Este guia apresenta plantas da caatinga visitadas por abelhas, divididas em árvores, arbustos, herbáceas e trepadeiras. O guia fornece descrições e fotos das plantas, com detalhes sobre suas flores e o tipo de abelhas observadas nelas, com o objetivo de promover a conservação da biodiversidade através do manejo de abelhas nativas.
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Guia de plantas visitadas por abelhas na caatinga
1. Guia de Plantas
VISITADAS POR ABELHAS NA CAATINGA
Camila Maia-Silva, Cláudia Inês da Silva,
Michael Hrncir, Rubens Teixeira de Queiroz
e Vera Lucia Imperatriz-Fonseca
2. Camila Maia-Silva, Cláudia Inês da Silva,
Michael Hrncir, Rubens Teixeira de Queiroz
e Vera Lucia Imperatriz-Fonseca
Guia de Plantas
VISITADAS POR ABELHAS NA CAATINGA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
1ª Edição
Guia de plantas : visitadas por abelhas na
Caatinga / Camila Maia-Silva...[et al.]. --
1. ed. -- Fortaleza, CE : Editora Fundação
Brasil Cidadão, 2012.
Outros autores: Cláudia Inês da Silva, Michael
Hrncir, Rubens Teixeira de Queiroz e Vera Lucia
Imperatriz-Fonseca
ISBN 978-85-98564-05-0
1. Abelhas 2. Biodiversidade - Brasil 3. Biomas
4. Caatinga - Brasil, Nordeste 5. Caatinga -
Fortaleza - CE
Plantas - Brasil, Nordeste 6. Ecossistemas -
Brasil 7. Plantas com flores 8. Plantas - Guias
I. Maia-Silva, Camila. II. Silva, Cláudia Inês da.
III. Hrncir, Michael. IV. Queiroz, Rubens Teixeira
2012
de. V. Imperatriz-Fonseca, Vera Lucia.
12-03658 CDD-581.9813
Índices para catálogo sistemático:
1. Caatinga : Brasil, Região Nordeste : Bioma
brasileiro : Plantas visitadas por abelhas :
Guias 581.9813
3. Copyright C 2012 Editora Fundação Brasil Cidadão Conteúdo
Editor responsável Apresentação 7 Mimosa caesalpinifolia
João Bosco Priamo Carbogim Sabiá 55
Coordenação Geral do Projeto De Olho na Água ÁRVORES 12 Mimosa paraibana
Maria Leinad Vasconcelos Carbogim Cerrador 57
Anacardium occidentale Mimosa tenuiflora
Autores Cajueiro 15 Jurema-preta 59
Camila Maia-Silva, Cláudia Inês da Silva,
Myracrodruon urundeuva Senegalia polyphylla
Michael Hrncir, Rubens Teixeira de Queiroz
e Vera Lucia Imperatriz-Fonseca Aroeira 17 Espinheiro 61
Spondias tuberosa Amburana cearensis
Projeto apoiado Umbuzeiro 19 Cumaru 63
CAPES Copernicia prunifera Luetzelburgia auriculata
CNPq
Carnaubeira 21 Pau-mocó 65
Conteúdo científico Handroanthus impetiginosus Ziziphus joazeiro
UFERSA Pau-d’arco-roxo 23 Juazeiro 67
USP Cochlospermum vitifolium Referências 68
Pacoté 25
Colaboração
CETAPIS Cordia oncocalyx ARBUSTOS E SUBARBUSTOS 70
Pau-branco 27
Projeto Gráfico e Direção de Arte Commiphora leptophloeos Allamanda blanchetii
Mauri de Sousa Imburana 29 Sete-patacas-roxa 73
Apoio Institucional Cynophalla flexuosa Varronia globosa
Petrobras Feijão-bravo 31 Moleque-duro 75
USP Crateva tapia Varronia leucocephala
UFERSA Trapiá 33 Buquê-de-noiva 77
Combretum leprosum Tarenaya spinosa
Apoio técnico
Promosell Comunicação Mofumbo 35 Mussambê 79
Cnidoscolus quercifolius Cnidoscolus urens
Michael Hrncir Fotos capa, Fotos plantas e Fotos de abelhas nas flores: Faveleira 37 Urtiga 81
Melipona subnitida e Tarenaya spinosa; Exomalopsis sp. e Senna Jatropha mollissima Chamaecrista duckeana
obtusifolia; Macho de abelha solitária dormindo na flor Turnera
subulata; Trigona spinipes e Waltheria rotundifolia; Xylocopa Pinhão-bravo 39 Palma-do-campo 83
sp. e Libidibia ferrea; Plebeia sp. e Cereus jamacaru; Plebeia Croton sonderianus Senna uniflora
sp. e Croton sonderianus; Xylocopa grisensis e Libidibia ferrea; Marmeleiro 41 Matapasto-cabeludo 85
Melipona subnitida e Senna obtusifolia; Ceratina sp. e Turnera
subulata; Abelha (família Halictidae), Jacquemontia multiflora, Libidibia ferrea Senna obtusifolia
Apis mellifera e Senegalia polyphylla. Jucazeiro 43 Matapasto 87
Dirk Koedam Fotos de abelhas nas flores: Frieseomelitta sp. e Libidibia ferrea. Poincianella bracteosa Senna occidentalis
Catingueira 45 Fedegoso 89
Camila Maia-Silva Fotos de abelhas nas flores: Ceblurgus longipalpis e Varronia Senna macranthera Senna trachypus
leucocephala.
São-joão 47 Canafístula 91
Agradecimentos Anadenanthera colubrina Mimosa invisa
Os autores agradecem ao CNPq pelo apoio financeiro Angico 49 Calumbi-miúdo 93
(Processos: 304722/2010-3 e 482218/2010-0); Pityrocarpa moniliformis Solanum paniculatum
ao Prof. Dr. Fernando C. V. Zanella pela identificação das abelhas, Catanduva 51 Jurubeba 95
e ao Reitor da UFERSA, Dr. Josivan Barbosa Menezes Feitoza,
Mimosa arenosa Hyptis suaveolens
pelo apoio incondicional ao projeto; à Universidade de São Paulo pelo
apoio científico, e à Petrobras que patrocinou a publicação desse Guia. Calumbi 53 Bamburral 97
4. ÁRVORES 07
Guia de plantas visitadas por abelhas na caatinga
Sida cordifolia Boerhavia diffusa
Malva-branca 101 Pega-pinto 147 Apresentação
Sida galheirensis Oxalis divaricata
O “Guia de plantas da caatinga visitadas por abelhas” insere-se nos
Ervaço 103 Trevo 149
objetivos do Projeto “De Olho na Água” como parte das ações integradas e
Triumfetta rhomboidea Oxalis glaucescens
participativas, fundamentadas em pesquisas científicas e na aplicação de
Carrapicho-de-bode 105 Trevo 151
técnicas ecossustentáveis.
Waltheria americana Scoparia dulcis
A longo prazo, o manejo de abelhas nativas tem um propósito maior
Malva-branca 107 Vassourinha-de-botão 153
além da geração de renda suplementar que a produção de mel pode
Waltheria bracteosa Polygala violacea 155
proporcionar. O ganho maior é a conservação da flora nativa, que tem
Malva 109 Portulaca oleracea
nesses polinizadores um dos vetores mais importantes para a manutenção
Lantana camara Beldroega 157
da qualidade dos ecossistemas e, consequentemente, da qualidade de vida
Cambará 111 Talinum triangulare
de todas as espécies.
