O documento discute o papel dos cristãos leigos na Igreja e na sociedade. Ele enfatiza que todos os cristãos são chamados a serem discípulos missionários, testemunhando a fé através de suas palavras e ações no mundo. Apesar de os modelos de organização eclesial poderem mudar, o amor deve permanecer central. O documento também discute os desafios de viver a fé em um mundo globalizado.
1. Cristãos Leigos e Leigas
na Igreja e na Sociedade
Sal daTerra e Luz do Mundo
(Mt 5, 13-14)
54ª Assembleia Geral – Aparecida
2.
3. • No dom de ser cristão, todos se tornam discípulos missionários.
• Na descoberta do viver com Ele, o cristão torna-se anunciador,
testemunha.
• Os modelos de organização eclesial podem mudar ao longo da história –
fica sempre a primazia do amor (1Cor 13)
• O cristão é um sujeito eclesial, ou seja, maduro na fé, testemunha o amor
à Igreja, serve aos irmãos, permanece na escuta da palavra, obediente a
inspiração do Espírito Santo. Deve ter coragem e ousadia para dar
testemunho de Cristo.
4. • Introdução
• Os pastores da Igreja agradecem aos cristãos leigos e leigas pelo testemunho de
fé, pelo amor e dedicação a Igreja e pelo entusiasmo com que se doam ao povo, às
comunidades, às suas famílias, às suas atividades profissionais, até ao sacrifício de
si.
• Nós, bispos, com toda a Igreja de Cristo, somos devedores a estes e estas, que
carregam a Igreja no coração e nos ombros e fazem acontecer o Reino com suas
mãos e seus pés.
• Os leigos vivem no mundo, em todas as profissões e trabalhos, nas condições
comuns de vida familiar e social. São chamados a viver segundo o Evangelho como
fermento de Santificação, sendo testemunha da fé, da esperança e do amor.
• Paulo VI lembra que o leigo, não é responsável pelo desenvolvimento da
comunidade eclesial, esse papel é especifico dos pastores. O leigo a chamado a
agir fora da igreja.
• Hoje temos um imenso número de leigos com um alto grau de sentido de
comunidade, uma grande fidelidade a caridade, a catequese, da celebração e da
fé.
5. Capítulo 1
O Cristão leigo, sujeito na Igreja e no mundo: Esperanças e
Angústias.
• “Se o sal perde seu sabor, com que se salgará?” (Mt 5,13)
Capítulo 2
Sujeito eclesial: Discípulos Missionários e Cidadãos do
Mundo.
• “Vós sois o sal daTerra”. “vós sois a Luz do mundo.” (Mt 5,13-14).
Capítulo 3
A açãoTransformadora na Igreja e no mundo.
• “E a massa toda fica fermentada.” (Mt 5,13-33)
6. Capítulo 1
Nos leva a um “passeio histórico” pela Teologia do
Laicato
(no mundo e na América Latina) nos últimos 50 anos!
Documentos do CELAM
Rio de Janeiro 1955
Medellín 1968
Puebla 1979
Santo Domingo 1992 2007
1965
7. • Sal da terra e luz do mundo(Mt 5, 13)
• Nem o sal, nem a luz , nem a Igreja vivem para si mesmo
• Missão iluminar, doar, dar sabor e se dissolver
• Eu sou a videira e vós os ramos (Jo 15,1-8)
• A vitalidade dos ramos depende de sua ligação com a videira – Jesus Cristo
• Daí a necessidade de pertença a uma comunidade de fé, para se alimentar
• Papa Francisco na EG pede aos leigos que saiam para o encontro com Cristo vivo e
com os irmãos.
• Na Carta de Diogneto – cristãos são a alma do mundo. Assim como a alma está no
corpo, assim os cristãos estão no mundo.
8. Avanços e Recuos
Avanços
• Conselho Nacional do Laicato do Brasil
• Conselhos diocesano do laicato
• Muitos leigos são teólogos, formadores, pregadores da palavra, etc.
• Grupos de reflexão bíblicos, escolas de teologia, as pastorais
• Muitos jovens estão criando consciência de serem missionários
• Temos a ação de muitos leigos com uma vida de espiritualidade, fazendo visita a
hospitais, as periferias
• Muitas dioceses contam com leigos na administração dos bens, do dízimo
• Muitos leigos competentes no mercado de trabalho, nas diferentes áreas levando
a mensagem de Cristo através de seus comportamentos
• Muitos leigos envolvidos na politica, com a intenção de fazer o bem ao próximo
• Hoje existe a mística da proximidade, a pedagogia do diálogo, superação de
estruturas ultrapassadas, vejam os tribunais eclesiásticos, existe a consciência de
quem toca no pobre, toca na carne de Jesus.
