapezistas e equilibristas junto à este personagem,
enriquecendo os elementos visuais da animação.
Os figurinos do palhaço mudam para cores alegres e vibrantes que
manifestam a riqueza da paleta de cor presente nas roupas desse personagem.
Figura 42: Criação dos figurinos fixos dos bonecos no Photoshop.
Fonte: da autora
49
Mostra como essa figura ao mesmo tempo com aspectos padrões pode ser também
bastante diversa umas das outras.
Os trapezistas aparecem se jogando de um lado ao outro no colete da roupa
do palhaço. Seus movimentos ficam registrados através de desenhos que vão se
formando por onde passam dentro de todo o colete. No kilt do personagem surgem
acrobatas saltando em uma suposta cama elástica onde vão fazendo movimentos
curvos que também formam desenhos de acordo com cada movimento. As cores
Figura 43: Uma das mudanças de cores dos figurinos I
Fonte: da autora
Figura 44: Uma das mudanças de cores dos figurinos II
Fonte: da autora
50
aplicadas nos desenhos que se formam foram escolhidas de forma que em um
fundo preto, no caso do projeto na ausência de luz, as cores iluminem o figurino.
Em seguida surgem quadradinhos no colete de cores alternadas, que foi uma
forma de representar o empilhamento de diversos objetos que o equilibrista faz em
espetáculos circenses, que no fim surgem todos os quadradinhos juntos formando
uma nova estampa ao colete. Junto a essa composição, na blusa do palhaço
aparece o equilíbrio na bola, onde um pequeno personagem transita pela blusa
deixando um rastro por onde passa, que também vai formando uma estampa. E por
fim no kilt utilizando a bola como elemento, bolinhas de cores alternadas vão caindo
de cada canto do colete até que elas tomem conta de tudo e forme também uma
nova estampa para o palhaço.
Figura 45: Desenhos formados pelo movimento dos acrobatas e trapezistas.
Fonte: da autora
51
Figura 46: Todos os quadradinhos do colete aparecendo e desenhos formados pelo
equilibrista na blusa.
Fonte: da autora
Figura 47: Todos os quadradinhos e todas as bolinhas do colete e do kilt aparecendo.
Fonte: da autora
52
Assim concluo a parte do palhaço, onde trabalhei com tudo que desde o início
me propus: movimento, luz, cor, figurino e maquiagem. E ainda acabei incluindo nele
a participação de outras artes circenses: trapezistas, acrobatas e equilibristas.
3.2.2 MÁGICO
No mágico me propus trabalhar de uma forma diferente pelo fato de já ter
desconstruído a forma do personagem, resolvi trabalhar com instrumentos,
elementos utilizados em truques de mágica. A criação dessa parte foi feita com
referência de dois filmes: Truque de mestre e L’Illusionniste.
Figura 48: Cena do filme “Truque de Mestre”.I
Fonte: http://imguol.com/c/entretenimento/2013/07/03/cena-do-filme-
truque-de-mestre-de-louis-leterrier-estrelado-por-jesse-eisenberg-
1372824365888_956x500.jpg
Figura 49: Cena do filme “Truque de Mestre” II
Fonte: https://maniacosporfilme.files.wordpress.com/2013/07/truque-de-
mestre-7.jpg
53
A partir das referências definidas, na parte do mágico executei da seguinte
forma. Primeiro pensei em quais instrumentos de mágica usaria, e escolhi as cartas,
os lenços, o coelho, a varinha e por último inseri elementos da pirofagia13.
Através das cartas foi possível criar várias formas de animação: a primeira foi
elas se abrindo por todo o corpo do personagem. E a segunda mesclando das cartas
com a ideia de “tirar o lenço debaixo da manga” faço as cartas surgirem através de
cores que definem as cartas simbolizando os lenços. Cumprindo ao mesmo tempo
com dois elementos.
13
Pirofagia nada mais é que a arte de manipular o fogo, engolindo, cuspindo ou passando pelo corpo
enquanto o profissional desenvolve movimentos mirabolantes
Figura 50: Cena do filme “L’Illusionniste”.
Fonte: http://delhi.afindia.org/wp-content/uploads/2014/10/cinemaseries_june2.jpg
Figura 51: Parte da animação do Mágico – Cartas
Fonte: da autora
54
O próximo elemento é a pomba branca. Cercada de uma trilha sonora de
mistério surge uma grande e majestosa pomba voando de baixo para cima e em
seguida de cima para baixo. Em câmera lenta acompanhando o som ela desaparece
dando espaço para o próximo animal em cena que é o coelho.
O coelho surge através da cartola, que pulando se aproxima. Até que em um
passe de mágica toda a pele do boneco fica peluda. A partir de então o personagem
Figura 52: Parte da animação do Mágico – Cartas e Lenços
Fonte: da autora
Figura 53: Parte da animação do Mágico – Pomba Branca
Fonte: da autora
55
faz aparecer a sua varinha mágica, para que o truque do coelho seja desfeito. Então
criei um efeito “mágico” no rastro da varinha para dar ênfase no enredo, e sua pele
volta ao normal.
Com suas devidas cores, o mágico inicia suas acrobacias com pirofagia.
Nessa parte criei bolas de fogo onde o personagem brinca como malabares por
algum tempo na ideia de criar uma expectativa. O segundo elemento pirofágico é
Figura 54: Parte da animação do Mágico – Coelho
Fonte: da autora
Figura 55: Parte da animação do Mágico – Coelho e Varinha Mágica
Fonte: da autora
56
cuspi de fogo que nasceu pensando em uma boa forma de finalizar a parte do
mágico, com o ultimo sopro gerando seu desaparecimento.
Para finalizar o projeto, fiz um simbolismo de agradecimento, então os
personagens reaparecem e seguindo a referência eles desaparecem em uma
explosão de partícula. O projeto final foi eficaz com relação ao que propus. Trabalhei
Figura 56: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: malabares
Fonte: da autora
Figura 57: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: cuspindo fogo
Fonte: da autora
57
com todos os elementos planejados, ampliei meus conhecimentos com relação aos
softwares e ao tema.
3.3 TRILHA SONORA
A trilha sonora foi estudada de acordo com cada sequência de imagem.
Pesquisei músicas temas de circo. Além das músicas de vários espetáculos
diferentes do Cirque du Soleil, contei também com efeitos sonoros em alguns pontos
da animação, como na parte da pirofagia e dos tambores.
Dentre os estudos escolhi Hey Pachuco de Royal Clown Revue; Créature de
Siam, Clouds e Fearsome Flight do espetáculo Kurious (Cirque du Soleil); Flying with
the Birds e Homage to the Rabbits do espetáculo Criss Angel Believe (Cirque do
Soleil). E o efeito sonoro “Barulho de Tambor” e “Bola de Fogo”.
Figura 58: Animação final – Explosão em partículas
Fonte: da autora
58
O texto de apresentação dentro de um espetáculo circense, dentre toda a
pesquisa que fiz, me pareceu algo de grande importância e muito presente. Assim,
pedi para dois amigos gravarem as falas para cada um dos bonecos. Baseado nos
roteiros de apresentação que constavam em minhas pesquisas criei:
Palhaço - Boa noite Senhoras e Senhores, bem vindos ao nosso grande
espetáculo!
Mágico – Respeitável público, esta noite vocês passarão por uma experiência
inesquecível.
Palhaço – é isso mesmo. Preparem-se para conhecer o universo mágico do
Grande Circo Voador
Mágico – A magia vai começar...
Então Edgar Fernandes fez a voz do palhaço e Mário Matias fez a voz do
mágico. Para a edição das vozes editei elas no software Adobe Audition, e depois
sincronizei elas ao som e a própria animação pelo Adobe Premiere, e também editei
pontos de alta e baixa do volume entre o som e as vozes.
Figura 59: Edição e Sincronização do áudio Adobe Premiere.
Fonte: da autora
59
3.4 ERGUENDO A LONA (MONTAGEM)
A montagem é programada para que aconteça em uma sala escura na
Unidade VIII da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde como já citei
antes, os bonecos serão posicionados a uma distância de 3,27m do projetor. Ambos
serão postos no chão.
A baixa iluminação que uma obra de vídeo mapping pede é mais um ponto
favorável a intensificar a minha escolha da técnica. É uma característica dos
próprios espetáculos originais, onde apenas os participantes recebem luz. O que
proporcionará aos espectadores uma vivencia do espetáculo propriamente dita.
A animação foi desenvolvida com uma duração em torno de 10 a 11 minutos.
Na expectativa e disposição de uma verdadeira atração de circo, durante a exibição
serão preparados os espaços para que as pessoas sentem no chão e assistam á
exibição de frente, já que a obra conta com apenas um projetor. O espaço será
organizado de forma que fique agradável ao público.
Através deste projeto, espero mostrar ao público um novo olhar sobre o circo,
transmitindo sua alegria contagiante, seus pontos fortes e todos os seus atrativos.
Espero que as pessoas sintam vendo a apresentação um pouco do que se sente
dentro do ambiente circense, que transmita parte da riqueza técnica que a atividade
proporciona, e também se impressionem com as possibilidades que o vídeo
mapping pode causar.
60
CONCLUSÃO
No desenvolver desse projeto pude me aprofundar nas técnicas de animação
digital e de vídeo, que é algo tão presente no meio da arte contemporânea e
encontrar a melhor forma de apresentar essa técnica que foi o vídeo mapping em
forma de vídeo instalação.
A minha ideia de princípio era de mesclar imagens bi e tridimensionais e tive
que modificar utilizando apenas imagens bidimensionais. Foi uma experiência que
me fez ver que ainda tem muito para pesquisar e aprofundar nessa área. Conclui
que ela foi totalmente desenvolvida em cima de um conhecimento básico da técnica.
Desejo após essa experiência dar continuidade a pesquisas na área para um maior
aprimoramento.
Apesar de saber o básico para a execução do projeto, eu fiquei satisfeita com
o resultado, consegui executar tudo o que me propus fazer. A produção artística e o
trabalho teórico tratam de captar toda a essência circense e transformar em um
trabalho artístico contemporâneo. Cada detalhe deste trabalho foi de extrema
importância. Desde teorizar técnicas e temas a saber lidar com as dificuldade que
apareciam. Tudo, na busca de uma unidade de produção, de cumprir com os
objetivos.
As pesquisas ampliou meu conhecimento tanto sobre o processo de avanço
das tecnologias até alcançar o vídeo mapping quanto sobre as poéticas visuais
circenses. As pesquisas me mostraram como a base teórica estimulam o processo
de criação. E foi através disse tudo que busquei explorar esse pequeno viés da arte
contemporânea explorando não apenas estudos do circo e da técnica como de
cores, composição e ritmo.
61
REFERENCIAS
BARONI, José Francisco. Arte circense: a magia e o encantamento dentro e fora
das lonas. Revista Pensar a Prática, vol. 9, nº 1, 2006. Disponível em:
<http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/126/121> acesso em: 28 nov.
2015.
CAMPOS, P. I. M. A era da imagem e do movimento. In: ______. Vídeo Jockeying:
estudo sobre a cultura visual. Porto, 2007. cap. 1.
CARMELI, Y.S. Representar o real e o impossível: o paradoxo do espetáculo de
circo. Revista do Lume, Israel, n. 1, 2012. Disponível em: <
http://www.cocen.unicamp.br/revistadigital/index.php/lume/article/view/191> Acesso
em: 02 dez. 2015.
KNELSEN, Mateus; OLIVEIRA, Paloma. Entre a luz e a forma: Um breve manual
sobre projeção mapeada. São Paulo, 2012.
___________. Projeção Mapeada: a imagem livre de suporte. São Paulo, 2010.
LESSA, Bruna; CASSETARI, Mario. O pré-cinema e suas redescobertas na
contemporaneidade: um estudo comparado. Revista Anagrama, São Paulo, n. 4,
2012. Disponivel em: <http://www.revistas.usp.br/anagrama/article/view/35656>
Acesso em: 02 de Abril de 2015.