Referências 112 Beldroega-graúda 159
Patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental,
Borreria verticillata
o Projeto “De Olho na Água” apresenta esse Guia como o resultado da
HERBÁCEAS 114 Cabeça-de-velho 161
articulação entre o saber científico e a prática sustentável dos recursos
Diodella teres
naturais. Daí sua importância num momento crucial em que a humanidade
Alternanthera tenella Mata-pasto 163
discute em fóruns internacionals a necessidade de um novo paradigma na
Quebra-panela 117 Richardia grandiflora
relação do homem com a natureza.
Froelichia humboldtiana Asa-de-pato 165
A escolha de implementar este trabalho de plantas visitadas pelas abelhas
Ervaço 119 Turnera subulata
no Projeto “De Olho na Água” , com a Fundação Brasil Cidadão, foi pelo
Stilpnopappus pratensis 121 Chanana 167
excelente trabalho de conservação da natureza, em especial do manguezal,
Euploca polyphyllum Referências 168
desenvolvido em Icapuí, a valorização local do capital natural e a formação
Sete-sangrias 123
de uma nova geração que vai fazer a diferença na gestão dos recursos
Commelina erecta TREPADEIRAS 170
naturais.
Santa-Luzia 125
Este Guia é útil para o reconhecimento destas plantas essenciais para as
Ipomoea asarifolia Ipomoea bahiensis
abelhas que estão na caatinga. Foi construído baseado em trabalhos de
Salsa 127 Jetirana 173
campo de teses de doutoramento e projetos de pesquisa desenvolvidos
Jacquemontia gracillima Ipomoea nil
por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal
Jetirana 129 Corda-de-viola 175
Rural do Semi-Árido, com apoio das agências financiadoras de pesquisa
Chamaecrista calycioides Jacquemontia montana 177
CAPES e CNPq. O estudo identificou as plantas com flores da caatinga e a
Palma-do-campo 131 Jacquemontia multiflora
utilização destes recursos florais pelas abelhas. Temos árvores, arbustos,
Chamaecrista pilosa Jetirana-branca 179
herbáceas e trepadeiras importantes para as abelhas da caatinga. Os ramos
Palma-do-campo 133 Merremia aegyptia
floridos foram coletados para identificação por especialistas e depositados
Chamaecrista supplex Jetirana-de-mocó 181
no Herbário da Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Palma-do-campo 135 Canavalia brasiliensis
Desta forma, temos à disposição informações úteis para a população em
Mimosa modesta Feijão-de-porco 183
geral, assim como para aqueles que se dedicam à jardinagem e paisagismo
Malícia 137 Centrosema brasilianum
com plantas nativas da caatinga, pois falamos sobre as flores observadas,
Mimosa quadrivalvis Jequitirana 185
suas formas, tamanhos, cores e época de florescimento. As fotografias
Malícia 139 Chaetocalyx scandens
foram feitas especialmente para este guia.
Stylosanthes viscosa Rama-amarela 187
Uma aplicação importante deste conhecimento é o incentivo à construção
Melosa 141 Cardiospermum corindum
de jardins para polinizadores, uma ação que já é implementada em várias
Marsypianthes chamaedrys Chocalho-de-vaqueiro 189
partes do mundo, para conservar as abelhas. Esses jardins podem ter
Amargosa 143 Referências 190
tamanhos variados e são utilizados em residências, escolas, ruas, praças e
Pavonia cancellata
parques.
Corda-de-viola 145
5. ÁRVORES 08 ÁRVORES 09
Biodiversidade de flores e abelhas
Melipona subnitida e
Tarenaya spinosa
Apis mellifera
e Senegalia polyphylla
Trigona spinipes e
Waltheria rotundifolia
Frieseomelitta sp.
e Libidibia ferrea
Plebeia sp. e
Croton sonderianus
Exomalopsis sp. e
Senna obtusifolia
Plebeia sp. e
Cereus jamacaru
Xylocopa sp. e
Libidibia ferrea
Macho de abelha solitária
dormindo na flor Turnera
subulata
Ceblurgus longipalpis e
Varronia leucocephala
6. ÁRVORES 10 ÁRVORES 11
As flores e as abelhas vivos, os locais onde moram, as interações entre eles (o que comem,
como obtêm este alimento, como se reproduzem). Estas interações são
As plantas com flores são muito antigas, surgiram na Terra há mais de 120 muito importantes para a manutenção da vida.
milhões de anos. Desde o início ofereceram recursos alimentares abundantes, Biodiversidade de flores e abelhas, aparentemente um assunto tão
utilizados por visitantes florais (insetos, geralmente), os quais, por sua vez, simples e fácil de observar, formam a base da vida na Terra. As flores
buscando este alimento de flor em flor, as polinizavam. O nectar da flor é produzem frutos que são utilizados por toda a cadeia alimentar. Preservar
uma fonte açucarada de alimento, e os grãos de pólen, fonte de proteínas . estes recursos, e restaurá-los onde desapareceram, faz parte das
Uma revisão recente1 sobre a importância da polinização por animais, responsabilidades sociais da atualidade.
mostrou que este processo é utilizado por 87,5% de todas as espécies de A jandaíra é uma das abelhas nativas do semi-árido mais utilizadas pelo
plantas com flores conhecidas até o momento. Insetos e flores coevoluíram, homem da caatinga. O Padre Bruening, que escreveu sobre ela3, dizia
com benefícios para os dois lados. No caso das abelhas, visitantes florais que Sempre houve mais jandaíras que nordestinos, mais casas de abelhas
especializados, essa troca é obrigatória, pois as abelhas obtêm todo o seu indígenas que casas de aborígenes na caatinga. O corte indiscriminado
alimento nas flores, as quais se beneficiam desta interação produzindo frutos de árvores, por exemplo, a imburana, a catingueira, o angico, a baraúna,
com maior diversidade genética. Este fenômeno, esquematizado na figura que servem como local de nidificação para estas abelhas, ameaça a
abaixo, é conhecido como polinização. sobrevivência da jandaíra, adaptada às condições climáticas locais. Assim,
também, interfere nesse processo a ausência das árvores cujas florações
no período da seca alimentam as abelhas, dentre elas, o angico, a aroeira,
o cajueiro, o umbuzeiro, a carnaubeira, o juazeiro. Para produzir o mel, o
meliponicultor precisa cuidar das plantas que servem de alimento para as
abelhas, e das que são usadas como moradia.
Com o trabalho das comunidades no plantio de árvores para as
abelhas, estaremos formando cidadania e redesenhando o caminho da
sustentabilidade local, com foco em um futuro melhor. Cada vez mais
é necessária uma ação combinada de boa governança, bom manejo
e participação popular, com o vigor das interações entre os vários
segmentos da sociedade, para a valorização do conhecimento. Um novo
modelo de desenvolvimento vai estimular o ciclo da vida, em vez de
impedi-lo. Afinal, a biodiversidade está no coração do desenvolvimento
econômico e social.
Esquema da polinização: os grãos de pólen (contêm os gametas masculinos) de uma flor são
transportados para o estigma (parte feminina) de outra flor. Esquema de Bruno Nunes Silva.