• A Igreja não tem medo de entrar na noite do povo.
9. Recuos
• Ainda é insuficiente o numero de leigos atuando nas estruturas do mundo e da
sociedade
• Muitos ainda valorizam o serviço somente no interior da Igreja, não assumindo a
missão para o mundo.
• Proliferação de grupos de elite, pretensão de dominar o espaços da igreja, fofocas,
criticas exageradas.
• É preciso muito discernimento a respeito da pratica de determinados exorcismos,
e promessas de cura, certos estilos de celebrações, especialmente na mídia.
• Existe muito clericalismos, ou seja, centralização nos padres.
• Persiste o amadorismo em relação à preparação e formação de lideranças,
discórdias, divisões, apego aos cargos, acumulo de responsabilidades.
• Desafio para superação do analfabetismo bíblico
• Existe dentro da Igreja o pelagianismo, ou seja, o homem não precisa de Deus para
sua salvação, cumprindo os ritos ele se salva por si mesmo, não necessita da graça
de Deus.
11. Rostos do laicato
• Casais que constituem a Igreja domestica, por meio da convivência e educação dos
filhos crescem na santidade familiar.
• Pais que acolhem a vida humana, desde a concepção, assumem com amor os
filhos com deficiência, dando testemunho do evangelho da vida.
• As crianças da catequese, crianças que são coroinhas, tornando a Igreja mais bela
e atraente e evangelizam seus familiares, amigos e outras crianças. Essas crianças
são o germe do laicato maduro.
• A participação das mulheres nas responsabilidades pastorais, porque o gênio
feminino é necessário em todas as expressões da vida vai social.
• Constata-se o crescimento da consagração de leigos para o bem da Igreja e da
sociedade.
• A Igreja se alegra com os cristãos leigos que atuam como coordenadores, lideres
nas pastorais e movimentos. Esse é um serviço do lava-pés, seguindo o Cristo Bom
Pastor, agindo em nome da Igreja em favor do povo. Liderar é um ato de amor à
Igreja, que convence e anima outro.
• Os vocacionados são filhos de Deus pelo batismo, e não devem compreender sua
vocação com honra, status ou vantagem pessoal, devem ser discernido pela Igreja.
• Missionários nas Igrejas irmãs que oferecem suas vidas para o crescimento do
Reino.
12. Lógica individualista de um mundo globalizado
Papa Francisco no dia mundial da paz em 1.1.16
• Precisamos vencer a indiferença com as obras de misericórdia para conquistar a
paz.
• Caim se mostrou indiferente em relação ao irmão. O bom samaritano, pelo
contrário, deixou-se comover, venceu a indiferença pela misericórdia
• Corremos o risco de perder a capacidade de chorar com quem chora, mas também
de nos alegrar com quem se alegra (Rm 12,15).
13. • O mundo globalizado além de “unificar a economia”, também inclui o homem com
seus anseios e desejos, tornando-o um voraz consumidor, tornando a vida
perversa e competitiva. Essa lógica se caracteriza por:
• Satisfação individual e indiferença pelo outro
• Supremacia do desejo em relação às necessidades
• Predomínio da aparência em relação à realidade
• Inclusão perversa, que gera uma falsa necessidade e desejo aos incluídos no mercado
• Falsa satisfação – bens efêmeros
Contradições do mundo globalizado
• Desenvolvimento x pobreza
• Confiança no mercado x crises constantes
• Enriquecimento de uns x degradação ambiental
• Bem estar de uns x exclusão da maioria
• Busca de riqueza x corrupção e tráfico
• Segregação dos grupos sociais privilegiado x segregação em bolsões de pobreza
• Redes sociais virtuais x indiferença real
14. Para viver na Igreja e viver a missão temos que aprender a distinguir
• Pluralidade, que respeita as diferenças do relativismo que se pauta pela
indiferença
• A secularidade que valoriza as conquistas humanas do secularismo que
considera Deus como intruso
• Benefícios da tecnologia da dependência de eletrônicos
• Uso das redes sociais como forma de relações mais amplas da comunicação
virtual isolada que dispensa a relação pessoal
• Consumo dos bens necessários da busca desordenada
• Uso do dinheiro para justa aquisição de bens da idolatria do dinheiro como
valor absoluto
• Autonomia, liberdade do isolamento individualista
• Valores e instituições tradicionais do tradicionalismo que se nega a dialogar com
o mundo.
• Vivência comunitária que possibilita a justa relação com o outro do
comunitarismo sectário que isola o grupo do mundo.
15. Tentações na missão
• Ideologização da mensagem evangélica – interpretar o evangelho fora da
bíblia
• Reducionismo socializante – reduzir a palavra de Deus a partir da ótica
puramente social. Tanto o liberalismo de mercado como o marxismo são
reducionistas.