MANNONI, Laurent. A grande arte da luz e da sombra: arqueologia do cinema.
São Paulo: Editora Senac; São Paulo: Unesp, 2003.
MARTINS, J. D. M. Espaço urbano e arte pública: novas abordagens sensoriais. In:
_______. Vídeo Mapping, uma ferramenta para o Design de Comunicação.
Lisboa, 2014. cap. 6.
MICHAUD, Philippe-Alain. Aby Warburg e a imagem em movimento. Rio de
Janeiro: Contraponto, 2013.
62
MOTA, Marcio Hofmann. Video mapping / projeção mapeada: espaços e
imaginários deslocáveis. Brasília, 2014.
PINES, A.R.J. et al. O Circo Moderno: História, Inovação e Transição Social, São
Paulo, Associação Brasileira de Recreadores, 2013. Disponível em:
<http://www.abrerecreadores.com/academico/013.pdf> Acesso em: 09 set. 2014
ROSA, C.M., O Circo se remonta a mais de dois mil anos: a respeito do Universo
Circense. In: ______. Corpo espetáculo circense, uma prática tradicional para o
lazer popular, Porto Alegre, Lume, 2010, p. 14-19. Disponível em: <
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/24917?locale=pt_BR> Acesso em: 09 set.
2014
SIMÕES, E.F. et al. Circo Tropa Trupe: Lazer no picadeiro, Natal, 2010. Disponivel
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http://congressos.ifal.edu.br/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/view/1130>
Acesso em: 01 dez. 2015
SOLEIL, C.D. História. Las Vegas, 2012. Disponivel em: <
https://www.cirquedusoleil.com/about/history> Acesso em: 01 dez. 2015
YOUNGBLOOD, Gene. Preface. In: _______. Expanded Cinema. ARTSCILAB,
2001. p. 41-44. Disponível em:
<http://www.vasulka.org/Kitchen/PDF_ExpandedCinema/book.pdf> Acesso em: 28
de Abril de 2015.

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Arte e Tecnologia no Circo

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS - BACHARELADO MARIANA FLÁVIO DOS SANTOS ARTE E TECNOLOGIA: MAPEANDO UM ESPETÁCULO CAMPO GRANDE 2016
  • 2. MARIANA FLÁVIO DOS SANTOS ARTE E TECNOLOGIA: MAPEANDO UM ESPETÁCULO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Artes Visuais - Bacharelado, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Artes Visuais. Orientador: Profº. Renan Carvalho Kubota CAMPO GRANDE 2016
  • 3. MARIANA FLAVIO DOS SANTOS ARTE E TECNOLOGIA: MAPEANDO UM ESPETÁCULO BANCA EXAMINADORA Campo Grande, ____ de _______________ de 2016 ___________________________________ Profº Renan Carvalho Kubota Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ___________________________________ Profª Maria Alice Porto Rossi Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ___________________________________ Profº Joaquim Sérgio Borgato Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que me ajudou a me manter focada neste projeto e nos momentos de desespero me trouxe a calma para seguir em frente. Aos meus pais que me apoiam em todas minhas escolhas e em todos os meus sonhos, que estão sempre comigo me dando força, fazendo de mim quem eu sou. A toda minha família, meu irmão, avós, tios, tias e primos, por todo o apoio e carinho de sempre, e por se alegrarem a cada conquista minha. Aos meus amigos de Campo Grande que formaram uma nova família de coração. Que me inspiram como pessoas e como artistas, que me confortam. Aos meus amigos de Minas Gerais, pela confiança no meu trabalho, amor, carinho e apoio. Ao Gabriel Araújo que me apoiou e me ajudou nesse projeto como ninguém, que quando eu me perdia ele me encontrava, foi meu parceiro, me ajudou com o transporte da obra, foi um irmão. Agradeço a parceria e a amizade. Ao Edgar Fernandes e ao Mário Matias pelas gravações dos áudios. Ao Israel Zayed que me emprestou os DVD do Cirque du Soleil, que foi de suma importância no projeto. Ao Profº Renan Carvalho Kubota por ter a calma que eu precisava para me orientar nesse trabalho, pelo apoio, pelos ensinamentos. A todos os Professores de Artes Visuais da UFMS, que me prepararam para esse momento e proporcionaram todo o conhecimento que adquiri durante esses quatro anos. Sou muito grata. Ao Profº Joaquim Sérgio Borgato e a Profª Maria Alice Porto Rossi pelas sugestões e auxílios durante o desenvolver do projeto. A todos que de forma direta ou indiretamente contribuiram para o desenvolvimento desse trabalho.
  • 5. RESUMO No presente trabalho de conclusão de curso de bacharelado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, construo uma obra de arte e tecnologia no formato de vídeo instalação onde trabalho com a técnica de vídeo mapping abordando a temático do circo. A obra final foi uma projeção de vídeos sobre as esculturas de dois bonecos. Onde através da criação de animações trabalhei a arte circense dentro de sua essência tratando de suas atrações, formas de apresentação, elementos utilizados em cenas como bolas, fogo, cartas, lenços entre outros. Assim como explorei aplicação de um trilha sonora para dar mais vida a obra. Usei como referência alguns artistas que trabalharam com a mesma temática como Richard Mcdonald e também filmes do espetáculos do Cirque du Soleil, Truque de Mestre e I’llusionniste. Estes são alguns dos que contribuíram para a criação deste novo espetáculo. Palavras-chave: Vídeo mapping. Arte circense. Animações.
  • 6. LISTA DE IMAGEM Figura 1: Lanterna Mágica, 1671...............................................................................12 Figura 2: Gravura Fantasmagoria. ............................................................................13 Figura 3: Editor de máscaras VPT, 2012. .................................................................18 Figura 4: Projeção no Páteo do Colégio, realizada na Virada Cultural 2010.............19 Figura 5: Sydney Opera House.................................................................................22 Figura 6: Projeção Mapeada Sydney Opera House, do grupo Urbanscreen, 2012...22 Figura 7: Registro da projeção “Abraço do Cristo” 2, 2010. ......................................23 Figura 8: Registro da projeção “Abraço do Cristo”, executada pela Visualfarm, 2010. ..................................................................................................................................23 Figura 9: Projeção Mapeada do projeto Symbiosis, de Roberta de Carvalho, 2012 .23 Figura 10: Espetáculo de dança, D.A.V.E, de Klaus Obermaier, 1998-2000. ...........25 Figura 11: Parte das atrações da Haunted Mansion, na Disneylandia, 1969............26 Figura 12: Instalação Judy, de Tony Ousler, 1994....................................................27 Figura 13: La famille de saltimbanques,1905,...........................................................34 Figura 14: Pintura parte da série Circus de Fernando Botero, 2006 .........................35 Figura 15: Pintura parte da série Circus de Fernando Botero, 2006 .........................35 Figura 16: Pintura En el circo Fernando, Toulouse-Lautrec, 1888 ............................36 Figura 17: Pintura O Circo, Georges Seurat, 1891....................................................37 Figura 18: Escultura Cirque Calder, Alexander Calder, 1926-1931...........................38 Figura 19: Escultura, Uncle Edgar, Kira Shaimanova, 2013-2014 ............................39 Figura 20: Escultura, The Bearded Helena, Kira Shaimanova, 2013-2014 ..............39 Figura 21: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 .....39 Figura 22: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 .....40 Figura 23: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 .....40 Figura 24: Escultura, parte da série Cirque, Richard Mcdonald, 2010. .....................40 Figura 25: Escultura, Transcendence, Richard Mcdonald, 2008...............................41 Figura 26: Escultura, Elena III, Richard Mcdonald, 2010. .........................................41 Figura 27: Gravuras na temática do Circo.................................................................42 Figura 28: Escultura na temática do Circo ................................................................42 Figura 29: Estudo das vistas do Palhaço ..................................................................43 Figura 30: Estudo das vistas do Mágico....................................................................43 Figura 31: Protótipos dos Bonecos ...........................................................................43 Figura 32: Bloco com as vistas do Mágico desenhadas............................................44 Figura 33: Esculpindo o Mágico do bloco..................................................................44 Figura 35: Esculpindo o Palhaço...............................................................................44 Figura 34: Bloco com as vistas do Palhaço desenhadas. .........................................44 Figura 36: Bonecos finalizados .................................................................................45 Figura 37: Teste de Mapeamento dos Bonecos........................................................45 Figura 38: Máscara dos Bonecos..............................................................................45
  • 7. Figura 39: Referencia maquiagem e figurino de Palhaço dentro de um estilo tradicional..................................................................................................................46 Figura 40: Referência de Maquiagem e cenário de Palhaço do Cirque du Soleil......47 Figura 41: Referencia para o figurino e maquiagem do Mágico. (Kurious – Cirque du Soleil) ........................................................................................................................47 Figura 42: Criação dos figurinos fixos dos bonecos no Photoshop...........................48 Figura 43: Uma das mudanças de cores dos figurinos I ...........................................49 Figura 44: Uma das mudanças de cores dos figurinos II ..........................................49 Figura 45: Desenhos formados pelo movimento dos acrobatas e trapezistas. .........50 Figura 46: Todos os quadradinhos do colete aparecendo e desenhos formados pelo equilibrista na blusa...................................................................................................51 Figura 47: Todos os quadradinhos e todas as bolinhas do colete e do kilt aparecendo. ..............................................................................................................51 Figura 48: Cena do filme “Truque de Mestre”.I..........................................................52 Figura 49: Cena do filme “Truque de Mestre” II.........................................................52 Figura 50: Cena do filme “L’Illusionniste”. .................................................................53 Figura 51: Parte da animação do Mágico – Cartas ...................................................53 Figura 52: Parte da animação do Mágico – Cartas e Lenços....................................54 Figura 53: Parte da animação do Mágico – Pomba Branca .....................................54 Figura 54: Parte da animação do Mágico – Coelho .................................................55 Figura 55: Parte da animação do Mágico – Coelho e Varinha Mágica......................55 Figura 56: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: malabares.............................56 Figura 57: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: cuspindo fogo .......................56 Figura 58: Animação final – Explosão em partículas.................................................57 Figura 59: Edição e Sincronização do áudio Adobe Premiere. .................................58
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................9 1. VIDEO MAPPING/PROJEÇÃO MAPEADA E SEUS ANTECESSORES.............11 1.1 LANTERNAS MÁGICAS, FANTASMAGORIA E CINEMATOGRAFIA.............11 1.2 VÍDEO MAPPING ............................................................................................17 1.2.1 PROJEÇÃO MAPEADA AO AR LIVRE/ARQUITETÔNICA.......................21 1.2.2 PROJEÇÃO MAPEADA NO/DO CORPO: INTERATIVIDADE ..................24 1.2.3 PROJEÇÃO MAPEADA EM OBJETOS: INSTALAÇÕES..........................25 1.3 SOFTWARES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS PROJEÇÕES MAPEADAS.......................................27 2. POÉTICAS VISUAIS DO UNIVERSO CIRCENSE ...............................................29 2.1 CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CIRCO: CIRQUE DU SOLEIL........................29 2.2 ANÁLISES DO INTERESSE A ARTE CIRCENSE...........................................30 2.3 EXPRESSÕES ARTÍSTICA.............................................................................32 2.4 REFERENCIAS ARTÍSTICAS..........................................................................33 3. O CIRCO CHEGOU! – CIRCO VOADOR.............................................................42 3.1 A TELA.............................................................................................................42 3.2 ANIMAÇÕES E VÍDEOS..................................................................................46 3.2.1 PALHAÇO..................................................................................................48 3.2.2 MÁGICO ....................................................................................................52 3.3 TRILHA SONORA............................................................................................57 3.4 ERGUENDO A LONA (MONTAGEM)..............................................................59 CONCLUSÃO ...........................................................................................................60 REFERENCIAS.........................................................................................................61
  • 9. 9 INTRODUÇÃO A presente pesquisa de conclusão de curso tem como objetivo aprofundar meus conhecimentos sobre parte da mídia contemporânea digital através do vídeo mapping. Apresentada em forma de vídeo instalação, a temática se direciona à reflexões dos movimentos, cores, luzes e às atrações das artes circenses. A pesquisa contou com uma busca histórica sobre a projeção, desde seus primeiros experimentos até os dias atuais; com as referências do Cirque du Soleil e de artistas plásticos que trabalharam com a temática. A execução da obra foi realizada através da criação de dois bonecos: um representando o palhaço e outro o mágico. Os quais serviram de suporte para a projeção de vídeos e animações criadas a partir da referência de atividades circenses. Para isso foram utilizados alguns softwares de edição de vídeo, imagem e áudio, como Adobe Photoshop, Adobe Illustrator, Adobe After Effects, Adobe Premiere, e Adobe Audition; e para projeção, Resolume Arena. A organização da pesquisa foi dividida em capítulos em que separadamente trata-se do vídeo mapping, seguindo da poética visual do circo e por fim o conceito e a execução da obra final, tratando da forma como o circo foi escolhido como tema e justificando a escolha do vídeo mapping como forma de representar a temática. Como todas as ramificações circenses, tratam de uma arte alegre, colorida e acrobática. Concluí que esse tema seria interessante para aplicar na técnica do Vídeo Mapping, de forma que a aplicação da luz é necessário dentro da originalidade circense e é na imagem-luz que a projeção mapeada se fundamenta. O vídeo mapping também permite Trabalhar com um hibridismo, incluindo: escultura (suporte onde a animação será projetada), fotografia (para registro deste suporte e consequentemente o mapeamento) e arte digital (em que entra o vídeo e as animações criadas). O trabalho foi desenvolvido de forma que explorasse o conhecimento adquirido durante o curso de Artes Visuais, com um foco maior na área digital, para
  • 10. 10 aprimorar na área e através desta mostrar um novo olhar na forma de fazer esta arte.