Vera Lucia Imperatriz Fonseca é bióloga, Professora Titular de Ecologia
da Universidade de São Paulo (USP) e Professora Visitante Sênior da
Na caatinga brasileira são conhecidas 187 espécies de abelhas, a maioria CAPES na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), no Rio
delas considerada como espécies raras2. Entretanto, as mais abundantes Grande do Norte (RN).
são as abelhas sociais nativas sem ferrão, como a jandaíra, a jati, a amarela,
a moça-branca, a irapuá, a cupira, a mandaçaia, a remela, a canudo, a limão,
a munduri e a introduzida Apis mellifera, também conhecida como abelha
de mel, abelha europa, abelha africanizada. Outras espécies de abelhas
de hábitos solitários também são abundantes e de grande importância
ecológica. 1Ollerton, J., Winfree, R. & Tarrant, S. 2011 . How many flowering plants are pollinated by
animals? Oikos, 120: 321-326.
2Zanella, F.C.V. & Martins, C.F. 2003. Abelhas da caatinga: biogeografia, ecologia e conservação.
Biodiversidade de flores e abelhas In: Leal, I.R., Tabarelli, M. & Silva, J.M.C. eds. Ecologia e Conservação da caatinga, p. 75-134.
Editora Universitária da UFPE, Recife, Brasil.
3Bruening, H. 1990. A abelha Jandaíra. Coleção Mossoroense. Serie C. Vol 557, 181p.
Biodiversidade é a palavra que usamos para descrever a variedade de seres
7. ÁRVORES 12 ÁRVORES 13
ÁRVORES
Luetzelburgia auriculata
Forma de crescimento comum em plantas terrestres
lenhosas, onde o vegetal cresce de forma monopodial
(com um ápice principal sobrepondo os demais, com
poucas ramificações) até atingir cerca de dois metros de
altura e depois ramifica-se. Planta com um tronco não
Xylocopa grisensis (mamangava-de-toco) visitando flor de Libidibia ferrea (jucazeiro)
ramificado na base.
8. ÁRVORES 14 ÁRVORES 15
CAJUEIRO
Anacardiaceae
Anacardium occidentale L.
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pampa, Pantanal, Amazônia
Período de floração: estação seca
Anacardium occidentale
O cajueiro é uma árvore comum em gênero Centris, também conhecidas
pequenos pomares, nas cidades e como abelhas coletoras de óleos,
também muito cultivada em quase são os principais polinizadores
todo o país. O seu fruto verdadeiro do caju. Espécies de abelhas sem
é a castanha, um fruto seco muito ferrão como a abelha jandaíra
apreciado no Brasil e no exterior. (Melipona subnitida) também
O “caju” é um pseudofruto, coletam néctar nas flores do
carnoso, suculento e muito rico cajueiro.
em fonte de vitamina C, utilizado As abelhas do gênero Centris
principalmente na produção de necessitam de óleo para
sucos e doces. construírem seus ninhos e
Suas inflorescências são formadas alimentarem suas crias. Portanto,
por flores vermelhas, pequenas e para garantir a presença dessas
perfumadas. O néctar é o recurso abelhas em grandes áreas de
mais atrativo para os polinizadores, cultivo de caju, recomenda-se o
embora o pólen também seja plantio de espécies fontes de óleos
coletado por algumas espécies florais como a acerola (Malpighia
de abelhas. Abelhas solitárias do emarginata).
Referências bibliográficas: 8,9,13,15
9. ÁRVORES 16 ÁRVORES 17
AROEIRA
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Período de floração: estação seca
No nordeste do Brasil, a aroeira todos. Além do néctar, as flores
é uma árvore muito conhecida masculinas possuem anteras
devido às suas propriedades vistosas que disponibilizam
farmacológicas, sendo considerada pólen para as abelhas. A resina,
uma das principais plantas proveniente das lesões das cascas,
medicinais da região. também é coletada pelas abelhas.
Durante o período de floração sua Na estação seca, período
copa encontra-se completamente com poucos recursos florais
sem folhas, coberta apenas por na caatinga, plantas como a
flores. Suas inflorescências formam aroeira são fundamentais para a
cachos com flores amarelas, alimentação das abelhas. Devido
pequenas e perfumadas. Suas flores às suas características melíferas é
produzem néctar em abundância indicado o plantio de mudas em
que atraem muitas espécies de áreas de conservação e criação de
abelhas nativas. O mel produzido abelhas. Além disso, essa espécie
através do néctar de aroeira é pode ser utilizada em projetos de
saboroso e muito apreciado por arborização e paisagismo.
Referências bibliográficas: 5,9,1315,16,17
10. ÁRVORES 18 ÁRVORES 19
UMBUZEIRO
Anacardiaceae
Spondias tuberosa Arruda
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Período de floração: estação seca
O umbuzeiro produz frutos polinizadores do umbuzeiro são
comestíveis muito apreciados espécies de abelhas sem ferrão dos
na região nordeste do Brasil. Em gêneros Scaptotrigona, Trigona
geral, seus frutos são consumidos e Frieseomelitta. Por fornecer
ao natural, misturados ao leite néctar durante a estação seca, o
e principalmente utilizados na umbuzeiro é um recurso muito
produção de doces. importante para a manutenção das
As suas raízes tuberosas, capazes espécies de abelhas sem ferrão na
de armazenar água, permitem caatinga
que o umbuzeiro resista a longos As flores do umbuzeiro são
períodos de seca. Durante a importantes para fortalecer a
estação seca, suas flores surgem conservação e a criação de abelhas
quando a copa ainda está sem ferrão. Além disso, sua copa
completamente sem folhas. Suas ampla fornece sombra agradável
flores são pequenas, brancas, favorecendo a utilização dessa
cheirosas e muito atrativas para espécie no paisagismo urbano.
as abelhas nativas. Os principais
Referências bibliográficas: 2,9,13,15,17,20
11. ÁRVORES 20 ÁRVORES 21
CARNAUBEIRA
Arecaceae (Palmae)
Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado
Período de floração: estação seca
A carnaubeira é uma palmeira Suas inflorescências formam
muito comum no nordeste do Brasil cachos pendentes compostos
e ocorre principalmente nos por flores amarelas e pequenas.
vales inundáveis dos estados Estas disponibilizam néctar e
do Ceará, Piauí e Rio Grande do pólen, recursos que atraem
Norte. Essa espécie possui folhas muitas espécies de insetos e
grandes das quais é extraída a principalmente as abelhas
cera de carnaubeira, um produto nativas. A beleza exuberante
de grande importância industrial dessa palmeira também favorece
para a produção de acessórios de sua utilização em projetos
informática, tintas, cosméticos, de paisagismo. O plantio de
entre outros. Além disso, a madeira carnaubeira fortalece a criação de
da carnaubeira pode ser utilizada abelhas nativas, pois essa espécie
para construção de casas e móveis é uma excelente fonte de recursos
rústicos. florais.
