2. PROJETO E PUBLICAÇÃO
EFASC - Escola Família Agrícola Santa Cruz do Sul
Rua Dom Antônio Reis, 308.
Linha Santa Cruz - Santa Cruz do Sul - RS.
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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EDITORAÇÃO
Exalt Design e Comunicação Ltda.
Rua Ernesto Alves, 571 - Sala 104
Santa Cruz do Sul/RS
CEP 96810-144
www.exalt.art.br
FOTOGRAFIAS
Fernando Mallmann
facebook.com/fmimagens
EFASC - Escola Família Agrícola Santa Cruz do Sul
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xxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxx
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PROJETO QUALIFICAÇÃO DE JOVENS DO CAMPO PARA
PRODUÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS VIA PEDAGOGIA
DA ALTERNÂNCIA, NO VALE DO RIO PARDO-RS
3
4. RESUMO 05
06
07
08
10
10
11
12
12
13
13
14
15
15
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18
22
23
41
44
46
24
25
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28
00
34
1. INTRODUÇÃO
2. IMPORTÂNCIA SOCIAL E ECONÔMICA PLANTAS MEDICINAIS
3. IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA
4. BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NO CULTIVO DE PLANTAS
MEDICINAIS, AROMÁTICAS E CONDIMENTARES
4.1 PREPARO DO SOLO
4.1.1 ADUBAÇÃO DO SOLO
4.2 PRODUÇÃO DE MUDAS
4.2.1 PRODUÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES
4.2.2 PRODUÇÃO DE MUDAS POR ESTACAS
4.2.3 DIVISÃO DE TOUCEIRAS
4.2.4 ESTOLÃO
4.3 PLANTIO
4.4 IRRIGAÇÃO
5. COLHEITA
6. SECAGEM
7. ARMAZENAGEM E TRANSPORTE
8. COMERCIALIZAÇÃO
9. RELATOS
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO PROJETO
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8.1 COMO ENTRAR NO MERCADO
LEGISLAÇÃO
8.2 POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
8.3 PROGRAMA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
RELATO DA EXECUÇÃO DO PROJETO E DIAGNÓSTICO
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
IMAGENS: Fernando Mallmann
4
5. RESUMO
O projeto qualificação de jovens do
campo para produção de plantas medicinais
via pedagogia da alternância, no Vale do Rio
Pardo-RS, surge da parceria entre a Faculdade
de Agronomia da UFRGS, e a Escola Família
Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC), com
o intuito de desenvolver ações de capacitação
de jovens do campo e suas famílias com
vista a viabilizar alternativas que venham
incrementar a diversificação das propriedades
rurais com foco na produção de plantas
medicinais, aromáticas e condimentares.
Atuando e promovendo o desenvolvimento da
cadeia produtiva das espécies medicinais na
região e, fortalecendo a inserção dos jovens
e suas famílias nesta cadeia. Foi desenvolvido
com os jovens estudantes da EFASC, de maio
de 2011 a novembro de 2012. Objetivou o
aprendizado teórico e a realização de práticas
alternativas de cultivo nas dependências
da escola e sua posterior utilização nas
propriedades rurais dos participantes do
projeto. As atividades do projeto foram
realizadas conjuntamente com a aplicação
da Pedagogia da Alternância, utilizada pela
EFASC. Esta metodologia de ensino prevê a
permanência semanal alternada dos jovens no
meio escolar e no meio sócio-familiar.Ao longo
do projeto foram realizadas varias atividades
teóricas e práticas, levando em consideração
os aspectos, econômicos, sociais e ambientais
no cultivo e beneficiamento das plantas
medicinais, aromáticas e condimentares, além
da realização de um diagnóstico sobre as
plantas utilizadas pelos estudantes do primeiro
ano da EFASC e suas famílias.
5
6. A utilização de plantas
com fins medicinais para
tratamento, cura e prevenção de
doenças, é uma das mais antigas
formas de prática medicinal da
humanidade (VEIGA JUNIOR
& PINTO, 2005). De acordo
com Ferreira (1998), plantas
medicinais podem ser definidas
como plantas que possuem
atividade biológica, com um
ou mais princípios ativos úteis
à saúde humana. Segundo
as Organizações Mundiais
da Saúde, 80% da população
mundial usam, principalmente,
a medicina tradicional (popular)
para suprir as necessidades de
assistência médica primária, no
Brasil pesquisas demonstram
que mais de 90% da população
já fez uso de alguma planta
medicinal.
Com isso essa publicação trará
informações importantes sobre o
uso de plantas medicinais. Em cada
capítulo, você terá dicas, orientações e
esclarecimentos importantes para fazer
o uso correto das Plantas Medicinais e
entenderá um pouco mais sobre técnicas
agrícolas para o seu cultivo, além do
relato do projeto.
INTRODUÇÃO
1
6
7. A natureza proporciona
ao homem uma infinidade de
plantas com valores medicinais.
E a flora brasileira é uma rica
fonte de ervas que podem
auxiliar no tratamento e
prevenção de vários males. Se
nossos ancestrais contavam
apenas com o conhecimento
popular, nós, hoje, dispomos
de pesquisas científicas que
comprovam as propriedades
medicinais de várias plantas,
atestando, em alguns casos, sua
eficiência (EMBRAPA, 2006).
A relação da humanidade
com as plantas medicinais
caminha junto com a história do
homem na terra (TESKE, 1997).
O homem sempre selecionou
espécies vegetais seja para sua
alimentação ou para cura e alívio
dos males (AMOROZO, 1996).
A utilização de plantas
com fins medicinais para
tratamento, cura e prevenção de
doenças, é uma das mais antigas
formas de prática medicinal da
IMPORTÂNCIA SOCIAL E ECONÔMICA
PLANTAS MEDICINAIS
2
humanidade (VEIGA JUNIOR
& PINTO, 2005). De acordo
com Ferreira (1998), plantas
medicinais podem ser definidas
como plantas que possuem
atividade biológica, com um ou
mais princípios ativos úteis à
saúde humana. Assim, o valor
medicinal dessas plantas, está
relacionado ao conteúdo e teor de
substâncias químicas presentes,
as quais exercem ação fisiológica
sobre o corpo humano.