  • 11. 11 1. VIDEO MAPPING/PROJEÇÃO MAPEADA E SEUS ANTECESSORES 1.1 LANTERNAS MÁGICAS, FANTASMAGORIA E CINEMATOGRAFIA. Instrumentos arqueológicos como a lanterna mágica, são registros históricos que antecedem o cinema, a mais famosa forma de projeção. A lanterna mágica é uma caixa óptica que projeta imagens pintadas sobre placas de vidro móveis postas de forma sequencial (MANNONI, 2003) que alcança sua popularização a partir do XVIII e é através disso que se desenvolvem diversos experimentos por projeção. Advinda da câmara escura, a lanterna mágica traz em seus registros alguns de seus inventores: Athanasius Kircher, Christiaan Huygens, John Reeves e Thomas Rasmunssen Walgenstein, um dos precursores da fantasmagoria. Ainda segundo Marcio Mota foi Étienne Gaspard Robertson, no século XVIII que popularizou os espetáculos de fantasmagoria. Tanto nos espetáculos com a câmara escura quanto nos fantasmagórico tinham o objetivo de criar ilusões perceptivas, o que levava o espectador a uma imersão ilusória, nascendo a magia do nome do aparato lanterna mágica. A pesquisa em torno das possibilidades de gerar simulacros ou virtualidades por meio da projeção da materialidade luminosa é antiga. A câmara escura, no século XVI, foi utilizada para criar os teatros ópticos, “[...] um método de iluminação capaz de projetar histórias, cenários fictícios, visões fantasmagóricas. Deixou os domínios da ciência e da astronomia para mergulhar nos do artifício, da representação, do maravilhoso, da ilusão” (MANNONI, 2003, p. 37).
  • 12. 12 A fantasmagoria é um gênero baseado no ilusionismo, que tinha como forte o que o próprio nome já diz, os fantasmas, o mundo do além. As projeções eram feitas através de um aperfeiçoamento da lanterna mágica, onde agora se encontrava com rodas para que fosse possível um fácil deslocamento pelo local e foi chamado de “fantascópio”. As apresentações faziam uso de total escuridão para além de fazer com que o expectador imergisse dentro das obras, faria com que este não visse todo o maquinário utilizado para construir as ilusões. Os sons eram espalhados pelos espaços, com uma característica sinistra, e o local era tomado por uma fumaça que causava a ilusão do caminhar dos fantasmas (MANNONI, 2003). Paul Philidor, foi o “lanternista” responsável pela estreia dos espetáculos de fantasmagoria na França e a respeito diz: “PHANTASMAGORIA, aparição de espectros e invocação das sombras de pessoas célebres, tal como as realizam os rosa-cruzes, os iluminados de Berlim, os teósofos e os martinistas. Os que desejam ser testemunhas destas invocações tenham a bondade de se apresentar a Paul Philidor, à Rue Richelieu, Hôtel de Chartres, n° 31. Ele realizará essas invocações duas vezes ao dia, a primeira às cinco horas e meia da tarde e a segunda às nove horas, à saída dos espetáculos. O preço do ingresso é 3 livres.” (ROBERTSON apud MANONNI, 2003 P. 156) Figura 1: Lanterna Mágica, 1671. Fonte: http://www.marcopucci.it/wp- content/uploads/2014/01/Lanterna-Magica-638x425.jpg
  • 13. 13 O cientista-artista Etienne Gaspard Robertson é o maior destaque dentro da fantasmagoria. Dentre seus feitos para o espetáculo destacam-se o aperfeiçoamento do sistema sonoro e de projeção. No sistema sonoro o artista faz com que um sonoplasta espalhe uma voz ecoada, na qual é emitida por assistentes, por vários cantos do espaço; na projeção utilizou espelhos para a técnica de reflexão de luz. Planejou apresentações por toda a Europa. Segundo o artista pesquisador Mateus Knelsen (2010) Robertson pintava as bordas dos círculos de vidro que continham as imagens, no intuito de tornar as figuras mais presentes, próximas e assustadoras. Alcançava o objetivo com projeções de imagens sobre-humanas que transitava pelo espaço e sobre o público. Knelsen (2010) ainda aponta que Robertson é um dos primeiros artistas a usar a máscara e a usava juntamente a uma série de experimentações de aparição da imagem no espaço. Mannoni (2003) aponta Robert Barker como inovador de outra técnica que também dialoga com a produção contemporânea de cinemas expandidos, o dispositivo “Panorama”, que traziam enormes pinturas arquiteturais nas quais definiu uma proposta básica de que as arquiteturas tivessem uma passagem subterrânea em que através da escuridão os espectadores perdessem a referência de luz, até chegarem ao ponto central da obra onde se deparavam com uma sala circular iluminada que permite o deslumbre de uma enorme paisagem panorâmica. Figura 2: Gravura Fantasmagoria. Fonte: https://aguaeazeite.files.wordpress.com/2010/10/fantasmagoria_003.jpg
  • 14. 14 Seguindo o trabalho de Barker surgem novos experimentos que segundo Marcio Mota (2014) vale seu destaque, como a criação de Louis Jacques Mandé Daguerre e Charles Marie Bouton, o Diorama no qual dava uma sensação de movimento as tais paisagens. As produções de panoramas do século XIX utilizavam técnicas de representação ópticas como perspectiva, profundidade de campo, efeitos de chiaroscuro, prenunciando as experiências cinematográficas do século XX, como o Imax, o Omnimax e o cinema de 360º (MANNONI, p. 187). A época do pré-cinemas foi um tempo de descobertas de aparatos e novas tecnologias que estendiam da ciência para uma estética de movimento imagético, de imersão. Acabando por causar problemas no sentido do maquinário a cada surgimento de uma nova ideia. A geração de técnicas de movimentos mecânicos levou ao movimento da imagem. Advindo desses aparatos, surge a cinematografia com novas tecnologias de captação de imagem dentre elas o cinescópio (1891) de Thomas Edison, o cinematógrafo (1895) dos irmãos Louis e Auguste Lumière e o bioscópio dos irmãos Marx e Skladanowsky. Utilizam da linguagem cinematográfica, em que se encontra sua maior forma de apresentação, desenvolvendo assim suas técnicas de montagem na construção de narrativas ficcionais. (MOTA, 2014) Louis Le Prince1 para alguns historiadores é considerado o verdadeiro inventor do cinema que filmou sequencias de imagens em movimento utilizando uma câmara de lente única com uma película de papel. Porém quem é oficialmente reconhecido como inventor são os irmãos Lumière, que criaram além do cinematógrafo como aparato de projeção, uma câmara portátil para a captação de imagens em movimento com uma unidade de revelação do filme. (CAMPOS, 2009) Com relação à projeção, Mateus Knelsen (2010) aponta Raul Griomion-Sanso no Cineorama (1897) 1 Mais conhecido como Louis Le Prince, Louis Aimé Augustin Le Prince nasceu em Metz, França, no dia 28 de agosto de 1842. Se vê, trabalhando em um experimento de maquinas de imagens em movimento, nas oficinas do Instituto para Surdos de Nova York, onde sua esposa ensinou, e em 1886 ele se candidatou para uma patente americana para uma máquina usando uma ou mais lentes - ilustrando a proposição mais difícil, com lentes de dezesseis mm. A patente foi concedida em Janeiro de 1888, mas foi excluído das reivindicações para máquinas com uma ou duas lentes, como tendo sido já abrangidos por outros.