Referências bibliográficas: 5,9,13
12. ÁRVORES 22 ÁRVORES 23
PAU-D’ARCO-ROXO
Bignoniaceae
Handroanthus impetiginosus Mattos
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pantanal, Amazônia
Período de floração: estação seca
O pau-d’arco-roxo ou ipê-roxo é porte, as quais são os principais
muito conhecido por apresentar polinizadores dessa espécie.
uma copa exuberante durante o O pau-d’arco-roxo também é fonte
seu período de floração. Sua copa de resina para as abelhas.
desprovida de folhas e coberta por Na estação seca suas flores
muitas flores chama a atenção a fornecem néctar para muitas
longas distâncias. espécies de abelhas. Recomenda-
Suas inflorescências são compostas se o plantio dessa espécie para
por flores grandes, de cor roxa fortalecer a conservação de abelhas
e com odor suave. Suas flores nativas. Além disso, devido à
produzem grande quantidade de beleza de suas inflorescências o
néctar atraindo muitos visitantes pau-d’arco-roxo pode ser utilizado
florais como mariposas, morcegos, no paisagismo urbano e também
beija-flores e principalmente em reflorestamentos.
abelhas de médio e grande
Referências bibliográficas: 5,7,9,13,15,17
13. ÁRVORES 24 ÁRVORES 25
PACOTÉ
Bixaceae
Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Amazônia
Período de floração: estação seca
O pacoté ou algodão-do-mato é nativas. Os principais polinizadores
uma árvore de pequeno porte que dessa planta são abelhas de médio
perde todas as folhas na estação ou grande porte, as quais vibram
seca. No entanto, durante a floração nas anteras para retirar o pólen
sua copa é formada apenas por como, por exemplo, as abelhas
flores amarelas e grandes que mamangavas-de-toco (gênero
enfeitam a paisagem da caatinga. Xylocopa) e as abelhas do gênero
Suas flores não produzem néctar, Centris.
mas suas anteras poricidas, cujos Essa espécie é ornamental, possui
grãos de pólen são liberados por crescimento rápido, é indicada
vibração, disponibilizam grandes para a construção de jardins
quantidades de pólen aos visitantes com flora melífera e também
florais. Durante a estação seca suas pode ser utilizada em áreas de
flores constituem uma importante reflorestamentos.
fonte de pólen para as abelhas
Referências bibliográficas: 7, 9, 13, 17, 23
14. ÁRVORES 26 ÁRVORES 27
PAU-BRANCO
Boraginaceae
Cordia oncocalyx Allemão
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação chuvosa
O pau-branco é uma espécie A madeira do pau-branco é muito
arbórea de médio porte que explorada para construção civil.
possui tronco de cor clara e ocorre Devido ao corte indiscriminado,
principalmente no Ceará e no essa espécie necessita
Rio Grande do Norte. urgentemente de planos de manejo
Suas inflorescências são grandes, e conservação para a recomposição
compostas por flores brancas, de áreas exploradas.
pequenas e suavemente O pau-branco pode ser utilizado
perfumadas. Suas flores são em áreas de criação e conservação
frequentemente visitadas e de abelhas e também devido ao
polinizadas por espécies de moscas seu belo aspecto paisagístico e
da família Syrphidae. Outros insetos ornamental pode ser utilizado em
como mariposas, vespas e algumas projetos de arborização urbana.
espécies de abelhas nativas
também visitam suas flores para
coletar principalmente néctar.
Referências bibliográficas: 2,3,9,13,15,17
15. ÁRVORES 28 ÁRVORES 29
IMBURANA
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado
Período de floração: estação chuvosa
A imburana possui uma copa pólen e néctar para as abelhas.
exuberante e um tronco que é Suas flores são amarelas, pequenas,
facilmente reconhecido devido à isoladas ou formam pequenos
sua cor avermelhada e suas cascas grupos. Os frutos comestíveis
esfoliantes que se desprendem em servem de alimento para muitas
lâminas. espécies de animais silvestres.
Essa árvore é considerada uma O uso da imburana para a
espécie chave para a manutenção recomposição de áreas degradadas
das abelhas nativas. Várias espécies favorece a meliponicultura
de abelhas sociais e também do nordeste, aumentando a
solitárias constroem seus ninhos disponibilidade de fontes de
em ocos dos seus troncos. Ninhos alimento e de locais de nidificação
de abelhas sem ferrão, como para as abelhas nativas. Antes
da espécie Melipona subnitida do início das chuvas, estacas de
(jandaíra), são frequentemente imburana podem ser facilmente
encontrados nessas árvores. plantadas e o seu brotamento é
As flores de imburana fornecem rápido.
Referências bibliográficas: 9, 13, 14, 17, 19
16. ÁRVORES 30 ÁRVORES 31
FEIJÃO-BRAVO
Capparaceae
Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl
Biomas de ocorrência: Caatinga, Amazônia, Mata Atlântica
Período de floração: estação seca
Cynophalla flexuosa, conhecida Durante a estação seca, período com
popularmente como feijão-bravo, poucos recursos florais na caatinga,
é uma espécie de porte pequeno suas flores fornecem néctar para
que possui folhas perenes e ocorre muitas espécies de abelhas nativas.
em muitas áreas da região semi- Devido à sua importância melífera
árida brasileira. recomenda-se o plantio de feijão-
Suas flores são grandes, de bravo em áreas de conservação e
coloração branca e tons criação de abelhas.
avermelhados, com estames longos
e anteras amarelas.
O néctar é principal recurso floral,
produzido em grandes quantidades
e responsável por atrair muitas
espécies de abelhas nativas.
Além das abelhas, outros insetos
e também morcegos visitam suas
flores.
Referências bibliográficas: 5, 6, 9, 13, 17
17. ÁRVORES 32 ÁRVORES 33
TRAPIÁ
Capparaceae
Crateva tapia L
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Amazônia
Período de floração: estação seca
O trapiá ocorre principalmente Os frutos de trapiá são carnosos,
próximo a locais úmidos e em adocicados e servem como fonte
beira de rios. Essa planta é de alimento para muitos animais
muito conhecida pelo seu odor silvestres como macacos, aves e
característico de alho. peixes.
As inflorescências do trapiá são Essa espécie é muito importante
compostas por muitas flores de para aumentar a disponibilidade
pétalas brancas e estames longos de recursos alimentares utilizados
com tons avermelhados. Suas pelas abelhas. Além disso, o trapiá é
flores produzem néctar em grande ideal para o paisagismo urbano, pois
quantidade atraindo muitos sua copa mantém as folhas durante
animais como morcegos, mariposas a maior parte do ano fornecendo
e abelhas nativas. As abelhas sem sombra agradável.
ferrão do gênero Plebeia (jati ou
mosquito) e do gênero Trigona
(arapuá) visitam suas flores para
coletar néctar e pólen.
Referências bibliográficas: 6,7,9,13,14,17
18. ÁRVORES 34 ÁRVORES 35
MOFUMBO
Combretaceae
Combretum leprosum Mart
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Combretum leprosum, conhecido O mofumbo é uma espécie pioneira,
popularmente como mofumbo, é muito resistente e de crescimento
uma espécie arbustiva ou arvoreta, rápido. Recomenda-se o seu uso
com 2 - 3 m de altura. em programas de recomposição
Suas inflorescências são grandes, de áreas degradadas e também em
compostas por muitas flores arborização paisagística. O plantio
amareladas, pequenas e muito de mudas dessa espécie é muito
perfumadas. Na base da flor importante para fortalecer a criação
forma um pequeno tubo onde é e a conservação de abelhas.
produzido e armazenado o néctar,
é o principal recurso coletado
pelas abelhas nativas. Além disso,
suas flores são muito atrativas para
outros insetos como borboletas,
mariposas e vespas.
Referências bibliográficas: 2,9,13,14,17,21
19. ÁRVORES 36 ÁRVORES 37
FAVELEIRA
Euphorbiaceae
Cnidoscolus quercifolius Pohl
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação seca
A faveleira é uma árvore de O pólen e principalmente o néctar
porte pequeno, muito conhecida atraem muitos insetos, entre eles
por possuir tricomas urticantes algumas espécies de abelhas
distribuídos por toda a planta. nativas. A resina produzida pela
Essa espécie produz látex o faveleira, presente em toda a planta,
qual é muito utilizado para fins também é um recurso coletado
medicinais. A faveleira destaca-se pelas abelhas.
por sua grande capacidade de Essa espécie possui
tolerância à seca. Suas raízes são desenvolvimento e crescimento
tuberosas e armazenam nutrientes, rápidos, tais características
utilizados durante a estação seca, favorecem o uso de faveleira em
período em que ocorre a floração e áreas de criação e conservação de
a frutificação dessa espécie. abelhas nativas, em programas de
Suas inflorescências são compostas reflorestamentos e também em
por flores pequenas e brancas. projetos de paisagismo urbano.