• Ideologização psicológica – entende o encontro com Cristo como dinâmica do
autoconhecimento, não há a transcendência, não existe a missionariedade.
• Proposta gnóstica – A partir da razão, do conhecimento, confiam mais nos
raciocínios do que na graça
• Proposta pelagiana- procura a solução dos problemas sem recorrer a graça de
Deus, confia apenas na disciplina, na lei, no rigor.
• Clericalismo – o Padre centraliza tudo, assim o leigo assume o que é mais
cômodo para ele
• Comunitarismo Sectário – comunidade que se veem mais puras do que os que
estão de fora.
• Secularismo – é a negação da religiosidade, em prol de uma vida corrida com a
preocupação com o dinheiro, família o social
16. A necessária mudança de mentalidade e de estruturas
• A igreja não é ilha de perfeitos, viver e atuar no mundo globalizado implica mudança de mentalidade
e de estruturas
• A Igreja é chamada a ser comunidade de discípulos de Jesus, e deve-se aprofundar no
conhecimento, na vivencia do amor e acolhimento.
• Viver de modo que sejamos sinal de contradição a tudo o que não condiz com o plano de Deus
• Organização da comunidade permitindo a inserção de varias pessoas com dons e funções distintas
• Convidados a buscarmos os sinais do Reino no mundo e valorizá-los
• Viver como comunidade que pratica a fraternidade aos mais frágeis e necessitados.
• Devemos ser igreja em saída e acompanhar o irmão que ficou caído pelo caminho
• Bento XVI nos diz que o leigo não é um colaborador mas um corresponsável do ser
e agir da Igreja, sempre em comunhão cordial com bispos
• O testemunho da unidade em meio a diversidade deve tornar a igreja
resplandecente e fascinante
17. “Vós sois o sal da terra”.
“Vós sois a luz do mundo”
(Mt 5,13-14)
Capítulo 2
Sua presença na comida é discreta e eficaz!
Sujeito Eclesial: Discípulos Missionários e
Cidadãos do Mundo
SUJEITO ECLESIAL
DISCIPULOS MISSIONÁRIOS E CIDADÃOS DO MUNDO
18. • Somos sujeitos de nossas vidas pelas nossas palavras e ações
• No seguimento de Cristo, somos conscientes de nossa dignidade, livre de qualquer
escravidão e capaz de doar-nos ao serviço do Reino
Igreja povo de Deus peregrino e evangelizador
• Somos chamados de povo de Deus, e quando Deus chama alguém, tem sempre
em vista o serviço a todo um povo
• “antes não eram povo, agora porém, são povo de Deus, alcançaram misericórdia.
(1Pd, 2,10)
• A noção de Igreja como povo de Deus lembra que a salvação, embora pessoal, não
considera as pessoas de maneira individualista, mas com inter-relacionadas e
interdependentes.
• Deus vocaciona as pessoas e as santifica como comunidade, como povo de Deus.
• Papa Francisco: “ninguém se salva sozinho, isto é, nem como indivíduo isolado,
nem por suas próprias forças”
• A inter-relação e interdependência nos leva a valorizar o outro, o diferente.
• Ser povo de Deus é ser o fermento de Deus no meio da humanidade, é anunciar e
levar a salvação de Deus a este nosso mundo.
19. A Igreja, Corpo de Cristo na história
• Os cristãos são chamados a serem os olhos, os ouvidos, as mãos, a boca, o coração
de Cristo na Igreja e no mundo.
• O batismo nos incorpora a Cristo, ao sairmos das águas do batismos, todos nós
ouvimos a voz que um dia se fez ouvir nas águas do Jordão, “Tu és meu filho muito
amado” (Lc 3,22). Nos tornamos filhos de adoção e irmãos de Cristo.
• A crisma nos unge com o óleo do mesmo Espirito Santo, para sermos defensores e
difusores da fé.
• A Eucaristia une a todos nós na mesma fração do pão (1Cor 10,17)
• Os bispos do Brasil, tomaram por fazer da catequese um processo de inspiração
catecumenal. A iniciação àVida Cristã há de caracterizar toda a catequese, de
modo que todos os membros da Igreja e os que nela se inserem, ou a ela
retornem, encontrem Cristo Ressuscitado, façam verdadeira experiência do amor
de Deus e se tornem autênticos discípulos missionários do Evangelho de Cristo.
• Deus nos dota com um instinto da fé, o sensus fidei, que nos ajuda a discernir o
que vem realmente de Deus.
20. Perfil Mariano da Igreja
• Maria por sua fé e obediência à vontade de Deus e por sua constante meditação e
prática da Palavra, é a discípula mais perfeita do Senhor.