  • 15. 15 Desenvolve um experimento em que sincroniza 10 projetores cinematográficos, de forma a obter uma imagem única e panorâmica de 300 metros em uma sala circular, simulando a subida de um balão de gás. Nesta impressionante instalação, Grimoin‐Samson utiliza de outro recurso técnico bastante utilizado na projeção mapeada: o chamado frame blending, ou a suavização das arestas da imagem para que, ao se justapor com outras imagens com o mesmo recurso aplicado, possa‐se formar uma imagem única a partir de diversos projetores. (p. 9) Pelo fato da suavização das arestas possibilitarem uma imagem de ficção espacial devido ao seu tamanho, o Cinéorama assim como os Panoramas são bons exemplos de experimentos imersivos que antecedem a projeção mapeada com certa proximidade de objetivos. Dentro da prática do cinema convencional, suas primeiras projeções não possuíam local fixo de apresentação, sendo exibidas em locais públicos de entretenimento, dividindo-se em três categorias: o cinema de atrações, que aconteciam em feiras, parques de diversões, onde a exibição acontecia paralela a outros acontecimentos; os nickelodeons (grego: Odeon/Níquel: moeda), locais que passavam exclusivamente os filmes e os tratavam de forma comercial; e os palácios de filmes, tratados como um evento cultural. (CAMPOS, 2007) A mestra em multimídia Patrícia aponta ainda que os nickelodeons foram a categoria que criou seu próprio público, a população das classes laborais, que frequentavam o lugar em busca de socialização. A projeção funcionava como um ambiente. Ao longo do tempo, a audiência das exposições foi crescendo e foi isso que levou os nickelodeons a serem os responsáveis por estabelecer um padrão na distribuição cinematográfica. Este público que tinham como objetivo maior a socialização e não a atenção aos conteúdos projetados, traz uma imagem semelhante ao vídeo mapping, em que a projeção muitas vezes acontece em locais que não possuem a função dessa exibição. Além da semelhança pelo controle da execução das projeções. Os fabricantes de aparelhos cinematográficos, não faziam somente os filmes para os seus equipamentos, mas também assumiam o papel de projeccionistas. Para, além disso, os projeccionistas tinham um controle criativo sobre uma variedade de elementos que agora chamamos de pós- produção. (CAMPOS, 2007, p. 10)
  • 16. 16 Thomas Edison em suas idealizações sobre o cinema utiliza de uma de suas invenções, o fonografo (1877) como um caminho para a criação do cinescópio, que tinha como ideia a capitação do movimento e com isso construiria um espetáculo completo do sonoro ao visual. “De início, ao contrário do que se pode esperar, o cinema não procurou imitar o real e dar a essa imitação uma forma real. Em lugar disso, foi movido por uma crença animista em relação à sobrevivência dos corpos” (MICHAUD, 2013, p.5). Nesta ideia o autor coloca o animismo como pioneiro das holografias 3D de artistas e cantores que já morreram apresentadas na contemporaneidade em tantos lugares do mundo. As técnicas de vídeo mapping facilitam a corporificação imagética do espaço. Trata-se de uma área que especula as possibilidades de agenciamento entre imagem e mundo em um sentido amplo e relacional. Portanto, o campo da projeção mapeada faz parte do universo do cinema expandido e, de certa forma, tem contribuído para expandir esse tipo de cinema. (MOTA, 2014, p. 44) O autor Gene Yongblood em seu livro Expanded Cinema aponta que o surgimento da televisão, do vídeo e do computador, causou uma quebra nos conceitos clássicos e o conceito tradicional de cinema foi desmistificado, nascendo o chamado Cinema Expandido. A concepção deste conceito nasce da ruptura do tradicional, no extrapolar a concepção inaugural, utilizando mídias como a música e o vídeo para modificar a forma de fazer cinema. Uma das formas citadas pelo autor é a vídeo arte e a arte computacional argumentando que a junção da arte e da tecnologia expande as possibilidades de ferramentas para o artista. “Cinema expandido é uma tese radical e política que idealiza a emancipação física e metafísica do ser humano por via da tecnologia.” (MOTA, p. 50). Essa perspectiva do cinema sem qualquer limite formal abre caminho para que através da arte e da tecnologia surjam técnicas como a projeção mapeada, trabalhando a relação da imagem em movimento com relação ao objeto projetado e seu espaço físico. Quando dizemos cinema expandido queremos dizer consciência expandida. Cinema expandido não refere-se a filmes de computador, vídeo de fósforos,
  • 17. 17 luzes atômicas ou projeções esféricas. Cinema expandido não é um filme em tudo: assim como a vida, é um processo de se tornar unidade permanente do homem histórico para manifestar a sua consciência para fora da mente, para frente dos olhos. Não se pode mais se especializar em uma única disciplina e espero, sinceramente, expressar uma visão clara de suas relações no ambiente. Isso é especialmente verdadeiro no caso das redes intermídia de cinema e televisão, que agora funcionam, nada mais nada menos, como o sistema nervoso da humanidade (YOUNGBLOOD, 2001, p. 41, tradução nossa). 1.2 VÍDEO MAPPING Conhecida como projeção mapeada, o video mapping é uma técnica que permite a projeções de imagens bidimensionais e tridimensionais em superfícies volumétricas como prédios, objetos ou pessoas (LESSA, 2012). A técnica se fundamenta na criação de máscaras de imagens em movimento ou não, que tem como objetivo limitar a área de projeção sobre uma determinada superfície. Em uma instalação de vídeo mapping não interativa esta máscara é criada através de uma análise da área a ser mapeada. Já na instalação de um projeto interativo só é possível através de programação computacional e sensores, o que torna possível a modificação da obra por meio do movimento do espectador (MOTA, 2014). Visto que este trabalho conta com uma instalação não interativa, me limitarei às mascaras para a instalação não interativa. Para a criação da máscara utiliza-se de uma imagem matriz (blueprint) para obter as coordenadas dos limites da superfície de projeção. E é a criação dessas mascaras que constrói as características estéticas da projeção mapeada, como por exemplo, o efeito de volume e a quebra da moldura e dos limites da projeção, que segundo o mestre Marcio Mota (2014) possibilita um aprofundamento na relação criativa da produção do vídeo que se encontra em um espaço, em uma superfície e em um tempo diferente.
  • 18. 18 A projeção mapeada é produzida em diversas áreas como nas artes visuais, na dança e no teatro, e são desenvolvidas por diversos profissionais. Como dentro da área audiovisual a exploração imagética é diversificada, com o mapeamento, é possível categoriza-lo em: projeção mapeada ao ar livre que são as projeções arquitetônicas; projeção mapeada em ambientes fechados que são instalações ou cenários em ambientes fechados; projeção mapeada no/do corpo que são performance, dança e interatividade (MOTA, 2014). Uma das principais características dos trabalhos recentes em projeção mapeada é a multiplicidade de empregos de aparatos, softwares, combinações entre visualidade e suporte. Esta variedade de possibilidades implica, consequentemente, em trabalhos com diferentes abordagens, tanto no âmbito da linguagem como da técnica. Os trabalhos que ganham maior popularidade tendem a ser aqueles que exploram o espaço arquitetônico, projeções magnânimas que requerem produções enormes e que resignificam espaços inteiros (KNELSEN, 2010, p. 11). Figura 3: Editor de máscaras VPT, 2012. Fonte: http://www.discombobulate.me/PDF/videomapping_trackers_2012.pdf
  • 19. 19 De acordo com as conclusões Marcio Mota (2014) a diversidade de disciplinas aplicadas dentro da projeção mapeada favorece uma complexa experimentação na relação ao trabalho com a luz como a perspectiva advinda da pintura ou a imagem em movimento do cinema: [...] se intercalam no processo que favorece a criação de dispositivos audiovisuais que transmutam, misturam e rompem as fronteiras entre materialidades físicas (suportes topológicos), materialidade luminosa (luz projetada e suas propriedades comportamentais) e imaterialidades (imagens projetadas) (MOTA, 2014, p. 55). Tal fato faz com que essa interdisciplinaridade se encaixe perfeitamente nos conceitos de cinema expandido (Yongblood) e ainda aponta que a técnica do vídeo mapping vem sendo utilizada em produções que exploram as próprias especificidades da projeção luminosa tanto no uso de vários materiais como no possuir um suporte volumétrico. O autor coloca ainda que o encontro da matéria luminosa sobre tal superfície volumétrica resulta em um acontecimento mítico, uma sensação ilusória. Característica esta que o cinema normativo também contempla, Figura 4: Projeção no Páteo do Colégio, realizada na Virada Cultural 2010. Fonte: http://www.flickr.com/photos/thiagoamaralcavalcanti/4616558950/sizes/l/in/photostream/
  • 20. 20 mas de forma diferente, visto que a tela retangular posta de forma centralizada para o espectador, o afeta diretamente de forma psicológica; enquanto na projeção mapeada o material escultórico dentro de uma composição espacial da a sensação de partilha do mesmo espaço e tempo físico dos espectadores. O rompimento do suporte da tela plana do cinema normativo para o escultórico, tridimensional dessa nova técnica, não serviu apenas na colocação espacial, mas também para fortalecer as experimentações no aspecto abstrato, que poderiam ser trabalhadas de maneira impactante por ser apresentada em suportes volumétricos, “onde podem ser explorados aspectos de ritmos formais, volumetrias, cromatismos, luzes e sombras em uma perspectiva escultórica, ‘instalativa’, espacial” (MOTA, 2014, p. 59). Segundo Marcio (2014) a ilusão das imagens produzidas e exibidas em trabalhos de projeção mapeada podem ser analisados de duas maneiras: a primeira vem do lúdico, do prazer estético da ilusão e a segunda vem do fascínio da consciência, que se apresenta como algo que a percepção da realidade não conhece. Pensar a imagem como algo a ser vivenciado, possuidor de autonomia e de descontrole semântico, em que se acentua o irracional, o mágico e o espiritual, de alguma maneira parece nos aferir um estado de atravessamento. Como se a imagem fosse ela mesma um universo projetado capaz de nos atravessar e, no atravessamento, nos destituir de um espaço-tempo seguro, fazendo deste quiasma a guinada desestabilizadora de um universo íntimo. De alguma maneira, o dispositivo da projeção mapeada nos possibilita fazer construções cinematográficas/videográficas de espaços-tempos abertos, nas quais o índice do tempo-espaço, modelado em superfícies, é um pilar para fundir, atravessar e romper uma realidade aparente, abrindo para o campo do lúdico e do fantástico (MOTA, 2014, p. 60-61). Em obras de video mapping a imagem-luz é trabalhada de diversas maneiras, com formas geométricas, grafismos, animações, ou simplesmente a luz que revela a superfície. Sendo assim é um trabalho que ganha seu espaço em diversos meios profissionais como em shows, peças de teatro e dança, compondo um cenário desenhado pela luz de projeção. (MOTA, 2014)
  • 21. 21 O video mapping vem criar uma problematização a mais no mundo das projeções, pelo fato de não se prender a representação do real e sendo que ainda conta com a liberdade de suporte, podendo ser projetada em objetos e arquiteturas. Quanto ao ponto de vista, se na tela plana de cinema é possível passar a sensação de primeiro e segundo plano, no vídeo mapping o feito é completo sendo que este conta com um suporte tridimensional (MOTA, 2014). A projeção mapeada conta ainda com a possibilidade de trabalhos abstratos com a utilização de formas geométricas que se animam e ganham vida. 1.2.1 PROJEÇÃO MAPEADA AO AR LIVRE/ARQUITETÔNICA É na projeção ao ar livre que a técnica do vídeo mapping mais conhecida por sua presença em fachadas de edifícios que de uma forma única cumpre com varias possibilidades, a criação de contrastes e sombras na estrutura, como fontes de luz ou projetor de imagem. (MARTINS, 2014) Um dos primeiros artistas a utilizar o espaço público para a projeção de vídeo foi o polaco Krysztof Wodikzco. O seu primeiro trabalho data de 1980, no metro de Toronto, interrompido pelas autoridades por falta de autor- izações, considerado pela autora, como sendo o início da história do Vídeo Mapping. (MARTINS, 2014, p.123) Segundo a pesquisadora Patrícia (2007) a empresa NuFormer Digital é uma das maiores especialistas no mapeamento de vídeos 3D em edifícios ou objetos. Basicamente a transformação dos ambientes é feito através da aplicação de um videoclipe sobre a área mapeada. Sendo possível a criação de diferentes tipos de efeitos, como a destruição do prédio, uma distorção, rotação. E através do projetor toda a criação é exibida sob a arquitetura do prédio.