Referências bibliográficas: 2,5,9,13,14,17,25
20. ÁRVORES 38 ÁRVORES 39
PINHÃO-BRAVO
Euphorbiaceae
Jatropha mollissima (Pohl) Baill
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado
Período de floração: estação seca e chuvosa
O pinhão-bravo é uma pequena Os principais polinizadores do
árvore ou arbusto que pode atingir pinhão-bravo são as abelhas sem
até 3,0 m de altura. Essa planta ferrão Trigona spinipes (arapuá) e as
possui folhas grandes e caule de cor abelhas da tribo Euglossini (Eulaema
clara com cascas finas e esfoliantes. nigrita). O látex dessa planta é
Suas inflorescências são compostas utilizado como fonte de resina pelas
por flores amarelas com manchas abelhas.
avermelhadas. Essa espécie Recomenda-se o plantio dessa
possui flores masculinas que espécie para complementar a
disponibilizam pólen e néctar quantidade de recursos florais
para os visitantes florais e flores disponíveis às abelhas. Além disso,
femininas que disponibilizam o pinhão-bravo é ornamental e
apenas néctar. Os nectários pode ser utilizado no paisagismo
presentes nas flores femininas urbano.
formam um disco que é facilmente
acessado por muitos insetos como
abelhas, vespas e borboletas.
Referências bibliográficas: 5,9,13,17,24,25
21. ÁRVORES 40 ÁRVORES 41
MARMELEIRO
Euphorbiaceae
Croton sonderianus Müll. Arg
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação chuvosa
O marmeleiro é uma árvore de mel com sabor muito apreciado e
porte pequeno ou arbusto que com alto valor comercial para os
pode atingir até 4,0 m de altura. criadores de abelhas do nordeste,
Essa planta chama muita atenção sendo considerada uma das
durante o seu período de floração. principais fontes de néctar da
Após as primeiras chuvas na caatinga.
caatinga o marmeleiro fica repleto Essas características favorecem a
de flores pequenas, com coloração utilização dessa espécie em locais
branca e muito perfumadas. Muitos de criação e conservação de abelhas
insetos como vespas, mariposas, sem ferrão. Devido à sua grande
moscas e principalmente as abelhas capacidade de rebrota e o seu
nativas visitam suas flores para rápido crescimento, o marmeleiro
coletar pólen e néctar. é uma espécie potencial para
O néctar das flores do marmeleiro restauração de áreas degradadas.
é responsável pela produção de
Referências bibliográficas: 2,3,13,17,21,25
22. ÁRVORES 42 ÁRVORES 43
JUCAZEIRO
Fabaceae - Caesalpinioideae
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Período de floração: estação chuvosa
O jucazeiro, conhecido também (gênero Xylocopa) são os principais
como pau-ferro, é uma árvore polinizadores do jucazeiro. Outras
de porte pequeno a médio, com espécies como a abelha jandaíra
tronco claro, liso e descamante. (Melipona subnitida) e as abelhas do
Essa espécie possui copa ampla gênero Plebeia (jati ou mosquito)
e floração exuberante, sendo também visitam suas flores.
muito utilizado em arborização Para complementar a quantidade
ornamental de ruas e avenidas. de fontes de néctar disponíveis
Suas inflorescências são compostas às abelhas nativas, recomenda-
por flores vistosas, com pétalas se o plantio de jucazeiros em
amarelas e uma pétala central com áreas de criação e conservação
pontuações avermelhadas que de abelhas nativas. Além disso,
representam guias de néctar. essa planta pode ser utilizada em
O néctar é o principal recurso floral reflorestamentos e em projetos de
coletado por vespas, borboletas paisagismo urbano.
e abelhas nativas. Abelhas de
médio e grande porte como as
abelhas mamangavas-de-toco
Referências bibliográficas: 2,9,13,15,17,22
23. ÁRVORES 44 ÁRVORES 45
CATINGUEIRA
Fabaceae - Caesalpinioideae
Poincianella bracteosa (Tul.) L.P.Queiroz
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado
Período de floração: estação chuvosa
A catingueira é uma árvore Trigona, Frieseomelitta e Melipona.
de pequeno porte que ocorre Muitas espécies de abelhas sociais
principalmente em solos arenosos. e de abelhas solitárias utilizam
Essa espécie possui tronco de os troncos de catingueira para
coloração acinzentado. construírem seus ninhos.
Suas flores emitem leve odor Recomenda-se o plantio de
adocicado, possuem pétalas mudas de catingueira em áreas
amarelas e uma pétala central de criação e conservação de
com pontuações avermelhadas abelhas nativas. Além disso,
que representam guias de devido ao seu crescimento rápido,
néctar. As abelhas dos gêneros essa espécie pode ser utilizada
Xylocopa e Centris são os principais em reflorestamentos de áreas
polinizadores de plantas do gênero degradadas e também em projetos
Poincianella. Outros visitantes de paisagismo urbano.
florais também coletam néctar das
flores de catingueira como, por
exemplo, borboletas, beija-flores
e abelhas sem ferrão dos gêneros
Referências bibliográficas: 9,10,11,13,19,22
24. ÁRVORES 46 ÁRVORES 47
SÃO-JOÃO
Fabaceae - Caesalpinioideae
Senna macranthera (DC. ex Collad.) Irwin & Barneby
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Período de floração: estação chuvosa
A espécie Senna macranthera é vibrar nas anteras e retirar os
uma árvore de porte pequeno, grãos de pólen. Os principais
conhecida em algumas regiões do polinizadores dessa planta
Brasil como são-joão ou pau-de- são espécies de abelhas com
besouro. médio e grande porte como as
A floração dessa espécie tem mamangavas-de-toco (gênero
uma beleza exuberante, pois Xylocopa) e as mamangavas-de-
suas flores amarelas e grandes chão (gênero Bombus).
destacam-se entre as folhas. Suas Essa espécie possui crescimento
flores não produzem néctar, mas rápido, pode ser utilizada em
suas anteras poricidas, cujos áreas próximas aos locais de
grãos de pólen são liberados por criação de abelhas nativas
vibração, disponibilizam grandes e também em projetos de
quantidades de pólen para as restauração de áreas degradadas.
abelhas nativas. Apenas algumas
espécies de abelhas conseguem
Referências bibliográficas: 9,13,15,22
25. ÁRVORES 48 ÁRVORES 49
ANGICO
Fabaceae - Mimosoideae
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenam
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Período de floração: estação seca
O angico possui muitas angico libera uma resina amarelada
características que facilitam muito utilizada para fins medicinais,
localizá-lo entre outras árvores na culinária e também coletada
como, por exemplo, tronco pelas abelhas nativas.
acinzentado, rugoso e com Durante a estação seca, período
projeções cônicas. A floração dessa com poucos recursos florais na
espécie ocorre em massa e sua caatinga, as flores do angico
copa tem uma beleza exuberante fornecem pólen e néctar para
durante a estação seca. muitas espécies de abelhas sem
Suas inflorescências são formadas ferrão, como por exemplo, a abelha
por flores pequenas, brancas e jandaíra (Melipona subnitida).
com odor agradável. Os recursos O angico possui crescimento rápido,
florais, pólen e néctar, atraem pode ser utilizado para fortalecer
muitas espécies de insetos e a criação de abelhas, em áreas de
principalmente as abelhas nativas, reflorestamento e também em áreas
as quais são responsáveis por urbanas.
polinizar suas flores. O tronco do
Referências bibliográficas: 2,5,9, 12,13,15,16,17,22
26. ÁRVORES 50 ÁRVORES 51
CATANDUVA
Fabaceae - Mimosoideae
Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W.Jobson
Biomas de ocorrência: Caatinga, Mata Atlântica
Período de floração: transição entre a estação seca e a chuvosa
A catanduva é uma espécie quais são responsáveis por atrair
pioneira, de porte médio e vespas, moscas e principalmente
no nordeste do Brasil ocorre abelhas. Durante o período de
principalmente em solos arenosos. transição entre a estação seca e a
Suas inflorescências são reunidas estação chuvosa, a catanduva é a
em espigas, formadas por principal fonte de pólen utilizada
flores pequenas, perfumadas e pela abelha jandaíra (Melipona
com coloração amarelo claro. subnitida).