A importância delas
para as populações dos
países em desenvolvimento
e desenvolvidos tem valores
diferenciados. Enquanto que nos
países em desenvolvimento, o
uso tradicional de plantas como
medicamento é secular, com uma
forte conotação sociocultural nas
diversas comunidades, nos países
desenvolvidos sua importância
está mais relacionada com a
busca de novos medicamentos e
princípios ativos pela indústria
farmacêutica para doenças e/ou
sintomas mais ocorrentes nestes
países (SHEFFER, 2008).
Além disso, a diversidade
vegetal está privilegiada nos
países em desenvolvimento,
particularmente os da região
neotropical. Nesses países, Brasil
incluso, a quantidade de espécies
medicinais é muito maior
que nos países subtropicais,
particularmente no hemisfério
norte. A título de exemplo,
somente a floresta amazônica
comporta cerca de 16% de toda
a flora mundial (SCHULTES;
RAFFAUF, 1990).
O uso dos recursos
vegetais está presente na cultura
popular que é transmitida de
geração a geração no decorrer
da existência humana. Este
conhecimento é encontrado,
principalmente, junto às
populações tradicionais. No
Brasil, os povos indígenas,
antes mesmo do descobrimento,
utilizavam espécies medicinais
na cura de variadas doenças
(KULCHETSCKI et al., 2006).
No Brasil, somente 20%
da população consome 63%
dos medicamentos disponíveis,
enquanto que o restante
encontra nos medicamentos de
origem natural, especialmente
nas plantas medicinais, a única
fonte de recursos terapêuticos
(DI STASI, 1996). Já, segundo
estimativa da Organização
Mundial da Saúde, 80% da
população mundial usam,
principalmente, as medicinas
tradicionais (populares) para
suprir as necessidades de
assistência médica primária.
Um fator importante
que deve ser divulgado é
a importância das plantas
medicinais, quem sabe assim
a humanidade se voltará mais
para a preservação ambiental.
Muitas plantas são destruídas
sem conhecer seu potencial
terapêutico e suas substâncias
que poderiam servir ao homem
(GIOMBELI).
7
8. A grande busca de espécies
vegetais para estudo faz crescer
a necessidade de reforçar
a importância da correta
identifcação botânica das
mesmas. Sabe-se que muitas
espécies apresentam substâncias
que provocam reações adversas
e poucos são os estudos
toxicológicos realizados com as
espécies comumente utilizadas
(TUROLLA; NASCIMENTO,
2006).
Tal afrmação é reforçada
pela difculdade encontrada
com o uso da nomenclatura
popular. Muitas vezes uma
mesma espécie recebe mais
de um nome popular de
acordo com a região em que é
IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA
encontrada. Outras vezes um
mesmo nome é utilizado para
espécies pertencentes a famílias
diferentes, com constituintes
químicos, atividades biológicas
e dadas toxicológicos distintas
ou até mesmo desconhecidas
(VERDAM, 2010).
Muitos são os casos de
intoxicação com plantas, pois
3
as semelhanças morfológicas
levam as pessoas ao consumo
de uma espécie acreditando ser
outra. No entanto, tal problema
deve ser evitado nos trabalhos
científcos e as informações
obtidas devem extrapolar
as portas das universidades
chegando à sociedade.
(VERDAM, 2010).
8
9. • Mesmo sendo naturais, as ervas e plantas e podem causar danos
à saúde;
• Compre suas mudas em estabelecimentos de confiança;
• Questione sobre o vegetal que está comprando;
• Sempre consulte o nome cientifico da planta para ter certeza de
que está utilizando o vegetal correto;
• Procure saber qual a parte da planta deve ser utilizada na receita;
• Pesquise sobre as contra-indicações da planta;
DICAS IMPORTANTES:
9
10. No preparo do solo, deve-se intervir
o mínimo possível, evitando grandes
revolvimentos ou exposições. Plantas de porte
arbustivo e arbóreo devem ser plantadas em
covas, onde serão adicionados os fertilizantes
orgânicos necessários.
Como medida ou prática de conservação
do solo, deixar faixas em curvas de nível com
vegetação nativa dentro da área da horta.
Segundo Sartório (2000) os canteiros,
covas, sulcos devem ser colocados respeitando o
traçado da rede de irrigação e os espaçamentos
devem ser indicados para cada cultura e devem
possuir no máximo um metro de largura e
o comprimento deve ser adequado ao seu
PREPARO DO SOLO
BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NO CULTIVO
DE PLANTAS MEDICINAIS, AROMÁTICAS E
CONDIMENTARES
4
4.1
manejo, deixando-se intervalos de 0,50 metros
entre os canteiros para circulação e devem ser
construídos de maneira a não empoçar água nos
caminhos. Já as covas devem possuir as seguintes
dimensões: 30x30x30 cm e adicionar composto
orgânico conforme orientação para cada cultura.
A matéria orgânica é de grande importância
na garantia da sustentabilidade do solo. Dessa
forma, a manutenção de restos culturais,
a introdução de compostos orgânicos, as
adubações verdes, o uso de vermicompostos, a
rotação de culturas e a utilização de coberturas
morta devem ser praticas constantes para
obtenção e a manutenção da boa fertilidade dos
solos.
10
11. A adubação visa
recuperar ou conservar
a fertilidade do solo,
contribuindo com o
desenvolvimento das
plantas medicinais. O adubo
pode ser aplicado de 15 a 20
dias antes do plantio para
evitar perda de nutrientes
do solo. Adicionar na linha,
na cova ou em cobertura,
incorporado ao solo. A
preferência será por uso de
adubos orgânicos obtidos
da decomposição de restos
de plantas ou de esterco
de bovinos, galinhas e
minhocas. De acordo com
Azevedo e Moura (2010),
os mais utilizados são:
ADUBAÇÃO DO SOLO4.1.1
RESTOS DE CULTURA
- fornecem matéria orgânica ao solo, contribuindo para melhorar sua
fertilidade. Podem ser incorporados ou mantidos como cobertura
morta.
ESTERCO DE ANIMAIS
- dejetos sólidos e líquidos de aves, bovinos e suínos que, depois de
curtidos, são utilizados como adubo. Em geral, o esterco de ave é
mais rico em nutrientes.
HÚMUS DE MINHOCA
- devido à facilidade de produção nas propriedades, é uma alternativa
de enriquecimento do esterco. É um adubo orgânico muito rico em
nutrientes.