  • 22. 22 Encontram-se também inserido na projeção mapeada ao ar livre as intervenções em monumentos e as interferências na paisagem em geral. A criação da ilusão é algo explorado pela maioria dos profissionais que trabalham com a técnica do vídeo mapping, principalmente pelos VJ2 (Vídeo Jokeys). Visto que a base do ilusionismo neste caso vem do forjar uma materialidade diferente da original. Por exemplo, o mármore ganhar uma aparência de pele ou de tecido. Um trabalho que vivencia isso é a projeção feita na campanha Carinho de verdade, que foi feita sobre o Cristo Redentor, onde foram projetados vídeos da cidade do Rio de Janeiro. A apresentação foi premiada por seu ponto forte do trabalho onde o cristo se abraça. Para que o efeito funcionasse e os braços esticados originais do cristo não aparecessem aos olhos do público, refletores foram direcionados para os olhos das pessoas, o que fazia com que suas pupilas dilatassem e sob a imagem do cristo só era possível ver o que estava sendo projetada, uma técnica utilizada por mágicos em shows de ilusionismo (MOTA, 2014). 2 Os VJ são artistas que visam o uso de mixagem de imagens e projeção de vídeos, associado a músicas diversas e animações em tempo real ou simplesmente para a projeção de superfícies mapeadas. Figura 5: Sydney Opera House. Fonte: http://beaconholidays.com/beacons/userf iles/image/Australia/SYD%202.jpg Figura 6: Projeção Mapeada Sydney Opera House, do grupo Urbanscreen, 2012 Fonte: http://www.urbanscreen.com/wp- content/uploads/2012/05/OUT_WORKS_Sydney_08- 830x466.jpg
  • 23. 23 Ultrapassando os monumentos e os meios arquitetônicos dentro deste meio de produção imagética, existe o projeto Symbiosis da artista paraense Roberta de Carvalho. O projeto visa na projeção de fotografias dos rostos das pessoas originarias do local onde a apresentação ocorrerá. As projeções aconteciam sempre sobre as copas das arvores. Figura 8: Registro da projeção “Abraço do Cristo”, executada pela Visualfarm, 2010. Fonte: http://www.estadao.com.br/fotos/Cristo- Abraco_REP_p.jpg Figura 7: Registro da projeção “Abraço do Cristo” 2, 2010. Fonte: http://www.visualfarm.com.br/blog/wp- content/uploads/2011/05/CRISTO-ALTA- ABRA%C3%87O-OK.jpg Figura 9: Projeção Mapeada do projeto Symbiosis, de Roberta de Carvalho, 2012 Fonte: http://og.infg.com.br/in/4262675-931- be9/FT1500A/550/cult_symbiosis.jpeg.jpg
  • 24. 24 Não é por acaso que nessa área há destaque da atuação de grupos e coletivos que convergem para si profissionais com diferentes qualidades (músicos, arquitetos, designers, VJs, artistas plásticos, produtores), de forma a substanciar um corpo técnico-criativo capaz de desenvolver projetos poéticos e, também, de os articular financeiramente, suprindo as demandas do mercado. Entre os grupos38 coletivos/empresas podemos destacar: Urbascreen, Antivj, Units VJ, Visualfarm, Macula, NuForme, Bijari e Seeper (MOTA, 2014, 85). 1.2.2 PROJEÇÃO MAPEADA NO/DO CORPO: INTERATIVIDADE As projeções ligadas ao corpo estão sempre ligadas ao uso de sensores para a captação de movimentos corporais ou sonoros. A interatividade se encontra mais presente neste tipo de mapeamento, onde o corpo do espectador faz parte da obra. “As formas de interação vão desde a possibilidade de desenhar, com as mãos [...] até a possibilidade de se relacionar com objetos, bichos, paisagens e elementos virtuais” (MOTA, 2014, p. 96). Também conhecida como body mapping, a projeção sobre é muito utilizado em espetáculos de dança e performance, onde a coreografia é feita de acordo com o ocorrerá na projeção e não ao contrário como é o caso dos outros tipos de projeção mapeada em que a superfície volumétrica que recebe a projeção é algo estático. O mapeamento do corpo abre caminho para outra possibilidade em que através de programação computacional e sensores encontra-se a possibilidade do corpo ser interpretado e ter captura de suas atividades gestuais, o que leva assim a uma participação interativa maior. É uma técnica também utilizada em apresentações performáticas. Quando tratamos de projeção mapeada sobre o corpo de uma pessoa em movimento temos a necessidade de um cálculo constante de reordenamento da aparição das imagens projetadas no espaço projetivo do corpo. Para criar um sistema capaz de interpretar tais informações são utilizadas câmeras46 específicas de captura de imagem, combinadas a
  • 25. 25 sensores de profundidade, o que permite uma espécie de escaneamento 3D dinâmico do espaço, capaz de interpretar dados espaciais de largura, altura e profundidade de um dado objeto ou corpo humano em um dado ambiente. (MOTA, 2014, p. 99). A imagem ao lado representa um trabalho desenvolvido pelo diretor, coreógrafo e compositor Klaus Obermaier em parceria com o dançarino Cris Haring, onde o diretor sem o uso de técnicas de interatividade, criou um sistema de projeção de vídeo sobre performers e cenários. É nesta categoria de projeção mapeada que os profissionais da área passam a desenvolver seus próprios softwares para a melhor adequação a seus determinados projetos. Produtos que não só fazem parte de nosso cotidiano, mas que também são verdadeiras plataformas de realidades, afinal, o termo projeção dilata-se em muitos sentidos, um deles aponta para a ubiquidade das tecnologias, que projetam na realidade outras modalidades de cinemas interativos, sistemas de mediações de narrativas que de fato deflagram imagem-relações entre nossos corpos, o ciberespaço e o mundo. (MOTA. 2014, 104). 1.2.3 PROJEÇÃO MAPEADA EM OBJETOS: INSTALAÇÕES No campo das videoinstalações, o vídeo mapping é hoje algo muito explorado pela liberdade de modelar a imagem projetada no espaço, e pelas diversas Figura 10: Espetáculo de dança, D.A.V.E, de Klaus Obermaier, 1998-2000. Fonte: http://uncoy.com/images/austriantrance/DAVE_KlausObe rmaier.jpg
  • 26. 26 possibilidades de objetos como superfície e imagens a serem criadas sobre os objetos. A aplicação da projeção mapeada nesta categoria passa pela criação de personagens, e por dar vida a seres inanimados. Estes pontos vêm referenciar todas as linhas do cinema na questão estética e na narrativa. Ultrapassando a questão estrutural do cinema, a projeção e o objeto no vídeo mapping colocam o espaço e o espectador em uma relação mais próxima. (MOTA, 2014) Em 1969 a inauguração de Haunted Mansion na Disneylandia, foi a primeira projeção “instalativa” sobre uma superfície não plana. Era composta por uma cabeça sem corpo e mais cinco bustos de fantasmas cantantes nas quais foram projetadas, em 16 mm, filmes das faces dos atores sobre as esculturas. Tony Oursler foi um destaque no campo das videoinstalações com video mapping, começa seu trabalho com mapeamento a partir da década de 1990. Trabalha com temas como sadismo, distúrbios psicológicos, sexualidade, frustração e crueldades somadas a um humor bizarro e elementos de estranhamento. Figura 11: Parte das atrações da Haunted Mansion, na Disneylandia, 1969. Fonte: http://projection-mapping.org/the-history-of-projection-mapping/
  • 27. 27 No trabalho da figura acima Oursler se baseou em sua pesquisa sobre o distúrbio de múltiplas personalidades. São gestos como chorar, rir e ter tiques nervosos que o artista utiliza como formas de comunicação quando interpretados exageradamente, como chorar compulsivamente, que se tornam a oportunidade de mostrar a alteração emocional. Dentre esses, a lista artistas que exploram a técnica é grande e se torna cada vez maior devido a intensa busca de inserção da tecnologia digital dentro da arte contemporânea e a imensa possibilidade que a projeção mapeada contem, tanto de criação, quanto ao seu hibridismo no uso de diferentes áreas desde a programação computacional, as demais áreas das artes como a fotografia, o vídeo e a escultura. 1.3 SOFTWARES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS PROJEÇÕES MAPEADAS O equipamento utilizado para o mapeamento é basicamente: um projetor LED, um laptop e softwares adequados para a produção dos vídeos. Quanto a Figura 12: Instalação Judy, de Tony Ousler, 1994. Fonte: http://4.bp.blogspot.com/- PV5XXRWW8zo/TdvJKlcoR4I/AAAAAAAAABk/tX1YCKsvvAI/s1600/instalacao-judy-1994- tecnica-mista-do-videoartista-norte-americano-tony-ousler-1290179303328_560x400.jpg
  • 28. 28 softwares existem vários tipos que facilitam a correção de imagem e o mapeamento. De acordo com Mateus Knelsen (2012) são: Módulo8, ferramenta especifica para VJing; Resolume, ferramenta especifica para imagem em tempo real e mapeamento da projeção; VPT, é uma ferramenta específica para mapeamento de projeção, com 32 layers, presets reconfiguráveis, entrada para duas câmeras e duas ferramentas de mapeamento: mesh distort e editor de máscaras; MadMapper, é uma ferramenta específica para mapeamento de projeção, voltada exclusivamente para o uso com o servidor virtual de vídeo Syphon. Ou seja, não se carregam arquivos de vídeo diretamente no MadMapper: o gerador de imagens deve ser outro software que suporte Syphon, como Modul8, Quartz Composer, VDMX, etc. O conceito do software é simplificar o processo de mapeamento; LPMT (Little Projection Mapping Tool), é uma ferramenta simples para mapeamento de projeção por meio das duas técnicas principais de distorção: por Corner Pins ou por Mesh Distort; Quase Cinema, é um projeto do artista e pesquisador brasileiro Alexandre Rangel, e é uma ferramenta voltada para VJing, mas que pode ser utilizada para mapeamentos simples utilizando da técnica de máscaras. Lessa e Cassetari (2012) apontam ainda alguns softwares de animação e finalização: Adobe After Effects, é extensamente usado em pós-produção de vídeo, filmes, DVDs e produções da plataforma Flash; e o Cinema 4D, é um programa de computador comercial multiplataforma para modelagem 3D, texturização, iluminação e animação e renderização 3D, desenvolvido pela empresa alemã MAXON Computer. Em meu trabalho desenvolvo uma apresentação de projeção mapeada que se insere na categoria de instalação em que produzi os suportes, no qual esculpi dois bonecos sendo personagens circenses, já que o circo é a temática do trabalho e é desta temática o próximo capítulo abordará.
  • 29. 29 2. POÉTICAS VISUAIS DO UNIVERSO CIRCENSE 2.1 CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CIRCO: CIRQUE DU SOLEIL O chamado novo circo hoje encontra como seu ponto alto o Cirque du soleil3 (circo do sol). Espetáculo que ganha esse nome porque “O sol simboliza juventude, energia e força” (Guy Laliberté). Descrito como um circo moderno com seus grandes números performático abrange shows fixos e shows que rodam o mundo. Dentre seus artistas estão pessoas das mais diversas nacionalidades e áreas artísticas. Contam: [...] com cerca de 400 artesãos e especialistas em todos os tipos de campos que trazem a vida mais de 25.000 elementos para nossos shows ao redor do mundo. Cada show começa com inspiração e ideias de uma equipe criativa. Núcleo composto por um diretor criativo, escritor e diretor, coreógrafo e designers dos trajes, iluminação e conjuntos. (SOLEIL, 2015, p.4) Cada artista compõe com originalidade cada produção e suas presenças são essenciais para que tudo seja um sucesso. A área do cenário e do figurino são pontos extremamente importantes dentro da composição dos espetáculos. No primeiro utilizam as mais diversas tecnologias de projeção cênica para que tudo seja minuciosamente testado quanto à instalação e a segurança. O segundo conta com uma equipe de design têxtil que utiliza diversas formas de trabalhar o tecido como banho de tingimento, serigrafia4 e pintura. Os designers cuidam desses figurinos na criação de efeitos especiais e texturas, que vão se renovando diariamente. Instalam- se diversos dispositivos nas roupas para que esses efeitos fiquem ainda mais interessantes como luzes, baterias e adesivos. Os espetáculos buscam suas referências no teatro, na própria atividade circense, no rock, no ballet e na ópera. Encontra-se malabarismo, contorcionismo, trapezistas e palhaços fazendo um show com roupas extremamente coloridas e maquiagens que demonstram traços medievais e barrocos. Envolto de um cenário 3 História e Processo criativo retirado deste link: <https://www.cirquedusoleil.com/about/history> 4 Serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela preparada.