Sua floração em massa ocorre Devido às suas características
principalmente entre os meses melíferas, recomenda-se o
de dezembro e abril, esse período plantio de catanduva em áreas de
é caracterizado pela transição criação e conservação de abelhas
da estação seca para a chuvosa. nativas. Além disso, essa espécie
Durante esse período ainda ocorre possui crescimento rápido e
muita carência de recursos florais pode ser utilizada em projetos de
na caatinga. Suas flores produzem recuperação de áreas degradadas.
néctar e pólen em abundância, os
Referências bibliográficas: 12,13,14,17,18,21
27. ÁRVORES 52 ÁRVORES 53
CALUMBI
Fabaceae - Mimosoideae
Mimosa arenosa (Willd.) Poir
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Período de floração: estação chuvosa
O calumbi ou jurema-branca é uma Segundo alguns meliponicultores,
árvore de porte médio que ocorre o calumbi é uma espécie de
em solos arenosos e em locais grande importância para a criação
abertos. Seu tronco é acinzentado, de abelhas sem ferrão, sendo
possui ramos com espinhos fundamental para a produção de
esparsos e copa bem aberta que mel.
durante a estação seca encontra-se Pela notável oferta de recursos às
completamente sem folhas. abelhas, recomenda-se o plantio
Suas inflorescências são reunidas de calumbi em áreas de criação
em espigas, compostas por de abelhas nativas. Por ser uma
flores muito pequenas, brancas espécie adaptada a locais abertos e
e suavemente perfumadas. Suas de crescimento rápido, o calumbi é
flores fornecem néctar e pólen ideal para reflorestamentos de áreas
para muitos insetos como moscas, degradadas.
besouros e principalmente abelhas
nativas.
Referências bibliográficas: 1,9,13,22
28. ÁRVORES 54 ÁRVORES 55
SABIÁ
Fabaceae - Mimosoideae
Mimosa caesalpinifolia Benth
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação chuvosa
Mimosa caesalpinifolia, conhecida O mel de sabiá é muito saboroso e
popularmente como sabiá, é uma em algumas regiões do nordeste
árvore de porte médio que possui essa planta é responsável por
tronco escamoso, ramos com aumentar consideravelmente a
espinhos e perda de folhagem produção anual de mel.
durante a estação seca. Em toda a região nordeste a
Sua floração ocorre em massa madeira do sábia é muito explorada
durante a maior parte da estação principalmente para a construção de
chuvosa disponibilizando recursos cercas. Programas de preservação
florais fundamentais para a e manejo dessa espécie são
manutenção de muitos insetos, extremamente necessários, pois sua
entre eles as abelhas nativas. intensa utilização ameaça a flora e
Suas inflorescências são reunidas a fauna da caatinga. O sabiá é uma
em espigas, formadas por flores espécie de crescimento rápido e
pequenas, brancas e suavemente com alta capacidade de rebrota
perfumadas. A abelha jandaíra podendo ser facilmente plantado
(Melipona subnitida) coleta pólen e em áreas de criação e conservação
néctar das suas flores. de abelhas nativas.
Referências bibliográficas: 2,9,13,15,17,21,22
29. ÁRVORES 56 ÁRVORES 57
CERRADOR
Fabaceae - Mimosoideae
Mimosa paraibana Barneby
Biomas de ocorrência: Caatinga, Mata Atlântica (nordeste)
Período de floração: estação chuvosa
O cerrador é uma árvore de porte Recomenda-se o plantio de mudas
médio, possui ramos cobertos por de cerrador em áreas de criação e
espinhos e ocorre principalmente conservação de abelhas nativas.
em solos arenosos e pedregosos.
A floração dessa espécie ocorre
em massa e suas inflorescências
são compostas por flores com
coloração rosa que se destacam
entre a folhagem. Suas flores
fornecem pólen e néctar para as
muitas espécies de abelhas da
caatinga.
As flores dessa espécie aumentam a
oferta de recursos para as abelhas e
também para outros insetos.
Referências bibliográficas: 5,13,22
30. ÁRVORES 58 ÁRVORES 59
JUREMA-PRETA
Fabaceae - Mimosoideae
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado
Período de floração: estação seca e chuvosa
Mimosa tenuiflora, conhecida abelhas, vespas, moscas e outros
popularmente por jurema-preta, insetos.
é uma árvore de porte pequeno A jurema-preta é uma espécie muito
muito conhecida pelos espinhos importante para a manutenção da
que cobrem os seus ramos. Possui biodiversidade e funcionamento
tronco com casca de cor castanho do ecossistema. Além disso, devido
escuro e ramos de cor castanho ao seu crescimento rápido e a
avermelhada. sua capacidade de rebrota essa
Essa espécie floresce durante um espécie é muito importante para a
longo período do ano, porém restauração de áreas degradadas.
predominantemente durante a
estação seca. Suas inflorescências
são reunidas em espigas, formadas
por flores brancas, pequenas, e
suavemente perfumadas, que
fornecem recursos florais, pólen
e néctar, para muitas espécies de
Referências bibliográficas: 9,13,14,17,21,22
31. ÁRVORES 60 ÁRVORES 61
ESPINHEIRO
Fabaceae - Mimosoideae
Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pantanal, Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Em algumas regiões do Brasil a O espinheiro é uma espécie pioneira
espécie Senegalia polyphylla é muito indicada para projetos de
conhecida popularmente como recuperação de áreas degradadas e
espinheiro ou unha-de-gato principalmente para a manutenção
devido à presença de espinhos e criação de abelhas nativas.
que revestem o seu caule,
principalmente nos indivíduos
jovens. Essa espécie é uma árvore
de porte médio e copa ampla.
Suas inflorescências são formadas
por flores brancas, pequenas e
perfumadas. Sua floração ocorre
em massa, atraindo muitas espécies
de insetos como, por exemplo,
moscas, borboletas e abelhas
nativas, os quais visitam suas flores
para coletar néctar e pólen.