Com exceção da adubação verde, as demais formas de adubação
podem ser realizadas em torno de 15 a 20 dias antes do plantio para
evitar perdas de nutrientes no solo. Adicionar na linha, na cova ou
em cobertura, incorporado ao solo, dependendo do tipo de preparo
do solo e da planta medicinal a ser cultivada.
ADUBAÇÃO VERDE - são vegetais que, plantados no local da
cultura, têm sua massa verde incorporada ao solo, melhorando suas
condições nutricionais. A planta que servir de adubo verde não deve
competir com a espécie plantada, por isso deve ser plantada nas
entressafras, portanto deve-se estar atento ao ciclo de cada planta
que servirá de adubo verde. A incorporação do adubo verde deve ser
feita, de preferência, quando a planta estiver com floração.
COMPOSTO ORGÂNICO OU COMPOSTAGEM
- é o processo de transformação dos resíduos através de
microrganismos. Obtido a partir de lixo (resto de alimentos, restos
de culturas e dejetos de animais, entre outros) que é depositado numa
pilha ou leira que deve ser molhada uma vez por semana para manter
a umidade e acelerar a decomposição.
11
12. A semeadura pode ser
feita diretamente em canteiros
(sementeiras), adubados de
acordo com a recomendação de
adubação, mas o ideal é que a
semeadura seja feita diretamente
em recipientes, tais como:
bandejas (plástico ou isopor),
copos, sacos plásticos ou tubetes,
utilizando substrato orgânico
para encher os recipientes.
Proceder à semeadura, colocando
Na produção de mudas por
sementes, estacas, divisão de
touceiras, estolões, a atividade
inicial deve se desenvolver um
ambiente protegido, estufas
PRODUÇÃO DE MUDAS
POR SEMENTES
PRODUÇÃO
DE MUDAS
4.2.1
4.2
duas a três sementes por célula
ou recipiente. Após a semeadura,
irrigar os canteiros/recipientes,
procurando manter o substrato
sempre com boa umidade e
sem encharcamentos durante o
desenvolvimento das mudas.
Depois da emergência das
sementes, 5 a 10 dias após a
semeadura, quando as mudas
estiverem com as primeiras
folhas definitivas/verdadeiras,
ou casas de sombra. Quando
as mudinhas já estiverem
definidas, devem, então, serem
conduzidas ao local de plantio.
deve-se fazer um desbaste,
retirando as plantas mais fracas
e deixando uma muda a cada 5
cm (em caso de sementeiras) ou
uma muda por célula/recipiente.
As mudas estarão prontas
para plantio, quando possuírem
de quatro a oito folhas definitivas.
Exemplo de mudas
produzidas por sementes:
camomila, bardana, calêndula,
capuchinha, alcachofra, sálvia,
melissa, entre outras.
12
13. Este processo é simples e
consiste em dividir a planta-
mãe, formando várias mudas.
Em primeiro lugar a planta-
mãe é arrancada com torrão;
DIVISÃO DE TOUCEIRAS4.2.3
As estacas são pedaços de
caule que devem conter pelo
menos duas gemas e o tamanho
varia de 10 a 20 cm, dependendo
da espécie.
Para algumas espécies, como
alecrim, manjericão, orégano e
manjerona, estacas de brotos
mais novos enraízam mais
facilmente.
Para facilitar o enraizamento,
podem-se tratar as estacas
com biofertilizante líquido
puro, mas não é obrigatório o
seu uso. Após o preparo das
estacas, deve-se colocá-las
para enraizar em recipientes,
PRODUÇÃO DE MUDAS POR ESTACAS4.2.2
contendo substrato orgânico. A
estaca deve ser enterrada cerca
de 2/3 do seu comprimento e
a extremidade a ser enterrada
é aquela que estava voltada
em seguida, as mudas são
desmembradas, deixando-se de
uma a duas mudas para formar
uma touceira. As mudas podem
ser plantadas em local definitivo
ou em recipientes.
Exemplo: capim cidreira,
capim citronela, cebolinha, entre
outras.
para a raiz da planta. Quando as
mudas estiverem prontas, devem
ser transplantadas para vasos
maiores ou no canteiro.
Exemplos de espécies que se
propagam por estacas: guaco,
boldo, erva cidreira, alecrim,
sálvia, orégano, entre outras.
13
14. Estolões são partes do caule rastejante de
certas plantas que enraízam e soltam ramos
nos nós. Para se obter as mudas, basta arrancar
a planta e cortar pedaços de estolões de mais
ou menos 10 cm de caule com raiz, com pelo
menos um nó em cada pedaço. Eles podem ser
plantados diretamente no local definitivo ou
em recipientes, enterrando-se metade de seu
comprimento.
Exemplos de plantas que se reproduzem por
estolões: hortelã, poejo, hera terrestre, melissa,
entre outras.
ESTOLÃO4.2.4
14
15. A água é essencial para o
desenvolvimento das plantas,
principalmente daquelas que
possuem crescimento rápido,
grande quantidade de massa
verde e estão próximas umas
das outras. Mesmo em pequenos
plantios a irrigação torna-
se um dos fatores que pode
determinar o fracasso de uma
produção. Tanto o excesso
quanto a escassez poderão trazer
prejuízos.
A irrigação deve ser aplicada
de acordo com as necessidades
de cada espécie em relação
à quantidade e o sistema de
irrigação e de acordo com as
características do solo. Por
exemplo, camomila deve ser
irrigada por aspersores, pois
a irrigação por meio de pivô
central arranca as plantas.
Sugerem-se outros sistemas de
irrigação: por gotejamento e por
gravidade.
Como dica pode-se dizer
que plantas murchas por volta
das 14 horas podem indicar
falta de água. Irrigue no final da
tarde para repor as necessidades
de água. As regas podem ser
feitas com regador, mangueira
ou aspersores. Caso haja
necessidade de economizar água
e regar uma vez por dia, siga as
seguintes dicas:
As espécies serão plantadas
conforme sua utilização, podendo
ser plantadas em camalhões,
quando forem utilizadas suas
raízes ou tubérculos, como é
o caso de gengibre, bardana,
etc.; em sulcos ou covas como
o caso de alcachofra, alecrim,
aveia, boldo, manjericão, etc.; ou
em canteiros, como é o caso da
maioria das plantas medicinais
herbáceas de pequeno porte.