  • 30. 30 que assim como a sua trilha sonora varia de acordo com a temática abordada em cada show. Eles utilizam a música ao vivo e contam sempre com um compositor para trabalhar cada espetáculo, e os músicos e cantores ficam com o papel de executar a trilha sonora ao vivo, sendo capaz de ajustar o tempo ou de improvisar buscando sempre estar no mesmo ritmo dos artistas no palco. Guy Laliberte (2015) criador e hoje dono de 95% do Cirque du Soleil diz, por fim, que seus shows tem sempre o objetivo de aproximar a performance com seu expectador e faz isso na ausência de um picadeiro e de animais. Os animais dentro do circo tradicional foi um motivo de atração do público por muito tempo. Hoje há a proibição do uso de animais em espetáculos, com isso os circos que mantem os valores tradicionais de apresentação, com a estrutura da lona e o nomadismo, apresentam seus artistas sob um picadeiro como palco de sua arte. Dentro dessa estrutura o picadeiro é colocado de forma central envolto de arquibancadas onde se recebe o público, mantinha os artistas a certa distância de sua plateia. Neste contexto a intensão de Guy sempre foi que seus espetáculos buscassem o diferencial na proximidade com seu público. O que considera resultar em um show em que as pessoas sentem perfeitamente e mais de perto tudo o que o espetáculo tem a oferecer. 2.2 ANÁLISES DO INTERESSE A ARTE CIRCENSE Segundo Rosa (2010), o circo é uma manifestação artística que se desenvolve acompanhando a história das sociedades medievais, modernas e contemporâneas. Uma arte que nasce no intuito de entreter as pessoas e é assim que vem em forma de um espetáculo, um mundo lúdico, fantástico em que encantam os povos desde a Idade Média até os dias de hoje. Seja sobre uma lona colorida, como nos circos que viajam de cidade em cidade para encantar com sua arte ou sobre a mais alta tecnologia como é a aplicada nos grandes shows do Cirque du Soleil, é: [...] o amor dos artistas pela arte faz com que o circo permaneça vivo de geração a geração. Neste contexto, o saber e o fazer artísticos, produz valores culturais, estéticos, ideológicos que emociona e encanta. [...] Neste
  • 31. 31 contexto o conteúdo dos interesses artísticos está associado às imagens, às emoções, a busca do belo e do encantamento. (SIMÕES, 2010, p. 1 e 2) Para esse trabalho, busco a pesquisa da expressão artística circense, a forma como toda a arte envolvida dentro de um espetáculo (música, dança, teatro, cenografia, figurino) faz com que as pessoas incluindo eu mesma, se atraia e se interesse por isso. E então aplicar os fatores de envolvimento pessoal dentro da montagem da animação, aplicando a minha poética artística da visão de um tema tão rico visualmente que serão mostradas as pessoas que podem ter passado ou não pela mesma experiência. A forma como o circo faz a sua divulgação, o seu convite a população de sua determinada apresentação, nos circos tradicionais se dão da seguinte forma: “pela primeira vez”, “jamais vistos antes”, que sejam “incríveis” ou “verdadeiramente impossíveis”. Os artistas do circo não executam de fato números impossíveis no picadeiro, mas antes mostram o impossível, isto é, fazem ver a impossibilidade do impossível. Assim, os artistas ambulantes fornecem, periodicamente, aos cidadãos uma oportunidade de confrontar as bases e os limites da ordem estabelecida e de refletir sobre os limites de sua personalidade. (CARMELI, 2012, p. 2) As apresentações circenses contam com uma programação de atrações bem diversificadas, que faz com que a plateia ria, suspire, se emocione, se assuste, e isso culturalmente são reações que continuam atraindo pessoas do mundo inteiro pra espetáculos deste gênero. Isso desde que o circo era a única maneira do povo grego se divertir na idade Média. “Acompanhando a história da humanidade, vê-se que os seres humanos, desde os seus primórdios, sempre buscaram formas de diversão, quer seja em seu ambiente de trabalho, de religiosidade, ou familiar. E porque não no circo?” (SIMÕES, 2010, p.4). Pensando no circo como uma forma de diversão é inevitável uma expectativa de alguma forma de prazer, e essa sensação se inicia desde quando nos programamos para ir ao circo, já por sua ideia cultural que nos é posta do que acontece em um espetáculo, com piadas e movimentos performáticos de dança ou
  • 32. 32 teatro. Além disso, e de toda a carga artística que os espetáculos, ainda te proporcionam um público que está ali atraído pelo mesmo evento que você, rindo das mesmas coisas que você. Possibilitando assim, a oportunidade de discutir e compartilhar da mesma experiência estética e das mesmas sensações. Outro aspecto interessante que se pode observar, é que, ao ter contato com o circo, o indivíduo desenvolve novas sensibilidades e tem acesso a novos valores ou questionamentos de valores vigentes em relação a vivenciar um programa de riqueza artística e não tão presente em muitas cidades. O importante é que cada participante potencialize o seu prazer e suas descobertas pelo contato direto com uma das mais diferentes manifestações artísticas e cada um ao seu modo desenvolva suas sensações. (SIMÕES, 2010, p.5) Em um dos pontos de interesse artístico está a contemplação do belo e o campo que o domina é o imaginário, as imagens, as emoções e sentimentos, a busca da beleza, do encantamento. E é neste ponto que o circo se insere. A conclusão é que atração por essa arte está na experiência visual que a junção de tantas áreas artísticas proporciona ao público. E como elas são apresentadas harmoniosamente funcionais dentro deste tipo de espetáculo. É através desses pontos estéticos que a minha intenção é transmitir para a minha obra o que o circo possibilita, tanto na execução dela quanto no que ela pretende significar. 2.3 EXPRESSÕES ARTÍSTICA O circo é um espaço privilegiado, onde os artistas usam os seus corpos para expressar vivencias e manifestações de formas não convencionais como: “serrar o corpo de uma mulher ao meio”, andar por um fio na corda bamba, ficar em posição invertida de cabeça para baixo, felicitados pela simples emoção de um transformismo sem fim. Sobre a liberdade corporal herdada e representada no circo tradicional Baroni (2006) diz: Caracterizado por uma falta de forma, o corpo circense multifacetado em contorções, desaparecimentos ilusionistas com jeito de bichos e sem
  • 33. 33 parada fixa, percorria dos territórios emocionando, fazendo rir e surpreendendo plateias que se extasiavam com as peripécias de um corpo ágil, alegre, com linguagem e expressão próprias resistentes a regras e normas e, sobretudo com liberdade. (BARONI, 2006, p. 7). A arte do circo contemporâneo é conhecida como o circo do homem, por ser totalmente performático. O espetáculo do circo contemporâneo caracteriza-se por misturar, em partes iguais, a dança, o circo, o teatro, a técnica, a estética e os elementos da tecnologia como a luz e som, para a performance de um artista onde, não basta ser hábil, mas tem que ter algo a contar, e para isso esse novo modelo requer artistas polivalentes, como por exemplo, malabaristas- acrobatas, acrobatas-clown, clown-musico, etc., no circo novo não significa o mais complicado, mais arriscado ou mais sobre-humano, senão o mais belo, plástico, visual, estético, etc. (BARONI, 2006, p. 10) A arte circense presente no circo contemporâneo possui um treinamento técnico de uma disciplina das exigidas em esportes, suas performances possuem um alto nível técnico dos gestos, mas em seu objetivo final se distancia de seu lado esportivo e se vê um espetáculo artístico a ser representado e trocado para com o público. Portanto, com toda a técnica reforçada dentro deste novo circo é a arte que prevalece, e toda a técnica que acaba por se adaptar ao estilo artístico. Como citado na primeira parte deste capítulo o maior representante deste novo circo é o Cirque du Soleil e para este trabalho é alguns de seus espetáculos e parte de minha experiência com circos tradicionais e acrobático que usarei para compor minhas animações. O mundo fantástico, cheios de possibilidades que o circo inseriu e contribuiu para a minha imaginação serão inseridas na minha obra. Além de toda a referência visual do próprio Cirque du Soleil, conto com a referência de artistas plásticos que também já trataram deste mesmo tema. 2.4 REFERENCIAS ARTÍSTICAS Alguns artistas plásticos dentro da história da arte manifestaram seu interesse pela temática do circo, atraídos pela espirito da diversão inserida nos espetáculos,
  • 34. 34 esses artistas o retratam cada um em suas particularidades e estilo. Tais como Pablo Picasso, Fernando Botero, Toulouse-Lautrec, George Seurat, entre outros. A obra acima se encontra na passagem da fase azul para a fase rosa, do artista espanhol Pablo Picasso, momento em que se apaixonou por Fernande Oliver. Passando de um predomínio dos tons azuis para tons rosados e avermelhados, o artista começa a se atrair e retratar bailarinos, acrobatas e personagens de circo. La famille de saltimbanques5 (A família de Saltimbancos, em português), retrata uma família de saltimbancos em um ambiente triste, imagem na qual o circo tradicional que contava integrantes apenas membros da família, passava fora dos picadeiros. Fernando Botero6, artista colombiano, representou o circo em pinturas a óleo e desenhos, após ir ao México e se deparar com circos populares onde se identificou exatamente com os espetáculos que viu na sua infância. O próprio artista 5 Informações retiradas do seguinte link: <https://pt.wikipedia.org/wiki/La_famille_de_saltimbanques> 6 Informações retiradas do seguinte link: <https://www.museodeantioquia.co/exposicion/el-circo- fernando-botero/> Figura 13: La famille de saltimbanques,1905, Pablo Picasso Fonte: http://pedago.iut.univ-lille3.fr/~marie.guebey/wordpress/wp- content/uploads/2015/11/Les-saltimbanques.jpg
  • 35. 35 diz: “Ele era pobre e cheia de animais famintos. Todas as suas roupas foram penduradas nos carros alegóricos usados. Eu encontrei uma grande poesia lá, conversei com artistas e vi muitas possibilidades para minha pintura.”. O artista se identifica com o tema não apenas pela lembrança pessoal de sua infância, mas também por se tratar de algo tão colorido e vivo, assim como já era seu próprio estilo de pinturas, com seu uso de uma paleta de cores impecável e ao seu incrível uso do volume. No circo o artista viu uma forma de trabalhar livremente com suas cores e formas e expressões de alegria e otimismo. Toulouse-Lautrec7, pintor pós-impressionista, representa o circo, por exemplo, em sua obra el circo Fernando. Assim como Lautrec, Picasso e Seurat buscaram nessa temática um refúgio para escapar de problemas sociológicos da época. Nesta pintura o artista representa uma dançarina desfilando sob um cavalo dominado por seu adestrador. Mostra um momento típico dos primeiros circos e mantido em alguns até a proibição do uso de animais. Em que contavam com animais equestres como uma das maiores atrações. 7 Informações retiradas do seguinte site: <http://valiteratura.blogspot.com.br/2011/02/pintura-pos- impressionista-toulouse.html> Figura 14: Pintura parte da série Circus de Fernando Botero, 2006 Fonte: http://www.eldiariodeguadalajara.net/wp- content/uploads/2015/12/1Botero.jpg Figura 15: Pintura parte da série Circus de Fernando Botero, 2006 Fonte: http://www.eldiariodeguadalajara.net/wp- content/uploads/2015/12/1Botero.jpg Figura 14: Pintura parte da série Circus de Fernando Botero, 2006 Fonte: http://www.artemagazine.it/wp- content/uploads/2015/02/botero-il-circo.jpg