Referências bibliográficas: 13,15,17,22
32. ÁRVORES 62 ÁRVORES 63
CUMARU
Fabaceae - Papilionoideae
Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Período de floração: estação chuvosa
Amburana cearensis, conhecido muito importante para as abelhas.
popularmente como cumaru, é O cumaru é uma espécie
uma árvore de porte médio. Uma ornamental, com floração vistosa
característica marcante dessa e suas flores fornecem recursos
espécie é o seu tronco avermelhado fundamentais para a manutenção
revestido por uma casca esfoliante das populações de abelhas nativas.
que se destaca em lâminas finas. Além disso, o cumaru é uma
A floração dessa espécie ocorre em espécie pioneira muito importante
massa e sua copa proporciona uma em reflorestamentos de áreas
beleza exuberante. Suas flores são degradadas.
pequenas, aromáticas e possuem
apenas uma pétala (estandarte)
com coloração branca e tons
róseos. O néctar de suas flores é
uma fonte de carboidrato, energia,
Referências bibliográficas: 2,4,9,13,15,17,22
33. ÁRVORES 64 ÁRVORES 65
PAU-MOCÓ
Fabaceae - Papilionoideae
Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação seca
O pau-mocó é uma árvore de porte massa disponibiliza néctar e pólen
médio e com tronco acinzentado. em grande quantidade às abelhas
Suas raízes são tuberosas capazes nativas. As abelhas do gênero
de acumular água e amido, essa Xylocopa (mamangavas-de-toco)
característica permite a ocorrência são os principais visitantes das flores
dessa espécie em solos secos e do pau-mocó.
pedregosos. O pau-mocó é uma espécie
Durante o período de floração sua ornamental, possui floração vistosa
copa encontra-se completamente e suas flores fornecem recursos
sem folhas, coberta apenas por fundamentais para abelhas durante
muitas flores. Suas flores possuem a estação seca. Essas características
pétalas de cor branca com mancha favorecem o plantio dessa espécie
mediana esverdeada ou roxa e em áreas de criação e conservação
uma pétala externa no botão de abelhas nativas.
(estandarte). Sua floração em
Referências bibliográficas: 4,13,15,17,22
34. ÁRVORES 66 ÁRVORES 67
JUAZEIRO
Rhamnaceae
Ziziphus joazeiro Mart
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação seca
O juazeiro é uma árvore de porte manutenção das abelhas durante
médio, possui ramos tortuosos com a estação seca.
espinhos e copa verde durante Por manter sua folhagem verde
o ano inteiro. Essa espécie é durante o ano inteiro, o juazeiro
muito conhecida pelos seus frutos é muito utilizado em projetos
comestíveis e também devido às de arborização visando o
suas propriedades farmacológicas. sombreamento. Para complementar
Suas inflorescências surgem nas a quantidade de fontes de néctar
axilas foliares, sendo compostas por disponíveis às abelhas, recomenda-
muitas flores amarelas e pequenas. se o plantio de mudas em áreas
O néctar é o principal recurso próximas a meliponários.
coletado pelos visitantes florais,
entre eles vespas e abelhas nativas.
As flores do juazeiro fornecem
principalmente néctar para a
Referências bibliográficas: 9,13,15,16,17,20
35. ÁRVORES 68 ÁRVORES 69
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369 p.
36. ARBUSTOS 70 ARBUSTOS 71
ARBUSTOS E SUBARBUSTOS
Sida cordifolia
Arbusto: Forma de vida definida pela presença de caule
lenhoso ramificado desde a base não formando um fuste
(tronco) definido. Começa a ramificar na base.
Subarbusto: Planta intermediaria entre erva e arbusto,
apresenta porte reduzido, mas seu caule apresenta
Melipona subnitida (jandaíra) visitando flor de Senna obtusifolia (matapasto)
lenhosidade.
37. ARBUSTOS 72 ARBUSTOS 73
SETE-PATACAS-ROXA
Apocynaceae
Allamanda blanchetii A.DC.
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação chuvosa
Allamanda blanchetii, conhecida A sete-patacas-roxa é uma
popularmente como sete-patacas- planta muito importante para a
roxa, é uma espécie arbustiva. manutenção e a conservação das
Suas flores são grandes, com espécies de abelhas nativas, além
coloração rosa e enfeitam a disso, pode ser utilizada como
paisagem da caatinga. O néctar planta ornamental em projetos de
é principal recurso para a atração jardinagem.
dos visitantes florais. Suas flores
possuem um tubo delgado na
base que limita o acesso durante
a coleta de néctar. As abelhas de
língua longa da tribo Euglossini
conseguem acessar o néctar
localizado na base do tubo
floral, atuando como o principal
polinizador dessa planta.
Referências bibliográficas: 2,7
38. ARBUSTOS 74 ARBUSTOS 75
MOLEQUE-DURO
Boraginaceae
Varronia globosa Jacq.
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação chuvosa
Varronia globosa, conhecida arbustos em áreas próximas a
popularmente como moleque- meliponários. Essa espécie é ideal
duro, é uma espécie arbustiva. para a construção de jardins com
Suas inflorescências são compostas flora melífera.
por flores delicadas, brancas e
pequenas. O néctar floral atrai
espécies de abelhas nativas como,
por exemplo, a abelha sem ferrão
Trigona spinipes e as abelhas do
gênero Xylocopa (mamangavas-
de-toco). Outros insetos como
borboletas e besouros também
visitam suas flores.
Para fortalecer a criação de abelhas
nativas é importante manter esses
Referências bibliográficas: 4,7,10
39. ARBUSTOS 76 ARBUSTOS 77
BUQUÊ-DE-NOIVA
Boraginaceae
Varronia leucocephala (Moric.) J.S.Mill
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação chuvosa
Varronia leucocephala, conhecida melífera, sendo o seu cultivo
popularmente como buquê-de- fundamental para a conservação da
noiva, é uma espécie arbustiva. abelha Ceblurgus longipalpis.
Suas inflorescências são densas
e compostas por flores brancas,
grandes e muito vistosas. Suas
flores disponibilizam pólen e néctar
aos visitantes florais. A abelha
Ceblurgus longipalpis (família
Halictidae), uma espécie de abelha
solitária, é o principal polinizador
dessa planta.
A beleza de suas inflorescências
é uma característica importante
dessa espécie, a qual pode ser
utilizada em jardins de flora
Referências bibliográficas: 4,7,10,11
40. ARBUSTOS 78 ARBUSTOS 79
MUSSAMBÊ
Capparaceae
Tarenaya spinosa (Jacq.) Raf.
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pampa, Pantanal, Amazônia
Período de floração: estação chuvosa e seca
O mussambê é um subarbusto ornamentais podendo ser utilizada
perene que possui odor forte e em jardins de flora melífera com a
ocorre principalmente em áreas finalidade de fornecer néctar para
inundadas com solos arenosos. as abelhas.
As flores de mussambê apresentam
características relacionadas
à atração principalmente de
morcegos, tais como pétalas
pouco vistosas, abertura das flores
crepuscular e grande produção de
néctar. No entanto, muitas espécies
de abelhas nativas visitam suas
flores como, por exemplo, a abelha
jandaíra (Melipona subnitida) e
também as abelhas do gênero
Bombus (mamangavas-de-chão).
Essa planta possui características
Referências bibliográficas: 4,7,9,12
41. ARBUSTOS 80 ARBUSTOS 81
URTIGA
Euphorbiaceae
Cnidoscolus urens L. Arthur
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Cnidoscolus urens, conhecida abelhas. A urtiga pode ser utilizada
popularmente como urtiga, é como fonte alternativa de néctar
uma espécie arbustiva, perene e pelas abelhas nativas.
ocorre principalmente em áreas
abertas da caatinga. Essa planta é
revestida por pêlos urticantes cujo
contato com a pele pode provocar
queimaduras.
Suas flores são pequenas, tubulares
e brancas. O néctar é o principal
recurso coletado pelos visitantes
florais.
