2. A propaganda é um cadáver que não sorri mais
Oliviero Toscani (Benetton)
já disse, há algumas
décadas, que a propaganda
é “um cadáver que nos
sorri”
Passados todos estes anos,
o cadáver já não sorri mais
Pesquisa da Penton Custom
Media mostra que a na era
das Redes Sociais, a
propaganda de massa
parece ser algo já
condenado
3. Crise de credibilidade
Já imaginou
isso em 2010?
Há como reverter a
crise de credibilidade da
propaganda?
4. O jeito é apelar
A decadência do modelo leva
muitas agências a radicalizarem a
mensagem, na esperança de serem
notadas. Agem como pregava o
velho anúncio de cigarros;
“Sopre a fumaça no rosto dela e
ela seguirá você a qualquer lugar”.
5. Como não fazer carreira
No outdoor de
entrada de uma
feira de
empregos na
Alemanha, a
“criatividade”
da propaganda
invade o
território do
nonsense e do
mau gosto
6. Lama e calcinha
No busdoor, uma
agência ignorou o
fato de que os
ônibus circulam
por ruas nem
sempre limpas, o
que levou à
ridicularização e
ao descrédito de
um produto
delicado
7. Sobre porcos e homens
A agência do SPA
Médico Del Mar
achou que seria
sensato mostrar
como se
transformam
porcos em
homens, ignorando
que a obesidade,
muitas vezes, não
é apenas questão
de dieta
8. Homem cartaz
A necessidade de
chamar a atenção
levou a agência da
marca de roupa
Abercrombie a
transformar um ser
humano em um
cartaz que fica
parado na porta da
loja o dia inteiro
9. A Fiat e o “ambiente”
Já a agência da FIAT
pensou que era uma
“ótima” ideia
transformar um
inocente urso panda,
ameaçado de extinção,
em um boneco de
testes apenas para
dizer que o carro tem
baixo impacto no
ambiente. A julgar pela
foto, o panda não
concorda com o baixo
impacto.
10. Sexo adolescente
A agência da
Siemens, no afã
de vender celular
para
adolescentes,
achou “legal” a
ideia de associar
o aparelho ao
“sucesso” na
cama,
especialmente
para as meninas
11. Roupa e sexo louco
E a agência da Forum, uma
marca de roupas, disfarçou
uma campanha apelativa
usando “elementos” de Jorge
Amado, como “Dona Flor e
Seus Dois Maridos”, dos quais
vemos apenas um
12. Micronóculos
Já a agência do Unibamco –
ambos extintos (o banco e a
agência), queria mostrar o
quanto o banco se
preocupa(va) com os clientes.
Mas para ilustrar
“microscópio”, usaram
“binóculos”, mostrando mesmo
que o negócio é olhar o cliente
bem de longe
13. Mamar cerveja?
E para as agências que
vendem cerveja, explorar a
mulher é a base de toda a
“criatividade”. Para estas
agências, o homem é um
“neandertal” e a mulher
“objeto”. E isso em pleno
Século 21
15. O grande teórico da propaganda
“A percepção e o raciocínio das pessoas são
limitados”
“Por isso, as mensagens devem ser simples e de
fácil repetição”
“Se a propaganda coincidir com a verdade,
melhor”
“Se não, o propagandista (publicitário) deve
Joseph Goebbels (1933), o
construir a sua própria verdade”
Ministro da Propaganda do
“A essência da propaganda não muda” Regime Nazista. Que
“Mudam apenas os meios que se tornam mais
produto ele vendeu a todo
abrangente” um país?
16. As teorias nazistas para a
manipulação das pessoas
por meio da propaganda
seguem em uso nos dias
de hoje. Até quando?
17. Vamos enterrá-la!
A propaganda de massa, que usa
conceitos idealizados pelo nazismo,
aproxima-se do fim
No entanto, antes de morrer ainda vai
provocar muitos males
Diga não à propaganda que vulgariza
a mulher, ridiculariza o homem,
explora a criança e enobrece políticos
corruptos
A propaganda é um cadáver e já não
sorri mais
18. Armando Levy
Mestre em Teoria e Pesquisa em
Comunicação pela ECA-USP
Autor dos livros “Propaganda, a arte
de gerar descrédito”, “O impacto da
comunicação em rede no trabalho” e
levy.armando@gmail.com
“Os abutres e a Varig”
Professor de Cultura, Comunicação e
Sustentabilidade nas Organizações da
Universidade Metodista e ECA-USP