  • 36. 36 Georges Seurat8, pintor francês, pioneiro do movimento pontilhista, teve O Circo como sua última obra, inacabada, pois acabou por falecer antes finaliza-la. Dizia que o mais importante em sua obra era o seu método e não sua poesia. Esta obra em especial apresenta a predominância de cores claras, mas aparecem também o vermelho, o amarelo e o violeta. Trabalha com um desfoque da plateia para que os personagens sejam o primeiro plano, como a bailarina mostrando o equilíbrio, o acrobata que vibra com os saltos que dá e o palhaço observando tudo expressando sentimento de alegria. 8 Informações retiradas do seguinte site: < http://seuratvisuais.blogspot.com.br/2012/11/o-circo.html> Figura 16: Pintura En el circo Fernando, Toulouse-Lautrec, 1888 Fonte: https://3d-car-shows.com/wp-content/uploads/2014/11/Henri-de-Toulouse-Lautrec- Paintings.jpg
  • 37. 37 Alexander Calder, pintor e escultor estadunidense, ficou conhecido por seus mobiles. Famoso por suas esculturas de grande porte, ele produziu numerosas figuras de arame, nomeadamente para circos em miniatura. Sua famosa obra, Cirque Calder9, são modelos de arame que representam as funções de cada artista circense. Desde contorcionistas a domadores de leões. São feitos geralmente de arame, madeira, cortiça e tecidos. O artista também fazia performances de circo durante o tempo que ficou em Paris. 9 Informações retiradas do seguinte site: <https://en.wikipedia.org/wiki/Cirque_Calder> Figura 17: Pintura O Circo, Georges Seurat, 1891 Fonte: http://2.bp.blogspot.com/- d2qtjopw3Rs/UK1sVZ1V00I/AAAAAAAAAAg/bTMScj7vcIU/s1600 /o-circo-seurat.jpg
  • 38. 38 Kira Shaimanova10, é uma escultora e ilustradora, trabalha com o lado do circo do horror com mini esculturas. São representações de artistas com deformidades físicas e esquisitices humanas. Foi inspirada pelos cartazes de circo do final do século XIX, pela moda vitoriana e cabinet card (um estilo de fotografia que foi amplamente utilizado para retratos fotográficos após 1870). Criou os personagens baseados em pessoas reais, que participavam do Freak show (show de horrores) durante o final de 1800. Trabalha com esculturas caricaturais. Sobre seu processo a própria artista diz: Olhe os bastidores para o processo de criação e os muitos detalhes que entrou em criar esta longa série anual. Os personagens são criados a partir de argila, os trajes são costurados ou pintado, conjuntos são construídos e, finalmente, eles são fotografados. Às vezes as pessoas pensam que o meu trabalho é digital ou criado em um formato diferente de escultura. Eu queria mostrar que ele está em não criada digitalmente de forma alguma, apenas um monte de tempo consumindo as mãos no trabalho escultura. 10 Informações retiradas do seguinte site: <http://kirasillustration.blogspot.com.br/> Figura 18: Escultura Cirque Calder, Alexander Calder, 1926- 1931 Fonte: http://whitney.org/image_columns/0058/9133/calder_1140.jp g?1401809616
  • 39. 39 Francesca Balaguer, fotógrafa residente em São Francisco, trabalha com a temática circense em um ensaio feito para Gregangelo Herrera e sua empresa The Velocity Circus, chamado The Majestic11. Tratando-se de uma empresa de arte e entretenimento a artista busca mostrar toda a dedicação de Gregangelo em seu trabalho, a fotógrafa diz: “Cada imagem é um esforço para capturar a magia e majestade de seu mundo, do jeito que eu experimentei estar em sua presença inspiradora.”. 11 Informações retiradas do seguinte site: <http://francescabalaguer.format.com/the-majestic> Figura 21: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 Figura 19: Escultura, Uncle Edgar, Kira Shaimanova, 2013-2014 Fonte: http://kirasillustration.blogspot.com.br/2014/0 7/the-making-of-curious-collection- series.html Figura 20: Escultura, The Bearded Helena, Kira Shaimanova, 2013-2014 Fonte: http://kirasillustration.blogspot.com.br/2014/0 7/the-making-of-curious-collection- series.html
  • 40. 40 Richard Mcdonald12, um escultor figurativo contemporâneo, conhecido por suas esculturas em bronze. Em sua série Cirque, o artista capta e amplia as complexas relações entre técnica e jogar; atletismo e graça; imaginação e concepção. O artista aponta a respeito: “Estes são os tópicos inumeráveis que se entrelaçam para formar o tecido do circo; um tecido etéreo que, quando reinterpretado em bronze, traz consigo um realismo mágico singular e universal.”. Sua obra retrata a beleza do corpo humano e do espirito que o impulsiona. Seu trabalho é feito da observação de modelos vivos muitas vezes 12 Informações retiradas do seguinte site: <http://richardmacdonald.com/artwork/cirque/> Figura 23: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 Figura 22: Fotografia, parte do ensaio The Majestic, Francesca Balaguer, 2009 Figura 24: Escultura, parte da série Cirque, Richard Mcdonald, 2010. Fonte: http://cdn.inside.vision/wp- content/uploads/2015/01/16_rain_half_life.j pg
  • 41. 41 dançarinos, artistas e atletas. Concluo assim, as referências dos artistas que assim como eu, cada um em suas particularidades se interessaram pelo tema do circo para tratar em suas obras. Figura 25: Escultura, Transcendence, Richard Mcdonald, 2008. Fonte: http://richardmacdonald.co m/artwork/cirque/ Figura 26: Escultura, Elena III, Richard Mcdonald, 2010. Fonte: http://richardmacdonald.com/artwork/cirque/
  • 42. 42 3. O CIRCO CHEGOU! – CIRCO VOADOR A obra nasce de uma paixão nascida na infância que a magia do universo circense desperta em mim. A instalação recebe o nome de Circo Voador por exibir movimentos livres e extremamente ligados ao ato de voar. O tema se manifesta muito forte em toda a minha trajetória pela faculdade. Foi assim que descobri qual a melhor forma de trabalhar esse tema nesse projeto, passando por experiências com as mais diversas técnicas. Procurei explorar neste trabalho final, o que a escultura somado a técnicas de vídeo e animação digital poderiam me possibilitar uma melhor representação dos movimentos, das cores, da luz junto à energia de uma trilha sonora referenciada dos grandes espetáculos do Cirque du Soleil. 3.1 A TELA Como disse no primeiro capítulo deste trabalho o vídeo mapping é projetado em uma estrutura tridimensional e neste caso escolhi como tela para essa obra a escultura de dois bonecos feitos de isopor e revestido de massa PVA. Servindo de suporte para a projeção fiz a escolha de representar dois personagens distintos e Figura 27: Gravuras na temática do Circo Fonte: da autoraFigura 28: Escultura na temática do Circo Fonte: da autora
  • 43. 43 que dessem conta de abordar a maioria das atrações circenses: o palhaço e o mágico. Os bonecos foram criados em estilo de escultura chamado toy art, que aprendi em uma oficina de projeto de extensão, e comecei a criar esboços para testar a ideia. Conclui que o estilo funcionaria perfeitamente ao tema e como suporte de projeção por ser uma escultura de poucos detalhes daria mais liberdade a produção digital. Logo após os estudos em desenhos, comecei a reproduzi-los em 3D mas em tamanho menor para ver melhor como ficariam, e para facilitar na hora de extrair a imagem de um bloco de isopor. Figura 31: Protótipos dos Bonecos Fonte: da autora Figura 29: Estudo das vistas do Palhaço Fonte: da autora Figura 30: Estudo das vistas do Mágico Fonte: da autora
  • 44. 44 Então iniciei o processo da escultura final. Escolhi o isopor como material pela facilidade de manusear o material, pela leveza e pelo baixo custo. Primeiramente desenhei as vistas nos seis lados do cubo para facilitar na hora de esculpir. A partir disso comecei a tirar as partes vazias e aos poucos os bonecos foram tomando forma. Optei pela massa PVA para dar acabamento por deixar a superfície dos bonecos lisa e não deixá-los muito mais pesado do que eram. Figura 33: Esculpindo o Mágico do bloco Fonte: da autora Figura 35: Bloco com as vistas do Palhaço desenhadas. Fonte: da autora Figura 32: Bloco com as vistas do Mágico desenhadas. Fonte: da autora Figura 34: Esculpindo o Palhaço. Fonte: da autora.
  • 45. 45 A partir da conclusão dos bonecos, antes de iniciar a criação das animações e dos vídeos, fiz um teste das posições do suporte e do projetor. Já iniciando inclusive o processo do mapeamento do suporte, através da criação das máscaras. Posicionei os dois bonecos a cerca de 60cm de distância um do outro e a 3,27m do projetor. Logo em seguida fiz o mapeamento no software Resolume Arena e fotografei o posicionamento exato dos suporte em relação ao projetor para criar uma máscara externa no Photoshop. Figura 37: Teste de Mapeamento dos Bonecos Fonte: da autora Figura 38: Máscara dos Bonecos Fonte: da autora Figura 36: Bonecos finalizados Fonte: da autora
  • 46. 46 3.2 ANIMAÇÕES E VÍDEOS Para executar a criação das animações e da imagem dos bonecos, me guiei através de filmes de referência: “Cirque du Soleil: La Nouba” (2003), “Cirque du Soleil: Varekai” (2002), “Cirque du Soleil: Saltimbanco” (1994), “Cirque du Soleil: Outros Mundos” (2012), “O Palhaço” (2011), “Truque de Mestre” (2013) e “L’Illusionniste” (2010). Na animação do palhaço tentei seguir imagens tanto dos palhaços tradicionais, como os contemporâneos, mesclei isso através do figurino e da maquiagem. No mágico desconstruí o seu figurino clássico colocando ele em trajes que não desse um ar tão sério quanto o tradicional. A ideia veio de um personagem do Cirque du Soleil que interpreta um inventor de coisas malucas. Figura 39: Referencia maquiagem e figurino de Palhaço dentro de um estilo tradicional Fonte: http://www.cultura.pe.gov.br/wp-content/uploads/2015/11/cavaco-e-sua-pulga- adestrada-com-caravana-tapioca-foto-credito-marilia-chalegre.jpg
  • 47. 47 A criatividade do personagem me inspirou a inventar esse novo modelo para o mágico, com uma cartola sanfonada e uma roupa em formato de losango. Figura 40: Referência de Maquiagem e cenário de Palhaço do Cirque du Soleil Fonte: http://www.extracafe.rs/_pu/222/68948200.jpg Figura 41: Referência para o figurino e maquiagem do Mágico. (Kurious – Cirque du Soleil). Fonte: http://theeyeopener.com/wp- content/uploads/2014/09/10157335_231295027061048_84621568853115 45450_n.jpg
  • 48. 48 Durante a criação das animações me propus a fazer um roteiro para me guiar conforme as ideias fossem vindo. A ideia inicial foi de criar uma apresentação dando as boas-vindas ao público, com cortinas se abrindo e os personagens dando início ao grande espetáculo. Optando pelo palhaço para dar início a apresentação, o mágico desaparece. 3.2.1 PALHAÇO Estabeleci que dentro do boneco do palhaço brincaria com a alteração do figurino. Colocaria outros personagens circenses brincando dentro dele e conforme cada brincadeira acontecesse formariam desenhos. Como o palhaço é uma figura que permanece em cena durante apresentações de trapézio e equilíbrio dentro dos espetáculos de referência, inseri trapezistas e equilibristas junto à este personagem, enriquecendo os elementos visuais da animação. Os figurinos do palhaço mudam para cores alegres e vibrantes que manifestam a riqueza da paleta de cor presente nas roupas desse personagem. Figura 42: Criação dos figurinos fixos dos bonecos no Photoshop. Fonte: da autora
  • 49. 49 Mostra como essa figura ao mesmo tempo com aspectos padrões pode ser também bastante diversa umas das outras. Os trapezistas aparecem se jogando de um lado ao outro no colete da roupa do palhaço. Seus movimentos ficam registrados através de desenhos que vão se formando por onde passam dentro de todo o colete. No kilt do personagem surgem acrobatas saltando em uma suposta cama elástica onde vão fazendo movimentos curvos que também formam desenhos de acordo com cada movimento. As cores Figura 43: Uma das mudanças de cores dos figurinos I Fonte: da autora Figura 44: Uma das mudanças de cores dos figurinos II Fonte: da autora