Por ser uma espécie adaptada a
ambientes abertos, é importante
manter esses arbustos em áreas em
áreas de conservação e criação de
Referências bibliográficas: 4,6,7,8,15
42. ARBUSTOS 82 ARBUSTOS 83
PALMA-DO-CAMPO
Fabaceae - Caesalpinioideae
Chamaecrista duckeana (P.Bezerra & Afr.Fern.) H.S.Irwin &
Barneby
Biomas de ocorrência: Caatinga
Período de floração: estação chuvosa
Chamaecrista duckeana, conhecida Melipona, as abelhas do gênero
popularmente como palma-do- Xylocopa (mamangavas-de-toco)
campo, é uma espécie subarbustiva e as abelhas do gênero Bombus
que pode atingir até 1 m de altura. (mamangavas-de-chão).
Suas flores são de tamanho Essa planta é muito importante
médio, amarelas com manchas para a manutenção e conservação
avermelhadas e possuem anteras das abelhas e pode ser utilizada em
poricidas. O pólen é único recurso jardins de flora melífera.
disponível para os visitantes
florais. Somente algumas
espécies de abelhas adaptadas
à realização de vibração coletam
pólen de anteras poricidas. Seus
principais visitantes florais são
as abelhas sem ferrão do gênero
Referênciasa bibliográficas: 7,14
43. ARBUSTOS 84 ARBUSTOS 85
MATAPASTO-CABELUDO
Fabaceae - Caesalpinioideae
Senna uniflora (Mill.) H.S.Irwin & Barneby
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Senna uniflora é uma espécie a abelha jandaíra (Melipona
subarbustiva, anual e muito comum subnitida).
em áreas abertas. Essa espécie é Muitas espécies consideradas
conhecida popularmente como plantas invasoras podem ser
matapasto-cabeludo, pois suas utilizadas em jardins com flora
inflorescências são revestidas por melífera, pois elas são fontes
tricomas longos. alternativas de recursos alimentares
Suas flores são pequenas, amarelas para as abelhas e além disso, são
e possuem anteras poricidas. Assim adaptadas a ambientes abertos.
como as demais espécies desse
gênero, o pólen é o único recurso
floral coletado apenas por espécies
de abelhas adaptadas à realização
de vibração, como por exemplo,
Referências bibliográficas: 7,9,14
44. ARBUSTOS 86 ARBUSTOS 87
MATAPASTO
Fabaceae - Caesalpinioideae
Senna obtusifolia (L.) H.S.Irwin & Barneby
Biomas de ocorrência: Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal,
Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Senna obtusifolia é uma espécie Bombus (mamangavas-de-chão)
subarbustiva, anual e frequente e as abelhas da família Halictidae.
em áreas abertas. Essa espécie é Essa planta é fonte de pólen para as
conhecida popularmente como abelhas nativas, principalmente no
matapasto ou matapasto-liso. Suas período das chuvas e na transição
flores são amarelas, de tamanho da estação chuvosa para a seca.
médio e possuem anteras poricidas. Para fortalecer a criação de abelhas
O pólen é o único recurso floral, nativas é importante manter esses
porém, produzido em grande arbustos em áreas de conservação
quantidade. Algumas espécies de e criação de abelhas.
abelhas nativas coletam o pólen
por meio de vibrações como,
por exemplo, a abelha jandaíra
(Melipona subnitida), as abelhas do
gênero Xylocopa (mamangavas-
de-toco) e as abelhas do gênero
Referências bibliográficas: 7,9,14,16
45. ARBUSTOS 88 ARBUSTOS 89
FEDEGOSO
Fabaceae - Caesalpinioideae
Senna occidentalis (L.) Link
Biomas de ocorrência: Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal,
Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Senna occidentalis é um subarbusto Devido à sua importância como
ou pequeno arbusto, anual e muito fonte de pólen para as abelhas
comum em áreas abertas. nativas é recomendado manter essa
O fedegoso também conhecido planta em áreas de conservação e
como manjerioba possui um odor criação de abelhas.
forte muito característico dessa
espécie.
Suas flores são amarelas, de
tamanho médio e possuem anteras
poricidas. O pólen é único recurso
floral oferecido aos visitantes. Assim
como as demais espécies desse
gênero, suas flores são visitadas
principalmente por abelhas que
coletam o pólen por meio de
vibrações.
Referências bibliográficas: 6,7,9,14,16
46. ARBUSTOS 90 ARBUSTOS 91
CANAFÍSTULA
Fabaceae - Caesalpinioideae
Senna trachypus (Benth.) H.S.Irwin & Barneby
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado
Período de floração: estação chuvosa
Senna trachypus, conhecida melífera, sendo o seu cultivo
popularmente como canafístula, fundamental para a manutenção e
é um arbusto perene e de porte conservação das abelhas nativas.
médio.
Suas inflorescências são formadas
por flores amarelas, grandes e com
anteras poricidas. Assim como as
demais espécies desse gênero, suas
flores são visitadas principalmente
por abelhas que coletam o pólen
por meio de vibrações.
A beleza de suas inflorescências
é uma característica importante
dessa espécie, a qual pode ser
utilizada em jardins de flora
Referências bibliográficas: 7,14
47. ARBUSTOS 92 ARBUSTOS 93
CALUMBI-MIÚDO
Fabaceae - Mimosoideae
Mimosa invisa Mart. ex Colla
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado
Período de floração: estação chuvosa
Mimosa invisa, conhecida
popularmente como calumbi-
miúdo, é uma espécie perene,
arbustiva e possui caule revestido
por muitos espinhos.
Suas inflorescências são formadas
por flores pequenas e de coloração
rosa. Suas flores produzem néctar
e pólen, os quais atraem muitas
espécies de abelhas nativas.
As flores de calumbi-miúdo
aumentam a oferta de recursos
para as abelhas e também para
outros insetos e essa planta deve
ser utilizada em jardins de flora
melífera.
Referências bibliográficas: 4,7,9,14
48. ARBUSTOS 94 ARBUSTOS 95
JURUBEBA
Solanaceae
Solanum paniculatum L.
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Solanum paniculatum, conhecido (mamangavas-de-chão) e do gênero
popularmente como jurubeba, é Melipona.
um arbusto perene e comumente Seus frutos são comercializados
encontrado em solos arenosos da em forma de conserva e também
caatinga. são empregados na medicina
Suas inflorescências são formadas caseira. Para fortalecer a criação de
por flores de cor roxa e com abelhas nativas é importante utilizar
anteras poricidas. Este tipo esses arbustos em jardins de flora
de antera necessita de abelhas melífera.
capazes de realizar vibrações,
promovendo a liberação dos
grãos de pólen contidos no seu
interior. Os principais polinizadores
são as abelhas da família Halictidae,
do gênero Xylocopa (mamangavas-
de-toco), do gênero Bombus
Referências bibliográficas: 1,4,7,9
49. ARBUSTOS 96 ARBUSTOS 97
BAMBURRAL
Lamiaceae
Hyptis suaveolens Poit.
Biomas de ocorrência: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pantanal, Amazônia
Período de floração: estação chuvosa
Hyptis suaveolens, conhecida
popularmente como bamburral,
é uma espécie subarbustiva,
anual e pode atingir até 1,3 m de
altura. Ocorre principalmente em
áreas abertas, formando grandes
manchas uniformes.
Suas flores são pequenas e com
coloração lilás. Muitas espécies
de insetos, e principalmente as
abelhas, visitam suas flores para
coletar néctar.
O bamburral pode ser utilizado
para aumentar a disponibilidade
de recursos alimentares utilizados
pelas abelhas.
Referências bibliográficas: 4,5,7,8,9,13