• O perfil mariano é para a Igreja, tão fundamental e característico, senão muito
mais, que o perfil apostólico e petrino
• Maria precede Pedro e os apóstolos, ela é figura da Igreja, na sua pessoa a Igreja já
atingiu a perfeição
• Em Maria, mulher leiga, santa, Mãe de Deus, os fiéis leigos encontram razões
teológicas para a compreensão de sua identidade e dignidade no povo de Deus.
Vocação Universal a Santidade
21. A maior parte dos batizados ainda não tomou plena consciência de sua pertença à
Igreja. Sentem-se católicos, mas não Igreja”(DSD,96)
O cristão leigo é verdadeiro sujeito na medida em que:
• cresce na consciência de sua dignidade de batizado,
• assume de maneira pessoal e livre as interpelações da sua fé,
• abre-se de maneira integrada às relações fundamentais (com Deus, com o mundo,
consigo mesmo e com os demais),
• contribui efetivamente na humanização do mundo, rumo a um futuro em que
Deus seja tudo em todos.
22. Entraves à vivência do cristão como sujeito na Igreja e no mundo do cristão como
sujeito na Igreja e no mundo
O cristão encontra alguns entraves para a vivência de sua fé de modo integral e
integrado. Eis algumas delas:
• Oposição entre a fé e a vida
• Oposição entre sagrado e profano
• Oposição entre a Igreja e o mundo
• Oposição entre identidade eclesial e ecumenismo
23. A AÇÃO TRANFORMADORA
NA IGREJA e NO MUNDO
E a massa toda fica fermentada (Mt 13,33)
“ Ide pelo mundo inteiro e anunciai a boa nova a toda criatura!” (Mc 16,15)
Capítulo 3
24. • Enviados por Cristo, em comunhão com os ministros ordenados e as pessoas da
vida consagrada, os cristãos leigos são fermento.
• O fermento quando misturado à massa, desaparece. No entanto a massa já não é
mais a mesma
• O Papa quer uma igreja de portas abertas:
• Mais forte no queriguima do que no legalismo
• Igreja da misericórdia mais do que da severidade
• Não crescer por proselitismo (catequese, apostolado), mas por atração
25. • Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de
Deus
• É necessário e educar o povo na leitura e na meditação da Palavra, do
contrário como vão anunciar uma mensagem cujo conteúdo e espírito não
conhecem profundamente.
• A oração e a contemplação são fundamentais na vida dos cristãos, é preciso
cultivar um espaço interior, onde se dedica um tempo à oração sincera, que
leva a saborear a amizade e a mensagem de Jesus.
• O discípulo missionário enfrentará realidades que contradizem o Reino de
Deus e deve gritar.
• Não nos roubem o entusiasmo missionário”
• “Não nos roubem a alegria da evangelização”
• “Não nos roubem a esperança”
• “Não deixemos que nos roubem a comunidade”
• “Não deixemos que nos roubem o Evangelho”
• “Não deixemos que nos roubem o ideal de amor fraterno”
26. Igreja pobre, para os pobres, com os pobres
• Na Evangelii Gaudim é dito, que existe um vínculo indissolúvel entre a fé e os
pobres. Não os deixemos jamais sozinhos” (EG, n. 48).
• Devemos praticar a cultura do encontro: “Isso implica não se fechar na
própria comunidade, na própria instituição paroquial ou diocesana, no grupo
de amigos, na própria religião, em si mesmo.” ( EG, n. 220)
Espiritualidade Encarnada
• Uma espiritualidade encarnada caracteriza-se pelo seguimento de Jesus, pela
vida no Espírito, pela comunhão fraterna e pela inserção no mundo.
27. Presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil
• Nos anos 70: Criação de organismo de articulação do Laicato, o então
Conselho Nacional dos Leigos (CNL), hoje Conselho Nacional do Laicato do
Brasil (CNLB).
• Hoje: A Igreja conta com uma gama variada de Associações de fiéis que
agregam leigos e clérigos, leigos(as) consagrados(as), cada qual com seu
carisma.
• Novas comunidades: “Todas as formas de Associação existem para edificação
da Igreja e para contribuir com a sua missão no mundo
28. Formação do laicato
• “Aqueles que ocupam funções de direção ou exercem especial
responsabilidade no povo de Deus – bispos, presbíteros, diáconos,
consagrados e lideranças leigas de um modo geral – são responsáveis pelo
processo formativo.”
• A formação do sujeito eclesial, para ser integral, precisa considerar as
dimensões humana e espiritual, teológica e pastoral, teórica e prática.
• É um caminho longo, requer itinerários diversificados, respeitando o processo
de cada indivíduo
• Requer acompanhamento do discípulo
• A espiritualidade tem que transformar a vida de cada discípulo