Os canteiros devem ter no
máximo um metro de largura,
20 cm de altura e comprimento
variável, de acordo com a
necessidade do local. No plantio
em camalhões, sulcos, covas
ou canteiros deve-se aplicar
anteriormente a adubação
necessária, de acordo com
recomendação com base na
análise de solo.
IRRIGAÇÃO
PLANTIO
4.4
4.3
• FOLHASDEPLANTASMAISSENSÍVEISQUANDO
MURCHAS OU CAÍDAS INDICAM NECESSIDADE
DE ÁGUA;
• NÃO IRRIGUE POR ASPERSÃO ESPÉCIES
SENSÍVEIS AO ATAQUE DE DOENÇAS, POIS
A UMIDADE QUE IRÁ OCORRER EM TODA A
PLANTA ESTIMULARÁ A PROLIFERAÇÃO DE
FUNGOS E BACTÉRIAS;
• UTILIZE COBERTURA MORTA COM PALHA
DE ARROZ, SERRAGEM, ETC. PARA DIMINUIR A
EVAPORAÇÃO DE ÁGUA;
15
16. A colheita de cada
planta medicinal deve ser
realizada quando houver,
preferencialmente, a
maior produção conjunta
de biomassa e princípio
ativo de acordo com a
característica da espécie
e da parte de interesse
da planta (Marchese et
al.,2005).
Existem algumas
regras gerais que indicam
a melhor época em função
da parte da planta:
a) raízes, rizomas,
tubérculos e bulbos devem
ser colhidos durante o
inverno, após o período de
máximo acúmulo, quando
entram em repouso;
b) cascas devem ser
colhidas nas estações de
maior umidade, quando
a retirada das mesmas é
facilitada, reduzindo riscos
de danos permanentes as
plantas;
c) folhas em geral
são colhidas no início
da floração. Algumas
espécies permitem vários
cortes. Colheitas no final
do período seco permitem
COLHEITA
5
uma boa regeneração
durante o período chuvoso;
d) flores e sumidades
floridas devem ser colhidas
antes da formação das
sementes, porém deve estar
completamente abertas, o
que facilita a secagem;
e) frutos devem ser
colhidos pouco antes da
maturação.
Conforme o tipo dos
princípios ativos há uma
variação durante o dia no
seu teor. Por exemplo: o
teor de alcalóides e óleos
essenciais é maior no
período da manhã, já o teor
de glicosídeos é maior no
período da tarde (Reis &
Mariot, 2000).
A colheita deve
ser feita com tempo
seco e após a seca do
orvalho. Também não
se recomenda a colheita
logo após um período
de chuvas prolongadas,
pois o teor de princípios
ativos pode diminuir
em função do aumento
do teor de umidade da
planta. Além disso, esse
aumento de umidade
16
17. dificultará a secagem e
aumentará a possibilidade
de aparecimento de fungos
no produto.
É importante evitar
a coleta de material que
terá de ser eliminados
mais tarde, como ramos
do meio das flores
de camomila, plantas
indesejáveis (invasoras)
e plantas tóxicas. Partes
de planta danificadas ou
deterioradas também
devem ser eliminadas
prontamente.
Nas espécies que são
colhidas mais de uma vez,
deve-se cuidar para não
provocar ferimentos nas
plantas, pois isto prejudica
futuras colheitas. O corte
deve ser feito em bisel.
Por exemplo, a sálvia, a
carqueja e o capim-limão
não devem ser cortados
rentes ao solo. Deve-
se observar o ponto de
crescimento da espécie. No
caso da carqueja, o corte
deve ser 10cm acima do
solo. Para o capim-limão,
este ponto situa-se cerca
de 25 cm acima do solo.
A sálvia deve ser colhida
a partir do primeiro nó
dos ramos secundários
(não mais do que 1/3 da
planta). Do alecrim deve-
se colher somente metade
do número de ramos.
Estes cuidados favorecem
uma rebrota mais fácil,
permitindo um acúmulo
maior de biomassa e
princípios ativos em
intervalos menores.
Durante a colheita,
devem-se usar ferramentas
apropriadas para cada tipo
de planta. As ferramentas
usadas na colheita (tesoura
de poda, gadanha e outras)
devem ser bem limpas
após cada colheita para
evitar que resíduos de uma
planta se misturem com
outra, comprometendo a
qualidade. O mesmo se
aplica às outras máquinas
e equipamentos utilizados.
Depois de
colhido, o material
deverá ser transportado
rapidamente para o local
de beneficiamento, e nesse
processo, o material deverá
ser protegido do sol, para
evitar fermentação e
degradação.
17
18. A secagem tem por finalidade
reduzir a ação das enzimas
pela desidratação, permitindo a
conservação das plantas por mais
tempo. Além disso, a eliminação
da água aumenta o percentual de
princípios ativos em relação ao
peso.
A secagem deve ser realizada
corretamente para preservar
as características de cor, aroma
e sabor do material colhido e
deve ser iniciada o mais rápido
possível. A secagem deve ser
realizada até que a planta atinja
8% a 12% de água, conforme a
SECAGEM6
espécie e a parte da planta. Com
essa umidade, a maior parte das
espécies pode ser armazenada
por um bom período sem que
ocorra deterioração. Não se deve
esquecer que várias espécies
reabsorvem umidade do ar. Isso
deve ser levado em consideração
na definição do método de
embalagem e armazenagem.
O processo de secagem deve
iniciar no mesmo dia da colheita.
O local deve ser bem ventilado e
protegido da poeira e de insetos
ou outros animais. Deve ser
feita em galpões próprios para
essa finalidade, à temperatura
ambiente ou com ar aquecido. O
tempo de secagem depende do
fluxo de ar, da temperatura e da
umidade relativa do ar. Quanto
maior a temperatura e maior o
fluxo de ar, tanto mais rápida é
a secagem. A temperatura de
secagem é determinada pela
sensibilidade dos princípios
ativos da planta; portanto, para
cada espécie, há uma temperatura
ideal de secagem.
18
22. O local de armazenamento
deve ser seco, ventilado,
protegido da luz, de insetos e
de roedores (Furlan, 1998). As
embalagens devem permanecer
levantadas do chão em estantes.