  • 50. 50 aplicadas nos desenhos que se formam foram escolhidas de forma que em um fundo preto, no caso do projeto na ausência de luz, as cores iluminem o figurino. Em seguida surgem quadradinhos no colete de cores alternadas, que foi uma forma de representar o empilhamento de diversos objetos que o equilibrista faz em espetáculos circenses, que no fim surgem todos os quadradinhos juntos formando uma nova estampa ao colete. Junto a essa composição, na blusa do palhaço aparece o equilíbrio na bola, onde um pequeno personagem transita pela blusa deixando um rastro por onde passa, que também vai formando uma estampa. E por fim no kilt utilizando a bola como elemento, bolinhas de cores alternadas vão caindo de cada canto do colete até que elas tomem conta de tudo e forme também uma nova estampa para o palhaço. Figura 45: Desenhos formados pelo movimento dos acrobatas e trapezistas. Fonte: da autora
  • 51. 51 Figura 46: Todos os quadradinhos do colete aparecendo e desenhos formados pelo equilibrista na blusa. Fonte: da autora Figura 47: Todos os quadradinhos e todas as bolinhas do colete e do kilt aparecendo. Fonte: da autora
  • 52. 52 Assim concluo a parte do palhaço, onde trabalhei com tudo que desde o início me propus: movimento, luz, cor, figurino e maquiagem. E ainda acabei incluindo nele a participação de outras artes circenses: trapezistas, acrobatas e equilibristas. 3.2.2 MÁGICO No mágico me propus trabalhar de uma forma diferente pelo fato de já ter desconstruído a forma do personagem, resolvi trabalhar com instrumentos, elementos utilizados em truques de mágica. A criação dessa parte foi feita com referência de dois filmes: Truque de mestre e L’Illusionniste. Figura 48: Cena do filme “Truque de Mestre”.I Fonte: http://imguol.com/c/entretenimento/2013/07/03/cena-do-filme- truque-de-mestre-de-louis-leterrier-estrelado-por-jesse-eisenberg- 1372824365888_956x500.jpg Figura 49: Cena do filme “Truque de Mestre” II Fonte: https://maniacosporfilme.files.wordpress.com/2013/07/truque-de- mestre-7.jpg
  • 53. 53 A partir das referências definidas, na parte do mágico executei da seguinte forma. Primeiro pensei em quais instrumentos de mágica usaria, e escolhi as cartas, os lenços, o coelho, a varinha e por último inseri elementos da pirofagia13. Através das cartas foi possível criar várias formas de animação: a primeira foi elas se abrindo por todo o corpo do personagem. E a segunda mesclando das cartas com a ideia de “tirar o lenço debaixo da manga” faço as cartas surgirem através de cores que definem as cartas simbolizando os lenços. Cumprindo ao mesmo tempo com dois elementos. 13 Pirofagia nada mais é que a arte de manipular o fogo, engolindo, cuspindo ou passando pelo corpo enquanto o profissional desenvolve movimentos mirabolantes Figura 50: Cena do filme “L’Illusionniste”. Fonte: http://delhi.afindia.org/wp-content/uploads/2014/10/cinemaseries_june2.jpg Figura 51: Parte da animação do Mágico – Cartas Fonte: da autora
  • 54. 54 O próximo elemento é a pomba branca. Cercada de uma trilha sonora de mistério surge uma grande e majestosa pomba voando de baixo para cima e em seguida de cima para baixo. Em câmera lenta acompanhando o som ela desaparece dando espaço para o próximo animal em cena que é o coelho. O coelho surge através da cartola, que pulando se aproxima. Até que em um passe de mágica toda a pele do boneco fica peluda. A partir de então o personagem Figura 52: Parte da animação do Mágico – Cartas e Lenços Fonte: da autora Figura 53: Parte da animação do Mágico – Pomba Branca Fonte: da autora
  • 55. 55 faz aparecer a sua varinha mágica, para que o truque do coelho seja desfeito. Então criei um efeito “mágico” no rastro da varinha para dar ênfase no enredo, e sua pele volta ao normal. Com suas devidas cores, o mágico inicia suas acrobacias com pirofagia. Nessa parte criei bolas de fogo onde o personagem brinca como malabares por algum tempo na ideia de criar uma expectativa. O segundo elemento pirofágico é Figura 54: Parte da animação do Mágico – Coelho Fonte: da autora Figura 55: Parte da animação do Mágico – Coelho e Varinha Mágica Fonte: da autora
  • 56. 56 cuspi de fogo que nasceu pensando em uma boa forma de finalizar a parte do mágico, com o ultimo sopro gerando seu desaparecimento. Para finalizar o projeto, fiz um simbolismo de agradecimento, então os personagens reaparecem e seguindo a referência eles desaparecem em uma explosão de partícula. O projeto final foi eficaz com relação ao que propus. Trabalhei Figura 56: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: malabares Fonte: da autora Figura 57: Parte da animação do Mágico – Pirofagia: cuspindo fogo Fonte: da autora
  • 57. 57 com todos os elementos planejados, ampliei meus conhecimentos com relação aos softwares e ao tema. 3.3 TRILHA SONORA A trilha sonora foi estudada de acordo com cada sequência de imagem. Pesquisei músicas temas de circo. Além das músicas de vários espetáculos diferentes do Cirque du Soleil, contei também com efeitos sonoros em alguns pontos da animação, como na parte da pirofagia e dos tambores. Dentre os estudos escolhi Hey Pachuco de Royal Clown Revue; Créature de Siam, Clouds e Fearsome Flight do espetáculo Kurious (Cirque du Soleil); Flying with the Birds e Homage to the Rabbits do espetáculo Criss Angel Believe (Cirque do Soleil). E o efeito sonoro “Barulho de Tambor” e “Bola de Fogo”. Figura 58: Animação final – Explosão em partículas Fonte: da autora
  • 58. 58 O texto de apresentação dentro de um espetáculo circense, dentre toda a pesquisa que fiz, me pareceu algo de grande importância e muito presente. Assim, pedi para dois amigos gravarem as falas para cada um dos bonecos. Baseado nos roteiros de apresentação que constavam em minhas pesquisas criei: Palhaço - Boa noite Senhoras e Senhores, bem vindos ao nosso grande espetáculo! Mágico – Respeitável público, esta noite vocês passarão por uma experiência inesquecível. Palhaço – é isso mesmo. Preparem-se para conhecer o universo mágico do Grande Circo Voador Mágico – A magia vai começar... Então Edgar Fernandes fez a voz do palhaço e Mário Matias fez a voz do mágico. Para a edição das vozes editei elas no software Adobe Audition, e depois sincronizei elas ao som e a própria animação pelo Adobe Premiere, e também editei pontos de alta e baixa do volume entre o som e as vozes. Figura 59: Edição e Sincronização do áudio Adobe Premiere. Fonte: da autora
  • 59. 59 3.4 ERGUENDO A LONA (MONTAGEM) A montagem é programada para que aconteça em uma sala escura na Unidade VIII da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde como já citei antes, os bonecos serão posicionados a uma distância de 3,27m do projetor. Ambos serão postos no chão. A baixa iluminação que uma obra de vídeo mapping pede é mais um ponto favorável a intensificar a minha escolha da técnica. É uma característica dos próprios espetáculos originais, onde apenas os participantes recebem luz. O que proporcionará aos espectadores uma vivencia do espetáculo propriamente dita. A animação foi desenvolvida com uma duração em torno de 10 a 11 minutos. Na expectativa e disposição de uma verdadeira atração de circo, durante a exibição serão preparados os espaços para que as pessoas sentem no chão e assistam á exibição de frente, já que a obra conta com apenas um projetor. O espaço será organizado de forma que fique agradável ao público. Através deste projeto, espero mostrar ao público um novo olhar sobre o circo, transmitindo sua alegria contagiante, seus pontos fortes e todos os seus atrativos. Espero que as pessoas sintam vendo a apresentação um pouco do que se sente dentro do ambiente circense, que transmita parte da riqueza técnica que a atividade proporciona, e também se impressionem com as possibilidades que o vídeo mapping pode causar.
  • 60. 60 CONCLUSÃO No desenvolver desse projeto pude me aprofundar nas técnicas de animação digital e de vídeo, que é algo tão presente no meio da arte contemporânea e encontrar a melhor forma de apresentar essa técnica que foi o vídeo mapping em forma de vídeo instalação. A minha ideia de princípio era de mesclar imagens bi e tridimensionais e tive que modificar utilizando apenas imagens bidimensionais. Foi uma experiência que me fez ver que ainda tem muito para pesquisar e aprofundar nessa área. Conclui que ela foi totalmente desenvolvida em cima de um conhecimento básico da técnica. Desejo após essa experiência dar continuidade a pesquisas na área para um maior aprimoramento. Apesar de saber o básico para a execução do projeto, eu fiquei satisfeita com o resultado, consegui executar tudo o que me propus fazer. A produção artística e o trabalho teórico tratam de captar toda a essência circense e transformar em um trabalho artístico contemporâneo. Cada detalhe deste trabalho foi de extrema importância. Desde teorizar técnicas e temas a saber lidar com as dificuldade que apareciam. Tudo, na busca de uma unidade de produção, de cumprir com os objetivos. As pesquisas ampliou meu conhecimento tanto sobre o processo de avanço das tecnologias até alcançar o vídeo mapping quanto sobre as poéticas visuais circenses. As pesquisas me mostraram como a base teórica estimulam o processo de criação. E foi através disse tudo que busquei explorar esse pequeno viés da arte contemporânea explorando não apenas estudos do circo e da técnica como de cores, composição e ritmo.
  • 61. 61 REFERENCIAS BARONI, José Francisco. Arte circense: a magia e o encantamento dentro e fora das lonas. Revista Pensar a Prática, vol. 9, nº 1, 2006. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/126/121> acesso em: 28 nov. 2015. CAMPOS, P. I. M. A era da imagem e do movimento. In: ______. Vídeo Jockeying: estudo sobre a cultura visual. Porto, 2007. cap. 1. CARMELI, Y.S. Representar o real e o impossível: o paradoxo do espetáculo de circo. Revista do Lume, Israel, n. 1, 2012. Disponível em: < http://www.cocen.unicamp.br/revistadigital/index.php/lume/article/view/191> Acesso em: 02 dez. 2015. KNELSEN, Mateus; OLIVEIRA, Paloma. Entre a luz e a forma: Um breve manual sobre projeção mapeada. São Paulo, 2012. ___________. Projeção Mapeada: a imagem livre de suporte. São Paulo, 2010. LESSA, Bruna; CASSETARI, Mario. O pré-cinema e suas redescobertas na contemporaneidade: um estudo comparado. Revista Anagrama, São Paulo, n. 4, 2012. Disponivel em: <http://www.revistas.usp.br/anagrama/article/view/35656> Acesso em: 02 de Abril de 2015. MANNONI, Laurent. A grande arte da luz e da sombra: arqueologia do cinema. São Paulo: Editora Senac; São Paulo: Unesp, 2003. MARTINS, J. D. M. Espaço urbano e arte pública: novas abordagens sensoriais. In: _______. Vídeo Mapping, uma ferramenta para o Design de Comunicação. Lisboa, 2014. cap. 6. MICHAUD, Philippe-Alain. Aby Warburg e a imagem em movimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
  • 62. 62 MOTA, Marcio Hofmann. Video mapping / projeção mapeada: espaços e imaginários deslocáveis. Brasília, 2014. PINES, A.R.J. et al. O Circo Moderno: História, Inovação e Transição Social, São Paulo, Associação Brasileira de Recreadores, 2013. Disponível em: <http://www.abrerecreadores.com/academico/013.pdf> Acesso em: 09 set. 2014 ROSA, C.M., O Circo se remonta a mais de dois mil anos: a respeito do Universo Circense. In: ______. Corpo espetáculo circense, uma prática tradicional para o lazer popular, Porto Alegre, Lume, 2010, p. 14-19. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/24917?locale=pt_BR> Acesso em: 09 set. 2014 SIMÕES, E.F. et al. Circo Tropa Trupe: Lazer no picadeiro, Natal, 2010. Disponivel em: < http://congressos.ifal.edu.br/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/view/1130> Acesso em: 01 dez. 2015 SOLEIL, C.D. História. Las Vegas, 2012. Disponivel em: < https://www.cirquedusoleil.com/about/history> Acesso em: 01 dez. 2015 YOUNGBLOOD, Gene. Preface. In: _______. Expanded Cinema. ARTSCILAB, 2001. p. 41-44. Disponível em: <http://www.vasulka.org/Kitchen/PDF_ExpandedCinema/book.pdf> Acesso em: 28 de Abril de 2015.