Recomendam-se os seguintes
critérios para a estocagem dos
produtos: prédios com pisos
de fácil limpeza; embalagens
mantidas sobre estrados; manter
distância suficiente das paredes;
ARMAZENAGEM E TRANSPORTE
manter separação física entre
os produtos diferentes para
se evitar uma contaminação
cruzada
Cada planta deve ser
armazenada em embalagem
própria, devidamente
identificada com o nome da
espécie, parte colhida, data
da colheita e do término da
secagem, e nome do produtor.
O transporte de plantas secas
7
deve ser feito preferencialmente
em veículos com carroceria
fechada, mas bem arejada.
Caso isto não seja possível,
é importante garantir que,
durante o transporte, o produto
esteja abrigado da luz e de poeira
e em ambiente seco.
O armazenamento e
transporte de óleo essencial
deve estar em conformidade
com os padrões apropriados de
armazenamento de produtos
químicos. Deve-se consultar a
legislação específica.
Todo produto transportado
para comercialização deve estar
acompanhado da documentação
pertinente, como nota fiscal
ou do produtor; e, se for o
caso, licença ambiental e laudo
fitossanitário.
22
23. O mercado e a comercialização
de Plantas Medicinais apresentam
peculiaridades que exigem um
conhecimento detalhado para
que se possa ser bem-sucedido
na comercialização da produção
e cada produtor deve buscar os
dados específicos de mercado e
comercialização referentes às
espécies que ele escolheu para
cultivar, mas a organização em
cooperativas e associações, na
maioria das vezes potencializa
melhores rendas aos produtores.
Dados do Departamento de
Operações de Comércio Exterior
(Decex) referentes ao comércio
COMERCIALIZAÇÃO
8
internacional do Brasil confirmam
o crescimento do mercado.
No período de 1990 a 2000, o
crescimento da exportação de
Plantas Medicinais foi de 159%
e de especiarias foi de 65%; nas
importações, o crescimento foi de
148% para Plantas Medicinais e
de 97% para especiarias. Dentre
as especiarias, a pimenta, o
gengibre e o cravo-da-índia
foram responsáveis por 99% das
exportações do Brasil no período
de 1996 a 2001. O cominho, anis
e canela foram responsáveis por
cerca de 75% das importações no
mesmo período.
23
24. O mercado para Plantas
Medicinais é bastante restrito,
embora crescente; portanto
o primeiro passo é localizar
os compradores potenciais
do produto. São ervanários,
farmácias de manipulação e
laboratórios fitoterápicos, bem
como atacadistas de Plantas
Medicinais. Porém, outros
compradores não podem ser
esquecidos, tais como: programas
de fitoterapia de prefeituras
COMO ENTRAR NO MERCADO8.1
municipais e pastorais da saúde e
da criança, indústrias de extração
de óleo, indústrias de cosméticos
e perfumaria, indústrias de
alimentos e bebidas, indústrias
de produtos de limpeza, lojas de
produtos naturais e artesanais,
restaurantes, feiras e outros.
Com base em levantamentos de
interesse de mercado, deve ser
feita a seleção das espécies mais
adaptadas à região de produção.
24
25. LEGISLAÇÃO
É imprescindível àqueles que pretendem
participardomercadodePlantasMedicinaisque
conheçam e cumpram a legislação pertinente.
A organização e sistematização da legislação
relativa à coleta produção e comercialização
têm sido objeto de constantes levantamentos
e debates, pois as Plantas Medicinais são
pouco contempladas diretamente e a legislação
específica é parcial, pouco divulgada e com
interpretações da legislação variantes conforme
a região.
Além dos aspectos legais referentes à
legislação trabalhista e legislação tributária,
há mais duas áreas que devem ser observadas:
a legislação ambiental, que trata da coleta,
comércio e industrialização de espécies nativas
e do manejo sustentado de espécies em seu
ambiente natural; e a legislação sanitária,
que regulamenta a comercialização das
plantas no varejo e na forma de alimento ou
medicamentações. Estas leis devem ser obtidas,
respectivamente, junto aos órgãos ambientais
de cada estado e junto às Secretarias de Saúde
nos Serviços de Vigilância Sanitária.
Pode-se consultar também o site da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o
do IBAMA e outros que tratam de legislação.
Para importação e exportação é necessário
consultar ainda o Banco do Brasil e o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
25
26. O governo federal
aprovou a Política Nacional
de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos, por meio do
Decreto nº 5.813, de 22 de
junho de 2006, a qual se
constitui em parte essencial
das políticas públicas de
saúde, meio ambiente,
desenvolvimento econômico
e social como um dos
elementos fundamentais
de transversalidade na
implementação de ações
capazes de promover
melhorias na qualidade de
vida da população brasileira.
Assim como as demais
políticas públicas, a Política
POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS
E FITOTERÁPICOS
8.2
Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos
– PNPMF configura
decisões de caráter geral
que apontam rumos e linhas
estratégicas de atuação
governamental, reduzindo
os efeitos da descontinuidade
administrativa e
potencializando os recursos
disponíveis ao tornarem
públicas, expressas e
acessíveis à população e aos
formadores de opinião, as
intenções do Governo no
planejamento de programas,
projetos e atividades
(BRASIL, 2006).
26
28. Ao longo do projeto
foram realizadas varias
atividades, primeiramente foi
discutida com os estudantes
a importância das plantas
medicinais, aromáticas e
condimentares, levando em
consideração os aspectos,
econômicos, sociais e ambientais.
Também foi construído e
encaminhado junto aos mesmos
um questionário semelhante ao
utilizado por Cruz-Silva et al.,
(2009) referente à realização de
um diagnóstico sobre as plantas
utilizadas pelos alunos do
primeiro ano da EFASC e suas
famílias. Além do questionário,
como atividade de retorno , os
estudantes ficaram de trazer
esse levantamento in vivo
para realização da secagem e
classificação botânica. Após
essa discussão, foi trabalhada
a secagem de plantas e a
construção de herbários, ficando
RELATO DA EXECUÇÃO DO PROJETO
E DIAGNÓSTICO
como atividade de retorno
para os mesmos, a construção
de herbários com as plantas
utilizadas pelas famílias.
Após o encaminhamento
do herbário, foi tratado em
sala de aula o boas práticas de
cultivo das plantas medicinais,
aromáticas e condimentares,
discutindo aspectos como:
propagação, implantação das
áreas de cultivo, solo, nutrição
das plantas e exigências das
principais plantas medicinais,
aromáticas e condimentares.
Sempre após serem
tratadas e debatidas as atividades
em sala de aula, os estudantes
se deslocavam até a área
experimental da escola, onde
era realizado demonstrações
dos fatores de cultivo junto
aos mesmos, proporcionando a
construção do aprendizado entre
teoria e prática .
8.3
28
34. Planta herbácea, perene ereta ou de
ramos decumbentes, ocorre na Região Sul
e Sudeste. Multiplica-se exclusivamente
por sementes. É utilizada para tratamentos
gástricos, epilepsia e cólicas. Também
é empregada como anti-inflamatório,
analgésico, para diarreia e disenteria
(LORENZI 2002).
Utilizações citadas nas pesquisas:
Dores estomacais, Diarreia, dor de cabeça,
problemas digestivos, dores abdominais
(Mentha x Villosa.). Erva perene,
ereta 30 a 40cm de altura, originária do
cruzamento entre Mentha spicata x M.
suaveolens, é cultivada em vários países
inclusive no Brasil. Possui folhas ovais,
curtamente pecioladas, com aroma forte e
bem característico, as flores ficam dispostas
em espigas curtas terminais. É utilizada
tanto para fins medicinais, aromáticos
econdimentares. Possui ação espasmolítica,
antivomitiva, carminativa e estomáquicas e
antisséptica.
Utilizações citadas nas pesquisas: Febre,
dor de cabeça, calmante, cólicas, diarreia,
expectorante,
Erva cespitosa quase acaule, com folhas
longas, estreitas e aromáticas. Originária do
velho mundo, cultivada em todo Brasil tanto
parafinsindustriais,comoemhortascaseiras
para uso em medicina tradicional. Utilizada
na forma de chá de aroma e sabor agradável,
com ação calmante e espalmolítica. Contem
óleo essencial (Citral) que tem atividade
antimicrobiana(LORENZI 2002).
Utilizações citadas nas pesquisas: Dores
de Cabeça, resfriado, febre,
HortelãMacela Capim Cidró
(Achyrocline satureoides) (Mentha pulegium L.) (Cymbopogon citratus)
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
0.0
Sobre as plantas medicinais, aromáticas e condimentares,
nas atividades de retorno, os estudantes trouxeram exemplares
das plantas medicinais, aromáticas e condimentares cultivadas e
utilizadas pelas famílias, o que acabou sendo notada a utilização pelas
famílias de mais de 65 plantas diferentes, das quais as mais comuns
em ordem decrescentes foram: Marcela (Achyrocline satureoides),
Hortelã (Mentha pulegium L.), Capim cidró (Cymbopogon citratus),
Melissa (Melissa officinalis L.) Camomila (Chamomilla recutita),
Salsa (Petroselinum crispum) Poejo (Mentha peperita) Laranjeira
(Citrus sinensis) Babosa (Aloe vera) cebolinha (Allium fistulosum,
L.).
34
35. Planta herbácea perene, aromática,
ramificada desde a base, ereta ou de
ramos ascendentes, de 30-60 cm de
altura. Originária da Europa, cultivada
basicamente em todo Brasil há mais de um
século. Possui folhas membranáceas rugosas
de 3-6 cm de comprimento. Flores de cor
creme, dispostas em racemos axilares,
produzidas apenas na região sul. Multiplica-
se por estacas e sementes. Utilizada nas
regiões temperadas como aromatizante de
alimentos, e para fins medicinais. Utiliza-
se as folhas e inflorescência em forma de
chá (infusão), como calmante nos casos
de ansiedade e insônia e também como
medicamento dispepsia, gripes, bronquites
crônicas, enxaquecas e dores de origem
reumáticas.
Utilizações citadas nas pesquisas: Folhas
utilizadas como calmante, tranquilizante,
dores de garganta (amindalite)
Erva anual ou bienal, ereta, periniforme,
fortemente aromática, levemente
entouceirada, de 15-30 cm de altura. Possui
folhas compostas pinadas, de forma variada
dependo da cultivar ou variedade, de 3-10
cm de comprimento. Flores pequenas de
coloração amarelo esverdeada, reunidas
em umbela. É uma erva condimentar
utilizada na culinária de todo o mundo. É
amplamente empregada na medicina de
todo mundo a qual é utilizadas todas as
partes. É empregada em casos de bronquite,
asma brônquica. Suas raízes e sementes
são indicadas para uso interno nos casos
de problemas menstruais, cistite, edemas,
pedras nos rins, prostatite, cólicas, anemias,
indigestão, anorexia, artrites e reumatismo
(LORENZI 2002).
Utilizações citadas nas pesquisas:
Utilizada como condimento, Raiz Utilizada
para infecções na bexiga.
(Mentha pulegium L.). Erva prostada
perene, graminóide, com cerca de 10
cm de altura, com folhas aromáticas, de
margens inteiras e limbo pontilhado de
grandulas translucidas com menos de 1 cm
de comprimento. Flores de corola violeta,
reunidas em fascículos nas axilas das folhas.
Possui indicações de uso para tratamento
de bronquite asmática, coqueluche,
leocorreia e dismecorreia. Seu óleo essência
é considerado como antimicrobiano,
inseticida e repelente de cães e gatos.
Utilizações citadas nas pesquisas:
Infecção respiratória, resfriados, cólicas,
gripes,
Melissa Salsa Poejo
(Melissa officinalis L.) (Petroselinum crispum) (Mentha peperita)
35
36. A Laranjeira, é uma planta arbórea,
com um porte médio, em que sua altura
pode alcançar até os 8 metros. O seu tronco
tem uma casca castanho acinzentada e sua
copa é densa, de forma arredondada. As
suas folhas são simples, de textura firme
e bordos arredondados, com um aroma
muito característico quando maceradas. As
suas flores são pequenas e de cor branca,
são muito aromáticas com um perfume
muito doce e atrativo para as abelhas, que
faz com que a planta seja normalmente
muito produtiva. Propriedades medicinais:
analgésica, anti-helmíntica, anti-
hemorrágica, anti-reumática, antitérmica,
Planta herbácea, anual, aromática, de até
um metro de altura com folhas pinatissectas.
Flores reunidas em capítulos compactos,
agrupados em corimbos, com as flores
centrais amarelas e as marginais de lingulada.
É uma das plantas mais antigas utilizadas na
tanto medicina tanto na cientifica como na
popular, na forma de infuso ou decocto, como
tônico amargo, digestivo, sedativo, para
facilitar na eliminação de gases, combater
cólicas e estimular o apetite.
Utilizações citadas nas pesquisas: Dor de
cabeça, diarreia, inflamações, calmante,
Babosa (Foto): (Aloe vera): Planta
herbácea, suculenta de até 1 m de altura.
Possui folhas grossas e carnosas, dispostas
em rosetas e presas a um caule muito curto,
que quando cortadas deixam escoar um suco
viscoso, amarelo e muito amargo. É indicada
para uso externo, como cicatrizante em
queimaduraseferimentossuperficiaisdapele,
Laranjeira
Camomila
(Citrus sinensis)
(Chamomilla recutita)
aperiente, calmante do sistema nervoso,
ciática, depurativa, digestiva, diurética,
estimulante, laxante, regulador intestinal,
sudorífera, tônica.
Indicações: epilepsia, estômago,
combater a falta de vitamina C; contração
muscular, desintoxicar o organismo, dores
ciáticas, epilepsia, intestinos, moléstia
nervosa, nefrite; prevenir gripes, resfriados
e anemia; reumatismo, restaurar o fluxo
menstrual. Parte utilizada: folhas, frutos,
óleo essencial.
Utilizações citadas nas pesquisas:
Resfriado, calmante, digestiva (folhas), dor
de cabeça,
pela aplicação local do sumo fresco. O sumo
mucilaginoso possui atividades fortemente
cicatrizante devido a polissacarídeos e uma
boa ação antimicrobiana sobre bactérias e
fungos, resultante do complexo fitoterápico
formado pelo aloeferon e as antraquinonas.
A planta também é bastante utilizada na
cosmética para o tratamento capilar.
Utilizações citadas nas pesquisas:
Cicatrizante de queimaduras, picadas de
insetos(Uso externo).
Estas foram citadas pelo maior número
de famílias conforme (Figura 1). Ao trazer
essas plantas, através de uma colocação
em comum , os estudantes falaram cada
um de seu diagnóstico trazido, relatando
a importância da conversa com as famílias
relacionada ao resgate do uso das plantas.
Além disso, o processo proporcionou troca
de mudas de espécies cultivadas entre os
estudantes.
36
38. Figura 1: PRINCIPAIS PLANTAS MEDICINAIS AROMÁTICAS E CONDIMENTARES UTILIZADAS
PELAS FAMÍLIAS DOS ESTUDANTES DE 1° ANO DA EFASC.
Na pesquisa encaminhada junto aos estudantes, foi observado que das cinquenta famílias entrevistadas apenas
uma não faz o uso das plantas para fins medicinais, conforme (Figura 2).
Figura 2: PERCENTUAL DE UTILIZAÇÃO DE PLANTAS PARA FINS MEDICINAIS AROMÁTICOS
OU CONDIMENTARES DAS FAMÍLIAS ENTREVISTADAS.
Relacionado à frequência de uso, notou-se que a grande maioria dos entrevistados só utiliza as plantas quando
necessário, ou seja, quando surge algum sintoma no caso das utilizadas para fins medicinais, conforme pode ser
observado na (Figura 3).
Figura 1
Figura 2
38
39. Figura 3: FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DAS PLANTAS.
A maioria das plantas utilizadas pelas famílias é de cultivo próprio, adquiridas em familiares ou extraídas de
matas, nota-se que (Figura 4) a quantidade comprada em farmácias, pastorais ou feiras é pouco significativa
comparado com as demais.
Figura 4: LOCAIS DE ONDE VÊM AS PLANTAS UTILIZADAS.
Em relação às informações de utilização das plantas medicinais aromáticas e condimentares, sendo que um
numero expressivo citou que estas informações são familiares, ou seja, vem passando de geração para geração
de forma prática e empírica, tornando-as culturais de uma determinada localidade ou região, sendo o saber local
de extrema importância e deve ser valorizado cada vez mais. Ainda relacionada a informações de uso (Figura 5)
teve uma pequena quantidade de entrevistados que citou os livros e internet como fonte de informação e médicos.
Figura 3
Figura 4
0
39
40. Figura 5: LOCAIS DE ONDE FORAM ADQUIRIDOS OS CONHECIMENTOS PARA O USO DAS
PLANTAS.
Além da pesquisa, outra atividade bastante expressiva foi à elaboração dos herbários, pois além da construção
do conhecimento dos estudantes, possibilitou atividades interdisciplinares da área de produção vegetal junto a
artes. Os estudantes após a secagem e identificação das plantas, elaboraram uma capa para cada herbário na forma
que esta capa representa-se a planta que mais os marcasse, desenhando-a conforme as descrições morfológicas
desta.
Nas atividades de retorno do meio sócio familiar ao meio escolar, os estudantes trouxeram exemplares das
plantas medicinais, aromáticas e condimentares cultivadas e utilizadas pelas famílias, o que acabou sendo notada
a utilização pelas famílias de mais de 40 plantas diferentes. Ao trazer essas plantas, através de uma colocação
em comum, os alunos falaram cada um de seu diagnóstico trazido, relatando a importância da conversa com
as famílias relacionada ao resgate do uso das plantas. Além disso, o processo proporcionou troca de mudas de
espécies cultivadas entre os estudantes.
Figura 5
40
41. Esse trabalho que nós fizemos em aula foi muito importante para nosso
conhecimento, por que eu conheci vários tipos de plantas medicinais e isso
influencia em nossa aprendizagem, tanto como técnico quanto para a nossa vida
na família. Aprendemos que as plantas medicinais tem um significado muito
importante para o nosso bem estar de vida e saúde.
Eu sou Brenda Edinara da Silva, resido na cidade de Vera Cruz e estudo na Escola Família Agrícola
de Santa Cruz do Sul. Através do projeto cultivando saúde pude resgatar muitos conhecimentos que
está se acabando com a geração de jovens que está presente e provavelmente as futuras também. Através
de livros antigos e atuais, internet e também em diálogos com pessoas mais velhas. Hoje vejo a saúde
com outros olhos, com outros recursos. Além de beneficiar a saúde , pude recuperar costumes que não
havia mais em minha família, pois a medicina indicavam remédios com argumentos convincentes que
acabaram desapropriando-os dos costumes. Hoje tenho diversas plantas medicinais e condimentares em
vários lugares da minha propriedade.
“
“
AIRTON SENNA
BRENDA EDINARA DA SILVA
00 ANOS - CIDADE DO ALUNO - RS
00 ANOS - CIDADE DO ALUNO - RS
RELATOS9
41
42. Este projeto foi muito importante para a
nossa formação e da família porque descobri
que antigamente as pessoas viviam bem sem a
dependência de medicamentos externos. E também
percebemos que atualmente as famílias deixam de
produzir ervas medicinais para seu consumo porque
não acreditam que sejam mais benéficas para a sua
saúde. Mas este projeto fez com que resgatássemos
algumas espécies que eram produzidas antigamente,
garantindo nossa soberania alimentar.
Este trabalho foi de mera importância para nós alunos ,pois o conhecimento que ele nos proporcionou
foi bom pela questão de aprender coisas novas,as ervas medicinais que não conhecíamos,hoje fazem parte
do nosso dia a dia,e o mais importante ainda e saber que essas ervas nos ajudam a melhorar a saúde,e assim
sabemos que não são remédios comprados em farmácia e sim o que nos produzimos em casa,tendo certeza
de onde veio e como foram produzidos.
A importância de conhecermos melhor cada parte das plantas e todo o processo que ocorre no de
senvolvimento,(plantio,manejo,colheita secagem e o preparo.)Depois que começamos com este projeto
nossa família começou a dar mais importância e conhecer todos os tipos de ervas medicinais,hoje varias
enfermidades que ocorrem na família são tratadas a partir das ervas medicinais produzidas em minha
propriedade.
“
“
DANIELLI FABRIS DO NASCIMENTO
DARCI
00 ANOS - CIDADE DO ALUNO - RS
00 ANOS - CIDADE DO ALUNO - RS
42
43. Meu nome é Eduardo Ebert e moro no município
de Vera Cruz, e na localidade de Ferraz, na
comunidade de Linha São João, que fica na parte
norte do município dito anteriormente. O projeto
me trouce um bom conhecimento sobre as planta
medicinais , pois antes eu apenas conhecia três tipos
de chás( a folha de laranjeira, o capim cidreira, e
a losma ). com esse projeto consegui envolver e
adquirir um conhecimento com os meus pais, de
como eles usavam e quais as plantas medicinais que
eles conhecem e para cada uma serve. Pois os meus
O projeto sobre plantas medicinais trouxe uma
colaboração imensa, porque nos proporcionou o
descobrimento de “novas” plantas, que substituem
os medicamentos, viabilizando uma diversidade de
plantas nas propriedades. Além disso, possibilitou
o descobrimento de novas técnicas de cultivo dos
chás, como os espirais de ervas. O mais fundamental
foi o contato que se passou a ter com os avós, que
são as pessoas mais responsáveis pelo conhecimento
sobre as plantas, já que os mesmos viveram em
épocas de difícil acesso a farmácias. O uso das
plantas medicinais proporciona a autonomia das
pessoas, porque estarão consumindo um produto
natural, tendo assim produtos “limpos” (sem o uso
de agroquímicos).
“
“
EDUARDO EBERT
GUILHERME PADILHA
00 ANOS - CIDADE DO ALUNO - RS
00 ANOS - CIDADE DO ALUNO - RS
Antes do acontecimento do projeto minha
propriedade possuía apenas duas variedades
de chá: poejo e losna. Já hoje possuímos nove
variedades: Poejo, losna, hortelã, capim limão,
malva, alecrim, funcho, manjerona. Ou seja, o
projeto nos proporcionou isso, além de me motivar
para multiplicar essas plantas e distribuí-las para as
famílias da comunidade, onde existem pouquíssimas
variedades.
avos sempre usaram chás para tudo e funcionava, na
minha opinião foi bom realizar este projeto.
43
44. A qualidade da matéria prima vegetal será
obtida mediante o uso de boas práticas agrícolas
em plantas medicinais e aromáticas durante todo o
processo produtivo, desde a identificação botânica,
escolha do material vegetal, época e local de
plantio, tratos culturais, determinação da época de
colheita, cuidados no processamento, embalagem e
armazenagem até o momento do seu uso, de modo
a garantir o máximo da qualidade para o produto.
Não é possível, portanto, melhorar esta qualidade
através do processamento pós-colheita, mas sim
minimizar suas perdas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS DO PROJETO
10
44
46. AZEVEDO, C D; MOURA, M A. Cultivo de plantas medicinais: guia prático -- Niterói: Programa Rio Rural, 2010. 19 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência
Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 60 p.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Boas Práticas Agrícolas (BPA) de plantas medicinais,
aromáticas e condimentares / ed. preliminar Marianne Christina Scheffer, Cirino Corrêa Júnior; Coordenação, Maria
Consolacion Udry, Nivaldo Estrela Marques e Rosa Maria Peres Kornijezuk. – Brasília : MAPA/SDC, 2006. 48 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência
Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos / Ministério da Saúde,
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos.
– Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 136 p.
FURLAN, M R. Cultivo de plantas medicinais. Cuiabá: SEBRAE-MT, 1998, 137p.
LORENZI, H. E.; MATOS, F.J. DE A. Plantas medicinais no Brasil/ Nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto
Plantarum. 2002. 512 p.
REIS, M S; MARIOT, A. Diversidade natural e aspectos agronômicos de plantas medicinais. In: SIMÕES, C.M.O. (ed.).
Farmacognosia: da planta ao medicamento. 2 Ed. Porto Alegre/Florianópolis: Ed. da UFRGS/ Ed. da UFSC, 2000. p.39-60.
SARTÓRIO, M L; TRINDADE, C; RESENDE, P; MACHADO, J L. Cultivo orgânico de plantas medicinais. Viçosa,
MG: Aprenda fácil, 2000. 260p.
TUROLLA, M S R; NASCIMENTO, E S. Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil. Revista
Brasileira de Farmacognosia. v.42, n.2, abr-jun, 2006.
VERDAM, M C S; SILVA, C B. O estudo de plantas medicinais e a correta identificação botânica. Visão acadêmica,
Curitiba/PR, vol. 11, n° 1. 2010.
VERGUTZ, C.L.B. Aprendizagem na alternância da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul. Dissertação (Mestrado
em Educação), Universidade de Santa Cruz do Sul. 2013.172p.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS11
46